vocês deverão formular uma opinião sobre o caso (mesmo formato das opiniões que são abordadas no livro). Utilizem as técnicas argumentativas!
Primeiramente devemos reconhecer a situação em que se encontrava o país que
iremos governar, que vem de um passado tranquilo e equilibrado, onde por muitas décadas esteve sob um regime pacífico, constitucional e democrático.No entanto devido uma profunda crise econômica e diversos conflitos entre grupos que se tinham ideologias diferentes referente à econômicas, políticas e religiosas. Resultou em um país governado pelas chamadas Camisas-Púrpuras que governavam como queriam e não respeitaram a Constituição, muito menos o Código Civil e Penal já existentes. As leis foram claramente violadas e tiveram sua compreensão manipulada, usando-as como instrumento para justificar suas próprias ideias e necessidades, portanto a lei não existe mas sim a vontade de ditadores e a partir dessa ideia nos encontramos cercados pelas palavras ditas por Locke “Onde não há lei, não há liberdade”. Após o governos das Camisetas-púrpuras, o que podemos considerar que foi um verdadeiro caos e de muitas mudanças legislativas, enfrentamos também mais um problema: O que fazer com as diversas denúncias realizadas pela população durante esse período de instabilidades e desordem? Primeiro ponto devemos reconhecer que as denúncias relatam atos e ações que iam em desacordo com a legislação vigente, conforme o ordenamento atual seria o caso de punições e sanções cabíveis. No entanto precisamos primeiramente antes de punir, entender um dos princípio que rege o direito penal, o princípio da insignificância, que é aplicado quando a conduta praticada causa uma lesão jurídica inexpressiva, com uma conduta pouco reprovável, sendo minimamente ofensiva e não representando um perigo social. O princípio da ofensividade também será utilizado como norteador nesses casos, onde exige o resultado jurídico concreto na avaliação da tipicidade penal. Não se considera crime propriamente dito se não houver lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado. Deve haver, portanto, efetiva lesão ou perigo real ou concreto, afastando-se o perigo meramente abstrato ou presumido. Não seria necessário punir todas as denúncias realizadas, uma vez que aplicado o princípio da insignificância, onde o bem jurídico não teria sido efetivamente lesionado, teremos uma demanda muito menor a verificar e solucionar. Após enxugar as diversas demandas, ainda assim teremos muitos casos para resolver. Devemos observar estes princípios para mantermos certa coerência ética, uma vez que, se nos mantermos fazendo o que os ditadores passados faziam, qual seria nossa diferença se comparado com eles? Não passaríamos de mais um político que se mantém no poder fazendo uso de palavras vazias. Mesmo considerando que naquele período havia uma alta taxa de instabilidade, muitas mudanças legislativas acontecendo e que o grupo governante criavam as leis visando atender somente os interesses políticos atuais, mesmo que desrespeitando as leis vigentes à época. Não seria correto desconsiderar todos os crimes cometidos naquela época. Não podemos comparar, por exemplo, uma crime de roubo de pão para o sua sobrevivência a um crime de homicídio por vingança. Assim será necessário ser adotado o princípio da proporcionalidade e razoabilidade determinada pelo equilíbrio que deve existir na relação entre crime e pena. Além disso, o que ocorreu durante esse período tão conturbado foi que os governantes também criaram leis condenando determinados comportamentos, considerados legais seguindo os ordenamentos até então estabelecidos. A Lei efetiva necessita que sejam conhecidas pelos seus destinatários, no entanto o desconhecimento da lei é inescusável, ninguém pode alegar desconhecimento da lei. O mais correto a se fazer é analisar todos os casos concretos e verificar a importância e relevância, para que assim possamos punir da forma mais justa possível. Não podemos fechar os olhos a todos os crimes cometidos ou a impunidade tomaria conta e os cidadãos teriam o pensamento que poderiam realizar qualquer ato que seria absolvido pela justiça. O que resultaria em um país sem controle e diversas revoltas. Do outro lado da moeda, se julgássemos e condenaremos todos os atos como criminosos realizados naquele período, não estaríamos reconhecendo a luta pela sobrevivência, as dificuldades enfrentadas devido às instabilidades legislativas e a desordem instalada. Como podemos julgar um pai de família que fez tudo o que pode para a sobrevivência de seus filhos? Ou uma mãe que roubou remédio para ver seu filho adoecido melhorar ? São questionamentos que precisamos fazer antes de querer fazer justiça aos injustiçados.