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CONTABILIDADE

TRIBUTÁRIA

Ramon Alberto Cunha de Faria


Imposto de Renda das Pessoas
Jurídicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„ Explicar o conceito tributário do Imposto de Renda Pessoa Jurí-
dica (IRPJ).
„ Reconhecer os regimes tributários para apuração do Imposto de
Renda Pessoa Jurídica.
„ Identificar as mudanças e as novas sistemáticas contábeis apli-
cadas à área tributária.

Introdução
Frente ao sistema complexo tributário as empresas precisam se adequar
às novas legislações para poder atuar e gerir seus tributos. As leis tribu-
tárias e contábeis estão em constante alterações a fim de se adequarem
cada vez mais à realidade das organizações. É fundamental, portanto,
que as empresas tenham pleno conhecimento sobre o Imposto de
Renda que deve recolher, seus fatos geradores, regimes tributários para
sua apuração, bem como a legislação vigente acerca do tema.
Para isso, você irá estudar o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
por meio dos seguintes tópicos: fato gerador do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica, regimes tributários para apuração do IRPJ, prejuízos
fiscais, importância da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, alte-
rações trazidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, e contabili-
dade tributária - no cenário atual.

Fato gerador do Imposto de Renda de Pessoa


Jurídica
Conforme define o artigo 43, do Código Tributário Nacional (CTN) (BRASIL,
1966), o fato gerador do imposto de renda (IR) é a disponibilidade econômica
ou jurídica de renda (produtos do capital e do trabalho).
2 Contabilidade tributária

O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos


de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da dis-
ponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho
ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os
acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Conceito de disponibilidade econômica


e jurídica
Disponibilidade econômica ou jurídica é a obtenção de valores acumulados
de bens e outros valores, seja por meio de títulos, de créditos, entre outros
que devam ser passíveis de serem convertidos ou transformados em moeda
corrente. Para que você possa entrar no conceito de disponibilidade econô-
mica ou jurídica, precisa saber que, para fins de fato gerador para o imposto
de renda, ele ocorre no sentido de aquisição de renda, e não na probabilidade
de aferimento de renda (mesmo que se trate de parecer de um Juiz, devendo
sempre se atentar ao transitado e julgado).

Regimes tributários para apuração do IRPJ


No Brasil, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social
Sobre o Lucro Líquido (CSLL) possuem três modalidades de tributação sobre
o lucro em determinado período como opções:

„ lucro real;
„ lucro presumido;
„ lucro arbitrado.

Lucro real
O lucro real é o resultado obtido pelo lucro líquido contábil, ajustadas pelas
adições, exclusões e as compensações. Esses ajustes são efetuados via Livro
de Apuração do Lucro Real (LALUR), no qual se obtém as informações das
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receitas que o fisco não permitiu tributar e as despesas que o fisco não per-
mitiu deduzir.
Além das adições e exclusões via LALUR, há também as compensações,
que tratam dos prejuízos fiscais.
O lucro real servirá de base de cálculo para a incidência do IRPJ e CSLL.
A alíquota fixa do IR no lucro real, incidente sobre a base de cálculo apu-
rada nesse regime, é de 15%; no entanto, há o adicional de 10%, somente nas
parcelas apuradas mensalmente que excederem 20.000,00, ou sobre esse valor
multiplicado pelo número de meses do período de apuração, trimestral ou
anual (BRASIL, 2018).

A norma que regulamenta o imposto de renda de pessoas jurídicas (IRPJ) é o Decreto


nº 9.580, de 22 de novembro de 2018, mas como a legislação pode sofrer alterações,
você pode consultar a legislação vigente procurando em sua ferramenta de busca pela
expressão “regulamento do imposto de renda” ou “regulamento do imposto de renda
pessoa jurídica” e acessar os resultados que correspondam a portal oficial do Planalto.

Você precisa saber que há algumas obrigações legais que as empresas não
necessariamente optam pelo recolhimento dos tributos no regime do lucro
real, mas são obrigadas por lei.
O regime tributário do lucro real, ao contrário do que muitos empresários
pensam, pode ser muito mais benéfico para algumas empresas, em função de
seu nível de lucratividade e também, de forma indireta, em razão dos con-
troles e relatórios que proporcionam para os resultados da empresa. Com
esses controles, é possível ter melhores informações sobre todos os gastos,
custos, recursos financeiros a curto e a longo prazo, gestão de seus tributos e
uma minuciosa precisão nas informações geradas para os sócios, acionistas
e afins.
Na maioria das vezes, as empresas não se planejam para fazer um com-
parativo entre a melhor escolha dos regimes tributários, devido a lei ser mais
branda com o regime do lucro presumido no que tange aos níveis de controles
das operações. Isso pode não necessariamente ser verdade, pois com um con-
trole rígido de informações aos empresários e administradores eles tendem a
ser mais assertivos em suas tomadas de decisões e conseguem antever quais-
4 Contabilidade tributária

quer tipos de riscos que irão prejudicar a saúde financeira da empresa. Guarde
essa dica, no momento da opção pelo regime tributário, lembre-se que feita a
opção ela é irrevogável e irretratável para todo ano calendário.

Custos e despesas dedutíveis

Para fins de tributação, as contas com maiores relevâncias para empresários


e administradores são os custos e as despesas que o fisco permite deduzir do
lucro líquido.
A regra geral para que o gasto possa ser deduzido do lucro é sua obtenção
ou esforço para gerar receitas para a atividade empresarial. Isso significa
que os custos e as despesas têm que estar envolvidos com o operacional da
empresa, pois se não tiverem essa característica, deverão ser adicionados na
parte A do LALUR. Além disso, há regras específicas no regulamento do im-
posto de renda tratando despesas que não são aceitas como dedutíveis. Logo,
é necessário consultar o regulamento para verificar se determinada despesa
pode ou não ser deduzida na apuração do lucro real.

Livro de Apuração do Lucro Real

O LALUR ajusta todas as contas após o lucro líquido contábil, por meio de
adições de despesas que o fisco não permite deduzir do lucro, das exclusões
das receitas que o fisco não permite serem tributáveis e, também, das com-
pensações com prejuízos fiscais de períodos anteriores.
O LALUR possui duas partes. Parte A e parte B.

„ Parte A do LALUR é composta pelas adições e exclusões do lucro


líquido.
„ Parte B do LALUR é composta para o controle das utilizações de parte
do prejuízo fiscal de períodos anteriores do lucro real.

Atualmente, o LALUR é apresentado anualmente pelos contribuintes que


são tributados no lucro real por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF),
que possui um registro específico chamado Livro Eletrônico de Apuração do
Lucro Real (e-Lalur).
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 5

Leia o texto “O que é a ECF, obrigatoriedade e prazo de entrega”, publicado no portal


do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e saiba mais sobre a ECF.

Prejuízos fiscais

A legislação do imposto de renda, especificamente o Decreto nº 9.580/2018,


permite que as empresas que tiveram prejuízos fiscais em anos anteriores
possam compensá-los com o IR devido, seja ele trimestral ou anual. Essa pos-
sibilidade não depende de a empresa ter apresentado lucro ou prejuízo contábil
no passado, mas sim de a empresa ter apresentado prejuízo fiscal no passado,
ou seja, prejuízo resultante da apuração do IRPJ no passado (BRASIL, 2018).
Poderá ser compensado o prejuízo fiscal do período anterior, limitado a
30% do lucro líquido do período, ajustado as adições, exclusões e as compen-
sações.

Período de apuração: compreende o período que se está tributando o lucro, po-


dendo ser trimestral ou anual; e também o período que o fato gerador ocorre.

Lucro presumido
O lucro presumido é um regime simplificado para apuração do IRPJ e da
CSLL, como o conceito do nome já diz, trata-se da presunção da margem
de lucro sobre as receitas de determinados ramos de atividades, fazendo ser
até mais benéfico o pagamento por esse regime se a empresa trabalhar com a
margem de lucro igual ou superior do que a estipulada pela lei.
As margens de presunção para o lucro presumido variam de 1,6% a 32%
de acordo com o ramo de atividade da empresa. Isso quer dizer que as alí-
quotas incidentes sobre a receita bruta da empresa tributada pelo Lucro Pre-
6 Contabilidade tributária

sumido variam de acordo com o ramo de atividade da empresa, por exemplo,


para revenda de combustível é de 1,6%, para comércio e indústria é de 8% e
para empresas prestadoras de serviços é de 32% (BRASIL, 1995).
Há imposições legais para as empresas poderem optar pelo lucro presu-
mido, como a de que a receita bruta anual total, no período de apuração ante-
rior, deva ser igual ou inferior a determinado valor. O art. 587 do Decreto nº
9.580/2018 determina que a empresa cuja receita bruta anual seja inferior a R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) no ano-calendário anterior; ou
a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) mensais multiplicado
pelo número de meses de atividade no ano, quando inferior a 12 meses, pode
optar pelo lucro presumido (BRASIL, 2018).
Há ainda atividades que impedem a opção pelo lucro presumido e obrigam
a empresa a adotar o lucro real, tais como a atividade de bancos e seguradoras
e a realização investimentos que resultem em lucros, rendimentos ou ganhos
de capital oriundos do exterior. Para uma relação completa de restrições ao
lucro presumido, é necessário consultar o regulamento do IRPJ.
Contudo, caso a empresa tenha margem de lucro inferior às margens pre-
vistas na legislação do lucro presumido, é provável que o lucro real seja mais
recomendável. Um exemplo é o caso de empresas que optaram pelo lucro
presumido, mas acabaram tendo prejuízo no ano-calendário, e não teriam im-
posto a pagar se apurassem o lucro real. Nesse caso, a empresa pagará IRPJ
mesmo tendo prejuízo, tendo em vista que a opção pelo lucro presumido é
definitiva para o ano-calendário.

As empresas optantes pelo lucro presumido estão obrigadas a apurar o PIS e a COFINS
na sistemática cumulativa, conforme previsão das Leis 10.637, de 30 de dezembro de
2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Nesse caso, o PIS e a COFINS incidem sobre
a receita bruta do contibuinte, sem que seja possível calcular qualquer crédito sobre PIS
e COFINS pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva (BRASIL, 2002; BRASIL, 2003).
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As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação no lucro real, presumido ou ar-


bitrado, conforme o caso, ficarão sujeitas ao mesmo critério para a determinação da
base de cálculo da CSLL, mantidos os ajustes e as alíquotas previstos na legislação para
cada tributo.

Após a apuração da base de cálculo do lucro presumido, a apuração do


imposto devido segue a lógica verificada na apuração do imposto devido pelo
lucro real. Então a alíquota de IRPJ incidente sobre a base de cálculo apurada
nesse regime é de 15%. Também há o adicional de 10%, que incide sobre as
parcelas apuradas trimestralmente que excederem R$ 60.000,00 no trimestre
ou sobre o valor de R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses do pe-
ríodo de apuração trimestral.

Lucro arbitrado
O lucro arbitrado é um regime de apuração do Imposto de Renda que se aplica
em diversos casos, tais como quando a escrituração contábil do contribuinte
não é idônea ou possui indícios de fraude, ou quando o contribuinte deixa
de apresentar à Fiscalização documentos e demonstrativos requeridos pela
legislação tributária. Para uma lista completa de casos, é necessário consultar
o art. 603 do Decreto nº 9.580/2018.
Em termos práticos, a apuração do lucro arbitrado é igual à apuração do
lucro presumido quando é possível conhecer a receita bruta do contribuinte.
Há, contudo, um acréscimo de 20% na presunção de lucro, apenas para fins
de apuração do IRPJ. Assim, a presunção de lucro de uma empresa comercial
que seria de 8% no lucro presumido, é de 9,6% no lucro arbitrado (8% * 1,20).
Quando não é possível para a fiscalização verificar a receita bruta, é ne-
cessário consultar o art. 608 do Decreto nº 9.580/2018 para verificar as al-
ternativas que podem ser utilizadas pela fiscalização para arbitrar a base de
cálculo do lucro arbitrado.
Após a apuração da base de cálculo do lucro arbitrado, a apuração do
imposto devido segue a lógica verificada na apuração do imposto devido pelo
presumido. Então, a alíquota de IRPJ incidente sobre a base de cálculo apu-
rada nesse regime, é de 15%. Também há o adicional de 10%, que incide sobre
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as parcelas apuradas trimestralmente que exceder a 60.000,00 no trimestre,


ou sobre o valor de R$ 20.000 multiplicado pelo número de meses do período
de apuração trimestral.

Importância da Lei nº 11.638/2007 – reflexos


na contabilidade atual
As mudanças no cenário contábil surtiram efeito com a Lei nº 11.638/2007 e
posteriormente a Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. A primeira veio com
o objetivo de adequar os lançamentos e relatórios contábeis aos padrões de
contabilidade internacional, visando uma linguagem única e clara nas infor-
mações contábeis de uma empresa.
Antes da promulgação dessa lei, quando eram solicitados demonstra-
tivos contábeis no Brasil por empresas estrangeiras, fossem elas empresas do
mesmo grupo, controlada, coligada e afins, não havia uma interpretação ade-
quada, pois a forma de se fazer contabilidade era diferente entre os diversos
países, uma vez que cada um tinha seu modo de fazer. Com a edição da Lei nº
11.638, o Brasil conseguiu se adaptar as novas regras contábeis, estabelecendo
parâmetros de informações. Assim, as informações tornaram-se de fácil en-
tendimento para o exterior e o oposto também, pois a linguagem contábil foi
unificada em todos os países que aderiram aos IFRS (normas internacionais
de contabilidade).
Lógico que essa adequação não tem sido fácil para a maioria dos con-
tadores no Brasil, devido a uma demanda maior em treinamentos, investi-
mentos em tecnologia (que, por vezes, são de custo muito alto) e, lógico, um
aprimoramento pessoal muito grande, pois as mudanças ocorridas acabaram
por exigir um novo perfil de contadores. Esse novo perfil mudará a forma
como são vistos os contadores, não sendo mais o “guarda-livros” ou aquele
profissional que é quase um servidor público, pois só realiza apuração de
tributos e os envia em guias para o cliente pagar. Hoje, este aspecto mudou.
Uma dessas mudanças foi a forma de se escriturar os documentos contá-
beis, se perfazendo do princípio da essência sobre a forma, ou seja, a interpre-
tação que se dá pelo lançamento de determinado documento e que terá de se
aproximar sempre da realidade, de forma clara, unificada e objetiva.
Todas as mudanças nos aspectos contábeis das empresas terão de ser re-
ferenciadas por meio das notas explicativas, fazendo com que toda documen-
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 9

tação de difícil interpretação para a escrituração seja evidenciada e entendida


por todos.
Os valores que podem gerar um passivo (dívida) para a empresa, como no
caso de uma ação trabalhista, na qual a empresa tem grande chance de perder
(50% de chance) terá de ser feita a sua provisão para contingência, pois, o
balanço patrimonial tem que demonstrar a realidade atual de determinados
negócios, e se a empresa não incluir essa conta, pode ser punida por estar
mascarando um demonstrativo contábil de grande relevância mercadológica
e social.
A uniformização nos procedimentos da escrituração contábil, seja em
nível nacional ou internacional, deve ser compreendida em todos seus as-
pectos. A criação do Regime Transitório de Tributação (RTT), pela Lei nº
11.941/2009, neutraliza as contas que foram afetadas pelas novas normas in-
ternacionais de contabilidade, para fins de tributação. Regime que foi
revogado com a Lei nº 12.973/2014.
Entre as inúmeras mudanças que ocorreram, essas que você acabou de
ler foram as mais importantes, em uma visão mais geral da situação, o res-
tante são aspectos técnicos, que o próprio aplicador terá que se aprimorar para
aplica-los adequadamente.

Regime Transitório de Tributação (RTT)


Com a internacionalização dos procedimentos contábeis, os resultados das
demonstrações contábeis tonaram-se diferentes dos realizados antes da in-
ternacionalização das normas contábeis, o que ocasionou mudanças, para
mais ou para menos, no resultado de um determinado período, durante essa
transição para as normas internacionais de contabilidade. Os valores que re-
sultaram desses novos procedimentos, foram neutralizados para fins de tribu-
tação, ou seja, o fisco não reconheceu as novas despesas para fins de dedução
da base de cálculo dos tributos, e também não considerou as novas receitas
para fins de tributação, somente foram reconhecidas para fins contábeis.
Assim, permaneceu a regra tributária anterior, para não causar surpresa
na nova cismática, uma vez que os empresários poderiam ter um alto risco
de pagar tributos indevidamente, em razão das alterações nas normas in-
ternacionais de contabilidade gerarem um alto impacto de interpretações
diversas. Também, porque a implantação das novas normas está sendo feita
gradualmente, podendo ser revisadas pelos órgãos de classes e demais enti-
dades governamentais.
10 Contabilidade tributária

Alterações trazidas pela Lei nº 12.973/2014


Você verá, aqui, as alterações de maior relevância para seus estudos, pois
afetam diretamente os cálculos para incidência do IRPJ, CSLL, PIS e da CO-
FINS, porém sem os tributos que incidam diretamente sobre o lucro líquido e
sobre as receitas oriundas do negócio mercantil.
As alterações de maiores relevâncias foram:

„ Fim do RTT, que neutralizava as novas normas de contabilidade inter-


nacional, para fins de tributação.
„ Criação das subcontas nos demonstrativos contábeis, ou seja, se a em-
presa quiser se beneficiar das neutralidades dos novos resultados que
a contabilidade em seu novo padrão irá gerar, terá de manter sua escri-
turação contábil a mais completa o possível. O que significa gerar as
famosas “subcontas”, para que o empresário demonstre devidamente
quais são os aspectos que geraram determinado lançamento.
„ Novos conceitos de receita bruta para fins de demonstração do resul-
tado, assim fazendo gerar novos resultados para fins de tributação do
PIS e da COFINS.
„ Modificação no cálculo dos juros sobre o capital próprio.
„ Não incidência do IR sobre e da contribuição social sobre a distribuição
dos lucros e dividendos calculados antes da lei que estabeleceu novos
procedimentos internacionais de contabilidade.
„ Possibilidade de deduzir os valores das despesas financeiras com ar-
rendamento mercantil do lucro real.

Entre as inúmeras mudanças que ocorreram, essas foram as de maior rele-


vância para seus estudos, pois são as que interferem diretamente no ramo da
contabilidade de tributos.

Contabilidade tributária no cenário atual


Como você pode observar em todos esses parâmetros de estudo sobre os novos
procedimentos internacionais de contabilidade e as novas regras da sistemá-
tica tributária, tudo isso está sendo implantado. Contudo, ao mesmo tempo
em que está sendo implantado, já são válidos para os dias atuais, valendo,
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 11

portanto, para fins de aplicação de multa para as empresas que não estão se
adequando a essa nova metodologia.
Não há mais volta para esse caminho de novos conceitos de gerenciamento
das informações, tanto para o fisco, que está tendo que readequar suas normas
tributárias às novas regras de contabilidade internacional, como também para
os empresários, que agora mais do que tudo precisarão correr contra o tempo
para se aprimorarem nessa nova sistemática de clarezas nas informações.
Tudo isso não tem sido fácil, na verdade está sendo desgastante para a classe
empresarial e contábil, pois tem causado um alto nível de investimento de
tecnologia, treinamentos, entre outros.
O fisco terá de se adequar a esses novos parâmetros, fazendo, por vezes,
acabar com várias distorções que a legislação fiscal possui, pois irá adequar
novos conceitos de aplicação dos tributos, o que é um grande ganho para so-
ciedade em geral.
Os empresários, com essas mudanças, terão uma visão mais real dos resul-
tados dos seus negócios, sendo os grandes beneficiários.

BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a


fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza. Diário Oficial da União, Brasília, 23 nov. 2018, p. 57 Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso
em: 19 maio 2020.

BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacio-
nal e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.
Diário Oficial da União, Brasília, 27 out.1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l5172.htm. Acesso em: 19 maio 2020.

BRASIL. Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Dispõe sobre a não-cumulatividade


na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de For-
mação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que especifica; sobre o
pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais, a compensação de cré-
ditos fiscais, a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, a legislação
aduaneira, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 31 dez. 2002 - edi-
ção extra. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10637.htm.
Acesso em: 19 maio 2020.

BRASIL. Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Altera a Legislação Tributária Federal


e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 30 dez. 2003 (Edição extra-
-A). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.833compilado.
htm. Acesso em: 19 maio 2020.
12 Contabilidade tributária

BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei


no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e
estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação
de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília, 28 dez. 2007 - Edição
extra. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11638.htm. Acesso em: 19 maio 2020.

BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa
ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que
especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto no 70.235, de 6
de março de 1972, as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de
1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.430, de 27
de dezembro de 1996, 9.469, de 10 de julho de 1997, 9.532, de 10 de dezembro de 1997,
10.426, de 24 de abril de 2002, 10.480, de 2 de julho de 2002, 10.522, de 19 de julho de
2002, 10.887, de 18 de junho de 2004, e 6.404, de 15 de dezembro de 1976, o Decreto-
-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e as Leis nos 8.981, de 20 de janeiro de 1995,
10.925, de 23 de julho de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de de-
zembro de 2003, 11.116, de 18 de maio de 2005, 11.732, de 30 de junho de 2008, 10.260,
de 12 de julho de 2001, 9.873, de 23 de novembro de 1999, 11.171, de 2 de setembro de
2005, 11.345, de 14 de setembro de 2006; prorroga a vigência da Lei no 8.989, de 24 de
fevereiro de 1995; revoga dispositivos das Leis nos 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e
8.620, de 5 de janeiro de 1993, do Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, das
Leis nos 10.190, de 14 de fevereiro de 2001, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 6.938,
de 31 de agosto de 1981, 9.964, de 10 de abril de 2000, e, a partir da instalação do Con-
selho Administrativo de Recursos Fiscais, os Decretos nos 83.304, de 28 de março de
1979, e 89.892, de 2 de julho de 1984, e o art. 112 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de
2005; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 28 maio 2009. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso
em: 19 maio 2020.
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas 13

BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa
ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Finan-
ciamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT,
instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pes-
soa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente
de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro
de 1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30
de novembro de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de
1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29
de dezembro de 2003, 12.865, de 9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de
1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho
de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27
de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716,
de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm. Acesso em: 19 maio 2020.

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