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TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO PELO REGIME

TRIBUTÁRIO LUCRO REAL

Tributação sobre o lucro pelo regime tributário Lucro Real

Os tributos incidentes sobre o lucro devem ser calculados, conforme sua origem, sobre o resultado
positivo obtido pelas empresas, através de confronto entre as despesas e receitas.

A Legislação Fiscal tem a sua forma específica para exigir os tributos sobre o lucro, pois há uma forma
diferente de interpretação sobre algumas receitas e despesas na sua natureza e também sobre o período
em que algumas receitas e despesas serão reconhecidas.

Quem está obrigado ao Lucro Real

A partir de 1° de janeiro de 2014, estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real em cada
ano-calendário as pessoas jurídicas:

a. cuja receita total, ou seja, o somatório da receita bruta mensal, das demais receitas e ganhos de
capital, dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável e dos
rendimentos nominais produzidos por aplicações financeiras de renda fixa, no ano-calendário anterior,
seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou de R$ 6.500.000,00
(seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior
a doze meses, valido a partir do ano de 2014 (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013);
b. cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos
e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de
seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
c. que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d. que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção
ou redução do imposto de renda;
e. que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do imposto de renda,
determinado sobre a base de cálculo estimada, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996 (apuração
anual com antecipações mensais);
f. que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços
(factoring).

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g. que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio.
(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Metodologia de apuração

Para transformar o resultado apurado na Contabilidade, através da Demonstração do Resultado do


Exercício (DRE), em Resultado Fiscal são necessários ajustes (adições e exclusões), que a Legislação do
Imposto de Renda entende que podem ser ou não consideradas na base de cálculo.

Receitas – Quais podem ou não podem?


Despesas – Quais devem ou não devem?

O lucro fiscal será determinado apenas pelas receitas tributadas e pelas despesas (dedutíveis) aceitas
pelo Fisco.

Esquema para Estudo

(=)Resultado antes do IR+ CSLL (extraído da DRE)

(+) Adições

Despesas contabilizadas que não são aceitas pelo FISCO

Receitas exigidas pelo FISCO e não contabilizadas em Receita

(-) Exclusões

Receitas contabilizadas que não são exigidas pelo FISCO

Despesas aceitas pelo Fisco e não contabilizadas em Despesa

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(=) Resultado Líquido Ajustado

(-) Compensação de prejuízos Fiscais

(=) Resultado Tributável (Lucro Real ou Lucro Fiscal)

Quando o resultado apurado for negativo (prejuízo), a apuração termina (não se tributa sobre prejuízo
somente sobre lucro), quando for positivo (lucro), deverá ser verificado se existem Prejuízos Fiscais para
compensar, de exercícios anteriores.

Compensação de prejuízos

O percentual a aplicar é de 30% sobre o lucro líquido ajustado (restrição do Fisco).

Após a compensação dos prejuízos teremos o Lucro Fiscal, que é a base de cálculo para a aplicação da
alíquota do imposto.

Após obter o Lucro Real (Lucro Fiscal ou Lucro Tributável) devemos aplicar as alíquotas.

P.S.: Existem adições e exclusões que são somente para o IRPJ, outros que são somente para a CSLL
e ainda outros que são para ambos os tributos. Fiquem atentos! Nos exemplos acadêmicos/didáticos
serão utilizados exemplos que afetam igualmente ambos os tributos.

Os 10% de adicional de alíquota do IRPJ será aplicado sobre o excedente do Lucro Real (lucro fiscal) que
ultrapassar:

•• R$ 20 mil/mês (se a apuração for mensal);


•• R$ 60 mil/trimestre (se a apuração for trimestral);
•• R$ 240 mil/ano (se a apuração for annual); ou
•• R$ 20 mil multiplicados pela quantidade de meses de apuração (exemplo: se uma empresa optou
pelo Lucro Real Trimestral, mas iniciou suas atividades em fevereiro, ao invés de janeiro, o primeiro
trimestre de apuração serão considerados somente 2 meses (fevereiro e março), assim o adicional de
alíquota será aplicado somente sobre o que exceder R$ 40 mil (R$ 20 mil x 2 meses)).

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Formas de tributação do Lucro Real

Apuração Trimestral: apurado ao fim de cada trimestre (4 apurações no ano).


Apuração Anual: apuração feita em 31 de dezembro de cada ano calendário.
Obs.: Na apuração anual serão feitas antecipações mensais para o Fisco através de cálculos em
bases estimadas (aplicando percentuais de presunção sobre as receitas – a mesma tabela do
Lucro Presumido) ou em bases reais (balancete de suspensão ou balancete de redução – adições e
exclusões).

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