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Nos casos em que o bem tenha passado por processo de ajuste ao valor presente (AVP),
conforme determina o CPC 12, o valor do ganho de capital é apurado na forma do
Exemplo 67:
Rendimentos de aplicação financeira
Os rendimentos e ganhos líquidos decorrentes de quaisquer operações financeiras devem
ser adicionados ao lucro presumido para efeito de determinação do imposto de renda
devido, conforme o art. 51 da Lei 9.430/1996. O Imposto de Renda Retido na Fonte
(IRRF) sobre tais rendimentos deve ser deduzido do IRPJ devido no encerramento de
cada período de apuração ou na data da extinção, no caso de pessoa jurídica tributada
presumido, conforme o art. 773 do RIR/1999.
Deve-se considerar o regime de caixa em relação ao rendimento de aplicação financeira
a ser adicionada ao lucro presumido, conforme inciso II do § 3º do art. 770 do RIR/1999.
Dessa forma, os rendimentos de aplicações financeiras devem ser adicionados ao lucro
presumido por ocasião do resgate, alienação ou cessão da aplicação ou do título.
Juros sobre capital próprio (JSCP)
Juros sobre capital próprio (JSCP) é uma remuneração paga pela empresa para os seus
quotistas, acionistas ou titulares, calculada sobre as contas do patrimônio líquido. Esse
valor é pago de forma individualizada a cada investidor, sócio, e está limitado à variação
pro rata dia, da taxa de juros de longo prazo (TJLP), conforme art. 9º da Lei 9.249/1995.
Os JSCP são tratados como despesa no resultado da empresa. Todavia, o efetivo
pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados
antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante
igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.
Os juros sobre capital próprio (JSCP) auferidos pela pessoa jurídica devem ser
adicionados ao lucro presumido para determinação da base de cálculo do IRPJ, conforme
o art. 215, III, da IN RFB 1.700/2017. Os JSCP recebidos sofrem retenção de imposto de
renda na fonte, que pode ser deduzido do IRPJ apurado no trimestre.
A legislação tributária dispensa a pessoa jurídica que opta pelo recolhimento do IRPJ com
base no lucro presumido determinado pelo regime de caixa de manter escrituração
contábil completa. É importante destacar que essa dispensa é apenas da legislação fiscal
e não se estende à legislação societária. Nesse sentido, o Conselho Federal de
Contabilidade já se manifestou afirmando a obrigatoriedade de todas as pessoas jurídicas
manterem escrituração contábil completa de todos os eventos e transações que provocam
variação em seu patrimônio.
A pessoa jurídica que recolher o IRPJ com base no lucro presumido apurado pelo regime
de caixa e houver adotado manter apenas a escrituração do livro caixa, deverá emitir a
nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço e indicar no
livro caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento.
A pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial,
deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada
lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento.
Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da
prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o
faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro
ocorrer. Os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do
contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte do
preço, até completar o montante do preço acordado com o adquirente.
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é um tributo de competência
da União, que foi instituído pela Lei 7.689/1988. A pessoa jurídica que optar por recolher
o IRPJ pelo lucro presumido deverá recolher a CSLL com base no resultado presumido,
obrigatoriamente. Em outras palavras, a opção pelo lucro presumido vincula o
recolhimento da CSLL. Além disso, na apuração da CSLL a pessoa jurídica deverá
respeitar o mesmo regime, de caixa ou de competência, que houver utilizado para
apuração do IRPJ.
ALÍQUOTAS DA CSLL
Para as pessoas jurídicas em geral, a alíquota da CSLL é de 9%. Entretanto, no caso
das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros privados e de
capitalização, a alíquota é de 15%. Até 30/04/1999, a alíquota da CSLL era de 8%, sendo
que, de 1º/05/1999 até 31/01/2000, a alíquota da CSLL era de 12%.
A opção pela apuração da CSLL com base no lucro presumido é manifestada com o
pagamento da primeira, ou única, quota do IRPJ relativa ao primeiro período de apuração
de cada ano-calendário.