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Forma de Cálculo
Sumário
As pessoas jurídicas adimplentes com os tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil
(RFB), nos últimos 5 (cinco) anos-calendário, submetidas ao regime de tributação com base no lucro real ou
presumido, poderão se beneficiar do bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 38 da Lei nº 10.637/2002,
alterado pela Lei nº 11.488/2007, na forma disciplinada pelos artigos 271 a 276 da IN RFB nº 1.700/2017.
Observe-se que o período de 5 (cinco) anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em
relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.
Observação: a matéria foi publicada no boletim de acordo com a legislação vigente à época de sua publicação,
estando sujeita a sofrer alterações posteriores a publicação em nosso site.
Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 (cinco) anos-calendário, se enquadre em qualquer das
seguintes hipóteses, em relação aos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil:
a) lançamento de ofício;
A Solução de Consulta COSIT nº 42, de 19 de fevereiro de 2014 (dou de 09.04.2014), esclareceu que a partir do
momento em que as contribuições previdenciárias passaram a ser administradas pela RFB, a verificação de sua
adimplência nos últimos 5 (cinco) anos-calendário passou a constituir requisito para a obtenção do direito ao bônus
de adimplência fiscal de que trata o art. 38 da Lei nº 10.637, de 2002.
Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, que implique desoneração integral da pessoa
jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” do item 2 acima serão desconsideradas desde a origem.
Ocorrendo a desoneração, a pessoa jurídica poderá, observado o disposto no item 4, calcular, a partir do ano-
calendário em que obteve a decisão definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de
deduzi-lo.
3. FORMA DE CÁLCULO
O bônus de adimplência fiscal será calculado aplicando-se o percentual de 1% (um por cento) sobre a base de
cálculo da CSLL, determinada segundo as normas estabelecidas para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de
apuração com base no resultado presumido, observado o seguinte:
a) o bônus será calculado em relação à base de cálculo relativamente ao ano-calendário em que for permitido seu
aproveitamento;
b) na hipótese de período de apuração trimestral, o bônus será calculado em relação aos 4 (quatro) trimestres do
ano-calendário e poderá ser deduzido da CSLL devida correspondente ao último trimestre.
A base de cálculo da CSLL para fins de utilização do bônus será calculada da seguinte forma:
Será aplicado 1% (um por cento) sobre a soma do lucro real apurado em cada trimestre, após os ajustes de
adições, exclusões e compensações previstas na Lei fiscal.
c) Lucro presumido;
Será aplicado 1% (um por cento) sobre a soma da base de cálculo presumida da CSLL apurada nos quatro
trimestres.
Exemplo 01:
Uma empresa optante pelo lucro real anual apurou um lucro ajustado de R$ 300.000,00. Aplicando-se o percentual
de bônus de adimplência fiscal de 1% (um por cento), o incentivo que pode ser deduzido da CSLL é de R$
3.000,00.
Exemplo 02:
Uma empresa optante pelo lucro presumido apurou a seguinte situação sobre o somatório das bases de cálculo da
CSLL dos quatro trimestres para fins de cálculo do Bônus de Adimplência fiscal de 1% para fins de incentivo:
Demonstração do cálculo:
Período de Competência 1º 2º 3º 4º
Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre
No exemplo acima, notamos que a dedução do bônus de adimplência fiscal é de R$ 3.225,00, que corresponde a
1% (um por cento) de R$ 322.500,00, que é o somatório da base de cálculo da CSS presumida de todos os
trimestres do ano.
O procedimento demonstrado no quadro acima poderá ser aplicado sobre a base de cálculo da CSLL das empresas
tributadas pelo lucro real trimestral.
4. UTILIZAÇÃO DO BÔNUS
O bônus, calculado na forma mencionada acima, será utilizado deduzindo-se da CSLL devida:
a) no último trimestre do ano-calendário, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado
trimestral ou resultado presumido;
b) no ajuste anual, na hipótese da pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual.
A parcela do bônus que não puder ser aproveitada no período de apuração poderá ser deduzida nos anos-
calendário subsequentes, da seguinte forma:
a) em cada trimestre, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado trimestral ou
presumido;
b) no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual.
A utilização indevida do bônus implica a imposição das seguintes multas, calculadas sobre o valor da contribuição
que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus:
b) 225% (duzentos e vinte e cinco por cento), nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo
marcado, de intimação para prestar esclarecimentos.
Aplicam-se às multas de que tratam as letras “a” e “b” acima as reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de
29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de dezembro de 1991.
6. CONTABILIZAÇÃO
a) na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;
b) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSLL e a crédito da conta de Ativo Circulante referida na
letra “a”.