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Departamento de Desenvolvimento Profissional

LUCRO REAL

Instrutora: Marcia Ramos

Contato: marciaramos@mrbconsultoria.com.br

2017

Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP: 20.010-000


Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545
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1) O que é Lucro Real? ............................................................................................................3
2) Pessoas jurídicas obrigadas ao Lucro Real...........................................................................4
3) Períodos de Apuração...........................................................................................................5
4) Situações Especiais...............................................................................................................6
5) Demonstração o Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL: e-LALUR e e-LACS ...........7
6) O que mudou com o novo padrão contábil criado pela Lei 11.638/07..................................8
7) Adições ao Lucro Real..........................................................................................................9
8) Exclusões ao Lucro Real.....................................................................................................20
9) Esclarecimentos Adicionais................................................................................................22
10) Compensação de Prejuízos Fiscais e Base Negativa da CSLL...........................................36
11) Alíquotas.............................................................................................................................37
12) Dedução de IR/CS retidos na fonte....................................................................................38
13) Dedução de incentivos fiscais............................................................................................38
14) Saldo Negativo de IRPJ/ CSLL.........................................................................................39
15) Ganho de Capital................................................................................................................40
16) Regime de estimativa.........................................................................................................41
17) Balanço ou Balancete de suspensão/redução.....................................................................47
18) Pagamento....... ...............................................................................................................,50
19) Exercícios de Fixação........................................................................................................51

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1) O QUE É LUCRO REAL?

O Lucro Real é a forma de tributação das pessoas jurídicas que tem por base o resultado
contábil, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações previstas na legislação tributária.

O Lucro Real e a base de cálculo da CSLL são calculados através da seguinte operação:

LUCRO OU PREJUÍZO CONTÁBIL DO EXERCÍCIO


(+) ADIÇÕES
(-) EXCLUSÕES
(=) LUCRO REAL /BC CSLL ANTES DA COMPENSAÇÃO DE PF/BN
(-) COMPENSAÇÃO PF/BN
(=) LUCRO REAL / BC CSLL
(=) IRPJ/CSLL DEVIDOS
(-) DEDUÇÕES DE INCENTIVOS FISCAIS (IRPJ)
(-) DEDUÇÕES DE IRRF/CSRF
(-) IRPJ/CSLL A PAGAR

Adições são custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros
valores deduzidos na apuração do lucro (prejuízo) líquido que, de acordo com a legislação
tributária, não são dedutíveis, também devem ser adicionados ao lucro (prejuízo) do exercício
os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do
Lucro Líquido que, de acordo com essa mesma legislação, devam ser computados na
determinação do Lucro Real.

Como regra, todas as deduções permitidas na apuração do Lucro Real, consoante legislação,
são dedutíveis na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -
CSLL, observadas as normas e limites da legislação específica.

Exclusões são rendimentos, receitas e quaisquer outros valores computados na apuração do


lucro (prejuízo) líquido que, de acordo com a legislação tributária, podem ser deduzidos na
determinação do Lucro Real.

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2) PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À APURAÇÃO DO LUCRO


REAL (LEI 9.718/98 ART.14)

a) receita total no ano-calendário anterior superior ao limite de R$ 78.000.000,00 .


b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores
mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades de previdência privada aberta;
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior (*);
d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à
isenção ou redução do imposto;
e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de
estimativa;
f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring);
g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do
agronegócio.

Ainda que a pessoa jurídica não seja obrigada à tributação com base no Lucro Real, poderá
optar por este regime de tributação. Esta opção é irretratável para todo o ano-calendário, e
somente poderá ser modificada no ano-calendário seguinte.
Atenção:

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Há códigos de DARF’s distintos para empresas obrigadas e optantes:

Forma de apuração IRPJ CSLL


Obrigadas ao Lucro Real (Anual) – estimativa mensal 2362 2484
Optantes pelo Lucro Real (Anual) – estimativa mensal 5993 2484
Obrigadas ao Lucro Real (Trimestral) 0220 6012
Optantes pelo Lucro Real (Trimestral) 3373 6012
Obrigadas ao Lucro Real (Anual) – Declaração de ajuste 2430 6773
Optantes pelo Lucro Real (Anual) – Declaração de ajuste 2456 6773

Nota:
(*) A obrigatoriedade não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita da exportação de
mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera prestação direta
de serviços aquela realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências,
representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica
que lhes sejam assemelhadas.

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4) PERÍODO DE APURAÇÃO

Para efeito da incidência do IRPJ e da CSLL, o Lucro Real das pessoas jurídicas deve ser
apurado na data de encerramento do período de apuração:

a) Lucro Real Trimestral: nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de


dezembro.
b) Lucro Real Anual: no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário.

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Embora o período de apuração “oficial” do IRPJ e da CSLL seja trimestral, a legislação
tributária faculta à pessoa jurídica à opção de determiná-lo somente em 31 de dezembro do
ano-calendário.

A pessoa jurídica que optar por determinar o Lucro Real Anual, está obrigada realizar
pagamentos mensais por estimativa, até o último dia útil do mês subsequente ao período de
apuração, que constituirão uma antecipação do imposto devido no final do exercício. A
diferença entre o imposto com base no Lucro Real e o somatório das importâncias pagas por
estimativa será:

1) se positiva, pago em quota única até o último dia do mês de março do ano subsequente,
acrescido de juros SELIC a partir de 1º de fevereiro até o último dia do anterior ao do
pagamento;
2) se negativa, compensado com o imposto devido a partir do mês de janeiro do ano-
calendário subsequente, assegurada a alternativa de requerer a restituição do montante
pago, atualizado pelos mesmos indexadores, a partir do mês subsequente ao do
encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou
compensação.

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5) SITUAÇÕES ESPECIAIS

A pessoa jurídica que tiver o seu patrimônio parcial ou totalmente absorvido em virtude de
incorporação, fusão ou cisão deve levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens
e direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado, até 30 dias antes do evento. Os
impostos e contribuições devem ser apurados até a data do evento pela pessoa jurídica
incorporadora, incorporada, fusionada ou cindida. Considera-se data do evento aquela em

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que houver a deliberação que aprovar a incorporação, fusão ou cisão. O pagamento do IRPJ
e da CSLL correspondente ao período de apuração encerrado deve ser efetuado até o último
dia útil do mês subsequente ao do evento, não se lhes aplicando a opção pelo pagamento em
quotas.

Considera-se data do evento aquela em que houver a deliberação que aprovar a incorporação,
fusão ou cisão. O pagamento do IRPJ e da CSLL correspondente ao período de apuração
encerrado deve ser efetuado até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, não se
lhes aplicando a opção pelo pagamento em quotas.

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6) DEMONSTRAÇÃO O LUCRO REAL E DA BASE DE CÁLCULO DA


CSLL: E-LALUR E E-LACS

A Demonstração do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL é feita no Livro Eletrônico de


Apuração do Lucro Real (e-LALUR) e no Livro Eletrônico de Apuração da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (e-LACS), através dos registros M300 e M350 da ECF.

O e-LALUR e o e-LACS são compostos por duas partes:

a) Parte A: onde são registrados os lançamentos de Ajustes (adições e exclusões) ao


Resultado Contábil e a Demonstração do Lucro Real. Estes ajustes, via de regra, são os
mesmos para a apuração da base de cálculo da CSLL, com algumas exceções, que
comentaremos a seguir.

b) Parte B: onde são controlados os valores dos ajustes que influenciarão o Lucro Real de
períodos de apuração futuros e os valores excedentes de deduções do imposto

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(adições/exclusões temporárias e saldos de prejuízos fiscais, para fins de compensação
futura).

As adições e exclusões podem ser temporárias ou definitivas. Uma despesa que não é aceita
agora, nem será num período futuro, é considerada uma adição definitiva. Já uma despesa
não dedutível pelo Fisco num período, por não preencher determinado requisito, que será
atendido em períodos seguintes, é considerada como adição temporária. Esta despesa, na
verdade, será dedutível nos próximos períodos, não sendo agora por determinação da
legislação fiscal. Com a receita, o raciocínio é idêntico.

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7) AJUSTES AO LUCRO REAL - O QUE MUDOU COM O NOVO


PADRÃO CONTÁBIL CRIADO PELA LEI 11.638/07?

A Lei 11.638/07 promoveu alterações na contabilidade brasileira em adequação aos padrões


internacionais de contabilidade. Em adequação aos métodos e critérios contábeis criados pela
Lei 11.638/07, a Lei 12.973/14, (resultado da conversão da Medida Provisória nº 627/13),
promoveu alterações na legislação tributária federal.

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A Lei 12.973/14 extinguiu o Regime Tributário de Transição (RTT), criado a partir do ano-
calendário 2008 com o objetivo de neutralizar os efeitos tributários da nova legislação contábil.
Desta forma, até a edição da Lei 12.973/14, todos os eventos criados pela Lei 11.638/07 tiveram
os efeitos tributários neutralizados no LALUR, de forma consolidada e com a rubrica “Ajustes
do RTT”. A extinção do RTT, a principal mudança foi a forma de controle destes ajustes, para
possibilitar a rastreabilidade das operações pelo Fisco.

Para as empresas que não fizeram a opção pela adoção antecipada da Lei em 2014 o RTT foi
extinto a partir do ano-calendário 2015, e todos os ajustes no LALUR deixaram de ter esta
denominação, passando a compor o montante de adições/exclusões ao lucro líquido, nomeados
e controlados de forma individualizada. Há dispensa da entrega do FCONT a partir do ano-
calendário 2015, todavia, as empresas tiveram que elaborar demonstrativo em 01/01/2015
contendo os valores os saldos dos ativos e passivos com base na contabilidade societária e fiscal.

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7.1) AJUSTE A VALOR PRESENTE (AVP)

A despesa e receita financeira decorrentes de AVP não devem ser computados na apuração
do Lucro Real, e por este motivo, devem ser objeto de adição e exclusão na apuração do
Lucro Real e base de cálculo da CSLL, respectivamente.

EXEMPLO:
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VENDA DA MERCADORIA EM 13/03/2015:
D Clientes (Ativo) 120.000
C Receita Bruta (DRE) 120.000

D AVP s/ Rec. Bruta (DRE) 20.000


C Juros a apropriar (Ativo) 20.000

D CMV (DRE) 70.000


C Estoques (Ativo) 70.000

APROPRIAÇÃO DA RECEITA FINANCEIRA EM 2015


D Juros a Apropriar (Ativo) 13.000
C Receita Financeira (DRE) 13.000

DRE 2015
Receita Bruta de Vendas 120.000
(–) AVP s/ Receita Bruta (20.000)
(=) Receita Líquida 100.000
(–) CMV (70.000)
(=) Lucro Bruto 30.000
(+) Receita financeira 13.000
(=) Lucro líquido antes do IRPJ 43.000

LALUR 2015:
Lucro líquido antes do IR e CS 43.000
(+) AVP s/ Receita Bruta 20.000
(–) Receita financeira (13.000)
(=) Lucro Real 50.000

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7.2) AJUSTE A VALOR JUSTO (AVJ)

O AVJ somente terá efeito na apuração do Lucro Real quando da realização do ativo ou da
liquidação do passivo. O ganho será computado no Lucro Real somente pela realização do
ativo (depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa) ou pela liquidação ou baixa
do passivo, se for evidenciado em subconta distinta. A perda será dedutível pela realização
do ativo (depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa) ou pela liquidação ou
baixa do passivo, se for controlada em subconta distinta.

EXEMPLO:

Um imóvel foi adquirido em 03/03/2015 por R$ 120.000 e classificado como propriedade


para investimento. Após reconhecimento inicial, o imóvel foi mensurado pelo valor justo de
R$ 140.000 em 31/12/2015. Em 02/02/2016, o imóvel foi vendido pelo valor de R$ 140.000.

AQUISIÇÃO DO IMÓVEL EM 2015:


D Imóvel (Propriedade p/ Investimento) 120.000
C Bancos 120.000

REGISTRO DO AVJ EM 2015:


D Imóvel (Subconta Lei 12.973) 20.000
C Receita de AVJ 20.000

DRE 2015
Receita Bruta de Vendas 0
(=) Receita Líquida 0
(–) CMV 0
(=) Lucro Bruto 0
(+) AVJ 20.000
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(=) Lucro líq. antes do IRPJ 20.000

LALUR 2015
Lucro líq. antes do IR e CS 20.000
(–) AVJ (20.000)
(=) Lucro Real 0

ALIENAÇÃO DO IMÓVEL EM 2016:


D Caixa 140.000
C Receita 140.000

D Custo de Venda 140.000


C Imóvel (Subconta) 20.000
C Imóvel 120.000

DRE 2016:
Receita de Vendas 140.000
(-) Custo de Venda 140.000
(=) Lucro Bruto 0

LALUR 2016:
Lucro líq. antes do IR e CS 0
(+) AVJ 20.000
(=) Lucro Real 20.000

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7.3) ARRENDAMENTO MERCANTIL

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No arrendamento mercantil financeiro, a pessoa jurídica arrendatária deve adicionar os
valores dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão na apuração do Lucro Real e
base de cálculo da CSLL no período em que for apropriado como custo de produção, bem
como as despesas financeiras incorridas pela arrendatária, inclusive o ajuste a valor presente.

Em contrapartida, a pessoa jurídica deve excluir o valor contraprestações pagas ou creditadas


referentes a bens móveis ou imóveis intrinsecamente relacionados com a produção ou
comercialização dos bens e serviços, da forma como era feito antes.

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7.4) CUSTOS COM EMPRÉSTIMOS

Os juros e outros encargos incorridos poderão ser capitalizados até o momento em que o
ativo estiver pronto para venda ou uso. Neste caso, a dedução fiscal se dará pela realização
do ativo.

Alternativamente, os juros e outros encargos poderão ser excluídos na apuração do Lucro


Real quando incorridos, devendo ser adicionados quando o respectivo ativo for realizado,
inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa.

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7.5) DESPESAS PRÉ-OPERACIONAIS OU PRÉ-INDUSTRIAIS

De acordo com o artigo 11 da Lei 12.973/14, não são dedutíveis, no período de apuração em
que incorridas, as despesas de organização pré-operacionais ou pré-industriais, inclusive da
fase inicial de operação, quando a empresa utilizou apenas parcialmente o seu equipamento
ou as suas instalações; e de expansão das atividades industriais.

As despesas referidas poderão ser excluídas para fins de determinação do Lucro Real, em
quotas fixas mensais e no prazo mínimo de 5 anos (1/60), a partir do início das operações ou
da plena utilização das instalações; e do início das atividades das novas instalações. Os
valores não computados no Lucro Real deverão ser adicionados na parte A do LALUR e
registrados na parte B para controle da utilizaçao dos saldos.

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7.6) ÁGIO NA AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS

O custo de aquisição de investimentos será desdobrado em:

1) Valor do Patrimônio Líquido da Investida (no % adquirido e na data da aquisição da


participação)
2) Mais ou Menos Valia dos Ativos Líquidos (diferença entre valor justo dos ativos
líquidos e o item anterior)
3) Goodwill e Ganho por Compra Vantajosa (Valor Residual = Valor Investido – Valor
Justo)

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As baixas do goodwill, o ganho por compra vantajosa e as reduções de mais ou menos-valia
não possuem efeito fiscal (Adição e Exclusão ao Lucro Real, com controle na parte B do e-
LALUR e e-LACS) até a realização do investimento.

Condições para dedutibilidade:

1) Laudo de Mais-Valia
2) Aquisição entre Partes Não Dependentes
3) Registro em Subcontas

O Laudo de mais valia deverá ser elaborado por Perito independente; protocolado na RFB
(via processo eletrônico) ou sumário Registrado em Cartório de Títulos e Documentos até o
13º mês subsequente à aquisição; o nº do processo eletrônico deve ser informado no e-
LALUR / e-LACS.

Na incorporação, fusão ou cisão do investimento:

1) Mais e Menos-Valia: o saldo existente na contabilidade, na data da aquisição,


poderá/deverá ser considerado como integrante do custo do bem ou direito para sua
realização (alienação/depreciação).
2) Goodwill: poderá ser excluído o saldo existente na contabilidade, na data da aquisição,
no prazo mínimo de 5 anos.
3) Ganho por Compra Vantajosa: deverá ser computado no Lucro Real no prazo máximo
de 5 anos.

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7.7) DEPRECIAÇÃO

Quando a quota de depreciação contábil for menor que a fiscal, a legislação tributária permite
a dedutibilidade desta última, devendo ser efetuados os seguintes ajustes:

Até custo de aquisição:


(-) Exclusão da diferença na apuração do Lucro Real e base de cálculo da CSLL

Após o custo de aquisição:


(+) Adição da depreciação contábil na apuração do Lucro Real e base de cálculo da CSLL

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7.8) PERDA NO VALOR RECUPERÁVEL DO ATIVO (IMPAIMENT)


A perda deverá ser adicionada, sendo permitida a dedutibilidade somente quando ocorrer a
alienação ou baixa do bem correspondente.

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7.9) AMORTIZAÇÃO DO INTANGÍVEL

Permitida a dedutibilidade da amortização de intangível, desde que o direito seja


intrinsecamente relacionado com a produção ou comercialização dos bens e serviços.

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Possibilidade de exclusão de gastos com desenvolvimento de inovação tecnológica, quando
registrados no ativo não circulante intangível, no período de apuração em que forem
incorridos (incentivo fiscal).

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7.10) JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

Para cálculo do JCP devem ser utilizadas as seguintes contas do PL: capital social; reservas
de capital; reservas de lucros; ações em tesouraria; e prejuízos acumulados. A dedução dos
JCP somente poderá ocorrer no ano-calendário a que se refere o lucro do qual são decorrentes
(vedação de JCP retroativo).

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8) ADIÇÕES AO LUCRO REAL

Considerando o que tratamos no tópico 8, São exemplos de adições, conforme disposto na


legislação tributária:

a) Despesas que, em virtude de sua natureza e/ou destinação, a dedutibilidade não é


permitida pela legislação tributária;

b) As despesas relativas à constituição de provisões não dedutíveis.

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c) Despesas de depreciação, apropriadas contabilmente, correspondentes à bem já
integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivo fiscal previsto na legislação
(depreciação incentivada), a partir do momento em que a depreciação utilizada via
LALUR atingir 100% do custo de aquisição do bem.

d) O resultado negativo de equivalência patrimonial;

e) Variação cambial Passiva (despesa) registrada no resultado do período (caso a empresa


tenha optado pelo regime de caixa), a qual deverá ser controlada na parte B do LALUR;

f) Variação cambial Ativa (receita) realizada pelo regime de caixa, inclusive o montante
controlado na parte B do LALUR de anos anteriores;

g) Perdas no reconhecimento de créditos quando não atendidos as condições e limites


previstos na legislação.

h) Parcela dos Juros sobre Capital Próprio que exceder o limite de dedutibilidade previsto
na legislação.

i) Adicional do salário maternidade pago à empregada (Programa Empresa Cidadã)

j) Doações ou Patrocínios para os quais a legislação não permita a dedutibilidade do valor


investido.

k) Despesas de amortização de ágio pago na aquisição de participações societárias, cujos


valores deverão ser controlados em sub-conta distinta para fins de exclusão futura
(Lei 12.973/14), para serem computados no Lucro Real do período de apuração em que
ocorrer a alienação ou a liquidação do investimento.

l) Despesas de depreciação e encargos financeiros, apropriadas contabilmente no resultado


da arrendatária, em decorrência de arrendamento mercantil financeiro, cujos valores
deverão ser controlados na parte B do LALUR (Lei 12.973/14);

m) Perdas decorrentes de avaliação de ativo ou de passivo com base no valor justo, para
dedução no cálculo do Lucro Real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou
baixa, cujos valores deverão ser controlados em sub-conta distinta para fins de
exclusão futura (Lei 12.973/14).

n) Ganhos decorrentes de avaliação a valor justo, quando houver a realização do ativo


(depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa) ou pela liquidação ou baixa do
passivo, desde que tenham sido evidenciados em subconta distinta.

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o) Despesas de organização pré-operacionais ou pré-industriais, inclusive da fase inicial de
operação, quando a empresa utilizou apenas parcialmente o seu equipamento ou as suas
instalações; e de expansão das atividades industriais, cujos valores deverão ser
controlados na parte B do LALUR (Lei 12.973/14).

p) Dedução da Receita relativa a ajuste a valor presente, a ser excluída quando da realização
do ativo (contas a receber) e baixa a resultado como Receita Financeira, cujo valor deve
ser controlado na Parte B do LALUR (Lei 12.973/14).

q) Despesa Financeira relativa a ajuste a valor presente em decorrência da baixa de


obrigações (Lei 12.973/14).

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9) EXCLUSÕES

Considerando o que tratamos no tópico 8, são exemplos de exclusões, conforme disposto na


legislação tributária:

a) Receita de reversão das provisões não dedutíveis, adicionadas anteriormente;

b) Resultados positivos de equivalência patrimonial;

c) Lucros e dividendos recebidos de participações societárias não sujeitas à avaliação pela


equivalência patrimonial, observadas as demais condições previstas na legislação para
fins de isenção.

d) Parcela dos lucros de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço


predeterminado, de bens ou serviços, contratados com pessoa jurídica de direito público
ou empresa sob o seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua
subsidiária, computada no lucro líquido, proporcional ao valor das receitas desses

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contratos computadas no resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento
do período-base.

e) Variação cambial ativa (receita) registrada no resultado do período (caso a empresa tenha
optado pelo regime de caixa);

f) Variação cambial passiva (despesa) realizada pelo regime de caixa, inclusive o montante
controlado na parte B do LALUR de anos anteriores;
g) Valor dos investimentos em projetos culturais e audiovisuais, observada a legislação de
regência do incentivo (exclusão apenas no cálculo do IRPJ);

h) Perdas decorrentes de avaliação a valor justo, quando houver a realização do ativo


(depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa) ou pela liquidação ou baixa do
passivo, desde que tenham sido evidenciadas em subconta distinta (Lei 12.973/14).

i) Ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo, para
dedução no cálculo do Lucro Real do período de apuração em que ocorrer a alienação ou
baixa, desde que controlados em sub-conta distinta (Lei 12.973/14).

j) Despesas de organização pré-operacionais ou pré-industriais, à razão de 1/60, a partir do


início das operações ou da plena utilização das instalações; e/ou do início das atividades
das novas instalações, controladas na Parte B do LALUR (Lei 12.973/14).

k) Receita financeira relativa a ajuste a valor presente, em decorrência da realização do ativo


(Lei 12.973/14).

l) Juros de empréstimos vinculados à aquisição, à construção ou à produção de ativos que


demandam um período de tempo substancial para ficarem prontos, para seu uso ou venda
(Lei 12.973/14).

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10) ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS

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10.1) Despesas Não Dedutíveis

Todo dispêndio feito pela pessoa jurídica para a aquisição de bens, serviços ou utilidades,
é considerado dedutível se for feito com o propósito de manter em funcionamento a fonte
produtora de rendimentos. Neste contexto, o artigo 299 do RIR, estabelece três requisitos
que habilitam determinado gasto a ser considerado como dedutível para fins de IRPJ: que
seja incorrido; que seja necessário ou útil para a manutenção da atividade da pessoa
jurídica; e que seja devida e adequadamente comprovado.

São exemplos de despesas não dedutíveis:


1) despesas com brindes;
2) qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de
empregados e de 13º salário, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de
capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é
exigida pela legislação especial a elas aplicável;
3) das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou
imóveis, não relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos
bens e serviços;
4) despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos,
taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, não
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços (artigo 25 da
IN SRF 11/96);
5) despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
6) contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de
saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social,
instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;
7) despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto de
arrendamento mercantil pela arrendatária, na hipótese em que esta reconheça
contabilmente o encargo.
8) doações, exceto as efetuadas em favor de: projetos de natureza cultural aprovados
pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) relacionados nos artigos 25
e 26 da Lei nº 8.313/91; instituições de ensino e pesquisa sem finalidade lucrativa,
até 1,5% do lucro operacional; entidades civis sem fins lucrativos, até 2% do lucro
operacional, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa
22
jurídica doadora e seus dependentes ou da comunidade em que atuem desde que
observados os demais limites e demais condições. (artigo.13 da Lei 9.249/95);
9) despesas sem comprovação documental;
10) demais despesas pagas por liberalidade da empresa, sem qualquer relação com a
atividade exercida, as quais detalharemos a seguir.

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Gastos com Sócios e Dirigentes

São dedutíveis na determinação do lucro real, sem qualquer limitação, as retiradas dos
sócios, diretores ou administradores, titular de empresa individual e conselheiros fiscais e
consultivos, desde que escriturados em custos ou despesas operacionais e correspondam a
remuneração mensal e fixa por prestação de serviços.

Não serão dedutíveis na determinação do lucro real as percentagens e ordenados pagos a


membros de diretorias das sociedades por ações que não residam no País (RIR – artigo 357/
IN RFB 1.515/15 - artigo 29)

Caracteriza Remuneração Indireta (RIR - artigo 358):

1) contraprestações de arrendamento mercantil, aluguel, encargos de depreciação de


veículo utilizado no transporte pessoal, bem como a conservação, o custeio e a
manutenção a este relativos.
2) imóvel cedido para uso;
3) as despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa pagas diretamente ou
através da contratação de terceiros.
4) a aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para utilização pelo beneficiário fora
do estabelecimento da empresa;
5) os pagamentos relativos a clubes e assemelhados;

23
6) o salário e respectivos encargos sociais de empregados postos à disposição ou cedidos,
pela empresa, a administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros;

A empresa deverá identificar os beneficiários das despesas e adicionará aos respectivos


salários os valores a elas correspondentes. A inobservância das regras implicará a tributação
dos respectivos valores, exclusivamente na fonte (RIR - artigo 358).

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Participação nos Lucros

Para fins de apuração do Lucro Real, a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa
operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do
próprio exercício de sua constituição (regime de competência). Para tanto, a dedução da
despesa antes do efetivo pagamento pressupõe que o valor das participações a pagar esteja
definitivamente quantificado, pois, caso contrário, tratar-se-á de uma provisão e, como tal,
tem a sua dedução vedada pelo artigo 249, inciso I do RIR.

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Gratificações

A despesa com o pagamento de gratificação a empregados poderá ser deduzida na apuração


do Lucro Real, independentemente de limitação. É vedada a dedução de despesas com

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gratificação de sócios, acionistas e administradores, exceto se tais gastos forem enquadrados
e tributados como remuneração indireta (RIR – artigo 303).

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Alimentação

As despesas com alimentação somente poderão ser dedutíveis, para efeito de apuração do
Lucro Real, quando fornecida pela pessoa jurídica, indistintamente, a todos os seus
empregados. A dedutibilidade aplica-se, também, às cestas básicas de alimentos fornecidas
pela empresa, com a mesma condição acima.

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Gastos com Viagens

As despesas de viagens são dedutíveis na apuração do Lucro Real desde que seja
comprovada a sua necessidade para o desempenho das atividades da empresa através de
documentos hábeis, tais como contratos, atas de reuniões, etc. Recomenda-se o uso de
relatórios para fins de contraprestação dos valores pagos e gastos, nos quais deve constar a
identificação do usuário de tais despesas (PN CST 10//92).

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Gastos com FAPI / Previdência Privada

São dedutíveis as despesas com contribuições para previdência complementar, para os


Fundos de Aposentadoria Programada Individual (FAPI), cujo ônus seja da pessoa jurídica,
desde que não exceda, em cada período de apuração, a 20% do total dos salários dos
empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano.

Para a dedução das despesas, é necessário que o plano atinja, no mínimo, 50% dos seus
empregados (IN 497/05, art. 3º; RIR – artigo 361 a 363). São equiparáveis aos empregados
ou associados os gerentes, diretores, conselheiros ocupantes de cargo eletivo e outros
dirigentes de patrocinadores e instituidores (IN 497/05, art. 4º).

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Planos de Saúde

São dedutíveis as despesas não compulsórias destinadas a custear seguros e planos de saúde
em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica (Lei 9.249/95 – artigo 13; IN SRF
390/04 – artigo 59 e 60). Para fins de dedutibilidade, a referida despesa não poderá exceder,
em cada período de apuração, a 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração
dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano. O valor do excesso deverá ser
adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do Lucro Real (RIR – artigo 360).

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Instrução e Treinamento

Poderão ser deduzidas como despesa operacional os gastos efetuados com a formação
profissional de empregados, e desde que comprovada a sua efetiva necessidade e estrita
vinculação com as atividades da pessoa jurídica (artigo 358).

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Prêmios de Seguro de Vida

São dedutíveis os gastos com assistência social, desde que compulsoriamente destinados a
todos os funcionários. Assim, por analogia, o referido prêmio de seguro é uma forma de
assistência social, consequentemente, aplica-se o mesmo tratamento (PN CST 2/86). Quanto
aos prêmios de seguro de vida dos sócios da empresa, é vedada a dedutibilidade destes
gastos, visto que tal dispêndio não é considerado usual ou normal, e ainda, no caso de
indenização, esta não será computada no Lucro Real (PN CST 239/70).

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Conselhos de Classe

Nos termos do PN CST 133/71, constituem despesas operacionais necessárias à atividade


das empresas, desde que haja correspondência entre o objeto social da empresa e a categoria
econômica ou profissional abrangida pelo órgão de classe a que esteja filiada.
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Confraternização

As despesas realizadas com confraternização de final de ano não estão sob a égide da
legislação tributária como despesas dedutíveis do lucro operacional, tanto para fins de
apuração do IRPJ como da base de cálculo da CSLL, carecendo assim de fundamentação
legal para sua efetividade. Todavia, o Fisco, através do PN CST nº 322/71, proferiu
entendimento favorável para a dedutibilidade de despesas com relações públicas em geral,
tais como, almoço, recepções, festas de congraçamento, etc.

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Propaganda

São admitidos, como despesas de propaganda, desde que diretamente relacionados com a
atividade explorada pela empresa e respeitado o regime de competência:

1) Os rendimentos específicos de trabalho assalariado, autônomo ou profissional, pagos


ou creditados a terceiros;
2) A aquisição de direitos autorais de obra artística; as importâncias pagas ou creditadas
a empresas jornalísticas, correspondentes a anúncios ou publicações;
3) As importâncias pagas ou creditadas a empresas de radiodifusão ou televisão,
correspondentes a anúncios, horas locadas ou programas; as despesas pagas ou
creditadas a quaisquer empresas, inclusive de propaganda.

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As despesas com amostra grátis de produtos, desde que a distribuição seja contabilizada,
nos livros de escrituração da empresa, pelo preço de custo real; a saída esteja acobertada
por notas fiscais; o valor das amostras distribuídas em cada ano-calendário não ultrapasse
os limites estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, tendo em vista a natureza do
negócio (até o máximo de 5% da receita obtida na venda de produtos).

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Comissões e Assessoramento

As despesas com comissões e assessoramento são consideradas dedutíveis quando as


respectivas notas fiscais indicarem a operação que lhes deu causa. Notas fiscais com
descrições genéricas, tais como “comissões” ou “assessoria comercial”, desacompanhadas
do relatório das vendas ou contrato de prestação dos serviços respectivamente, podem ser
caracterizadas como indedutíveis pelo Fisco.

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Pagamentos a Beneficiários Não Identificados

Não são dedutíveis as importâncias declaradas como pagas ou creditadas a título de


comissões, bonificações, gratificações ou semelhantes, quando não for indicada a operação
ou a causa que deu origem ao rendimento e quando o comprovante do pagamento não

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individualizar o beneficiário do rendimento (RIR – artigo 304). Os pagamentos a
beneficiários não identificados ficam sujeitos à retenção do IRRF pela alíquota de 35%.

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Tributos e Contribuições

Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime


de competência, exceto os tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa. O
valor da CSLL é indedutível na apuração do Lucro Real.

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Multas

Não são dedutíveis como custo ou despesas operacionais as multas por infrações fiscais,
salvo as de natureza compensatória e as impostas por infrações de que não resultem em
falta ou insuficiência de pagamento de tributo. (PN CST 61/79).

As multas impostas por descumprimentos de obrigações contratuais são dedutíveis para


fins de IRPJ e CSLL desde que sejam observados os seguintes parâmetros: guardar relação
com a atividade operacional do contratado; haja documentação idônea para comprovação
junto as autoridades fiscais; e haja a comprovação do dispêndio por parte da contratada
(PN CST 66/76).

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As multas por infrações de outras naturezas, tais como multas de trânsito e por infração à
legislação trabalhista são indedutíveis (RIR artigo 344).

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Royalties, Assistência Técnica, Científica ou Administrativa

As importâncias pagas a título de royalties e assistência técnica, científica, ou semelhante,


poderão ser deduzidas até o limite máximo de 5% da receita líquida das vendas do produto
fabricado ou vendido.

As importâncias pagas a título de aluguéis ou royalties pela exploração ou cessão de


patentes ou pelo uso ou cessão de marcas, bem como a título de remuneração que envolva
transferência de tecnologia (assistência técnica, científica, administrativa ou semelhantes,
projetos ou serviços técnicos especializados) somente serão dedutíveis a partir da
averbação do respectivo ato ou contrato do Instituto da Propriedade Industrial (INPI) (RIR
artigo 35).

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Perdas no reconhecimento de créditos

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De acordo com a Lei 9.430/96, poderão ser registrados como perda (dedutível) os seguintes
créditos:
a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença
emanada pelo poder judiciário;
b) sem garantia, respeitados os seguintes limites e condições:
b.1) até R$ 5.000,00 por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de
iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b.2) acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém,
mantida a cobrança administrativa;
b.3) superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de 1 ano, desde que iniciados e mantidos
os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
c) com garantia, ou seja, aqueles provenientes de vendas com reserva de domínio, de
alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, vencidos há
mais de 2 anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu
recebimento ou o arresto das garantias;
d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,
relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.

Com a alteração promovida pela Lei 13.097/15, para os contratos inadimplidos a partir de
08/10/14, poderão ser registrados como perda os créditos:

a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença


emanada do Poder Judiciário;
b) sem garantia, de valor:
b.1) até R$ 15.000,00 por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses, independentemente
de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b.2) acima de R$ 15.000,00 até R$ 100.000,00, por operação, vencidos há mais de 1 (um)
ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento,
mantida a cobrança administrativa; e
b.3) superior a R$ 100.000,00, vencidos há mais de 1 ano, desde que iniciados e mantidos
os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
c) com garantia, vencidos há mais de 2 anos, de valor:

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c.1) até R$ 50.000,00, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o
seu recebimento ou o arresto das garantias; e
c.2) superior a R$ 50.000,00, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e
d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação
judicial, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a
pagar.

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10.2 Variações Monetárias

De acordo com o artigo 30 da MP 2.158-31 e Instrução Normativa SRF 1.079/10, as


variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da
taxa de câmbio, deverão ser consideradas, para fins de determinação do Lucro Real e da base
de cálculo da CSLL quando da liquidação da correspondente operação, segundo o regime de
caixa.

À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na


determinação da base de cálculo dos tributos, segundo o regime de competência. A opção
prevista deverá ser aplicada, de forma simultânea, a todo o ano-calendário e a todos os
tributos referidos acima. A partir do ano-calendário de 2011, o direito de optar pelo regime
de competência somente poderá ser exercido, por meio da DCTF no mês de janeiro ou no
mês do início de atividades.

O direito de alteração do regime de competência para o regime de caixa, no reconhecimento


das variações monetárias, no decorrer do ano-calendário é restrito aos casos em que ocorra
elevada oscilação da taxa de câmbio. A alteração deverá ser informada à RFB por intermédio
da DCTF relativa ao mês subsequente ao qual se verificar a elevada oscilação. Ocorre

33
elevada oscilação da taxa de câmbio quando, no período de um mês-calendário, o valor do
dólar dos Estados Unidos da América para venda apurado pelo Banco Central do Brasil
sofrer variação, positiva ou negativa, superior a 10%.

Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime


de caixa para o critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de
competência de um ano para outro, deverão ser computadas do Lucro Real e da base de
cálculo da CSLL, em 31 de dezembro do período de encerramento do ano precedente ao da
opção, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações incorridas até essa
data, inclusive as de períodos anteriores ainda não tributadas.

Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime


de competência para o critério de reconhecimento das variações monetárias pelo regime de
caixa, no período de apuração em que ocorrer a liquidação da operação, deverão ser
computadas do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL as variações monetárias dos direitos
de crédito e das obrigações relativas ao período de 1 º de janeiro do ano-calendário da opção
até a data da liquidação.

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10.3) Equivalência Patrimonial

A equivalência patrimonial é um método contábil de avaliação de investimentos que consiste


em atualizar o valor do investimento com base na participação societária de um empresa
(sociedade investidora) em outra empresa (sociedade investida), para fins de reconhecimento
dos seus efeitos na demonstração do resultado do exercício.

Dessa forma, a denominação de equivalência patrimonial é representativa da operação que


será realizada após a aquisição da participação: ajustar o saldo do investimento por
equivalência à parte do investidor em quaisquer mutações no Patrimônio líquido da
34
investida, utilizando-se a participação efetiva do investidor. Em relação às contrapartidas do
ajuste será efetuada de acordo com a natureza da mutação do patrimônio líquido da investida,
podendo ser classificado no resultado como uma despesa ou uma receita. Em ambos os casos
não terá efeito na apuração do Lucro Real.

Deverão ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial as sociedades anônimas ou


não que tenham participação societária relevante em:

a) Sociedades controladas;
b) Sociedades coligadas sobre cuja administração a sociedade investidora tenha influência;
c) Sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe em 20% ou mais do
capital social.

De acordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 243 da Lei 6.404/76 (Lei das S/A),
consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa, com 10% ou mais, do capital
da outra, sem controlá-la e controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou
através de outras controladas, é titular de direitos dos sócios que lhe assegurem, de modo
permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores.

O artigo 248 da Lei 6.404/76 estabelece a obrigatoriedade da adoção do método de


equivalência patrimonial na avaliação em coligadas, controladas e em outras sociedades que
façam parte do mesmo grupo para as Sociedades por Ações. Também é obrigatório para
todas as empresas tributadas pelo Lucro Real, mesmo que não seja uma empresa S/A.

O CPC 18 – Investimentos em Coligadas define influência significativa como “o poder de


participar nas decisões financeiras e operacionais de uma entidade, sem controlar de forma
individual ou conjunta essas políticas”.

O valor do investimento, através do método da equivalência patrimonial, será obtido através


do seguinte cálculo:

1) Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre o valor do patrimônio


líquido da coligada ou controlada; e
35
2) Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não realizados, conforme
definido no parágrafo 1º do artigo Instrução CVM nº 247/96, líquidos dos efeitos fiscais.

As contrapartidas do ajuste de equivalência dependerão da natureza da mutação do


patrimônio líquido da investida, podendo ser classificadas no resultado como uma despesa
ou uma receita. Em ambos os casos não haverá efeito na apuração do Lucro Real.

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11) COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS E BASE NEGATIVA DA


CSLL

O Lucro ou Prejuízo Líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões autorizadas pela
legislação fiscal, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais e base negativa
da CSLL de períodos de apuração anteriores em até, no máximo, 30% do referido Lucro ou
Prejuízo Líquido ajustado. A compensação está limitada ao valor registrado na parte B do
e-LALUR e do e-LACS.

Os prejuízos não operacionais, somente poderão ser compensados com lucros da mesma
natureza. Devem ser considerados prejuízos ou lucros não operacionais apenas os resultados
decorrentes de alienação de bens ou direitos do ativo não circulante.

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12) ALIQUOTAS

A alíquota do IRPJ em vigor é 15% sobre o Lucro Real apurado. Alem do imposto de 15%,
incidente sobre a totalidade do lucro real apurado, as empresas estão sujeitas ao adicional de
10%, de acordo com as seguintes normas:

1) as empresas que apuram o Lucro Real trimestral, estão sujeitas ao adicional de 10%
sobre a parcela do lucro real trimestral que exceder a R$ 60.000,00;
2) as empresas que apuram o Lucro Real anual, estão sujeitas ao adicional de 10% sobre a
parcela: do Lucro Real Anual, que ultrapassar a R$ 240.000,00; do Lucro Real do
período em curso, apurado com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução,
que ultrapassar o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de
meses envolvidos na apuração (ex. para o lucro real acumulado relativo ao período
janeiro a junho, o adicional incidirá sobre a parcela que exceder a: R$ 20.000,00 x 5 =
R$ 120.000,00).

A alíquota da CSLL é:

1) 20% para bancos, empresas de seguros privados e de capitalização, distribuidoras de


valores mobiliários, corretoras de câmbio, sociedades de crédito, de financiamento e
investimentos, administradoras de arrendamento mercantil e de cartão de crédito e
associações de poupança e empréstimos;
2) 17% para cooperativas de crédito;
3) 9% para as demais pessoas jurídicas.

As alíquotas acima são aplicáveis tanto no Lucro Real Trimestral como no Lucro Real Anual.

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13) DEDUÇÃO DE IR/CS RETIDOS NA FONTE

Do valor do IRPJ devido, a empresa poderá deduzir:

a) o valor do IRRF sobre as receitas que integraram a base de cálculo;


b) o valor do IRRF por órgãos públicos federais, entidades da administração pública
Federal, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
c) o valor do IRRF sobre os rendimentos de aplicações financeiras;

Do valor da CSSL devida, a empresa poderá deduzir:

a) o valor da CSLL retida na fonte por órgãos públicos federais, entidades da


administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal;
b) o valor da CSLL retida por outras pessoas jurídicas sobre receitas computadas na
apuração da base de cálculo.

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14) DEDUÇÃO DE INCENTIVOS FISCAIS

Do valor do IRPJ normal devido, a empresa poderá deduzir incentivos fiscais, observados os
limites e condições previstos na legislação pertinente:

a) Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), através da multiplicação do número de


refeições fornecidas no período de apuração por R$ 1,99, limitado até 4% do imposto
devido;

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b) 100% do valor investido em projetos de caráter cultural e artístico listados no artigo 18
da Lei 8.313/91; 30% do valor investido em patrocínios, e 40% investido em doações
para projetos listados nos artigos 25 e 26 da Lei 8.313/91, até o limite de 4% do imposto
devido;
c) 100% do valor investido em obras audiovisuais, até o limite de 3% do imposto devido;
d) Doações feitas aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente, até o limite de 1%
do imposto devido;
e) Atividades de caráter desportivo, até o limite de 1% do imposto devido;
f) Valor despendido na aquisição de vale-cultura distribuído no Âmbito do Programa de
Cultura do Trabalhador;
g) Remuneração da empregada paga no período de prorrogação da licença-maternidade (60
dias).

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15) SALDO NEGATIVO DE IRPJ/CSLL

Ocorre quando o total das deduções utilizadas no cálculo do IRPJ e da CSLL é superior ao
imposto de renda apurado no período. Este saldo negativo será registrado contabilmente em
conta própria no ativo, e será atualizado mensalmente pela taxa de juros SELIC, a partir do
trimestre seguinte ao de encerramento da apuração do Lucro Anual Trimestral; ou a partir de 1º
de janeiro do ano-calendário seguinte ao de apuração do Lucro Real Anual.

O saldo negativo atualizado poderá ser utilizado para compensar o IRPJ e a CSLL devidos nos
próximos períodos de apuração. Esta compensação deverá ser feita através de PER-DCOMP, e
declarada na DCTF na Ficha “Outras Compensações”.
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16) GANHO DE CAPITAL

Os ganhos ou as perdas de capital apurados na alienação ou baixa de bens do ativo não


circulante devem ser computados no resultado do período de apuração em que o bem for
alienado ou baixado, como ganho tributável ou perda dedutível (RIR/1999, art. 418).

Apura-se o ganho ou a perda de capital em uma conta de resultado, confrontando-se o preço


obtido na venda do bem e o respectivo valor contábil, assim entendido o que estiver registrado
na escrituração do contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou
exaustão acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos.

Nas vendas de bens do ativo não circulante classificados como investimentos, imobilizado ou
intangível, para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o término do exercício social
seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito de determinar o Lucro Real,
reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida em cada período de apuração.

Os ganhos decorrentes de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não integrarão
a base de cálculo do imposto, no momento em que forem apurados.

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17) REGIME DE ESTIMATIVA

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Como já vimos, a empresa optante ou obrigada ao Lucro Real deverá, mensalmente, efetuar a
apuração e o recolhimento do IRPJ e da CSSL com base na receita bruta (estimativa mensal).
Os valores recolhidos com base neste regime serão considerados como antecipação do IRPJ e
da CSLL devidos com base no lucro real anual.

A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta
alheia (intermediação e consignação, por exemplo) e demais receitas da atividade ou objeto
principal da pessoa jurídica.

Na receita bruta incluem-se os tributos incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor


presente (AVP). Não se incluem os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do
comprador ou contratante, além do preço do bem ou serviço, e dos quais o vendedor dos bens
ou o prestador dos serviços seja mero depositário, como é o caso do IPI e do ICMS-ST.

Podem ser deduzidos da receita bruta da atividade as seguintes parcelas:

a) as vendas canceladas;

b) os descontos incondicionais concedidos (descontos na nota fiscal); e

c) os tributos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos


quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (IPI, ISS e os
tributos e contribuições cobrados na condição de substituto tributário), caso estejam
incluídos na receita bruta.

A base de cálculo é o montante determinado pela soma das seguintes parcelas:

1) o valor resultante da aplicação de percentuais sobre a receita bruta da atividade;

2) os ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos correspondentes a receitas


não abrangidas pelas receitas acima, exceto os auferidos em aplicações financeiras de
renda fixa e renda variável;

3) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica,
deduzida dos encargos necessários à sua percepção.

4) as variações monetárias ativas (quando a opção for pelo regime de caixa, as liquidadas).
41
A receita bruta para cálculo da estimativa inclui os ajustes a valor presente (AVP). Os valores
do AVP apropriados como receita financeira não deverão ser incluídos na base de cálculo do
imposto. Também não integrarão a base de cálculo do imposto os ganhos decorrentes de
avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo, no momento em que forem apurados
(Lei 12.973/14).

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Não integram a base de cálculo do imposto sobre a renda mensal:

1) os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e de


renda variável.
2) as receitas decorrentes de incentivos fiscais, na proporção do benefício de isenção ou
redução do imposto a que a pessoa jurídica.
3) as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
4) a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
5) os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo custo de
aquisição em empresas domiciliadas no Brasil.
6) a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados pelo método da
equivalência patrimonial;
7) os juros sobre o capital próprio auferidos;
8) o ganho proveniente de compra vantajosa na aquisição de investimentos (deságio), que
integrará a base de cálculo do imposto no mês em que houver a alienação ou baixa do
investimento;
9) as receitas decorrentes de subvenções para investimento, desde que os registros nas
respectivas reservas de lucros sejam efetuados até 31 de dezembro do ano em curso (Lei
12.973/14).
10) o ganho decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo.
42
A base de cálculo para determinação do pagamento mensal do IRPJ será determinada mediante
a aplicação de um percentual variável de acordo com a atividade da empresa, sobre a receita
bruta da venda de bens ou da prestação de serviços, conforme legislação vigente:

Atividade IRPJ CSLL

Revenda de combustíveis 1,6% 12%

Comércio e indústria 8% 12%

Serviços de transporte de cargas 8% 12%

Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico médico, desde que a 8% 12%


prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade
empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA).
Prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou 8% 32%
melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de
serviço público.

Atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação 8% 32%


imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda
de imóveis construídos ou adquiridos para revenda.

Construção por empreitada com emprego de todos os materiais 8% 32%


indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra.
Serviços de transporte (exceto transporte de carga). 16% 12%

Instituições financeiras, empresas de seguros privados e de capitalização 16% 32%


e entidades de previdência privada aberta.

Factoring (*) 32% 32%

Intermediação de negócios (*) 32% 32%

Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza 32% 32%


(*)
Demais Serviços (*) 32% 32%

Nota:
(*) As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras desses serviços, cuja receita bruta anual
seja de até R$ 120.000,00, poderão utilizar, na determinação da base de cálculo do imposto

43
sobre a renda, o percentual de 16%. A pessoa jurídica que houver utilizado acima para o
pagamento mensal do imposto, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano-
calendário exceder o limite de R$ 120.000,00, ficará sujeita ao pagamento da diferença do
imposto postergado, apurada em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês
subsequente àquele em que ocorrer o excesso.

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Do imposto devido, a empresa poderá deduzir:

1) o imposto pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo;
2) o imposto retido na fonte por órgãos públicos federais, entidades da administração pública
federal, e Estados, Municípios e Distrito Federal;
3) os incentivos fiscais, observados os limites e condições previstos na legislação pertinente,
relativos a:
4) Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), através da multiplicação do número
de refeições fornecidas no período de apuração por R$ 1,99, limitado até 4% do
imposto devido;
5) 100% do valor investido em projetos de caráter cultural e artístico listados no artigo
18 da Lei 8.313/91; 30% do valor investido em patrocínios, e 40% investido em
doações para projetos listados nos artigos 25 e 26 da Lei 8.313/91, até o limite de 4%
do imposto devido;
6) 100% do valor investido em obras audiovisuais, até o limite de 3% do imposto devido;
7) Doações feitas aos Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente, até o limite de
1% do imposto devido;
8) Atividades de caráter desportivo, até o limite de 1% do imposto devido;
9) Valor despendido na aquisição de vale-cultura distribuído no Âmbito do Programa de
Cultura do Trabalhador;

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10) Remuneração da empregada paga no período de prorrogação da licença-maternidade
(60 dias).

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17.3) Apuração da base de cálculo CSLL

A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro das empresas tributadas com base
no regime de estimativa corresponde à soma dos seguintes valores:

a) 12% da receita bruta de venda mensal da atividade;

b) 32% da receita bruta de serviço mensal da atividade, exceto serviços hospitalares e


auxiliares, e de transporte.

c) rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda fixa;

d) ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda variável;

e) ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não


abrangidas pelas letras anteriores (inclusive de aplicações financeiras).

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16.4) Cálculo da CSLL devida

Do valor da CSSL devida poderá ser deduzido:


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a) o valor da CSLL retida na fonte por órgãos públicos federais, entidades da administração
pública federal, e Estados, Municípios e Distrito Federal;

b) o valor da CSLL retida por outras pessoas jurídicas sobre receitas computadas na
apuração da base de cálculo.

EXEMPLO:

Receita bruta mensal prestação de serviços 300.000,00


(=) Lucro estimado com base na receita bruta 8% 96.000,00
(+) Receita Financeira 4.000,00
(=) Lucro Estimado com base na receita bruta e acréscimos 100.000,00
(=) IRPJ 15% 15.000,00
(=) Adicional 10% x (100.000,00 – 20.000,00) 8.000,00
(=) CSLL 9% 9.000,00

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18) BALANÇO OU BALANCETE DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO

Quando a pessoa jurídica entender que os recolhimentos mensais por estimativa, calculados
com base na receita bruta e acréscimos, se revelarão indevidos ao final do ano-calendário,
ou que os valores já recolhidos até o mês superam o valor que seria devido com base no
lucro real anual, poderá:

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1) Suspender o recolhimento mensal, desde que demonstre que o valor do imposto devido,
calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do
imposto de renda devido, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário,
anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado; ou

2) Reduzir o valor do imposto ao montante correspondente à diferença positiva entre o


imposto devido no período em curso, e a soma do imposto de renda devido,
correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o
balanço ou balancete levantado.

O resultado contábil desses balanços ou balancetes, levantados com observância das


disposições contidas nas leis comerciais e fiscais, deverá ser ajustado por todas as adições
determinadas e exclusões e compensações admitidas pela legislação do imposto de renda,
inclusive o limite de 30% na compensação de prejuízos de anos-calendário anteriores. A
cada balanço ou balancete a pessoa jurídica deverá agir como se fosse a apuração final do
lucro real (ajuste anual antecipado).

Ocorrendo apuração de prejuízo fiscal no balanço ou balancete de suspensão, a pessoa


jurídica estará dispensada do pagamento do IRPJ e da CSLL correspondente ao mês em
referência.

Esse balanço de acompanhamento poderá ser levantado em todos os meses, a partir de


janeiro do ano-calendário, de forma que cada balanço ou balancete englobe o período de
janeiro até o mês do seu levantamento.

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Se o balanço ou balancete tiver como termo final o mês de dezembro do ano-calendário para
apuração da antecipação deste mês, deverão ser efetuadas, se aplicáveis, as seguintes
adições:

a) Lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;

b) Ajuste relativo aos Preços de Transferência.

c) Ajuste relativo ao excesso de juros em decorrência das regras de sub-capitalização.

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18.1) CÁLCULO DO IRPJ E DA CSLL COM BASE EM BALANÇO OU BALANCETE


DE SUSPENSÃO/REDUÇÃO

As alíquotas e deduções permitidas são as mesmas aplicáveis à apuração do lucro real anual
ou trimestral. No caso de pagamento mensal com base no resultado de balanço ou balancete
acumulado, o adicional de 10% incide sobre a base de cálculo que exceder a R$ 20.000,00
multiplicado pelo número de meses abrangido pelo balanço ou balancete.

Para fins de determinar se é possível a suspensão ou redução do IRPJ, considera-se como


valor pago a soma dos valores correspondentes ao imposto de renda:

1) dos meses anteriores pago mensalmente com base na receita bruta e acréscimos e/ou
em balanços de suspensão/redução (antecipação);

2) retido na fonte sobre receitas ou rendimentos computados na determinação do lucro


real do período em curso, inclusive os decorrentes de aplicações financeiras de renda
fixa e de juros sobre o capital próprio;

3) demais impostos pagos sobre receitas que compõem a base de cálculo.

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18.2) AJUSTE ANUAL – APROVEITAMENTO DAS ANTECIPAÇÕES MENSAIS

As pessoas jurídicas que optaram pelos recolhimentos mensais por estimativa (receita bruta
ou balanço de suspensão/redução), deverão apurar o lucro real anual em 31 de dezembro,
com a finalidade de determinar o imposto efetivamente devido no ano-calendário.

A pessoa jurídica poderá deduzir do imposto e adicional apurados em 31 de dezembro,


correspondente ao ajuste anual, os valores relativos às antecipações mensais efetivamente
pagas, seja com base na estimativa ou em balanço de suspensão/redução, nos meses de
janeiro a dezembro do mesmo ano calendário.

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19) PAGAMENTO DO IRPJ/CSLL

O valor a pagar poderá ser compensado com:

1) pagamento indevido ou a maior que o devido de IRPJ ou CSLL;

2) saldo negativo de IRPJ ou CSLL de períodos anteriores;


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3) outras compensações efetuadas mediante Declaração de Compensação (PERDCOMP)
ou processo administrativo.

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Legislação Aplicável

• Lei 9.430/96
• Lei 11.638/07
• Lei 12.973/14
• Decreto 3.000/99 (RIR)
• Instrução Normativa SRF 11/96
• Instrução Normativa SRF 267/92
• Instrução Normativa RFB 1.700/17

Bibliografia Sugerida

• PEGAS, Paulo. Manual de Contabilidade Tributária. 9ª Ed. Freitas Bastos, 2017.


• HIGUCHI, Hiromi. Imposto de Renda das Empresas. 41ª Ed. IR Publicações, 2016.
• DAS NEVES, Silvério; VICECONTI, Paulo; AGUIAR, Francisco. Curso Prático de
Imposto de Renda e Tributos Conexos. 16ª Ed. Fiscosoft Thompson Reuters, 2015.
• PEGAS, Paulo. Manual de Contabilidade Tributária. 8ª Ed. Freitas Bastos, 2014.

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EXERCICIOS DE FIXAÇÃO

1) A empresa A, optante pelo Lucro Real Trimestral, apresentou os seguintes dados nos
trimestres do exercício de 2015:

1º. Trimestre - Prejuízo Fiscal R$ 30.000,00


2 º. Trimestre – Lucro Real R$ 40.000,00
3º. Trimestre – Lucro Real R$ 60.000,00
4º. Trimestre – Lucro Real R$ 100.000,00

Calcular a compensação de prejuízos fiscais em cada um dos trimestres e indicar o saldo


em 31/12/2015.

2) A empresa B possui saldo de prejuízos fiscais no valor de R$ 1.000,00, registrados na


parte B do LALUR, e apresenta no ano, um Lucro antes IR no valor de R$ 3.000,00,
incluindo o resultado positivo de participação em controladas e coligadas (equivalência
patrimonial) no valor de R$ 200,00. O valor do IR será de:
a) 270,00 b) 294,00 c) 300,00 d) 315,00 e) 375,00

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3) A empresa C, que possui atividade industrial, apresenta os seguintes dados no mês de
janeiro de 2015:

Receita da Venda de Produtos 600.000,00


ICMS s/Vendas 50.000,00
AVP s/ Receita 50.000,00
Devoluções de Venda 100.000,00
Receita de Aluguel de Imóveis 150.000,00
Rendimentos de Aplicações Financeiras 30.000,00
IRRF s/aplicações financeiras 600,00

Apurar o IRPJ e CSLL com base na Receita Bruta e Acréscimos (Regime de Estimativa)

4) A empresa D, que possui atividade engenharia consultiva, apresenta os seguintes dados


no mês de janeiro de 2015:

Receita de Prestação de Serviços 600.000,00


Receita de Aluguel de Imóveis 150.000,00
Rendimentos de Aplicações Financeiras 30.000,00
IRRF s/aplicações financeiras 600,00

Apurar o IRPJ e CSLL com base na Receita Bruta e Acréscimos (Regime de Estimativa)

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5) Apurar o IRPJ e CSLL através de Balanço/balancete acumulado até fevereiro de 2015
considerando os recolhimentos por estimativa calculados anteriormente com base nos
dados a seguir:

Resultado contábil R$ 700.000,00


Provisão para Impairment de Máquinas R$ 300.000,00
Multas Trabalhistas R$ 100.000,00
Despesa Financeira (AVP) R$ 100.000,00
Receita de Variação Cambial (Regime de Caixa) R$ 150.000,00
Resultado positivo de equivalência patrimonial. R$ 150.000,00
IRRF sobre serviços prestados R$ 21.000,00
CSRF sobre serviços prestados R$ 14.000,00
Saldo Prejuízo fiscal (Parte B) R$ 600.000,00

6) Com base nos dados acima, a empresa E pretende investir R$ 10.000,00 em um projeto
cultural para fins de dedução do IRPJ/CSLL, tendo as opções a seguir:

Incentivo Despesa Dedução Limite


Dedutível do IRPJ
Projeto Cultural - artigo 18 da
Não 100% 4% do valor do IRPJ
Lei Rouanet
Projeto Cultural - artigos 25 e Sim 40% 4% do valor do IRPJ
26 da Lei Rouanet 30%

Qual é a melhor opção para fins tributários?

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7) Considerando as diferenças abaixo identificadas em 01/01/15, data da Adoção Inicial
da Lei 12.973, indique os ajustes de adição e exclusão aplicáveis na apuração do Lucro
Real:

Saldo
Conta Descrição
Societário Fiscal
1.5.03.01.10.001 Veículos 4.560 -
1.5.03.01.10.092.001 Depreciação Acumulada 76 -
2.5.02.01.01 Financ.Arrendamento 5.040 -
2.5.02.01.03 Juros a Apropriar 480 -
3.2.04.01.02.001 Despesa de Juros 10 -
3.2.07.01.10 Despesa de Depreciação 76 -
3.2.03.04 Despesa de Arrendamento - 100

8) A empresa FD apresentou o seguinte resultado no decorrer de 2015:

Janeiro Lucro de 70.000 Fevereiro Lucro de 50.000


Março Lucro de 45.000 Abril Lucro de 35.000
Maio Lucro de 15.000 Junho Prejuízo de 5.000
Julho Prejuízo de 20.000 Agosto Prejuízo de 10.000
Setembro Resultado zero Outubro Prejuízo de 3.000
Novembro Lucro de 29.000 Dezembro Lucro de 44.000

LUCRO APURADO NO ANO CALENDÁRIO: 250.000,00


Calcular o Lucro Real Trimestral e Anual e indicar a melhor opção.
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