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Impresso por Thaissa De Oliveira F Surigue Alves, CPF 145.409.387-03 para uso pessoal e privado.

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CONTRATOS EM ESPÉCIE

CONTRATO DE COMPRA E VENDA – Art. 481 do CC


Teve origem no escambo (troca de bens). É o contrato em que uma das partes se obriga a transferir a outra o
domínio de uma coisa mediante o pagamento convencionado de certo preço em dinheiro.
OBRIGAÇÃO DAS PARTES NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA:

1. VENDEDOR: transferir a coisa alienada


2. COMPRADOR: pagar certo preço em dinheiro

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

1. BILATERAL: existência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si.
2. ONEROSO: ocorrerem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes.
3. CONSENSUAL (regra): se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da
coisa é exaurimento do contrato. Trata-se de contrato típico, uma vez que suas particularidades,
aplicabilidade e elementos são dados pela codificação privada.
4. SOLENE: a compra e venda pode ser negócio formal quando a lei exige solenidade para a realização do
contrato (solene) ou informal quando a lei deixa os contratantes livres (não solene).

ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

1. COISA: é a própria obrigação do vendedor. Em geral, a coisa é corpórea, tangível, ocupa lugar no espaço
2. PREÇO: é a própria obrigação do comprador. Em geral, o preço é em dinheiro, mas se o vendedor aceitar,
pode ser pago mediante título de crédito. Caso haja outras despesas relativas ao contrato, como por
exemplo o transporte da coisa ou registro, a determinação legal é de que tais despesas são suportadas pelo
comprador, se não houver pacto entre as partes em contrário.
3. CONSENSO: é a necessidade de acordo mútuo entre as partes. No contrato de compra e venda, tal consenso
é comprovado através de escritura pública para que haja solenidade, salvo quando a lei dispensar.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1. A compra e vende não transfere o domínio e a propriedade, mas sim obriga o vendedor a transferir o
domínio da coisa, sob pena de inadimplência da obrigação.
2. A coisa móvel deve ser transferir por meio da TRADIÇÂO, de acordo com o Art. 1.226 do CC
3. A coisa imóvel será adquirida em virtude do registro no cartório de registro de imóveis, conforme Art. 1.227
do CC.
4. O único critério que a lei não permite é o livre-arbítrio de um só dos contratantes, sendo, inclusive,
considerado nulo o contrato que desobedecer a essa regra geral, conforme Art. 489 do CC.
5. A compra e venda entre descendentes e ascendentes é permitida, desde que cumpra alguns critérios como a
manifestação expressa dos outros descendentes e cônjuge. Caso não haja tal consentimento, o prazo para
questionar a anulabilidade é de 2 ANOS. É ANULÁVEL. Observar Art. 496 do CC.
6. NÃO PODEM SER COMPRADOS, ainda que em hasta pública – Art. 497 do CC:
a) Pelos tutores, curadores, testamentários e administradores, os bens confiados a sua guarda ou
administração.
b) Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que
estejam sob sua administração direta ou indireta.
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c) Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça,
os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que
se estender a sua autoridade.
d) Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

CLAUSULAS ESPECIAIS AO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

1. RETROVENDA
2. VENDA A CONTENTO E SUJEITA A PROVA
3. PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA
4. VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO
5. VENDA SOBRE DOCUMENTOS

CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA – Art. 533 do CC


É aquele pelo qual as partes se obrigam, reciprocamente, a transferir o domínio de uma coisa por outra.
Assim como no contrato de compra e venda, gera obrigação avençada entre os permutantes e não direito real. De
acordo com o Art. 535 do CC, aplica-se à troca ou permuta, não que couber, as regras inerentes à compra e venda.

CLASSIFICAÇÃO

1. ONEROSO: ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes.


2. CUMUTATIVO: em regra, as partes conhecem antecipadamente suas prestações.
3. BILATERAL: exigência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si.
4. CONSENSUAL: se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da coisa é
exaurimento do contrato.
5. FORMAL: pode ser negócio formal quando a lei exige solenidade para a realização do contrato ou informal
quando a lei deixa os permutantes livres.

OBSERVÇÕES IMPORTANTES:

1. A troca ou permuta não transfere o domínio e a propriedade, mas, sim, obriga os permutantes a transferir o
domínio da coisa, sob pena de responder por sua inadimplência.
2. Se a coisa for móvel, a transferência dar-se-á em virtude da tradição, se a coisa for imóvel, a aquisição ocorre
em virtude do registro no registro de Imóveis – Art. 1.226 e 1.227 do CC.

PARTICULARIDADES DA TROCA OU PERMUTA:

1. OBJETO DO CONTRATO E RELAÇÃO COM A COMPRA E VENDA: no sentido de bilateralidade, impõe-se que o
objeto da permuta sejam, no mínimo, dois bens que uma vez valorados se compensem. Não é admitido
qualquer situação de onerosidade excessiva, o que justifica a revisão ou resolução do negócio, de acordo
com o caso concreto.
2. AS RESTRIÇÕES À LIBERDADE DE CONTRATAR E CONTRATUAL NA TROCA OU PERMUTA: assim como ocorre
na compra e venda, verifica-se que a atividade desenvolvida pela pessoa exige uma relação de guarda ou
administração que seria incompatível com o contrato em questão. No mesmo sentido, são aplicadas as
regras relacionadas com os riscos sobre a coisa e, dependendo do caso, as regras e cláusulas especais da
compra e venda.
3. DESPESAS CONTRATUAIS: em regra, a há uma divisão em igualdade quando fala-se em despesas inerentes
ao contrato, mas pode haver convenção em contrário – Art. 533 do CC.
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4. TROCA ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES: a lei não exige consentimento dos demais descendentes
e/ou cônjuge em todas as situações práticas, mas somente naquelas em que os valores dos bens
permutados foram distintos.

5. NÃO PODEM SER PERMUTADOS, ainda que em hasta pública – Art. 497 do CC:
a) Pelos tutores, curadores, testamentários e administradores, os bens confiados a sua guarda ou
administração.
b) Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que
estejam sob sua administração direta ou indireta.
c) Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da
justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde
servirem, ou a que se estender a sua autoridade.
d) Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

CONTRATO ESTIMATÓRIO (OU VENDA EM CONSIGNAÇÃO) – Art. 534 a 537 do CC

O contrato estimatório, traz na sua essência um contrato por meio do qual uma determinada pessoa,
denominada “consignante”, transfere ao outro contratante chamado “consignatório” bens móveis, para que este os
venda, pagando um preço; ou devolva os bens findo o contrato, dentro do prazo ajustado – Art. 534 do CC

PARTICULARIDADES DO CONTRATO ESTIMATÓRIO

1. NATUREZA JURÍDICA: controversa, porém, majoritariamente, é um contrato de natureza mercantil ou


contrato de obrigação alternativa.
2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS:
a) Não pode o consignante dispor dos bens antes da restituição; eis que este pode optar entre pagar o
preço da coisa consignada e evitar a devolução do bem
b) O consignatário tem duas opções de cumprimento da obrigação: ou restitui os bens no prazo, se não os
vender, e não quiser adquiri-los; ou paga ao consignante o preço pela coisa.
c) A lei determina que o consignatário não se exonera se o consignatário da obrigação de pagar o preço, se
não restituir, ainda que por causa a ele não imputável, os bens. Destarte, se o bem se perde ou
deteriora, o risco é do consignatário.
d) Os prejuízos gerados à coisa, ou o seu respectivo perdimento por motivo de furto, por exemplo, ou pela
perda ou destruição, subsiste a responsabilidade ao consignatário, podendo ser responsabilizado para o
devido ressarcimento ao consignante.
e) Os bens não podem ser penhorados ou arrecadados em processo movido contra o consignatário
enquanto não for pago ao consignante o respectivo preço, haja vista que a propriedade dos bens ainda
não se consolidou para aquele enquanto não é pago o valor pela coisa.
f) Por não haver transferência do domínio da coisa, que continua na pessoa do consignante, as dívidas do
consignatário não podem gerar a comercialização.
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CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO ESTIMATÓRIO

1. BILATERAL: para uma corrente doutrinária e UNILATERAL para outra corrente, acreditando que, com a
entrega da coisa, e a consequente ocorrência do nascimento do contrato, deslocam-se todas as obrigações e
riscos para o consignatário, sendo as principais delas o pagamento do preço estimado ou a devolução da
coisa, o consignante aufere apenas benefícios, sem arriscar-se.
2. COMUTATIVO: as partes conhecem suas prestações previamente, sendo que há entendimento que tal
contrato pode ser REAL, necessitando a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento.
3. ONEROSO: pagamento de preço
4. NÃO SOLENE: contrato informal quanto à forma.

CONTRATO DE DOAÇÃO – Art. 538 a 564 do CC


Permite que uma pessoa, por mera liberalidade, obrigue-se a transferir bens de seu próprio patrimônio para
o de uma outra. Trata-se de um contrato nominado, uma vez que possui regras previstas no Código Civil.
A doutrina majoritária entende que a doação, enquanto contrato consensual, aperfeiçoa-se a partir do
consentimento de ambos os sujeitos, sendo assim, necessária a aceitação do donatário.

CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE DOAÇÃO

1. UNILATERAL: somente um dos contratantes assume obrigação, enquanto o outro adquire direitos.
2. GRATUITO: com relação às doações puras e simples, pois só há sacrifício patrimonial para uma das partes,
todavia, há divergência quanto às doações onerosas, entendendo a doutrina se tratar de contrato oneroso,
eis que ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes.
3. CONSENSUAL: eis que se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da
coisa é exaurimento do contrato.
4. SOLENE OU NÃO-SOLENE: quanto a exigência ou não da lei de formalidade no negócio.
5. CONTRATO TÍPICO: suas particularidades, aplicabilidade e elementos são definidos pela codificação privada.

ESPÉCIES DE DOAÇÃO

1. DOAÇÃO ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES: A lei não proíbe esse tipo de negociação, apenas impõe
critérios: sob pena de anulabilidade (nulidade relativa) os demais descendentes e o cônjuge (nesse caso
dependendo do regime de bens) deverão expressar seu consentimento. Caso não se verifique o
consentimento, o prazo de anulação será de 2 ANOS. Destarte, por ser considerado adiantamento da
legítima, não é necessário o consentimento dos demais herdeiros para a doação, ou de um cônjuge a outro,
importa adiantamento do que lhes cabe por herança
2. DOAÇÃO ENTRE CÔNJUGES: é nula, se feita com relação aos bens da comunhão. Com relação aos bens
excluídos da comunhão, aplica-se o disposto no Art. 544 do CC.
3. DOAÇÃO FEITA POR PESSOA ADÚLTERA AO SEU CÚMPLICE: trata-se de uma hipótese de nulidade relativa,
eis que se não reclamada a anulabilidade, o contrato poderá convalidar – Art. 550 do CC
4. DOAÇÃO INOFICIOSA: doação nula quando à parte que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento. Dessa forma, se o testador ou doador possui herdeiros
necessários apenas pode dispor de no máximo 50% dos seus bens. A nulidade atinge apenas a parte
inoficiosa – Art. 549 do CC.
5. DOAÇÃO DA TOTALIDADE DOS BENS: a doação universal, ou seja, a doação de todos os bens do doador sem
reserva de patrimônio mínimo para sua subsistência é nula (nulidade absoluta) – Art. 548 do CC.
6. INVALIDADE E REVOGAÇÃO: a doação pode ser nula ou anulável. Além das situações expressas
anteriormente, as hipóteses de nulidade absoluta podem ocorrer em relação aos requisitos gerais ligados a
todo ou qualquer contrato: incapacidade absoluta do doador, por ilicitude ou impossibilidade absoluta do
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objeto e por desobediência à forma prescrita em lei. Quando à possibilidade de revogação de uma doação,
esta pode ocorrer:
a) INGRATIDÃO DO DONATÁRIO
b) INEXECUÇÃO DO ENCARGO

OBSERVAÇÃO: Como regra, a doação, como qualquer contrato, não pode ser revogada segundo a mera vontade do
doador. É irrevogável. Sob pena de provocar insegurança jurídica.

Contudo, admite-se, por exceção e nos casos legais, a revogação da doação, se ocorrer alguma das hipóteses
previstas no Código Civil. A revogação só é possível na doação pura e simples. As doações puramente
remuneratórias, as oneradas com encargo, as feitas em cumprimento de obrigação natural ou para determinado
casamento não podem ser revogadas por ingratidão (CC, art. 564).
O direito de revogar a doação pura e simples é personalíssimo, não se transmitindo aos herdeiros do doador,
nem prejudicando os herdeiros do donatário (CC, art. 560). Não obstante o direito seja personalíssimo, é possível a
sucessão processual. O prazo para a propositura da ação revocatória é de um ano, a contar do conhecimento pelo
doador do fato que a autorize (CC, art. 559)

CONTRATO DE LOCAÇÃO – ART. 565 a 578 do CC


É o contrato que se destina a proporcionar a alguém o uso e gozo, de maneira temporária, de uma coisa
infungível, ou seja, aquela que não pode ser trocada por outra do mesmo gênero, quantidade e qualidade, mediante
contraprestação pecuniária. A locação só existe para coisas, e não para prestação de serviços nas suas mais variadas
estruturas jurídicas.

ELEMENTOS ESSENCIAS DO CONTRATO DE LOCAÇÃO


1. TEMPO: é temporário. Mesmo ocorrendo a omissão no contrato, deve-se presumir que o contrato é finito,
sendo o prazo determinado ou não. Assim, não tem caráter vitalício. Se estipulado por prazo determinado, o
contrato cessa de pleno direito com o seu termo (Art. 573 do CC). Se o termo final ocorre e o locatário não
entrega o bem, tal circunstância, ao ser relevada pelo locador, prorroga o contrato por prazo indeterminado
(Art. 574 do CC). Se o contrato é celebrado por prazo indeterminado, faz-se necessária a notificação do
locatário para que devolva o bem de forma imediata, ou em prazo razoável, sob pena de se arcar com as
consequências jurídicas da mora (Art. 575 do CC).
2. PREÇO: o contrato de locação é um contrato oneroso. A retribuição paga pelo locatário, chamada de aluguel
ou preço, será estabelecida pelas partes, podendo ser fixada mediante arbitramento administrativo ou
judicial, ou ainda imposto pelo Estado nos casos em que o agir estatal pode interferir. O valor, contudo, não
pode ser fixado ao livre arbítrio de uma só das partes. O preço, como na compra e venda, deve ser sério e
compatível com o bem locado e as circunstâncias fáticas que o envolve.
3. COISA: O objeto do contrato de locação pode ser coisa móvel ou imóvel. Desde que se trate de bem
infungível. A locação não pode versar sobre bens fungíveis ou consumíveis. A coisa locada até pode ser
incorpórea (aluguel de patente de invenção, marca etc.). Pode ser também inalienável (como os bens
públicos).

CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

1. BILATERAL: existência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si
2. ONEROSO: eis que ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes
3. COMUTATIVO: porque as partes conhecem antecipadamente suas prestações
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4. CONSENSUAL: eis que se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da
coisa é exaurimento do contrato
5. SOLENE OU NÃO SOLENE: quanto a exigência ou não da lei de formalidade no negócio
6. TIPICO: A aplicabilidade e elementos são definidos pela codificação privada

MODALIDADES DE CONTRATO DE LOCAÇÃO

1. LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA URBANA


2. LOCAÇÃO DE VAGAS AUTÔNOMAS DE GARAGEM OU ESPAÇO PARA ESTACIONAMENTO
3. LOCAÇÃO DE COISAS MÓVEIS OU IMÓVEIS
4. ARRENDAMENTO MERCANTIL
5. ARRENDAMENTO RURAL

DEVERES DAS PARTES

1. LOCADOR: entregar ao locatário a coisa alugada, manter a coisa alugada no mesmo estado e garantir o uso
pacífico da coisa etc.
2. LOCATÁRIO: servir-se da coisa locada para o fim contratado, tratar a coisa alugada como se sua fosse, com
selo e cuidado, pagar pontualmente o aluguel, levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros,
restituir a coisa, ao término da locação, no estado em que a recebeu etc.

CONTRATO DE COMODATO – Art. 579 a 585 do CC

O comodato, enquanto espécie do gênero empréstimo, é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega
uma coisa a outra bem infungível, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada. O contrato de
comodato consiste no empréstimo de bens infungíveis e inconsumíveis, daí serem chamados de empréstimos de
uso.

SUJEITO ENVOLVIDOS NO CONTRATO DE COMODATO

1. COMODANTE: aquele que empresta o bem, que será considerado possuidor indiretos
2. COMODATÁRIO: aquele que recebe o bem emprestado, nesse caso será o possuidor direto. A
responsabilidade do comodatário pela perda ou deterioração do bem depende de comprovação de sua
culpa ou dolo, com exceção do preceituado no Art. 583 do CC.

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMODATO

1. GRATUITO: não existe comodato oneroso.


2. UNILATERAL
3. TÍPICO
4. NÃO SOLENE
5. REAL: eis que é necessária a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento do contrato – Art. 579 do CC

CONTRATO DE MÚTUO – Art. 586 a 592 do CC


O mútuo, enquanto espécie do gênero empréstimo, é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega
uma coisa a outra bem fungível, de forma gratuita ou onerosa, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada
respeitando o mesmo gênero, quantidade e qualidade. O contrato de mútuo consiste no empréstimo de bens
fungíveis e consumíveis, daí serem chamados de empréstimo de consumo.
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SUJEITO ENVOLVIDOS NO CONTRATO DE MÚTUO

1. MUTUANTE: aquele que empresta a coisa. Há necessidade que seja o proprietário do bem, já que o mútuo é
um contrato translativo da propriedade
2. MUTUÁRIO: aquele que recebe o bem para consumo, assume a obrigação de restituir não o exato bem que
recebeu, mas sim outro da mesma espécie e na mesma quantidade e qualidade.

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE MÚTUO

1. GRATUITO OU ONEROSO: No mútuo oneroso, o mutuário deve restituir não apenas a mesma espécie e
mesma quantidade do bem emprestado, mas também os juros.
2. UNILATERAL OU BILATERAL
3. TÍPICO
4. NÃO SOLENE
5. REAL: eis que é necessária a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento do contrato – Art. 586 do CC

OBSERVAÇÃO: Por ocorrer a transferência da propriedade, os riscos decorrentes da perda ou deterioração da coisa
são do mutuário desde a tradição (artigo 587 do CC). Apesar de ser contrato translativo de domínio, o mútuo não é
um contrato de alienação.

Comodato Mútuo

• Partes: mutuante (transfere) e mutuário


• Partes: comodante (que transfere a (recebe a coisa, devendo devolver outra)
coisa) e comodatário (que recebe a Exemplo: empréstimo de dinheiro.
coisa). Exemplo: empréstimo de um • O mútuo feito a menor de 18 anos, tema
veículo. clássico do Direito Civil, continua tratado
• Os tutores, curadores em geral ou pela nova codificação. Em regra, o mútuo
administradores de bens alheios não feito a menor sem a autorização de seu
poderão dar em comodato, sem representante ou daquele sob cuja
autorização especial, os bens confiados à guarda estiver não poderá ser reavido
sua guarda. nem do mutuário, nem de seus fiadores
• Na vigência do contrato, o comodante (art. 588 do CC). Origem no senatus
não pode reaver a coisa. Findo o contrato consultus macedoniano.
ou notificado o comodatário, deve o • Por transferir o domínio da coisa
último devolvê-la. Se assim não faz, passa emprestada, por conta do mutuário
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a responder pela conservação da coisa, correm todos os riscos da coisa desde a


devendo arcar com um aluguel-pena a tradição (art. 587 do CC).
ser fixado pelo comodante. Cabe, ainda, • No caso de mútuo feneratício de dinheiro
ação de reintegração de posse. (mútuo oneroso), com a cobrança de
• Caindo em risco a coisa emprestada, se o juros, o art. 591 do CC limita os mesmos
comodatário deixar de salvá-la para à taxa prevista no art. 406 do CC (1% ao
salvar coisa própria, responderá por caso mês). A norma não se aplica se o
fortuito e força maior (art. 583 do CC). empréstimo for bancário.
• O art. 585 do CC prevê responsabilidade
solidária passiva entre comodatários.

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – Art. 593 a 609 do CC

Negócio jurídico por meio do qual uma das partes, chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em
benefício de outra, denominada tomador, mediante remuneração. Trata-se de uma modalidade contratual aplicável
a qualquer tipo de atividade lícita, seja manual, intelectual, conforme Art. 594 do CC
O objeto da prestação de serviços será uma obrigação de fazer, ou seja, a prestação de atividade
considerada lícita, não vedada pela lei e pelos bons costumes, realizada pela conduta humana aproveitada por
outrem, e que pode ser material ou imaterial.

Se o executor não for contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que sua obrigação diz
respeito a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições – Art. 601 do CC.

REMUNERAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

A remuneração é elemento fundamental no contrato de prestação de serviços, podendo os contratantes


estipulá-la livremente. Todavia, se o contrato dor omisso em relação à remuneração, aplica-se o Art. 596 do CC:

“não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o
costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade”.

A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser
adiantada, ou paga em prestações – Art. 597 do CC. Em regra, essa remuneração é em dinheiro, mas nada obsta que
parte dela seja em alimentos, vestuário e etc.

TEMPO DE DURAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS


Em relação ao tempo de duração, a prestação de serviço não poderá ser convencionada por mais de 4 ANOS
(Art. 598 do CC), tendo-se em vista a inalienabilidade da liberdade humana. Findo esse prazo, ainda que a obra
esteja inacabada, o contrato é extinto. Contudo, nada impede que novo contrato seja celebrado. Nos termos do Art.
599 do CC, se não houver prazo estipulado nem se puder inferir da natureza do contrato ou do costume de lugar,
qualquer uma das partes, a seu arbítrio, mediante aviso prévio, poderá rescindir o contrato, com antecedência de 8
DIAS, se o salário foi fixado por um mês ou mais; com antecipação de quatro dias, se o salário foi ajustado por uma
semana ou quinzena; de véspera, se por menos de 7 DIAS.
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TÉRMINO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


De acordo com o Art. 607 do CC, o contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das
partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso
prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada
por força maior.

CONTRATO DE EMPREITADA – Art. 610 a 626 do CC


É diferente do contrato de prestação de serviço, pois no Código Civil, o contrato de empreitada se refere
apenas à construção. Vale ressaltar que o mero contrato de se elaborar um projeto não importa em assumir a
obrigação de sua execução ou de fiscalizá-la e acompanha-la – Art. 610, §2º do CC.

Por meio desse negócio jurídico, uma das partes – empreiteiro ou prestador – obriga-se a fazer ou a mandar
fazer determinada obra, mediante uma determinada remuneração, a favor de outrem – dono de obra ou tomador.
Mesmo sendo espécie de prestação de serviço, com esse contrato a empreitada não se confunde, principalmente
quanto aos efeitos, conforme poderá ser percebido a partir de então.

ELEMENTOS DO CONTRATO DE EMPREITADA

1. A existência e a elaboração de um projeto da obra, que será rigorosamente observado pelo empreiteiro
2. As regras técnicas estabelecidas para a execução do serviço e que devem ser respeitadas pelo empreiteiro
sob pena de responsabilidade
3. Cabe ao dono da obra o pagamento da remuneração devida ao empreiteiro, que pode ser um empreiteiro
pessoa natural ou pessoa jurídica

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA

1. BILATERAL
2. ONEROSO
3. CONSENSUAL
4. NÃO SOLENE
5. COMUTATIVO
6. TRATO SUCESSIVO (em regra)
7. FORMA ESCRITA: não é regra, mas sim uma recomendação em virtude da interpretação do Art. 626 do CC

ESPÉCIES DE EMPREITADA

1. EMPREITADA DE MÃO DE OBRA OU DE LAVOR: O empreiteiro assume apenas obrigação de fazer,


consistente em executar o serviço, cabendo ao proprietário fornecer os materiais – Arts. 612 e 613 do CC.

2. EMPREITADA MISTA: O empreiteiro não só se obriga a realizar um trabalho de qualidade, mas também a dar,
consistente em fornecer materiais. Deve estar contemplada em lei ou vir expressa por convenção entre as
partes — Art. 611 do CC; eis que a empreitada mista não se presume, ou decorre da lei ou da vontade das
partes).
3. EMPREITADA SOB ADMINISTRAÇÃO: Aquele em que o construtor se encarrega da execução de um projeto,
mediante remuneração fixa ou percentual sobre o custo da obra, correndo por conta do proprietário os
encargos econômicos do empreendimento A função do empreiteiro é administrar a construção e, em geral,
sua remuneração é calculada sobre uma porcentagem dos custos dos materiais e da mão de obra. Não
obstante, não esteja previsto e regulado pelo Código Civil, as regras constantes nele podem ser aplicadas,
subsidiariamente, a essa espécie contratual.
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direitos autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 22/04/2021 20:39:58

OBSERVAÇÃO: Quanto à verificação e ao recebimento da obra, o artigo 614 do Código Civil determina que, se a obra
constar de partes distintas ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que
também se verifique por medida ou segundo as partes em que se dividir; podendo exigir o pagamento na proporção
da obra executada. O dono poderá enjeitar a obra se o empreiteiro se afastar das instruções recebidas ou das regras
técnicas em trabalhos de tal natureza, ou recebê-la com abatimento no preço ou requerer a correção ou
saneamento das imperfeições.

PRAZOS E GARANTIAS DO CONTRATO DE EMPREITADA

O prazo decadencial de garantia: que afete a segurança e solidez da obra será de cinco anos, conforme o
artigo 618 do Código Civil. A ação de indenização deve ser proposta no prazo de 180 dias contados do aparecimento
do vício ou defeito (artigo 618, parágrafo único, CC).

A principal obrigação do empreiteiro consiste em realizar a obra ou serviço no prazo estabelecido, de acordo
com as condições avençadas ou usos e costumes do local. A responsabilidade do empreiteiro pode ser analisada sob
os dois importantes aspectos: riscos da obra e solidez (bem como segurança) dos edifícios e outras construções
consideráveis (art. 618, CC). A responsabilidade do construtor permanece não só perante o dono da obra como
também perante quem o suceda na propriedade ou adquire direitos reais. Assim, a alienação não é causa de isenção
de responsabilidade do empreiteiro.

No tocante ao dono da obra, sua principal obrigação é de efetuar o pagamento do preço. Segundo o artigo
619, CC, salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir e executar uma obra, segundo plano aceito
por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações
no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. Já o artigo 620 do Código Civil
expõe que, se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão de obra superior a um décimo do preço global
convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada.
Compete, ainda, ao proprietário indenizar o empreiteiro pelos serviços e despesas que houver realizado, se, após
iniciada a construção, rescindir o contrato sem justa causa, ou der razão a que se resolva, calculando-se a
indenização em função do que ele teria ganho, se concluída a obra (artigo 623, CC).

EXTIÇÃO DA EMPREITADA
1. Pelo cumprimento ou execução;
2. Por convenção entre as partes (distrato);
3. Pela morte do empreiteiro ou do dono da obra, se o contrato era personalíssimo;
4. Pela rescisão, se um dos contratantes deixar de cumprir qualquer das obrigações contraídas;
5. Pela resilição unilateral pelo dono da obra, no curso de sua execução, pagando ao empreiteiro as despesas
com materiais e mão de obra já efetuadas mais indenização razoável, calculada em função do que ele teria
ganho se concluída a obra;
6. Pela resilição unilateral do empreiteiro, se sem justa causa o contrato estará sujeito a perdas e danos;
7. Pela excessiva onerosidade superveniente;
8. Pelo perecimento da coisa por caso fortuito ou força maior nos termos do artigo 393 do Código Civil;
9. Por fatos não imputáveis ao empreiteiro, mas provocados pelo empreitante e pela falência ou insolvência
das partes.

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