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Elementos da compra e venda: Observações: Um cônjuge, qualquer que seja o regime de bens do
casamento, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a
alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os bens imóveis depois de Conforme a taxa de mercado ou da bolsa em certo dia e lugar.
obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu 3. A coisa
consentimento. É numa a venda de coisa inexistente, mas pode haver a venda de coisa
Se um cônjuge está alienando um bem particular seu ao outro, em potencial, tal como a safra futura.
presume-se a autorização recíproca. A escritura pública será É o objeto mediato da obrigação do vendedor para com o comprador,
outorgada e assinada, na posição de vendedor, apenas pelo cônjuge eis que aquele deve transferir a este a propriedade. O objeto deve ser
que esteja alienando o bem” bem:
2. O preço: I. Corpóreo (bens incorpóreos poderão ser objeto de
O preço é o segundo elemento essencial da compra e venda. Sem a alienação, porém na modalidade de cessão, negócio ao
sua fixação, a venda é nula. Se for estipulado o preço de outro bem qual se aplicam as regras referentes à compra e venda);
que não seja dinheiro, pode se configurar em uma troca. – pode ser II. Próprio. Inexiste no direito brasileiro a venda a non
usado cheque ou nota promissória. domino
III. De coisa atual ou futura
O PREÇO PODE SER FIXADO:
– Sendo de coisa atual, o contrato será comutativo, ao passo que se a
Livremente pelas partes;
coisa for futura (art. 483), o negócio será aleatório, podendo traduzir-
Por terceiro designado pelos contratantes.
se na venda de uma esperança (emptio spei) ou na venda de coisa
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os
esperada (emptio rei speratate)
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes – Não caracteriza coisa futura a herança de pessoa viva, cuja
designar outra pessoa.
negociação (chamada de pacta corvina) é proibida pela legislação
Por tabelamento ou tarifamento; brasileira, a teor do art. 426, CC/2002
Admite-se a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo porque houve tradição, “salvo se das instruções dele se afastar o
gênero e quantidade vendedor.
qualquer tipo de referência ou amarração à sua metragem. “Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á
que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Toda vez que a diferença entre as medidas for
inferior a 5% (cinco por cento) da área total constante do A amostra ou modelo é um meio prático e eficiente de evitar
instrumento contratual, há presunção juris tantum de que a venda minuciosa descrição das características e qualidade da mercadoria
foi ad corpus. ofertada, que fala muito melhor do que as próprias palavras.
AD MENSURAM: serve para designar aquela transação Se a mercadoria entregue não for em tudo igual à amostra, caracteriza-
imobiliária cuja estipulação do preço foi condicionada à se o inadimplemento contratual, devendo o comprador protestar
especificação das dimensões e da área do imóvel, o que enseja ao imediatamente, sob pena de o seu silêncio ser interpretado como tendo
havido correta e definitiva entrega.
Venda conjunta: Solene só por exceção, quando tem por objeto bens
imóveis (CC, art. 108). ,
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma
não autoriza a rejeição de todas Comutativo: as prestações são certas e permitem às partes antever as
vantagens e desvantagens que dele podem advir
Venda em condomínio: direito de preferência aos demais
condôminos Art. 533 do Código Civil, que se aplicassem àquela todas as
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a disposições referentes a esta (as que concernem a vícios redibitórios,
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem evicção, perigos e cômodos da coisa etc.), com apenas duas
não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para modificações:
si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias,
a) salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por
sob pena de decadência.
metade as despesas com o instrumento da troca;
CONRATO DE TROCA OU PERMUTA
b) é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e
A troca é, portanto, o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar descendentes, sem consentimento expresso dos outros descendentes e
uma coisa por outra, que não seja dinheiro. do cônjuge do alienante.
Consensual, e não real, porque se aperfeiçoa com o acordo de Alguns entendem que o aperfeiçoamento da obrigação se dá
vontades, independente da tradição. independente do consentimento do donatário.
Contudo, em regra, é necessário o consentimento de ambas Não solene ou solene
as partes. Comutativo.
Traço característico: Legitimidade especificas da doação:
a) A natureza contratual; Não necessitam eles da anuência dos demais, nem do cônjuge,
b) O animus donandi, ou seja, a intenção de fazer uma para doar a um descendente, importando adiantamento de
liberalidade; legítima a doação de pai a filho ou de um cônjuge a outro (CC,
c) A transferência de bens para o patrimônio do donatário; art. 544).
d) A aceitação deste. Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro,
importa adiantamento do que lhes cabe por herança
A DOAÇÃO É CONTRATO, EM REGRA:
Marido e mulher podem fazer doações recíprocas, sendo
Gratuito, porque constitui uma liberalidade, não sendo imposto porém inócuas no regime da comunhão universal.
qualquer ônus ou encargo ao beneficiário. Será, no entanto, oneroso,
A doação de cônjuge adúltero ao seu cúmplice é, no entanto,
se houver tal imposição.
proibida, podendo ser anulada pelo outro cônjuge (CC, art.
Unilateral, porque cria obrigação para somente uma das partes. 550).
Contudo, será bilateral, quando modal ou com encargo. Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo
outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de
Formal, porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades entre doador dissolvida a sociedade conjuga
e donatário e a observância da forma escrita, independentemente da Também o menor não pode doar.
entrega da coisa.
QUEM POSSUI CAPACIDADE PASSIVA (DONATÁRIO):
Solene: Mas a doação manual (de bens móveis de pequeno valor) é
Todos aqueles que podem praticar os atos da vida civil, sejam
de natureza real, porque o seu aperfeiçoamento depende incontinenti
pessoas naturais ou pessoas jurídicas de direito privado
da tradição destes (CC, art. 541, parágrafo único)
O nascituro (CC, art. 542), em função do caráter benéfico do PRESUMIDA:
ato. a) quando o doador fixa prazo ao donatário, para declarar se aceita, ou
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante não, a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça,
legal.
dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou (CC, art. 539). O
Incapazes (art. 543) silêncio atua, nesse caso, como manifestação de vontade. Tal
art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde presunção só se aplica às doações puras, que não trazem ônus para o
A prole eventual de determinado casal (art. 546) b) quando a doação é feita em contemplação de casamento futuro com
certa e determinada pessoa e o casamento se realiza. A celebração gera
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada
pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, a presunção de aceitação, não podendo ser arguida a sua falta (CC, art.
de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará 546)
sem efeito se o casamento não se realizar
FICTA: é o consentimento para doação ao incapaz. A
As pessoas jurídicas poderão aceitar doações na
dispensa protege o interesse deste, pois a doação pura só pode
conformidade das disposições especiais a elas concernentes
beneficiá-lo.
A ACEITAÇÃO É INDISPENSÁVEL PARA O
ALGUMAS PONDERAÇÕES ACERCA DO DOADOR:
APERFEIÇOAMENTO DA DOAÇÃO E PODE SER:
O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é
EXPRESSA: há manifestação de vontade explicita. Em geral
sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório
vem expressa no próprio instrumento. Por exemplo, o donatário
(CC, art. 552, primeira parte), pois não seria justo que
comparece à escritura que formaliza a liberalidade para declara que
surgissem obrigações para quem praticou uma liberalidade.
aceita o benefício.
alguma modalidade diversa de contrato (p. ex., venda a preço vil ou Quando a doação é feita em comum a várias pessoas, entende-se
irrisório (venda amistosa), que é venda na aparência, e doação na distribuída entre os beneficiados, “por igual”. Estabelece-se, assim,
realidade). uma obrigação divisível. A regra é prevista no art. 551 do Código
PROMESSA DE DOAÇÃO