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Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes
acordarem no objeto e no preço.
B) COISA: coisa passível de circulação no comércio jurídico, certa e determinada (ou determinável). O bem
deverá ser de propriedade do vendedor. OBS. SE O OBJETO DO NEGÓCIO FOREM DIREITOS E NÃO COISAS, É
MAIS TÉCNICO DENOMINÁ-LO COMO CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS, ao invés de contrato de compra e
venda.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o
contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
• COISA ATUAL: entende-se o objeto existente e disponível; coisa futura: tem existência potencial, mas não
real. Ex: safra que ainda não foi plantada.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor
assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a
maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
PREÇO: é um pressuposto existencial ou elemento constitutivo específico do contrato
de compra e venda. Deve ser fixado pelas partes, admitindo-se que o preço seja indicado
por terceiro, designado pelos próprios contraentes. Agora se o terceiro não determinar o
preço, ficará sem efeito o contrato, ressalvada a hipótese de se designar outra pessoal. O
preço também pode ser fixado à taxa do mercado ou bolsa de valores, em um dia ou
determinado lugar (art. 486CC)
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua
determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram
ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o
termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao
arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. PROIBIÇÃO DE
CLÁUSULAS OU CONDIÇOES PURAMENTE POTESTATIVAS.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que
comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à
disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de
as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
SITUAÇÕES ESPECIAIS REFERENTES A FALTA DE LEGITIMIDADE PARA A COMPRA E
VENDA.
Legitimidade: traduz um impedimento específico para a prática de determinado ato ou negócio jurídico em razão de
um interesse superior que se quer tutelar.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob
sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os
bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a
sua autoridade;
OBS. aplica-se apenas ao condomínio de coisa indivisível. Traz o direito de preferencia. Como a lei não
especifica o modo pelo qual se deva dar ciência aos demais consortes, entendemos que tal comunicação
pode ocorrer por notificação judicial ou extrajudicial.
Há eficácia real, com oponibilidade erga omnes. Essa faculdade reivindicatória, portanto, decorre de um
direito de natureza potestativa e somente poderá ser exercida se depositado o preço no prazo de 180 dias,
a contar do conhecimento do fato, O QUAL SE PRESUME quando do efetivo registro do título translativo.
• Se houver mais que um condômino interessado: terá preferencia aquele que tiver benfeitorias de maior
valor; ou o de maior quinhão; se as partes forem iguais, terão direito à parte vendida os coproprietários
que a quiserem, depositando o preço.
VENDA ENTRE CÔNJUGES
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida
exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao
preço ou devolver o excesso.
(venda ad corpus) § 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for
vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas
dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o
comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
CLÁUSULAS ESPECIAIS OU PACTOS ACESSÓRIOS
AO CONTRATO DE COMPRA E VENDA.
São elementos acidentais do contrato de compra e venda, que não
afetam, a priori, a sua existência ou validade, mas sim o campo da
eficácia do negócio jurídico pretendido e celebrado, subordinando seus
efeitos em geral a eventos futuros e incertos.
RETROVENDA
• É o desfazimento do negocio jurídico original, pela ocorrência de condição resolutiva. Cuidado com
fraude.
• É prevista apenas para IMÓVEIS. Se as partes quiserem instituir uma retrovenda para bens móveis
é plenamente possível, porém, ela deverá ser interpretada de acordo com a autonomia da vontade
das partes.
• Prazo máximo: 3anos – decadencial. Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a
herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus,
o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará
judicialmente.
• A venda a contento é aquela que se realiza sob a condição suspensiva de só se tornar perfeita e
obrigatória após a declaração do comprador de que a coisa o satisfez. CONDIÇÃO POTESTATIVA
SIMPLES.
• A venda sujeita a prova, a condição suspensiva reside no atendimento das qualidades asseguradas
pelo vendedor e na idoneidade para o fim que se destina.
• Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição
suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
• A lei não estabelece prazo para que o comprador se manifeste. Assim sendo, tem o vendedor a
prerrogativa de intima-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que se verifique a ocorrência ou não
da condição.
PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA
As partes pactuantes podem estabelecer uma cláusula que obrigue o
comprador de coisa móvel ou imóvel no caso de pretender vende-la ou
dá-la em pagamento, a oferece-la a quem lhe vendeu originalmente
para que este tenha a preferencia em readquiri-la, em igualdade de
condições, com quem também está interessado em incorpora-la em
seu patrimônio.
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se
exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data
em que o comprador tiver notificado o vendedor.
• E se houver violação a essa clausula? Não há eficácia real, ou seja, resolve-se em perdas e danos.
Lei do Inquilinato
• Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título
representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
• A entrega dos documentos gera a presunção de que a coisa conserva as qualidades nele
apontadas, não podendo o comprador condicionar o pagamento do preço à realização de vistoria
na coisa. Se houver defeito ele pode reclamar a posteriori.
• E se o bem não for entregue? Deve-se ingressar com medida possessória ou petitória cabível em
face do alienante.