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TROCA OU PERMUTA

ELEMENTOS ESSENCIAIS

a) Coisas equivalentes;

b) Consentimento
CLASSIFICAÇÃO
a) Bilateral;
b) Oneroso;
Obs. Valor –Parte minoritária em dinheiro não
descaracteriza o contrato de troca ou permuta.
c) Consensual;
d) Comutativo;
e) Excepcionalmente solene
 “REGISTRO DE IMÓVEIS – DÚVIDA - INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE PERMUTA DE IMÓVEIS –
TÍTULO COM NATUREZA JURÍDICA DIVERSA DA DENOMINAÇÃO QUE LHE FOI DADA – VERDADEIRO
CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – RÓTULO DO CONTRATO QUE NÃO PODE SERVIR DE
ÓBICE AO SEU REGISTRO QUANDO SEU CONTEÚDO ESTÁ DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS REGISTRAIS -
RECUSA AFASTADA, COM OBSERVAÇÃO. [...] Instrumento particular de promessa de permuta - Possibilidade de
registro desde que assim caracterizado - Inocorrência no caso em exame - Contrato com rótulo de instrumento
particular de promessa de permuta, mas que representa desde logo o negócio definitivo. [...] No caso em
exame, embora se tenha dado o nome de promessa de permuta ao instrumento particular, está-se diante de
contrato de promessa de compra e venda, uma vez que a parte em dinheiro dada em “permuta” é muito
maior do que a em lotes. Orlando Gomes, ao falar do contrato de compra e venda, explica que: O preço é a ‘quantia’
que o comprador se obriga a pagar ao vendedor. Elemento essencial no contrato, “sine pretio nula venditio”, dizia
Ulpiano. Deve consistir em ‘dinheiro’. Se é outra coisa, o contrato define-se como ‘permuta’ ou ‘troca’. Não se exige,
contudo, que seja exclusivamente dinheiro, bastando que constitua a parcela principal. Para se saber se é ‘venda’ ou
‘troca’, aplica-se o princípio ‘major pars ad se minorem trahit’; venda, se a parte em dinheiro é superior;
troca, se é o valor do imóvel. [...] Não se trata, portanto, de troca, negócio jurídico por meio do qual os contratantes
se obrigam a prestar uma coisa por outra diversa de dinheiro. Inexiste a alienação de uma coisa por outra, mas a venda
de área de 62,3848ha, sendo que apenas pequena parte do pagamento será efetuada mediante a entrega de lotes; o
resto, em dinheiro. Isso não impede, contudo, o registro pretendido, pois, conforme destacado nos precedentes acima,
não importa o rótulo do contrato, mas sim o seu conteúdo. [...]”. (g.n.)
 (CSM. Ap. Cív. 9000002-48.2013.8.26.0101. D.J.: 21/10/2014).
 E, mais:
 “REGISTRO DE IMÓVEIS – Dúvida – Recurso de Apelação – Instrumento
particular de promessa de permuta – Possibilidade de registro desde que
assim caracterizado – Inocorrência no caso em exame – Contrato com rótulo
de instrumento particular de promessa de permuta, mas que representa
desde logo o negócio definitivo – Inexistência de obrigação de as partes
declararem vontade futura ou de celebrar o contrato definitivo – Necessidade
de escritura pública na forma do art. 108, do Código Civil – Recurso não
provido. [...] Pretende-se, assim, em caráter já definitivo, dividir o patrimônio
comum existente a fim de se atribuir a propriedade exclusiva de
determinados bens às pessoas ali indicadas, o que não se confunde com a
troca que, como se sabe, é o negócio jurídico por meio do qual os contratantes
se obrigam a prestar uma coisa por outra diversa de dinheiro; a alienação de
uma coisa por outra. [...].” (g.n.)
 (CSM. Ap. Cív. nº 0006797-56.2012.8.26.0071. D.J.: 26/06/2013.).
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 Resolução + retorno ao estado anterior.
 Segundo Maria Helena Diniz os vícios redibitórios são falhas ou
defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de contratos
comutativos, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao
uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal
modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem
conhecidos. Entende-se que para o adquirente ter acesso às perdas e
danos, o alienante precisa ter prévio conhecimento do vício, como
consta no art. 443, do Código Civil.
 Ademais, caso ocorra o silêncio do adquirente perante o vício oculto,
pode-se assim indicar má fé ou intenção de prejudicar o outro
contratante. Para que o vício redibitório se configure será necessária a
existência de três defeitos, quais sejam: defeito prejudicial, defeito
oculto ou preexistente.
APLICAÇÃO DAS REGRAS DA
COMPRA E VENDA
Impedimentos
a) Conflito de interesses;
b) Troca entre cônjuges;
c) Parte ideal de condomínio;
d) Troca entre ascendente e descendente Somente se:
parentes em linha reta + ausência de consentimento dos
demais descendentes + valores desiguais
Rateio igualitário das despesas
CONFLITO DE INTERESSES
 Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta
pública:

 I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à


sua guarda ou administração;

 II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que


servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;

 III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros


serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em
tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua
autoridade;

 IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.


TROCA ENTRE CÔNJUGES

Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com


relação a bens excluídos da comunhão.
PARTE IDEAL DE CONDOMÍNIO
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender
a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por
tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da
venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta
dias, sob pena de decadência.

Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que


tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de
quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte
vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando
previamente o preço.
TROCA ENTRE ASCENDENTES E
DESCENDENTES
Se de valores desiguais e o objeto mais valioso
pertencer ao ascendente, exige consentimento
expresso dos demais descendentes.
Se de valores iguais, dispensa o consentimento dos
demais descendentes.
Se de valores desiguais e o objeto mais valioso pertence
ao descendentes, dispensa igualmente esse
consentimento

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