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1. Conceito e características
1.1. Conceito
Negócio jurídico bilateral, isto é, formado entre duas partes, em que uma delas se obriga
a transferir o domínio de uma coisa móvel ou imóvel à outra mediante o pagamento de
uma certa quantia.
Vendedor: aquele que se obriga à transferência da coisa.
Comprador: aquele que se obriga ao pagamento do preço.
IMPORTANTE! No direito brasileiro o contrato de compra e venda, por si só, não
transfere a propriedade da coisa, mas tão somente a obrigação de transferir a
propriedade mediante o pagamento do preço.
PORTANTO, A PROPRIEDADE SÓ SE TRANSFERE COM A TRADIÇÃO
(ENTREGA DA COISA).
Imaginemos a seguinte situação hipotética: Pedro se obriga a entregar a Carlos um
automóvel no dia 08/05/2023, mediante o pagamento de certo preço que fora aprazado
entre as partes. Ocorre que chegada a data, Carlos não realiza o pagamento do valor
referente ao automóvel, mas ainda assim exige de Pedro o referido bem, alegando que o
contrato de compra e venda, por si só, lhe transfere a propriedade da coisa. Diante disso,
questiona-se: Carlos possui razão?
A resposta é NÃO! Como visto anteriormente, a mera existência de contrato de
compra e venda não possibilita a aquisição da propriedade da coisa. Esta aquisição
somente acontecerá a partir do momento em que Carlos efetuar o pagamento e,
por conseguinte, Pedro alienar (isto é, entregar) a coisa. Portanto, como não houve
a entrega da coisa, não houve transferência de propriedade.
IMPORTANTE!
BEM MÓVEL = A PROPRIEDADE SE OPERA COM A TRADIÇÃO (um carro,
por exemplo)
BEM IMÓVEL = A PROPRIEDADE SE OPERA COM O REGISTRO NO
CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS (um apartamento, por exemplo)
1.2. Características
Em suma, o contrato de compra e venda é um negócio jurídico bilateral típico e
sinalagmático, em regra consensual, comutativo ou aleatório, que autoriza a
transferência da propriedade, podendo ser de execução instantânea ou diferida.
Art. 492, §2º: correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas se
estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e modo
ajustados. Portanto, a mora impõe em responsabilidade para o comprador.
VEJAMOS!
REGRA = ATÉ A TRADIÇÃO OS RISCOS CORREM POR CONTA DO
VENDEDOR
EXCEÇÃO N.1 = A COISA JÁ SE ENCONTRAVA À DISPOSIÇÃO DO
COMPRADOR E, NO ATO DE CONTAR, MARCAR OU ASSINALAR, A
COISA SE PERDEU = OS RISCOS CORRERÃO POR CONTA DO
COMPRADOR
EXCEÇÃO N.2 = COMPRADOR EM MORA (EM ATRASO NO PAGAMENTO)
= AS COISAS CORREM POR CONTA DO COMPRADOR
3.5. Venda por amostra: a venda é feita mediante um exemplar do objeto a ser
vendido.
Nestas situações, os objetos deverão ser entregues tal como na amostra,
protótipo ou modelo, sob pena de se incorrer na aplicação das regras relativas aos vícios
redibitórios. (Vide art. 484 do Código Civil de 2002)
Caso o objeto da compra e venda não seja igual a amostra, protótipo ou modelo,
o comprador poderá pedir abatimento do preço (ação quanti minoris) ou resolução do
contrato (ação redibitória).
4.1. Retrovenda
Também denominada de cláusula de resgate, é uma disposição que reserva o
direito de o alienante reaver o imóvel objeto da alienação, dentro de determinado prazo.
Requisitos do resgate:
a) restituição do preço pago
b) despesas feitas pelo comprador no período do resgate
b.1.) benfeitorias necessárias: independem de autorização; ocorrem de pleno
direito
b.2.) benfeitorias úteis e voluptuárias: serão devidas desde que autorizadas
Bons estudos!