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Tipologia: Sumativa/ Orientativa

Fórmula: Atividade de grupo.

Escala de Avaliação:0-20 Valores

Critérios de Avaliação (escala: 0-20):

Domínio e aplicação do tema e conceitos (10);


Terminologia (4);
Intuição e Profundidade (4);
Objetividade/Clareza (2).

Componentes: Desempenho escrito (análise integral).

Estrutura: 1 Grupo – Grupo I.


Alexandra - Dulce - Rute - Mauro

Grupo I -  

Tema: Selecione um tipo contratual (estudado): descreva a sua fisionomia e


demonstre a sua importância

(até 500 palavras)

Um Contrato é um negócio jurídico que envolve a vontade consensual de


duas partes (bilateral) ou mais (plurilateral) sobre um mesmo objeto, criando,
modificando ou extinguindo direitos e obrigações.

Nada mais é que um vínculo entre duas ou mais pessoas, com o intuito de
firmar as suas vontades. Este documento, irá dar mais segurança e certeza ao
acordo ali firmado. Ainda, se porventura, forem quebradas as regras
estabelecidas, isto poderá gerar diversos efeitos negativos no mundo jurídico.
Um contrato é um instrumento jurídico que tem objetivo estabelecer direitos e
deveres entre as partes que celebram algum tipo de negócio. Para uma
relação de negócios satisfatória, respeitosa e duradoura, contrato é uma
ferramenta fundamental para assegurar que cada parte, cumprirá com seus
direitos e deveres.

Elementos do contrato

O contrato deve apresentar a qualificação das partes envolvidas, de forma que


possam ser individualizadas e encontradas nos seus respetivos domicílios.
Deve, também, especificar o objeto do acordo, que pode ser um serviço, uma
coisa móvel ou imóvel, a entrega de algum valor, etc.

Escolhemos o Contrato de Compra e Venda que estipula os compromissos


entre as partes nos negócios comerciais, podendo ser efetuado de forma
escrita ou verbal. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes
responsabiliza-se por transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-
lhe um preço em dinheiro.

Contrato de Compra e Venda

Os art. 874 e ss do CC regulam especificamente o contrato de compra e


venda, esclarecendo todas as formalidades a que está sujeito.

Se atentarmos o art.874, definimos contrato de compra e venda como “o


contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, mediante um
preço”.

Sendo assim, já somos capazes de destacar as características de um contrato


de compra e venda, nomeadamente características como: típico, nominado,
bilateral, sinalagmático, oneroso e consensual.

Ou seja, para podermos afirmar em qualquer circunstância que estamos


perante um contrato deste tipo, temos de conseguir individualizar cada uma
destas características.
É um contrato típico e nominado porque está devidamente identificado,
caracterizado e positivado no Ordenamento Português.

Bilateral, uma vez que é necessária a existência de duas partes com direitos
e obrigações opostas.

Caracterizamo-lo de sinalagmático, porque gera direitos e obrigações para


ambas as partes, para um lado a obrigação de pagar o preço e para a parte
contrária a obrigação de entregar a coisa.

Oneroso dado que implica o pagamento de uma quantia pecuniária ou


avaliável pecuniariamente, não podendo ser feito a título gratuito, dado que
deixaríamos de estar no campo de atuação desta figura jurídica e estaríamos
agora no campo da doação.

Por fim a característica da consensualidade indica-nos que este tipo de


contratos está sempre sujeito à livre vontade das partes a contratar.

Como se pode constatar também nesta definição pessoal, conseguimos


encontrar todos estes elementos característicos do contrato de compra e venda.

Objeto

O contrato de compra e venda pode ter na sua base diversos objetos, desde
que não estejam por natureza fora do âmbito comercial. O art. 280º do
Código Civil, especifica que “é nulo o negócio jurídico cujo objeto seja física
ou legalmente impossível, contrário à lei ou indeterminável. Ora desta forma,
podemos afirmar que podem ser objeto deste tipo de contrato, nomeadamente
bens, direitos de crédito, direitos reais, entre outros.

Forma

No que diz respeito à forma do contrato de compra e venda, vigora no


ordenamento Português um princípio muito importante que é o princípio da
liberdade de forma, tal como se lê no art. 219º CC, “A validade da
declaração negocial não depende da observância de forma específica, salvo
quando a lei o exigir”. Este princípio é válido para o contrato de compra e
venda, tendo, no entanto, uma exceção no que diz respeito a bens imóveis.

Ora no caso de bens imóveis, entende a lei que pelo seu valor, em princípio
em tudo mais elevado, relativamente aos bens móveis, é necessário dotar
estes negócios de um nível de certeza e segurança mais exigente. Assim
sendo, a lei no seu art. 875º CC, estabelece que, tratando-se de contrato de
compra e venda de bens imóveis, está sujeito a escritura pública ou a
documento particular autenticado, este último introduzido mais recentemente, sob
pena de o negócio ser nulo, de acordo com o art. 220º CC.

Efeitos

O contrato de compra e venda produz essencialmente três efeitos principais,


são eles, de acordo com o art. 879º CC:

À: Transmissão da propriedade ou da titularidade do direito

À: Obrigação de entregar a coisa

À: Obrigação de pagar o preço

Quanto ao primeiro efeito, temos a transferência da propriedade, isto é a


transferência de um direito real de acordo com o art. 408º CC. No entanto
esta transmissão pode ser ou não contemporânea à celebração do contrato,
atente-se os art. 408 nº2 e 409º CC.

No que toca ao segundo e terceiro efeitos, estes nascem da característica de


sinalagmatissidade que estes contratos têm. Isto é, estes contratos geram
obrigações para ambas as partes envolvidas no contrato. Por um lado, para
um dos lados nasce a obrigação de entregar a coisa objeto do contrato e
para o outro gera a obrigação de pagar o preço.

Nesta característica temos bem presentes as obrigações fundamentais do


contrato de compra e venda. A este respeito importa, no entanto, esclarecer
que, a transferência da propriedade e por isso o primeiro efeito, não está
sujeito ao cumprimento destes dois últimos efeitos, isto porque, a propriedade
se transfere por mero efeito de contrato.

Quanto à entrega da coisa em particular, se atentarmos o art. 882º CC, “a


coisa deve ser entregue no estado em que se encontrava ao tempo da
venda”. Quanto à contemporaneidade desta entrega, esta deve ser feita de
forma a dar ao comprador a posse efetiva, quer isto dizer que deve ser-lhe
dada posse e detenção do objeto do contrato. A este respeito Fernando Lima,
João Antunes Varela diz “o dever de investir o comprador na posse efetiva
(ou seja, na posse e na detenção) dos direitos transmitidos, para que este os
possa fruir plenamente”. Quanto ao lugar da prestação, esclarece-nos o art.
772º CC, que faltando a estipulação em contrário, o lugar da prestação deverá
ser o lugar do domicílio do devedor.

Por fim, importa referir que, o que foi dito até aqui se refere ao normal
funcionamento deste tipo de contratos, no entanto pode acontecer que alguma
das partes não cumpra com a sua obrigação. Nesses casos, temos a exceção
de não cumprimento, presente nos art. 428º e ss CC.

Relativamente ao preço, uma das outras obrigações geradas neste âmbito, a


lei permite a liberdade das partes nesta fixação. Não se exige uma
reciprocidade preço fixado e preço real. Esta liberdade é sempre, no entanto
algo balizada, por institutos como o art. 400º CC que nos indicam as regras
gerais da determinação da prestação, bem como os negócios usuários do art.
282º CC. Neste âmbito surgem ainda institutos como o da falta de pagamento
do preço art.886º, tempo e lugar do pagamento do preço (art. 885º).

Fonte:

https://sg-advogados.pt/novidades/publicacoes/contrato-de-compra-e-venda/

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