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Livro 2 - Obrigações
- Geral - conteúdo
- Especial - contratos civis
Livros 3 - Reais
Livros 4 - Família
Livro 5 - Sucessões
O contrato é um acordo assente em duas ou mais declarações de vontade (numa das partes oferta e da
outra aceitação; visam estabelecer uma composição unitária de interesses. No contrato, os sujeitos
vinculam os seus interesses através da manifestação da vontade - princípio da liberdade contratual (artº.
405). Este princípio revela a liberdade dos particulares de administrarem os seus interesses como assim
quiserem.
- Liberdade de celebração: escolher se celebro ou não um contrato;
O contrato pode criar obrigações de caráter patrimonial, não patrimonial, pessoal, entre vivos ou com
efeitos mortis causa.
- Obrigação de caráter patrimonial (artº. 398)
- Obrigações de caráter não patrimonial (artº. 398/2) - ex. Casamento: produz efeitos pessoais;
Pacto sucessório: produz efeitos mortis causa.
Ou seja, é uma fonte de direitos reais, familiares e sucessórios.
Proposta: Os contratos formam-se pela aceitação de uma proposta: são necessárias pelo menos 2
declarações de vontade.
1. Proposta Contratual
2. Aceitação
- Se estes requisitos não se verificarem, estamos perante um mero convite em contratar: a proposta,
só por si não constitui fonte de obrigações.
- De qualquer das formas, a proposta considera-se irrevogável (artº. 230/3 a partir do momento em
que é conhecida pela outra parte, ou seja, quem a faz não pode retirar a mesma
VALIDADE DA PROPOSTA: a proposta tem um prazo de validade definido nos termos do artº. 228; fica sem
efeito se, ao findar esse prazo, o preponente não tiver recebido ou conhecido a aceitação. Podem ser
pedidas duas situações de proposta:
- Resposta imediata (artº. 228/1 b)
- Se não for pedida resposta imediata, o preponente tem 5 dias a contar do dia da proposta (artº.
228/1 c)
CONTEÚDO DA PROPOSTA: a proposta deve ser formulada com os elementos necessários para que se
enquadre sem necessidade de modificações no contrato, devendo obedecer ao conteúdo e formas exigidas
(sendo um contrato especial); nunca esquecendo o princípio da liberdade contratual (artº. 405)
NOTA: se o promitente introduzir alterações à proposta, esta não é aceite, mas sim rejeitada (artº. 233). A
contraproposta vale como uma nova proposta
Já a aceitação, pode ser expressa ou tácita (artº. 234 - Desde que se demonstre a intenção em aceitar); se a
esta forem propostas alterações, já não falamos de aceitação, mas sim rejeição (artº. 233 CC).
Características do Contrato
1. Unilaterais:
a. nasce obrigação para uma parte: apenas uma tem benefícios
2. Bilaterais:
a. Nascem benefícios para ambas as partes
b. Várias declarações de vontade c/ conteúdo e interesses opostos
3. Formais:
a. A validade da declaração negocial depende de uma forma específica
4. Não Formais:
a. a validade da declaração não está dependente de uma forma específica de celebração.
Se a forma de celebração em questão não for cumprida Nulidade do contrato (art.º 286)
2. Contratos Consensuais: a celebração dispensa a entrega para produção de efeitos jurídicos (ex.
compra e venda).
1. Reais: do contrato surge um direito real novo ou pré-existente sobre determinada coisa
Quanto às prestações:
1. Sinalagmáticos (“troca”) - ambas as partes interagem e fazem uma troca (há uma obrigação
recíproca para ambas as partes
Ex: Compra e venda (artº. 874 e ss)
2. Não sinalagmáticos - não envolvem uma troca de nada; só há obrigação de prestação para uma das
partes
Ex: Doação (art.º 940 e ss)
Tipos de sinalagmas
- Compra e venda - preço
- Bilateral
- Oneroso
- Efeitos - transmissão de propriedade
- Empreitada - preço
- Locação - retribuição
- Trabalho - retribuição
- Sociedade - lucro
- Parceria - Lucros artº. 408 efeito automático
- Prestação de serviços - retribuição
Artigo 458.º
(Promessa de cumprimento e reconhecimento de dívida)
1.Se alguém, por simples declaração unilateral, prometer uma prestação ou reconhecer uma dívida, sem indicação da
respetiva causa, fica o credor dispensado de provar a relação fundamental, cuja existência se presume até prova em
contrário.
2. A promessa ou reconhecimento deve, porém, constar de documento escrito, se outras formalidades não forem exigidas
para a prova da relação fundamental.
2. Típicos ou atípicos: regulados por um regime que se encontra previsto na lei; sendo atípico, não
acontece.
Artigo 874.o
(Noção)
Compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, ou outro direito, mediante um preço.
Nota: as disposições relativas à compra e venda podem ser aplicadas noutro tipo de contratos onerosos,
desde que estejam de acordo com a sua natureza e não sejam contrárias às disposições legais respetivas
(artº. 939)
Artigo 796º.
(Risco)
1. Nos contratos que importem a transferência do domínio sobre certa coisa ou que constituam ou transfiram um direito real sobre ela, o
perecimento ou deterioração da coisa por causa não imputável ao alienante corre por conta do adquirente.
2. Se, porém, a coisa tiver continuado em poder do alienante em consequência de termo constituído a seu favor, o risco só se transfere com o
vencimento do termo ou a entrega da coisa, sem prejuízo do disposto no artigo 807.º.
3. Quando o contrato estiver dependente de condição resolutiva, o risco do perecimento durante a pendência da condição corre por conta do
adquirente, se a coisa lhe tiver sido entregue; quando for suspensiva a condição, o risco corre por conta do alienante durante a pendência da
condição.
No geral, todos os contratos, e em especial os onerosos estão associados a graves riscos, o que podemos
constatar nos artº. 796 e ss.
Nos bens que não imóveis ou equiparados, a forma de celebração do contrato é arbitrariamente escolhida
pelo particular (não formal), bastando apenas o consenso; porém nestes casos especiais só é válido se for
celebrado por escritura pública ou DPA (exceção).
Consensualidade do contrato
Este é um contrato consensual, forma-se pela declaração das partes, que demonstra a sua vontade em
contratar, não dependendo da entrega da coisa, ou do pagamento do preço.
Efeitos do contrato
E um efeito real:
- Transmissão da propriedade da coisa ou da titularidade do direito com o simples consentimento
das partes
São objeto do contrato todas as realidades sobre as quais incidem o direito de propriedade
- No momento da transferência de propriedade (artº. 539) - determinação do objeto do contrato.
Como a C/V é um negócio jurídico sinalagmático, faz sentido que o tempo e lugar do pagamento
do preço sejam os mesmos da entrega da coisa vendida
Esta proibição tem por fundamento evitar que se possam fazer doações dissimuladas prejudicando os
restantes herdeiros.
- Se esta venda se realizar sem conhecimento por parte dos restantes herdeiros esta é anulável
(artº. 877/2)
- O consentimento dos restantes herdeiros pode ser suprido judicialmente.
- O consentimento pode ser prestado de qualquer forma: expressa (artº. 219) ou tácita (artº. 217)
2 possibilidades:
- Venda realizada a filhos: exige consentimento dos restantes filhos
- Venda realizada a netos: exige consentimento tanto dos filhos como dos netos irmãos do
comprador
É proibida a compra de bens do incapaz pelos seus pais, tutor, curador, administrador legal de bens ou
tutor que exerça as suas funções de tutor (artº. 579/2).
- Se tal acontecer, o menor tem o prazo de um ano após a sua maioridade para requerer a
anulabilidade.
- Que não existem no tempo da declaração (ex. venda de uma fração de terreno ainda por construir)
- Que não está no seu poder (ex. venda da próxima colheita de laranjas)
- A que ele não tem direitos sobre (ex. venda de um bem que ainda terá de ser adquirido a outro).
- Neste caso, nenhuma das partes ignora que a coisa não pertence ao vendedor, embora que ainda
exista a expectativa que o mesmo a adquira.
- Restituição do preço - o comprador pode exigir a restituição do preço mesmo que o bem se tenha
deteriorado
Visto que pode não ter um conteúdo preciso (ex. venda da colheita de laranjas do próximo ano), pode ser
considerado um contrato aleatório - exceção aos restantes contratos (em regra, comutativos).
Salvo exceções, só podem ser objeto de venda as coisas que existem e pertencem ao vendedor, uma vez
que se a venda disser respeito a uma coisa inexistente o contrato é nulo por impossibilidade física ou legal
do objeto (artº. 280/1), nulidade que também se verifica se as coisas não pertencerem ao vendedor (artº.
892 - Nulidade da venda). Este é um contrato de natureza aleatória.
Exceção: se forem vendidos bens de existência ou titularidade incerta e no contrato se fizer menção
dessa incerteza, este é válido (artº. 881)
Ex. se num terreno há uma pedra preciosa de que não tenho certeza, posso efetuar a venda do
mesmo.
De qualquer das formas, as partes podem elidir esta presunção, recusando ao contrato a sua natureza
aleatória, pelo que só será devido o preço se os bens existirem e se o vendedor possuir a sua titularidade
(artº. 885/1)
Porém em regra, existe a obrigação em pagar o preço: se a contraprestação não for o pagamento do preço,
não há celebração do contrato de compra e venda
Ex: o pagamento do preço pode ser definido (art. 934º e 936º) - como por exemplo o pagamento em
prestações
É DIFERENTE DA VENDA DE BENS FUTUROS pois não é tida em consideração a aquisição de uma coisa no
futuro, mas sim a incerteza de uma situação no presente relativa à titularidade do objeto que irá ser
comercializado. Neste regime há uma completa incerteza acerca da existência da coisa a ser vendida.
É DIFERENTE DA VENDA DE BENS ALHEIOS pois o vendedor não celebra o contrato na qualidade de
proprietário da coisa. Este fica apenas constituído no dever de entregar a coisa se e quando se comprovar
que esta existe ou lhe pertence.
De ambas as formas, não há obrigação do vendedor praticar os atos necessários para que o comprador
adquira os bens vendidos (artº. 880 a 897)
Obrigações genéricas - está determinado que a obrigação tem como prestação. Quantidade, Peso ou
medida das coisas.
Quando se determina a coisa, há uma concentração da obrigação - momento em que passa de genérica
para específica.
A venda de bens alheios é nula quando um dos promitentes não tem conhecimento de que o bem em
questão não se encontra na posse do outro (art. 892º)
Regime não aplicável à compra e venda de bens futuros no caso de ambas as partes saberem que o bem é
alheio, desde que o vendedor fique obrigado a fazer tudo o que esteja ao seu alcance para que a
propriedade do bem se transmita ao comprador (art. 880º)
De qualquer das formas, o vendedor não pode opor a comprador de boa-fé esta surge como o
conhecimento do estado alheio do bem.
Artigo 940º.
(Noção)
1. Doação é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma
coisa ou de um direito, ou assume uma obrigação, em benefício do outro contraente.
2. Não há doação na renúncia a direitos e no repúdio de herança ou legado, nem tão-pouco nos donativos conformes aos usos
sociais.
1. Doação é um contrato,
2. Pelo qual uma pessoa dá de livre vontade
3. À custa do seu património
4. De forma gratuita
5. Uma coisa, um direito ou assume uma obrigação
6. Com benefício do outro contraente
Contrato Consensual - contrato forma-se quando há encontro entre as partes - consentimento (ou seja,
quem recebe tem de ser de acordo com isso)
O contrato de doação tem uma estreita ligação com direito da família. Há subespécies de relação,
estipulando regime excecional comparativamente à base do contrato de doação:
- Doações para casamento (art. 1753- 1780)
- Os menores com + de 16 anos de idade para casamento. têm de ser reguladas pelos
representantes legais. Assim como os maiores acompanhados (art.º 1601 al. b)
REQUISITOS DA DOAÇÃO
Contrato de remissão (art. 863): tem como objeto um contrato feito anteriormente, do qual se quer ver
livre.
OBJETO DA DOAÇÃO
- De coisa
- De direito
- Real (direito real de propriedade/ menor) direito de usufruto)
- Obrigacional (direito de crédito)
Doações Nulas
- Sem forma
- Doação de bens alheios
- Doação de bens futuros (art.º 942).
Outros tipos
Artº. 953 2192 e 2193 (situações nas quais o doador não está livre para exercer os sus direitos tal como
quer
- Casos de doação a médicos e enfermeiros que trataram o donatário na doença terminal
- Nulidade na doação da pessoa com a qual é cometido o adultério, se o doador for casado.
- Expressa
- Tácita
Clausula modal (art.º 963 nº2) ol- clausula acessória que impõe ónus ou encargos ao donatário
- Não torna o contrato sinalagmático - não pode exceder o valor doado.
- Não afeta o espírito de liberalidade - contrato gratuito
Atendendo aos factos mencionados, podemos considerar que estamos no âmbito de uma relação jurídica
no âmbito do direito da família, mais precisamente um dos negócios jurídicos bilaterais tipificado no código
civil, o casamento (artº. 1577). Este contrato é celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir
família mediante uma plena comunhão de vida. É caracterizado pela sua indisponibilidade, exclusividade,
oponibilidade e durabilidade; é também sujeito a registo (artº. 1651).
Quando se tem como objetivo consumar este contrato criador de relações jurídicas familiares, são
elencados e aceites alguns pressupostos: a igualdade entre os cônjuges (artº. 1671) e a vontade atual,
incondicional, insuscetível, livre, esclarecida e determinada de contrair casamento (artº. 1617 a 1619).
Em Portugal considera-se o sistema matrimonial civil facultativo, visto que independentemente da forma
de celebração do mesmo, o casamento irá produzir efeitos civis. Pode então o casamento ser consumado
de forma civil, católica ou seguindo qualquer uma das outras religiões radicadas em Portugal. Segundo o
artº. 46/1 e 2 da CRP, cada cidadão pode fixar livremente a religião que quer seguir.
Em Portugal, todos os cidadãos têm direito a constituir família (artº. 26/1, CRP), e têm ainda regulados todo
os requisitos, efeitos do casamento e ainda a sua dissolução por meio de lei (artº. 36 CRP).
O casamento tem como efeitos pessoais os deveres conjugais: respeito, coabitação, cooperação, fidelidade
e assistência (artº. 1672 e ss CRP); nome (artº. 1677), filiação (artº. 1826) e nacionalidade (Lei da
Nacionalidade).
O contrato em questão é formal (artº. 1615), sendo necessário para a consolidação do mesmo um processo
preliminar (artº. 1610 a 1615) - caso este não aconteça, dado a urgência do casamento, é aplicado o
disposto no artº. 1622.
Por fim, o casamento pode extinguir-se de dois modos, sendo estes a morte de um dos esposados ou o
divórcio (artº. 1773); o divórcio pode ser por mútuo consentimento, ou sem o consentimento de um dos
cônjuges.
No caso concreto, temos então a assunção da vontade livre e esclarecida das partes em consumar o
casamento: “decidem logo casar” (artº. 1619). Por subentendimento, percebemos que as partes aceitam os
efeitos do casamento. Relativamente ao caráter de urgência do mesmo (artº. 1622 e ss), dado o risco de
morte de um dos nubentes (Inês), é permitida a celebração do casamento independentemente do processo
preliminar e sem a intervenção de um funcionário do registo: neste caso, Inês e Pedro tinham até
testemunhas que poderiam intervir na celebração do mesmo (artº. 1616 c)); terá também de ser redigida
uma ata conforme os dispostos na lei civil (artº. 1622/2)
Ora, o casamento urgente, para não ser considerado inexistente necessita de ser homologado (artº. 1623 e
1628 b)) para que depois este produza efeitos jurídicos. Um dos motivos que justificam a não homologação
do casamento é que não exista nenhum impedimento dirimente (artº. 1624 c)), o que não se verifica neste
caso visto que o funcionário da conservatória que conhece Pedro revela que este carece de perturbações
psíquicas, que provavelmente indicam que este é de algum modo incapaz de celebrar um contrato tão
importante como o casamento e até quiçá virá a necessitar de medidas de acompanhamento mais
drásticas. Se o conservador decidir não homologar o casamento entre Pedro e Inês por se verificar então o
estado de demência de pedro, irá ser alegada a inexistência de uma capacidade matrimonial de gozo e
posteriormente de um impedimento dirimente absoluto (artº. 1601 b)) que causará a posterior
anulabilidade do mesmo (artº. 1631 a)). O conservador terá um prazo de 3 anos seguintes à realização do
casamento para requerer a anulabilidade do mesmo (artº. 1643 a)).
CASO 2
Atendendo aos factos mencionados, podemos considerar que estamos no âmbito de uma relação jurídica
no âmbito do direito da família, mais precisamente um dos negócios jurídicos bilaterais tipificado no código
civil, o casamento (artº. 1577). Este contrato é celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir
família mediante uma plena comunhão de vida. É caracterizado pela sua indisponibilidade, exclusividade,
oponibilidade e durabilidade; é também sujeito a registo (artº. 1651).
Quando se tem como objetivo consumar este contrato criador de relações jurídicas familiares, são
elencados e aceites alguns pressupostos: a igualdade entre os cônjuges (artº. 1671) e a vontade atual,
incondicional, insuscetível, livre, esclarecida e determinada de contrair casamento (artº. 1617 a 1619).
Em Portugal considera-se o sistema matrimonial civil facultativo, visto que independentemente da forma
de celebração do mesmo, o casamento irá produzir efeitos civis. Pode então o casamento ser consumado
de forma civil, católica ou seguindo qualquer uma das outras religiões radicadas em Portugal. Segundo o
artº. 46/1 e 2 da CRP, cada cidadão pode fixar livremente a religião que quer seguir.
Em Portugal, todos os cidadãos têm direito a constituir família (artº. 26/1, CRP), e têm ainda regulados todo
os requisitos, efeitos do casamento e ainda a sua dissolução por meio de lei (artº. 36 CRP).
O casamento tem como efeitos pessoais os deveres conjugais: respeito, coabitação, cooperação, fidelidade
e assistência (artº. 1672 e ss CRP); nome (artº. 1677), filiação (artº. 1826) e nacionalidade (Lei da
Nacionalidade).
O contrato em questão é formal (artº. 1615), sendo necessário para a consolidação do mesmo um processo
preliminar (artº. 1610 a 1615) - caso este não aconteça, dado a urgência do casamento, é aplicado o
disposto no artº. 1622.
Por fim, o casamento pode extinguir-se de dois modos, sendo estes a morte de um dos esposados ou o
divórcio (artº. 1773); o divórcio pode ser por mútuo consentimento, ou sem o consentimento de um dos
cônjuges.
No caso concerto sabe-se que C e A celebraram um casamento e que à partida ambos têm capacidade para
isso mesmo (artº. 1598), e aceitaram os repetivos deveres e efeitos do mesmo (artº. 1672, 1677, 1826 e Lei
da Nacionalidade Portuguesa). Quanto à convenção antinupcial (artº. 1698) é demarcada a liberdade da
livre fixação de cláusulas no regime de bens para o casamento dentro dos limites da lei. Ora, a cláusula
temporal fixada, que afirma que os cônjuges apenas podem intentar uma ação de divórcio após 3 anos de
casamento, é uma restrição ao princípio da liberdade uma vez que altera os deveres conjugais (artº. 1699/1
a)) nomeadamente a incondicionalidade e insusceptibilidade de prazos relativamente à sua celebração.
Esta cláusula limita o direito ao divórcio e viola constitucionalmente o artigo 36º da constituição, que
admite a dissolução do casamento em condições de igualdade.
Dado o facto de que nada é dito acerca do regime de bens em específico, subentende-se o regime de bens
supletivo - comunhão de adquiridos (artº. 1717)
Caso 1 DOXC
Atendendo aos factos mencionados, podemos admitir estar perante uma união de factp. Neste regime, os
seus integrantes vivem em condições análogas às dos cônjuges à mais de dois anos (artº. 1º/2 LUF). Trata-
se de uma união informal, de casais homo ou heterossexuais, que um modo de vida tipicamente conjugal,
aos quais se atribuem efeitos jurídicos. Para que esta seja alegada é necessário que se prove a partilha de
mesa, habitação, cama e economia: tem de, por exemplo, haver uma contribuição comum nas despesas.
Caso provado, há uma série de efeitos na esfera jurídica dos integrantes na união de facto, como é por
exemplo a proteção de morada de família em caso de morte ou rutura, há presunção de paternidade...
(artº. 3, 4 e 5 da LUF e 1871 CC).
Em suma, este regime é bastante diferente do casamento na medida em que este carece de ser registado, e
também não há um vínculo ligado cumprimento dos deveres de casamento; não viola o princípio da
igualdade (artº. 13 CRP) visto que legalmente, os unidos de facto não temos direitos e deveres das pessoas
casadas: não há por exemplo um regime de bens a seguir, nem existe responsabilidade por dívidas.
No caso concreto, Maria e José encontravam-se unidos de facto, uma vez que viviam analogamente à mais
de 8 anos. Para que agora fique provado que Maria contribuiu para a compra do imóvel, terá esta através
de transferências mostrar que mesmo tendo este ficado em nome de José, Maria contribuiu na compra do
mesmo. Assim sendo, e seguindo os efeitos do divórcio, pode Maria requerer o arrendamento do imóvel,
de acordo com as suas necessidades e as do seu filho
Caso 2
Atendendo aos factos mencionados, podemos admitir que o negócio jurídico mencionado neste caso
prático é a união de facto. Este regime caracteriza-se pela união informal, de casais homo ou
heterossexuais, por um período superior a 2 anos. Estes vivem em condições análogas às dos seus cônjuges
(artº. 1/2, LUF)., com um modo de vida tipicamente conjugal, porém sem os efeitos jurídicos e sem carecer
do registo do mesmo. Assim sendo, não é comparável ao casamento, excluindo assim a violação ao
princípio da idualdade dos cônjuges.
João e Eva vivem em união de facto há 3 anos, porém Eva ainda era menor de 16 quando a união teve
início. Posto isto, podemos considerar que existe um impedimento para a atribuição de direitos ou
benefícios, em vida ou por morte visto que Eva era menor à data do reconhecimento da união (artº. 2 a)
LUF).
Trata-se de uma união de facto não protegida, uma vez que existe um obstáculo que não permite os jovens
de usufruir da proteção. Assim sendo, não se aplicam as regras dispostas no artigo 5º da Lei da União de
Facto, e os seus pais podem então ordenar a expulsão de Eva da sua casa, uma vez que são os legítimos
herdeiros de João.
Exercício 2
Neste caso, estamos perante um contrato de promessa de casamento. Efetivamente os nubentes têm a
pretensão de consumar o matrimónio, uma vez que são maiores de idade, e há partida não se encontram
contemplados neste caso mais nenhuns impedimentos dirimentes (artº. 1600).