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Espécie de contrato-promessa
Contrato-promessa bilateral e contrato-promessa unilateral – O contrato-
promessa pode ser bilateral ou unilateral. É bilateral (ou sinalagmático) se
ambas as partes se obrigam a celebrar o contrato definitivo; unilateral (ou não
sinalagmáticos) se apenas uma das partes se obriga a essa celebração. Ex. da
primeira modalidade: A promete vender a B e este promete comprar-lhe certo
imóvel por determinado preço. Ex. da segunda modalidade: apenas A promete
vender o imóvel a B, (este que por seu turno não emite a declaração de
vontade em adquirir o imóvel futuramente) que fica livre de comprar ou não. As
promessas bilaterais são as mais frequentes.
V.g: alguém promete vender a outrem um imóvel por certo preço, sem que
a contraparte prometa, por seu turno, adquiri-lo, estipulando-se ainda a
manutenção da promessa por cinco anos. O promitente fica com o gravame de
manter imobilizado o bem, na sua esfera jurídica, não podendo aliená-lo a
outrem, sob pena de indemnização, ao que acresce o dever de ter de manter o
preço convencionado, recusando, porventura, propostas mais aliciantes.
Do art. 411º. resulta ainda que, não havendo prazo fixado para a eficácia
do vínculo, o promitente pode requerer ao tribunal a fixação de um prazo para
o exercício do direito à celebração do contrato prometido, sob pena de
caducidade. A ratio é a de afastar hipóteses de vinculação indefinida do
promitente.
Formalismo do contrato-promessa (compra e venda de bens
imóveis)
Quando à forma o contrato-promessa está sujeito ao princípio da
consensualidade art. 219º. CC, e por isso, com regra, é válido
independentemente da observância de quaisquer formalidade.
Todavia, o contrato pode, na linha do art. 406°. n°2 do CC. produzir efeitos
oponíveis a terceiros, nos casos e nos termos especialmente previstos na lei.
Um desses casos é, juntamente, e do contrato-promessa relativo à constituição
ou transmissão de direitos reais sobre imóveis sujeitos a registo. A promessa
pode, nestes casos, ser dotada de eficácia real, desde que sejam observados os
três requisitos requisitos fixados no art. 413°. do CC.
À luz das regras gerais dos contratos, hão-de ser apreciadas vertentes
relativas aos requisitos do objecto do negócio jurídico, à capacidade das partes,
aos vícios na formulação e na formação da vontade, à resolução, etc. As regras
do contrato prometido hão-de determinar, por seu turno, e a sua disciplina
legal típica se aplique à promessa que vise a respectiva celebração.
Incumprimento do contrato-promessa
Em caso de recusa de cumprimento do contrato prometido, cumpre
determinar qual a consequência jurídica aplicável. Não obstante a isso torna se
necessário antecipar aqui alguns aspectos sob pena de não se expor
suficientemente o regime aplicável ao regime promessa.
É, pois, neste âmbito que surge a execução específica prevista no art 830º.
CC. Esta constitui um instrumento importantíssimo que se aplica em caso de
incumprimento da promessa. Não obstante como se verá, à sua aplicabilidade
não funciona nem pode funcionar como uma panaceia universal porquanto é
possível, desde logo, a ela recorrer.
Execução específica
O regime geral da execução específica consta dos arts. 827º. e ss CC.
A fórmula “não cumprir”, documenta no referido art. 830º. nº.1 deve ser
entendida em termos hábeis. A simples mora é bastante para o recurso à acção
de execução específica. A locução deve, deste modo, ser compreendida na
perspectiva de englobar não só o incumprimento definitivo, com simples mora.
Conclusão
Ainda sobre a promessa de compra e venda de bens imóveis é importante
frisar que, este contrato quanto a natureza jurídica trata- se de um direito real,
naturalmente. Tratando-se de bens sujeitos a registo, naturalmente o modo de
celebração do contrato preliminar, tal como anteriormente já aludimos, este
deve obedecer uma certa forma prevista por lei, se o contrato definitivo só tem
eficácia se for celebrado por escritura pública, o contrato-promessa deve
necessariamente existir um documento particular (titulo executivo), ainda que o
contrato prometido dependa do documento autêntico art. 410º. nº2 CC, assim,
pode fazer-se por documentos particular a promessa de compra e venda de um
bem imóvel que a lei sujeita a escritura pública.