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indemnização.
Custas pela A. e R. na proporção do respectivo decaimento.
Registe e notifique.»
6. Não se conformando com o assim decidido, a Autora interpôs
recurso de apelação, apresentando as seguintes CONCLUSÕES:
«1. Os apelantes recorrem da decisão proferida sobre a matéria de
direito e de facto, por existirem, por um lado, erros graves na
apreciação da prova produzida por parte do Mº Juiz, bem como por
entenderem que mal andou o tribunal ao concluir que foi a Autora —
promitente compradora – que incumpriu definitivamente o contrato
promessa e que por isso assiste à Ré o direito de fazer seu o sinal
entregue.
2. Tem o Tribunal da Relação de Lisboa poderes para modificar a
decisão sobre a matéria de facto nos termos do artigo 662, n.º 1 do
C.P.C.
3. Entendem os apelantes que foi incorrectamente julgado o facto da
Alínea I) dos temas de prova, conforme despacho de 29.04.2020 (Nos
dias seguintes - à aceitação da proposta de compra - a Autora enviou
para o banco toda a documentação necessária por ele - gestor
bancário- solicitada?) na medida em que o tribunal deu como
provado apenas que no dia 19.04.2018 a Autora enviou ao seu gestor
bancário os documentos que constam dos e-mails cujas cópias se
encontram a fls. 11 a 14, que se dão por reproduzidos (ponto 37 dos
factos provados) e deu como não provado que para além do que
consta do n.º 37 dos factos provados o A, tenha enviado para o seu
banco toda a documentação necessária por ele solicitada nos dias
seguintes (alínea b) dos factos não provados).
4. O tribunal fundamentou a sua resposta no depoimento da
testemunha L… referindo que "a testemunha L... não confirmou os
factos em causa, referindo, ao invés, que, até data que não se
recordava, mas, pelo menos, Maio de 2018, havia documentação em
falta, nenhuma outra prova tendo sido produzida", embora não sendo
isso que resulta do depoimento da testemunha em questão.
5. Os documentos juntas à petição inicial como documentos 4, 5, 6 e
7, que consistem em diversos e-mails enviados ao Banco S..., mais
concretamente à testemunha L..., permitem concluir que foram
enviados pela Autora ao banco, em 19.04.2018 (ainda antes da
assinatura do contrato), o balanço, demonstração de resultados e
balancete analítico de fecho de 2017, certidão da AT e da segurança
social, certidão permanente e certidão PME, ou seja, todos os
documentos inerentes à Autora e necessários à aprovação da
viabilidade financeira do empréstimo.
6. O depoimento da testemunha L... encontra-se gravado no ficheiro
20201006140228_19913724_2871028.wma e ao minuto 10:53 a
testemunha esclarece que todos os elementos financeiros foram
imediatamente facultados, mas os documentos do imóvel é que não.
7. Nas passagens do seu depoimento gravadas ao minuto 13:24,
minuto 17:00 e minuto 24:35 resulta que os documentos entregues
com atraso reportavam-se ao imóvel e que a entrega dos mesmos
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78. Haveria que ter sido feita na sentença recorrida a análise se esta
afastou ou não essa presunção de culpa, demonstrando que esse
incumprimento objectivo não derivou de culpa sua, em face das
circunstâncias concretas do caso, tal como faria uma pessoa
normalmente diligente.
79. Da análise dos factos provados verificamos que, ainda que se
conclua pelo incumprimento da Autora, a mesma afastou a
presunção de culpa que sobre si recaía pois demonstrou que o
incumprimento da prestação não derivou de culpa sua, mas sim a
falta de terceiro (o banco), sendo que o seu comportamento na
pendência do contrato foi sempre compatível com o comportamento
do "bom pai de família", da "pessoa média", colocada naquela
situação concreta.
80. Feita esta análise, ainda que o tribunal a quo entendesse que foi a
Autora que incumpriu o contrato promessa, não lhe poderia aplicar a
sanção prevista no artigo 442º do Código Civil, declarando o direito
da Ré fazer sua a quantia entregue a titulo de sinal.
81. A sentença em recurso viola assim o disposto nos artigos 442º,
799º, 487º, 805º e 808º do Código Civil e 607º do Código de Processo
Civil.»
Propugna pela revogação da sentença e a sua substituição por
outra que condene a Ré no pedido formulado e absolva a Autora do
pedido reconvencional.
7. A Ré apresentou alegação de resposta, na qual conclui pela
improcedência da apelação e confirmação da sentença recorrida.
8. No dia 2.3.2021, foi proferido despacho de admissão do recurso
de apelação, a subir imediatamente, nos próprios autos e com efeito
devolutivo.
Colhidos os vistos legais, cumpre decidir.
*
II - Âmbito do recurso de apelação
Sendo o objeto do recurso balizado pelas conclusões da Recorrente
(artigos 635.º, n.º 4, 639.º, n.º 1, do CPC), ressalvadas as questões
que sejam do conhecimento oficioso do tribunal (artigo 608.º, n.º 2,
ex vi do artigo 663.º, n.º 2, do mesmo diploma), a solução a alcançar
pressupõe a análise das seguintes questões:
. Da impugnação da decisão sobre a matéria de facto
- Considerar-se provado, quanto ao ponto 37. da factualidade
provada, que:
. Facto 37 - No dia 19.4.2018, a Autora enviou ao seu gestor
bancário os documentos que constam dos e-mails cujas cópias se
encontram de fls. 11 a 14, que se dão como reproduzidos, bem como
todos os documentos a si respeitantes necessários à aprovação pelo
banco da viabilidade financeira do negócio;
. Facto 37-A. - Incumbiu à agência imobiliária a apresentação da
documentação do imóvel junto do Banco, necessária à fase da
avaliação, a qual foi entregue com algum atraso, por os mesmos
não lhes terem sido facultados pelo vendedor, proprietário do
imóvel.
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prometido.
m) que tenha sido nessa altura que a K… informou o sócio gerente
da Ré que havia um problema relacionado com a venda que a
Autora se encontrava a realizar e que por isso a Autora não teria
forma de fazer face ao remanescente do pagamento do preço
estipulado no acordo referido no n.º 2.
n) que tenha sido nessa sequência que a Autora efetuou a proposta
de aditamento referida no n.º 8.
o) que só no final do mês de maio de 2018 e após goradas as suas
expetativas de conclusão do outro negócio, é que a Autora tenha
iniciado as diligências para que lhe fosse concedido financiamento
bancário para aquisição da fração objeto do acordo referido no n.º
2.
p) que, na sequência do que consta do n.º 53, a Autora tenha apenas
deixado correr o tempo sem prestar qualquer informação à Ré.
q) que, devido ao comportamento da Autora, a Ré se tenha visto
obrigada a ter de alienar um outro imóvel no qual pretendia
efetuar obras no valor de 60 000,00 € e posteriormente vendê-lo por
cerca de 400 000,00 €, acabando por vendê-lo por 315.000,00 € sem
as obras, para conseguir gerar o capital que necessitava.
r) que, desde 21.6.2018 e 16.7.2018, o retorno expectável com a
venda da fração referida no n.º 2 seria de 14 400,00 €.
Apreciação do mérito do recurso
Da impugnação da decisão da matéria de facto
Os poderes do Tribunal da Relação relativos à modificabilidade da
decisão de facto estão consagrados no artigo 662.º do CPC.
Nos termos do artigo 640.º do CPC, incumbe ao recorrente que
impugne a referida decisão, sob pena de rejeição do recurso,
especificar os concretos pontos de facto que considera
incorretamente julgados [n.º 1, alínea a)], os concretos meios
probatórios constantes do processo ou de registo ou gravação que
imponham decisão sobre os pontos da matéria de facto impugnados
diversa da recorrida [n.º 1, alínea b)] e a decisão que, no seu
entender, deve ser proferida sobre as questões de facto impugnadas
[n.º 1, alínea c)].
Acresce que, nos termos da alínea b) do n.º 2 do citado artigo 640.º,
quando os meios probatórios invocados como fundamento do erro
na apreciação das provas tenham sido gravados, incumbe ao
recorrente, sob pena de imediata rejeição do recurso nessa parte,
indicar com exatidão as passagens da gravação em que se funda o
seu recurso, sem prejuízo de poder proceder à transcrição dos
excertos que considere relevantes.
A Apelante observou devidamente estes requisitos da impugnação.
Na decisão sobre a matéria de facto, o Tribunal só pode considerar
os factos essenciais que integram a causa de pedir (ou as exceções)
alegados pelas partes, bem como os factos instrumentais,
complementares ou concretizadores que resultem da instrução da
causa, e os factos de que tem conhecimento por via do exercício das
suas funções (artigo 5.º do CPC), estando-lhe vedado, por força do
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razoabilidade.
Tal perda de interesse deve aferir-se em função da «utilidade que a
prestação teria para o credor, atendendo a elementos susceptíveis de
serem valorados pelo comum das pessoas (e necessariamente à
especificidade dos interesses em causa no concreto negócio jurídico
onde tal apreciação se suscite), devendo mostrar-se justificada
segundo o critério da razoabilidade própria do comum das pessoas»
(cfr., por exemplo, os Acs. do STJ de 07.02.08 e de 18.12.03, in
www.dgsi.pt).
Na aferição da perda do interesse releva, também, a importância do
incumprimento ou a sua gravidade, sendo certo que, na maioria das
vezes, o desaparecimento do interesse do credor na manutenção do
contrato tem a ver com as finalidades de uso ou de troca que o credor
visava conseguir com a prestação.
No caso dos autos, em face da factualidade provada, impõe-se
concluir pela perda objectiva do interesse da R. na manutenção do
contrato-promessa, perda essa de que a A. desde sempre teve
conhecimento (por a R. o ter deixado sem preclaro) e que é
justificativa de tutela jurídica.
3.5. Verificado o incumprimento definitivo do contrato-promessa em
apreço por causa exclusivamente imputável à A., importa agora
apurar das consequências que decorrem deste incumprimento.
Desde logo, assistia à R. o direito de resolver o contrato.
As consequências da extinção do contrato são as previstas
contratualmente (cfr. cláusula 7.ª, n.º 1) e no art. 442.º, n.º 2 do CC: a
faculdade de fazer sua a quantia entregue a título de sinal, que, in
casu ascende a € 18.550,00 (cfr. art. 441.º do CC), sem direito a
qualquer outra indemnização (art. 442.º, n.º 4 do CC).
Soçobra, assim, a ação e procede (ainda que parcialmente) a
reconvenção.»
O nó górdio do presente litígio é a interpretação da cláusula quinta
do contrato‑promessa, na qual se pode ler o seguinte:
«1. A Escritura Pública de Compra e Venda (ou documento particular
autenticado) objecto do presente contrato está condicionada a
financiamento bancário para a aquisição do imóvel referido na
cláusula primeira, cuja resposta deverá ocorrer no prazo máximo de
30 (trinta) dias a contar da data de assinatura do presente contrato.
2. Caso o financiamento bancário venha a ser aprovado, a Escritura
Pública (ou documento particular autenticado) será outorgada, no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, devendo a Promitente Compradora
notificar a Promitente Vendedora, via e-mail, através da Mediadora
Imobiliária, expedido com a antecedência mínima de 10 (dez) dias, da
hora e local, para a realização da Escritura Pública (ou documento
particular autenticado).
3. Caso o financiamento não seja concedido, tal implicará a
resolução do presente contrato-promessa, devendo a Promitente
Compradora comunicar tal circunstância à Promitente Vendedora,
no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data da assinatura do
presente contrato.
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