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08/11/2022
n.º 2 do 410º CC – maior – quanto à forma – se o contrato principal tem de ser feito por escrito,
o contrato promessa também tem que o ser, assinado.
Exceção quanto à matéria – não se pode aplicar os efeitos do contrato principal ao contrato
promessa. – artigo 879º CC
Estes efeitos previstos no 879º não podem ser antecipados em contrato promessa.
Ao Contrato Promessa aplica-se o regime do contrato principal exceto quanto à forma e quanto
aos efeitos que são próprios do contrato principal.
Prescindir deste reconhecimento, vai contra a lei. Pode invalidar o contrato, se uma das partes
disser que nunca assinou.
Contrato Promessa
Unilateral – apenas uma das partes promete fazer alguma coisa; a outra não se obriga a nada;
Artigo 411º CC
p.e. tenho um apartamento e comprometo-me a vender o apartamento até final do ano. Mas a
outra parte não se compromete com nada. Se a outra parte não quiser comprar, não há nada a
fazer.
Não existe contrato promessa como ato isolado e desvinculado de ato futuro.
Art.º 38 n.º 1 DL 76-A/2006 de 29 de março – permissão de reconhecimento de assinaturas e
da autenticação e tradução de documentos, a advogados e solicitadores.
- Pode haver transmissão de posição contratual, através de novo contrato entre todas as partes
envolvidas;
- Por morte – o sucessor da parte tem obrigação de cumprir a promessa dos falecidos – art. 412º
n.º 1 e 2 CC
Caso o objeto do contrato definitivo deixe de existir, não se pode recorrer à execução especifica.
Tem de recorrer a outros meios, talvez indeminização.
P.E. contrato promessa celebrado entre duas partes, com reconhecimento de assinaturas. Mas
antes da escritura, a vendedora vende a outro.
Não é possível forçar o cumprimento do contrato de uma coisa que não existe. Pode mover uma
ação de indemnização.
Pode ser atribuída eficácia real ao contrato promessa (direito real de aquisição) – efeitos
secundários; os efeitos principais, são obrigacionais;
O contrato promessa deve ter declaração expressa do efeito real e tem de ser registado - Artigo
413º n.º 1 CC
Até podia ser feito o registo de aquisição por cima do registo de eficácia real, mas o direito real
mais antigo é que terá prioridade.
1 - Se alguém se tiver obrigado a celebrar certo contrato e não cumprir a promessa, pode a outra Comentado [VS6]: Obrigação futura
parte, na falta de convenção em contrário, obter sentença que produza os efeitos da declaração
negocial do faltoso, sempre que a isso não se oponha a natureza da obrigação assumida. Comentado [VS7]: Substituição da declaração de vontade
Direito de retenção
Pela conjugação dos artigos 755º f) + 442º, é atribuído um direito real ao promitente comprador,
mesmo sem registo de contrato.
Pacto de preferência
É uma antecipação futura e não provável de um negócio.
Artigo 414.º
(Noção)
O pacto de preferência consiste na convenção pela qual alguém assume a obrigação de dar
preferência a outrem na venda de determinada coisa.
Artigo 415.º
(Forma)
É aplicável ao pacto de preferência o disposto no n.º 2 do artigo 410.º Comentado [VS8]: Mas já não é exigido o reconhecimento
de assinaturas;
Artigo 416.º
(Conhecimento do preferente)
1. Querendo vender a coisa que é objecto do pacto, o obrigado deve comunicar ao titular do
direito o projecto de venda e as cláusulas do respectivo contrato.
2. Recebida a comunicação, deve o titular exercer o seu direito dentro do prazo de oito dias,
sob pena de caducidade, salvo se estiver vinculado a prazo mais curto ou o obrigado lhe assinar Comentado [VS9]: Vinculado no pacto de preferência
prazo mais longo.
Trata sempre de uma atribuição patrimonial – o terceiro tem que enriquecer e passar a ter
uma situação patrimonial melhor de que a anterior;
Vou ter promitente – quem promete, promissário – a quem a promessa é feita e beneficiário –
terceiro a ser beneficiado.
15/11/2022
Porque a forma privilegiada são os contratos (bilaterais). Os negócios unilaterais são uma
contraposição dos contratos.
Há poucos negócios unilaterais. São fonte extraordinária de obrigações, sendo limitados aos
tipos reconhecidos pela lei (só existe negócio unilateral se tiver na lei, princípio da tipicidade. Se
não estiver na lei, é nulo).
Estes negócios não dependem da intervenção de terceiros. Mas a problemática é que interferem
na esfera jurídica de outros e não só do agente.
Duas limitações:
- é pouco adequado criar obrigações sem que o futuro credor comunique a aceitação.
Daí que o princípio de que apenas o contrato é fonte idónea para constituir obrigações:
princípio do contrato.
Artigo 458º n.º 1 – promessa de cumprimento e reconhecimento de dívida
A revogação tem de ser feita pelo mesmo meio em que assumiu a dívida;
É uma declaração negocial, dirigida ao publico através da qual se promete uma prestação a
quem se encontre em determinada situação (1) ou pratique certo facto (2) positivo ou negativo.
Elementos:
1. Declaração
2. Prestação Prometida
3. Potencial cumpridor (1,2)
Mas a promessa publica nem sempre vai implicar benefício para o cumpridor.
p.e. publico um post no Facebook a pedir contacto de alguém para realizar obras em minha casa;
Entende-se como promessa pública aquela que dirigida ao publico em geral, através de meios
de comunicação ou redes sociais, inclusivamente publicidade paga.
459º n.º 2 – a obrigação não desaparece só porque o sujeito cumpridor desconhecia a promessa.
Podem mais tarde vir reclamar a promessa (não é eterno, prescreve tbém).
Se a promessa compreende o desempenho de uma atividade e essa é realizada por duas pessoas
em conjunto ou mais, o prémio deve ser entregue equitativamente. 462º cc
Concurso publico obriga a que exista um prazo para apresentação de concorrentes, - 463 n.º 1
– do anúncio deve constar júri ou pelo menos o promitente – 463º n.º 2.
Não se pode confundir com “concursos” relativos à celebração de contratos: são meros atos
jurídico integrados num negócio jurídico subjacente, enquanto o concurso publico é um negócio
jurídico unilateral e como tal é abstrato. Existindo de forma autónoma em relação a outros
negócios e gerando obrigações desde a publicitação do anúncio.
Pressupostos constitutivos:
a) Existência de enriquecimento;
b) Obtenção desse enriquecimento a custa de outrem
c) Ausência de causa justificativa para o enriquecimento
d) Ausência de outro instrumento legal específico para defesa do empobrecido – tem que
se verificar se não há outro meio legal através do qual o empobrecido possa ser
indemnizado ou restituído – 474º CC – regra de subsidiariedade – para que a ação de
enriquecimento não seja utilizada de forma leviana.
Temos sempre de procurar um meio mais específico em alternativa ao enriquecimento
injustificado.
Regra De Subsidiariedade
Não tem caracter absoluto. Não é exigido que o empobrecido tenha perdido a propriedade da
coisa, sendo possível cumular a ação de enriquecimento com a de reivindicação.
Também pode cumular com ação de responsabilidade civil desde que não tenham conteúdo
idêntico.
Artigo 472º - admite a opção pelo empobrecido entre o regime da gestão de negócios ou
enriquecimento sem causa
22/11/2022
Lesante – dano
Resp. subjetiva – responsabilidade que o sujeito puxa para si pelo dano causado.
Resp. civil
a) Responsabilidade por culpa (regra geral) – art.º 483º n.º 1 – funções de reparação, Comentado [VS10]: Violar direito de outrem
prevenção e punição;
b) Responsabilidade pelo risco (resp. objetiva) – art.º 483º n.º 2 e 499º - funções de
reparação (existe obrigação de indemnizar) e prevenção de comportamentos (impedir
que o agente lesante volte a violar o direito de outrem) – princípio da tipicidade (só nos
casos previstos na lei);
c) Responsabilidade pelo sacrifício (tipo específico de responsabilidade objetiva: funções
de reparação pelo dano; - confronto de bens jurídicos
Não há ideia de prevenção, porque não é possível prever.
Prédio em chamas, é arrombada uma porta para apagar o fogo. No que respeita ao dano
da porta, quem arrombou é responsável pelo sacrifício;
Causa virtual - não está à vista; p.e. ia em excesso de velocidade porque tenho um familiar
doente.
Graus de culpa
Consagrada pelo regime de lei, existe outra qualificação quanto à relação jurídica em que surge
a obrigação de indeminização:
Caso prático:
Joana comprou à Voltem Prof. Eletrónicos Lda um jogo de raquetes e bola especial atraída
pelas raquetes. Joana percebe que a sua raquete está bem regulada, mas a raquete de Marta
está regulada num nível muito alto. Mesmo apos alertada, Marta não alterou o nível e
magnetismo. A raquete de Marta foi atraída para o valioso relógio de Claudia, danificando-
o seriamente. Claudia reclama indemnização a Joana e Marta. Joana admite
responsabilidade perante Claúdia, mas Marta diz que o incidente ocorreu por defeito e que
a Voltem tem de indemnizar Claudia. Qual a responsabilidade civil em causa e quem deve
indemnizar Claudia e em que medida? O que deve Claudia fazer para ser indemnizada?
As duas tem de ser responsabilizadas. Joana tem uma culpa negligente. Marta tem culpa
imprudente. 483º e ss
Cláudia tem de demonstrar o nexo de causalidade entre o ato e o sujeito. E intentar ação de
indemnização. 562º
Princípio da Generosidade
Artigo 465º a)
Responsabilidade do gestor
Gestor é responsável pelos danos que causa, com culpa. Especialmente se interromper, e essa
interrupção causar danos. Considerando-se culposa, a atuação sempre que ele agir em
desconformidade com o interesse ou a vontade, real ou presumível do dono do negócio.
Facto objetivo da culpa + requisito subjetivo (causal) da culpa, embora esta seja presumida 799º
n.º 1 CC.
29/11/2022
GESTÃO DE NEGÓCIOS
Artigo 464º
Elementos:
O gestor não é obrigado a cumprir com a gestão até ao fim, mas essa interrupção não pode
causar prejuízo ao sujeito;
Não posso interromper ser avisar e surgir prejuízo dessa interrupção. Se existir aviso prévio,
tudo OK;
- dever fundamental de atual no interesse e a vontade real ou presumível – artigo 465º a);
- deve também avisar o dominus assim que possível que assumiu a gestão – artigo 465º b);
- deve entregar ao dominus tudo o que tiver recebido, ou o saldo das respetivas contas, mais os
frutos (juros) – artigo 465º alínea e);
A responsabilidade civil delitual pressupõe que não existe relação jurídica subjacente; na
obrigacional existe relação jurídica subjacente;
p.e. causei danos no jardim do sujeito, antes de informar que estava a agir como gestor de
negócios – responsabilidade civil delitual;
se causar os danos depois de avisar e o sujeito assentir – responsabilidade obrigacional;
Responsabilidade do gestor
É responsável pelos dados que causar com culpa no exercício da gestão; considera-se culposa a
atuação sempre que ele agir em desconformidade com interesse ou a vontade, real ou
presumível do dono do negócio
nas gestões regulares (quando o gestor atua corretamente) – o dono do negócio tem que
reembolsar o gestor de todas as despesas suportadas e indemnizar pelos prejuízos que haja
sofrido (468º n.º 1);
A ratificação é feita pelo interessado só – não precisa das outras partes para intervir novamente;
Caso pratico
Numa altura em que esta se encontra ausente, uma vizinha, Maria encarrega em nome de Diana,
um empreiteiro, Tiago de realizar a obra, pagando antecipadamente metade do preço que
totaliza 2m€.
Diana não concorda com a obra e comprova que a reparação de tao mal feita lhe causa mais
prejuízos do que benefícios. Interessada em desfazer a reparação deficiente, Diana contrata
outro empreiteiro, Orlando que aceita realizar a obra por 5m€; Diana apresenta a conta a Maria
Entretanto, Tiago pretende cobrar o remanescente do preço a Diana que ratifica o contrato de
empreitada feito em sua representação por Maria. Diana recusa o pagamento.
Quid iuris?
Resolução
Maria – gestora de negócio – 464º - assume direção, no interesse e por conta, sem estar
autorizada
Maria deve cumprir o 465º - perseguir os interesses do dono do negócio; avisar o dono do
negócio; prestar contas; prestar informações relativas à gestão; (…)
Pelo facto de Tiago ter realizado uma obra deficiente, Maria é responsável pelos danos causados
– artigo 466º n.º 1 1ª parte;
Diana ao ratificar o contrato de empreitada, aprovou a gestão nos termos do 469º, implicando
a renuncia ao direito de indeminização pelos danos devidos à culpa -
Maria não supervisionou a trabalho de Tiago, não teve cuidado. Assim, não cumpriu o
preceituado no artigo 465º a) cc.
Teste
Matéria desde contrato promessa até gestão de negócio (matéria falada hoje!!!);
2 casos práticos – com questões diferentes; não vai ter questões diretas de conceitos;