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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II

PRIMEIRO TESTE PARCELAR – PÓS LABORAL


27 de MARÇO de 2023
Duração: 1h30 + 15 minutos de tolerância
20 valores | 3 casos práticos

CASO PRÁTICO I
(7 VALORES)

Ana é proprietária de um terreno onde tem um pomar, sob a exploração de Carlos. Este pomar
produz 10000 toneladas.
No dia 01.01.2022 Carlos celebrou um contrato com Alberto onde acordou vender toda a
produção anual das maças pelo valor de €60.000,00 (sessenta mil euros).
No dia 02.03.2023 Ana celebrou um contrato de compra e venda das macieiras que, após o
corte, seriam entregues no Horto de Aveiro, que pagou pelas mesmas €100.000,00 (cem mil
euros).
Classifique todas as coisas em causa quer na data dos negócios jurídicos quer à data de hoje
onde: as maças já foram entregues e as macieiras se encontram em vasos para transporte para
o horto.

Critérios de correção:
Noção de coisa artigo 202.º do Código Civil
Distinção entre coisas móveis, coisas imóveis e frutos (artigo 202.º, 203.º, 204.º, 205.º e 212.º
do Código Civil).
Ana proprietária do terreno:
i) O terreno enquanto bem imóvel 204.º n.º1 alínea a);

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ii) Pomar: conjunto de árvores, estas enquanto ligadas ao solo, bem imóveis, artigo
204.º n.º1 alínea c);
iii) Maças: fruto natural artigo 212.º do Código Civil, coisa futura artigo 211.º do CC;
iv) Macieiras antes do corte estas enquanto ligadas ao solo, bem imóveis, artigo 204.º
n.º1 alínea c); depois do corte bens móveis artigo 205.º do CC;
v)

CASO PRÁTICO II
(7 VALORES)
André celebrou um contrato de arrendamento com Gustavo onde lhe cedia o gozo do seu T1
pelo valor de €300,00 mensais. Sucede que André faleceu e no seu testamento, como não
tinha herdeiros, decidiu deixar o apartamento a Gustavo.
Classifique os negócios jurídicos em causa.
Negócios unilaterais e multilaterais;
Negócios inter vivos e mortis causa;
Negócios formais e consensuais;
Negócios obrigacionais, reais, familiares e sucessórios;
Negócios reais quoad effectum e quoad constitutionem; negócios sujeitos a registo
constitutivo;
Negócios típicos e atípicos;
Negócios nominados e e inominados;
Negócios onerosos e gratuitos;
Negócios causais e abstractos;
Negócios de administração e de disposição;
Classificar o contrato de arrendamento e o testamento.

CASO PRÁTICO III


(6 VALORES)
Joana celebrou com a XPT Telecomunicações Lda., um contrato de prestação de serviços de
telecomunicações com um pacote de internet e canais na Televisão de casa, tudo pelo valor de
€89,99.

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Sucede que, hoje, após 6 meses de vigência contratual, Joana descobre que no contrato que
nunca lhe foi lido, explicado ou comunicado, estando apenas assinado na primeira página,
existe uma cláusula de fidelização que indica que:
“A consumidora encontra-se vinculada e fidelizada à operadora pelo período de 7 anos, sem
possibilidade de recurso à via judicial”.
Quid iuris?
Explicação das cláusulas contratuais gerais.
Explicação das três proteções do DL: aparência; boa fé e conteúdo.
No que tange com a aparência, explicar que o contrato não está assinado e, como tal, deve ser
excluído artigo 8.º alínea d) do DL das CCG.
Quanto ao conteúdo:
Artigo 18.º j);
Artigo 22.º n.º1 alínea a);
Artigo 21.º h)
Consequência das absolutamente proibidas: nulidade artigo 286.º do CC (24.º do DL)

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