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AULAS PRÁTICAS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

OBJETO DO PROCESSO – PARTE TEÓRICA

1. O Pedido

1.1. Comente a seguinte afirmação:

“O pedido abrange dois elementos: uma pretensão material e uma pretensão


processual”

1.2. Responda, fundamentadamente, às seguintes questões:

1.2.1. Qual a consequência para a omissão do pedido por parte do autor na petição inicial?
1.2.2. Quando é que podemos falar de um pedido admissível?
1.2.3. Identifique o pedido do autor nos seguintes casos:

a) Carlos celebra com Dâmaso um contrato de compra e venda de uma casa, pois este
mostrou-lhe documentos e brochuras que demonstravam que o local onde o imóvel se
situava era despoluído e seguro. Vindo a perceber, uma semana depois, que tinha sido
enganado.
b) Bento chocou com o carro de António, por estar a guiar distraído ao telefone, causando
danos corporais em António e danificando o seu carro.
c) Alfredo celebra um contrato de compra e venda de uma casa de férias com Belmiro,
no valor de €3.500, procedendo ao seu registo. Nesse Verão, ao chegar a casa, percebe
que esta está ocupada por C, que se recusa a sair.

2. A Causa de Pedir

2.1. Comente a seguinte afirmação:

“A causa de pedir é um conceito processual que é construído do com base no direito


substantivo”.

2.2. Responda, fundamentadamente, às seguintes questões:

2.2.1. Quais são as divergências existentes relativamente à causa de pedir à luz do


Acórdão do Tribunal da Relação do Porto de 13-fev-2012 (Relator José Amaral) n.º de
Processo 33/11.1TBPRG.P11?1
2.2.2. Qual a consequência de o autor não cumprir com o ónus de alegação subjetivo da

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http://www.gde.mj.pt/jtrp.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/64e872f04744d9b580257af000543
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causa de pedir na petição inicial?

2.2.3. Quais os factos que constituem a causa de pedir?

2.2.4. Identifique a causa de pedir dos casos previstos no n.º 1.2.3 (supra).

OBJETO DO PROCESSO
(Defesa do Réu /Exceções Perentórias/ Reconvenção/ Coligação)

Caso n.º 1
Identifique as modalidades de exceções peremptórias previstas nos seguintes casos:

i) António intentou uma ação contra o seu irmão Bento, pedindo ao tribunal a condenação
de Bento no pagamento de uma casa, no valor de 150.000 Euros, visto que ambos
outorgaram por escritura pública a compra e venda desta casa. Bento alega que o contrato
é nulo, porque na verdade, António apenas quis doar-lhe a casa, porque o queria
beneficiar, evitando os ciúmes da restante família.

ii) Carlos intentou uma ação contra Dália, pedindo ao tribunal que a condenasse na
entrega do seu carro , objeto de compra e venda entre as partes. Dália contesta dizendo
que já cumpriu com a obrigação de entrega do carro nos termos do art. 879., al.b) do CC,
no próprio dia da celebração do contrato.

iii) Evaristo intentou uma ação contra Francisco, pedindo ao tribunal a condenação deste
no pagamento de uma indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais
decorrentes do facto de Francisco lhe ter disparado um tiro sobre a perna. Francisco
contesta, esclarecendo que de facto o fez porque queria por termo a agressão o que aquele
levava a cabo, naquele momento, no jardim infantil.

iv) Agora é a vez de Dália intentar uma acção contra Carlos, pedindo ao tribunal que
condene Carlos no pagamento do preço do carro, decorrente do contrato de compra e
venda celebrado entre as partes. Carlos contesta invocando a prescrição da obrigação.

v) António contratou com Bento a construção de uma mobília de mogno para a sua casa
nova. Passados dois meses, vendo a falta de boa vontade do seu empreiteiro, o dono da
obra instaurou uma ação no tribunal, pedindo a condenação do empreiteiro na entrega da
coisa, com vista a receber os móveis contratados. Por seu lado, Bento contestou dizendo
que ainda não havia sido pago, pretendendo entregar o bem apenas quando o dono da
obra cumprisse com a sua parte do contrato.
Caso n.º 2.
“Pinturas de vitrais, nunca mais...”

Carlos e Dâmaso celebraram um contrato de prestação de serviços, pelo qual Carlos se


obrigava a pintar um vitral na casa de Dâmaso. Como na data acordada Carlos nem sequer
tinha iniciado a sua pintura, Dâmaso propôs uma ação contra Carlos pedindo que este
fosse condenado a cumprir o contrato de prestação de serviços e, no caso deste pedido
improceder, ser condenado no pagamento de uma indemnização no valor de 5.000 euros
por o seu incumprimento ter impedido a casa de ser capa de uma famosa revista de
decoração, o que daria a Dâmaso a oportunidade de obter patrocínios.

1.1. Na contestação, Carlos afirma que estes pedidos não podem ser formulados na mesma
ação.
1.1.1. Tem razão?
1.1.2. Qualifique esta defesa e indique as suas consequências processuais.

1.2. Carlos alega ainda que não pintou o vitral porque Dâmaso não lhe pagou o preço pré-
acordado. Qualifique o tipo de defesa apresentado e as consequências processuais.

1.3. Imagine que, já durante o decurso da ação, Dâmaso descobre que quando Carlos
andou a fazer estudos para a instala o do vitral, partiu um vaso muito valioso. Pode
ainda pedir uma indemnização por este dano?

Caso n.º3
“Para a próxima vou pela Autoestrada...”.

Maria Eduarda conduzia o seu veículo automóvel pela Estrada Nacional 12, a uma
velocidade superior a 150 km/h. Devido velocidade excessiva com que circulava, Maria
Eduarda acabou por perder o controlo do carro e despistou-se, indo embater
violentamente no veículo de Alenquer, que circulava pela mesma estrada, mas sem
sentido contrário, bem como num prédio pertencente a Carlos.
Como poderiam Alenquer e Carlos atuar processualmente, por forma a serem
indemnizados pelos danos sofridos?

Caso n.º 4
“Sucessões sinónimo de confusões”

Afonso, viúvo, dirigiu-se a um cartario notarial e celebrou um testamento, através do qual


manifestou a sua vontade no sentido de uma vez respeitada a legítima destinada aos seus
herdeiros legitimários, legar a Vilaça o seu automóvel, avaliado em 5000 Eur., e a
Alenquer uma coleção de moedas, avaliada em 10.000 Eur.
Quando Afonso morreu, deixou como único herdeiro legitimário, seu neto, Carlos, o qual
está na posse de todos os bens que pertenciam ao seu falecido avô. Ocorre que este, depois
de ter sido interpelado por Vilaça e Alenquer, no sentido de lhes entregar os bens legados
pelo seu avô, recusa-se a fazê-lo, ainda que sem apresentar qualquer justificação ou
fundamento para essa sua conduta.

Como poderão Vilaça e Alenquer reagir judicialmente perante a recusa de Carlos?

Caso n.º 5
“anulabilidades”

No dia 15 de Agosto de 2018, João da Ega, residente em Coimbra, celebrou com o Cohen,
residente em Lisboa, um contrato de compra e venda, por via do qual o primeiro vendeu
ao segundo e este comprou-lhe um veículo automóvel, pelo preço de 35,000, 00 Eur.
Nesse contrato, ficou convencionado , quanto ao pagamento do preço, que João da Ega
pagava de imediato a importância de 20,000,00 EUR sendo que o remanescente, ou seja,
a quantia de 15,000,00 EUR, seria paga no prazo de três meses.
Acontece que, uma vez verificado o termo do prazo convencionado entre as partes, João
da Ega não pagou a Cohen a quantia ainda em devida, raz o pela qual este decidiu intentar
contra aquele, junto do juízo local cível de Lisboa, uma ação declarativa, peticionando a
condenação do João da Ega no pagamento da quantia de 15,000 Eur.
Na contestação João da Ega veio invocar a anulabilidade do contrato de compra e venda
do veículo automóvel em causa, com fundamento em coação moral, e requerer a
restituição da quantia já prestada, no montante de 20,000, 00 EUR. Quid Iuris?

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