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TRIBUNAL JUDICIAL DA
COMARCA DE PORTO
JUÍZO LOCAL CÍVEL DE PORTO
Proc. nº 000/PRT00
CONTESTAÇÃO
I. POR IMPUGNAÇÃO
DOS FACTOS:
1. Corresponde à verdade o vertido nos itens 1º, 3º a 12º e 14º da petição inicial.
2. Desconhecendo a Ré o vertido na segunda parte do artº 2º e 13º e º, o que por
ser factos pessoais ou de que deva ter conhecimento equivale a impugnação,
3. A ré impugna o conteúdo dos arts. 13º, 15º a 50º, todos da Petição Inicial,
porquanto, se tratam, grosso modo, de factos que não correspondem à verdade.
4. É certo que, no dia 25 de Julho de 2023, foi celebrado um contrato de prestação
de serviços, mais especificamente um contrato de empreitada, entre as partes,
nos termos do art. 1207º CC.
5. Aquando da celebração do contrato, ficou acordado que a Ré se obrigava à
reparação do telhado da habitação própria e permanente do Autor, durante o mês
de Agosto de 2023, mediante o pagamento de 4.800,00€ (quatro mil e oitocentos
euros), o que assim fez.
6. As respetivas obras iniciaram-se a 05 de Agosto de 2022, tendo sido finalizadas
a 20 de Agosto do mesmo ano.
7. Nesse mesmo dia, o autor pode comprovar que a obra estaria efetivamente
concluída, tendo afirmado com convicção que estaria de acordo com o
pretendido.
8. A ré é uma sociedade por quotas com objeto social de construção e reparação de
obras, exercendo a sua atividade com sucesso há cerca de 20 anos, sendo certo
que, nunca haviam sido apresentadas quaisquer reclamações por parte de
clientes no que concerne à qualidade da mesma.
9. Deste modo, a obra entregue ao autor foi livre de quaisquer vícios, defeitos ou
anomalias que pudessem, de certo modo, prejudicar a sua finalidade, cfr
documento assinado pelo Autor – doc. 1 que se junta e se dá por integralmente
reproduzido.
10. Tudo isto foi presenciado pelo funcionário da sociedade, o Sr. Joaquim Almeida.
11. Após dia 20 de Agosto a Ré nunca foi contactada ou interpelada de qualquer
forma por parte do Autor.
12. A sociedade, portanto, ficou num estado de total surpresa ao receber a citação
em como seria Ré nos presentes autos, porquanto estaria convicto que o cliente
teria ficado satisfeito com o trabalho realizado.
13. Ainda sem qualquer contacto por parte do Autor, a Ré apenas teve conhecimento
que este teria recorrido a uma outra empresa com a finalidade de reparação do
telhado através dos autos.
DE DIREITO
14. Nos termos do art. 1218º CC, o autor procedeu à verificação da obra, antes de a
mesma ser entregue, não tendo encontrado qualquer vício ou defeito.
15. Assim, a partir do momento em que, alegadamente, verificou-se algum problema
no telhado, o mesmo deveria ter sido comunicado à sociedade.
16. Até porque, de acordo com o disposto no art. 1221º, o Autor teria o direito de
exigir à Ré o suprimento do defeito, fosse através de reparação ou substituição.
17. Cfr Ac. do Tribunal da Relação de Lisboa de 27/01/2013, proc. nº
1139/10.0TJLSB.L1-1, cujo relator foi Pedro Brighton, disponível no
http://www.dgsi.pt “O dono da obra tem de interpelar o empreiteiro em ato
autónomo para este proceder à sua eliminação, podendo-lhe fixar um prazo
razoável para esse efeito, e logo conferir-lhe carácter admonitório, de tal modo
que, não procedendo o empreiteiro à reparação nesse prazo, entre em
incumprimento definitivo, podendo, então, o dono da obra recorrer a terceiro
para levar a efeito a reparação, solicitando, após, ao empreiteiro, o pagamento
do respetivo custo.”
18. Neste sentido, e cfr Ac. do Tribunal da Relação de Lisboa de 08-09-2022, proc.
24660/20.7T8LSB.L1-8, cujo relator foi Teresa Sandiães, disponível em
http://www.dgsi.pt, “sem ter efetuado qualquer advertência de que, se não
cumprisse nesse prazo, a sua obrigação se tinha por definitivamente não
cumprida, não logrou converter a mora em incumprimento definitivo, por
inexistência daquela admonição ou cominação.”
19. Posto isto, ainda que no art. 42º da Petição Inicial, o Autor tenha alegado a
existência de urgência na reparação por se tratar de habitação própria e
permanente, em boa verdade, se tivesse havido a comunicação ou interpelação
quanto à existência de danos na obra, no imediato momento em que foram
detetados, esta teria sido prontamente reparada, não chegando a existir a situação
de urgência.
20. Porquanto, as primeiras chuvas ocorreram em outubro de forma muito ténue,
não comprometendo a integridade da construção e, consequentemente, o recheio
do imóvel.
21. (....)
22. Neste sentido, requere-se a prova pericial, nos termos do art. 467º e ss CPC.
Nestes termos, face a todo o supra exposto, requer-se a V.ª Exª se digne:
MEIOS DE PROVA:
DOCUMENTAL: 2 documento
TESTEMUNHAL:
o Jorge Vale, indicado pela ré, residente na Rua D.Manuel I, nº1100, 4000-080 Porto
PD
A ADVOGADA