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REPÚBLICA DE ANGOLA

TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA SALA DO CÍVEL E


ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Proc. N.º……./20017-B

Acção declarativa de condenação

Autor: XPTO

Réu: XXXA

DESPACHO DE INDEFERIMENTO LIMINAR

Veio, XYZ, na qualidade de bastante procurador da Fábrica XPTO, Sediada em


Luanda, Km12 antigo Ramal do Bengo intentar acção de reivindicação de propriedade
sob a forma ordinária contra XXXA, localizada na rua Celestino R. Gonçalves- Zona
Industrial de Viana, representada por XXXB.

Para fundamentar a sua pretensão em síntese disse:

1. Conforme Escritura de Compra e Venda que junta aos autos é procurador


bastante da XPTO;
2. Que o prédio com o qual a XPTO se identifica encontra-se descrito na
Conservatória do Registo Predial de Luanda;
3. Que lhe foi adjudicado o processo de privatização da sua representante;
4. Que as instalações pertenciam à empresa ABCD que fora confiscada;
5. Que dentre os bens confiscados consta o edifício inscrito sob o nº32339 a fls. 9
verso do Livro G-24, Repartição Fiscal de Viana com o registo de matricula nº
156;
6. Que o Decreto nº92/83 de 04 de Julho, art.4º transferiu para a ENEPA-UEE
incorporação no seu fundo de constituição, os bens, valores e direitos
considerados necessários à sua actividade e resultantes do compromisso de
algumas empresas, onde se inclui a XPTO;
7. O Decreto Executivo Conjunto nº207-C/08 de 23 de Setembro dos Ministros da
Industria e das Finanças foram desintegrados da ENEPA-Empresa Nacional de
Plásticos, UEE algumas unidades inclusive a XPTO;
8. Que notificou o réu para abandonar o edifício, mas sem sucesso;
9. Que o réu alega ser credor do Estado (Ministério da Indústria);

Concluiu requerendo que a ré lhe restituísse livre de pessoas e bens parte do prédio que
ocupa, a condenação da ré em custas, procuradoria condigna, encargos legais e
honorários aos advogados a fixar em execução de sentença.

Conclusos os autos, a fls. 47, o tribunal exarou despacho de aperfeiçoamento onde


convidou a autora a juntar pacto ou estatuto social, certidão de matrícula passada pela
Conservatória do Registo Comercial e documento comprovativo do cumprimento das
suas obrigações fiscais, seja da actividade comercial que desenvolve seja do direito de
propriedade que alega ser titular.

Do despacho de aperfeiçoamento foi a autora notificada a 15 de Março de 2018, porém


até a presente data não cumpriu, isto é não juntou aos autos os documentos solicitados.

São requisitos essenciais da petição inicial os que constam do art.467º do CPC, entre
eles a identificação das partes.

Pelo facto da autora ser pessoa colectiva, sob pena de não ter seguimento a acção, deve
nos termos do art.280º do CPC numa acção em que alega exercer actividade comercial e
ser possuidora ou proprietária de um bem imóvel fazer prova do cumprimento das suas
obrigações fiscais seja como comerciante seja como detentora do direito de propriedade
ou posse que alega.

A exigência de identificação das partes visa aferir a capacidade e a personalidade


judiciária destas sendo certo que tratando-se de pessoa colectiva, será necessário
também aferir a validade representação desta em Juízo.

Nos termos do disposto no art.474º do CPC, “ a petição inicial deve ser liminarmente
indeferida quando for manifesta a falta de capacidade judiciária ou a legitimidade de
uma ou de ambas as partes ou quando por outo motivo for evidente que a acção não
pode proceder”.

A acção foi proposta por XYZ em representação da XPTO, portanto nestes autos figura
como autor a sociedade XPTO e não XYZ.

Não tendo o representante da autora juntado aos autos pacto ou estatuto social desta,
não poderá de modo algum o tribunal a ferir a sua capacidade e personalidade
judiciárias, sendo portanto manifesto a falta destes dois pressupostos processuais.

Por fazer prova do cumprimento das suas obrigações fiscais o tribunal está impedido de
dar seguimento a acção e por esse motivo é evidente que a mesma não procederá.

Da simples leitura feita à petição inicial resulta claro que esta não poderá ser recebida
por falta dos elementos necessários para que a acção possa seguir o seu curso normal e
lograr êxito.
Por tudo o exposto, nos termos das alíneas b) e c) do nº1 do art. 474º do CPC e sem
prejuízo do disposto no art.476º do mesmo diploma legal, indefiro liminarmente a p.i.
por ser manifesta a falta de capacidade e personalidade judiciária da autora e por ser
evidente que a acção não procederá.

Custas pela autora. Art.446º do CPC

A taxa de justiça é reduzida a 1/6, tendo em atenção o disposto no I período do art.17º


do CCJ.

Notifique.

Luanda, 05 de Agosto de 2020.

Assinado: Henrizilda do Nascimento

(Está Conforme)

A Escrivã de Direito
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ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Proc. N.º1494/17-A

Acção declarativa de condenação

Autor: BBB

Réus: CCC e D´S

DESPACHO DE INDEFERIMENTO LIMINAR

Veio o Banco BBB, intentar a presente acção declarativa de condenação contra CCC e
contra D´S.

Para fundamentar a sua acção, invocou os seguintes facto:

 Que a 21 de Maio de 2007 faleceu EEE, seu antigo cliente;


 Que após o óbito a conta bancária antes titulada pelo falecido foi actualizada
tendo-se verificado posteriores movimentos;
 Aquando da actualização da conta, foi introduzido o contacto telefónico
912796463;
 Que os movimentos consubstanciaram-se em levantamentos em numerário e
transferência para uma conta domiciliada no exterior do País;
 Que a 27.07.2007 o co-réu CCC apresentou uma carta supostamente assinada
por EEE ordenando o levantamento da quantia de USD 3.500,00;
 Que após efectuar um telefonema para o contacto que constava da ficha de
cliente e confirmar a ordem de pagamento, a autora procedeu a entrega de
valores;
 Que a na mesma data foi debitado da conta a quantia de USD 5.000,00 uma
ordem de pagamento para o exterior tendo como beneficiário, Iscolmau El
Moustafa Sidi Mohameed, titular de conta bancária domiciliadao no Emirates
Bank Internacional, no Dubai;
 Que a transferência atrás referida foi devolvida por erro no número de conta
tendo contudo sido cobrado USD 100,00 a título de despesas;
 Que no total foram debitados USD 8.650,98 da conta bancária titulada por EEE,
à data falecido;
 Que teve de repor os valores erradamente debitados da conta bancária, sofrendo
assim prejuízo;
 Que apresentou queixa-crime pelos referidos factos, porém o processo foi
arquivado em virtude da Lei da amnistia;
 Que com a extinção do processo-crime, apenas pode recorrer acção cível para
reaver o valor que teve de repor na conta do falecido;

São requisitos da petição inicial, os que constam do artigo 467º do CPC,


nomeadamente, a identificação das partes.

Ao expor os factos, a autora deixa claro que não conhece nem sabe onde localizar CCC
tendo apenas cópia do seu bilhete de identidade e que desconhece por completo, as
demais pessoas que intervieram nas acções que permitiram o levantamento de valores
de uma conta cujo titular já havia falecido, daí intentar acção contra incertos.

A faculdade que a lei dá de poder demandar incertos, justifica-se pela necessidade


imperiosa de se dar ao incerto o direito de contradizer e defender os seus interesses.

Nos presentes autos, os incertos, certamente não terão qualquer interesse em se


pronunciar, pois teriam de assumir publicamente a prática de um crime, por sinal
amnistiado, mas com consequências cíveis.

Mesmo tendo sido amnistiado o crime de que vinha acusado CCC, para que o tribunal
hoje o condene a indemnizar à autora pelos prejuízos sofridos, terá de em primeiro lugar
analisar a conduta deste preenchendo um tipo legal de crime que foi amnistiado e
ressalvando portanto à responsabilidade civil.

Supondo que o tribunal julgue procedente a acção, e visto serem incertos os demais
réus, como pretende a autora executar à decisão?

Em bom rigor, nem o co-réu CCC está devidamente identificado, pois que a autora
limita-se a informar o seu nome e a afirmar que reside habitualmente em Luanda.

No entender deste tribunal, se a autora decidir avançar com a acção, poderá sofrer
inúmeros gastos, com preparos e despesas para a publicação de editais e no final não
lograr qualquer êxito, uma vez que sendo condenados a revelia, os réus jamais hão-de
comparecer e afirmar serem os culpados e disponibilizarem-se para ressarcir a autora
das despesas que teve.

Pelo exposto, entende este tribunal que a não identificação correcta dos réus e a
existência de réus incertos numa acção declarativa de condenação traduz-se na
evidência clara de que a pretensão da autora não irá proceder.
Nos termos da II parte da al.c) do nº1 do art.474º do CPC, a petição inicial deve ser
liminarmente indeferida, quando por outro motivo for evidente que a pretensão do autor
não vai proceder.

Porque propõe acção declarativa de condenação contra réus que apenas sabe o nome e
outros que afirma serem incertos, visando a condenação o pagamento de uma
indemnização por parte dos réus, este tribunal indefere liminarmente o requerimento
inicial.

Custas pela autora.

A taxa de justiça é reduzida a 1/6. Art.17º do CCJ.

Notifique.

Luanda, 23 de Abril de 2019

Ass: Henrizilda do nascimento

Juíza de Direito

Está Conforme

A Escrivã de Direito
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ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Processo n.º ……./2020-C

Por apenso ao processo nº ……/2019-C

Embargos de Executado

Embargante: AAA

Embargado: BBB

DESPACHO DE REJEIÇÃO LIMINAR

Veio AAA, por apenso aos autos de acção executiva para entrega de coisa certa
averbada sob o número …../2019-C deduzir embargos de executado contra BBB
exequente naqueles autos.

Para fundamentar a sua pretensão, em síntese invocou os seguintes factos:

 Que o exequente está a agir de má-fé omitindo factos essenciais com objectivo
de obter de forma ilegal o cumprimento da obrigação por parte do executado;

 Que desde o início da acção o exequente tinha consciência de ter comprado de


forma ilegal o terreno;

 Que no ano de 2008 o Instituto Nacional de Habitação lhe atribuiu direito de


superfície sobre o terreno;

 Que o direito de superfície está registado junto da Conservatória do Registo


Predial;

 Que no ano de 2012 o exequente adquiriu direito de superfície junto da


Comissão Administrativa da Cidade de Luanda que não tinha competência para
o efeito;

 Que no terreno em causa está em curso uma obra erguida em cerca de 60%
visando a construção de um Shopping;
 Que fez todas as diligências junto do Instituto Nacional de Habitação tendo a 20
de Novembro de 2019 lavrado Escritura Pública de Constituição de Direito de
Superfície;

 Que o exequente não pode intentar a presente acção executiva por não ter título
executivo bastante para o efeito;

Concluiu requerendo que a execução fosse julgada improcedente por falta de


legitimidade do exequente e o exequente condenado no pagamento da quantia de AKZ
2.500.000.000,00 por litigância de má-fé.

Juntou procuração forense e documentos.

Conclusos os autos, em primeira análise verifica o tribunal:

O embargante (executado nos autos de acção executiva para entrega de coisa certa) foi
citado na acção executiva no dia 26 de Maio de 2020 e veio deduzir embargos a 10 de
Junho de 2020.

A acção executiva para entrega de coisa certa tem o seu regime jurídico definido nos
artigos 928º a 932º, todos do CPC.

Dispõe o art.929º do CPC que citado na acção executiva para entrega de coisa certa, o
executado pode deduzir embargos à execução pelos motivos especificados nos artigos
813º a 815º do CPC, na parte aplicável e além disso invocar benfeitorias que tenha feito.

Os embargos devem ser deduzidos no prazo de 10 dias, a contar da citação. Art. 816º,
do CPC

O executado deduziu embargos cinco (5) dias depois do prazo que a lei lhe confere para
o efeito.

Dispõe o art.817º do CPC o seguinte:

Os embargos, que devem ser autuados por apenso são logo rejeitados se tiverem sido
deduzido fora do prazo, se não se ajustarem aos fundamentos dos artigos 813º a 815º
do CPC e se for manifesta a improcedência da oposição do executado.

Tendo sido citado no dia 26 de Maio de 2020 devia o executado ter deduzido embargos
até ao dia 05 de Junho de 2020. Porque o dia 05 de Junho foi uma sexta-feira, o
executado ainda poderia deduzir embargos na segunda-feira dia 08 de Junho mediante o
pagamento de uma multa tal como dispõe o art.145º nº5 do CPC, contudo o executado
apenas apresentou o seu requerimento de embargo no dia 10 de Junho.

Os presentes embargos para além de terem sido deduzidos fora de prazo não se ajustam
aos fundamentos da oposição prevista nos artigos 813º a 815º, todos do CPC e como
veremos são manifestamente improcedentes.
O título executivo que serve de base à execução é uma sentença transitada em julgado.
Sendo portanto perfeitamente exequível.

Fundando-se a execução em sentença, a oposição só pode ter os fundamentos previstos


no art.813º do CPC.

Um dos fundamentos previstos no artigo acima referido é a inexequibilidade do título.


Embora tivesse invocado a não existência de título a verdade é que existe título
executivo sendo este uma sentença proferida por este tribunal nos autos de acção
especial de posse averbada com o número 0569/2018-C onde a ora embargante foi
condenada a restituir o terreno objecto da execução ao embargado.

A embargante foi notificada da sentença no dia 07 de Outubro de 2019 e não interpôs


recurso tendo a sentença transitado em julgado conforme cota de trânsito em julgado
lançada a fls. 38 dos autos …../2018-C.

Tal como a inexequibilidade do título nenhum dos outros fundamentos referidos no


art.813º do CPC se ajustam à presente execução para entrega de coisa que dá origem aos
embargos.

Os fundamentos invocados pela embargante não se ajustam aos fundamentos referidos


no art.813º do CPC sendo por esse motivo manifestamente evidente que os embargos
não irão proceder.

Por tudo exposto, verificando o tribunal que os embargos foram deduzidos fora do
prazo e que os fundamentos não se ajustam aos elencados no art.813º do CPC rejeito-os
liminarmente. Art.817º do CPC

Custas pelo embargante. Art446º do CPC

A taxa de justiça é reduzida a 1/6, tendo em atenção o disposto no I período do art.17º


do CCJ.

Notifique.

A Juiz de Direito

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Assinado: Henrizilda do Nascimento


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ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Proc. N.º0217/20-A

Acção declarativa de condenação

Autora: ABC

Ré: Banco CBO

DESPACHO

Nos termos do art.477º do CPC e para não prejudicar o normal êxito da presente acção
convido a autora a corrigir a petição inicial nos seguintes termos:

 Suprir a irregularidade do mandato juntando aos autos procuração forense


conferida nos termos do art.35º do CPC pois a procuração junta aos autos é
fotocópia;
 Articular correctamente os factos com especial atenção ao conteúdo vertido nos
artigos 8º e 11º da petição que não se mostram claros, não se percebendo que
movimentos são referidos no art.8º;
 Articular factos que possam ser subsumidos aos pressupostos da
responsabilidade civil;
 Retirar do pedido a condenação do réu no pagamento de honorários aos seus
advogados visto que tal pedido só poderá ser atendido se resultar de lei ou de
contrato (acordo entre as partes);
 Juntar aos autos cópia legível do documento de fls.17;

Prazo: 5 dias.

Notifique.

Luanda, 14 de Julho de 2020

Assinado: Henrizilda do Nascimento

(Está Conforme)

O Escrivão de Direito)
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TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA SALA DO CÍVEL E


ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Processo n.º……/2010-B

-----DESPACHO-----

Nos termos do art.477º conjugado com o art.467º e 305º, todos do CPC, e para não
prejudicar o normal êxito da presente acção, convido o autor para no prazo de 15 dias
vir aperfeiçoar a p.i nos seguintes termos:

 Indicando a espécie de acção, sendo que não pode optar por um processo comum
em simultâneo um especial.

 Expor as razões de direito que servem de base à presente acção.

 Juntar aos autos procuração forense conferida nos termos legais, visto que a
procuração junta aos autos é fotocópia.

 Corrigir o valor da acção tendo em atenção a quantificação do pedido.

 Indicar a letra da providência cujo número é 1209/10 para nos termos do nº2 do
art.384º do CPC, ser apensado aos presentes autos.

Notifique.

Luanda, 14 de Julho de 2020

Assinado: Henrizilda do Nascimento

(Está Conforme)

O Escrivão de Direito)
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REPÚBLICA DE ANGOLA

TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA SALA DO CÍVEL E


ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Proc. N.º0246/2017-

Acção declarativa de condenação sob a forma ordinária

Autora: AAA

Ré: BBB

DESPACHO

1- Regularmente citada a ré não contestou pelo que nos termos do art.484º do CPC,
dou por confessados os factos articulados pela autora.

2- Cumpra o disposto no nº2 do artigo acima referenciado e decorrido o prazo legal


concluse os autos.

Luanda, 14 de Julho de 2020

Assinado: Henrizilda do Nascimento

(Está Conforme)

O Escrivão de Direito)
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ADMINISTRATIVO 1.º SECÇÃO

Proc. N.º…../2009-C

Conclusão em / /

A Escrivã de Direito

DESPACHO

Nos termos dos artigos 233º, 480º, 484º e 486º, todos do CPC cite o réu
para no prazo de vinte (20) dias contestar a presente acção, advertindo-o
expressamente de que a falta de contestação importa a confissão dos factos
articulados pelo autor.

Data e assinatura.

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