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Direito Processual Civil - práticas

Direito (Universidade de Lisboa)

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Descarregado por Tatiana Filipa Rodrigues (tatii_10-95@hotmail.com)
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Direito Processual Civil – práticas

10.10.2017

Tribunal – 110º/1 CRP + 202º/1 CRP – órgãos de soberania, que possuem função
jurisdicional (202º/2 CRP) – órgão de resolução de conflitos (no âmbito se processual).

Conflito – quando dois sujeitos não conseguem resolver uma questão no âmbito da sua
autonomia privada.

Princípios de PC:
• P. do contraditório – o tribunal não se pode pronunciar até ter ouvido ambas as
partes, tanto sobre matérias de facto como de direito;
• P. da cooperação – 7º
• P. da adequação formal – o poder que o juiz tem de adequar a tramitação do
processo para a perfeição do mesmo, tomar determinadas diligencia sem estar
sujeito à iniciativa das partes.
• P. do dispositivo – são as partes que conformam o objeto do processo, além de
serem elas que decidem se querem ou não ir a tribunal, recai sobre elas o ónus
de alegar os factos relevantes para a decisão do tribunal e provar esses mesmos
factos – art.º 5º.
• P. da igualdade das partes
• P. da boa fé
• P. da economia processual – art.º 20º CRP + art.º 130º CPC

Art.º 10º espécies de ações:


• Ação declarativa: declara-se qual a conformação ou existência do direito
- Simples apreciação: aprecia se existe ou não determinado direito
- Condenação: condena o réu ao pagamento de uma prestação
- Constitutivas: cria ou extingue uma situação jurídica ou direito na ordem
jurídica que não existia anteriormente
• Ação executiva: executa a ação declarativa, a sentença que esta declarou
- Pagamento
- Entrega
- Prestação

Normas: preceitos normativos relativos às partes e ao tribunal

Petição inicial (PI) – expor a matéria de facto e a matéria de direito, os factos


enquadram-se na previsão normativa, de modo a cumprir a estatuição. Não pode haver PI sem
factos ou quando não está explicito o que é pretendido (art.º 186º CPC) – art.º 552º CPC – os
factos de direito deve haver uma articulação de dedução por artigos (art.º 147º/2 CPC).
Atualmente a entrega da petição inicial é eletrónica, através dos CITIUS (art.º 132º CPC).

Como fazer uma petição inicial? O art.º 552º organiza os elementos essenciais. Importa
primeiro saber qual o tribunal competente:

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Direito Processual Civil – práticas

Tribunal judicial

Exmo Senhor Juiz de Direito

Maria, NIF bla bla bla

Vem intentar ação declarativa ad condenação (por exemplo) contra quem (ex. Manuel, todos os
dados essenciais sobre o réu)

I. Dos factos

1º.

2º.

II. Do direito (base legal aplicável aos factos)

Nos termos de direito que fosse excelência suprirá (…) faz-se o petitório

A)

B)

Junta: documentos em anexo, não só os do casa como o comprovativo de pagamento da taxa de


justiça

Prova testemunhal:

- nome das testemunhas com respetiva documentação

A secretaria cita o réu em nome do principio do contraditório para que este se possa
defender

-Contestação 569ºss – Os elementos são semelhantes aos da PI, só que a narrativa é de


modo a se defender. Para se defender em cede de condenação (571º):

• impugnação: nega os factos e faz contraprova (ex. é falso que eu não tenha
pago)
• exceção: não nega os factos, mas sim que estes não podem ter o efeito jurídico
pretendido (ex. eu não paguei, mas já passou o prazo)

Exceções dilatórias: vencer na secretaria, demandar o réu errado

12.10.2017

Contestação: artigos relevantes – 569º + 572º + 573º (princípio da dedução?) + 574º


(narrativa do réu condicionada àquilo que o autor referiu)

576ºss - exceções dilatórias

Pedido reconvencional – 583º - meio de ataque, vai deduzir um pedido contra o autor,
é só eventual

Réplica – 584º - só serve para:

- responder ao pedido reconvencional

- ações simples apreciação negativa

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Pode defender-se o autor da ação na audiência prévia ou no despacho saneador. Em


algum momento tem de ser dada a oportunidade de defesa ao autor. Em algum momento do
processo, o juiz vai dar ao autor de se defender por escrito aos argumentos do réu.

Articulados supervenientes – se surgir um facto que importa a causa, a parte a quem


aproveita pode alegar num articulado, isto se surgir posteriormente ou por desconhecer até
àquele momento, mesmo que já exista.

4 fases:

- PI

- Contestação

- Réplica

- Articulados supervenientes

Apenas os dois primeiros são de existência obrigatória.

Em seguida, ocorre a fase das audiências (quase tudo são eventuais). A maioria pode
existir ou não.

Audiências:

• Pré-saneador 590º/2 e 3, limites nº 6


• Audiência prévia 591º
• Despacho saneador 595º - existe sempre –
• Audiência final 599ºss -destinam-se a fazer prova dos factos controvertidos
elencados no despacho saneador. 604º - começa novamente com uma tentativa
de conciliação. 604º/3 – ordem da prova. 604º/4 alegações finais de facto e de
direito. 410ºss preceitos normativos relativos à realização da prova + 341º ss CC
valor da prova, parte substancial relativa à prova

591º/1 b) + 596º - quanto à prova.

Grandes temas da prova – facilitar a prova dos factos, controvertidos.

Saneador sentença – trata-se de concluir o processo, conhece do mérito da causa

596º - os temas da prova encontram-se no despacho saneador

Sentença – 607ºss – P. da fundamentação completa das decisão 205º/1 CRP + 607º forma da
sentença

Direito processual civil I e II

Casos práticos:

1.

A instaura contra B, uma ação de divorcio, alegando a violação do dever conjugal de fidelidade

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Direito Processual Civil – práticas

Estamos perante uma ação declarativa constitutiva, art.º 10º/2 al. c) CPC, pretende
autorizar uma mudança na ordem jurídica existente. O autor pretende um novo efeito jurídico
material através de uma decisão judicial, isto é, o decretamento do divórcio.

Como causa do pedido temos uma violação do dever conjugal de fidelidade, regulado
no art.º 1672º CC, ainda que tal argumento não seja válido. A culpa já é irrelevante após a
reforma de 2008. Logo será a vontade de dissolver o casamento, 1781º/ d).

Causa do pedido, art.º 581º/4 facto concreto que gera o efeito pretendido.

Valor da causa: 3 mil € e um cêntimo, tem recurso até à ultima instancia – art.º 303º/1

Tipo de processo: 546º (os processos especiais encontram-se previstos no 878ºss.

2.

A, é proprietário de um imóvel de valor de 14.963,94€, o qual foi abusivamente ocupado por B,


que, para tanto, destruiu a vedação e arrombou a porta de casa. A, instaura contra B, uma ação
para reconhecimento do seu direito de propriedade e ressarcimento pelos danos sofridos, que
ascendem à quantia de 3.740,98€.

A apreciação do direito de propriedade, ação de simples apreciação, está implícita no


processo. Tal só nos interessa para a determinação do valor da causa, 297º/2

A, pretende instaurar uma ação declarativa de condenação no âmbito do art.º 10º/3


al. b) CPC, ou seja, exige a prestação de uma coisa, tendo havido a violação de um direito.

Esta ação tem como fundamentação o art.º 483º/1 CC, aquele que violar ilicitamente
o direito de outrem fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da
condenação.

O pedido é a indemnização no valor de 3.7490,98€, sendo este o valor da causa ao


abrigo do art.º 297º CPC. Interessa para o valor do pedido 302º/1 + 297º

Processo simples 546º/1

555º - acumulação de pedidos

3.

A, instaura contra B, uma ação de reivindicação de um imóvel no valor de 3.500€.

A instaura contra B uma ação de condenação, 10º/3 al. b), reivindicar um direito real
importando a entrega da causa, sendo a entrega da coisa um dos objetivos.

A causa do pedido seria 581º/4, ou seja, um direito real, apresenta o contrato de


compra e venda ou o contrato de usufruto.

302º/1 -fazer valer o direito de propriedade

Forma comum de processo, 546º/1

4.

A, celebrou com B, um contrato-promessa de compra e venda de um imóvel no valor de 50.000€,


o qual foi incumprido por este último. A, promitente-comprador, requer a execução específica do
referido negócio jurídico.

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Direito Processual Civil – práticas

A instaura uma ação constitutiva, no âmbito do art.º 10º/3 al. d) CPC, 830º CC.

Pedido: celebração do contrato definitivo

Causa: contrato-promessa, art.º 410º CC, dá o direito à celebração de um contrato


definitivo.

Forma comum de processo, 546º

5.

A, instaura uma ação de investigação da paternidade contra B.

Trata-se de uma ação declarativa de simples constituição, art.º 10º/3 al. a), pois
destina-se a obter a declaração de existência de um direito, neste caso, o direito à
paternidade, art.º 1835º CC.

A ação te por base a procriação.

Rui Pinto: simples apreciação, pois é o simples reconhecimento do facto que já existe
na realidade

MTS: constitutiva, o vinculo da filiação vai criar direitos e deveres, sendo preciso que
funcione uma ordem do ordenamento jurídico.

Valor

6.

Na sequência de um acidente de viação, A, intenta contra B, uma ação judicial na qual pede uma
indemnização pelos danos sofridos, no valor de 14.970€.

Ação declarativa de condenação

Responsabilidade extracontratual

Pedido pagamento do valor

Valor da ação 297º/1

Forma comum

7.

A, construtor civil, celebrou com B, um contrato de empreitada. Tendo em conta que A, não
cumpriu o negócio jurídico, B

Ação declarativa condenatória


Pedido de indemnização pelos prejuízos causados
Causa: incumprimento do contrato, 798º/1, necessário provar o dano
Valor: 297º/1
Forma: comum

17.10.2017

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Direito Processual Civil – práticas

607º CPC – princípio da fundamentação das decisões (nº3+4 a decisão tem de ser algo
muito especifica, informando sobre os meios probatórios que o juiz analisou, informando quais
os factos provados e não provados, também terá de dizer que direito aplicou fazendo a
interpretação explicando a forma; (608º + 609º (p. do dispositivo) - só pode usar factos
apresentados e não factos que tenha conhecimento geral

607/º5 – princípio da livre convicção

1ª instancia

2ª instancia: relação – recurso de apelação (apreciação de matéria de facto)

3ª instancia: supremo – recurso de revista (apreciação de matéria de direito) 674º

• Arts.º 627ºss CPC

Recursos extraordinários (após transito em julgado – 688ºss)

13,14,15,16,21,23

19.10.2017

13.

O que se deve entender por ato processual?

Ato processual – todo aquele que conforme o processo, com relevância na constituição do
processo. Há atos que embora praticados no processo, tem eficácia fora do processo, ex.
sentença. Atos postulativos – tem como função produzir um determinado efeito no
ordenamento jurídico, o poder de decisão.

14.

Qual a forma que um ato processual reveste?

Forma – 133º/1 + 134º + 132º - há um suposto principio de liberdade de forma, contudo


existem inúmeras exceções, há alguns atos a que dá preferência a que sejam praticados por
escrito (petições, sentença), e outros que dão preferência a que sejam na forma oral (Ex.
audiência

15.

Que tipos de atos das partes e de atos do tribunal conhece?

Atos das partes e do tribunal - 2 sentenças e despachos 152º (despacho saneador sentença,
despacho de mero expediente)

16.

Quais os modos de prática de um ato processual? Em que data é que se considera que o ato foi
praticado?

oralmente ou por escrito, quando são mandados praticar têm um prazo (30 dias recursos,
contestação; prazo subsidiário 10 dias), os atos só se praticam em dias uteis, os prazos não
correm em datas de férias 137º/2 + 138º, a contagem do prazo é continuo

21.

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Direito Processual Civil – práticas

Imagine que o réu alega a exceção de ineptidão da petição inicial (193º), e o autor invoca que o
réu, por inépcia, não compreendeu aquilo que o autor quis dizer, não existindo qualquer
deficiência do articulado. Quid iuris?

Atos processuais têm infinidade de parecenças com negócios jurídicos. Assim, uma corrente
doutrinária, defende a aplicação das regras de interpretação dos negócios jurídicos aos atos
processuais – sobretudo artigos 236º e 238º. Isto no sentido de parte com parte e não parte
com juiz. Possibilidade de 186º/3. O Raríssimo ineptidão da petição inicial; normalmente o
juiz pede para aperfeiçoar.

Inseria-se na alínea a), mas também poderia cair no 186º/3.

23.

Ana instaura uma ação judicial contra B na qual pede a condenação deste a pagar-lhe 15.000€,
que este lhe deve. Na contestação, B invoca ineptidão da petição inicial, com fundamento na
falta de causa de pedir, pois A não invocou a razão pela qual B lhe deve o referido dinheiro. E
invoca ainda a nulidade do contrato mútuo celebrado com A relativo a essa quantia. Quid iuris?

a) Imagine agora que, no decurso da ação, A vem apresentar um requerimento dirigido ao


juiz onde refere que “já não sabe se quer continuar a ação” e B responde aceitando a
desistência da instancia. Que deve o juiz fazer?

186º/2 al. a) – exceção dilatória 577º/al b), tem como consequência absolver o reu da
instancia, pois torna nulo todo o processo

Fica decidido em termos matérias e factuais.

Se houver uma absolvição do pedido – exceções perentórias – impede que o reu volte
a ser julgado naquela matéria – efeito de caso julgado

Se houver uma absolvição da instancia – exceções dilatórias – o requerente pode


voltar a elaborar o mesmo processo, suprindo as fraquezas do processo

b) Suponha ainda que o juiz profere sentença que absolve B, sem, contudo, indicar se é
absolvido do pedido ou da instancia. Que podem as partes fazer?

613º

Próximos casos: 24, 25, 26, 27, 31, 32, 33, 34

24.10.2017

24.

António propõe uma ação judicial contra Bento. O juiz notifica ambas as partes para juntarem
aos autos uma certidão de nascimento, e fixa 10 dias de prazo para o autor e 15 dias de prazo
pra o réu. Quid iuris?

Principio do inquisitório – só alguns factos estão sujeitos ao principio do inquisitório (412º


+436º) – 342 CC

411º matéria da prova

Só pode pedir prova sobre os factos que são lícitos conhecer

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Direito Processual Civil – práticas

Principio da igualdade das partes + 20/4+13 CRP

25.

António propõe uma ação judicial contra Bento, o qual contesta a ação. O juiz convida o autor a
aperfeiçoar a petição inicial, mas após o aperfeiçoamento o réu não é notificado para se
pronunciar. Quid iuris?

É negada a contestação, violação do contraditório 3º CPC

Prática de um ato processual – fase em que é praticado 590º, sempre que há lugar a pedido
de aperfeiçoamento tem sempre que haver contraditório da outra parte dos factos novos

Principio da cooperação

195º CPC – aplica-se à falta de notificação, pratica de um ato que a lei não permite ou a
omissão de um ato que a lei prevê ou uma formalidade que a lei prescreva

187º CPC – falta de citação

26.

Alberto propõe uma ação de divorcio contra Maria, por violação do dever de cooperação. O juiz
decide ouvir a vizinha do casal, que não tinha sido arrolada por nenhuma das partes. No decurso
da audiência de discussão e julgamento, essa testemunha afirma que Maria violava
constantemente o dever de fidelidade, tendo o juiz decretado o divorcio exclusivamente com
base nesse fundamento. Quid iuris?

Princípio do inquisitório 411

Prova testemunhal de livre apreciação por parte do juiz

526 CPC

Condenar com base na infidelidade quando a base foi a falta de cooperação, o pedido não era
esse

342º

Só pode decidir na estrita medida de acordo com o que foi pedido na petição inicial, o
fundamento tem de ser aquele 5º + 609º + 615º (objeto diverso

27.

Qual o tribunal que tem competência para apreciar a incompetência do tribunal arguida por uma
das partes?

Incompetência

Regulamento 1215/2012 comercial

Regulamento 2201/2003 divorcio, separação de pessoas, cessação e limitação de obrigações


alimentares

Regulamento 4/2009 obrigações alimentares

Regulamento 650/2015 sucessória

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Direito Processual Civil – práticas

Regulamento 2015/848 insolvência

26.10.2017

Casos 44-50

31.

A, cidadão português domiciliado em Berlim, intenta ação de reivindicação contra B, australiano


domiciliado em Santarém, relativa a um imóvel no seu sito em lisboa. A intentou a ação no
tribunal de comarca de santarém. Determine se o tribunal onde foi proposta a ação é
competente.

percurso do tipo de tribunais

32.

A cidadão português domiciliado em França, intenta contra B, português domiciliado em Israel,


ação de cumprimento de um contrato do qual resultava que a obrigação deveria ser cumprida
em Faro. Qual seria o tribunal competente?

R 1215

O reu não está num estado membro – não está na competência (art.º 7º)

Vai-se ao direito interno (62º+63ºCPC - regras mais comuns) – 62º/a) – 80º/3

O tribunal judicial da comarca de lisboa – juízo civil – 79º R62 – 81º/3 R62 – como não temos
o valor da ação não nos é permitido dizer se se trata de um Local Cível ou de um Central Cível

33.

A, francês domiciliado em Paris, intenta uma ação de divorcio contra B, francesa domiciliada em
Paris, a qual se encontra atualmente no Funchal. O divórcio tem como fundamento o adultério
cometido em Vilamoura. O autor coloca a ação no tribunal de lisboa. Quid iuris?

R1215 – art.º 1º/2 a)

R 2201 – art.º 1/a) – 3º/1 ) – ambos têm residência habitual no mesmo território + 6º/a)

31.10.2017

34.

A português domiciliado em Estremoz, intenta ação de indemnização contra B, empresa de


transportes brasileira, com sede no Rio de Janeiro e sucursal em Setúbal, em virtude de um
acidente de viação que ocorreu em Espanha, e do qual resultaram danos no valor de 50.000€, A
propôs a respetiva ação no tribunal da comarca de Estremoz. Quid iuris?

Regulamento 1215 – responsabilidade extracontratual – não é aplicável pois estamos


perante uma sucursal – se considerar-me um estabelecimento incluindo a sucursal 7º/5 e 63º
há uma incoerência, não sabendo se é aplicável ou não.

Tipo de matéria em questão – extra ou contratual? Extracontratual – 7º/2 – é


competente o tribunal espanhol.

- as sucursais não estão incluídas, só interessa a sede

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ou

- só aplicável se for a exploração de uma sucursal 7º/5

ou

- só interessa pois se trata de matéria extra contratual

Se o 1215 não se aplicar – 63º CPC – 70º-84º - pode ser a comarca de setubal –
incompetência relativa em razão do território 102º+105º/3

Se se considerar o tribunal competente o tribunal espanhol – incompetência absoluta:


absolvição do réu da instancia

38.

Os tribunais portugueses não são competentes, não se aplica o CPC

Competência internacional – 1215 – é aplicável em razão da matéria 1º/1 – o reu tem


domicilio num estado membro 4º/1? Não, so se aplica nesse se não se enquadrar nas exceções
de 2 a 7

24º/3 -a ação deve ser julgada no reino unido, pois é lá que são conservados os juízos

Incompetência absoluta – exceção dilatória – 102

40.

Pacto de jurisdição – atribui competência exclusiva a um tribunal e retira a jurisdição


ou competência a todos os outros tribunais – 25º/1 – exceção ao art.º 4º pelo art.º 25º: tem
de ser celebrado por escrito (abrir as duas subhipoteses de se encontrarem ou não reunidos
os pressupostos). Tem atenção ao 25º/4, que limita as matérias sobre as quais os pactos de
jurisdição possam incidir.

1215 – 7º/1 b)

Modo de resolução de um caso prático relativamente ao tribunal competente:

• há elementos de conexão com a ordem jurídica portuguesa?


o se houver, podem ser competentes os portugueses ou não.
• iniciar com o 1215 e ver se esse se aplica
• ver 4º/5º/6º do 1215 em relação ao domicilio – se nenhum for aplicável, aplica-
se o 4º - percorrer do 7º-26º
• se não for aplicável, ver se há competência interna 62º+63º
• se o regulamento for aplicável e não houver competência portuguesa, é
aplicável o regulamento pois a sua eficácia prevalece sobre o português
• se for, aplica-se o direito interno:
o aplicável em relação de matéria i (64º CPC+ 40º organização do sistema
judiciário),
o hierarquia (79º+80º organização do sistema judiciário+ 67º-69º CPC),
o território (70º ss CPC),
o matéria ii (81º+83º LOSJ) e
o valor (117º LOSJ)

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personalidade e patrocínio judiciário 44-50

2.11.2017

44.

O cão de A, invadiu o jardim de B, domiciliado em Beja, e provocou danos no valor de 500€. B


pretende obter uma indemnização pelos referidos danos, tendo para esse efeito entregue uma
petição inicial no tribunal da comarca de Beja, na qual identifica como réu o cão de A. Quid iuris?

O cão não tem personalidade jurídica, o dono não é um representante do cão.

Há uma coincidência entre a personalidade jurídica e a personalidade judiciaria – art.º


11º + 12º CPC – Não há racionalidade que o permita obedecer às regras da sociedade.

Falta de personalidade – 577º/c) exceção dilatória (tem a ver com o andamento do


processo) – absolvição da instancia ou terminação da ação no despacho liminar - 278º/1 al c)

45.

A domiciliado em Lisboa, comprou à sociedade B, com sede no Porto, dois sofás no valor de
1.300€ cada. Os sofás não foram entregues, pelo que A propõe uma ação contra a sociedade B,
pedindo ao tribunal que a condene à entrega dos sofás.

12º/d) – 13º/1

Incumprimento da prestação. A sociedade pode ser demandada - pois o 13º/1 diz-nos


que podem ser demandadas se o ato foi por ela praticado (se o ato for praticado pela sede e
não pela sucursal, não pode ser demandada; mas o oposto pode acontecer, uma vez que a
sede é responsável “de cima para baixo”)

Neste caso, não se podia demandar diretamente a sucursal, uma vez que não está
especificado quem praticou o ato. Não tendo personalidade judiciária – 14º - há suprimento
se a casa mãe assumir a ação ao lado do réu.

Quanto ao patrocínio judiciário,40º/1 al. a) o recuso é admissível aos tribunais de


comarca (1ª instância), quando o valor é 5000€ art.º 44º LOSJ – a falta de advogado tem como
pena de absolvição do réu da instancia (41º - contudo, é primeiro convidado a suprir) – 577º/h)

É sempre admissível recurso – 629º/2+3

46.

A, domiciliado em Lisboa, comprou à sociedade B, com sede no Porto, dois sofás no valor de
1.300€ cada. Os sofás não foram entregues, pelo que A propõe uma ação contra a sociedade B
pedindo ao Tribunal que a condene à entrega dos sofás.

a) Quid iuris se A for inabilitado?

capacidade judiciária – 11º/2, capacidade para o exercício de direitos e para os fazer exercer
em juízo –153 CC – 16º/1 é necessário um representante, a ultima ressalva tem que ver que
há um conjunto de direitos que ainda podem exercer – 19º/2+27º intervenção do
curador/representante - 577º/c) + 576º/1 exceção dilatória, absolvição do réu da instancia –
27º/1 retificar os atos

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Direito Processual Civil – práticas

b) Imagine que a contestação é assinada por C, administrador da sociedade B, mas os


estatutos dessa sociedade designavam D, um outro administrador, como a pessoa com
competência para representar a sociedade B, em juízo. Como deve o juiz agir?

25º/1 pessoas coletivas representada por quem os estatutos designar, ex. administrador ou
gerente – 28º/1 e 2 – exceção dilatória sob pena de vir a ser suprida pelo 27º/1

Problema de capacidade, quem se apresenta para representar não coincide com quem
está estipulado nos estatutos.

7.11.2017

47.

A intenta contra B, uma ação de reivindicação de um imóvel.

a) Quid iuris se A for interdito?

138º CC pessoas sujeitas a interdição – 139º aplicam-se as disposições do menor –


15º/1 CPC – 15º/2 CPC – representantes legais, nomeadamente o tutor – 6º+28º CPC – 16º +
27º - o juiz – 27º/2 -577º/c) + 576º/1 exceção dilatória – absolvição

b) Quid iuris se B for menor?

123+124 CC – 15º - progenitor, tutor, administrador de bens – 16º/1 – 27 – 21º/1

problema de capacidade judiciária – não tem capacidade para o exercício de direitos


– medida da capacidade que têm – menor capacidade geral exceto 127ºCC

menor – representante legal, quem exerce as responsabilidades parentais, membros


da família 123º + 124º CC

há uma tentativa de suprimento da falta de pressuposto processual 6º/2+27º + 28º


(pode ser de conhecimento oficioso) – se não houver sanação do vicio 29º/2 – absolvição da
instancia (autor) ou o processo segue como se não tivesse havido oposição (réu), 566º revelia
ao pranto, confessa os atos de que é acusado pelo autor

c) Suponha que A, é interdito, e a petição inicial identifica C, amigo de A, como


representante deste último. Como deve o juiz agir?

134º+139ºCC -1938º CC - 1940º CC

Se não for o representante – quem pode ser o tutor 1938º CC, tem de pedir autorização
do tribunal – 29º/1 – é estipulado um prazo

d) Imagine que na petição inicial, A designa como representantes de B (menor) os tios


deste, D e E. Como deve o juiz agir?

falso representante 27º/1 CPC (durante o despacho liminar) – 27º/1 + 28º (durante o processo)
- 21º/1

27º - o juiz cita ou notifica para ratificarem – a ação continua como se não tivesse
existido o vício – caso não haja retificação 29º/2

28º - é um pressuposto processual cujo vicio é suprível

48.

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A instaura uma ação contra B, arrendatário de um apartamento daquele, ação de despejo. Quid
iuris se B não constituir advogado?

Ação declarativa constitutiva art.º 10º

Problema de patrocínio judiciário – 40º

40º/1 al. b) – 629º/3 al. a) cessão de contratos de arrendamento – o patrocínio é


obrigatório, tem de constituir advogado – notificação para suprir a falta 41º - exceção dilatória
577º/h - 576º/2 absolvição do réu da instancia

49.

A celebrou um contrato de mútuo com B, mediante o qual lhe mutuou a quantia de 5.000€. B
não pagou no prazo acordado, pelo que A intentou ação judicial. Quid iuris se B não constituir
advogado?

44º/1 LOST – é preciso que exceda o valor da alçada – A defesa fica sem efeito

50.

A sociedade ABC, Lda. com sede em Lisboa e sucursal no Porto, propõe uma ação de
cumprimento do contrato de prestação de serviços celebrado com a sociedade DEF, com sede
em Maputo e sucursal em Coimbra. A ação foi proposta conta esta sucursal. Quid iuris?

Antes do mais, é crucial distinguir dois conceitos importantíssimos: a personalidade


judiciária da capacidade judiciária. Quer a personalidade, quer a capacidade judiciária
encontram-se previstas no Capítulo I do Título III do Livro I do Código de Processo Civil, nos
artigos 11º e seguintes e 15º e seguintes, respetivamente.

A personalidade judiciária consiste na suscetibilidade de ser parte, reforçando o CPC


que tal característica é reconhecida a todos aqueles que tenham personalidade jurídica,
operando aqui a regra da coincidência. Neste sentido, terão personalidade judiciária as
pessoas singulares (66º/1 do CC), as pessoas coletivas de Direito Privado (as enunciadas pelo
artigo 158º do CC e ainda as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial após o seu
registo definitivo, nos termos do artigo 5º do CSC) ou de Direito Público. O conceito de
personalidade judiciária é ainda extensível a certas entidades desprovidas de personalidade
jurídica no direito substantivo, de acordo com dois critérios – o critério de separação
patrimonial (artigo 12º) e o critério de imputação do facto (13º/1). A falta deste pressuposto
é, em princípio, insanável. Estar-se-á no âmbito de uma exceção dilatória, de conhecimento
oficioso, que gera a absolvição da instância (artigos 278º/1 c), 577º c) e 578º do CPC).

Por sua vez, a capacidade judiciária consiste na suscetibilidade de estar, por si, em
juízo (artigo 15º/1) e tem por base e por medida a capacidade do exercício de direitos no
âmbito do Direito Civil (artigo 15º/2 do CPC). Ora, tal significa que carecem de capacidade
judiciária as pessoas que não têm capacidade de exercício e que têm a sua capacidade
judiciária limitada as pessoas cuja capacidade de exercício se encontre limitada e na medida
dessa limitação. Ao contrário da falta da personalidade judiciária, a falta de capacidade
judiciária é sanável nos termos dos artigos 27º a 29º do CPC, sendo que, mal o juiz se aperceba
da falta deste pressuposto tem o poder-dever de, oficiosamente e a todo o tempo,

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Direito Processual Civil – práticas

providenciar pelo seu suprimento (artigos 6º e 28º). Caso contrário, estar-se-ia perante uma
exceção dilatória nos termos do artigo 577º c) e 578º do CPC).

Com base no suprarreferido, é de identificar a sociedade ABC e a sociedade DEF como


partes do processo, sendo o autor ABC e o réu DEF. Nesta qualidade, e por, em consonância
com o artigo 5º do Código das Sociedades Comerciais terem personalidade jurídica, estas
sociedades têm personalidade judiciária (artigo 11º do CPC). Dada a suscetibilidade de estar
em juízo por si e de exercer direitos, ambas as sociedades têm também capacidade judiciária
nos termos do artigo 15º. Note-se que as pessoas coletivas e as sociedades são representadas
em juízo por quem a lei, os estatutos ou o pacto social designarem (artigo 25º).

O problema coloca-se, porém, no que toca à personalidade judiciária das sucursais. O


termo sucursal descreve as instalações que, não tendo personalidade jurídica própria e
independente, são a consequência da dispersão de estabelecimentos de uma empresa,
exercendo, em todo ou em parte, a atividade da empresa. Ora, nesta conclusão, e por
referência ao número 2 do artigo 11º e 12º, as sucursais não teriam personalidade judiciária
no direito adjetivo por não terem personalidade jurídica no direito substantivo – não há regra
da coincidência. Porém, subsiste o número 1 do mesmo artigo, que refere que a personalidade
judiciária consiste na suscetibilidade de ser parte e, neste sentido, alude o artigo 13º do CPC
que as sucursais só podem demandar ou ser demandadas quando a ação proceda de facto por
elas praticadas. De acordo com este preceito, e como, dada a informação do enunciado,
pretende-se uma ação de cumprimento do contrato de prestação de serviços celebrado com
a sociedade DEF (e não com a sucursal da mesma, na medida em que não foi esta última quem
praticou – ou, neste caso, omitiu -, o facto), a sucursal, por não poder ser parte no processo,
não tem personalidade judiciária (artigo 11º/1 a contrario). A falta de personalidade judiciária
só poderia ser ultrapassada mediante a intervenção da administração principal, a ratificação
ou repetição do processado (artigo 14º).

No entanto, e por referência ao número 2 do artigo 13º, tendo a sociedade DEF sede
em país estrangeiro – neste caso, em Moçambique -, e a sua sucursal estabelecida em Portugal
– no presente caso, em Coimbra -, esta última pode demandar e ser demandada, mesmo tendo
sido a omissão do facto praticada por aquela primeira. Isto porque a obrigação foi contraída
com um português – neste caso, a sociedade ABC -, cumprindo assim todos os requisitos
enunciados no artigo – ratio: elemento de conexão com o ordenamento jurídico. Assim sendo,
a sucursal não só tem personalidade judiciária, como também possui capacidade judiciária –
apesar de a terem somente através de representante (artigo 15º/1). Note-se, quanto a esta
última referência, que as entidades com mera personalidade judiciária (e não jurídica), que é
o caso das sucursais, são representadas pelos administradores, ou pelas pessoas que hajam
como diretores, gerentes ou administradores (artigo 26º).

Já no que respeita ao patrocínio judiciário, é de tomar em consideração que este


consiste na representação e assistência técnica, asseguradas às partes por advogados ou
solicitadores, com a finalidade de condução do processo, de acordo com as regras legais. Esta
exigência do patrocínio judiciário tem como escopo o direito à jurisdição, através do acesso
ao Direito e à administração da Justiça.

Note-se, porém, que o patrocínio judiciário só constitui pressuposto processual


quando é imposto ao autor (artigo 577º/h)) e só o será nos casos previstos no artigo 40º/1.
Fora dos casos mencionados, as partes podem diligenciar por si próprias ou serem
representadas por advogados estagiários ou por solicitadores (42º).

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Direito Processual Civil – práticas

Neste sentido, a alínea a) do artigo 40º refere-se às ações cujo valor exceda a alçada
da 1ª instancia e que, por isso, são admissíveis de recurso ordinário. Note-se que, de acordo
com o artigo 629º/1, o critério base para a admissibilidade de recurso ordinário resulta do
confronto entre o valor da causa e alçada do tribunal que proferiu a decisão. Sendo a alçada
do tribunal o valor limite até ao qual o tribunal decide sem admissibilidade de recurso, é de
referir que a alçada da 1ª instância é de 5.000€ (de acordo com o artigo 44º/1 da LOSJ).

Ora, no presente caso prático, trata-se de uma ação declarativa comum de


condenação (artigos 10º/3 b e 546º/2) em matéria cível, cujo valor da causa correspondente
ao valor do ato determinado pelo preço ou estipulado pelas partes (artigo 301º/1) – note-se
que, por preço, se entende, latamente, toda a quantia paga, ou devendo ser paga, em
contrapartida de uma prestação ou transmissão no âmbito de um contrato bilateral
englobando assim, além do preço em sentido técnico rigoroso, a retribuição do prestador de
serviço (1154º do Código Civil). Não havendo preço nem valor estipulado, recorrer-se-á às
regras gerais, em consonância com o nº2 do artigo 301º; assim, o valor da causa será a quantia
em dinheiro equivalente ao beneficio pretendido (artigo 297º). Como não nos é possível
averiguar o custo do processo, tomarei em consideração que, à partida, os valores dos
contratos entre sociedades são elevados, com certeza excedendo a ordem dos 5.000€, caso
contrário seria um risco enorme intentar ações, na medida em que o gasto seria muitas vezes
incompensado. Assim, e estando este requisito preenchido, a constituição do advogado seria
necessária no presente caso.

Nota: salvo referência em contrário, todos os artigos previamente referidos constam


do Código de Processo Civil.

Casos 55-64

55.

António, Bernardo e Carlos são comproprietários do prédio urbano X, arrendado a


Dionísio. Este último foi viver para o estrangeiro e deixou um amigo, Eduardo, a habitar no
referido prédio. António intenta uma ação de reivindicação contra Eduardo.

a) terá A, legitimidade para intentar tal ação judicial?


1405º -
Estamos primeiramente perante uma ação de reivindicação, que se enquadra no âmbito de justificador de
legitimidade
uma ação condenação, definida pelo art.º 10º/3 al. b) CPC como uma ação onde o autor exige
ativa
a prestação de uma coisa ou de um facto, pressupondo ou prevendo a violação de um direito.
30º/2 –
Primeiramente importa referir que se admite que os intervenientes no enunciado têm interesse em
personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim demandar e em
contradizer
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.
Nota: A toma as
O conceito de legitimidade é definido pelo CPC no art.º 30º dizendo que o autor é considerado dores de B e
parte legitima quando tem interesse direito em demandar, este interesse de demandar é intenta uma
explicando no nº2 como a utilidade derivada da procedência da ação (uma vez que estamos ação contra C,
perante o autor da ação, esta é a parte que nos aproveita). alegando que
tem um
Esta legitimidade terá por base o seu direito como comproprietário, de acordo com o art.º contrato com C,
quando esse
1403º CC, que define este instituto quando duas ou mais pessoas são simultaneamente
contrato era de
titulares do mesmo bem. De acordo com o art.º 1405º/2 CC, cada consorte pode reivindicar facto com B.
como o juiz só
tem obrigação
de conhecer
sobre o que é
alegado, é-lhe
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reconhecido
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Direito Processual Civil – práticas

de terceiro a coisa comum, sem que a este lhe seja lícito opor-lhe que esta lhe pertence por
inteiro. Ou seja, ainda que Carlos lhe tenha dado autorização, António tem legitimidade para
interpor a ação.

b) poderá B, intervir nessa ação?

Como indicado na alínea anterior, relativamente à fundamentação que refere à legitimidade


de A para interpor a ação, pela mesma lógica, aplica-se a B, uma vez que se trata de outro
comproprietário.

Quanto à intervenção de B na ação, o art.º 32º/1 CPC diz-nos que se a matéria respeitar a
várias pessoas, como é o caso em da compropriedade em que temos mais que um interessado,
ação poderá ser proposta contra todos ou por todos os interessados. Isto é, e aplicando ao
caso concreto, todos os comproprietários são tidos como parte interessada da ação, logo se
for seu desejo, pode apresentar a ação conjuntamente.

Ver 313º CPC – pode B intervir na ação sozinho, pode chamar C por ter um interesse nisso –
litisconsórcio voluntário

É uma intervenção espontânea

Quando não pode agir sozinho – litisconsórcio necessário

c) poderá B, chamar C, a intervir na mesma ação?

Tendo em consideração que C foi o responsável pela ocupação do imóvel por parte de E. C,
como comproprietário do bem, independentemente da sua configuração como co-autor ou
como réu neste processo, tem, devido ao mencionado no art.º 30/1 CPC, um interesse na ação
em causa. Logo, no meu entender pode vir a ser parte na ação.

Ver 316º CPC

É uma intervenção provocada

56.

A, arrendou um imóvel a B e C, casados em regime de comunhão de adquiridos, no qual


estabeleceram a sua casa de morada de família. A, vendeu o referido imóvel a D, casado com E,
em regime de separação de bens, sem, no entanto, dar direito de preferência a B e C.

B, colocou então ação de preferência contra A

Aprecie a legitimidade ativa e passiva.

A ação colocada por B relativamente a A, trata-se de uma ação declarativa constitutiva, pois
exige uma alteração na ordem jurídica existente, art.º 10º/3 al. c) CPC, ou seja, ao exercer o
seu direito de preferência, pretende que o direito de propriedade do imóvel seja transferido
para a sua esfera jurídica.

Primeiramente importa referir que se admite que os intervenientes no enunciado têm


personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.

De acordo com o código civil, o art.º 414º, o pacto de preferência consiste na convenção pela
qual alguém assume a obrigação de dar preferência a outrem na venda de determinada coisa,
esta convenção pode ser de mútuo acordo das partes ou derivar da lei. No do direito de

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Direito Processual Civil – práticas

preferência relativamente ao arrendatário, este deriva da lei, art.º 1091º/1 al. a), nesse artigo
é-nos dito que o arrendatário tem direito de preferência na compra e venda do local
arrendado há mais de três anos. Pela letra do enunciado, onde nos diz que B e C estabeleceram
nesse imóvel a sua morada de família é possível assumir que o seu arrendamento já tem uma
duração superior a três anos.

Tendo tudo isto em conta, há lugar a uma ação preferência nos termos mencionados no art.º
1410º CC.

Por tudo o que se encontra suprarreferido, podemos inferir que B tem legitimidade ativa, isto
é, tem o interesse de demandar (art.º 30º/1 1ª parte + nº2). Importa ainda mencionar que B
e C, casados em regime de comunhão de adquiridos, art.º 1721º e ss CC, são moradores deste
imóvel. Tendo em conta o art.º 34º/1 CPC, a ação deveria ser proposta por ambos os cônjuges,
ou apenas por um deles com o consentimento de outro, ações que tenham por objeto, neste
caso concreto será diretamente a casa de família. Tem legitimidade ativa para propor a ação
B e C.

A legitimidade passiva refere-se àquele que suporta os efeitos da ação e contra quem é
pleiteado o pedido, art.º 30º/1 2ª parte CPC. Tendo em conta agora o art.º 1410º CPC e os
ensinamentos retirados das lições do professor Menezes Cordeiro, no que diz respeito à
legitimidade passiva numa ação de preferência adaptada com eficácia declarativa
constitutiva, para o autor será mais vantajoso interpor a ação contra o terceiro, neste caso D,
uma vez que a compra e venda já se realizou e que este é agora o novo proprietário do bem,
isto é, possui o direito de propriedade. Isto iria fazer com que o processo em si fosse mais
simples, rápido e com custos menos elevados, havendo ainda a possibilidade de chamar A
enquanto testemunha da ação para que confirmasse que haveria de facto um direito de
preferência. Tendo isto em conta, D poderiam vir também a ser parte na ação enquanto réus.
Sendo chamado enquanto réu. O art.º 34º/3 CPC diz-nos que a ação deve ser proposta contra
ambos quando se trata de um facto praticado por ambos, contudo o ato foi apenas praticado
por D, não podendo demandar E, visto que estes são casados em regime de separação de bens,
art.º 1735º CC.

Contudo, o autor demandou A, tal também será possível uma vez que se trata do preferente
faltoso. Ainda que o processo por esta via seja mais demorado, uma vez que o direito de
propriedade já não se encontra na esfera jurídica de A, mas sim na de D, será necessário ainda
que este seja chamado para que A possa reaver a titulo de propriedade.

Litisconsórcio necessário passivo natural – não há nada que nos diga que devemos interpor a
ação contra não deu o direito de preferência ou apenas contra quem vendeu o imóvel.

A sentença vai apenas dar a obrigação de dar preferência, contudo o caso julgado só irá dizer
respeito contra apenas o que não deu o direito de preferência.

Art.º 34º: se houver comunhão de bens as ações têm de ser interpostas por ambos ou contra
os cônjuges. O 34º/1 ultima parte ainda nos diz que há litisconsórcio necessário natural,
independentemente do regime de bens. Não estado ambos os cônjuges na ação, há falta de
pressuposto processual, importa agora inferir se é sanável ou não.

A falta de legitimidade é sempre sanável num litisconsórcio necessário, há


possibilidade de corrigir o vício, especialmente através de intervenção provocada. Podendo
ser B ou A a chamar. Pode ainda ser sanável através de intervenção espontânea, podendo os

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sujeitos em falta intervir por vontade dos mesmos. No caso de não haver sanação do vício, há
absolvição do réu da instância – 577º/e) + 576º/1 e 2 + 261º/1 (até ao transito em julgado
pode haver chamamento à ação, havendo renovação da instância) + 278º/1 al. d)

57.

António e Bernardo celebraram um contrato de mútuo, pelo qual o primeiro mutuou ao


segundo a quantia de 3500€, sendo Carlos o fiador deste último. Como Bernardo se recusa agra
a pagar a quantia mutuada, António propôs ação judicial contra Bernardo.

a) Aprecie a legitimidade ativa e passiva

A e B celebraram um contrato mútuo, este é definido pelo art.º 1142º CC como um contrato
pelo qual uma das partes empresta à outra dinheiro, ficando a segunda obrigada a restituir. A
quantia em questão é de 3500€.

A interpõe uma ação judicial contra B, trata-se de uma ação declarativa de condenação, art.º
10º/3 al. b) CPC, uma vez que é exigida uma prestação.

Primeiramente importa referir que se admite que os três intervenientes no enunciado têm
personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.

A legitimidade define-se no âmbito do art.º 30º/1 CPC, em que o autor é parte legitima quando
tem interesse direito em demandar e o réu é parte legitima quando tem interesse direito em
contradizer.

A primeira parte do art.º 30º/1 juntamente com o nº2 do mesmo artigo define o que é
legitimidade ativa e neste âmbito, será A, uma vez que lhe é devido o montante que
emprestou pelo contrato mútuo.

Quanto à segunda parte do art.º 30º/1 que define o que é a legitimidade passiva, isto é, quem
é demandado na ação, temos B, visto que se trata da parte incumpridora do contrato

30º/1 + 3 – António enquanto titular do direito subjetivo tem legitimidade para a ação e
bernardo também – legitimidade; 30º/2 falta de interesse processual.

627ª/2 + 622º CC – litisconsórcio voluntário

Fiador posição de acessoriedade que aproveita tudo o que for aproveitável, contudo não
aproveitar o que não for aproveitável

O fiador pode entrar no processo por intervenção de terceiros? Intervenção espontânea.


Intervenção provocada 316º/3 al. a)

b) Poderá C, intervir na ação?

Quanto à questão de se C poderá intervir na ação, o art.º 643º CC diz-nos que a fiança tem o
conteúdo da obrigação principal e cobre as consequências legais e contratuais da mora ou
culpa do devedor. O art.º 641º CC diz-nos que o credor pode demandar o fiador, só ou
juntamente com o devedor, ainda que este tenha o beneficio da excussão, art.º 638º CC.
+Tendo isto em conta, estamos perante uma intervenção principal nos termos do art.º 311º
CPC, este poderia intervir em litisconsorte por mera adesão aos articulados, art.º 313º/1 CPC
ou mediante articulado próprio se o caso ainda se encontrar na fase dos articulados, art.º
314º.

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Ou seja, C pode vir a ser demandado para ser parte na ação, uma vez que é o fiador de B.

Intervenção principal provocada

Chamado pelo próprio réu

Nos termos de coligação

c) Quid iuris se o A, colocar a ação só contra C?

Nos termos do art.º 641º/1 CC referido anteriormente, o credor pode demandar só o fiador.
Este, ao ser demandando tem a faculdade de chamar o devedor à demanda para com ele se
defender ou ser conjuntamente condenado. Nesta situação estamos perante uma intervenção
necessária, nos termos do art.º 321º CPC, uma vez que fiador terá direito de regresso sobre o
devedor da ação.

B pode voluntariamente intervir na ação, tal encontra-se enquadrada os temos do art.º 311º,
uma vez que têm interesse igual ao do réu nos termos do art.º 311º/1.

Ele pode sempre intervir, depende se recusou ou não ao beneficio de execução prévia. No
voluntário é indiferente a ordem do chamamento.

C tem interesse em chamar C, tendo ainda possibilidade de chamar o devedor principal para
assistência.

d) Quid iuris se o A, não constituir advogado?

Quanto à necessidade de patrocínio judiciário, esta é obrigatória, nos termos do art.º 40º/1
quando:

De acordo com a alínea a), nas causas de competência de tribunais com alçada, em que seja
admissível recurso ordinário. Primeiramente quanto à alçada, como referido no enunciado o
valor da causa é de 3500€, não nos é referido de o contrato mútuo é tido como usurário nos
termos do art.º 1146º/1 CC, logo não há informações para que se possa inferir se foi definida
uma taxa de juros sobre o montante, sendo assim, vamos manter-nos apenas com o valor
indicado. De acordo com o art.º 44º/1 do LOSJ, a alçada dos tribunais da primeira instancia é
de 5000€, o valor em causa não excede a alçada do tribunal. Quanto à segunda parte da alínea
que refere as causas que admitem recurso ordinário, torna necessário a análise do art.º 629º/1
+ 2 CPC, não se encontrando preenchida nenhuma das alíneas. Logo este parâmetro não é
aplicável ao caso.

Quanto à alínea b), nas causas em que seja sempre admissível recurso independentemente do
valor. As causas onde é sempre admissível recurso encontram-se estipuladas no art.º 629º/3
CPC, contudo nenhuma das alíneas desse artigo se encontra preenchida.

Quanto à alínea c), esta não se preenche uma vez que não estamos perante um recurso e ao
facto de a ação dever ser remetida a um tribunal de primeira instância, art.º 67º CPC, e não a
um tribunal superior.

Tendo isto em causa, não é necessária a constituição de advogado para o caso em análise.

58.

A e B, casados na comunhão de adquiridos, compraram a C mercadoria no valor de 500€,


a qual não pagaram. C, colocou uma ação de condenação contra A.

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a) Aprecie a legitimidade ativa e passiva

C interpôs uma ação de condenação contra A. A ação de condenação é definida pelo art.º
10º/2 al. b) CPC, esta exige a prestação de uma coisa ou facto, pressupondo ou prevendo a
violação de um direito.

A base desta ação é a violação de um contrato de compra e venda, art.º 874º CC, em que não
houve pagamento do preço. A interpõe a ação para exigir o pagamento do preço.

Primeiramente importa referir que se admite que os três intervenientes no enunciado têm
personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.

Quando à legitimidade, esta é definida no art.º 30º/1 CPC. O autor é parte legítima quando
tem interesse direto em demandar, e o réu é parte legítima quando tem interesse direito em
contradizer. Esse interesse em demandar e o interesse em contradizer é definido pelo nº2 do
mesmo artigo pela utilidade derivada da procedência da ação.

Analisando primeiramente a legitimidade ativa, o autor da ação, C, tem legitimidade ativa com
base no seu interesse em que lhe seja prestada a obrigação de pagar o preço convencionado.

Quanto à legitimidade passiva, ou seja, o réu. Nesta posição temos o devedor faltoso. Neste
caso estamos perante dois devedores faltosos A e B. De acordo com o art.º 34º/3 CPC, a ação
deve ser proposta contra amos os cônjuges quando estamos perante ações emergentes de
facto praticado por ambos. Isto significa que ambos têm legitimidade passiva na ação.

Na legitimidade passiva temos um casal em comunhão de adquiridos, tem de ser proposta


contra ambos os cônjuges, 34º/3 – litisconsórcio legal. Falta de pressuposto processual,
regime de intervenção de terceiros, forma de sanar ou do outro cônjuge intervir, intervenção
provocada ou intervenção espontânea. Ou se sana o vicio e tudo continua como se não tivesse
ocorrido.

b) E se a divida tivesse sido contraída apenas por A, e se destinasse a ocorrer aos


encargos normais da vida familiar

Importa agora assumir que a dívida tivesse sido apenas contraída por A, mas que se destinasse
a ocorrer aos encargos normais da vida familiar.

A e B encontram-se casados num regime de comunhão de adquiridos, art.º 1721º e ss CC. De


acordo com o art.º 1724/ al. b) CC, fazem parte da comunhão os bens adquiridos pelos
cônjuges na constância do matrimónio. Isto significa que a aquisição da mercadoria consiste
em bens comuns do casal. Tendo isto em conta, o art.º 34º/3, 2ª parte, podem ainda ser
demandados os dois cônjuges, por ações emergentes de facto praticado por um deles, mas
em que se pretenda obter-se decisão suscetível de ser executada sobre bens próprios do
outro. Ou seja, será vantajoso demandar o outro cônjuge para assegurar o pagamento da
prestação, uma vez que é possível que o outro não tenha condição para pagar a prestação em
causa, sendo assim executados os bens próprios do outro cônjuge.

Há uma comunicabilidade da dívida com o outro cônjuge, 1691º/1 b) – 1695º - são de


responsabilidade comum, vamos às meações dos cônjuges. 34º/3 1ª parte – há extensão da
responsabilidade. Litisconsórcio necessário legal passivo – suprido através de intervenção
espontânea ou intencional provocada.

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Direito Processual Civil – práticas

59.

António celebrou um contrato mutuo com Bernardo e Carlos, mediante o qual lhes
mutuou a quantia de 10 000€. Nenhum pagou no prazo acordado, A, intentou uma ação contra
B.

a) Aprecie a legitimidade ativa e passiva

A celebrou com B e C um contrato mutuo, nos temos do art.º 1142º, segundo o qual uma das
partes empresta a outra dinheiro, ficando a segunda obrigada a restituir tanto do mesmo
género e qualidade. A quantia em causa é de 10 000€, não sendo considerado como usurário
o contrato mútuo, uma vez que não referencia a que tenham sido estipulados juros.

Estamos perante uma ação declarativa de condenação, art.º 10º/3 al. b) CPC, uma vez que é
exigida uma prestação.

Litisconsórcio natural

Primeiramente importa referir que se admite que os três intervenientes no enunciado têm
personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.

Passando à questão da legitimidade, o art.º 30º/1 CPC, diz-nos que o autor é parte legítima
quando tem interesse direto em demandar, e o réu é parte legítima quando tem interesse
direito em contradizer.

Quanto à legitimidade ativa, definida na primeira parte do artigo suprarreferido, consiste na


possibilidade de o autor demandar por força do seu interesse. Tendo isto em conta, A tem
legitimidade ativa para interpor a ação.

No que diz respeito à legitimidade passiva, tendo em consideração que tanto B como C
contraíram a dívida, a ação deveria ser interposta conjuntamente contra ambos.

Contudo, A só demandou B.

Importa referir que, contrariamente ao que acontece com as obrigações comerciais, nas
obrigações civis, aplica-se o regime da parciaridade e não da solidariedade, art.º 513º CC.
Tendo isto em conta, B é só responsável por metade da prestação, só podendo ser demandado
por esse valor, art.º 534º CC, não havendo solidariedade, nem estipulação contrária
relativamente à divisão do montante entre as partes, pressupõe-se que a divisão é feita em
partes igualitárias, salvo estipulação contrária. Assim sendo, B só pode ser demandado pelo
valor de 5000€.

Numa obrigação solidária, há interesse em demandar o outro devedor solidário como


assistência, podendo assim haver direito de regresso.

Litisconsórcio voluntário passivo

b) Quid iuris se o A, não constituir advogado

Quanto à necessidade de patrocínio judiciário, esta é obrigatória, nos termos do art.º 40º/1
CPC quando:

De acordo com a alínea a), nas causas de competência de tribunais com alçada, em que seja
admissível recurso ordinário. Primeiramente quanto à alçada, como referido no enunciado o

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valor da causa é de 5000€, pelos argumentos mencionados na questão anterior relativamente


à parciaridade da obrigação em causa, nem nos é referido de o contrato mútuo é tido como
usurário nos termos do art.º 1146º/1 CC, logo não há informações para que se possa inferir se
foi definida uma taxa de juros sobre o montante, sendo assim, vamos manter-nos apenas com
o valor indicado. De acordo com o art.º 44º/1 do LOSJ, a alçada dos tribunais da primeira
instancia é de 5000€, assim sendo, o valor em causa não excede a alçada do tribunal. Quanto
à segunda parte da alínea que refere as causas que admitem recurso ordinário, torna
necessário a análise do art.º 629º/1+ 2 CPC, não se encontrando preenchida nenhuma das
alíneas. Logo este parâmetro não é aplicável ao caso.

Quanto à alínea b), nas causas em que seja sempre admissível recurso independentemente do
valor. As causas onde é sempre admissível recurso encontram-se estipuladas no art.º 629º/3
CPC, contudo nenhuma das alíneas desse artigo se encontra preenchida.

Quanto à alínea c), esta não se preenche uma vez que não estamos perante um recurso e ao
facto de a ação dever ser remetida a um tribunal de primeira instancia, art.º 67º CPC, e não a
um tribunal superior.

Tendo isto em causa, não é necessária a constituição de advogado para o caso em análise.

Há um valor superior à alçada sendo necessário a constituição de advogado – 41º - 577º/h) -


576º.

60.

A, instaura contra B e C, casados em separação de bens, ação de despejo da sua casa de


morada de família.

a) Aprecie a legitimidade ativa e passiva

Estamos perante uma ação de despejo, que nos termos do art.º 10º/3 c) CPC, se enquadra
numa ação constitutiva, visto que pretende uma alteração na ordem jurídica existente.

A ação de despejo encontra-se regulada no art.º 14º do Novo Regime do Arrendamento


Urbano, destina-se a fazer cessar a situação jurídica do arrendamento sempre que a lei
imponha o recurso à via judicial para promover tal cessão e segue a forma de processo comum
declarativo.

Primeiramente importa referir que se admite que os intervenientes no enunciado têm


personalidade judiciária, art.º 11º CPC, uma vez que o enunciado nada diz em contrário, assim
sendo, são suscetíveis de ser parte numa ação.

Passando à questão da legitimidade, o art.º 30º/1 CPC, diz-nos que o autor é parte legítima
quando tem interesse direto em demandar, e o réu é parte legítima quando tem interesse
direito em contradizer.

Quanto à legitimidade ativa, definida na primeira parte do artigo suprarreferido, consiste na


possibilidade de o autor demandar por força do seu interesse. Tendo isto em conta, A tem
legitimidade ativa para interpor a ação.

No que diz respeito à legitimidade passiva, tendo em consideração que tanto B como C podem
vir a ser parte enquanto réu.

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Ainda que B e C se encontrem casados em separação de bens, o art.º 34º/3 CPC refere que
devem ser propostas contra ambos os cônjuges as ações compreendidas nº1 do mesmo artigo,
que refere ações que tenham por objeto a casa morada de família. Assim sendo, B e C têm
legitimidade passiva na ação.

b) Quid iuris se o A não constituir advogado

A constituição de advogado é obrigatória nos art.º 40º do CPC, segundo a alínea a) nas causas
de competência de tribunais com alçada, em que seja admissível recurso ordinário. Não nos é
dada qualquer informação sobre o valor da causa, contudo, o art.º 298º/1 CPC refere que nas
ações de despejo, o valor é o da renda de dois anos e meio, acrescido do valor das rendas em
dívida ou do valor da indemnização requerida, é possível presumir que o valor resultante
destes cálculos exceda os 5 000€ estipulados no art.º 44ºº LOST da alçada do tribunal da
primeira instância.

Na eventualidade de tal não suceder, a alínea b) do 40º CPC, diz que é necessário a
constituição de um advogado nas causas em que seja sempre admissível recurso,
independentemente do valor. Neste âmbito o art.º 629º/3 al. a) CPC refere que nas ações em
que se aprecie a cessação de um contrato de arrendamento, independentemente do valor da
causa, é admissível recurso para a Relação. Isto significa que o art.º 40º/ al. b) CPC se encontra
preenchido, isto é, o patrocínio é obrigatório.

Se não a parte não tiver constituído advogado, sendo a constituição obrigatória, de acordo
com o art.º 41º CPC, o juiz, oficiosamente ou a requerimento da parte contrária, notifica a
parte em falta para que esta possa cumprir a formalidade em falta, dentro de um determinado
prazo. Se tal não suceder, tendo em conta que estamos perante a eventualidade do autor não
constituir advogado, tal falta pode ter como consequência, se não for suprimida, o réu será
absolvido da instancia, art.º 576º/2 CPC, estando enquadrada na previsão legal das exceções
dilatórias do art.º 577º/h CPC.

61.

A, B e C são comproprietários do prédio x, A propõe contra B, ação de divisão de coisa


comum.

Aprecie a legitimidade ativa e passiva.

Para que o juiz possa conhecer do mérito da causa é necessário que as partes, para além de
possuírem personalidade e capacidade judiciárias, tenham igualmente legitimidade para tal
ação. A legitimidade consiste na posição das partes numa determinada ação. Significa isto que
o autor é o titular do direito e o réu o sujeito da obrigação, considerando que tal direito e
obrigação existem. É necessário então que estejam em juízo, na posição de autor e de réu, as
pessoas que são titulares da relação jurídica controvertida. Assim o artigo 30-1 refere que o
autor é parte legítima quando tem interesse direto em demandar enquanto o réu é parte
legítima quando tem interesse em contradizer, sendo definido no nº2 deste artigo a noção de
interesse, significando este a utilidade para o autor e o prejuízo para o réu. Neste sentido, o
interesse em demandar exprime-se pela utilidade derivada da procedência da ação e o
interesse em contradizer, pelo prejuízo que dessa procedência advenha.

A, B e C são comproprietários do prédio x. A compropriedade encontra-se estipulada no art.º


1403º CPC, definida quando duas ou mais pessoas são simultaneamente titulares de um
direito de propriedade sobre a mesma coisa.

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Direito Processual Civil – práticas

Analisando o caso, e com base no artigo 30-2 compreendemos que tanto A tem interesse em
demandar, assim como B terá interesse em contradizer.

Uma vez que estamos perante uma ação de divisão de coisa comum, importa compreender
que, para tal possuir pleno efeito, será necessário que todos os comproprietários sejam partes
na ação, caso contrário, a ação de divisão só ficaria estabelecida em relação a um, havendo a
necessidade de em seguida intentar outra ação contra C.

Estaremos então perante um litisconsórcio natural necessário. Pelo art.º 33º/2 CPC será
necessária a intervenção de todos os interessados quando, pela natureza da relação jurídica,
ela seja necessária para que a decisão a obter produza o seu efeito útil natural.

Havendo preterição deste, de acordo com o art.º 316º/1 CPC, qualquer das partes poderá
chamar a juízo o interessado com legitimidade a intervir na causa, isto é, uma intervenção
provocada. Ou poderá ainda C, intervir por mera adesão, art.º 313º CPC. 311º

278º/1

271º

62.

A e B, irmãos, venderam um imóvel a C, tendo convencionado um direito de preferência


a A e B. No entanto, C vende a casa a D, pelo que A, intentou uma ação judicial contra C.

Aprecie a legitimidade ativa e passiva.

1031º CPC

Lado ativo – falta de litisconsórcio necessário, pode haver suprimento através de assistência

Lado passivo – litisconsórcio necessário natural – efeito útil da ação

63.

A, residente em Lisboa, celebrou com B e C, residentes em Lamego, u contrato de


fornecimento de sabonetes, no valor de 2 000€, os quais seriam entregues no Porto.

A celebrou ainda com D, residente em Coimbra, um outro contrato de fornecimento de


gel de banho, no valor de 4 000€, a entregar no porto de Setúbal.

Os 1º (B e C) passaram cheque sem provisão sobre a conta bancária da CGD, onde ambos
têm conta solidária, e o 2º (D) nunca pagou. A colocou uma ação judicial contra B e D. Quid iuris?

Coligação ilegal – 38º

36º/2

Pluralidade de réus e coligação de pedidos – tribunal do domicilio do maior número - 82º/1 –


Viseu

Mesmo havendo solidariedade na obrigação, o litisconsórcio é voluntário.

32º/1 ultima parte

64.

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Direito Processual Civil – práticas

A celebrou contrato de compra e venda com B, sob coação moral de C. A colocou ação
contra B e C, pedindo a anulação do contrato que celebrou com B, e uma indeminização a C. Quid
iuris?

256º CC

Coligação de réus – 36º/1 CPC

37º - não há obstáculo

A causa do pedido é a mesma (a indemnização e a anulação do contrato têm a mesma base)

C e B – litisconsórcio regular + coligação passiva

9.11.2017

No litisconsórcio, podem haver diversas pessoas numa só parte com pedidos e causas
de pedido distintas, enquanto na coligação, os sujeitos têm o mesmo pedido e a mesma causa
de pedido.

Dentro da parte (sujeito maior) ativa há:

• Sujeitos (pluralidade)
• Autores
• Litisconsortes
• Coligados
• = legitimidade singular ou plural

14.12.2017

Legitimidade – interesse processual vs interesse em agir – 30º/1 e 2 – dois critérios


essências: titularidade do direito subjetivo (quem é titular pode judicialmente proteger esse
direito) ou um mero interesse na procedência ou improcedência da ação (interesse direito em
contradizer ou demandar). O interesse processual é a utilidade da tutela requerida, pode haver
falta de interesse em agir.

Legitimidade singular vs legitimidade plural: tem que ver com o número de partes na
ação (quanto à plural há dois tipos litisconsórcio e coligação)

Litisconsórcio voluntario (vários sujeitos da relação natural controvertida não sendo


necessária a intervenção de todos pela lei, negocio jurídico ou a natureza da relação) e
necessário (á lei, o negocio jurídico, ou a natureza da relação obrigam a que todas as partes
estão na ação para que a sentença possa produzir todos os seus efeitos)

Necessário natural – não há uma norma jurídica, mas da relação material controvertida,
não irá surtir todos os efeitos se não estiverem todos presentes na causa (cônjuges casados em
comunhão de bens ou ação de divisão de coisa comum)

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Direito Processual Civil – práticas

Litisconsórcio – pluralidade de partes e apenas um pedido, ou vários pedidos quando há


uma relação entre os pedidos ou com apenas uma causa de pedido, são todos deduzidos contra
todos os réus

Coligação – pluralidade de partes e vários pedidos

Litisconsórcio coligação

Interesse direto em demandar – lado ativo

Interesse direto em contradizer – lado ativo

10405º cada um pode fazer valer os seus direitos relativamente à coisa, que aproveita
aos outros proprietários

Se interpõe a ação e essa é julgado improcedente, outro comproprietário pode interpor


outra ação ao arrendatário.

Diz-se, no final, que a instancia é regular.

Se estando já ação proposta e pendente, a meio da ação, pode intervir outro interessado
ou não, após a conclusão da petição inicial? 311ºss – pessoas terceiras à ação que querem
intervir na ação.

Na intervenção espontânea, tem de ter um interesse igual ao do réu (32º,33º,34º),


posição horizontal

A assistência é a forma de intervir com as partes iniciais, esta depende da posição


económica do assistido, 326º, de alguma forma a pretensão é entendida dependente de a
pretensão da parte inicial ser atendida (ex. direito de regresso), não é igual ao autor pois
depende da posição deste.

Objeto – 66,67,68

28.11.2017

66.

A e B celebram um contrato de compra e venda de um terreno. Porém, A comprou convencido


de que o terreno dava para construir uma moradia, sendo que, na verdade, o mesmo pertencia
à reserva ecológica. Assim, A, propõe ação contra B, pedindo a anulação do contrato de compra
e venda, como base em erro, e pede ainda o pagamento de uma indemnização pelos prejuízos
sofridos.

a) analise o objeto processual apresentado

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Direito Processual Civil – práticas

Constituído pelo pedido e pela causa do pedido. Sobre o que as partes deram ao tribunal
legitimidade para apreciar. O que quer e em que se funda. Principio do dispositivo – em que
medida quer dispor o direito e em que medida que o quer defender.

Erro sobre o objeto do negócio

O pedido e a causa de pedido serão os mesmos

Os factos serão a celebração do contrato, a incorreta representação da realidade (o erro pode


ser lido anto como matéria de direito como matéria de facto

Pressupostos da responsabilidade civil contratual, tudo o que se consubstancie no dano

b) imagine agora que B, contesta invocando que o prazo para arguir a anulabilidade do negócio
já tinha decorrido. Como qualifica a defesa apresentada?

569ºss – exceção perentória – não se chega a apreciar o mérito da causa, pois é algo que obsta
à pretensão do autor, é uma questão prévia. Tem a ver com o próprio negocio jurídico em si

c)perante a defesa apresentada por B, pode A replicar/responder?

A resposta às exceções é feita na audiência prévia. Poderia responder sempre em audiência


previa, mas poderia indicar ao autor para responder na replica no caso de haver reconvenção,
que neste caso não há.

Antes de 2013 tudo se respondia na réplica

67.

C e D celebraram um contrato de arrendamento de uma loja para comércio. Como D não pagou
as rendas dos meses de junho, julho e agosto, C intenta, em setembro de 2006, uma ação de
despejo contra D, por falta de pagamento de rendas, pedindo a resolução do contrato de
arrendamento, a entrega da loja livre e devoluta, as rendas vencidas e as rendas vincendas até
à efetiva entrega.

a) analise a admissibilidade do objeto processual

Ação de condenação

Cumulação de pedidos – resolução do contrato de arrendamento, entrega da loja livre e


devoluta (é este pedido que dá nome à ação de despejo), o pagamento das rendas vencidas e
vincendas (têm previsões normativas especificas, ainda não venceu a obrigação de as pagar –
557º - tem direito pelo mero efeito da mora) até à entrega da loja – há uma dependência entre
eles – 555º deduzidos contra o mesmo réu vários pedidos

Causa de pedido – falta de pagamento de rendas com base no contrato celebrado

Tem de se mostrar a celebração do contrato de arrendamento e o seu consequente


incumprimento, este é que irá dar azo aos pedidos

b) D na ação de contestação, diz que não foi celebrado qualquer contrato de


arrendamento. Como qualifica a defesa e qual a sua relevância no objeto processual?

O réu faz a sua narrativa dos factos. Há um desacordo sobre a matéria de facto, temos um
facto controvertido, tendo de ser sujeito a prova. Ou é incluindo nos termos de prova, ou se a
causa for de grane complexidade fica instruído na causa instrutória.

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571º/1 e 2 – 596º/1

c) tendo em conta a contestação referida na questão anterior, analise se C, pode ainda vir
pedir nesta ação juros de mora vencidos e vincendos

alteração do pedido – com ou sem acordo das partes

com - o pedido pode ser alterado a qualquer altura 264º

sem – 265º tem de ser uma consequência desde que abranja o pedido primitivo

tem de ser incluído no pedido, numa ideia de concentração de todo o ataque na petição inicial
e de todo o ataque na contestação.

Se houver acordo, as partes estão no âmbito da sua autonomia privada, logo é permitido.

O juiz pode recusar de tal acrescento for aumentar de tal maneira a complexidade do caso.

Se não houver acordo, tem de haver uma confissão de factos da outra parte, ou se for uma
consequência do pedido primitivo.

d) imagine agora que D, na contestação, invoca a nulidade do contrato de arrendamento


por falta de forma. Qualifique o tipo de defesa apresentado e as consequências
processuais

apresentação do articulado de contestação – p. da concentração da defesa – por exceção


(aceita o facto, mas este não pode produzir os efeitos que o autor quer) ou por impugnação
(direta ou indiretamente nega o facto) – pode ser tudo junto

Nulidade – ex. perentória extintiva – diz que existe, mas é nulo por falta de forma 571º/2 –
absolvição do reu do pedido – 576º/3

O autor podia responder à contestação na réplica nos casos de reconvenção por parte do réu
– 584º - o juiz permitiria com base no p. da economia processual + p. do inquisitório 547º +
6º/1 (o juiz pode adaptar o conteúdo e a forma dos atos processuais)

Se não houver réplica, pode responder na audiência prévia, as partes têm de ter oportunidade
para conformar o processo, têm de se pronunciar sobre o que a outra disse, p. do contraditório
e da igualdade das partes – 591º

e) suponha agora que D, na contestação, vem pedir a condenação de C a pagar-lhe 10000€,


correspondente ao valor das obras de remodelação que fez na referida casa. Quid iuris?

Pedido reconvencional 266º/2 al. b) + 583º - serve como meio de ataque do réu, deduz um
pedido contra o autor. Não tem de estar relacionado com o pedido ou com a causa de pedido
do autor, pode ser independente.

A reconvenção é admissível.

68.

E e F celebraram um contrato em que aquele se obriga a vender a este um carro de coleção dos
anos 0 ou um carro dos anos 50 pelo preço de 15 000€, ficando a escolha do carro de coleção a
vender ao critério de F. Acordaram ainda que a entrega do carro de coleção ocorrera no prazo
de uma semana na casa de F, no Porto. Apesar de já ter recebido o preço, E recusa-se a entregar

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qualquer dos casos de coleção. F propõe uma ação contra E em que pede a entrega de um dos
carros de coleção. Quid iuris?

553º pedidos alternativos – o autor pede uma coisa ou a outra, o direito fica acautelado com
qualquer uma das coisas

F, se eximia da obrigação pela entrega de um dos carros.

O valor da causa, tendo em conta que a obg é alternativa, o valor é 15 000€. O autor podia ter
concentrado a obrigação e escolher um dos carros, através da petição inicial.

Como a escolha está a causa do réu, o réu na contestação ira escolher com qual dos carros iria
pedir. Se este não o fizesse, o juiz iria notificar o autor para este escolher. Se não houver
entendimento, o juiz decide.

Causa de pedir – serão os factos que consubstanciam a pretensão de entrega do carro, isto é,
o contrato celebrado e os factos que demonstrem que a obrigação não foi cumprida.

30.11.2017

Exame de 5 de janeiro

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1. R 1215/2012 – âmbito de aplicação aplicado, art.º 6º a contrario, o réu ter residência


num estado membro
Quais os tribunais competentes franceses ou portugueses?
Cabe no âmbito material? Art.º 1º, matéria civil e comercial – sim
Art.º 4º - 7º - regra geral do domicilio do réu, tem de se chegar à conclusão que não se
aplica nenhuma das exceções. Cabe na alínea 7º/1 al. a) em matéria contratual podem
ser atribuídas competências a dois tribunais competentes (atribui competência
territorial, não só o país, mas o local especifico) – podia ser posta perante os tribunais
franceses (domicilio da ré) ou nos tribunais portugueses
Dentro da ordem jurídica portuguesa, os tribunais competentes (62º/ al. b – elemento
de conexão com a ordem jurídica nacional). qual o tribunal que trata das questões
relativas a cumprimento da obrigação - 71º/1 tribunal da comarca de Lisboa – onde
são interpostas a maioria das ações de 1ª instância – matéria 2 não há nenhum
tribunal especifico, logo, da comarca, dentro de um juiz civil. Dentro deste, como
temos 17 000€ vai para a pequena instancia civil
2. Forma de processo – 546º (878ºss especiais) – não há nenhuma forma especial
aplicável ao caso. Logo processo comum.
Para o tipo de obrigações pecuniárias emergentes de cumprimento de contrato de
valor inferior a 15 000€, pode ser tratada num processo avulso. A indemnização, não
está abrangida por este contrato – Ação pecuniária
3. Litisconsórcio necessário – 34º/3 CPC + 1691º/1) + 1695º - do lado ativo, ao ter
colocado uma ação de condenação apenas contra um dos cônjuges, há falta de um
pressuposto processual – exceção dilatória que pode ser suprida, quer por iniciativa
por parte da própria parte ou por intervenção do juiz, 311º + 312º + 314º + 316º/1, se
não o for, há absolvição do réu da instância, 577º/e) + 278º/1 a)
Se não se considerar a dívida comunicável, aplica-se o 1696º, vai-se apenas à meação
do outro cônjuge, não havendo litisconsórcio necessário, mas sim voluntário.

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4. Indicar que o tribunal é competente ; Matéria i – 64º+ 40º/1 LOSJ - dizer que é um
tribunal judicial ou administrativo; Hierarquia – para o cidadão comum, tribunais de
comarca 66ºss CPC + 79º+80º LOSJ; Território – 71º/1 – lugar onde a obrigação deveria
ter sido cumprida – tribunal judicial da comarca de lisboa; matéria ii (tipo de tribunal:
cível, criminal, família – 81º LOSJ) – 81º LOSJ + 130º LOSJ, temos um juízo cível como
tribunal competente; valor: 16.000, 117º a contrario, compete aos juízos locais cíveis.
É competente o juízo judicial cível do tribunal da comarca de lisboa.
5. A era o devedor principal e D o devedor subsidiário (fiador). A fiança é uma obrigação
acessória. Mas o CPC nos termos do 627º, 641º, a própria lei substantiva define que
há um litisconsórcio voluntário. Há uma escolha por parte do credor contra quem quer
propor a ação. 32º/1 – não há nenhum problema de irregularidade da instancia. O juiz
é que tem a apreço quem vai condenar. O juiz decidiu concretamente, a instancia era
completamente regular.
6. 40º/1 al. a) – 44º LOSJ - 629º CPC, é suscetível de recurso, pelo valor da causa. O juiz
pode oficiosamente mandar suprir, 6º/1 e 2 CPC. Ou o autor supria a falta de
mandatário, não o fazendo havia um problema de absolvição do réu da instancia.
278º/3 2ª parte– é possível esquecer a exceção dilatória 697º/h)
7. 30º/2 CPC - problema de falta de interesse processual, não se considera que isto é um
pressuposto autónomo da própria legitimidade, há que avaliar a parte legitima. Ou se
há interesse em propor aquele meio de tutela especifico. O interesse em agir estaria
ligado à utilidade da tutela requerida, a ação de mera apreciação não gera um efeito
útil da ação. Nesta ação o juiz não pode condenar. Mas se o credito está numa fase de
incumprimento, para conseguir o efeito útil e a tutela da pretensão era necessário
uma ação de condenação, que tem uma ação de apreciação implícita. B devia ter
proposto uma ação de condenação, sendo esta a única capaz de resolver a

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controvérsia. Falta de pressuposto processual, dá uma absolvição do réu da instância


por falta de interesse processual pelo autor não ter escolhido a ação que lhe daria a
tutela mais extensa do seu direito.

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14.9.15

3. o cumprimento do contrato será uma exceção perentória

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