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Direito processo penal

Direito (Universidade de Lisboa)

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Direito processo penal


Professor: João Gouveia Caires

Email: joãogouveiacaires@hotmail.com

Aula 1

25/2/19

Programa e bibliografia
 Código de processo penal
 Código Penal
 Elementos de estudo de direito de processual penal- Paulo Mendes

Organização do código do processo penal – organização sistemática


Sujeitos processuais penais- Figueiredo Dias

Aula 2

Aula 3
4/3/19

Evolução histórica do CPP:


 1929 – toda a instrução era judicial, esta cabia sempre a juiz e o MP tinha
competência apenas para promover certos atos. A instrução era toda a fase.
 DL 35007 – aqui surgiram alterações, onde a instrução era toda a fase do
processo, sendo dividida entre instrução preparatória e instrução contraditória.
A primeira passou a ser a competência do MP, e a segunda tratava-se ainda da
competência do juiz. Esta última só era obrigatória nos processos mais graves.
O problema surge pois o MP não oferece as mesmas garantias que o juiz, sendo
então tratado à semelhança de um processo administrativo.
 DL 605/75 – criou o inquérito policial, era destinada a crimes com uma pena
correcional (atuais medidas de segurança).
 CRP 76 – 32º/4 – o DL anterior tinha de ser combinado com a CRP, toda a
instrução é da competência do juiz, porém esta pode ser a aceção respeitante
aos atos instrutórios como definido pelo CPC. Estas alterações são contrárias à
CRP? Este artigo pretendia voltar a 1929.
 DL 377/77 – substitui o inquérito policial, chamando-o agora inquérito
preliminar, já não sendo da competência da polícia, podendo ser atribuído ao
juiz.
 CPP 1987 -

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340º/1 CPP – processo acusatório mitigado com o princípio da investigação que


permite que o juiz investigue oficiosamente.
3 fases:
 Inquérito 262ºss – MP
o Há atos instrutórios no inquérito, ex. perícias, sendo tratados pelo
MP. É possível chegar a julgamento sem ter passado pelas mãos do
juiz.
 Instrução – requerimento de abertura da instrução 287º/1 al. a) e b) – RAI –
quem pode abrir é o arguido ou o assistente, tendo 15 dias. Só estes podem
requerer a abertura da instrução, pois a alternativa era o MP. A instrução
confirma a decisão do MP, logo não faria sentido pedir ao MP para a
confirmar, logo só faria sentido desta forma. Num despacho de
arquivamento faria sentido o arguido requerer a abertura da instrução?
o 286º - a instrução é uma fase facultativa, pode acontecer ou não.
 Julgamento
Ac. 7/87 – Acórdão do TC – o PR requereu a fiscalização preventiva, o
argumento principal era que o inquérito é composto por diligencias instrutórias o 32º/
4 não permite que esta seja atribuída ao MP. Possuía então 4 problemas:
a) Atribuição ao MP do inquérito?
b) A instrução pode ser facultativa?
c) Os OPC podem realizar diligencias probatórias durante o inquérito, de
acordo com o 260º/1 podem?
d) A suspensão provisoria do processo, 281º, era decidida pelo MP? Mediante
certos requisitos permite que a pena seja suspensa. Quem decidia era o MP
e não o juiz de instrução.
O processo penal deve ser gozado como última face, princípio da necessidade
da pena, se houver outra forma de regular, esses meios devem ser utilizados. O direito
penal conhece a efetividade através do processo. O direito penal é a forma mais grave
de limitação dos direitos liberdades e garantias, o seu processo será a forma mais
gravosa de restrição.
Durante o processo penal é previsível que seja necessário tomar medidas que
afetem os direitos liberdades e garantias do arguido, sendo necessário que a entidade
que profere as decisões esta sujeita a esses deveres, tal não significa que o MP não
esteja sujeito a estes, porem no nosso sistema o MP não é sinónimo de acusação. O
263º refere que este esta sujeito a critérios de imparcialidade.
268º e 269º - diligencias instrutórias são sinonimo de afetação de direitos
liberdades e garantias, sendo apenas o juiz o sinónimo da sua garantia. Estes artigos
obrigam a intervenção do juiz de instrução. O MP pode promover, mas não pode
decretar, o decretamento de restrições no âmbito destes artigos são de competência
exclusiva do juiz.
A instrução pode ser facultativa? Pode, havendo acusação o arguido pode
requerer a abertura da instrução, garante que os atos do MP podem ser sempre
controlados pelo juiz.
A delegação de competências no OPC –

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1. Esta não retira ao MP a qualidade de dominus do inquérito, os OPC não


ganham a competência
2. Durante todo o inquérito os atos mais lesivos são do juiz de instrução
3. É necessária a concordância do juiz de instrução e do arguido para a
suspensão provisória do processo 281º
4. O problema aqui não é saber o domínio ou a violação do 32º/4, temos de
ver a estrutura e o sistema de garantias atribuído ao cidadão no âmbito do
processo penal, o que temos de fazer é mitigar a estrutura acusatória – o
código fazia uma burla de etiquetas. O principio do acusatória exige duas
vertentes – quem investiga não deve ser a mesma entidade que acusa, e
que quem acusa não é a mesma entidade que julga.
a. Art.º 40º - impedimentos – o juiz que formulou uma convicção
anterior sobre o arguido não poderá avaliar posteriormente o
mesmo arguido o 200º a 202º - exigem fortes indícios da prática de
um crime, é necessário decidir sobre quase a culpa do arguido, que
podem interferir posteriormente no processo.

Ac. 7/87 -

Aula 4

Caso nº 1

a) 131.º Homicídio:
 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade

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(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art


219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente1: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)
 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente
poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo2, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 3
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
1
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
2
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
3
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir


acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

b) 143.º Ofensa à integridade física simples (art 143º nº2)

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”
o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do
MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido4
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)

4
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.

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 os assistentes são sempre representados por um advogado nos


termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente5
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo6, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 7
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
5
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
6
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
7
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir


acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

c) 180.º Difamação (V. 188º procedimento criminal)


 Natureza jurídica: Crime particular- o crime é particular quando utiliza a
expressão “acusação particular”
o Os crimes particulares são aqueles cujo procedimento exige
obrigatoriamente:
I. Apresentação de queixa pelo ofendido ou por outras pessoas a quem
a lei confere esse direito (art 50º/1 e os arts 113º e 117º ambos do CP)
II. Manifestação da intenção de constituição de assistente (art 246º nº4
2ªparte)
III. Constituição de assistente - os assistentes são sempre representados
por um advogado nos termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/
4)
IV. Dedução de acusação particular (arts 50º/1 e 285º/1)

 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Estamos perante a 2ª
restrição ao preceituado no art. 48º que estipula a oficialidade e
obrigatoriedade da promoção penal do MP.
 A exigência de queixa e de acusação nos crimes particulares
justifica-se pela diminuta gravidade da infração e pela especial
natureza dos valores em causa.
 Depois de o assistente apresentar a acusação particular, o MP
poderá acusar pelos mesmos factos, por partes deles ou por
outros que não importem uma alteração substancial daqueles
(art 285º/4)8. Aqui, é a acusação do MP que se encontra
subordinada à do assistente.

8
Compete em especial aos assistentes, nos crimes particulare, deduzir acusação
particular, deduzir acusação particular ainda que o MP a não deduza (art 69º nº2 b)

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 Se o assistente se abstiver de acusar, o MP arquiva o processo


por falta de legitimidade para prosseguir com o mesmo

o Constituição de assistente:
 A constituição de assistente é sempre obrigatória nos crimes
particulares (art 50º/1, 68º/2 e 246º/4)

 Constituição de assistente - os assistentes são sempre


representados por um advogado nos termos do art 70º/1 – (art
50º/1; 68º/2 e 246º/4):

 Assim sendo, com o requerimento que formula o pedido


de admissão como assistente deve juntar-se procuração
forense sob pena de o requerimento ser indeferido por
falta de pressuposto da representação judiciária do
requerente

o Prazo: Nos crimes particulares o requerimento para a constituição de


assistente é obrigatória (art 50º/1) devendo o respetivo requerimento
ter lugar no prazo de 10 dias a contar do momento em que o
denunciante declara na denuncia, que deseja constituir-se assistente
(conjugadamente os art 68º/2 e 246º/4)
 Tratando-se de crime particular, esta declaração é obrigatória,
devendo a autoridade judiciária ou o órgão de policia criminal a
quem a denuncia for feita verbalmente advertir o denunciante
para tal obrigatoriedade e dos procedimento a observar.
 O prazo de 10 dias para a constituição de assistente conta-se a
partir desta advertência, isto é, a partir da apresentação da
queixa (art 115º/1 CP - Extinção do direito à queixa), sendo o
prazo de natureza perentória
 A jurisprudência no ac do STJ nº1 /2011fixou jurisprudência no
sentido de que “ em procedimento dependente de acusação
particular, o direito à constituição como assistente fica
precludido se não for apresentado requerimento para esse
efeito dentro do prazo fixado no nº2 do art 68º do CPP

o Titulares do direito à queixa: Apresentação de queixa pelo ofendido ou


por outras pessoas a quem a lei confere esse direito (art 50º/1 e os arts
113º e 117º ambos do CP)
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)

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 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação


particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

d) 144º Ofensa à integridade física grave

e) 140.º, n.º 2 Aborto


f) 184º Agravação (art 188º/1 a)

 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente9: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)

9
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.

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 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente


poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo10, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 11
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

10
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
11
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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g) 192.º Devassa da vida privada


 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei
utiliza o termo “queixa”
o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do
MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido12
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente13
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)

12
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
13
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação


particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo14, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 15
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

14
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
15
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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h) 193.º Devassa por meio informático + 198º/1 1a parte


 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente16: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)
 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente
poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura

16
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.

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do processo17, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que


requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 18
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

i) 199.º Gravação e fotografias ilícitas

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”

17
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
18
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do


MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido19
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente20
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

19
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
20
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo21, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 22
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

j) 153.º Ameaça

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”

21
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
22
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do


MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido23
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente24
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

23
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
24
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo25, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 26
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

k) 155º, nº1 a) Agravação


 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
25
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
26
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art


48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente27: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)
 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente
poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo28, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 29
27
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
28
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
29
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e

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lOMoARcPSD|4894908

 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)


e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

l) 164.º Violação (v.178º/1 1a parte)

Bem jurídico: as próprias características da autodeterminação sexual- esta um bem


jurídico disponível- justifica a necessidade de queixa. Se o bem disponível é a vitima
que dimensiona o crime – se há ou não lesão do bem jurídico – (tem de ser o próprio a
dizer se houve ou não crime – tem de ser o próprio a dizer se houve ou não
consentimento no ato)

177º - crimes sexuais contra adolescentes- este ainda são crimes semi-públicos
No caso de violação de menores desde 2007 tornou-se um crime público

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”
o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do
MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido30
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito

145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
30
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.

Descarregado por Margarida Morais (guida99@msn.com)


lOMoARcPSD|4894908

 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente31
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura

Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
31
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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do processo32, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que


requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 33
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

m) 164.º e 177.º Violação + Agravação

n) 164.º e 178.º, n.º 1 Violação + Queixa

 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes

32
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
33
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente34: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)
 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente
poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo35, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):

34
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
35
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).

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 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência


de julgamento 36
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

o) 328.º Ofensa à honra do PR

p) 324.º Condições de punibilidade e de procedibilidade


q) 203º Furto

Renúncia
 declaração de vontade negativa
 é exercida antes do direito de queixa
 não há queixa não há arguida
Desistência
 116º -limites
36
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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 declaração de vontade negativa


 é exercida depois do direito de queixa
 é necessário a concordância do arguidi- a constituição como arguido pôs em
causa o bom nome e honra do sujeito- pode estar interessada numa sentença
absolutória

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”
o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do
MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido37
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente38
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
37
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
38
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se


inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo39, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 40
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

39
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
40
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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r) 210º Roubo

 Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente41: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
 Não sendo obrigatório, o ofendido pode constituir-se assistente,
assumindo a posição de colaborador do MP, a cuja atividade
subordina a sua intervenção no processo, salvas as exceções da
lei (arts. 68º e 69º nº1)
 Deduzindo o MP acusação por crime público, o assistente
poderá também deduzir acusação pelos factos acusados pelo
MP, por parte deles ou por outros que não importem uma
alteração substancial daqueles (art. 284º/1)
 A acusação do assistente por crime público é facultativa e
quando deduzida, é sempre subordinada à do MP

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura

41
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.

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do processo42, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que


requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 43
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

s) 203.º e 207.º Furto + Acusação particular

 Natureza jurídica: Crime particular- o crime é particular quando utiliza a


expressão “acusação particular”
o Os crimes particulares são aqueles cujo procedimento exige
obrigatoriamente:

42
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
43
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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V. Apresentação de queixa pelo ofendido ou por outras pessoas a quem


a lei confere esse direito (art 50º/1 e os arts 113º e 117º ambos do CP)
VI. Manifestação da intenção de constituição de assistente (art 246º nº4
2ªparte)
VII. Constituição de assistente - os assistentes são sempre representados
por um advogado nos termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/
4)
VIII. Dedução de acusação particular (arts 50º/1 e 285º/1)

 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Estamos perante a 2ª
restrição ao preceituado no art. 48º que estipula a oficialidade e
obrigatoriedade da promoção penal do MP.
 A exigência de queixa e de acusação nos crimes particulares
justifica-se pela diminuta gravidade da infração e pela especial
natureza dos valores em causa.
 Depois de o assistente apresentar a acusação particular, o MP
poderá acusar pelos mesmos factos, por partes deles ou por
outros que não importem uma alteração substancial daqueles
(art 285º/4)44. Aqui, é a acusação do MP que se encontra
subordinada à do assistente.
 Se o assistente se abstiver de acusar, o MP arquiva o processo
por falta de legitimidade para prosseguir com o mesmo

o Constituição de assistente:
 A constituição de assistente é sempre obrigatória nos crimes
particulares (art 50º/1, 68º/2 e 246º/4)

 Constituição de assistente - os assistentes são sempre


representados por um advogado nos termos do art 70º/1 – (art
50º/1; 68º/2 e 246º/4):

 Assim sendo, com o requerimento que formula o pedido


de admissão como assistente deve juntar-se procuração
forense sob pena de o requerimento ser indeferido por
falta de pressuposto da representação judiciária do
requerente

o Prazo: Nos crimes particulares o requerimento para a constituição de


assistente é obrigatória (art 50º/1) devendo o respetivo requerimento
ter lugar no prazo de 10 dias a contar do momento em que o
denunciante declara na denuncia, que deseja constituir-se assistente
(conjugadamente os art 68º/2 e 246º/4)
 Tratando-se de crime particular, esta declaração é obrigatória,
devendo a autoridade judiciária ou o órgão de policia criminal a
44
Compete em especial aos assistentes, nos crimes particulare, deduzir acusação
particular, deduzir acusação particular ainda que o MP a não deduza (art 69º nº2 b)

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quem a denuncia for feita verbalmente advertir o denunciante


para tal obrigatoriedade e dos procedimento a observar.
 O prazo de 10 dias para a constituição de assistente conta-se a
partir desta advertência, isto é, a partir da apresentação da
queixa (art 115º/1 CP - Extinção do direito à queixa), sendo o
prazo de natureza perentória
 A jurisprudência no ac do STJ nº1 /2011fixou jurisprudência no
sentido de que “ em procedimento dependente de acusação
particular, o direito à constituição como assistente fica
precludido se não for apresentado requerimento para esse
efeito dentro do prazo fixado no nº2 do art 68º do CPP

o Titulares do direito à queixa: Apresentação de queixa pelo ofendido ou


por outras pessoas a quem a lei confere esse direito (art 50º/1 e os arts
113º e 117º ambos do CP)
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

t) 219.º, n.º 1, b) Burla relativa a seguros causando a si


próprio ou a outro lesão à integridade física ou agravando
as consequências de lesão da integridade física provocado
por acidente cujo o risco esteja coberto
u) 219.º, n.º 4, a) Burla relativa a seguros de valor elevado
v) 225.º, n.o 1 Abuso de cartões de garantia ou de crédito

 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei


utiliza o termo “queixa”

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o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do


MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido45
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente46
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

45
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
46
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)

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o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo47, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 48
 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)
e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

w) 225.º, n.o 4. Abuso de cartões de garantia ou de crédito +


queixa

47
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
48
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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x) 225.º, n.o 5. Abuso de cartões de garantia ou de crédito


de valor elevado
6/3/19

Sumário: matéria da natureza dos crimes

- solicitando que preparem essa aula resolvendo os casos práticos do referido Capítulo
e analisando a jurisprudência anexa ao mesmo.

- será necessário para as aulas também o CP (além do CPP e dos “Elementos de


Estudo”).

Caso menor de 15 anos agredido por gang de 17 anos


Pai da vitima não quer apresentar queixa

Enquadramento
- Crime de ofensa à integridade física simples- - 143º - crime semi-público – depende
de queixa
 Neste caso não havendo queixa o MP pode recorrer ao mecanismo
do 113º/5
 Neste caso também poderia ser nomeado curador ad litum e retirar
os direitos parentais temporariamente ao pai
 Estes mecanismos são excecionais e apenas se aplicam em casos de
salvaguarda

- Crime de ofensa à integridade física qualificada – 145º + 132º/2 c) – crime público


não depende de queixa – MP tem conhecimento oficioso
 Quando a lei penal não utiliza nenhuma das expressões o crime é público –
determinado por exclusão de partes – viogora aqui o principio da oficialidade (

 Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
o Tem o art. 241º aquisição da noticia do crime
 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
 O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade

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(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art


219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
 A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).

o Constituição de assistente49: a constituição de assistente é facultativa


nos crimes públicos (art. 68º/3)
o Particular pode nos crimes públicos denunciar o crime porém esta
denúncia será uma denúncia facultativa nos termos do art 244º e ss
o Nos termos do 242º + 248º - denúnica obrigatória – estão sujeitas a
estas nomeadamente as figuras das autoridades nos termos do nº1
dentro do prazo de 10 dias estabelecido pelo 248º

Conceito de denúncia: é uma declaração de ciência que dá conhecimento de um


facto ilícito ao MP

386º CP – conceito de funcionário público – articulação com o art 242º/1 c)

- Crime de gravação ilícita (199º)


 Natureza jurídica: Crime Semi-público - O crime é semi-público quando a lei
utiliza o termo “queixa”
o Nos crimes semi-públicos, a promoção do processo penal por parte do
MP está dependente da apresentação de queixa por parte do ofendido50
ou de outras pessoas a quem a lei confere esse direito
 Trâmites necessários:

o Legitimidade para promover o processo penal: os crimes semi-públicos


são a primeira restrição ao caracter oficioso e obrigatório da promoção
do processo penal do MP (art 48º (Legitimidade) 2ª parte).
o 49º/2: o ofendido ou outras pessoas (113º e ss CP) bem como a quem
essas pessoas atribuírem poderes (mandatário com poderes especiais
ou mandatário judicial

49
A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
50
O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.

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o Na falta de queixa o MP tem o mecanismo do 113º/5

 Após a apresentação da queixa (que é a condição de


procedibilidade), o MP dá inicio à fase do inquérito (art 262º e
ss), desenvolvendo-se a tramitação a partir daí como se o crime
fosse público.

o Constituição de assistente: a constituição de assistente é facultativa nos


crimes semi-públicos (art 68º/3)
 os assistentes são sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Após a apresentação da queixa, inicia-se a fase do inquérito (art
262º e ss), finda a qual, diversamente do que acontece nos
crimes públicos e semi-públicos, o MP notifica o assistente51
(como tal já constituído) para que este deduza acusação
particular (art 285º nº1)

o Titulares do direito à queixa: art. 49º nº1 + art. 113º do CP - Titulares


de direito de queixa.
 O queixoso, no âmbito dos crimes semi-públicos e particulares, é
uma figura determinante para o desencadeamento do
procedimento criminal.
 Com efeito, nos crimes desta natureza, o processo criminal só se
inicia com a apresentação de queixa pelos respetivos titulares
desse direito (caso contrário o MP carece de legitimidade para
abrir o inquérito nos termos dos arts 48º e 262º/2 CPP)
 Por força do art 68º/1 b) as pessoas de cuja queixa ou acusação
particular depender o procedimento podem constituir-se
assistentes no processo (se o não fizerem não são sujeitos
processuais)

o Prazo: Nos crimes públicos e semi-público sendo a constituição de


assistente facultativa, pode a sua intervenção dar-se em qualquer altura
do processo52, aceitando-o no estado em que se encontra, desde que
requeira ao juiz (art. 68º/3):
 Até 5 dias antes do inicio do debate instrutório ou da audiência
de julgamento 53

51
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
52
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
53
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e

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 Nas situações previstas nos arts. 284º (Acusação pelo assistente)


e 287º (Requerimento para abertura da instrução), nº1 b), no
prazo estabelecido para a prática dos respetivos atos.

 Os despachos de arquivamento e de acusação devem ser


notificados, mediante via postal simples, ao denunciante com a
faculdade de se constituir assistente (arts. 277º/3 e 4 al c) e 283º/5)
o Consequentemente, se o ofendido pretender deduzir
acusação por um crime público ou semi-público, terá de se
constituir assistente no processe. E poderá fazê-lo até 10 dias
após a notificação da acusação. Saliente-se, no entanto, que
o ofendido poderá tão-só requerer a sua constituição como
assistente e não deduzir acusação.
o Se o ofendido requerer a abertura da instrução, terá que se
constituir assistente, se o não fez até aí (o ofendido poderá
apresentar os dois requerimentos na mesma peça
processual). Para o efeito tem o prazo de 20 dias a contar da
acusação ou do arquivamento do inquérito.
o Não se constituindo assistente no prazo devido, o ofendido é
apenas um mero participante processual (se tiver deduzido
pedido de indemnização civil é parte civil)

Final do inquérito
- detenção em flagrante delito
- forma de processo
- constituição como processo

11/03/19

Para abrir inquérito nos Crimes Particulares (necessário suficiente


 Os crimes particulares são aqueles cujos procedimentos exige
obrigatoriamente:
 Apresentação de queixa pelo ofendido ou por outras pessoas a quem a
lei confere esse direito (art 50º/1 e os arts 113º e 117º ambos do CP)
 Manifestação da intenção de constituição de assistente (art 246º nº4
2ªparte)
 Constituição de assistente - os assistentes são sempre representados
por um advogado nos termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
 Dedução de acusação particular (arts 50º/1 e 285º/1)

Crimes particular: final do inquérito:


 MP notifica o assistente para que este, deduza Acusação particular (285º/1
CPP) no prazo de 10 dias:

145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador

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 O assistente neste caso pode deduzir ou não deduzir


o Caso o assistente não deduza a Acusação particular só então o MP
poderá arquivar o processo (art 277º nº1 CPP)
o Caso o assistente deduza acusação particular:
 Aderir aquela acusação (art 285º/4 do CPP – paralelo com o
284º); ou
 Não acompanhar (simplesmente nada fazer)
 Caso o assistente deduza particular: o arguido poderá
o Deduzir RAI (287º/1 a))

Crimes públicos e semi- públicos: final do inquérito


 Acusação do MP (art 283º) ou Arquivação (art 277º) ou ainda 283º+16º/3;
280º; 281º; 392º; ou Mediação Penal
 Assistente pode
o Perante a acusação: deduzir acusação “subordinada/autónoma por
ANSF (art 284º); ou deduzir RAI por ASF (287º/1 b))
o Perante o arquivamento: RAI (287º/1 b)) do CPP ou requerer a
intervenção hierárquica (278º)
 Arguido pode:
o Perante a acusação: RAI – 287º/1 a)
o Perante o arquivamento: RAI – 287º/1 a)?
 Perante o arquivamento numa posição isolada com base na
constituição considera que este pode reagir contra o
arquivamento de modo a impedir que possa haver novo inicio de
inquérito em caso de aparecerem novas provas

Consequência em função da diversa natureza dos crimes


 Nos crimes públicos e semi publico: prazo previsto no art 68º/3 do CPP:
máximo: praxo de recurso da sentença ( porém aceitando o processo no estado
em que o mesmo estiver
 Nos crimes particulares: prazo previsto no art 68º/2 do CPP:

Resolução do caso prático 2


 1º: determinação do crime: ex: furto (art 203º)
 2º Determinação da natureza do crime – verificar se a norma
incriminadora,exige alguma condição de procedibilidade (queixa de acusação
particular): ex: furto (art 203º)- depende de queixa...

Proxima aula
 caso 2: crime e natureza do crime (base legal)
 caso 3
 matéria da aplicação da lei do tempo
o taipa de carvalho (leis processuais)

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o FP

Caso prático 2

 Furto de coisa (móvel e alheia)


 No valor de 100€
 Determinação do crime: Crime de furto simples (art 203º)
 Determinação da natureza do crime:
o Estamos perante um crime semi-público - a promoção do
processo penal por parte do MP está dependente da
apresentação de queixa por parte do ofendido ou de
outras pessoas a quem a lei confere esse direito (art 49º
nº1 e o art 113º (Titulares de direito de queixa) do CP).

 No valor de 5000€
 Determinação do crime: : Crime de furto simples (art 203º+ 202º
+ uc = 102€) – para ser qualificado nos termos do 204º/1 a) tem
de ser superior a 5100€

 Determinação da natureza do crime:


o Estamos perante um crime semi-público - a promoção do
processo penal por parte do MP está dependente da
apresentação de queixa por parte do ofendido ou de
outras pessoas a quem a lei confere esse direito (art 49º
nº1 e o art 113º (Titulares de direito de queixa) do CP).

 Na estação de metro da cidade universitária no valor de 20 000€


 Determinação do crime: Crime de furto qualificado (art 204º/1
a) e b) + 204º/3- situação agravante)
 Determinação da natureza do crime:
 Estamos perante um crime público - Nos crimes públicos
o MP toma conhecimento da noticia do crime, promove,
obrigatória e oficiosamente o processo penal, dando
inicio à fase do inquérito (art 48º (legitimidade), 1ª parte
e 262º (finalidade e âmbito do inquérito) nº2). Estamos
na presença do principio da oficialidade

 Na estação de metro da cidade universitária no valor de 70 €


 Determinação do crime: Crime de furto simples (art 204º/1 b)+
204º/4+202º/c) – uc= 102º- tem de ser inferior a 102€
 Determinação da natureza do crime:
o Estamos perante um crime semi-público - a promoção do
processo penal por parte do MP está dependente da
apresentação de queixa por parte do ofendido ou de

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outras pessoas a quem a lei confere esse direito (art 49º


nº1 e o art 113º (Titulares de direito de queixa) do CP).
o Pode se colocar se estaremos perante um caso de
207º/1b)

 Perpetrado pelo irmão da vitima no valor de 1000€


 Determinação do crime: Crime de furto simples (203º + 207º/1
a)
 Determinação da natureza do crime:
 Estamos perante um crime particular (estamos perante
um crime entre ascendente e descendente): Os crimes
particulares são aqueles cujos procedimentos exige
obrigatoriamente:
o Apresentação de queixa pelo ofendido ou por
outras pessoas a quem a lei confere esse direito
(art 50º/1 e os arts 113º e 117º ambos do CP)
o Manifestação da intenção de constituição de
assistente (art 246º nº4 2ªparte)
o Constituição de assistente - os assistentes são
sempre representados por um advogado nos
termos do art 70º/1 – (art 50º/1; 68º/2 e 246º/4)
o Dedução de acusação particular (arts 50º/1 e
285º/1)
 Perpetrado pelo irmão da vitima no valor de 6000€

 Determinação do crime: Crime de furto qualificado (204º/1 a) +


não se aplica o 207º/1 a uma vez que estamos perante um furto
de valor elevado nos termos do 202º a))
 Determinação da natureza do crime:
 Estamos perante um crime público - Nos crimes públicos
o MP toma conhecimento da noticia do crime, promove,
obrigatória e oficiosamente o processo penal, dando
inicio à fase do inquérito (art 48º (legitimidade), 1ª parte
 206º - só se aplica aos públicos (204º a), b) e e) –
extingue a responsabilidade penal

Caso prático 3
 A matou o pai quando este, tem como era seu hábito desde há anos, espancava
violentamente e ameaçava de morte a sua mãe
A mãe de A dirige-se em desespero ao MP, implorando-lhe que não abra
inquérito contra o filho, uma vez que este agiu apenas em Legitima defea da
própria mãe e é bom rapaz e estudante, ameaçando suicidar-se se lhe tirarem o
filho. O que deve fazer o MP?

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 Determinação do crime: Crime de homicídio simples (afasta-se


presunção do 132º/2 a) – não verificamos neste caso tendo em
conta as circunstância uma especial censurabilidade ou
perversidade ainda que se trate de um caso de patricidio (filho
que mata o próprio pai) - qualificação do crime de homicídio não
funciona de forma automática) – estamos perante um caso do
131º
 Determinação da natureza do crime:
 Estamos perante um crime público: - Nos crimes públicos
o MP toma conhecimento da noticia do crime, promove,
obrigatória e oficiosamente o processo penal, dando
inicio à fase do inquérito (art 48º (legitimidade), 1ª parte)
-262º

 Nos crimes públicos, o MP tem o poder- dever de


instaurar o procedimento criminal logo que adquira a
noticia do crime, proceder à investigação dos factos e, se
for caso disso, sujeitar o arguido a julgamento através da
competente acusação, valendo aqui o principio da
oficialidade em pleno (embora ligado ao principio da
legalidade). Portanto a atuação do MP não depende de
qualquer impulso ou vontade das partes.

 Depois de proceder às diligências de investigação, o MP


decide, com plena autonomia, se o arguido deverá ou
não ser submetido a julgamento

 Há abertura de inquérito ainda que estejam perante uma


situação de causa de exclusão de culpa

o Arquivamento
 Porém em casos claros de exclusão da
ilicitude (ex: legitima defesa própria e
terceiro) devo o MP proceder pelo
arquivamento do processo
o Acusação
 Nestes casos não haverá indícios de crime
por haver exclusão da ilicitude
13/03

A aplicação da lei processual penal no tempo

Caso prático 1

Dados:
Prazo geral de duração máxima da medida de coação preventiva foi agravado
sucessivamente ao longo do tempo

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Tal refletiu-se num determinado processo:


 Janeiro de 2003- 12 meses
 Janeiro de 2004 – 15 meses
 Janeiro de 2005 – 18 meses
 Janeiro de 2006 – 21 meses
 Janeiro de 2007- 24 meses

 A praticou o crime em julho de 2004


 O processo penal foi aberto em julho de 2005
 O arguido foi preso preventivamente em Julho de 2006

Qual seria o prazo de duração máxima preventiva em agosto de 2007?

Julho de 2005:
Julho de 2004: Abertura do processo Julho de 2006: Agosto de 2007:
prática do crime penal Prisão preventiva ?

21 meses

2003 2004 2005 2006 2007 Nov 2007


12 meses 15 meses 18 meses 24 meses 18 meses

1º passo: determinar se a norma processual é material ou formal: A lei aplicável seria


a lei de 2004 e o prazo máximo seria o prazo de 15 meses – norma restringia o direito
fundamental à liberdade – art 27º CRP
2º passo: justificação:

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 Referir de que se trata de uma norma substantiva e discutir qual a


solução a dar ao caso tendo em conta o caracter da norma

Poder-se-ia aplicar diretamente as garantias materiais das normas penais


substantivas?
 Taipa de Carvalho: sendo normas substantivas o tempo máxima para o passado
de retroatividade seria a data da prática do facto e o temporal máximo para o
futuro é um cumprimento integral da pena
 Aplica 29º/4 CRP é para o autor aplicado diretamente
 Taipa de carvalho considera o 5º/2 a) inconstitucional

ler acórdão 70/90


- considerou as normas de prisão preventivas- são normas quase substantivas
(categoria intermédia ou suis géneres – criou uma nova categoria)- apesar de
restringirem direitos fundamentais estas estão umbilicalmente ligadas ao inicio do
processo – deveria se ter considerado esta em causa uma relação de politica criminal
não se aplicaria as novas regras processuais penais relativas às medidas de prisão
preventiva ao período transacional entre os dois códigos- considerar uma exceção ao
art 7º

Outra forma de resolução através da aplicação do art 5º


 5º/2 a)- alínea a para normas materiais e a alínea b) para as normas
processuais penais formais
o relativamente à alínea b) – é uma válvula de escape do sistema oara
garantir à harmonia do sistema permitindo a aplicação de outra lei
que permita garantir esta harmonia
 relativamente à alínea a)- haveria aqui uma lacuna e não uma
inconstitucionalidade:
 Artigo 4.º do CPP: Integração de lacunas por analogia
com:
 Normas do processo penal análogas (inexistentes) –
Normas do processo civil harmonizáveis (inexistentes); –
Princípios do Processo Penal (aplicável):
o Artigos 29.º e 32.º da CRP:
o o Artigo 29.º, número 4 da CRP, concretizado nos
artigos 2.º, número 4 e 3.º da CP: lei concreta e
globalmente mais favorável, até ao limite do
momento da prática do facto.
o

 Normas sobre prazos são por norma formais mas temos que fazer a
ponderação se restringe o direito de defesa

- Prazos da prisão preventiva: 215º

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Aplicação do direito

18/3

Acórdão 4/2009

 O estatuto ou a «posição processual» do arguido concretiza-se sucessivamente no


processo, com a verificação dos pressupostos e com o correspondente exercício
dos direitos que caibam relativamente a cada acto, momento ou fase do processo,
e com a sujeição a deveres que cada acto, momento ou fase imponha: o estado a
cada momento desta relação integra a «situação processual do arguido»”.
 “Na concretização que resulta da lei («nos termos da lei»), o direito a
«recorrer das decisões que [ao arguido] sejam desfavoráveis» [artigo 61.º,
n.º 1, alínea i], do CPP], supõe, desde logo e como pressuposto primeiro, a
existência de uma decisão desfavorável, cuja reapreciação o arguido
pretenda deferir a uma instância superior segundo a ordenação e as regras
sobre a competência dos tribunais em razão da hierarquia.
 E perante a existência de uma decisão desfavorável, impor-se-á ainda
verificar se tal decisão é, «nos termos da lei», susceptível de recurso, e em
que termos, de acordo com as regras e os critérios de admissibilidade dos
recursos.”

Ac. 551/2009

Caso prático

O arguido B foi condenado em junho de 2007, pela 1ª vara criminal de Lisbo pela
prática do crime de extorsão agravada (art 223º nº2 e 3) a) por referência ao art 204º
nº2 a) e 202º/ a) todos do CP a uma pena concreta de 5 anos de prisão;
- O arguido interpôs recurso para o TRL em junho de 2007
- O TRL confirmou a sentença do Tribunal de 1ª instância em Abril de 2008; e
- O arguido interpôs recurso para o STJ do acórdão do TRL em Maio de 2008.

Atrendendo à redação do art 400º/1 f) antes e depois da entrada em vigor da Lei nº


48/2007 de 29 de Agosto seria admissível o recurso do Arguido para o STJ?

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29 de Agosto de 2007:
Alteração da lei

Junho de 2007: Abril de 2008:


B foi condenado e TRL confirma a
interpôs recurso sentença e interpôs
para o TRL recurso para o STJ

Nos recursos o momento critério para definir a aplicação da LN que altere a


recorribilidade em sentido desfavorável sendo da decisão condenatória de 1ª instância
– só nesse momento é que se abre a porta facultativa dos recursos.
De acordo com Taipa de Carvalho as leis processuais que regulam a admissibilidade
de recurso são NPPM uma vez que as mesmas dizem respeito aos direitos e garantias
de defesa do arguido (graus de recurso).

Neste caso à data da alteração legislativa já havia ocorrido a condenação em 1ª


instância – já tendo havido decisão em 1ª instância e tendo esta condenado o
arguido, é nesse momento que se fixa a lei aplicável – a lei aplicável será a lei de
Junho de 2007 que permitia recurso até ao supremo.

E em Novembro de 2007 (atendendo à redução do prazo de 18 meses em virtude da


reforma do CPP de 2007 -215º/1 d)

À luz da lei antiga o arguido tinha direito ao recurso até à relação – foi condenada em
1a instância antes da entrada de nova lei e esperava recurso para a relação quando
uma nova lei que permitia recurso até ao supremo entrou em vigor

 É no momento da condenação em 1ª instância que o arguido fica com direito


ao recurso – esse será o momento que fixa de acordo com o ac. 4/2009, o
direito ao recurso e o seu regime. Por exemplo se no futuro for aprovada até ao
final do cumprimento integral da pena, uma lei que permita novamente
recurso para o supremo esta não poderia ser aplicável ainda que fosse mais
favorável uma vez que o supremo manda aplicar o regime em vigor no
momento da condenação em primeira instância.

Aplicação das leis no tempo – meios de obtenção de prova

Meios de obtenção de prova (24/02/2010)


Lei 1) na lei antiga não era admissivel a obtenção de prova através de busca online
Lei 2) essa obtenção de prova passa a ser admissível - esta gera um agravamento
sensível e ainda evitável da posição processual do arguido (arguido no 5º/2 a) deverá
ser interpretado de forma altamente ampla, ou seja, abrangendo não só aqueles que

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já foram constituídos formal e materialmente como arguido, igualmente aqueles


sobre os quais haja suspeita fundada – já tenho suspeita fundada sobre ele

A corrente maioritária recorre a um critério formal – momento de constituição deste


como arguida) mas devemos questionar esta solução – não deverá ser tido em conta
como momento relevante o momento em que o sujeito é materialmente constituído
como arguido (quando à fundada suspeita) ou ainda o momento em que é praticado o
facto uma vez que esta se trata de uma norma material como defende FD

Ver competência – caso prático resolvido


- FD
- Nuno Brandão

Casos competência

Caso 1
A, B e C evadiram-se do estabelecimento prisional de Alcoentre. Durante a fuga, na
Roliço A, B e C aproveitaram a “oportunidade” para, em conjugação de esforços
matar o guarda prisional com quem tinham uma longa história em comum. D foi
assistido no local contudo veio a falecer poucos dias depois no Hospital de Santa
Maria (Lisboa) para onde tinha sido transferido.

Admitindo que A, B e C foram de seguida detidos na Foz do Arelho e posteriormente


foram acusados da prática do crime de evasão (art 352º CP), em autorias paralelas,
bem como da prática (como co-autores) do crime de homicídio (art 131º do CP), qual
o tribunal material, funcional e territorialmente competente para o julgamento dos
respetivos processos.

Factos:
Crimes
 Crime de Evasão (352º) – Autorias paralelas – pena até 2 anos
 Crime de homicídio Simples (131º CP) – co- autoria – pena de 8 – 16 anos
Locais:
 Fuga: Alcoentre
 Homicidio: Roliço
 Local efetivo da morte: Lisboa
 Lugar da detenção: Foz do arelho

Nota: Apenas os tribunais comuns ou judiciais têm jurisdição em matéria penal (art
211º CRP)

Antes de iniciar a análise das demais competência importa determinar se os tribunais


portugueses possuem competência internacional: nos termos do art 4º do CP os
tribunais portugueses serão competentes uma vez que ambos os crimes foram

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cometidos em Portugal (em principio dos 3 portugueses – nada no caso parece indicar
que A, B e C não tinham nacionalidade portuguesa)

Determine a competência:
 Funcional (Qual o tribunal (ou tribunais) competente(s) para o
desenvolvimento do processo ou de singulares atos processuais fora da
atividade cognitiva de primeira instância (competência hierárquica), ou –
dentro da mesma instância – para certas fases da prossecução processual. A
determinação desta espécie de competência se relaciona assim, com a função
jurisdicional a desempenhar pelos tribunais segundo a sua categoria, costuma a
doutrina abrangê-la no designativo comum de competência funcional.)

 Material (Qual o tribunal que, segundo a sua espécie (v.g., instância central de
competência especializada criminal; secção criminal ou secção de pequena
criminalidade de instância local; tribunal do júri, tribunal coletivo ou tribunal
singular; Tribunal da Relação; Supremo Tribunal de Justiça; etc.), deve conhecer
de um caso penal de certa natureza (v. g., homicídio doloso, crime contra a
autoridade pública, crime de discriminação racial ou de tortura, etc.)?

 Territorial (Qual o tribunal que, entre os da mesma espécie materialmente


competente para o caso, deve, segundo a sua localização no território, ser
chamado para conhecer e decidir concretamente de um certo facto? É o
problema da determinação da competência territorial.

 Relativamente ao processo respeitante ao crime de evasão


o seria materialmente competente o tribunal judicial de 1.ª instância, por
exclusão de partes, dado não preencher o âmbito dos arts. 11.º e 12.º
do CPP.
o A competência em razão da estrutura cabia ao Tribunal singular por
preenchimento do critério material presente no artigo 16º/2 a) – o
crime de evasão é um crime contra a autoridade pública previsto no art
352º.
o A competência territorial estava atribuída à Comarca de Lisboa Norte,
dado ser o Tribunal “em cuja área se tiver verificado a consumação”
art. 19.º, n.º 1, do CPP por exclusão dos critérios especiais constantes
do art. 20.º ss. do CPP e porque não se trata de um crime em que é
elemento do tipo a morte de uma pessoa.

 embora o crime de evasão, possam ser duradouros por


perdurarem no tempo ate que o seu agente regresse a custódia
do Estado, este crime não se trata de um crime de consumação
permanente, uma vez que a sua realização se traduz num só ato
– o ato de libertação da custódia do Estado- exaurindo-se nessa
condição, não existindo, como existe nos crimes duradouros, o

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dever jurídico de remoção das consequências duradouros e


também a constante renovação da resolução criminosa.

Relativamente a este crime haverá aqui competência de conexão (análise de


conexão tendo em conta os sujeitos)?

A conexão é o expediente processual criado para o processamento conjunto de crimes que,


sendo autónomos (quer em razão de terem sido praticados por mais do que um agente, quer
por outras razões referidas nas várias alíneas do artº 24º/CPP) se entendeu haver vantagem
em serem apreciados conjuntamente. Ou seja, todos os crimes julgados em conexão são antes
de mais crimes singulares, cometidos por determinado agente. Apenas a situação de conexão
determina a junção desses vários processos, respeitantes a cada um dos agentes do crime.

Nota: A determinação da existência desta conexão é feita em dois momentos:


1. Dispõe-se sobre os termos em que há lugar à conexão de processos,
independentemente dos seus reflexos sobre a definição do tribunal
competente para o seu conhecimento (art 24º a 26º)
2. Depois definem-se os tribunais material e territorialmente competentes no
caso de a conexão ser suscetível de conduzir à atribuição de competência a
mais do que um tribunal (art 27º e 28º)

o Requisitos para a conexão:

 Pluralidade de processos: neste caso estão em causa 3


processos

 Pluralidade de tribunais: neste caso para os 3 Crimes de Evasão


seria competente o mesmo tribunal no Tribunal Singular da
Comarca de Leiria - afasta –se a aplicação dos arts 27º e 28º

 Existência de uma situação típica de conexão:

 A conexão determinante da competência pode ser


subjetiva ou objetiva
 Neste caso parece estar em causa uma conexão objetiva
que se verifica uma vez que determinada ação foi levada
a cabo por diversos agentes, isto é, em comparticipação
criminosa (art 24º-1 c e d) em qualquer das modalidades
legalmente previstas de autoria e de participação (art 26º
e 27º CP)
 Problema: neste caso um dos crimes foi cometido em
autorias paralelas e não em comparticipação criminosa
o Uma vez que este artigo não será aplicável
diretamente, estaremos aqui perante uma lacuna,
sendo assim potencialmente admissível a sua
aplicação recorrendo a analogia ou através de
interpretação extensível. (ver discussão)

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 Inexistência de obstáculos à conexão:


 Neste caso existir obstáculos à conexão nos termos do
24º/2 e do 26º do CPP uma vez que os processos se
parecem encontrar simultaneamente na mesma fase e
nenhum dos processos é da competência de tribunais
menores

 Relativamente ao processo respeitante ao homicídio simples do guarda


prisional:
o Seria materialmente competente o tribunal judicial de 1.ª instância, por
exclusão de partes, dado não preencher o âmbito dos arts. 11.º e 12.º
do CPP.
o A competência em razão da estrutura cabia ao Tribunal coletivo
(critério qualitativo previsto no art. 14.º, n.º 2, al. a), do CPP, dado
tratar-se de um crime doloso e do qual é elemento do tipo a morte de
uma pessoa).
o A competência territorial estava atribuída à Comarca de Leiria, dado
ser o Tribunal “em cuja área o agente atuou” (art. 19.º, n.º 2, do CPP,
por exclusão dos critérios especiais constantes do art. 20.º ss. do CPP e
porque se trata de um crime em que é elemento do tipo a morte de
uma pessoa).

Relativamente a este crime haverá aqui competência de conexão (análise de


conexão tendo em conta os sujeitos)?

o Requisitos para a conexão:

 Pluralidade de processos: neste caso estão em causa 3


processos

 Pluralidade de tribunais: neste caso para os 3 Crimes de


homicídio seria competente o mesmo tribunal - Tribunal
coletivo da Comarca de Leiria- afasta –se a aplicação dos arts
27º e 28º uma vez que é competente o mesmo tribunal para os
três processos

 Existência de uma situação típica de conexão:


 A conexão determinante da competência pode ser
subjetiva ou objetiva
 Neste caso parece estar em causa uma conexão objetiva
que se verifica uma vez que determinada ação foi levada
a cabo por diversos agentes, isto é, em comparticipação
criminosa (art 24º-1 d)

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o Neste caso o crime foi cometido em co-autoria: a


co-autoria é uma forma de comparticipação –
existe conexão com base no 24/1 d)

Inexistência de obstáculos à conexão:


 Neste caso existir obstáculos à conexão nos termos do
24º/2 e do 26º do CPP uma vez que os processos se
parecem encontrar simultaneamente na mesma fase e
nenhum dos processos é da competência de tribunais
menores
o
Quanto à conexão entre os dois crimes:

 No nosso caso são competentes, para julgar os dois crimes, os tribunais de 1ª


instância.

 Porém são competentes tribunais de espécies e comarcas diferentes (os


tribunais em causa são materialmente e territorialmente distintos). Temos
assim dois tribunais potencialmente competentes
o Importa assim determinar se o particular relacionamento que existe
entre os dois crimes pode neste caso justificar, por razões de
conveniência (razões de economia processual; de boa administração da
justiça penal e mesmo de prestigio das decisões judiciais), o seu
processamento conjunto e consequentemente uma alteração nas regras
de atribuição de competência material e territorial – doutrinalmente
fala-se a este prepósito de competência por conexão (prevista no art
24º e ss do CPP)

o Requisitos para a conexão:


 Pluralidade de processos: neste caso estão em causa 2
processos: um processo pelo crime de homicídio e um pelo
crime de evasão
 Pluralidade de tribunais: neste caso o crime de homicídio
deveria ser jugado no Tribunal Coletivo da Comarca de Leiria e
o Crime de Evasão no Tribunal Singular da Comarca de Lisboa
Norte
 Existência de uma situação típica de conexão:
 A determinação da existência desta conexão é feita em
dois momentos:
3. Dispõe-se sobre os termos em que há lugar à
conexão de processos, independentemente dos
seus reflexos sobre a definição do tribunal
competente para o seu conhecimento (art 24º a
26º)
4. Depois definem-se os tribunais material e
territorialmente competentes no caso de a
conexão ser suscetível de conduzir à atribuição de

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competência a mais do que um tribunal (art 27º e


28º
 A conexão determinante da competência pode ser
subjetiva ou objetiva
 Neste caso parece estar em causa uma conexão objetiva
que se verifica uma vez que determinada ação foi levada
a cabo por diversos agentes, isto é, em comparticipação
criminosa (art 24º-1 d) em qualquer das modalidades
legalmente previstas de autoria e de participação (art 26º
e 27º CP)

 Inexistência de obstáculos à conexão:


 Neste caso existir obstáculos à conexão nos termos do
24º/2 e do 26º do CPP uma vez que os processos se
parecem encontrar simultaneamente na mesma fase e
nenhum dos processos é da competência de tribunais
menores
 Sendo admissível a conexão e estando em causa tribunais de comarcas e de
espécies diferentes, concluímos que será competente o tribunal coletivo de
Leiria por articulação dos arts 24/1/d + 27 + 28/a do CPP (regra autónoma de
conexão ou regra de conflitos):
o Podemos só ir ao 27º - determinar qual a competência hierárquica e
funcional mais elevada – se considerarmos uma norma de conflitos
o Podemos ir ao 27º+ 28º/a se considerarmos uma regra autónoma
o Mas pode haver exceções em que as duas maneiras não dão o mesmo
resultado
 Quando a pena do coletivo for menor do que a do crime julgado
no singular as soluções vão ser diferentes ( por exemplo se os
crimes em causa for um Motim e um homicídio privilegiado o
tribunal competente seria o tribunal coletivo (27º - espécie mais
elevada) de Alcoentre (28º local do crime de pena mais grave)
 Teresa Beleza- 16º2/a é um limite absoluta à competência mas
esta é uma opinião isolado: a maioria da doutrina considera que
não há aqui uma reserva absoluta

27º e 28º ver os problemas dos artigos

Caso 4

O JIC que tenha ouvido o conteúdo de comunicação telefónicas nos termos do art
188º/4 e 5 do CPP, estará impedido de participar no julgamento do mesmo
processo?

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Estamos neste caso perante um problema de impedimento – os impedimentos


encontram-se especificados nos art 39º e 40º e estes têm por base três ordens de
razões:
 A relação pessoal do juiz com algum dos sujeitos ou participantes processuais
 A intervenção anterior no processo como juiz ou noutra qualidade
 A necessidade de participar no processo como testemunha

Tem entendido que no nosso ordenamento a indicação dos motivos de impedimentos


é taxativa, uma vez que as mesmas constituem exceções à competência do juiz.

Neste caso o regente não admite analogia nem interpretação extensiva

Neste caso estamos perante um problema do art 40º:

 Foi suscitada com bastante frequência e foco de considerável litigância na


prática judiciária a questão da intervenção no processo, como juiz de
julgamento ou de recurso, de um magistrado judicial que, como juiz, teve já
antes participação nesse mesmo processo, numa fase processual anterior ou
até inclusivamente na mesma fase processual. É esse tipo de impedimento por
participação prévia no processo que encontramos regulado no art. 40.o, que se
estende agora por cinco alíneas.
 Na sua versão originária, o art. 40º limitava-se a prescrever que “nenhum juiz
pode intervir em recurso ou pedido de revisão relativos a uma decisão que
tiver proferido ou em que tiver participado, ou no julgamento de um processo
a cujo debate instrutório tiver presidido”.

o Assim sendo, fora do seu alcance ficavam as hipóteses em que um juiz


recebesse um processo para julgamento depois de nele ter intervindo
nas fases do inquérito ou mesmo da instrução e nelas se tivesse
limitado à prática de atos jurisdicionais isolados (v. g., a autorização de
uma busca domiciliária ou de uma escuta telefónica; a aplicação da
prisão preventiva; a constituição de um ofendido como assistente; etc.)

o Na base deste regime legal estava a ideia de que tal tipo de prévia
participação no processo está longe de ter de implicar um
comprometimento com a acusação que necessariamente prejudique a
capacidade do juiz para conhecer da causa sem qualquer
predisposição acerca da responsabilidade do arguido ou sequer para
minar a confiança comunitária sobre a sua capacidade para decidir de
forma isenta; e que o risco de falta de isenção que aí se pudesse
porventura divisar se mostrava já suficientemente acautelado pelo
regime das suspeições constante do art. 43.o

o Esta compreensão global do problema seria suficiente para dissipar


eventuais receios de inconstitucionalidade por desguarnecimento da
garantia de imparcialidade própria de uma estrutura acusatória,
encontrando-se, de resto, em linha com a jurisprudência

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constitucional que à época fazia o seu curso e em consonância com a


interpretação particularmente exigente do TEDH relativa ao conceito de
“tribunal imparcial” constante do art. 6º da CEDH: “este tipo de situação
pode dar azo a dúvidas do acusado em relação à imparcialidade do juiz;
as quais, embora compreensíveis, não têm necessariamente de
considerar-se como objetivamente justificadas.

o Considerava-se assim que era nestes casos era necessário fazer uma
análise das circunstâncias concretas de cada caso de espécie e que
como tal justificava o enquadramento destes casos não em matéria de
impedimentos, mas sim de suspeições que podiam assumir nos termos
dos art 43º a 45º a natureza de recusa ou de escusa

o Outra foi, no entanto, a posição que o nosso Tribunal Constitucional


passou a adotar a partir do Acórdão n.o 935/96, que veio a culminar na
declaração, com força obrigatória geral, da inconstitucionalidade do art.
40.o do CPP na parte em que permitia a intervenção no julgamento do
juiz que, na fase de inquérito, decretou e posteriormente manteve a
prisão preventiva do arguido, por violação do art. 32.o-5 da CRP (Ac. n.o
186/98):

 O nosso Tribunal Constitucional estabeleceu como parâmetro


constitucional de aferição da garantia de imparcialidade
inerente à estrutura acusatório do processo penal que as
intervenções do juiz, pela sua frequência, intensidade ou
relevância sejam aptas a razoavelmente permitir que se
formule uma dúvida séria sobre a imparcialidade do juiz.

 Tal levou então a concluir que a imparcialidade para a


realização do julgamento ficaria irremediavelmente
comprometida naqueles casos em que, durante o inquérito, o
juiz tivesse uma intervenção reiterada no processo,
consubstanciada, primeiro, numa aplicação da prisão
preventiva e, depois, na sua manutenção

o Esta jurisprudência (que na opinião de FD e NB é errónea) implicou uma


alteração legal ao art 40º, de forma a nele abranger os casos em que,
durante o inquérito ou a instrução, tivesse aplicado e posteriormente
mantido a prisão preventiva do arguido. Porén esta formulação legal
levantou problemas e em 2013 houve uma nova modificação do
preceito legal, esta ainda num sentido de alargamento do catálogo dos
impedimentos por participação em processo.

 No nosso caso estamos perante a autorização por parte do juiz do processo de


uma escuta telefónica durante a fase instrutório, tendo o mesmo ouvido o seu

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conteúdo – estamos aqui perante a prática de um ato jurisdicional isolado nos


termos do art 188º/4 e 5 do CPP
o Importa saber se esta intervenção será o suficiente para se considerar
que o principio do juiz natural/legal previsto no art 39º/2 esteja a ser
violado, verificando-se deste modo, um impedimento por intervenção
anterior no processo – principio da imparcialidade e das garantias de
defesa do processo
o No acórdão 129-2007 o TC seguindo a argumentação do TEDH, que
tem procurado estabelecer que não é qualquer ato ou decisão tomada
em momento anterior ao julgamento por parte do juiz de julgamento
que tem virtualidade para fazer surgir uma legitima desconfiança na sua
imparcialidade no ato julgar (tem entendido o tribunal que o
envolvimento em decisões pré-julgamento não justifica só por si o
receio quanto à imparcialidade), defendeu que no caso em que haja
uma única intervenção do juiz em inquérito (tratando-se esta de uma
fase embrionária do processo) seria preconceituoso sustentar que o
JIC formulou logo ai uma convicção segura sobre a culpabilidade do
arguido.
 No caso do acórdão estava em causa o decretamento da prisão
preventiva do réu, sendo que o TC considerou, a intervenção do
juiz tinha tido apenas um condão garantístico, uma vez que
apreciou indícios tendo em vista a aplicação de medida de
coação – tratar-se-ia aqui de uma avaliação perfunctória, que ao
ser realizada numa fase inicial do inquérito- consideravelmente
afastada do momento do julgamento e sem repetições, seria
insuscetível de afetar a imparcialidade do julgador, uma vez que
não teria havido mais com o inquérito que havia decorrido sob a
direção do MP
 O tribunal considerou assim que a prática de determinados atos
não gera automaticamente o impedimento sendo que a violação
do art 32º/5 pressupõe que as intervenções dos juiz pela sua
frequência, intensidade ou relevância fossem aptas a
razoavelmente permitir que se formulasse uma duvida séria
sobre as condições de isenção e imparcialidade desse mesmo
juiz ou a gerar uma desconfiança geral sobre essa mesma
imparcialidade e independência.
 O tribunal realça ainda o facto que dizer que qualquer
intervenção do juiz em sede de inquérito, que não se traduza em
actos de mero expediente contraria e põe em causa a
imparcialidade do juiz é amalgamar realidades distintas, quão
distintas são as finalidades do inquérito e do julgamento e
finalisticamente diversas as intervenções que ocorrem numa e
noutra fase.
 O TC refere ainda, segundo o entendimento de FD , que para
além dos diversos os papéis do juiz de instrução criminal e do
juiz do julgamento é ainda importante salientar um claro reforço
das garantias do arguido contra uma possível contaminação do

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juiz do julgamento, em consequência de intervenções pontuais


em inquérito, uma vez que:
 hoje não valem em julgamento, nomeadamente para o
efeito de formação da convicção do tribunal, quaisquer
provas que não tiverem sido produzidas ou examinadas
em audiência, artigo 354.o, n.o 1, do CPP:
 A produção da prova, que deva servir para fundar a
convicção do julgador, tem de ser realizada na audiência
e segundo os princípios naturais de um processo de
estrutura acusatória: os princípios da imediação, da
oralidade e da contraditoriedade na produção dessa
prova.
 O juiz tem de motivar a sua convicção não valendo hoje a
sua íntima convicção, pelo que o arguido está a coberto
das puras subjetividades dos julgadores.
 .O artigo 374.o, n.o 2, do Código de Processo Penal, não
se basta com a simples enumeração dos meios de prova
utilizados em 1.a instância, exigindo ainda a explicitação
do processo de formação da convicção do tribunal. Não
basta mostrar os meios de prova através do seu elenco é
preciso demonstrar por que razão se chegou a
determinado resultado. E nessa tarefa importa ter
presente que o paradigma da íntima convicção,
relativamente ao qual com propriedade se podia dizer
não escutando [o juiz] senão os ditames da consciência

 Em suma: Hoje vigora o sistema da livre apreciação da prova,


artigo 127.o do Código de Processo Penal, que pressupõe e exige
uma indicação dos meios de prova e um complementar exame
crítico, de modo a que permita avaliar o porquê da decisão e o
processo lógico mental que possibilitou a decisão da matéria de
facto.
 A motivação da decisão do tribunal não é nem pode ser
mais um ato de fé, um puro exercício de intima
convicção. A convicção tem de ser uma demonstração
feita com absoluto respeito pelas regras e princípios
legais pertinentes em sede de prova, de acordo com as
regras da experiência e da lógica. Em conclusão na
motivação tem o juiz de explicar por que considerou
provados uns factos e não provados outros, em termos
claros e precisos, enfim de prestar as devidas contas.

 Neste contexto e com esta exigência o perigo de


contaminação é reduzido. E não se vislumbra no caso
concreto.

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R: Tendo a autorização e audição das escutas telefónicas ocorrido durante a fase de


inquérito – fase embrionária do processo consideravelmente afastada do momento do
julgamento e sem repetições, tendo a mesma sido um ato jurisdicional isolado que,
como já foi supra referido, seria insuscetível de afetar a imparcialidade do julgador,
uma vez que, a prática de determinados atos não gera automaticamente o
impedimento sendo que a violação do art 32º/5 pressupõe que as intervenções dos
juiz pela sua frequência, intensidade ou relevância sejam aptas a razoavelmente
permitir que se formulasse uma duvida séria sobre as condições de isenção e
imparcialidade desse mesmo juiz ou a gerar uma desconfiança geral sobre essa mesma
imparcialidade e independência na análise da prova. Por fim o reforço das garantias do
arguido contra uma possível contaminação do juiz do julgamento, que se tem vindo a
observar, através da um sistema de livre apreciação da prova que pressupõe e exige
uma indicação dos meios de prova e um complementar exame crítico, de modo a
que permita avaliar o porquê da decisão e o processo lógico mental que possibilitou
a decisão da matéria de facto parece ir igualmente no sentido de admitir que o JIC
que ouviu estas mesmas escutas possa participar no julgamento desse mesmo
processo.

Não sendo permitida a analogia- estaríamos perante um caso de suspeição (43º).


Jurisprudência é muito fechada perante as causas de suspeição

Conceitos de fortes indícios vs indícios suficiente:

- para da doutrina considera que ambos representam o mesmo ou a ser mais seria os
indícios suficientes estes seriam mais – se o juiz tivesse de julgar naquele momento
face às provas estas seriam suficientes e julgar - Noronha silveira e regente
- outra parte da doutrina considera que existe uma gradação – indícios suficientes será
uma probabilidade maioritária; fortes indícios : algo mais exigente do que meramente
suficiente; convicção para condenar – para além de 92%de probabilidade- para além
da duvida razoável

Critérios qualitativos prevalecem sobre os quantitativos – porque o 14º/2 b) e o 16º/


2 b) absorviam tudo!!!! A única maneira de respeitar esta competências é fazer
prevalecer em regra os requisitos qualitativos

Tema 5 tramitação e sujeito

Casos práticos – Restantes sujeitos processuais

A era casado com B desde 1990 (tendo dessa relação nascido dois filhos: um com 15
anos e outro com 14). Em janeiro de 208, A começou a viver em situação análoga à
dos cônjuges com C- quando resolveu abandonar o lar.

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A 10 de Outubro de 2008, D, depois de ruidosa discussão com A, com quem


mantinha uma relação sentimento nos últimos meses, disparou sobre este
provocando-lhe morte imediata.

A PSP compareceu no local do crime após ter sido alertada pelos vizinhos, que
tinham estranhado os ruídos provocados pela referida discussão. Os agentes do psp
viram que D ainda possuía uma pistola na mão. Por conseguinte, os agentes da PSP
procederam à imediata detenção de D.

1- Quais os procedimentos que os agentes da PSP deveriam ter adotado perante os


factos acima descritos

Natureza do crime:

 homicídio (131º CP) ou ofnsa à integridade física grave/agravadas pelo


resultado (144º a 147º) – crime publico nos termos do 48º CPP

Medidas cautelares

Estamos perante uma detenção em flagrante delito, nos termos do art. 255.º, n.º 1, a),
do CPP, que foi realizada por uma entidade policial.
 3 modalidades de detenção em flagrante delito
 No caso: presunção de flagrante delito- 256º/2: distinção entre clamor público
(não seria o caso) e a última parte; logo após o crime foi encontrado com
objetos (arma do crime) e sinais (chamada telefónica: aparato encontrado
pelos OPC)

Algemamento não é, em todos os casos, obrigatório mas neste caso estando na posse
de uma arma de fogo, este deveria ser algemado porque poderá estar posse de outra
arma- esta seria a fazer final da detenção.

Após a detenção a policias devido a sua obrigação de garante de proteção da vida


deveria ver o estado da vitima e chamar a assistência médica excepto se tiver a certeza
que a vitima se encontra morta

Imediata constituição como arguido


 Sendo uma presunção de situação de flagrante delito e estando em causa um
crime punível com pena de prisão (em concreto um crime de homicídio
privilegiado na forma consumada, p. e p. no artigo 133.º do CP), os agentes da
PSP deveriam proceder à detenção, nos termos do disposto no artigo 255.º, n.º
1, alínea a), do CPP.
 D foi constituído arguido, na medida em que foi detido, nos termos e para os
efeitos previstos nos arts. 254.º a 261.º, do CP (art. 58.º, 1, c), do CPP).
 In casu, presunção de flagrante de delito: logo após o crime doi encontrado
com objeto (arma do crime) e sinais (chama telefónica e o aparato encontrado
pelos OPCs)

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Esta constituição como arguido deveria ter sido acompanhada da comunicação:


 Comunicação de oral dos motivos da detenção (58º/1 c) + 242/a e 248º -
(devendo também comunica a noticia do crime e a constituição de arguido)
 Comunicação dos respetivos direitos (61º): Miranda Rights- direito ao silêncio
e direito a um advogado (e em caso de incapacidade financeira a atribuição de
advogado oficioso ao arguido) – se não for constituído como testemunha 58º/
5

Revista do suspeito/arguido
da respetiva identificação (art. 250.º, n.º 1, do CPP) – revista de segurança- retiram a
carteira e eventuais arma que possa ainda ter do suspeito/arguido – 251º/1 a) + 174º/
5 C)
 do pedido

Comunicação imediata ao MP, em ordem à validação das medidas cautelares e de


polícia e à promoção pela forma de processo adequada (art. 259, n.º 1, b), do CPP).

Medidas cautelas e de policia


Buscas domiciliárias – regime legal das buscas; domiciliárias (e equiparadas) e
restantes buscas: noturnas vs diurnas – 251º/1 a) + 177º/3
 tem de ser respeitado ao principio da proporcionalidade- teríamos de ver era
necessário acautelar bens jurídicos de terceiros, se houver a possibilidade de
existirem outras vitimas ou de se encontrarem dentro da casa pessoas
especialmente vulneráveis – existência de terceiros a acautelar (idosos,
crianças/bebés, animas de estimação); procurar eventualmente outras armas
de fogo, uma vez que a arma na mão do arguido poderia não ter sido a
verdadeira arma do crime
 Tem de caso haja flagrante delito, o crime em causa tem de ter uma moldura
penal superior a 3 anos

Apreensões – 249º/2 c) + 178º/1 e 2- apreensão física dos elementos relacionados com


o crime. Neste caso os primeiros policias que respondem à ocorrência, deviam apenas
assegurar a arma, a apreensão caberia só posteriormente a uma segunda vaga
Identificação 250º

Colheita de informação 250º/8 + cuidado: suspeito- 59º - pode recolher informações


mas não pode fazer perguntas incriminadoras – apesar de não se tratar um
interrogatório, apenas podem ser feitas perguntas, no máximo, que excluam a
responsabilidade (nunca serão admitidas a realização de perguntas incriminadoras) ou
que lancem pistas para a investigação.

Delimitação da área e preservação dos vestígios do crime – 249º/2 a) – manter cadeia


custódia das provas

Competência para investigar o crime (lei 4/2008)

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Art 3º
Art 6º - critério territorial
Art 7º - pj vs PSP e GNR – critério qualitativo
Temos aqui competência concorrencial e competência exclusiva (nº2)

In casu a competência para investigar este crime seria da PJ.


Neste caso a PSP neste caso deveria fazer apenas uma busca parcial e chamar a PJ
Se necessário ver os sinais vitais - caso haja deve se chamar a assistência médica.

In casu autos a lavrar:


 Auto de denúncia e não de noticia porque não estamos aqui perante um caso
de flagrante delito ss – 246º;- valor: 169º
 A autoridade policial deveria ainda lavrar auto da detenção em flagrante delito,
bem como elaborar o relatório de todas as medidas cautelares e de polícia
aplicadas (art. 253.o, do CP) + 99º
 Auto de constituição de arguido (58º/4) e 196º
 Autos de revistas, buscas e apreensões realizadas
 Relatórios (253º)- para que envie ao MP a apresenta ao MP
 Fim do processo

2- O OPC poderia interrogar D?

Identificar a problemática; interrogatórios e a sua realização por OPC. Distinção entre:

 Primeiro interrogatório de arguido detido/preso- MP/JI/Juiz de julgamento da


forma sumário (141º) – 143º é o MP que define quem é que vai interrogar o
arguido – mas tem de cumprir as 48 horas
 Restantes interrogatórios (subsequente interrogatórios de arguido detido /
preso e qualquer interrogatório de arguido em liberdade): autoridade
judiciária- no inquérito: MP ou PPC com delegação de competências – regime
do 144º/2 +270º
 O direito de assistência por defensor
 Nemo teneteur se ipsum accusare- consequências – 58º/5; 126º e 119º/c) – as
nulidades gerais e as nulidades de prova

A proibição dos OPCS de interrogar após deterem o arguido em flagrante delito


justifica-se como forma de garantir imparcialidade e de modo a impedir abuso da força
uma vez que o agente perante a detenção em flagrante delito tem uma tendência
maior a recorrer ao uso de outros estímulos nomeadamente recurso a força ou
chantagem psicológica para obter confissão (obtenção de prova) perante a não
cooperação (admissível por lei do individuo)

R: podiam interrogar todos menos os OPCS que fizeram a detenção em flagrante delito

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3- Considerando que o MP acusou D da prática do crime de homicídio privilegiado


(art 133º do CP) poderia ter promovido o julgamento sob a forma de processo
sumário?

O processo sumário traduz uma forma de processo especial onde estão subjacentes os
princípios da económica e da celeridade processuais; designadamente porque o detido
deve ser julgado no prazo máximo de 48 horas após a detenção, sendo os atos e
termos do julgamento reduzidos ao mínimo indispensável ao conhecimento e boa
decisão da causa (artigo 386/2.o do CPP e artigo 387.o/1.o do CPP). Nessa medida não
existe uma fase de inquérito neste tipo de processos..

 O processo sumário concentra-se assim na fase de julgamento e não prevê a


obrigatoriedade de uma fase destinada à investigação do crime e à descoberta
e recolha da prova (inquérito), ou à comprovação da decisão de acusar ou
arquivar do Ministério Público (instrução).

 Além disso, embora a tramitação da audiência de julgamento obedeça às


normas de processo comum, em processo sumário estas normas são
“adaptadas ao mínimo indispensável ao conhecimento e boa decisão da causa,
em ordem a garantir a celeridade do processo” – artigo 386/2.o do CPP;

 O artigo 390.o do CPP prevê taxativamente as situações em que, por força da


necessária ponderação de valores, o tribunal procederá, por decisão
irrecorrível (artigo 391.o do CPP), ao reenvio dos autos para outra forma de
processo;

Esta forma de processo encontra-se regulada nos art. 381º a 391º do CPP, sendo que a
sua aplicação depende do preenchimento de um conjunto de requisitos:

1. O primeiro dos requisitos essenciais para a aplicação da forma de processo


sumário é a existência da detenção em flagrante delito do arguido | art. 381º
do CPP
2. É necessário que esta detenção em flagrante delito tenha sido realizada por
autoridade judiciária ou entidade policial nos termos do artigo 381/a) do CPP;
a. in casu, o arguido foi detido em presunção de flagrante delito uma
vez que se encontrava, no momento da chegada dos PPCS com a arma
do crime na mão
3. Têm de estar em causa crimes públicos e semi-públicos podem ser julgados
nesta forma de processo, (ex vi art. 255/4.o do CPP)

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a. in casu, estamos perante um crime de homicídio simples ou


privilegiado (131º ou 133º): este é um crime público (48º).
4. Outro dos requisitos essenciais da aplicação do processo sumário, é a
necessidade de estar em causa crimes cuja pena legal abstratamente não
exceda os 5 anos de prisão, nos termos do artigo 381/1 do CPP: ou caso
exceda esse limite, a necessidade de o Ministério Público entender que não
deve ser aplicada, em concreto a pena de prisão superior a 5 anos (art. 381º/2
do CPP; ) – 16º
a. In casu, se considerarmos se tratar de um crime de homicídio (131º CP)
simples a moldura penal seria de 8 a 16 anos – não estando preenchido
este último requisito
b. Porém se considerarmos estar aqui em causa um crime de homicídio
privilegiado nos termos do 133º CP, estaria preenchido este último
requisito e seria admissível a adoção no caso de forma de processo
sumário
5. Prazo (de 8 dias)
6. Requisito implicito- tem de poder se julgado por tribunal singular, ou que não
seja o coletivo por razões qualitativas (crimes do 14º/2 a)- estes são por
normas estigmatizantes)
a. Porém no crime de homicídio privilegiado este por razões qualitativos
do 14º/2 não será julgado em tribunal singular mas em tribunal
coletivo, consequentemente não seria aqui admissível processo
sumário
b. Processos especiais são exclusivamente dos tribunais singulares

Sendo admissível a adoção de processo sumário, esta depende em princípio da


promoção do Ministério Público;

Na opinião de ALEXANDRE DE SOUSA PINHEIRO E PAULO SARAGOÇA DA MATTA esta


promoção pelo MP é imperativa/obrigatória, quando estejam reunidos os
pressupostos e requisitos para o recurso a esta forma de processo especial.

In caso, se a mesma fosse adotada e promovida pelo MP o suspeito detido em


flagrante delito começaria por:
1. Ser constituído arguido (art. 58/1/c) do CPP);
2. Apresentado imediatamente ao MP para interrogatório sumário, se este julgar
conveniente (art. 382/2 .o do CPP);

Caso tivesse sido empregue esta forma de processo sem estar preenchido todos estes
requisitos estaríamos perante uma nulidade insanável, nos termos do artigo 119.o,
alínea f) do CPP, devendo esta ser oficiosamente declarada

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5- O MP estaria vinculado aos requerimentos probatórios apresentados por D na fase


de inquérito?

O inquérito é a fase do processo penal destinada à investigação da existência de um


crime, ao apuramento dos seus agentes e respetivas responsabilidades, bem como à
descoberta e recolha de provas relevantes que sustentem a decisão sobre a acusação
(262º/1).

R: Não, está apenas vinculados ao 262º/1 – não há nada que diga que existe esta
vinculação

Tratando-se de um crime público a noticia do crime dá sempre lugar à abertura de


inquérito (262º/1, 48ºe 241º e ss) excepto se nos termos do 382º/2 considerássemos
que deveria esta ser processada de forma sumária.

A direção do inquérito cabe ao MP assistido dos órgãos da policia criminal que atuam
sob a sua direta orientação e na sua dependência funcional (arts 263º, 53º/2 b); e
270º).
 Cabe ao MP praticar os atos e assegurar os meios de prova necessários ªa
investigação da existência de um crime, à determinação dos seus agentes e
apuramento da responsabilidade deles e à descoberta e recolha de provas, em
ordem à decisão final (acusação ou arquivamento), nos termos e com as
restrições contante dos art 268º a 271º

Concluído o inquérito, o auto fica à guarda do MP ou é remetido ao tribunal


competente para instrução ou para julgament onos termos do 275º

Rai e contestação
Nos termos do 61.º, n.º 1, al. g) e 69.º, n.º 2, al. a) do CPP, o arguido e o assistente têm
de oferecer provas e requerer as diligências que lhe parecerem necessárias

Art. 61/ alínea g) do CPP no RAI, na contestação;

Julgamento
 A matéria de julgamento encontra-se regulado nos art 311º a 380º
 O julgamento, sendo a fase nuclear do processo penal tem lugar logo após a
dedução de acusação pelo MP (nos crimes públicos ou semi-públicos) ou após o
despacho de pronúncia se a instrução tiver sido requerida.
 Este contém 3 fase:
o A instrução, na qual se produz a prova destinada a comprovar os factos
alegados com relevância para a causa;
o A discussão, que consiste, essencialmente a apreciação critica da prova
sobre a matéria de facto que interessa à decisão

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o O julgamento propriamente dito, que tem por objeto a decisão final da


causa
Na audiência ao abrigo do 340.o do CPC,

11. Caso o MP tivesse acusado D pelos factos supra descritos, imputando-lhe o crime
de homicídio privilegiado (133º CP) e o JIC tivesse pronunciado o arguido pelo crime
de homicídio qualificado (131º/1 e 2 b) CP), modificação que consubstancia uma
alteração substancial dos factos, nos termos do art 1º f) do CPP, poderia D impugnar
de algum modo tal decisão

O objeto do processo foi definido na acusação deduzida pelo MP e correspondia à


prática de um crime de homicídio privilegiado, previsto e punido no art. 133º.º, n.º 1,
do CP.

A decisão instrutória nunca poderá, sob pena de nulidade, implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP (ou
do assistente) ou no requerimento para abertura da instrução (arts. 303.º e 309.º,
ambos do CPP).

A decisão instrutória nunca poderia, sob pena de nulidade, implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP (ou
do assistente) ou no requerimento para abertura da instrução (arts. 303.º e 309.º,
ambos do CPP) – o que segundo o enunciado parece ter sido o caso uma vez que esta
modificação no crime consubstanciou uma alteração substancial dos factos, nos
termos do art 1º f) do CPP

In casu, a decisão instrutória que pronunciasse o arguido pelos mesmos factos


descritos na acusação do MP seria válida (cfr. art. 309.º, n.º 1, do CPP). Porém uma vez
que esta decisão do JIC implicava uma alteração substancial dos factos sendo por isso
inválida – estamos aqui perante um nulidade que nos termos do art 309º/2 do CPP
teria de ser arguida no prazo de 8 dias contados data da notificação da decisão,
estando de acordo com o art 120º/1 dependente da arguição do interessado.

Embora vigore entre nós o princípio geral da recorribilidade das decisões judiciais (art.
399.º do CPP), importava determinar se in casu estaríamos perante uma situação de
dupla conforme, que tornaria a decisão instrutória irrecorrível, ex vi art. 310.º, n.º 1,
do CPP.

 Neste caso não haveria dupla conforme, uma vez que para qualificar o
homicídio o JIC adicionou elementos factuais, no que concerne a esta
circunstâncias qualificantes, estes comprovativos de especial censurabilidade
perversidade do facto descrito na acusação do MP
 Seria assim neste caso admissível recurso da decisão do JIC (a decisão seria
recorrível nos termos gerais (arts. 399o, 401o/1, al. b), 410o/1 e 411o CPP)

Vamos ver o caso 4 e 6

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4- Poderia o mp decidir-se, no final do inquérito, pelo arquivamento em caso de


dispensa de pena?

Deveria ser aqui analisada a possibilidade de o MP se decidir pelo arquivamento em


caso de dispensa de pena, prevista no art. 280.º do CPP indicando os respetivos
requisitos e pressupostos de tal forma de diversão processual:

O arquivamento em caso de dispensa de pena (280º) é um mecanismo alternativo à


acusação, que permite a conclusão pura e simples do processo penal nos casos em que
poderia ter lugar a dispensa de pena.

Assim, são pressupostos do arquivamento, em caso de dispensa de pena, a


determinação pelo MP no caso concreto:
 De indícios suficientes da prática de um crime público ou semi-público
 Se o processo for por crime relativamente ao qual se encontre expressamente
prevista na lei penal a possibilidade de dispensa de pena – a dispensa de pena
encontra-se prevista, genericamente no art. 74.o do CP, e em certos casos
especiais, como por exemplo no artigo 35.o do CP, 143/2.o do CP, 148/3.o do
CP, art. 186.o do (...);
o A dispensa de pena é admissível quando (cumulativo):
 O crime em causa for punível com pena de prisão não superior a
6 meses, com só com multa não superior a 120 dias;
 Neste caso o tribunal pode declarar o arguido culpado mas não
aplicar qualquer pena se se observarem os seguintes requisitos:
 A ilicitude do facto e a culpa do agente forem
diminutas;
 O dano tiver sido reparado;
 E à dispensa de pena não se opuserem razões de
prevenção; nos termos do artigo 74/1/a), b) e c) do CP;
 É ainda requisito do arquivamento em caso de dispensa que o MP obtenha a
concordância do juiz de instrução

Esta decisão podia ter sido tomada no decurso do inquérito ou de instrução, sendo
certo que, em ambas as fases processuais, conduz ao arquivamento do processo
impondo-se, nestes casos, a garantia constitucional da presunção de inocência do
arguido, nos termos do artigo 32/2º da CRP.

 Importa salientar que a decisão de dispensa de pena que for tomada pelo
tribunal de julgamento, trata-se de uma verdadeira sentença condenatória, na
medida em que declara o arguido culpado. Não obstante não existir qualquer
pena a cumprir após o trânsito em julgado da sentença. Neste caso, o arguido
tem a obrigação de pagar as custas, pelo que também está sujeita a registo
criminal.

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Neste caso não estavam preenchidos os pressupostos uma vez que estamos perante
um crime de homicídio privilegiados (133º) que tem a pena mínima de 1 ano, não
sendo nestes termos admissível dispensa de pena nos termos gerais do art 74º do
CP . Para além disso não está previsto na previsão legal a possibilidade de dispensa de
pena no caso do 133º CP

Nota: não estando o crime e a responsabilidade do arguido suficientemente


indiciadas, a decisão do MP há-se ser tomada no âmbito do art. 277.o do CP, e não no
art. 280.o do CP

4.1 - Em alternativa, poderia o MP decidir-se, no final do inquérito pela suspensão


provisória do processo?

A suspensão provisória do processo é um arquivamento contra injunções e regras de


conduta:
 É uma outra solução processual, respeitante a crimes de reduzida gravidade,
em que o Ministério Público, com o acordo do arguido e do assistente,
determina, com a homologação do juiz, a sujeição do arguido a regras de
comportamento ou injunções durante um determinado período de tempo;
caso as mesmas não sejam cumpridas, pelo arguido, é deduzida acusação.

É pressuposto da suspensão provisória do processo que o crime seja de pequena ou


média gravidade (281º/1: é preciso que o crime seja punível com pena de prisão
máxima não superior a 5 anos, em termos de medida legal da pena, ou com sanção
diferente da prisão).

São requisitos da suspensão provisória do processo, a determinar pelo MP no caso


concreto:
 Que haja concordância do juiz de instrução
 Que haja concordância do arguido e do assistente
 Que não tenha havido condenação anterior por crime da mesma natureza ou
aplicação anterior de suspensão provisória de processo por crime da mesma
natureza
 Que não haja lugar a medida de segurança de internamento
 Que a culpa não tenha um grau elevado
 Que não fiquem prejudicados os fins de prevenção geral

Preenchidos estes requisitos no caso concreto, são oponíveis ao arguido uma série
de injunções ou regras de conduta, porém não poderão ser aplicadas injunções ou
regras de conduta suscetíveis de ofender a dignidade do arguido.

A decisão de suspensão não é impugnável, desde que obedeça aos pressupostos


exigidos;
- O limite temporal da suspensão é de 2 anos;
- O prazo de prescrição não corre durante o período de suspensão do processo;
- O processo não é reaberto se o arguido cumprir as injunções ou regras de conduta
impostas – MP arquiva o processo nos termos do 282º/3 do CPP

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- Se as injunções ou regras de conduta impostas não forem cumpridas, o processo


prossegue e as prestações feitas não podem ser repetidas - art 282º C.P.P.

R: O crime de homicídio simples tem uma moldura penal de 8 a 16 anos, portanto


caso consideremos que estamos, in casu perante um caso de 131º a suspensão não
seria admissível por falta de preenchimento do requisito do 281º/1 CPP, uma vez que
o crime em causa não era punível com pena de prisão máxima não superior a 5 anos,
em termos de medida legal da pena.

Caso consideremos estar em causa um homicídio privilegiado (133º), este requisito já


estaria preenchido e seria (se preenchidos os demais requisitos) admissível o recurso
à suspensão provisória do processo nos termos do 281º e 282º do CPP.

6 - Poderia D ter requerido abertura de instrução apenas para que fosse inquirida
uma testemunha que o MP ignorava existir?

Relativamente ao requerimento de abertura da instrução

O arguido pode requerer a abertura da instrução, nos termos do art 287º/1 al. a) +
61º/1 g) (o arguido pode intervir no inquérito e na instrução oferecendo provas e
requerendo as diligências que se lhe afigurarem necessárias): “relativamente a factos
pelos quais o MP ou o assistente, em caso de procedimento dependente de acusação
particular, tiverem deduzido acusação”. Ou seja, o arguido pode suscitar o controlo
jurisdicional da acusação do MP ( ou do assistente, em caso de acusação particular).

Dever-se-ia assim analisar os requisitos do requerimento apresentado por D para


abertura de instrução, nomeadamente :
1) Legitimidade (287º/1)- arguido quando acusado; PSM também quando for o
processo arquivado uma vez que tem interesse em obter um despacho de não
pronuncia uma vez que o mesmo tem força de caso julgado e o assistente
(públicos e semi-públicos –se tiver havido uma acusação depende de uma
alteração substancial de factos; em caso de arquivamento pode sempre)
2) ao prazo (20 dias a contar da notificação da acusação nos termos do art. 287.º,
n.º 1, do CPP);
3) iii) ao conteúdo (apesar de não haver formalidades especiais, deveria respeitar
as exigências contantes da parte final do art. 287.º, n.º 2 do CPP) – arguido:
sumula (razão pelo qual discorda); assistente: sumula + acusação em sentido
material que deve ocorro (solução que deve ser dado ao caso no entender do
assistente)
4) Representação
i. Assistebte:70º
ii. Arguido: 640º

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Os arguidos têm legitimidade para requerer a abertura de instrução, quer quanto a


factos, quer mesmo quanto à matéria de direito, e mesmo que fosse só e apenas
quanto a esta última. Assim sendo, o arguido poderia requerer a produção de prova
testemunhal (art. 128.º e ss., do CPP). Tal requerimento, no que respeita ao arguido,
não teria quaisquer formalidades desde que indicasse os fins/objeto da instrução. In
casu não indica qual Neste caso estaria a ser implicitamente alegada a essencialidade
para a descoberta da verdade da audição da pessoa não inquirida pelo MP
(testemunha que o MP ignorava) .

Contudo, o juiz investiga autonomamente o caso submetido a instrução, tendo em


conta a indicação, constante do requerimento da abertura da instrução (art. 288.º, n.º
4, do CPP).

O juiz pratica todos os atos necessários à realização das finalidades da instrução,


previstas no n.º 1 do art. 286.º (art. 290.º, n.º 1, do CPP).

A inquirição de testemunhas cabe ao juiz de instrução, não podendo este conferir aos
órgãos de polícia criminal este encargo (art. 290.º, n.º 2, do CPP).

Por fim, nos termos do art. 292.º, n.º 1, do CPP, são admissíveis na instrução todas as
provas que não forem proibidas por lei

Não, salvo se o juiz de instrução convidasse ao aperfeiçoamento e fossem corrigidas


as questões de legitimidade e do conteúdo levantadas nesta rai :
 Legitimidade porque o arguido porque não delimita objeto do RAI (da
instrução)- não diz se esta testemunha terá relevância para aspetos de facto
ou para aspetos de direito
 Conteúdo: não refere a sumula.

Convite ao aperfeiçoamento – não está previsto mas aplicável através de regras


subsidiárias (art 4º) – estaremos aqui perante uma lacuna- jurisprudência tem
admitido nestes casos seria admissível este convite

6.1 - E se a inquirição tivesse sido requerida por D ao MP na fase de inquérito?

Contudo a resposta no geral não muda uma vez que nos termos do 287/1 a abertura
da instrução teria ainda assim de ser requerida, no prazo de 20 dias a contar da
notificação da acusação ou do arquivamento.

291º/1 e 293º

7- Poderia C constituir-se assistente no âmbito do referido processo crime atendendo


ao facto de B ter declarado expressamente que não o pretendia fazer? E E irmão de

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A? Quem poderia constituir-se Assistente este processo?

R: Paulo Sousa Mendes – Não

Resto da doutrina: sim (este não seria mais do que um 113º)

 Em principio nada impediria que C requeresse a constituição como tal.


 Por sua vez se o irmão tentasse se constituir como assistente, o seu
requerimento deveria rejeitado, por falta do pressuposto processual
legitimidade.
 Poderiam constituir-se assim como assistentes neste caso tanto B (enquanto
cônjuge), como C (pessoa com quem A vivia em condições análogas ao do
cônjuge), uma vez que ambas se integravam no mesmo grupo/classe (dentro
de cada grupo não se considera existir hierarquia).

Estamos aqui perante um crime de homicídio privilegiado (133º): este trata-se de um


público punido com pena de prisão (48º), que podia ser promovido pelo MP de acordo
com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade para promover o processo).

In casu temos de indagar a possibilidade de C requerer a constituição como assistente:

Os requisitos do requerimento de constituição como Assistente são:


 a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
 o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o ofendido tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
 a representação antes do inicio do debate instrutório ou da audiência de
julgamento
 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

Relativamente ao problema especial da legitimidade: caberia ao ofendido (A)


enquanto titular do interesse tutelado pela norma incriminadora (crime de homicídio),
independentemente do conceito de ofendido utilizado (amplo, restrito ou restrito
alargado).
Porém, in casu, tendo o ofendido falecido, teríamos de indagar se seria admissível que
outras pessoas pudessem exercer tal direito de constituição como Assistente

Neste âmbito é relevante discutir o sentido útil da expressão normativa “sem ter
renunciado à queixa” no art. 68.º/1/c) quanto aos crimes públicos, uma vez que a lei é
omissa – não existe norma que reja situações de constituição de assistente em caso de
crime público como o do nosso. A interpretação do preceito gerou na doutrina duas
respostas distintas a este problema.
 Resposta negativa: inadmissibilidade de transmissão por morte do ofendido do
direito de constituição como assistente (pois tratar-se-ia de analogia contra reum

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inadmissível); - posição do professor PSM (para o arguido não havendo assistente é


um beneficio – 68º/1 a) – não seria admissível sempre que haja morte do ofendido.
Esta não é, contudo, a posição maioritária – esta admite a aplicação deste preceito
aos crimes públicos (oferecem, contudo, justificações diversas)
 Resposta positiva: sem ter renunciado à queixa seria aplicável apenas a crimes
semi-públicos ou particulares – através de interpretação abrogante lógica,
sistemática, teleológica ou outra.

In casu, estamos perante um crime público, como tal não dependente de queixa,
podendo ser admissível a constituição de outras pessoas como assistentes. A regência
fala aqui da existência de uma infelicidade da expressão legislativa, uma vez que não
faz qualquer sentido que este resultado tenha sido desejado pelo legislador –
(113º )estaremos assim perante uma lacuna que teremos de integrar através de uma
interpretação abrogante lógica, sistemática e teológica (uma vez que interpretação
legis seria contra reum e uma interpretação corretiva não seria aqui admissível).
Haveria assim de se discutir quem teria legitimidade para se constituir como
assistente, uma vez que sobreviveram a A, o seu cônjuge (B); o seu unido de facto (C) ,
os seus dois filhos (ambos menores idade) e o seu irmão.
 Antes demais exclui-se a legitimidade dos filhos (menores de 16 anos), uma vez
que apesar de integrarem a classe/grupo dos descendentes previsto no art 68º/
1 c) estes carecem de capacidade (68º/1 a). A este acrescenta-se ainda o facto
de os filhos enquanto descendentes pertencerem ao segundo grupo ou classe,
não valendo assim de nada, a sua legitimidade uma vez que não há, neste caso,
falta física, incapacidade ou falta de vontade pelo menos de uma das pessoas
designadas no primeiro grupo, até porque C tinha demonstrado vontade de se
constituir como assistente.
 Quanto ao Irmão, este insere-se no quarto grupo da alínea c) do artigo 68º do
CPP – a sua legitimidade é neste caso subsidiária uma vez que, como a própria
lei indica, esta encontra-se dependente da ausência das demais pessoas
enumeradas no artigo ou pelo menos, da falta de capacidade de exercício das
mesmas. In casu, se o irmão tentasse se constituir como assistente, o seu
requerimento deveria rejeitado, por falta do pressuposto processual
legitimidade.
 Poderiam constituir-se assim como assistentes neste caso tanto B (enquanto
cônjuge), como C (pessoa com quem A vivia em condições análogas ao do
cônjuge), uma vez que ambas se integravam no mesmo grupo/classe (dentro
de cada grupo não se considera existir hierarquia).
 Uma vez que B não pretendia constituir-se como assistente no processo em
principio nada impediria que C requeresse a constituição como tal.

7.1- Quem se poderia constituir como assistente, supondo que D deixara escrito na
parede frases ofensivas contra A, o que constitui um crime previsto no art 181º

Estamos aqui perante um crime de injúria (181º): este trata-se de um crime particular
que depende de acusação particular (50º) por parte de uma das pessoas a quem a lei
atribui legitimidade.

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In casu temos de indagar a possibilidade de constituição de assistente:

Os requisitos do requerimento de constituição como Assistente são:


 a legitimidade
o Nos crimes particulares o titular do direito de acusação particular, é em
principio quem tem legitimidade para se constituir assistente (art 68º/1
b), uma vez que este será também ele o ofendido, o que agora é
determinado em função do 113º do CP (117º).

o Nos crimes particulares, são 4 as condições de procedibilidade: queixa (ou


participação), declaração do queixoso, simultânea à queixa, de que deseja
constituir-se como assistente, constituição efetiva como assistente e
dedução de acusação particular pelo assistente (arts. 50º/1; 246º/4;285º/1)

o Porém em caso de morte do ofendido, nos termos da alínea c do nº1 do


art 68º, esse direito é atribuído às pessoas designadas pelo preceito legal,
desde que o ofendido tenha morrido sem renunciar à queixa.

 o prazo, no caso, tratando-se de um crime dependente de acusação particular,


seria o fixado nos termos do n.º 2 do art. 68.º julgamento, ou seja, o requerimento
deveria ter lugar no prazo de 10 dias a contar da advertência referida no 246º/4 – a
contar da declaração do queixoso de que se quer constituir como assistente. Por
sua vez o prazo para a dedução de acusação particular é de 10 dias, a contar da
notificação do assistente, findo o inquérito
o
 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

Haveria assim de se discutir quem teria legitimidade para se constituir como


assistente, uma vez que sobreviveram a A, o seu cônjuge (B); o seu unido de facto (C),
os seus dois filhos (ambos menores idade) e o seu irmão.

 Antes demais exclui-se a legitimidade dos filhos (menores de 16 anos), uma vez
que apesar de integrarem a classe/grupo dos descendentes previsto no art 68º/
1 c) estes carecem de capacidade (68º/1 a). A este acrescenta-se ainda o facto
de os filhos enquanto descendentes pertencerem ao segundo grupo ou classe,
não valendo assim de nada, a sua legitimidade uma vez que não há, neste caso,
falta física, incapacidade ou falta de vontade pelo menos de uma das pessoas
designadas no primeiro grupo, até porque C tinha demonstrado vontade de se
constituir como assistente.
 Quanto ao Irmão, este insere-se no quarto grupo da alínea c) do artigo 68º do
CPP – a sua legitimidade é neste caso subsidiária uma vez que, como a própria
lei indica, esta encontra-se dependente da ausência das demais pessoas
enumeradas no artigo ou pelo menos, da falta de capacidade de exercício das

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mesmas. In casu, se o irmão tentasse se constituir como assistente, o seu


requerimento deveria rejeitado, por falta do pressuposto processual
legitimidade.
 Poderiam constituir-se assim como assistentes neste caso tanto B (enquanto
cônjuge), como C (pessoa com quem A vivia em condições análogas ao do
cônjuge), uma vez que ambas se integravam no mesmo grupo/classe (dentro
de cada grupo não se considera existir hierarquia).

8- Na sequência de violação do segredo de justiça no âmbito deste processo foi


aberto um inquérito contra F (pela prática do crime previsto no art 371º nº1 do CP).
Poderia D constituir-se como Assistente neste novo processo?

Estamos aqui perante um crime de violação do segredo de justiça (371º/1 do CP + 86º


CPP – interesse da investigação ou direito dos sujeitos processuais- direitos estão par a
par): este trata-se de um público punido com pena de prisão até dois anos ou pena de
multa até 240 dias (48º), que podia ser promovido pelo MP de acordo com o principio
da oficialidade (MP tem legitimidade para promover o processo).

In casu temos de indagar a possibilidade de D requerer a constituição como assistente:

 a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
 Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se
justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
 A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.

o Embora esta a conceção tenha sido aceite durante várias décadas, o


Supremo acabou por se pronunciar pela inconstitucionalidade desta
interpretação.

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 Hoje, a interpretação restritiva encontra-se ultrapassada porque se


considera inconstitucional fazer uma interpretação restritiva do
conceito de ofendido, sendo esta a doutrina dominante nos dias de
hoje.
 Especialmente = exclusivamente
 A circunstância de a incriminação proteger um interesse de ordem
pública não afasta, sem mais, a possibilidade de, ao mesmo tempo,
ser também imediatamente protegido um outro interesse de
titularidade individual, assim se afirmando a legitimidade material
do ofendido até ao ponto de admitir a legitimidade de constituição
de assistente sempre que haja interesses de titularidade individual
diretamente afetados

 Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais. Por exemplo,
a falsificação de documento: se os dados falsificados forem de uma
pessoa concreta há uma componente pública e uma componente
particular.

 O conceito amplo de ofendido protesta assim que a legitimidade de


constituição de assistente deva abranger os processos por crimes
contra bens jurídicos coletivos ou interesses difusos, de titularidade
intersubjetiva, tais como a poluição (artigo 279.º. n.º1 CP).

 Nesses casos, qualquer pessoa se poderia constituir assistente,


assim se exprimindo uma nova dimensão da cidadania no quadro
das sociedades modernas, vistas como sociedades de massas, como
defende Augusto Silva Dias. Nos processos por crimes contra bens
jurídicos coletivos ou interesses difusos podem, na verdade,
constituir-se assistentes não só as associações ou outras pessoas
coletivas legalmente reconhecidas, que defendem os interesses
coletivos ou difusos em nome e no lugar de todos os cidadãos, como
também todo e qualquer um do povo.

 Construção jurisprudencial: restrito alargado: desde que o interesse


particular surja protegido ainda que parcialmente pela norma
incriminadora
 o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

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R: D, enquanto ofendido pode requerer nos termos do 68º/1 a (critério do ofendido


– sentido amplo de ofendido) a constituição como assistente porém terá de respeitar
o prazo do 68º/3 e os demais requisitos relativos à representação judiciária (70º) e
pagamento da taxa de justiça (art 519º CPP + RCP)

8.1 - E se fosse o crime previsto no art 256º/1 a), poderia D (prejudicado com tal
crime) constituir-se Assistente?

Estamos aqui perante um crime de falsificação ou contrafação de documento (art


256º/1 a) do CP – bem jurídico: tráfico juridico): este trata-se de um público punido
com pena de prisão até 5 anos ou pena de multa até 600 dias (48º), que podia ser
promovido pelo MP de acordo com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade
para promover o processo).

In casu temos de indagar a possibilidade de D requerer a constituição como assistente:


 a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
 Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se
justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
 A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.

o Embora esta a conceção tenha sido aceite durante várias décadas, o


Supremo acabou por se pronunciar pela inconstitucionalidade desta
interpretação.

 Hoje, a interpretação restritiva encontra-se ultrapassada porque se


considera inconstitucional fazer uma interpretação restritiva do
conceito de ofendido, sendo esta a doutrina dominante nos dias de
hoje.

 Entende-se hoje que se a lei refere “os interesses que quis


proteger”, não se pode ler “predominantemente”. O bem jurídico

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aqui contemplado pode ser individual ou público, mas com


conotações individuais.

 O conceito amplo de ofendido protesta assim que a legitimidade de


constituição de assistente deva abranger os processos por crimes
como por exemplo o do art 256º/1 – neste caso deve poder
constituir-se assistente a pessoa cujo o prejuízo foi visado pelo
agente no crime de falsificação de documento, uma vez que apesar
de se tratar de um crime contra a fé público que é um interesse da
titularidade do Estado, pois o particular também é diretamente
afetado pelo crime.

 Ou seja, a circunstância de a incriminação proteger um interesse


de ordem publica não afasta, sem mais, a possibilidade de, ao
mesmo tempo, ser também imediatamente protegido um outro
interesse de titularidade individual assim se afirmando a
legitimidade material do ofendido para se constituir assistente

 Neste sentido, a regência fala aqui de um conceito restritivo


alargado de ofendido (nova compreensão da tese restritiva): no seu
entender a tese restritiva deve ser expandida até ao ponto de
admitir a legitimidade de constituição de assistente sempre que haja
interesse de titularidade individual diretamente afetados.

 o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

R: D, enquanto ofendido pode requerer nos termos do 68º/1 a (critério do ofendido


– sentido amplo de ofendido) a constituição como assistente porém terá de respeitar
o prazo do 68º/3 e os demais requisitos relativos à representação judiciária (70º) e
pagamento da taxa de justiça (art 519º CPP + RCP)

8.2 - E se fosse o crime previsto no art 360º/1 do CP, poderia D (prejudicado com tal
crime) constituir-se Assistente?

Estamos aqui perante um crime de falsidade de testemunho, perícia, interpretação ou


tradução (art 360º/1 do CP): este trata-se de um público punido com pena de prisão
até 3 anos ou pena de multa não inferior a 60 dias (48º), que podia ser promovido pelo
MP de acordo com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade para promover o
processo).

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In casu temos de indagar a possibilidade de D requerer a constituição como assistente:


 a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
 Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se
justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
 A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.

o Embora esta a conceção tenha sido aceite durante várias décadas, o


Supremo acabou por se pronunciar pela inconstitucionalidade desta
interpretação.

 Hoje, a interpretação restritiva encontra-se ultrapassada porque se


considera inconstitucional fazer uma interpretação restritiva do
conceito de ofendido, sendo esta a doutrina dominante nos dias de
hoje.

 Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.

 O conceito amplo de ofendido protesta assim que a legitimidade


de constituição de assistente deva abranger processos por crimes
como o do 359º/1 do CP - Deve neste sentido poder constituir-se
assistente a pessoa vidada pela testemunha que cometeu perjúrio
uma vez que apesar de se tratar de um crime contra a realização
da justiça, que é um interesse da titularidade do Estado, pois o
particular, também é aqui diretamente afetado pelo crime.

 Ou seja, a circunstância de a incriminação proteger um interesse


de ordem publica não afasta, sem mais, a possibilidade de, ao
mesmo tempo, ser também imediatamente protegido um outro

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interesse de titularidade individual assim se afirmando a


legitimidade material do ofendido para se constituir assistente

 Neste sentido, a regência fala aqui de um conceito restritivo


alargado de ofendido (nova compreensão da tese restritiva): no seu
entender a tese restritiva deve ser expandida até ao ponto de
admitir a legitimidade de constituição de assistente sempre que haja
interesse de titularidade individual diretamente afetados. É também
neste sentido que se afirma, cada vez mais a jurisprudência atual

 o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

R: D, enquanto ofendido pode requerer nos termos do 68º/1 a (critério do ofendido


– sentido amplo de ofendido) a constituição como assistente porém terá de respeitar
o prazo do 68º/3 e os demais requisitos relativos à representação judiciária (70º) e
pagamento da taxa de justiça (art 519º CPP + RCP)

8.3 - E se o crime em causa fosse o de poluição, no art 279º do CP, quem poderia
constituir-se assistente? E se fosse o crime previsto no art 280º CP

1. Estamos aqui perante um crime de poluição (279º do CP): este trata-se de um


público punido com pena de prisão até 5 anos (48º), que podia ser promovido pelo MP
de acordo com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade para promover o
processo).

In casu temos de indagar a possibilidade de constituição de assistente:

 a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
 Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,

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por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se


justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
 A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.

o Embora esta a conceção tenha sido aceite durante várias décadas, o


Supremo acabou por se pronunciar pela inconstitucionalidade desta
interpretação.

 Hoje, a interpretação restritiva encontra-se ultrapassada porque se


considera inconstitucional fazer uma interpretação restritiva do
conceito de ofendido, sendo esta a doutrina dominante nos dias de
hoje. A jurisprudência parece afirmar por sua cada vez mais um
conceito restritivo alargado de ofendido (adotando uma nova
compreensão da tese restritiva)

 Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.

 Porém o conceito amplo de ofendido protesta ainda que a


legitimidade de constituição de assistente deva abranger os
processos por crimes contra bens jurídicos coletivos ou interesses
difusos, de titularidade intersubjetiva, tais como a poluição (artigo
279.º. n.º1 CP).

 In casu, perante este crime, qualquer pessoa se poderia constituir


assistente, assim se exprimindo uma nova dimensão da cidadania
no quadro das sociedades modernas, vistas como sociedades de
massas, como defende Augusto Silva Dias. Nos processos por
crimes contra bens jurídicos coletivos ou interesses difusos podem,
na verdade, constituir-se assistentes não só as associações ou
outras pessoas coletivas legalmente reconhecidas, que defendem
os interesses coletivos ou difusos em nome e no lugar de todos os
cidadãos, como também todo e qualquer um do povo.

 o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.

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 a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de


pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
 o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).

2.Estamos aqui perante um crime de poluição com perigo comum(280º do CP): este
trata-se de um público punido com pena de prisão até 5 anos (48º), que podia ser
promovido pelo MP de acordo com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade
para promover o processo).

In casu temos de indagar a possibilidade de constituição de assistente:

o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os


ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
 Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se
justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
 A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.

o Embora esta a conceção tenha sido aceite durante várias décadas, o


Supremo acabou por se pronunciar pela inconstitucionalidade desta
interpretação.

 Hoje, a interpretação restritiva encontra-se ultrapassada porque se


considera inconstitucional fazer uma interpretação restritiva do
conceito de ofendido, sendo esta a doutrina dominante nos dias de
hoje. A jurisprudência parece afirmar por sua cada vez mais um
conceito restritivo alargado de ofendido (adotando uma nova
compreensão da tese restritiva)

 Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.

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9- Admitindo que D se constituiu assistente no âmbito do processo crime referido em


7.1, poderá requerer a abertura da instrução no âmbito do mesmo por se ter
esquecido de um facto essencial para a imputação ao arguido do respetivo crime?

Objeto: Crime de injuria

Abertura da instrução

A instrução (artigo 286o) é uma fase intermédia e facultativa que ocorre entre o fim
do inquérito e o julgamento. Por ser facultativa, só ocorre a requerimento, visando
efetuar o controlo jurisdicional da decisão que pôs fim ao inquérito – quer da decisão
de arquivamento, quer da decisão e acusação.
A instrução tem duas vertentes (artigo 287o):
1. Pode ser uma reação ao arquivamento, caso em que será requerida pelo
assistente, a menos que o procedimento não dependa de acusação particular.
Será uma forma de reafirmar a sua pretensão ou atuar perante uma acusação
que considere incompleta.
2. Pode ser uma reação à acusação, caso em que será requerida pelo arguido.
Será uma fase de exercício mais intensa do sue direito de defesa.

Em abstrato, para o requerimento de abertura de instrução (RAI) ser admissível é


necessário que estejam preenchidos os requisitos do requerimento para a abertura de
instrução, nomeadamente:

(i) legitimidade do requerente


 Quanto à legitimidade apenas poderiam ter requerido a abertura da instrução
os assistentes (287º/1b) quanto a facto que constituíssem uma alteração
substancia dos factos (ASF) que foram deduzidos pelo MP

 In casu, estamos perante o crime de injuria (181º): este trata-se de um crime


particular que depende de acusação particular (50º) por parte de uma das
pessoas a quem a lei atribui legitimidade.

o Nos crimes particulares o titular do direito de acusação particular, é em


principio quem tem legitimidade para se constituir assistente (art 68º/1
b), uma vez que este será também ele o ofendido, o que agora é
determinado em função do 113º do CP (117º).
o Uma vez que o enunciado do caso refere que D se constituiu como
assistente presume-se que, in casu, este tenha legitimidade para tal.

o Embora esteja aqui em causa um facto novo face aos descritos na


acusação que gera uma alteração substancial dos factos nos termos da
al f do art 1º do CPP, uma vez que afeta a imputação ao arguido do
crime em causa

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o Porém o assistente apenas pode requerer a abertura da instrução se o


procedimento criminal não depender de acusação particular nos
termos da alínea b) do art 287º
 Importa não esquecer que os assistentes assumem uma posição
de colaboradores do Ministério Público, consequentemente o
requerimento de abertura de instrução do assistente deve
estruturar-se, substancialmente, como uma verdadeira
acusação
 Embora, nos crimes particulares a posição de colaborador do
assistente relativamente ao MP não seja tão clara
comparativamente à posição que ocupa no âmbito do crimes
públicos e semi-públicos, este não deixa de o ser ainda,
porquanto se é certo que, em razão da natureza dos crimes
particulares, o assistente pode condicionar o procedimento, não
deduzindo acusação ou delimitando o objeto do processo, o MP
deve submeter também à apreciação do tribunal a sua
apreciação fáctico-jurídica, acompanhando ou não o assistente,
e não sofrendo qualquer limitação nos seus poderes de
intervenção processual, sempre e só inspirado pela justa
realização do direito no caso
 Para além disso, ´só é admissível abertura da instrução que
assistente caso o inquérito tenha sido arquivado em ordem a
não submeter a causa a julgamento – in casu nada nos indica
que tal sucede.
 Faltando, como falta, pelo menos um dos pressupostos legais,
verifica-se situação de inadmissibilidade legal da instrução.
o Deste modo concluímos que, perante o crime de injúria (181º - crime
dependente de acusação particular a D na qualidade de assistente não
poderia requerer a abertura da instrução.
o R: In casu, se D requeresse a abertura da instrução, esta deveria ser
rejeitada (afloramento do principio de economia processual) por
inadmissibilidade da instrução nos termos do nº3 do art 287º -
rejeição resultante do assistente in casu ter requerido a abertura de
instrução em crime particular (287º/1 b)

(ii) Prazo/tempestividade
 20 dias a contar da notificação da acusação do MP (287º/1)

(iii) conteúdo
 Em geral não há formalidades especiais, no entanto, quanto ao requerimento
de D, dado que o requerimento para a abertura de instrução por parte do
assistente é materialmente uma acusação, além de dever de as razões de facto
e de direito pelas quais discordam da decisão do MP.
 Esta ideia retira-se da remissão do artigo 287o/2 fazer uma remissão para o
artigo 283o.
(iv) pagamento da taxa de justiça devida (art 519º CPP)

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 A taxa de justiça devida pela abertura da instrução requerida pelo assistente é


autoliquidada no montante de 1 UC podendo ser corrigida, a final, pelo juiz
para um valor entre 1UC e 10UC. Esta correção da taxa de justiça deve ter em
consideração a utilidade prática da instrução na tramitação global do processo
(art 8º/2 RCP)
 O assistente deve pagar esta taxa de justiça no final do processo se o arguido
não for pronunciado por todos ou por alguns crimes constantes da acusação
que haja deduzida ou com que se haja conformado.
 Por outro lado o assistente é isento da taxa de justiça quando por razões
supervenientes à acusação que houver deduzido ou com que se tiver
conformado e que lhe sejam imputáveis, o arguido não pronunciado ou for
absolvido nos termos do art 517º

9.1- E o tribunal poderia suprir tal deficiência em nome da descoberta da verdade


material? E poderia remeter o processo para a fase de inquérito para o MP suprir
nulidades do inquérito?

Sumário do Acórdão do STJ de 27 de abril de 2006:

 Do regime legal resulta, que é autónoma a intervenção do MP no inquérito e


do juiz de instrução na fase eventual que se lhe segue:
 E se existe autonomia de atuação, não tem fundamento legal qualquer
“ordem” , nomeadamente do juiz de instrução, para ser cumprida no âmbito
do inquérito por quem não deve obediência institucional, nem hierárquica a tal
injunção;
 O juiz de instrução não pode devolver o processo ao MP para eventual
suprimento de uma nulidade de inquérito;
 Não é curial que o juiz possa intrometer-se na atividade de investigação de
recolha de provas, salvo se se tratar de atos necessários à salvaguarda de
direitos fundamentais. A direção do inquérito pertence ao Ministério Público e
só a ele compete decidir quais os atos que entende dever levar a cabo para
realizar as finalidades do inquérito | GERMANO MARQUES DA SILVA;
 A questão fulcral aqui a discutir consiste em saber se o juiz de instrução em
face de uma alegada nulidade do inquérito, pode devolver o processo ao MP
para eventual suprimento, mantendo-se aberta a instrução e encerrado o
inquérito.
 O STJ pronunciou-se em sentido negativo;
 Encerrado o inquérito e aberta a instrução, abre-se uma fase autónoma do
processado cuja direção radica doravante no juiz de instrução, que, com total

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autonomia ordena as diligências que tenha por necessárias ao fim dessa fase
eventual: proferir decisão instrutória;
 Ora se as duas fases processuais em causa são independentes e autónoma a
atuação de quem respetivamente as dirige, cada qual terá de assumir as suas
responsabilidades, isto é, se não se quer cair numa situação inultrapassável de
impasse processual, a que sempre haveria que por termo face –
nomeadamente ao regime subsidiário aplicável – art. 6.o e 411.o do CPC
(princípio do inquisitório); - socorrer-se dos meios de que dispõe para, por si
só, ultrapassar a detectada deficiência processual;
 Justamente por isso, que, situando-nos embora, numa fase preliminar do
processo, e grosso modo , em sede preliminar, a lei põe à disposição do juiz de
instrução os poderes necessários para levar a cabo todos os atos processuais que,
segundo a sua livre resolução, possibilitem a decisão que tende o processo:
pronúncia ou não pronúncia. E dentro desses atos, necessariamente os que
possibilitem ultrapassar qualquer nulidade suprível.
 O que o juiz não pode é na lógica, do sistema legal vigente «ordenar» ao
Ministério Público, entidade igualmente com plena autonomia no processo,
na realização dessa ou outras diligências.

9.2- Poderia o MP acrescentar na acusação subordinada a menção ao elemento


subjetivo do tipo de crime não mencionado na acusação particular (principal)?

In caso estamos perante um crime de injuria. Este é um crime particular e como tal
depende de acusação particular.
Nos crimes particulares, o assistente é que deve acusar primeiro, devendo o MP usar
da faculdade do disposto no artigo 285.º, n.º 4, do CPP.

 Findo o inquérito, quando o procedimento depender de acusação particular, o


Ministério Público notifica o assistente para que este deduza em 10 dias,
querendo, acusação particular.
 O Ministério Público indica, na notificação prevista no número anterior, se foram
recolhidos indícios suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus
agentes.
o Paulo Pinto de Albuquerque in obra cit., fls. 747, nota 1 (anotação ao
artigo 285º do CPP), descreve deste modo a tramitação a seguir:
“No final do inquérito, o MP toma posição relativamente aos crimes
públicos e semi-públicos indiciados nos autos. Em relação aos crimes
particulares, o MP deve notificar o assistente para, querendo, deduzir
acusação particular. Portanto, havendo concurso de crimes públicos ou
semi-públicos e particulares, o MP deve deduzir acusação ou arquivar os
autos em relação aos crimes públicos ou semi-públicos e, em simultâneo,
notificar o assistente para os efeitos do artigo 285º O arguido é notificado
conjuntamente do despacho do MP e da acusação do assistente”.

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O Ministério Público pode, nos cinco dias posteriores à apresentação da acusação


particular, acusar pelos mesmos factos, por parte deles ou por outros que não
importem uma alteração substancial daqueles.
Ilustrativo desta posição é, mais uma vez, o procedimento descrito por Paulo Pinto de
Albuquerque in obra cit., fls. 152, nota 7, quando diz:
“O inquérito relativo a crime particular não pode ser arquivado pelo Ministério Público
por não se ter obtido indícios suficientes da verificação de crime ou de quem foram os
seus autores, podendo apenas o MP fazer uso da faculdade prevista no artigo 285º, nº
4”.
 Efetivamente, é em primeiro lugar a queixa e depois a acusação particular V.
neste sentido, o ac. deste TRCoimbra de 211.1.2015, proferido no proc. nº
15/12.6GAMMV.C1:
I - A legitimidade para promover a acção penal nos crimes particulares
depende da existência de queixa, da constituição do ofendido como
assistente e, finalmente, da dedução de acusação particular.
II - Só pode ser levado à acusação particular, deduzida em crime de
natureza particular, em sentido estrito, o facto transmitido na respectiva
queixa, pressuposta a sua relevância jurídico-penal. Quando tal não
acontece, quando não existe correspondência – com a amplitude supra
delimitada – entre o facto transmitido na queixa e o facto acusado, resta
concluir pela não verificação da mencionada condição de procedimento.

Apesar de o procedimento criminal não revestir a natureza de um procedimento


privatístico, pois o MP continua a proceder oficiosamente a todas as diligências de
prova depois da apresentação da queixa e da constituição como assistente – v. Paulo
Pinto de Albuquerque in obra cit., fls. 151, nota 2 – na fase da acusação predomina o
disposto no artigo 285º, do CPP, que deve ser observado e cumprido pelo MP.
Numa primeira fase, o MP deve observar o disposto nos nºs 1 e 2 daquele preceito e
depois da acusação particular, agir nos termos do nº 4, do mesmo preceito.

A este propósito decide-se em ac. deste TRCoimbra de 21.3.2012, proferido no proc.


nº 597/11.0T3AVR.C1:
1.- Tratando-se de crime de natureza particular, é ao assistente que compete
deduzir acusação particular - de forma autónoma e exclusiva;
2.- O MP carece de legitimidade para lhe aditar factos essenciais para a
definição do crime imputado;
3.- O aditamento de matéria de facto, pressuposto essencial do crime
imputado, representa uma alteração substancial dos factos;
4.- Sendo a acusação particular omissa quanto aos factos integradores do tipo
subjetivo, é nula, devendo ser rejeitada por manifestamente infundada.

Por sua vez o acórdão da Relação do Porto, de 24 de março de 2004 considerou que
não existiria uma alteração substancia dos factos se, relativamente à acusação
particular a acusação pública (MP) se limitar a acrescentar o elemento subjetivo do crime
imputado ao arguido;

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Nos crimes de difamação e injúria é hoje pacífico não ser exigido um qualquer dolo
específico ou elemento especial do tipo subjetivo que se traduzisse no especial
propósito de atingir o visado na sua honra e consideração. Não distinguindo, os
respetivos tipos legais admitem qualquer das formas de dolo previstas no art. 14º do
C. Penal, incluindo o dolo eventual.

Basta, pois, que, grosso modo, o arguido admita o teor ofensivo da imputação ou juízo
formulados e atue conformando-se com ele (dolo eventual), para que se tenha por
preenchido o elemento subjetivo do tipo, sem prejuízo de o agente poder praticar o
facto com dolo direto ou necessário, ou seja, conhecendo e querendo o teor ofensivo
da imputação ou juízo, ou mesmo com o intuito ou propósito de atingir o ofendido na
sua honra e consideração indo para além da exigência típica.

9.3- E poderia o tribunal convidar o assistente a aperfeiçoar a acusação particular? A


sua resposta mudaria caso se tratasse do convite ao aperfeiçoamento de um
requerimento de abertura da instrução imperfeito (no âmbito dum crime público ou
semi-público?

Não há convite ao aperfeiçoamento ao assistente no processo penal

O verdadeiro cerne da temática que nos ocupa passa pela indagação sobre se deve o
juiz convidar o assistente a colmatar o seu requerimento de instrução sempre que
enferme de deficiente narração factual e de direito, pois é neste restrito domínio que
reina a oposição de julgados proferidos pela Relação e não já sobre as
consequências, à face da lei, da falta de articulação das razões de facto e de direito
de que enferme o requerimento de instrução.

A resposta, rodeada de controvérsia, conhece como ponto de partida, desde logo, a


ausência de qualquer segmento normativo proibindo ou negando o convite ao
aperfeiçoamento no artigo 287.º, n.º 2, do CPP, pelo que a solução há-de buscar-se
pelo recurso a elementos estranhos àquele preceito, que sustentem a interpretação
mais acertada da lei, que dá nota da não sujeição a formalidades especiais do
requerimento de abertura de instrução, mas é omissa quanto ao núcleo central do
recurso, o pré-falado convite à correcção ou a sua proibição.

Nem no núcleo da norma, zona de atenção maior, nem na Interpretação da Lei »,


encontramos elementos a partir dos quais, socorrendo-nos dos critérios de
interpretação da lei, vertidos no artigo 9.º, n.os 1 e 2, do Código Civil (CC), nos
podemos apoiar para fixar o sentido e alcance da lei, estando em presença de uma
lacuna, de uma incompletude de regulamentação (artigos 10.º do CC e 4.º do CPP).

 Ao liberalismo processual, onde ao juiz cabia um papel de inteira passividade,


dominando e preponderando as partes no processo, substituiu-se o chamado

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«activismo judiciário», em que as partes repartem com o tribunal o domínio


sobre o processo; as regras processuais podem ser aplicadas de forma
mitigada ou adaptadas quando não se mostrem ajustadas para a justa
composição do litígio, por isso se impõe que, nos termos do artigo 266.º, n.º
1, do CPC, na resolução do litígio os magistrados e mandatários judiciais e as
próprias partes devem cooperar entre si, concorrendo para se obter, com
brevidade e eficácia, a justa resolução do caso.

O desajustamento da tramitação processual, não se adequando às especificidades da


causa, deve impelir o juiz a que, oficiosamente, ouvidas as partes, determine a
prática dos actos que melhor se ajustem ao fim do processo e, bem assim, a proceder
às necessárias adaptações, nos termos do artigo 265.º-A do CPC. Porém no direito
processual penal não é possível recorrer à figura do dever de cooperação.

O preenchimento das lacunas em processo penal pelo recurso ao processo civil, ao


princípio da cooperação, conhece um intransponível limite: o da não harmonização das
finalidades descritas quanto ao último ramo de direito àqueloutro, por força do artigo
4.º do CPP.

Integrando o requerimento de instrução razões de perseguibilidade penal, aquele


requerimento contém uma verdadeira acusação; não há lugar a uma nova acusação; o
requerimento funciona como acusação em alternativa, respeitando-se, assim, «formal
e materialmente a acusatoriedade do processo», delimitando e condicionando a
actividade de investigação do juiz e a decisão de pronúncia ou não pronúncia - cf.
Professor Germano Marques da Silva, op. cit., p. 125.

A falta de narração de factos na acusação conduzem à sua nulidade e respectiva


rejeição por ser de reputar manifestamente infundada, nos termos dos artigos 283.º,
n.º 3, alínea b), e 311.º, n.os 2, alínea a), e 3, alínea b), do CPP.

A manifesta analogia entre a acusação e o requerimento de instrução pelo assistente


postularia, em termos de consequências endoprocessuais, já que se não prevê o
convite à correcção de uma acusação estruturada de forma deficiente, quer
factualmente quer por carência de indicação dos termos legais infringidos, dada a
peremptoriedade da consequência legal desencadeada: o ser manifestamente
infundada igual proibição de convite à correcção do requerimento de instrução, que
deve, identicamente, ser afastado.

O recurso à analogia legis, de resto, só não é de admitir, sendo vedado em processo


penal, quando, pelo recurso a ele, derive um enfraquecimento da posição ou
diminuição dos direitos processuais do arguido, desfavorecimento do arguido,
analogia in malam partem (cf. Professor Figueiredo Dias, Direito Processual Penal, vol.
I, pp. 96 e 97), este não sendo o resultado negativo a que a rejeição conduz.

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A faculdade de, pelo convite à correcção, o assistente apresentar novo requerimento


colidiria com a peremptoriedade do prazo previsto no artigo 287.º, n.º 1, do CPP.

Essa dilação de prazo sequente àquele convite pelo juiz de instrução, que não se
inscreve no âmbito de comprovação judicial, atribuído à função da instrução, no artigo
286.º, n.º 1, do CPP, atentaria, assim, contra direitos de defesa do arguido, porque a
peremptoriedade do prazo funciona, claramente, em favor do arguido e dos seus
direitos de defesa.

«A possibilidade de, após a apresentação de um requerimento de abertura de


instrução, que veio a ser julgado nulo, se poder repetir, de novo, um tal
requerimento para além do prazo legalmente fixado é, sem dúvida, violador das
garantias de defesa do arguido ou acusado», sentenciou o Tribunal Constitucional no
seu Acórdão n.º 27/2001, de 30 de Janeiro, publicado no Diário da República, 2.ª
série, de 23 de Março de 2001.

O convite à correcção encerraria, isso sim, uma injustificada e desmedida, por


desproporcionada, compressão dos seus direitos fundamentais, em ofensa ao
estatuído no artigo 18.º, n.os 2 e 3, da CRP, que importa não sancionar.

O convite à correcção dilataria também o termo final do desfecho da instrução, com a


emissão de pronúncia ou não pronúncia, brigando com a celeridade de uma fase
intercalar do processo, cogitada para ser breve, privilegiando-se o assistente, em
detrimento do arguido, que não usufrui de igual direito, em ofensa chocante do
princípio da igualdade de armas.

 A renovação, pelo convite à apresentação de um novo requerimento, obstaria


ao trânsito do despacho de não pronúncia e exporia o arguido à possibilidade
de ver renovada a acusação, quando pela acusação o arguido adquire a
garantia de ser julgado pelos factos dela constantes, por forma irrepetível e
definitiva.
 Significante, ainda, estar vedado ao juiz do julgamento direccionar convite ao
Ministério Público para completar o elenco factual acusatório, ante e com
apoio nos peremptórios termos do citado artigo 311.º, n.º 3, alínea b).

Invocar-se-á, ainda, que o requerimento de abertura de instrução nenhuma


similitude apresenta com a petição inicial em processo cível, em termos de merecer
correcção, enfermando de deficiências, nos termos do artigo 508.º, n.º 1, alínea b),
do CPC, por, se com aquela se introduz, inicia, o pleito em juízo, é com a queixa que se
inicia o processo, cabendo ao requerimento de abertura de instrução uma exposição
dos factos que, comprovados, com a maior probabilidade, tal como sucede com os
vertidos na acusação, sugerem que o arguido, mais do que absolvido, será condenado,
numa óptica de probabilidade em alto grau de razoabilidade, inconfundível com uma
certeza absoluta, aquela excludente de as coisas terem acontecido de dada forma
prevalente, em detrimento de outra.

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R: O horizonte contextual ao nível da jurisprudência oferece-nos como majoritária a


orientação que veda o convite ao aperfeiçoamento do requerimento de abertura de
instrução, enfermando de défice factual.

10- Poderá o assistente que seja advogado representar-se a si próprio no respetivo


processo penal?

Sim, uma vez que não é é lícita qualquer restrição ao direito fundamental de os
advogados assegurarem a sua representação como assistentes em processo penal.

O direito de o advogado exercer o patrocínio reveste, em primeiro lugar, a natureza de


direito ao trabalho que ao Estado incumbe assegurar (cf. artigo 58.º, n.º 1, da CRP).

Trata-se, pois, de uma garantia constitucional fundamental.

A essa garantia corresponde o direito subjectivo ou faculdade de o advogado obter no


trabalho a sua realização pessoal [cf. o artigo 59.º, n.º 1, alínea b), da CRP].

O trabalho do advogado realiza-se no exercício do patrocínio forense como elemento


essencial à administração da justiça (cf. o artigo 208.º da CRP), nos termos regulados
pela lei; esta é, em primeiro lugar, a que aprovou os estatutos da respectiva Ordem.
Neles não se encontra qualquer disposição que impeça o advogado ofendido por ilícito
criminal de exercer o seu próprio patrocínio enquanto colaborador do Ministério
Público, ou perante os tribunais.

Os direitos do advogado enquanto trabalhador e enquanto elemento essencial à


administração da justiça constituem direitos fundamentais a que se aplica o regime
dos artigos 17.º e 18.º da CRP.

Assim, os preceitos constitucionais respeitantes àqueles direitos são directamente


aplicáveis e vinculam as entidades públicas e privadas.

A lei só pode restringir tais direitos nos casos expressamente previstos na Constituição,
devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros direitos ou
interesses constitucionalmente protegidos.

Nenhum direito ou interesse constitucionalmente protegido impõe que seja


restringido o direito do ofendido-assistente-advogado de colaborar com o Ministério
Público na investigação criminal para que a lei lhe confira legitimidade; não o impõem,
designadamente, as normas constantes dos preceitos legais invocados no despacho
impugnado.

A interpretação do artigo 70.º, n.º 1, primeira parte, do CPP, no sentido de que o


assistente, sendo advogado, não pode assegurar o seu próprio patrocínio, é ofensiva
dos princípios e normas constitucionais supra-invocados, e do princípio do Estado de
direito e do seu subprincípio da tutela da confiança, plasmados no artigo 2.º da CRP.

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Da inexistência de quaisquer normas ou princípios jurídicos que restrinjam a


capacidade de o advogado assegurar a sua representação como assistente em
processo penal.

Já acima se referiu o quadro constitucional a que se encontra sujeita qualquer


restrição a um direito fundamental.

Se a lei entendesse ser materialmente justificável qualquer limitação a tal direito,


seguramente que a teria expressamente consagrado e justificado a sua imposição.
Mesmo assim, se o tivesse feito, tal norma não deixaria de passar pelo crivo de malha
apertada dos artigos 3.º, n.º 3, e 18.º, n.º 2, da Constituição.

Mas tal norma de natureza exc[e]pcional não existe.

E as garantias constitucionais dos artigos 165.º, n.º 1, alínea b), 203.º e 204.º não
permitem que os juízes criem normas restritivas dos direitos sujeitos ao regime dos
artigos 17.º e 18.º da lei fundamental.

11- Caso o MP tivesse acusado D pelos factos supra descritos, imputando-lhe o crime
de homicídio privilegiado (133º), e o JIC tivesse pronunciado o Arguido pelo crime de
homicídio qualificado (132º/1 e 2b) do CP, modificação que consubstancia uma
alteração substancial dos factos, nos termos do art 1ºf) do CPP, poderia C impugnar
tal decisão?

In casu, estamos perante um crime público (tanto no caso de crime do homicídio


qualificado quer no caso de homicídio privilegiado uma vez que os mesmos não
dependem de queixa ou de acusação particular)

Decorre do artº 48º do CPP que a legitimidade para promover o processo penal cabe
ao Mº Pº, de acordo do com o principio da oficialidade. Terminado o inquérito, ao Mº
Pº cabe, em exclusivo, a legitimidade para tomar uma das posições previstas no artº
276º, nº 1 do CPP: o arquivamento (nas modalidades previstas no artº 277º, do CPP)
ou de acusação

O objeto do processo é deste modo definido em caso de ser deduzida acusação, pelo
MP – in casu este correspondia à prática de um crime de homicídio privilegiado,
previsto e punido nos termos do art 133º do CP.

A decisão instrutória nunca poderá, sob pena de nulidade implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP ou no
requerimento para abertura da instrução (art 303º a 309º CPP)

No caso em apreço importa saber se a pronúncia por Homicídio qualificado (132º/1 e 2


b) pode ter resultado da descoberta de um facto novo que tenha permitido a
qualificação do crime. Neste caso, estaríamos perante uma alteração de factos em
sentido próprio e caberia discutir se a mesma deveria ser qualificada ou não como

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substancial, nos termos do art. 1.º, alínea f), do CPP, por importar ou não a imputação
de um crime diverso ou o agravamento do limite máximo das sanções aplicáveis (arts.
21.º, n.º 1 e 24.º, alínea a), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro).

Porém da questão não resulta claro que não possa ter havido alteração substancial de
factos.

Em princípio, a alteração de factos não teria por efeito a imputação de um crime


diverso, mas já implicaria um agravamento do limite máximo das sanções aplicáveis,
pelo que a alteração deveria ser qualificada como substancial nos termos e para os
efeitos dos arts. 1.º, al. f), e 303.º do CPP.

Nos termos do disposto no art. 303.º, n.º 3, do CPP, uma alteração substancial dos
factos descritos na acusação não pode ser tomada em conta pelo tribunal para o efeito
de pronúncia no processo em curso, nem implica a extinção da instância.

A decisão instrutória que pronuncia D por um crime de Homicidio qualificado com


base nos referidos factos, é nula, segundo o art. 309.º, n.º 1, do CPP, sendo uma
nulidade sanável cuja arguição deveria ter lugar no prazo de 8 dias contados da data
da notificação da decisão (art. 309.º, n.º 2 do CPP), por via de reclamação para a
entidade que proferiu a decisão de pronúncia nula. Caso o juiz de instrução profira um
despacho de indeferimento da reclamação da nulidade do despacho de pronúncia
nulo, este é recorrível, por via de recurso ordinário, perante o tribunal superior, no
prazo de 30 dias (arts. 310.º, n.º 3, 399.º, 410.º, n.º 1, e 411.º, n.º 1, todos do CPP).

Os factos novos seriam também em princípio não autonomizáveis, na medida em que


não poderiam ser destacados do processo penal em curso e integrar o objeto de um
processo penal autónomo, sem violação do princípio ne bis in idem, consagrado no art.
29.º, n.º 5, da CRP. Também se poderá ponderar in casu a existência de uma mera
alteração da qualificação jurídica.

A alteração da qualificação jurídica é admissível, desde que sejam devidamente


salvaguardados os direitos de defesa do arguido. Deste modo, nos termos do disposto
no art. 303.º, n.º 5, do CPP, se dos atos de instrução ou do debate instrutório resultar
uma alteração da qualificação jurídica dos factos descritos na acusação ou no
requerimento para a abertura de instrução, o juiz deve proceder nos mesmos termos
da alteração não substancial dos factos, sendo correspondentemente aplicável o
disposto no art. 303.º, n.º 1 do CPP.
Este artigo comina o regime da alteração não substancial dos factos descritos na
acusação, dispondo que se dos atos de instrução ou do debate instrutório resultar
alteração não substancial dos factos descritos na acusação do MP, o juiz,
oficiosamente ou a requerimento, comunica a alteração ao defensor, interroga o
arguido sobre ela sempre que possível e concede-lhe, a requerimento, um prazo para
preparação da defesa não superior a oito dias, com o consequente adiamento do
debate, se necessário.

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Esta alteração da qualificação jurídica tem reflexos na natureza processual do crime,


uma vez que o crime em questão tem agora natureza pública e já não semi pública,
não estando dependente do exercício do direito de queixa. Estando em causa uma
alteração da qualificação jurídica da acusação do MP, posto que não cominada como
nulidade, o vício verificado é a irregularidade, se o juiz não der cumprimento ao
disposto no art. 303.º, n.º 5, do CPP.

Esta irregularidade terá de ser arguida nos termos do disposto no art. 123.º do CPP.
Cabe recurso do despacho judicial que indefira esta irregularidade (art. 310.º, n.º 3 do
CPP), subindo com o que vier a ser interposto da decisão que ponha termo ao processo
(art. 407.º, n.º 3 do CPP).

12- Se o crime em causa fosse o crime do 261º/1 CP, o arguido teria de responder a
alguma questão durante o processo?

Crime: uso de documento de identificação ou de viagem alheio

O sistema jurídico processual penal português apresenta uma estrutura acusatória,


integrado por um princípio de investigação, atribuindo no artigo 60.º do CPP o estatuto
de sujeito processual ao arguido, apresentando de seguida os seus direitos e deveres
elencados no artigo 61.º da mesma legislação. De salientar que o nosso sistema
processual penal tem um forte sustento nos preceitos constitucionais, destacando os
artigos 28.º, 31.º e 32.º, entre outros, da Constituição da República Portuguesa.

D de acordo com o art 32º CRP tem direito a todas as garantias de defesa, que
corresponde ao direito a um processo equitativo (art 20º/4 CRP e art 6º/1 do CEDH

De acordo com o disposto no artigo 61.º, n.º 1 al. d) e 343.º, n.º 1, o arguido possui o
direito a permanecer em silêncio durante todo o processo e em especial na audiência
de julgamento e ainda o direito a não colaborar com as entidades judiciárias. Esta
tomada de posição não deverá, nunca, ser utilizada em desfavor do arguido, em
virtude do direito à não auto-incriminação e presunção de inocência que pautam o
estatuto aplicado ao arguido.

O arguido possui o direito de se remeter ao silêncio em qualquer fase sendo que as


declarações prestadas por si que sejam obtidas de forma ilegal ou desrespeitando os
seus direitos não poderão adquirir valor probatório. Esta proibição de prova é
revestida de um carácter fundamental para todo o processo penal sendo que as provas
apresentadas que sejam consideradas proibidas, quer pela forma como foram obtidas,
quer pelo seu conteúdo, podem originar a anulação de todo o processo.

Porém nos termos do art 61º/3 o arguido tem o dever de responder com verdade
sobre a sua identidade (artigos 141.º, n.º3, 143.º, n.º2, 144.º e 342.º CPP), sob pena de
cometer crime de falsidade por parte de interveniente em ato processual (artigo 359.º,
n.º2 CP)- estamos aqui perante uma restrição ao seu direito ao silêncio ;

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13- Poderia o MP confrontar o arguido com as declarações prestadas por este


durante a fase de inquérito? E se tivessem sido prestadas durante a fase de
instrução?

Estamos aqui perante um problema atinente à prova

As declarações do arguido constituem um meio de prova (140º e ss do CPP) uma vez


que através delas, se pode fazer prova, tal como o MP pretendia fazer em julgamento
(340º CPP)

Supondo que D prestou na fase de inquérito declarações, suscita-se, desde logo a


questão de saber se as prestou assumindo a qualidade de arguido ou noutra
qualidade. Porém no art 357º do CPP a menção à qualidade de arguido prevista refere-
se a quem tem essa qualidade no momento do julgamento, independentemente do
estatuto com que foi ouvido anteriormente, prevendo-se em tal preceito legal que as
declarações pré-processuais e processuais anteriores ao julgamento não podem ser
utilizadas, salvo se o arguido o solicitar ou se tiveres sido feitas perante autoridade
judiciária com assistência do defensor e o arguido tiver sido informado, nos termos e
para os efeitos do disposto na al.b) do nº4 do art 141º CPP

No caso de arguidos não detidos, durante o inquérito, serão ouvidos pelo MP ou pelos
OPC se houver delegação por parte do MP (artigos 143.º, 144.º, 268.º e 270.º do CPP).
Durante a instrução, serão ouvidos pelo JIC (artigo 144.º, n.º 1 do CPP) e na audiência
de julgamento, serão ouvidos pelo respectivo juiz (artigo 144.º, n.º 1 do CPP).

As declarações prestadas pelo arguido só podem ser utilizadas contra si, se esse
mesmo arguido tiver sido constituído como tal, obedecendo às formalidades do
interrogatório e da constituição de arguido (artigo 58.º, maxime o seu n.º 2)

Dependendo do teor das declarações de arguido, assim lhe é dado o devido valor
probatório: Caso o arguido se mantenha em silêncio, esse mesmo silêncio não vale
como meio de prova, ou seja, se o arguido optar pelo silêncio, não podem ser extraídas
presunções quanto à sua culpabilidade, cabendo-lhe a ele e ao seu defensor, assumir
no processo qual a melhor atitude a tomar para sua defesa. (artigos 61.º, n.º 1, al. d),
343.º, n.º 1 e 345.º, n.º 1 do CPP). Se o arguido contestar os factos, não concordando
com eles, o respectivo valor probatório será livremente apreciado pelo tribunal ou
entidade responsável por essa apreciação. No caso do arguido confessar os factos,
importa ter em consideração a fase processual onde ocorreu essa confissão. Se a
confissão for produzida no inquérito ou na instrução será livremente apreciada, depois
de confrontada com outros dados do processo, para corroborar a sua veracidade e
credibilidade.

Com a alteração ao CPP, através da entrada em vigor da Lei n.º 20/2013, de 21 de


Fevereiro, como referido anteriormente, trouxe um novo regime de leitura de

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declarações de arguido em audiência de julgamento. Na al. b) do n.º 4 do artigo 141.º


do CPP, o juiz deve informar o arguido “de que não exercendo o direito ao silêncio as
declarações que prestar poderão ser utilizadas no processo, mesmo que seja julgado
na ausência, ou não preste declarações em audiência de julgamento, estando sujeitas
à livre apreciação da prova”.

No entanto, não é fácil adequar este novo regime com o preceituado no artigo 355.º,
n.º 1 do CPP, onde impera a proibição de valoração de “provas que não tiverem sido
produzidas ou examinadas em julgamento”. Embora o n.º 2 do mesmo artigo ressalve
a excepção, “as provas contidas em actos processuais cuja leitura, visualização ou
audição em audiência de julgamento sejam permitidas”, o artigo 357.º, n.º 1, al. b) do
CPP vem acrescentar a premissa de que as declarações de arguido prestadas perante
autoridade judiciária e na presença de defensor serem válidas. Isto significa que se o
arguido prestar declarações na fase de inquérito mas se exercer o direito ao silêncio na
fase de julgamento, as declarações anteriormente prestadas estão “sujeitas à livre
apreciação da prova”.

No que concerne ao aproveitamento probatório de declarações feitas pelo arguido


antes do julgamento, perante autoridade judiciária e na presença de defensor,
PAULO SOUSA MENDES refere que as “provas repetíveis”, por serem realizadas
numa fase inquisitória onde não está presente o princípio do contraditório, “não
podem ser valoradas no julgamento, carecendo de ser renovadas ou produzidas de
novo nesta fase perante o juiz” devido ao facto deste formar a sua convicção perante
a acusação e a defesa, numa situação de igualdade de armas.

 Segundo o mesmo Autor, estas alterações podem pôr em causa a estrutura


acusatória do processo penal e consequentemente alguns princípios inerentes
a esta estrutura, como o princípio do contraditório, da igualdade de armas, da
oralidade e da imediação, em que o sacrifício destes princípios podem não
trazer mais eficácia no processo penal pelos seguintes motivos: o arguido
antecipar o silêncio antes da fase de julgamento, dificultando a investigação
criminal e limitando o arguido nas suas garantias de defesa (sabendo o arguido
que tudo o que disser no decorrer dos interrogatórios pode ser usado contra si
em julgamento, fica em desvantagem ao tentar esclarecer o seu envolvimento
nos factos investigados).

In casu: Não tendo sido lidas em audiência de julgamento as declarações prestadas


pelo arguido no inquérito, a valoração das suas declarações constitui valoração
proibida de prova, nos termos do art.355.o do C.P.P.

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14- Poderia o MP, no final da audiência de discussão e julgamento requerer a


absolvição do arguido não obstante a sua promoção (primeiro pela acusação e
depois pela pronuncia) ao longo do processo? E o contrário?

15. Se o tribunal se tivesse convencido de que o arguido mentiu (deliberada e


descaradamente) ao longo do processo, poderia valorar na sentença tal
comportamento como agravante da pena?

O arguido apenas está obrigado a responder com verdade às perguntas que lhe forem
colocadas quanto à sua identificação pessoal; quanto ao mais, o arguido pode remeter-
se ao silêncio e até faltar à verdade sem qualquer consequência legal.

Como refere o acórdão do STJ 12-3-08 Inexiste no nosso ordenamento jurídico um


direito a mentir; a lei admite, simplesmente, ser inexigível dos arguidos o cumprimento
do dever de verdade. Contudo, uma coisa é a inexigibilidade do cumprimento do dever
de verdade e outra é a inscrição de um direito do arguido a mentir, inadmissível num
Estado de Direito.

Já em 1974 Figueiredo Dias se pronunciava sobre um invocado direito a mentir


repudiando-o decididamente. Afirmava o mesmo Professor que nada existe na lei, com
efeito, que possa fazer supor o reconhecimento de um tal direito. As soluções legais
em matéria de silêncio e de cessação do dever de colaboração explicam-se
perfeitamente pela oposição que assim, se quer fazer à velha e odiosa ideia
inquisitória, segundo a qual o arguido, enquanto meio de prova, poderia ser obrigado,
inclusivamente através de meios de coacção física e psíquica, sem excluir a própria
tortura, à prestação de declarações que o incriminassem. E sabe-se como todo o
processo penal reformado fez de uma tal oposição um dos seus propósitos mais
salientes.

Mas sendo assim, poderia pensar- que, podendo o arguido optar livremente entre o
silêncio ou o prestar declarações, caso escolhesse esta segunda possibilidade
continuaria a recair sobre ele um dever de verdade, ou como mero dever moral, ou
mesmo como verdadeiro dever jurídico. A verdade, porém, é que do reconhecimento
de um tal dever não ressaltam quaisquer consequências práticas para o arguido que
minta, uma vez que tal mentira não deve ser valorada contra ele, quer ao nível
substantivo autónomo das falsas declarações, quer ao nível dos direitos processuais
daquele.

Conclui-se, então, que não existe, por certo, um direito a mentir que sirva como causa
justificativa da falsidade. O que sucede simplesmente é ter a lei entendido, ser
inexigível dos arguidos o cumprimento do dever de verdade, razão por que renunciou
nestes casos a impô-lo.
Porém, uma coisa é a inexigibilidade do cumprimento do dever de verdade pelo
arguido, reconduzindo-o a uma mero dever moral, e outra, totalmente distinta, é a
inscrição de um direito a mentir do arguido que é inadmissível num Estado de Direito.
Mas sendo assim não existe fundamento legal para a menorização do depoimento do

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arguido a qual, na realidade, não é mais do que uma intolerável presunção de não
cidadania ou seja de que colocado perante a possibilidade de escolha o arguido mente.

Porém caso o tribunal estivesse convencido que o arguido tinha feito falsas
declarações ou atestasse falsamente à autoridade ou a funcionário no exercício das
suas funções, estado ou outra qualidade a que a lei atribua efeitos jurídicos, próprios
ou alheios este poderá ser punido com pena de prisão até um ano ou dois, no caso de
estar em causa documento autentico, ou com pena de multa (348º-A).

Por sua vez em caso de depoimento de parte, o agente nos termos do art 359º CP
fazendo falsas declarações relativamente a factos sobre os quais deve depor, depois de
ter de ter prestado juramento e de ter sido advertido das consequências penais a que
se expõe com a prestação de depoimento falso, é punido com pena de prisão até 3
anos ou com pena de multa. Na mesma pena incorre o arguido relativamente a
declarações sobre a identidade e os antecedentes criminais.

Art. 61/3/b) do CPP, Direito a mentir e falsas declarações;

16. Depois de exercido o direito de queixa num crime de injúrias, será possível ao
queixoso, enquanto lesado, intentar uma ação civil autónoma pedindo uma
indemnização civil fundada nos mesmos factos?

Neste caso temos de ter em conta o art. 71.o do CP, art. 72/1/c) do CPP, e número 2
do art. 72.o do CPP; Temos de ter em conta ainda o art. 75.o do CPP; e art. 77.o do
CPP;

Assento nº 5/2000: A dedução, perante a jurisdição civil, do pedido de indemnização,


fundado nos mesmos factos que constituem objecto da acusação, não determina a
extinção do procedimento quando o referido pedido cível tiver sido apresentado
depois de exercido o direito de queixa se o processo estiver sem andamento há mais
de oito meses após a formulação da acusação.

Resposta

À partida, nada impede que o queixoso, como lesado, seja ressarcido pelos danos
cíveis sofridos devido à prática do crime de injúria.

O pedido de ressarcimento de danos encontra-se em regra regido pelo principio da


adesão do art 71º, segundo o qual o pedido cível deveria ser feito juntamento com o
processo penal. O Princípio da Adesão existe por causa da prova, para não haver
contradição de julgados, salvaguardando também o princípio da celeridade processual,
etc.

Contudo existe certas situações em que o processo penal e o processo cível podem ser

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apresentados/intentados em separado, devendo este último nestes casos ser


intentado perante o tribunal cível – estes são as situações do artigo 72º CPP

Na lei processual hoje em vigor, a possibilidade de deduzir o pedido de indemnização


cível em separado quanto aos crimes semipúblicos e particulares prevê-se, na alínea c)
do artigo 72.o, como uma hipótese autónoma relativamente às demais situações
referidas no mesmo diploma legal.

In casu dada a sua natureza particular do crime em causa (depende de acusação


particular seria admissível, embora não obrigatória, a dedução do pedido cível em
separado (art. 72.º, n.º 1, alínea c), do CPP). Sendo o pedido deduzido em separado,
importaria tomar em consideração o n.º 2 do art. 72.º do CPP, já que se o mesmo fosse
deduzido antes de apresentada a queixa, a prévia dedução do pedido valeria como
renúncia ao direito de queixa.

17 – Imagine que no âmbito de um processo-crime no qual foi deduzido pedido de


indemnização cível, já em sede de audiência de discussão e julgamento, o Arguido
confessa integralmente e sem reservas a prática de um crime de que vinha sido
acusado;

Em primeiro lugar importa entender o que é e quais os efeitos probatórios da


confissão.

A confissão trata-se de um meio de prova de valor reforçado, sendo que embora caiba
dentro das declarações do arguido tem previsão especial por causa do seu particular
valor probatório (artigo 344.º CPP).

In casu estamos perante uma confissão integral e sem reservas: a confissão integral e
sem reservas dos factos relativos aos pressupostos de punibilidade do arguido permite
a passagem de imediato às alegações orais, quando não seja necessária produção de
prova para a determinação das sanções, sendo o arguido beneficiado com a redução
da taxa de justiça em metade.

Não obstante o regime de valoração da confissão ser construído com o propósito de


incremento da celeridade processual a confissão só tem relevância jurídica se for feita
diante do juiz, na audiência de julgamento e sob contraditório de modo a que o
tribunal e os restantes sujeitos processuais possam controlar o caracter livre das
declarações do arguido.

A admissão da relevância jurídica da confissão integral e sem reservas não constituiu,


no entanto uma ponta aberta à negociação penal, não tendo sido acolhida na sua

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variante de negócio penal entre o acusador e o arguido, com a sanção do tribunal, nem
na variante de negócio penal entre o tribunal e o arguido, Por conseguinte, o arguido
mantém inteiramente o seu direito de não cooperar, sem que à não cooperação esteja
associado qualquer prejuízo para a sua posição processual.

No caso do arguido declarar na audiência que pretende confessar os factos que lhe são
imputados, o juiz presidente pergunta-lhe se o faz de livre vontade e fora de coação,
bem como se quer fazer uma confissão integral e sem reservas. Respondendo o
arguido afirmativamente, o juiz presidente deve informar o arguido dos efeitos
previsto na lei para a confissão e designadamente, o efeito de renúncia à produção de
prova relativamente a factos imputados, perguntando-lhe se ele ainda assim pretende
fazer uma confissão. A omissão destas perguntas constituiu uma nulidade sanável que
deve ser arguida durante a audiência.

Fazendo a confissão, o tribunal deve ouvir o MP e o assistente sobre a natureza da


confissão feita e a necessidade de produção de prova sobre os factos confessados.
Seguidamente, compete ao tribunal proferir um despacho em que formula um juízo
sobre o caracter livre, integral e verdadeiro e sem reservas da mesma.

A decisão do tribunal sobre o caracter livre, integral, verdadeiro e sem reservas da


confissão e as respetivas consequências processuais é uma decisão complexa que
exige uma fundamentação fáctica e jurídica (art 97º/5) e é recorrível (399º). O recurso
sob nos próprios autos, com o que vier a ser interposta da decisão que puser termo à
causa (407º/3) – Esta competência pertence ao tribunal coletivo de composição
plural (art 14º).

Se o tribunal concluir que a confissão é livre, integral, verdadeira e sem reservas,


deve ordenar a passagem imediata às alegações orais. Pode, contudo, haver prova
arrolada relativamente à situação pessoal, familiar e profissional do arguido, cuja
produção seja necessária para a determinação da espécie e da medida da pena,
devendo nesse caso o tribunal ordenar a produção dessa prova (PAULO
ALBUQUERQUE). Pode também haver prova arrolada para o pedido de indemnização
civil que deva ser produzida se os demandados não confessarem o pedido nem as
partes transigirem sobre o mesmo-

Relativamente aos efeitos da confissão no processo civil:

 Os termos, limites e efeitos da confissão relativamente a matéria civil estão


regulados no CPC, isto é, a confissão relativamente a matéria civil pode ser feita

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nos termos do art 300º/1 e 2 e dentro dos limites estabelecidos pelos artigos
293º/1 e 299º/1. Esta confissão não tem qualquer repercussão relativamente à
acusação

17.1 - Pode neste caso o juiz de julgamento condenar o Arguido na sua qualidade de
demandado no pedido de indemnização cível nos termos do art 82º-A?

Temos de fazer uma distinção entre o crime, e o pedido de indemnização civil: a quem
entenda que a confissão é suficiente, e há quem entenda que a confissão por si nunca;
 Art. 344.o CPP;
 Em termos de formalidades da confissão, o artigo 344o do CPP estabelece que
devem ser explicadas ao arguido as consequências da confissão e que a
confissão deve reunir um conjunto de características: ser livre, incondicional e
integral. Se o arguido declarar na audiência que pretende confessar os factos
que lhe são imputados, o juiz deve perguntar-lhe se o faz de livre vontade e
fora de qualquer coação e se quer fazer uma confissão integral e sem reservas.
Se o arguido responder que sim, o juiz deve ainda informar o arguido dos
efeitos jurídicos da confissão.

E) CONSEQUÊNCIAS DA VIOLAÇÃO DAS FORMALIDADES DA Confissão


 As formalidades do artigo 344o do CPP terão que ser cumpridas sob pena de
nulidade. Trata-se de nulidade dependente de arguição, nos termos da alínea
a) do no 3 do artigo 120o do CPP. Porém, em casos residuais, poderemos estar
perante verdadeira proibição de prova, designadamente quando a confissão
tiver sido obtida mediante tortura, coação, ofensa da integridade física ou
moral ou promessa de vantagem legalmente inadmissível (cf. artigo 126o, nos 1
e 2 do CPP).

17.2- Em caso negativo, ou se não tivesse deduzido o pedido de indemnização


poderia ser arbitrada uma indemnização nos termos do art 82º-A?

Caberia nesta alínea a análise da possibilidade de arbitramento oficioso nos yermos do


art 82º-A

Análise do art. 82.oA:

 O arbitramento oficioso é um meio subsidiário de reparação da perda e danos


causados pelo crime, não tenho havido dedução de pedido de indemnização no
processo penal, nem no processo civil.
 Não há lugar a arbitramento quando a vitima não deduziu o pedido de
indemnização por negligência própria
 O arbitramento só pode ter lugar quando o tribunal condenou o arguido pela

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prática do facto criminoso de que resultam os alegados prejuízos. Em caso de


absolvição do arguido, não pode haver lugar a arbitramento oficioso da
indemnização.
 O responsável civil pela reparação arbitrada pode ser o arguido ou um terceiro,
desde que este esteja já nos autos como sujeito processual ou a eles tenha sido
chamado para o efeito. Mas no processo sumaríssimo só o arguido pode ser
responsável civil pela reparação arbitrada oficiosamente (393º)
 Em nenhuma circunstância o tribunal pode proceder a arbitramento oficioso de
indemnização sem antes ouvir o responsável civil especificadamente sobre os
alegados prejuízos e o nexo de imputação desses prejuízos à sua conduta. O
respeito pelo contraditório não fica satisfeito pela circunstância de o
responsável civil ter sido notificado da acusação e de os prejuízos se
encontrarem descritos na acusação. Ele tem o direito a pronunciar-se sobre a
responsabilidade que lhe é atribuída e a fazer prova das alegações, razão pela
qual deve ser notificado para esse efeito, antes ou durante a audiência de
julgamento. Não há lugar a custos cíveis pela oposição deduzida pelo
responsável civil.
 A jurisprudência entende que este preceito não viola a CRP (ac. nº 187/90 e
413/93.

Posição do Prof. Paulo Pinto Albuquerque: - só quando o lesado não deduz oposição;

17.3 – Em que termos seria arbitrada essa indemnização?

não abrange lucros cessantes, apenas danos emergente;

18- Poderá o juiz (do julgamento) de um processo sob a forma sumária remeter o
processo para a forma de processo comum (390º a) CPP) pelo facto de o auto de
noticia não conter qualquer elemento subjetivo do tipo ilícito

Exame realizado em aula

1) Aprecie a conduta de Baltasar e indique quais as medidas cautelares e de polícia


que deveriam ter sido adotadas.

Estávamos aqui perante um caso de presunção de flagrante delito por “clamor


público” (artigos 255.o, n.o 1, al. a), e 256.o, n.o 2, do CPP);

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 Sinais: agarrem aquele ladrão e outros a correr


 Gera no policio o dever de deter embora não tivesse qualquer perceção de
ato de execução
 Aqui seria errado considerar uma situação de flagrante delito de ss ou inexistência
de flagrantes delito

O crime de furto é um crime semipúblico (artigos 203.o, n.o 3, do CP e 49.o, do CPP) –


pelo que deveria proceder-se à detenção – artigo 255.o, n.o 3, do CPP, desde que seja
apresentada queixa (artigo 113.o, n.o 1, do CP) pelo titular da mesma em ato seguido
ou concomitante à detenção;

Elaboração de auto inominado, vulgarmente chamado de denúncia, porque não


“presenciou” – artigo 243.o, do CPP;
 Nunca poderia ser auto de noticia uma vez que adquiriu a consciência de noticia
com base no ato de terceiro e não presenciou o crime

Constituição obrigatória de arguido e prestação de termo de


identidade e residência – artigos 58.o, n.o 1, al. c), n.o 3, e 196.o, do CPP;

Identificação do arguido – artigo 250.o, n.o 1, do CPP;

Revista do arguido (artigos 251.o, n.o 1, al. a), e 174.o, n.o 5, al. c)) e apreensão da
carteira (178.o, n.o 4, e 249.o, n.o 2, al. c), do CPP);

Deveria ter sido feito pedido informação – medida de policia

Finalidade da detenção (artigo 254.o, n.o 1, al a), do CPP):

Relativamente ao processo sumário (não tem instrução) – verificam-se todos os seus


requisitos (cfr. artigos 381.o, n.o 1, al. a), e 387.o, do CPP):
 decisão sobre a apresentação do arguido à autoridade judiciária para
primeiro interrogatório (artigos 141.o e 143.o, do CPP) ou libertação
imediata do arguido (artigo 385.o, n.o 1, do CPP) com notificação.
 neste caso deveria ser-lhe restituído a liberdade e fornecida informação
sobre dia e hora a comparecer em tribunal

Dever de comunicação (imediata, por qualquer meio) ao MP: artigo 259.o, al. b), bem
como a elaboração e envio dos respetivos autos e relatórios em ordem à validação
pela autoridade judiciária competente das medidas e diligências realizadas (artigos
99.o, 253.o, 248.o e 58.o, n.o 3, todos do CPP

2)

 Questão prévia: tendo o MP aberto inquérito por um crime particular (artigos


181.o e 188.o, do CP, e 50.o, do CPP), presume-se que Arnaldo tenha requerido
a sua constituição como assistente (artigo 68.o, n.o 2, do CPP), cumprindo com

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todos os requisitos do mesmo (prazo, legitimidade, representação judiciária e


pagamento da taxa de justiça).

 No final do inquérito, o MP deveria notificar o Assistente para que este


querendo, deduzisse, acusação particular. Com tal notificação o MP deveria
indicar igualmente que não tinham sido recolhidos indícios suficientes da
prática de crime e dos seus agentes (artigo 285.o, n.o 2, do CPP).

 A questão seria saber se pode haver acusação particular neste caso. Pode,
ainda assim, o Assistente deduzir acusação particular, já que nada obriga que
tenham sido recolhidos indícios suficientes da prática do crime para que seja
deduzida a referida acusação (menção à crítica de Frederico Lacerda da Costa
Pinto e de Paulo de Sousa Mendes aos excessivos poderes que são conferidos
ao assistente a este respeito), não obstante esta não se afigurar a melhor
opção já que se não forem recolhidos indícios haverá quase certamente
absolvição do arguido, podendo este ainda pedir a abertura da instrução e
obter um despacho de não pronúncia (artigo 287.o, n.o 1, alínea a), do CPP);

 Outras opções:
o o Suscitar a intervenção hierárquica (artigo 278.o, do CPP);
 Referência à alternatividade face à abertura de instrução (que
neste caso não seria possível de ser pedida pelo assistente –
artigo 287.o, n.o 1, al. b), do CPP);
 Referência ao prazo – 40 dias (artigo 278.o, n.o 1 em conjugação
com o artigo 287.o, n.o 1, do CPP).

o o Discutir a eventual nulidade – 120.o, n.o 2, alínea d), do CPP;


 Referência ao prazo – 120.o, n.o 3, do CPP;
 Referência aos efeitos da mesma – 122.o, do CPP – repetição das
diligências que deveriam aprioristicamente ter sido tomadas
pelo MP.
 Deveria ter constituído como arguido e interrogar o
mesmo
o 272º: MP não confrontou o arguido com a
acusação – poderia isto gerar nulidade (importa
aqui discutir, uma vez que o MO não encetou
qualquer diligência para apurar a prática do
crime)
3)

− Primeira questão:
- Possibilidade de reabertura do processo:

o Paulo Pinto de Albuquerque: a decisão faz caso julgado material e o processo só


poderá ser reaberto se se verificarem os requisitos do recurso de revisão (449.o, n.o 1,
als. a) e b), do CPP), salvo se a não pronúncia se fundar exclusivamente em nulidades
ou irregularidades (sendo que, neste caso, temos caso julgado formal), já que a

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natureza do caso julgado material é a única solução que se compatibiliza com o


conceito de caso julgado previsto na Convenção de aplicação do Acordo de Schengen,
no seu artigo 54.o;

o Henrique Salinas e Damião da Cunha: opinião idêntica à de PPA, justificando,


contudo, a sua opinião com base no non bis in idem e não na existência de caso
julgado material, salvaguardando também a possibilidade de reabertura nos termos do
arquivamento do processo pelo MP na circunstância de estarem em causa
irregularidades ou nulidades;

o Germano Marques da Silva: pode haver reabertura do processo no caso de não


pronúncia, tal como haverá em caso de arquivamento por parte do MP por se tratar de
situações materialmente idênticas, entendendo ainda que este despacho apenas faz
caso julgado formal.

− Segunda questão – Sobre o recurso do despacho de pronúncia:Não havendo


elementos que permitam concluir que o MP aderiu à acusação particular (artigo 285.o,
n.o 4, do CPP), o despacho seria recorrível nos termos gerais (artigo 399.o, do CPP).

O princípio geral é a recorribilidade do despacho de pronúncia (artigo 399.o, do CPP),


sendo a exceção a situação prevista no art. 310.o, n.o 1, do CPP, com fundamento na
“dupla conforme” (a circunstância de duas autoridades judiciárias distintas terem
proferidos decisões idênticas sobre a mesma questão). Tendo havido apenas acusação
particular, e não sendo o assistente autoridade judiciária, não se verifica tal situação
(excecional) no caso em apreço. Consequentemente, prevalece o princípio da
recorribilidade do despacho de pronúncia nos termos gerais (artigo 399.o, do CPP) e
do artigo 310.o, n.o 1, a contrario, do CPP.
- rever tópicos das perguntas 2 e 3

2 caso prático do objeto

OBJETO DO PROCESSO E O PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO TEMÁTICA

 Problema de identificação e da definição do objeto do processo só surge num


sistema de processo penal que tenha uma estrutura acusatória, em que o
tribunal age, portanto, no pressuposto de existência de uma acusação prévia
o A estrutura acusatória do processo exige identidade entre o acusado, o
conhecido e o decidido
 A identidade do objeto é critério decisivo de exceção de litispendência
 Este é ainda critério decisivo dos limites e eficácia do caso julgado e critério
para circunscrever a amplitude da atividade probatória e ainda para decidir os
limites do conhecimento de infração não idêntica, mas suscetível de

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transferibilidade potencial na base da manutenção do objeto do processo,


 É critério de demarcar o objeto possível dos recursos
 E é fator importante na determinação de competência da legitimidade, etc.

A identificação e descrição do objeto do processo responde à tensão entre dois


interesses fundamentais:

 O interesse (reconhecido como garantia) do arguido na manutenção da eadem


res desde a acusação até à sentença, pois só assim conseguirá preparar uma
defesa pertinente e eficaz, segura de não deparar incriminatórias e de ter um
julgamento leal
 O interesse público na aplicação do direito penal e na eficaz perseguição e
condenação dos delitos cometidos

Princípios da definição e conhecimento do objeto do processo:

 Principio da identidade:
o O objeto do processo deve manter-se idêntico, o mesmo desde a
acusação até à sentença definitiva
 Principio da unidade ou indivisibilidade
o O objeto do processo deverá ser conhecido na dua totalidade, unitária e
indivisivelmente.
 Principio da consumpção

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o O conhecimento e decisão do objeto do processo deverá considerar-se


como tendo esgotado a sua apreciação jurídico-criminal. A esgotante

cognição corresponde ao interesse do Estado na realização da


pretensão punitiva assim como corresponde também ao interesse do
arguido na decisão da sua sorte, resguardando-se definitivamente da
possibilidade de novos julgamentos.

Facto totalmente independente: tem relação com o crime ou se acorreu de forma

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independente (em momento diferente não podendo ser por isso considerado os dois
crimes de forma independente) – passa a estar regido pelo regime geral.

CASO PRÁTICO 2

A foi acusado da prática de um crime de “furto simples” – de um motociclo nos


termos do art. 203.o do CPP. No julgamento, perante prova testemunha produzida, o
Tribunal descobre que o Arguido “para furtar o motociclo, arrancou o canhão da
fechadura da garagem comum do prédio identificado na acusação e descarnou os
fios da fechadura elétrica, tendo após, acedido ao interior da garagem e de lá
retirado e levado consigo o motociclo” integrando deste, modo o tipo de furto
qualificado, nos termos do art. 203.o , n.o1, art. 204/2/e) e art. 202/d) do CP – Como
deverá o Tribunal proceder?

In casu o MP haveria proferido despacho de acusação contra A pela prática de crime


de furto simples nos termos do art 203º do CPP, este trata-se de um crime semi-
público (203º CPP) uma vez que depende de queixa (por parte de algum dos agentes
com legitimidade previstos no art 49º).

A fixação do objeto nos crimes públicos e semi-publicos ocorre com a acusação pelo
Ministério Público (artigo 283.º, n.º1 CPP) ou com o requerimento para a abertura da
instrução pelo assistente (artigo 287.º, n.º1, alínea b) CPP) – a partir desses momentos
processuais passa a vigorar o princípio da vinculação temática, ou seja, o objeto do

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processo fica a partir daí fixado nos seus limites máximos.

In casu durante a audiência de discussão e julgamento descobriu-se um facto novo, “o


Arguido para furtar o motociclo, arrancou o canhão da fechadura da garagem
comum do prédio identificado na acusação e descarnou os fios da fechadura elétrica,
tendo após, acedido ao interior da garagem e de lá retirado e levado consigo o
motociclo- arrombamento . Neste caso estaríamos perante uma alteração substancial,
nos termos do art 1º 1f) do CPP, por importar o agravamento do limite máximo das
sanções aplicáveis (202º/2b) (204º/1 e) CP).

Os factos novos não seriam autonomizáveis na medida em que não poderiam ser
destacados do processo penal em curso e integrar o objeto de um processo penal
autónomo, sem violação do principio ne bis in idem, consagrado no art 29º/5 da CRP –
ambos os factos tinham a mesma motivação (elemento subjetivo é necessário). Os
factos novos só poderia ser conhecidos no processo em curso, se houvesse acordo do
MP, arguido e assistente nesse sentido nos termos do art 359º/3 CPP salvo se os novos
factos se estes não determinarem a incompetência do tribunal. In casu, o tribunal
singular deixou de ser competente – no máximo poderia remeter-se para o coletivo
(14º e 16º)

Apenas poderá condenar validamente por furto simples. 120º/2 d – analogicamente –


volta ao inquérito – são tido em conta todos os elementos menos aqueles relativos ao
objeto.

Se o tribunal condenasse A pelo crime de furto agravado sem o referido acordo dos
sujeitos processuais a decisão seria nula, segundo o art 379º/1 b) CPP, sendo uma
nulidade sanável cuja arguição deveria ter lugar por via de recurso ordinário perante o
T. superior, no prazo de 30 dias (399º, 410º/1 e 411º/1º CPP)

Caso 3

B foi acusado pela prática de um crime de furto simples (p. e p. no art. 203.o do CP)
de um livro de C. No final da instrução, o JIC considera que:

1) Está indiciada a ilegítima intenção de apropriação da coisa móvel alheia nos


termos acusados. Contudo;
2) Julga não estar indiciada a subtracção; e
3) Acresce que considera indiciada a prévia entrega da coisa e a inversão do
título da posse por parte do Arguido.

Pergunta-se:

1. Como deverá o JIC proceder no final da instrução?

In casu o MP haveria proferido despacho de acusação contra B pela prática de crime


de furto simples nos termos do art 203º do CPP, este trata-se de um crime semi-
público (203º CPP) uma vez que depende de queixa (por parte de algum dos agentes

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com legitimidade previstos no art 49º).

A fixação do objeto nos crimes públicos e semi-publicos ocorre com a acusação pelo
Ministério Público (artigo 283.º, n.º1 CPP) ou com o requerimento para a abertura da
instrução pelo assistente (artigo 287.º, n.º1, alínea b) CPP) – a partir desses momentos
processuais passa a vigorar o princípio da vinculação temática, ou seja, o objeto do
processo fica a partir daí fixado nos seus limites máximos.

No nosso caso os factos alegados pelo JIC resultam numa subsunção por inteiro num
tipo de crime alternativo. PSM considera este um caso peculiar – será peculiar porque
a matéria da alteração substancial de factos (alegação pelo JIC de um facto novo não
independente, que gera consequentemente uma alteração dos factos) implica a
subsunção dos factos num tipo de crime alternativo com respeito àquele que estava
pressuposto no objeto do processo em curso: concluímos assim no nosso caso, que por
um lado ao conjunto dos factos, foi excluído o facto de ter subtraído o objecto móvel
que não lhe pertencia, e por outro é adicionado o facto que indicia a detenção ou a
posse anterior do agente, susceptível de configurar o crime de abuso de confiança.

Descobre-se, portanto, que não existe abuso da posse de outrem, elemento que
permite distinguir o crime de furto do crime de abuso de confiança (subtrair pode não
implicar a posse física da coisa). No momento da apropriação, o agente já tinha a posse
ou a detenção da coisa, diferentemente do que sucede no furto.

Os crimes de furto e de abuso de confiança têm elementos incompatíveis entre si, pelo
que estabelecem reciprocamente uma relação de alternatividade, excluindo-se
mutuamente. Apesar de existir uma zona de sobreposição parcial dos tipos, tal como
nos casos de concurso aparente (ou unidade de lei), esta não existe, baseada numa
relação de hierarquia entre as normas, pois os tipos em presença não se podem aplicar
simultaneamente. Com efeito, trata-se de um caso de “concurso impróprio” (ou de
uma “pluralidade aparente de normas”), em que várias leis penais concorrem só na
aparência, excluindo a aplicabilidade de uma delas.

Como refere PSM na falta de solução legal expressa para o problema da alteração
substancial de factos que implique a subsunção dos factos num tipo de crime
alternativo por comparação com o objeto do processo em curso, a verdade é que o
problema não deixará de se pôr na prática. Existe uma discussão na doutrina
relativamente ao tratamento a dar a estes casos:

 Primeira opinião: crime diverso


o Posição de Franco Cordero, Mário Tenreiro, Cecilia Santana e Diogo
Calado. Também neste sentido temos o acórdão do STJ de 27 de Maio
de 1999

 Segunda opinião: objecto do processo idêntico


o Posição de FD e a de José Souto de Moura

 Terceira opinião: alargamento dos poderes cognitivos, por razões de


economia processual

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o Posição de Eduardo Correia – crime diverso quando o tipo for diverso

 Posição do regente:
o A posição actual de PAULO DE SOUSA MENDES é a de que o elemento
indiciado dificilmente será autonomizável, não sendo susceptível de
ancorar um processo penal autónomo sem violar o “ne bis in idem” (isto
é, que ninguém seja julgado no todo ou parte pelos mesmos factos)

 Posição de Ivo Barroso


o O autor considera que o crime é diverso, recorrendo ao critério da base
de facto diversa (podendo, naturalmente, prejudicar as garantias de
defesa). Com efeito, a “desfiguração corresponde ao velho conceito de
deformidade, que a doutrina e jurisprudência tradicionais caracterizam
como uma alteração estética aparente com carácter de permanência e
sem prejuízo funcional, sendo a deformidade notável agora designada
por desfiguração grave”

Adotando a posição da regência. Estamos aqui perante um facto novo não


independente que gera uma alteração substancial dos factos (1º f) que dificilmente
poderá ser autonomizável.

PSM: verificação alternativa – condenação por abuso de confiança

JCaires: considera preferível voltar ao inquérito!

Caso 4 e medidas de coação

 Enquadramento dogmático: 1.o e 2.o passos/fases

 Regime: procedimento que o JIC deveria adoptar – e cominação


no caso inverso

2. O Arguido poderá impugnar um eventual despacho de pronúncia que o pronuncie


pela prática de um crime de abuso de confiança (p. e p. no art. 205.o do CP)?

 Enquadramento dogmático e regime

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Medidas de coação

Resolução de casos

1) 250º/8 – mas não podia ser aplicada a potencial testemunha que neste caso é um
mero declarante.

Recusa de colaboração pode ser sancionado de alguma forma? Há direito de


informação, poderia notifica-lo a comparecer como testemunha, porém à uma brecha
no sistema uma vez que nos termos do 250º/1 uma potencial testemunha/declarante
não pode ser objeto de identificação pela policia uma vez que sobre este declarante

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não recai fundadas suspeitas da prática do crime, da pendência de processo da


extradição ou de expulsão. Este não tem dever deste modo de se identificar enquanto
testemunha.

Procedimentos da identificação (250º/1):

 local público
 suspeito da prática de crime, da pendência de extradição ou de expulso, que
tenha penetrado ou permaneça irregularmente no território nacional ou de
haver contra si mandato de detenção

Se não se identificar não pode ser notificado e consequentemente não poderá ser uma
testemunha.

Testemunha- 132º/2 e 59º/2 : pode se recusar a depor de acordo com o direito à


autoincriminação. Se

250º/6- já há uma sanção proporcional – não há crime de desobediência por este não
ser proporcional

Não pode exigir identificação, não pode pedir (250º/1 – não é suspeito de cometer
crime) mas poderia requerer informação e caso C colabora-se e voluntariamente de
identifica-se, o identificar.

Não podia deter C – exclui-se em flagrante delito nem fora de flagrante uma vez que
não há mandato de detenção nos termos do 256º e 257º

C não se identifica- não quer colaborar, mas pode a policia através de vigilância
conseguir a identificação do mesmo.

Uma vez que não é arguido não lhe podiam ser impostas medidas de coação

c) apresentação periódica – 194º + proporcionalidade e subsidiariedade + 204º

requisitos específicos: 198º- tem de ser punido com uma pena superior a 6 meses e
196º/4 pode ser aplicado com outros tema.

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d) condições, pressupostos gerais, princípios – 204º/c + 194º/2 :

 pedido pelo arguido: apenas seria admitido pedido pelo MP, no termos do
194º/2 ou também pelo arguido:
o este permaneceria sobre o 268º (norma geral) – na opinião do professor
não seria admissível este pedido- esta não é pedido de coação mas sim
um pedido de proteção – e a proteção do arguido para vir a ser julgado
não é uma das finalidades do processo penal mas do próprio estado. O
arguido não tem interessa para si mas sim apenas para co-arguido.
o Neste caso só o MP – decisão seria nula

o Há quem diga que estes artigos são compatíveis, não tendo se aplicáveis
alternativamente:
 Assistente – dependia do interesse que teria
 Arguido para si próprio não tem interesse
 MP- com base num crime de alarme social- 204º/c

e)

Os critérios de aplicação das medidas de coação: a aplicação de uma medida de


coação obedece:
Princípios: são princípios das medidas de coação (artigos 191.º a 195.º CPP), aliás,
extensivos às medidas de garantia patrimonial (artigos 227.º a 228.º CPP):
 A legalidade das medidas de coação e de garantia patrimonial (artigo 191.º,
n.º1 CPP);
 A proporcionalidade em sentido amplo (artigo 193.º CPP):
o Necessidade;
o Adequação; e
o Proporcionalidade
 A judicialidade (artigo 194.º, n.º1 e 2 CPP);
 A subsidiariedade da obrigação de permanência na habitação e da prisão preventiva
(artigo 193.º, n.º2 CPP);
 O direito de audiência e defesa (artigo 194.º, n.º3 CPP).

Condições gerais: são condição gerais das medidas de coação (artigos 191.º a
195.º CPP), também extensivas às medidas de garantia patrimonial (artigos 227.º
a 228.º CPP):
 A taxatividade das medidas de coação e de garantia patrimonial (artigo
191.º CPP);
 A prévia constituição de arguido (artigo 192.º, n.º1 e 58.º, n.º1, alínea b)

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CPP)
Pressupostos gerais: os pressupostos gerais das medidas de coação são
reconduzíveis às categorias tradicionais do:
 Fumus comissi delicti: é necessário que seja possível formular um juízo de
indiciação da prática de certo crime doloso pelo agente (i.e., a convicção
relativamente à prática de crime doloso pelo arguido e, pela negativa, a
falta de fundados motivos para crer na existência de qualquer causa de
isenção de responsabilidade ou de extinção do procedimento criminal);
 Periculum libertatis: é necessário, ainda, que se verifique algum destes
pericula, referido nas alíneas do artigo 204.º CPP:
o Evitar a figa do arguido;
o Anular o perigo dessa fuga;
o Prevenir a perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo;
o Esconjurar a perturbação da ordem e da tranquilidade públicas;
o Riscos de continuação da atividade criminosa por parte do arguido.

 Requisitos específicos: há, ainda, a considerar os requisitos específicos de


cada uma das medidas de coação, que estudaremos separadamente para
cada uma delas.
 Critérios de escolha: são critérios de escolha das medidas de coação, no
caso concreto (artigo 193.º CPP):
o A necessidade;
o A adequação;
o A proporcionalidade.

Ou seja, as medidas escolhidas devem ser necessárias e adequadas às exigências


cautelares impostas pelo caso concreto e devem ser proporcionais à gravidade do
facto punível em apreço.

In casu não se encontrava preenchido o principio da legalidade previsto no art


191º uma vez que esta medida não se encontra expressamente prevista por lei-
quer as medidas de coação, quer as medidas de garantia patrimonial, de modo a
serem aplicadas, têm de se encontrar expressamente previstas taxativamente na
lei. Também não seria admissível a imposição de conduta uma vez que esta
medida especifica não se encontrava prevista.

f) problema in casu seria as finalidades das medidas de coação – pressupostos gerais –


204º. A especial censurabilidade não é finalidade expressamente previstos no 204º

Fase: Julgamento
Medida de coação decretada: prisão preventiva
 A prisão preventiva: a prisão preventiva constitui a medida de coação mais
grave do sistema, só podendo ser aplicada subsidiariamente, nos termos do
artigo 202.º, n.º1 CPP.
 Apesar das criticas feitas às alterações ao regime da prisão preventiva ocorridas

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em 2007, concluiu o regente que estas não explicam a sua falta de aplicação
aos casos concretos que tanta alvoroço provocaram na opinião pública.
Curiosamente, poucos falaram de que a prisão preventiva se podia impor ao
arguido mesmo em caso de crime doloso punível com pena de prisão de
máximo superior a três anos, se fosse crime de terrorismo, criminalidade
violenta ou altamente organizada (artigo 202.º, n.º1, alínea b) CPP).
 Ora, este também fora uma das novidades da revisão do CPP de 2007. Menos
ainda se falou do autêntico agravamento do regime resultante da possibilidade
de a prisão preventiva se elevar para metade da pena de prisão concretamente
aplicada, se o arguido tiver a sentença condenatória confirmada em sede de
recurso ordinário (artigo 215.º, n.º6 CPP).
 Uma reforma que foi acusada de brandura para com os arguidos produziu,
afinal, uma norma de extrema severidade.
 Em 2010, o regime legal da prisão preventiva foi de novo objeto de alteração,
alargando-se consideravelmente o catálogo de crimes a que é aplicável, nos
termos do artigo 202.º, n.º1, alíneas b) a e) CPP

Quem decreta: juiz


Fundamento: especial censurabilidade da sua conduta

Antes de mais, teriamos neste caso, de verificar-se as condições gerais de aplicação


das medidas de coação, nos termos dos arts. 191.º e 192.º do CPP, a saber:
1. In casu a prisão preventiva decretada é uma medidas que integram as medidas
de coação legalmente previstas no CPP;
2. In casu, uma vez que já nos encontrávamos em fase de julgamento concluímos
que havia processo-crime aberto; A já tinha sido constituídos arguido nos
termos dos art 192º/1, 57º e 58º/1 b) e não haver qualquer motivo para crer na
existência de uma causa de isenção da sua responsabilidade ou de extinção do
procedimento.
Também no que concerne aos princípios (necessidade, adequação,
proporcionalidade, subsidiariedade, judicialidade e contraditório):
 Nos termos dos arts. 193.º a prisão preventiva apenas poderia ser aplicada
quando se revelasse inadequada
 e 194.º do CPP, em especial da judicialidade: As medidas de coação foram
aplicados por despacho de juiz contudo, depois do inquérito mesmo que
oficiosamente, teria de ser ouvido o Ministério Público, sob pena de
nulidade”; este despacho ainda deveria conter os requisitos do 194º/6.
Estando em causa prisão preventiva o despacho deveria ser comunicado de
imediato ao defensor e caso A (arguido) o pretende-se, a parente ou a
pessoa da sua confiança

g) De acordo com o disposto no artigo 40.o, alínea a), do CPP, nenhum juiz pode

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intervir em julgamento relativo a processo em que tiver aplicado medida de coacção


prevista nos artigos 200.o a 202.o do CPP, designadamente prisão preventiva. A
doutrina e a jurisprudência têm discutido se esta norma se aplica também à
manutenção da prisão preventiva ou apenas à aplicação ex novo da referida medida,
na medida em que em ambos os casos existe uma prévia avaliação da existência de
fortes indícios da prática do crime.

Requisitos específicos de cada medida de coacção

(arts. 196.o-202.o)

✓Em especial, a prisão preventiva: art. 202.o (cont.)

✓Impedimentos: O art. 40.o/al. a) estará preenchido caso o Juiz de Julgamento


aplique a prisão preventiva no decurso do julgamento?

✓Interpretação literal: art. 40.o/al. a): o Juiz que aplique a prisão preventiva... fica
impedido a partir desse momento de (continuar a) participar no julgamento.

 Haverá impedimento, devendo o juiz ser substituído... com as consequências


ao nível da perda de eficácia da prova já produzida e necessidade de repetição
da mesma... repetição do julgamento...
 Mais grave: como o Juiz terá de proceder ao reexame obrigatório (213.o) da
prisão preventiva ou da obrigação de permanência na habitação, até ao
máximo de 3 em 3 meses, se o julgamento ainda não estiver encerrado, o Juiz
estaria novamente impedido de continuar a participar no julgamento se
mantiver a prisão...

✓Interpretação teleológica: evitar pré-juízos antes do início da produção de prova:


logo, a partir do inicio da produção de prova em sede de julgamento, deixa de fazer
sentido o impedimento (até porque o Juiz terá de valorar – formular juízos sobre a
credibilidade de cada prova – desde o início da sua produção)

 A finalidade do art. 40.o é mantida integralmente se restringida ao início


da produção de prova

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h) 197º

Pode o assistente recorrer?

 219º O assistente não podia recorrer. Só pode recorre o MP e o arguido.


Questiona-se a constitucionalidade desta medida!!
 Pode o MP recorrer? Sim, pode recorrer contra o arguido- 219º :
questiona-se se o facto de o MP poder recorrer contra o arguido não
tornaria inconstitucional a proibição de o assistente recorrer neste
mesmo sentido

Resolver até alin h)

Caso 2

a) Medida: sim
são admissíveis
b) 204º e 194º/2 a e c) poderia agravar! Estando em causa inquérito aplica-se a medida B
c) Juiz pode aplicar medidas menos graves – é duvidoso que a prisão preventiva seja mais
grave quando haja cumulação de mais do que uma medida menos gravosa! In casu, estando

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em causa uma prisão preventiva os efeitos de privação da liberdade são sempre mais graves
que a cumulação de outras medidas, porém em certos casos a cumulação de medidas menos
restritivas poderá ser mais punitiva que uma medida que por si só seria mais grave que as
anteriores a nível individual- exemplo: suspensão de funções, pode ser menos gravosa do que
uma apresentação diária e caução elevada, uma vez que o impossibilita de se deslocar e ainda
teria graves implicações económicas pelo arguido.

Impugnação:
- 212º revogação da medida
-219º recurso
-222º habeas corpeos

Especial complexidade- se decretada (tem de dar prazo de contraditório) dá para prologar o


prazo da prisão preventiva – prazos máximos estão no 215º. No caso do sporting como à data
que havia de ser decretada esta especial complexidade já não dava tempo para os arguidos
exercerem o seu direito ao contraditório, por isso o MP teve de antecipar acusação

Invalidade:
- inexistência (mais grave)
- nulidades (119º- insanáveis – tem de estar expressamente previsto no catálogo) –
conhecimento oficioso e insanável até transito em julgado
- não estando no catálogo do 119º - aplica-se o 120º/1 e 2 – tem um caracter subsidiário – nº3:
prazo- prazos do 194º tendo em conta este quadro caem neste âmbito. Contudo tal não faz na
opinião do assistente qualquer sentido
- irregularidade: alteração da qualificação juridica e alteração jurídica não substancial p. ex-
123º- tem de ser invocado pelo interessado logo no momento – com o despacho pronuncia
este sana-se – tem de ser invocado até ao máximo de três dias

Há certas invalidades que são denominadas de atípicas- para além do catálogo:


 Nulidade de objeto – instrução: 309º; 379º/1 b) + 410º/2 + 411º/2- ASF/ASNF e AQJ
 Irregularidade do objeto- instrução: ASF e 123º ANSF
 Nulidade sui generes – proibição de prova – tem um regime mais gravoso que o
próprio regime do 219- 409º/1 al e)- estas nunca se sanam, nem com o transito em
julgado – tem de ser a violação de descoberta da verdade material – tem de ser um
método proibido ou que violação de forma grave os princípios fundamentais – 32º CRP

Ver se a prova de conhecimento – 147º - produção de prova ou limite de produção de prova –


126º

Segundo caso prático!!


Ver os meios de prova

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