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Aula 1
25/2/19
Programa e bibliografia
Código de processo penal
Código Penal
Elementos de estudo de direito de processual penal- Paulo Mendes
Aula 2
Aula 3
4/3/19
Ac. 7/87 -
Aula 4
Caso nº 1
a) 131.º Homicídio:
Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Estamos perante a 2ª
restrição ao preceituado no art. 48º que estipula a oficialidade e
obrigatoriedade da promoção penal do MP.
A exigência de queixa e de acusação nos crimes particulares
justifica-se pela diminuta gravidade da infração e pela especial
natureza dos valores em causa.
Depois de o assistente apresentar a acusação particular, o MP
poderá acusar pelos mesmos factos, por partes deles ou por
outros que não importem uma alteração substancial daqueles
(art 285º/4)8. Aqui, é a acusação do MP que se encontra
subordinada à do assistente.
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Compete em especial aos assistentes, nos crimes particulare, deduzir acusação
particular, deduzir acusação particular ainda que o MP a não deduza (art 69º nº2 b)
o Constituição de assistente:
A constituição de assistente é sempre obrigatória nos crimes
particulares (art 50º/1, 68º/2 e 246º/4)
Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).
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A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
10
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
11
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
13
De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
14
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
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De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
j) 153.º Ameaça
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
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De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
177º - crimes sexuais contra adolescentes- este ainda são crimes semi-públicos
No caso de violação de menores desde 2007 tornou-se um crime público
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Trâmites necessários:
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
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De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
32
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).
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A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
Renúncia
declaração de vontade negativa
é exercida antes do direito de queixa
não há queixa não há arguida
Desistência
116º -limites
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
r) 210º Roubo
Natureza jurídica: Crime público- Quando a lei penal não utiliza nenhuma das
expressões o crime é público – determinado por exclusão de partes
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
(art. 53º Posições e atribuições do MP no processo); nº1 e art
219º Funções e estatuto, nº1 da CRP)
A falta de promoção do processo pelo MP, nos termos do art.
48º, constitui nulidade insanável, que deve ser oficiosamente
declarada em qualquer fase do procedimento (art. 119º al b)).
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A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Estamos perante a 2ª
restrição ao preceituado no art. 48º que estipula a oficialidade e
obrigatoriedade da promoção penal do MP.
A exigência de queixa e de acusação nos crimes particulares
justifica-se pela diminuta gravidade da infração e pela especial
natureza dos valores em causa.
Depois de o assistente apresentar a acusação particular, o MP
poderá acusar pelos mesmos factos, por partes deles ou por
outros que não importem uma alteração substancial daqueles
(art 285º/4)44. Aqui, é a acusação do MP que se encontra
subordinada à do assistente.
Se o assistente se abstiver de acusar, o MP arquiva o processo
por falta de legitimidade para prosseguir com o mesmo
o Constituição de assistente:
A constituição de assistente é sempre obrigatória nos crimes
particulares (art 50º/1, 68º/2 e 246º/4)
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
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De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
47
Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
48
O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
- solicitando que preparem essa aula resolvendo os casos práticos do referido Capítulo
e analisando a jurisprudência anexa ao mesmo.
Enquadramento
- Crime de ofensa à integridade física simples- - 143º - crime semi-público – depende
de queixa
Neste caso não havendo queixa o MP pode recorrer ao mecanismo
do 113º/5
Neste caso também poderia ser nomeado curador ad litum e retirar
os direitos parentais temporariamente ao pai
Estes mecanismos são excecionais e apenas se aplicam em casos de
salvaguarda
Trâmites necessários:
o Legitimidade para promover o processo penal: Nos crimes públicos o
MP toma conhecimento da noticia do crime, promove, obrigatória e
oficiosamente o processo penal, dando inicio à fase do inquérito (art
48º (legitimidade), 1ª parte e 262º (finalidade e âmbito do inquérito)
nº2).
o Tem o art. 241º aquisição da noticia do crime
Depois de proceder às diligências de investigação, o MP decide,
com plena autonomia, se o arguido deverá ou não ser
submetido a julgamento
O legislador atribuiu ao MP a titularidade da ação penal,
competindo-lhe colaborar com o tribunal na descoberta da
verdade e na realização do direito obedecendo em todas as
intervenções a critérios de estrita objetividade e de legalidade
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A figura do assistente está prevista em termos genéricos nos art 68º a 70º CPP: O
assistente é o sujeito processual que intervém no processo penal como colaborador do
MP, a cuja a atividade subordina a sua intervenção, com vista à investigação dos factos
jurídicos com relevo criminal e à condenação dos seus autores.
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O ofendido é o titular do interesse que a lei especialmente quis proteger com a
incriminação (art 68º) – distingue-se do assistente porque não é sujeito processual (salvo
se se constituir como tal, sendo que +, enquanto não o fizer, é um simples participante
processual.
Nos termos do nº3 do 217º, o ofendido tem o direito a ser informado pelo tribunal da
data em que a libertação do arguido sujeito a prisão preventiva terá lugar (quando
considerar que a sua libertação lhe pode criar perigo.
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De realçar que o MP deve indicar nessa notificação se foram recolhidos indícios
suficientes da verificação do crime e de quem foram os seus agentes (art 285º/2)
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Logo na apresentação de denúncia, o denunciante pode declarar que deseja constituir-
se assistente (art. 246º/4 1ª parte), apresentando o respetivo requerimento ainda durante
o decurso do inquérito (art. 69º/2 a)).
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O art 68º/3 não é um verdadeiro prazo mas sim ima data limite para o exercício de um
direito; Trata-se de um limite perentório (cominatório), nos termos do disposto no 145º/
1 e 3 do CPC conjugado com o 68º/3 do CPP; Por fim de acordo com o ac. da RL. de
27.05.2010, a este limite não se pode aplicar o disposto nos art 279º/e) do CC, 144º/2 e
Final do inquérito
- detenção em flagrante delito
- forma de processo
- constituição como processo
11/03/19
145º/5 do CPC porque o prazo de 5 dias antes do julgamento não pode ser encurtado,
sob pena de frustrar completamente a intenção do legislador
Proxima aula
caso 2: crime e natureza do crime (base legal)
caso 3
matéria da aplicação da lei do tempo
o taipa de carvalho (leis processuais)
o FP
Caso prático 2
No valor de 5000€
Determinação do crime: : Crime de furto simples (art 203º+ 202º
+ uc = 102€) – para ser qualificado nos termos do 204º/1 a) tem
de ser superior a 5100€
Caso prático 3
A matou o pai quando este, tem como era seu hábito desde há anos, espancava
violentamente e ameaçava de morte a sua mãe
A mãe de A dirige-se em desespero ao MP, implorando-lhe que não abra
inquérito contra o filho, uma vez que este agiu apenas em Legitima defea da
própria mãe e é bom rapaz e estudante, ameaçando suicidar-se se lhe tirarem o
filho. O que deve fazer o MP?
o Arquivamento
Porém em casos claros de exclusão da
ilicitude (ex: legitima defesa própria e
terceiro) devo o MP proceder pelo
arquivamento do processo
o Acusação
Nestes casos não haverá indícios de crime
por haver exclusão da ilicitude
13/03
Caso prático 1
Dados:
Prazo geral de duração máxima da medida de coação preventiva foi agravado
sucessivamente ao longo do tempo
Julho de 2005:
Julho de 2004: Abertura do processo Julho de 2006: Agosto de 2007:
prática do crime penal Prisão preventiva ?
21 meses
Normas sobre prazos são por norma formais mas temos que fazer a
ponderação se restringe o direito de defesa
Aplicação do direito
18/3
Acórdão 4/2009
Ac. 551/2009
Caso prático
O arguido B foi condenado em junho de 2007, pela 1ª vara criminal de Lisbo pela
prática do crime de extorsão agravada (art 223º nº2 e 3) a) por referência ao art 204º
nº2 a) e 202º/ a) todos do CP a uma pena concreta de 5 anos de prisão;
- O arguido interpôs recurso para o TRL em junho de 2007
- O TRL confirmou a sentença do Tribunal de 1ª instância em Abril de 2008; e
- O arguido interpôs recurso para o STJ do acórdão do TRL em Maio de 2008.
29 de Agosto de 2007:
Alteração da lei
À luz da lei antiga o arguido tinha direito ao recurso até à relação – foi condenada em
1a instância antes da entrada de nova lei e esperava recurso para a relação quando
uma nova lei que permitia recurso até ao supremo entrou em vigor
Casos competência
Caso 1
A, B e C evadiram-se do estabelecimento prisional de Alcoentre. Durante a fuga, na
Roliço A, B e C aproveitaram a “oportunidade” para, em conjugação de esforços
matar o guarda prisional com quem tinham uma longa história em comum. D foi
assistido no local contudo veio a falecer poucos dias depois no Hospital de Santa
Maria (Lisboa) para onde tinha sido transferido.
Factos:
Crimes
Crime de Evasão (352º) – Autorias paralelas – pena até 2 anos
Crime de homicídio Simples (131º CP) – co- autoria – pena de 8 – 16 anos
Locais:
Fuga: Alcoentre
Homicidio: Roliço
Local efetivo da morte: Lisboa
Lugar da detenção: Foz do arelho
Nota: Apenas os tribunais comuns ou judiciais têm jurisdição em matéria penal (art
211º CRP)
cometidos em Portugal (em principio dos 3 portugueses – nada no caso parece indicar
que A, B e C não tinham nacionalidade portuguesa)
Determine a competência:
Funcional (Qual o tribunal (ou tribunais) competente(s) para o
desenvolvimento do processo ou de singulares atos processuais fora da
atividade cognitiva de primeira instância (competência hierárquica), ou –
dentro da mesma instância – para certas fases da prossecução processual. A
determinação desta espécie de competência se relaciona assim, com a função
jurisdicional a desempenhar pelos tribunais segundo a sua categoria, costuma a
doutrina abrangê-la no designativo comum de competência funcional.)
Material (Qual o tribunal que, segundo a sua espécie (v.g., instância central de
competência especializada criminal; secção criminal ou secção de pequena
criminalidade de instância local; tribunal do júri, tribunal coletivo ou tribunal
singular; Tribunal da Relação; Supremo Tribunal de Justiça; etc.), deve conhecer
de um caso penal de certa natureza (v. g., homicídio doloso, crime contra a
autoridade pública, crime de discriminação racial ou de tortura, etc.)?
Caso 4
O JIC que tenha ouvido o conteúdo de comunicação telefónicas nos termos do art
188º/4 e 5 do CPP, estará impedido de participar no julgamento do mesmo
processo?
o Na base deste regime legal estava a ideia de que tal tipo de prévia
participação no processo está longe de ter de implicar um
comprometimento com a acusação que necessariamente prejudique a
capacidade do juiz para conhecer da causa sem qualquer
predisposição acerca da responsabilidade do arguido ou sequer para
minar a confiança comunitária sobre a sua capacidade para decidir de
forma isenta; e que o risco de falta de isenção que aí se pudesse
porventura divisar se mostrava já suficientemente acautelado pelo
regime das suspeições constante do art. 43.o
o Considerava-se assim que era nestes casos era necessário fazer uma
análise das circunstâncias concretas de cada caso de espécie e que
como tal justificava o enquadramento destes casos não em matéria de
impedimentos, mas sim de suspeições que podiam assumir nos termos
dos art 43º a 45º a natureza de recusa ou de escusa
- para da doutrina considera que ambos representam o mesmo ou a ser mais seria os
indícios suficientes estes seriam mais – se o juiz tivesse de julgar naquele momento
face às provas estas seriam suficientes e julgar - Noronha silveira e regente
- outra parte da doutrina considera que existe uma gradação – indícios suficientes será
uma probabilidade maioritária; fortes indícios : algo mais exigente do que meramente
suficiente; convicção para condenar – para além de 92%de probabilidade- para além
da duvida razoável
A era casado com B desde 1990 (tendo dessa relação nascido dois filhos: um com 15
anos e outro com 14). Em janeiro de 208, A começou a viver em situação análoga à
dos cônjuges com C- quando resolveu abandonar o lar.
A PSP compareceu no local do crime após ter sido alertada pelos vizinhos, que
tinham estranhado os ruídos provocados pela referida discussão. Os agentes do psp
viram que D ainda possuía uma pistola na mão. Por conseguinte, os agentes da PSP
procederam à imediata detenção de D.
Natureza do crime:
Medidas cautelares
Estamos perante uma detenção em flagrante delito, nos termos do art. 255.º, n.º 1, a),
do CPP, que foi realizada por uma entidade policial.
3 modalidades de detenção em flagrante delito
No caso: presunção de flagrante delito- 256º/2: distinção entre clamor público
(não seria o caso) e a última parte; logo após o crime foi encontrado com
objetos (arma do crime) e sinais (chamada telefónica: aparato encontrado
pelos OPC)
Algemamento não é, em todos os casos, obrigatório mas neste caso estando na posse
de uma arma de fogo, este deveria ser algemado porque poderá estar posse de outra
arma- esta seria a fazer final da detenção.
Revista do suspeito/arguido
da respetiva identificação (art. 250.º, n.º 1, do CPP) – revista de segurança- retiram a
carteira e eventuais arma que possa ainda ter do suspeito/arguido – 251º/1 a) + 174º/
5 C)
do pedido
Art 3º
Art 6º - critério territorial
Art 7º - pj vs PSP e GNR – critério qualitativo
Temos aqui competência concorrencial e competência exclusiva (nº2)
R: podiam interrogar todos menos os OPCS que fizeram a detenção em flagrante delito
O processo sumário traduz uma forma de processo especial onde estão subjacentes os
princípios da económica e da celeridade processuais; designadamente porque o detido
deve ser julgado no prazo máximo de 48 horas após a detenção, sendo os atos e
termos do julgamento reduzidos ao mínimo indispensável ao conhecimento e boa
decisão da causa (artigo 386/2.o do CPP e artigo 387.o/1.o do CPP). Nessa medida não
existe uma fase de inquérito neste tipo de processos..
Esta forma de processo encontra-se regulada nos art. 381º a 391º do CPP, sendo que a
sua aplicação depende do preenchimento de um conjunto de requisitos:
Caso tivesse sido empregue esta forma de processo sem estar preenchido todos estes
requisitos estaríamos perante uma nulidade insanável, nos termos do artigo 119.o,
alínea f) do CPP, devendo esta ser oficiosamente declarada
R: Não, está apenas vinculados ao 262º/1 – não há nada que diga que existe esta
vinculação
A direção do inquérito cabe ao MP assistido dos órgãos da policia criminal que atuam
sob a sua direta orientação e na sua dependência funcional (arts 263º, 53º/2 b); e
270º).
Cabe ao MP praticar os atos e assegurar os meios de prova necessários ªa
investigação da existência de um crime, à determinação dos seus agentes e
apuramento da responsabilidade deles e à descoberta e recolha de provas, em
ordem à decisão final (acusação ou arquivamento), nos termos e com as
restrições contante dos art 268º a 271º
Rai e contestação
Nos termos do 61.º, n.º 1, al. g) e 69.º, n.º 2, al. a) do CPP, o arguido e o assistente têm
de oferecer provas e requerer as diligências que lhe parecerem necessárias
Julgamento
A matéria de julgamento encontra-se regulado nos art 311º a 380º
O julgamento, sendo a fase nuclear do processo penal tem lugar logo após a
dedução de acusação pelo MP (nos crimes públicos ou semi-públicos) ou após o
despacho de pronúncia se a instrução tiver sido requerida.
Este contém 3 fase:
o A instrução, na qual se produz a prova destinada a comprovar os factos
alegados com relevância para a causa;
o A discussão, que consiste, essencialmente a apreciação critica da prova
sobre a matéria de facto que interessa à decisão
11. Caso o MP tivesse acusado D pelos factos supra descritos, imputando-lhe o crime
de homicídio privilegiado (133º CP) e o JIC tivesse pronunciado o arguido pelo crime
de homicídio qualificado (131º/1 e 2 b) CP), modificação que consubstancia uma
alteração substancial dos factos, nos termos do art 1º f) do CPP, poderia D impugnar
de algum modo tal decisão
A decisão instrutória nunca poderá, sob pena de nulidade, implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP (ou
do assistente) ou no requerimento para abertura da instrução (arts. 303.º e 309.º,
ambos do CPP).
A decisão instrutória nunca poderia, sob pena de nulidade, implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP (ou
do assistente) ou no requerimento para abertura da instrução (arts. 303.º e 309.º,
ambos do CPP) – o que segundo o enunciado parece ter sido o caso uma vez que esta
modificação no crime consubstanciou uma alteração substancial dos factos, nos
termos do art 1º f) do CPP
Embora vigore entre nós o princípio geral da recorribilidade das decisões judiciais (art.
399.º do CPP), importava determinar se in casu estaríamos perante uma situação de
dupla conforme, que tornaria a decisão instrutória irrecorrível, ex vi art. 310.º, n.º 1,
do CPP.
Neste caso não haveria dupla conforme, uma vez que para qualificar o
homicídio o JIC adicionou elementos factuais, no que concerne a esta
circunstâncias qualificantes, estes comprovativos de especial censurabilidade
perversidade do facto descrito na acusação do MP
Seria assim neste caso admissível recurso da decisão do JIC (a decisão seria
recorrível nos termos gerais (arts. 399o, 401o/1, al. b), 410o/1 e 411o CPP)
Esta decisão podia ter sido tomada no decurso do inquérito ou de instrução, sendo
certo que, em ambas as fases processuais, conduz ao arquivamento do processo
impondo-se, nestes casos, a garantia constitucional da presunção de inocência do
arguido, nos termos do artigo 32/2º da CRP.
Importa salientar que a decisão de dispensa de pena que for tomada pelo
tribunal de julgamento, trata-se de uma verdadeira sentença condenatória, na
medida em que declara o arguido culpado. Não obstante não existir qualquer
pena a cumprir após o trânsito em julgado da sentença. Neste caso, o arguido
tem a obrigação de pagar as custas, pelo que também está sujeita a registo
criminal.
Neste caso não estavam preenchidos os pressupostos uma vez que estamos perante
um crime de homicídio privilegiados (133º) que tem a pena mínima de 1 ano, não
sendo nestes termos admissível dispensa de pena nos termos gerais do art 74º do
CP . Para além disso não está previsto na previsão legal a possibilidade de dispensa de
pena no caso do 133º CP
Preenchidos estes requisitos no caso concreto, são oponíveis ao arguido uma série
de injunções ou regras de conduta, porém não poderão ser aplicadas injunções ou
regras de conduta suscetíveis de ofender a dignidade do arguido.
6 - Poderia D ter requerido abertura de instrução apenas para que fosse inquirida
uma testemunha que o MP ignorava existir?
O arguido pode requerer a abertura da instrução, nos termos do art 287º/1 al. a) +
61º/1 g) (o arguido pode intervir no inquérito e na instrução oferecendo provas e
requerendo as diligências que se lhe afigurarem necessárias): “relativamente a factos
pelos quais o MP ou o assistente, em caso de procedimento dependente de acusação
particular, tiverem deduzido acusação”. Ou seja, o arguido pode suscitar o controlo
jurisdicional da acusação do MP ( ou do assistente, em caso de acusação particular).
A inquirição de testemunhas cabe ao juiz de instrução, não podendo este conferir aos
órgãos de polícia criminal este encargo (art. 290.º, n.º 2, do CPP).
Por fim, nos termos do art. 292.º, n.º 1, do CPP, são admissíveis na instrução todas as
provas que não forem proibidas por lei
Contudo a resposta no geral não muda uma vez que nos termos do 287/1 a abertura
da instrução teria ainda assim de ser requerida, no prazo de 20 dias a contar da
notificação da acusação ou do arquivamento.
291º/1 e 293º
Neste âmbito é relevante discutir o sentido útil da expressão normativa “sem ter
renunciado à queixa” no art. 68.º/1/c) quanto aos crimes públicos, uma vez que a lei é
omissa – não existe norma que reja situações de constituição de assistente em caso de
crime público como o do nosso. A interpretação do preceito gerou na doutrina duas
respostas distintas a este problema.
Resposta negativa: inadmissibilidade de transmissão por morte do ofendido do
direito de constituição como assistente (pois tratar-se-ia de analogia contra reum
In casu, estamos perante um crime público, como tal não dependente de queixa,
podendo ser admissível a constituição de outras pessoas como assistentes. A regência
fala aqui da existência de uma infelicidade da expressão legislativa, uma vez que não
faz qualquer sentido que este resultado tenha sido desejado pelo legislador –
(113º )estaremos assim perante uma lacuna que teremos de integrar através de uma
interpretação abrogante lógica, sistemática e teológica (uma vez que interpretação
legis seria contra reum e uma interpretação corretiva não seria aqui admissível).
Haveria assim de se discutir quem teria legitimidade para se constituir como
assistente, uma vez que sobreviveram a A, o seu cônjuge (B); o seu unido de facto (C) ,
os seus dois filhos (ambos menores idade) e o seu irmão.
Antes demais exclui-se a legitimidade dos filhos (menores de 16 anos), uma vez
que apesar de integrarem a classe/grupo dos descendentes previsto no art 68º/
1 c) estes carecem de capacidade (68º/1 a). A este acrescenta-se ainda o facto
de os filhos enquanto descendentes pertencerem ao segundo grupo ou classe,
não valendo assim de nada, a sua legitimidade uma vez que não há, neste caso,
falta física, incapacidade ou falta de vontade pelo menos de uma das pessoas
designadas no primeiro grupo, até porque C tinha demonstrado vontade de se
constituir como assistente.
Quanto ao Irmão, este insere-se no quarto grupo da alínea c) do artigo 68º do
CPP – a sua legitimidade é neste caso subsidiária uma vez que, como a própria
lei indica, esta encontra-se dependente da ausência das demais pessoas
enumeradas no artigo ou pelo menos, da falta de capacidade de exercício das
mesmas. In casu, se o irmão tentasse se constituir como assistente, o seu
requerimento deveria rejeitado, por falta do pressuposto processual
legitimidade.
Poderiam constituir-se assim como assistentes neste caso tanto B (enquanto
cônjuge), como C (pessoa com quem A vivia em condições análogas ao do
cônjuge), uma vez que ambas se integravam no mesmo grupo/classe (dentro
de cada grupo não se considera existir hierarquia).
Uma vez que B não pretendia constituir-se como assistente no processo em
principio nada impediria que C requeresse a constituição como tal.
7.1- Quem se poderia constituir como assistente, supondo que D deixara escrito na
parede frases ofensivas contra A, o que constitui um crime previsto no art 181º
Estamos aqui perante um crime de injúria (181º): este trata-se de um crime particular
que depende de acusação particular (50º) por parte de uma das pessoas a quem a lei
atribui legitimidade.
Antes demais exclui-se a legitimidade dos filhos (menores de 16 anos), uma vez
que apesar de integrarem a classe/grupo dos descendentes previsto no art 68º/
1 c) estes carecem de capacidade (68º/1 a). A este acrescenta-se ainda o facto
de os filhos enquanto descendentes pertencerem ao segundo grupo ou classe,
não valendo assim de nada, a sua legitimidade uma vez que não há, neste caso,
falta física, incapacidade ou falta de vontade pelo menos de uma das pessoas
designadas no primeiro grupo, até porque C tinha demonstrado vontade de se
constituir como assistente.
Quanto ao Irmão, este insere-se no quarto grupo da alínea c) do artigo 68º do
CPP – a sua legitimidade é neste caso subsidiária uma vez que, como a própria
lei indica, esta encontra-se dependente da ausência das demais pessoas
enumeradas no artigo ou pelo menos, da falta de capacidade de exercício das
a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
por via interpretativa (A questão será saber se a tese restritiva se
justifica à luz da teoria do bem jurídico.)
A interpretação tradicional restritiva do conceito de ofendido
(nomeadamente a de Beleza dos Santos) defendia que só os
titulares desses especiais interesses eram considerados ofendidos
para efeitos de legitimidade para o exercício da ação penal – e não
assim os titulares de quaisquer outros interesses porventura
também atingidos pelo delito. Deste modo, tratando-se de bem
jurídico supraindividual o bem jurídico não permitia constituição de
assistente, uma vez que este tinha uma concretização pessoal única.
Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais. Por exemplo,
a falsificação de documento: se os dados falsificados forem de uma
pessoa concreta há uma componente pública e uma componente
particular.
8.1 - E se fosse o crime previsto no art 256º/1 a), poderia D (prejudicado com tal
crime) constituir-se Assistente?
o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).
8.2 - E se fosse o crime previsto no art 360º/1 do CP, poderia D (prejudicado com tal
crime) constituir-se Assistente?
Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.
o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
a representação judiciária por via de constituição obrigatória de mandatário ou de
pedido de apoio judiciário (art. 70.º); e
o pagamento da taxa de justiça (art. 519.º CPP + RCP).
8.3 - E se o crime em causa fosse o de poluição, no art 279º do CP, quem poderia
constituir-se assistente? E se fosse o crime previsto no art 280º CP
a legitimidade (do ofendido ou outras pessoas a quem a lei atribuir tal direito – art.
68.º/1);
o Nos termos do 68º/1 a) têm legitimidade para se constituir assistentes os
ofendidos, considerando-se como tais os titulares dos interesses que a lei
especialmente quis proteger com a incriminação.
o Este, enquanto titular do bem jurídico pode constituir- se assistente, desde
que maior de 16 anos.
Uma vez que a lei não utiliza a expressão bem jurídico, temos que
verificar se ao determinar o bem jurídico podemos incluir certas
restrições para delimitar o circulo de legitimidade dos assistentes,
Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.
o prazo, no caso, tratando-se de crime público, seria o fixado nos termos do n.º 3
do art. 68.º - neste caso o assistente tem até 5 dias antes do debate instrutório ou
até 5 dias antes da audiência de julgamento para requerer a constituição de
assistente.
2.Estamos aqui perante um crime de poluição com perigo comum(280º do CP): este
trata-se de um público punido com pena de prisão até 5 anos (48º), que podia ser
promovido pelo MP de acordo com o principio da oficialidade (MP tem legitimidade
para promover o processo).
Se a lei refere “os interesses que quis proteger”, não se pode ler
“predominantemente”. O bem jurídico aqui contemplado pode ser
individual ou público, mas com conotações individuais.
Abertura da instrução
A instrução (artigo 286o) é uma fase intermédia e facultativa que ocorre entre o fim
do inquérito e o julgamento. Por ser facultativa, só ocorre a requerimento, visando
efetuar o controlo jurisdicional da decisão que pôs fim ao inquérito – quer da decisão
de arquivamento, quer da decisão e acusação.
A instrução tem duas vertentes (artigo 287o):
1. Pode ser uma reação ao arquivamento, caso em que será requerida pelo
assistente, a menos que o procedimento não dependa de acusação particular.
Será uma forma de reafirmar a sua pretensão ou atuar perante uma acusação
que considere incompleta.
2. Pode ser uma reação à acusação, caso em que será requerida pelo arguido.
Será uma fase de exercício mais intensa do sue direito de defesa.
(ii) Prazo/tempestividade
20 dias a contar da notificação da acusação do MP (287º/1)
(iii) conteúdo
Em geral não há formalidades especiais, no entanto, quanto ao requerimento
de D, dado que o requerimento para a abertura de instrução por parte do
assistente é materialmente uma acusação, além de dever de as razões de facto
e de direito pelas quais discordam da decisão do MP.
Esta ideia retira-se da remissão do artigo 287o/2 fazer uma remissão para o
artigo 283o.
(iv) pagamento da taxa de justiça devida (art 519º CPP)
autonomia ordena as diligências que tenha por necessárias ao fim dessa fase
eventual: proferir decisão instrutória;
Ora se as duas fases processuais em causa são independentes e autónoma a
atuação de quem respetivamente as dirige, cada qual terá de assumir as suas
responsabilidades, isto é, se não se quer cair numa situação inultrapassável de
impasse processual, a que sempre haveria que por termo face –
nomeadamente ao regime subsidiário aplicável – art. 6.o e 411.o do CPC
(princípio do inquisitório); - socorrer-se dos meios de que dispõe para, por si
só, ultrapassar a detectada deficiência processual;
Justamente por isso, que, situando-nos embora, numa fase preliminar do
processo, e grosso modo , em sede preliminar, a lei põe à disposição do juiz de
instrução os poderes necessários para levar a cabo todos os atos processuais que,
segundo a sua livre resolução, possibilitem a decisão que tende o processo:
pronúncia ou não pronúncia. E dentro desses atos, necessariamente os que
possibilitem ultrapassar qualquer nulidade suprível.
O que o juiz não pode é na lógica, do sistema legal vigente «ordenar» ao
Ministério Público, entidade igualmente com plena autonomia no processo,
na realização dessa ou outras diligências.
In caso estamos perante um crime de injuria. Este é um crime particular e como tal
depende de acusação particular.
Nos crimes particulares, o assistente é que deve acusar primeiro, devendo o MP usar
da faculdade do disposto no artigo 285.º, n.º 4, do CPP.
Por sua vez o acórdão da Relação do Porto, de 24 de março de 2004 considerou que
não existiria uma alteração substancia dos factos se, relativamente à acusação
particular a acusação pública (MP) se limitar a acrescentar o elemento subjetivo do crime
imputado ao arguido;
Nos crimes de difamação e injúria é hoje pacífico não ser exigido um qualquer dolo
específico ou elemento especial do tipo subjetivo que se traduzisse no especial
propósito de atingir o visado na sua honra e consideração. Não distinguindo, os
respetivos tipos legais admitem qualquer das formas de dolo previstas no art. 14º do
C. Penal, incluindo o dolo eventual.
Basta, pois, que, grosso modo, o arguido admita o teor ofensivo da imputação ou juízo
formulados e atue conformando-se com ele (dolo eventual), para que se tenha por
preenchido o elemento subjetivo do tipo, sem prejuízo de o agente poder praticar o
facto com dolo direto ou necessário, ou seja, conhecendo e querendo o teor ofensivo
da imputação ou juízo, ou mesmo com o intuito ou propósito de atingir o ofendido na
sua honra e consideração indo para além da exigência típica.
O verdadeiro cerne da temática que nos ocupa passa pela indagação sobre se deve o
juiz convidar o assistente a colmatar o seu requerimento de instrução sempre que
enferme de deficiente narração factual e de direito, pois é neste restrito domínio que
reina a oposição de julgados proferidos pela Relação e não já sobre as
consequências, à face da lei, da falta de articulação das razões de facto e de direito
de que enferme o requerimento de instrução.
Essa dilação de prazo sequente àquele convite pelo juiz de instrução, que não se
inscreve no âmbito de comprovação judicial, atribuído à função da instrução, no artigo
286.º, n.º 1, do CPP, atentaria, assim, contra direitos de defesa do arguido, porque a
peremptoriedade do prazo funciona, claramente, em favor do arguido e dos seus
direitos de defesa.
Sim, uma vez que não é é lícita qualquer restrição ao direito fundamental de os
advogados assegurarem a sua representação como assistentes em processo penal.
A lei só pode restringir tais direitos nos casos expressamente previstos na Constituição,
devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros direitos ou
interesses constitucionalmente protegidos.
E as garantias constitucionais dos artigos 165.º, n.º 1, alínea b), 203.º e 204.º não
permitem que os juízes criem normas restritivas dos direitos sujeitos ao regime dos
artigos 17.º e 18.º da lei fundamental.
11- Caso o MP tivesse acusado D pelos factos supra descritos, imputando-lhe o crime
de homicídio privilegiado (133º), e o JIC tivesse pronunciado o Arguido pelo crime de
homicídio qualificado (132º/1 e 2b) do CP, modificação que consubstancia uma
alteração substancial dos factos, nos termos do art 1ºf) do CPP, poderia C impugnar
tal decisão?
Decorre do artº 48º do CPP que a legitimidade para promover o processo penal cabe
ao Mº Pº, de acordo do com o principio da oficialidade. Terminado o inquérito, ao Mº
Pº cabe, em exclusivo, a legitimidade para tomar uma das posições previstas no artº
276º, nº 1 do CPP: o arquivamento (nas modalidades previstas no artº 277º, do CPP)
ou de acusação
O objeto do processo é deste modo definido em caso de ser deduzida acusação, pelo
MP – in casu este correspondia à prática de um crime de homicídio privilegiado,
previsto e punido nos termos do art 133º do CP.
A decisão instrutória nunca poderá, sob pena de nulidade implicar uma alteração
substancial de factos em relação ao que se encontra descrito na acusação do MP ou no
requerimento para abertura da instrução (art 303º a 309º CPP)
substancial, nos termos do art. 1.º, alínea f), do CPP, por importar ou não a imputação
de um crime diverso ou o agravamento do limite máximo das sanções aplicáveis (arts.
21.º, n.º 1 e 24.º, alínea a), do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro).
Porém da questão não resulta claro que não possa ter havido alteração substancial de
factos.
Nos termos do disposto no art. 303.º, n.º 3, do CPP, uma alteração substancial dos
factos descritos na acusação não pode ser tomada em conta pelo tribunal para o efeito
de pronúncia no processo em curso, nem implica a extinção da instância.
Esta irregularidade terá de ser arguida nos termos do disposto no art. 123.º do CPP.
Cabe recurso do despacho judicial que indefira esta irregularidade (art. 310.º, n.º 3 do
CPP), subindo com o que vier a ser interposto da decisão que ponha termo ao processo
(art. 407.º, n.º 3 do CPP).
12- Se o crime em causa fosse o crime do 261º/1 CP, o arguido teria de responder a
alguma questão durante o processo?
D de acordo com o art 32º CRP tem direito a todas as garantias de defesa, que
corresponde ao direito a um processo equitativo (art 20º/4 CRP e art 6º/1 do CEDH
De acordo com o disposto no artigo 61.º, n.º 1 al. d) e 343.º, n.º 1, o arguido possui o
direito a permanecer em silêncio durante todo o processo e em especial na audiência
de julgamento e ainda o direito a não colaborar com as entidades judiciárias. Esta
tomada de posição não deverá, nunca, ser utilizada em desfavor do arguido, em
virtude do direito à não auto-incriminação e presunção de inocência que pautam o
estatuto aplicado ao arguido.
Porém nos termos do art 61º/3 o arguido tem o dever de responder com verdade
sobre a sua identidade (artigos 141.º, n.º3, 143.º, n.º2, 144.º e 342.º CPP), sob pena de
cometer crime de falsidade por parte de interveniente em ato processual (artigo 359.º,
n.º2 CP)- estamos aqui perante uma restrição ao seu direito ao silêncio ;
No caso de arguidos não detidos, durante o inquérito, serão ouvidos pelo MP ou pelos
OPC se houver delegação por parte do MP (artigos 143.º, 144.º, 268.º e 270.º do CPP).
Durante a instrução, serão ouvidos pelo JIC (artigo 144.º, n.º 1 do CPP) e na audiência
de julgamento, serão ouvidos pelo respectivo juiz (artigo 144.º, n.º 1 do CPP).
As declarações prestadas pelo arguido só podem ser utilizadas contra si, se esse
mesmo arguido tiver sido constituído como tal, obedecendo às formalidades do
interrogatório e da constituição de arguido (artigo 58.º, maxime o seu n.º 2)
Dependendo do teor das declarações de arguido, assim lhe é dado o devido valor
probatório: Caso o arguido se mantenha em silêncio, esse mesmo silêncio não vale
como meio de prova, ou seja, se o arguido optar pelo silêncio, não podem ser extraídas
presunções quanto à sua culpabilidade, cabendo-lhe a ele e ao seu defensor, assumir
no processo qual a melhor atitude a tomar para sua defesa. (artigos 61.º, n.º 1, al. d),
343.º, n.º 1 e 345.º, n.º 1 do CPP). Se o arguido contestar os factos, não concordando
com eles, o respectivo valor probatório será livremente apreciado pelo tribunal ou
entidade responsável por essa apreciação. No caso do arguido confessar os factos,
importa ter em consideração a fase processual onde ocorreu essa confissão. Se a
confissão for produzida no inquérito ou na instrução será livremente apreciada, depois
de confrontada com outros dados do processo, para corroborar a sua veracidade e
credibilidade.
No entanto, não é fácil adequar este novo regime com o preceituado no artigo 355.º,
n.º 1 do CPP, onde impera a proibição de valoração de “provas que não tiverem sido
produzidas ou examinadas em julgamento”. Embora o n.º 2 do mesmo artigo ressalve
a excepção, “as provas contidas em actos processuais cuja leitura, visualização ou
audição em audiência de julgamento sejam permitidas”, o artigo 357.º, n.º 1, al. b) do
CPP vem acrescentar a premissa de que as declarações de arguido prestadas perante
autoridade judiciária e na presença de defensor serem válidas. Isto significa que se o
arguido prestar declarações na fase de inquérito mas se exercer o direito ao silêncio na
fase de julgamento, as declarações anteriormente prestadas estão “sujeitas à livre
apreciação da prova”.
O arguido apenas está obrigado a responder com verdade às perguntas que lhe forem
colocadas quanto à sua identificação pessoal; quanto ao mais, o arguido pode remeter-
se ao silêncio e até faltar à verdade sem qualquer consequência legal.
Mas sendo assim, poderia pensar- que, podendo o arguido optar livremente entre o
silêncio ou o prestar declarações, caso escolhesse esta segunda possibilidade
continuaria a recair sobre ele um dever de verdade, ou como mero dever moral, ou
mesmo como verdadeiro dever jurídico. A verdade, porém, é que do reconhecimento
de um tal dever não ressaltam quaisquer consequências práticas para o arguido que
minta, uma vez que tal mentira não deve ser valorada contra ele, quer ao nível
substantivo autónomo das falsas declarações, quer ao nível dos direitos processuais
daquele.
Conclui-se, então, que não existe, por certo, um direito a mentir que sirva como causa
justificativa da falsidade. O que sucede simplesmente é ter a lei entendido, ser
inexigível dos arguidos o cumprimento do dever de verdade, razão por que renunciou
nestes casos a impô-lo.
Porém, uma coisa é a inexigibilidade do cumprimento do dever de verdade pelo
arguido, reconduzindo-o a uma mero dever moral, e outra, totalmente distinta, é a
inscrição de um direito a mentir do arguido que é inadmissível num Estado de Direito.
Mas sendo assim não existe fundamento legal para a menorização do depoimento do
arguido a qual, na realidade, não é mais do que uma intolerável presunção de não
cidadania ou seja de que colocado perante a possibilidade de escolha o arguido mente.
Porém caso o tribunal estivesse convencido que o arguido tinha feito falsas
declarações ou atestasse falsamente à autoridade ou a funcionário no exercício das
suas funções, estado ou outra qualidade a que a lei atribua efeitos jurídicos, próprios
ou alheios este poderá ser punido com pena de prisão até um ano ou dois, no caso de
estar em causa documento autentico, ou com pena de multa (348º-A).
Por sua vez em caso de depoimento de parte, o agente nos termos do art 359º CP
fazendo falsas declarações relativamente a factos sobre os quais deve depor, depois de
ter de ter prestado juramento e de ter sido advertido das consequências penais a que
se expõe com a prestação de depoimento falso, é punido com pena de prisão até 3
anos ou com pena de multa. Na mesma pena incorre o arguido relativamente a
declarações sobre a identidade e os antecedentes criminais.
16. Depois de exercido o direito de queixa num crime de injúrias, será possível ao
queixoso, enquanto lesado, intentar uma ação civil autónoma pedindo uma
indemnização civil fundada nos mesmos factos?
Neste caso temos de ter em conta o art. 71.o do CP, art. 72/1/c) do CPP, e número 2
do art. 72.o do CPP; Temos de ter em conta ainda o art. 75.o do CPP; e art. 77.o do
CPP;
Resposta
À partida, nada impede que o queixoso, como lesado, seja ressarcido pelos danos
cíveis sofridos devido à prática do crime de injúria.
Contudo existe certas situações em que o processo penal e o processo cível podem ser
A confissão trata-se de um meio de prova de valor reforçado, sendo que embora caiba
dentro das declarações do arguido tem previsão especial por causa do seu particular
valor probatório (artigo 344.º CPP).
In casu estamos perante uma confissão integral e sem reservas: a confissão integral e
sem reservas dos factos relativos aos pressupostos de punibilidade do arguido permite
a passagem de imediato às alegações orais, quando não seja necessária produção de
prova para a determinação das sanções, sendo o arguido beneficiado com a redução
da taxa de justiça em metade.
variante de negócio penal entre o acusador e o arguido, com a sanção do tribunal, nem
na variante de negócio penal entre o tribunal e o arguido, Por conseguinte, o arguido
mantém inteiramente o seu direito de não cooperar, sem que à não cooperação esteja
associado qualquer prejuízo para a sua posição processual.
No caso do arguido declarar na audiência que pretende confessar os factos que lhe são
imputados, o juiz presidente pergunta-lhe se o faz de livre vontade e fora de coação,
bem como se quer fazer uma confissão integral e sem reservas. Respondendo o
arguido afirmativamente, o juiz presidente deve informar o arguido dos efeitos
previsto na lei para a confissão e designadamente, o efeito de renúncia à produção de
prova relativamente a factos imputados, perguntando-lhe se ele ainda assim pretende
fazer uma confissão. A omissão destas perguntas constituiu uma nulidade sanável que
deve ser arguida durante a audiência.
nos termos do art 300º/1 e 2 e dentro dos limites estabelecidos pelos artigos
293º/1 e 299º/1. Esta confissão não tem qualquer repercussão relativamente à
acusação
17.1 - Pode neste caso o juiz de julgamento condenar o Arguido na sua qualidade de
demandado no pedido de indemnização cível nos termos do art 82º-A?
Temos de fazer uma distinção entre o crime, e o pedido de indemnização civil: a quem
entenda que a confissão é suficiente, e há quem entenda que a confissão por si nunca;
Art. 344.o CPP;
Em termos de formalidades da confissão, o artigo 344o do CPP estabelece que
devem ser explicadas ao arguido as consequências da confissão e que a
confissão deve reunir um conjunto de características: ser livre, incondicional e
integral. Se o arguido declarar na audiência que pretende confessar os factos
que lhe são imputados, o juiz deve perguntar-lhe se o faz de livre vontade e
fora de qualquer coação e se quer fazer uma confissão integral e sem reservas.
Se o arguido responder que sim, o juiz deve ainda informar o arguido dos
efeitos jurídicos da confissão.
Posição do Prof. Paulo Pinto Albuquerque: - só quando o lesado não deduz oposição;
18- Poderá o juiz (do julgamento) de um processo sob a forma sumária remeter o
processo para a forma de processo comum (390º a) CPP) pelo facto de o auto de
noticia não conter qualquer elemento subjetivo do tipo ilícito
Revista do arguido (artigos 251.o, n.o 1, al. a), e 174.o, n.o 5, al. c)) e apreensão da
carteira (178.o, n.o 4, e 249.o, n.o 2, al. c), do CPP);
Dever de comunicação (imediata, por qualquer meio) ao MP: artigo 259.o, al. b), bem
como a elaboração e envio dos respetivos autos e relatórios em ordem à validação
pela autoridade judiciária competente das medidas e diligências realizadas (artigos
99.o, 253.o, 248.o e 58.o, n.o 3, todos do CPP
2)
A questão seria saber se pode haver acusação particular neste caso. Pode,
ainda assim, o Assistente deduzir acusação particular, já que nada obriga que
tenham sido recolhidos indícios suficientes da prática do crime para que seja
deduzida a referida acusação (menção à crítica de Frederico Lacerda da Costa
Pinto e de Paulo de Sousa Mendes aos excessivos poderes que são conferidos
ao assistente a este respeito), não obstante esta não se afigurar a melhor
opção já que se não forem recolhidos indícios haverá quase certamente
absolvição do arguido, podendo este ainda pedir a abertura da instrução e
obter um despacho de não pronúncia (artigo 287.o, n.o 1, alínea a), do CPP);
Outras opções:
o o Suscitar a intervenção hierárquica (artigo 278.o, do CPP);
Referência à alternatividade face à abertura de instrução (que
neste caso não seria possível de ser pedida pelo assistente –
artigo 287.o, n.o 1, al. b), do CPP);
Referência ao prazo – 40 dias (artigo 278.o, n.o 1 em conjugação
com o artigo 287.o, n.o 1, do CPP).
− Primeira questão:
- Possibilidade de reabertura do processo:
Principio da identidade:
o O objeto do processo deve manter-se idêntico, o mesmo desde a
acusação até à sentença definitiva
Principio da unidade ou indivisibilidade
o O objeto do processo deverá ser conhecido na dua totalidade, unitária e
indivisivelmente.
Principio da consumpção
independente (em momento diferente não podendo ser por isso considerado os dois
crimes de forma independente) – passa a estar regido pelo regime geral.
CASO PRÁTICO 2
A fixação do objeto nos crimes públicos e semi-publicos ocorre com a acusação pelo
Ministério Público (artigo 283.º, n.º1 CPP) ou com o requerimento para a abertura da
instrução pelo assistente (artigo 287.º, n.º1, alínea b) CPP) – a partir desses momentos
processuais passa a vigorar o princípio da vinculação temática, ou seja, o objeto do
Os factos novos não seriam autonomizáveis na medida em que não poderiam ser
destacados do processo penal em curso e integrar o objeto de um processo penal
autónomo, sem violação do principio ne bis in idem, consagrado no art 29º/5 da CRP –
ambos os factos tinham a mesma motivação (elemento subjetivo é necessário). Os
factos novos só poderia ser conhecidos no processo em curso, se houvesse acordo do
MP, arguido e assistente nesse sentido nos termos do art 359º/3 CPP salvo se os novos
factos se estes não determinarem a incompetência do tribunal. In casu, o tribunal
singular deixou de ser competente – no máximo poderia remeter-se para o coletivo
(14º e 16º)
Se o tribunal condenasse A pelo crime de furto agravado sem o referido acordo dos
sujeitos processuais a decisão seria nula, segundo o art 379º/1 b) CPP, sendo uma
nulidade sanável cuja arguição deveria ter lugar por via de recurso ordinário perante o
T. superior, no prazo de 30 dias (399º, 410º/1 e 411º/1º CPP)
Caso 3
B foi acusado pela prática de um crime de furto simples (p. e p. no art. 203.o do CP)
de um livro de C. No final da instrução, o JIC considera que:
Pergunta-se:
A fixação do objeto nos crimes públicos e semi-publicos ocorre com a acusação pelo
Ministério Público (artigo 283.º, n.º1 CPP) ou com o requerimento para a abertura da
instrução pelo assistente (artigo 287.º, n.º1, alínea b) CPP) – a partir desses momentos
processuais passa a vigorar o princípio da vinculação temática, ou seja, o objeto do
processo fica a partir daí fixado nos seus limites máximos.
No nosso caso os factos alegados pelo JIC resultam numa subsunção por inteiro num
tipo de crime alternativo. PSM considera este um caso peculiar – será peculiar porque
a matéria da alteração substancial de factos (alegação pelo JIC de um facto novo não
independente, que gera consequentemente uma alteração dos factos) implica a
subsunção dos factos num tipo de crime alternativo com respeito àquele que estava
pressuposto no objeto do processo em curso: concluímos assim no nosso caso, que por
um lado ao conjunto dos factos, foi excluído o facto de ter subtraído o objecto móvel
que não lhe pertencia, e por outro é adicionado o facto que indicia a detenção ou a
posse anterior do agente, susceptível de configurar o crime de abuso de confiança.
Descobre-se, portanto, que não existe abuso da posse de outrem, elemento que
permite distinguir o crime de furto do crime de abuso de confiança (subtrair pode não
implicar a posse física da coisa). No momento da apropriação, o agente já tinha a posse
ou a detenção da coisa, diferentemente do que sucede no furto.
Os crimes de furto e de abuso de confiança têm elementos incompatíveis entre si, pelo
que estabelecem reciprocamente uma relação de alternatividade, excluindo-se
mutuamente. Apesar de existir uma zona de sobreposição parcial dos tipos, tal como
nos casos de concurso aparente (ou unidade de lei), esta não existe, baseada numa
relação de hierarquia entre as normas, pois os tipos em presença não se podem aplicar
simultaneamente. Com efeito, trata-se de um caso de “concurso impróprio” (ou de
uma “pluralidade aparente de normas”), em que várias leis penais concorrem só na
aparência, excluindo a aplicabilidade de uma delas.
Como refere PSM na falta de solução legal expressa para o problema da alteração
substancial de factos que implique a subsunção dos factos num tipo de crime
alternativo por comparação com o objeto do processo em curso, a verdade é que o
problema não deixará de se pôr na prática. Existe uma discussão na doutrina
relativamente ao tratamento a dar a estes casos:
Posição do regente:
o A posição actual de PAULO DE SOUSA MENDES é a de que o elemento
indiciado dificilmente será autonomizável, não sendo susceptível de
ancorar um processo penal autónomo sem violar o “ne bis in idem” (isto
é, que ninguém seja julgado no todo ou parte pelos mesmos factos)
Medidas de coação
Resolução de casos
1) 250º/8 – mas não podia ser aplicada a potencial testemunha que neste caso é um
mero declarante.
local público
suspeito da prática de crime, da pendência de extradição ou de expulso, que
tenha penetrado ou permaneça irregularmente no território nacional ou de
haver contra si mandato de detenção
Se não se identificar não pode ser notificado e consequentemente não poderá ser uma
testemunha.
250º/6- já há uma sanção proporcional – não há crime de desobediência por este não
ser proporcional
Não pode exigir identificação, não pode pedir (250º/1 – não é suspeito de cometer
crime) mas poderia requerer informação e caso C colabora-se e voluntariamente de
identifica-se, o identificar.
Não podia deter C – exclui-se em flagrante delito nem fora de flagrante uma vez que
não há mandato de detenção nos termos do 256º e 257º
C não se identifica- não quer colaborar, mas pode a policia através de vigilância
conseguir a identificação do mesmo.
Uma vez que não é arguido não lhe podiam ser impostas medidas de coação
requisitos específicos: 198º- tem de ser punido com uma pena superior a 6 meses e
196º/4 pode ser aplicado com outros tema.
pedido pelo arguido: apenas seria admitido pedido pelo MP, no termos do
194º/2 ou também pelo arguido:
o este permaneceria sobre o 268º (norma geral) – na opinião do professor
não seria admissível este pedido- esta não é pedido de coação mas sim
um pedido de proteção – e a proteção do arguido para vir a ser julgado
não é uma das finalidades do processo penal mas do próprio estado. O
arguido não tem interessa para si mas sim apenas para co-arguido.
o Neste caso só o MP – decisão seria nula
o Há quem diga que estes artigos são compatíveis, não tendo se aplicáveis
alternativamente:
Assistente – dependia do interesse que teria
Arguido para si próprio não tem interesse
MP- com base num crime de alarme social- 204º/c
e)
Condições gerais: são condição gerais das medidas de coação (artigos 191.º a
195.º CPP), também extensivas às medidas de garantia patrimonial (artigos 227.º
a 228.º CPP):
A taxatividade das medidas de coação e de garantia patrimonial (artigo
191.º CPP);
A prévia constituição de arguido (artigo 192.º, n.º1 e 58.º, n.º1, alínea b)
CPP)
Pressupostos gerais: os pressupostos gerais das medidas de coação são
reconduzíveis às categorias tradicionais do:
Fumus comissi delicti: é necessário que seja possível formular um juízo de
indiciação da prática de certo crime doloso pelo agente (i.e., a convicção
relativamente à prática de crime doloso pelo arguido e, pela negativa, a
falta de fundados motivos para crer na existência de qualquer causa de
isenção de responsabilidade ou de extinção do procedimento criminal);
Periculum libertatis: é necessário, ainda, que se verifique algum destes
pericula, referido nas alíneas do artigo 204.º CPP:
o Evitar a figa do arguido;
o Anular o perigo dessa fuga;
o Prevenir a perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo;
o Esconjurar a perturbação da ordem e da tranquilidade públicas;
o Riscos de continuação da atividade criminosa por parte do arguido.
Fase: Julgamento
Medida de coação decretada: prisão preventiva
A prisão preventiva: a prisão preventiva constitui a medida de coação mais
grave do sistema, só podendo ser aplicada subsidiariamente, nos termos do
artigo 202.º, n.º1 CPP.
Apesar das criticas feitas às alterações ao regime da prisão preventiva ocorridas
em 2007, concluiu o regente que estas não explicam a sua falta de aplicação
aos casos concretos que tanta alvoroço provocaram na opinião pública.
Curiosamente, poucos falaram de que a prisão preventiva se podia impor ao
arguido mesmo em caso de crime doloso punível com pena de prisão de
máximo superior a três anos, se fosse crime de terrorismo, criminalidade
violenta ou altamente organizada (artigo 202.º, n.º1, alínea b) CPP).
Ora, este também fora uma das novidades da revisão do CPP de 2007. Menos
ainda se falou do autêntico agravamento do regime resultante da possibilidade
de a prisão preventiva se elevar para metade da pena de prisão concretamente
aplicada, se o arguido tiver a sentença condenatória confirmada em sede de
recurso ordinário (artigo 215.º, n.º6 CPP).
Uma reforma que foi acusada de brandura para com os arguidos produziu,
afinal, uma norma de extrema severidade.
Em 2010, o regime legal da prisão preventiva foi de novo objeto de alteração,
alargando-se consideravelmente o catálogo de crimes a que é aplicável, nos
termos do artigo 202.º, n.º1, alíneas b) a e) CPP
g) De acordo com o disposto no artigo 40.o, alínea a), do CPP, nenhum juiz pode
(arts. 196.o-202.o)
✓Interpretação literal: art. 40.o/al. a): o Juiz que aplique a prisão preventiva... fica
impedido a partir desse momento de (continuar a) participar no julgamento.
h) 197º
Caso 2
a) Medida: sim
são admissíveis
b) 204º e 194º/2 a e c) poderia agravar! Estando em causa inquérito aplica-se a medida B
c) Juiz pode aplicar medidas menos graves – é duvidoso que a prisão preventiva seja mais
grave quando haja cumulação de mais do que uma medida menos gravosa! In casu, estando
em causa uma prisão preventiva os efeitos de privação da liberdade são sempre mais graves
que a cumulação de outras medidas, porém em certos casos a cumulação de medidas menos
restritivas poderá ser mais punitiva que uma medida que por si só seria mais grave que as
anteriores a nível individual- exemplo: suspensão de funções, pode ser menos gravosa do que
uma apresentação diária e caução elevada, uma vez que o impossibilita de se deslocar e ainda
teria graves implicações económicas pelo arguido.
Impugnação:
- 212º revogação da medida
-219º recurso
-222º habeas corpeos
Invalidade:
- inexistência (mais grave)
- nulidades (119º- insanáveis – tem de estar expressamente previsto no catálogo) –
conhecimento oficioso e insanável até transito em julgado
- não estando no catálogo do 119º - aplica-se o 120º/1 e 2 – tem um caracter subsidiário – nº3:
prazo- prazos do 194º tendo em conta este quadro caem neste âmbito. Contudo tal não faz na
opinião do assistente qualquer sentido
- irregularidade: alteração da qualificação juridica e alteração jurídica não substancial p. ex-
123º- tem de ser invocado pelo interessado logo no momento – com o despacho pronuncia
este sana-se – tem de ser invocado até ao máximo de três dias