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A escola metódica
A História pós-60
Considerações Finais
sociedade com maior equidade. Tudo isso levou com que a disciplina de
história e seu ideal transformador fosse reavaliada frente a uma onda de
ceticismo com relação ao próprio conhecimento histórico. Todos esses
problemas fazem parte do cotidiano de muitos docentes da disciplina de
História espalhados por todo o país. E é o caso do professor observado
neste trabalho.
Em publicação recente organizada pelo professor Leandro
Karnal (KARNAL, 2003), Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky no
texto: O que e como ensinar: por uma história prazerosa e conseqüente,
analisam esse momento histórico com uma tendência a supervalorização
do desconstrutivismo.
Segundo os autores, para o ensino básico o desconstrutivismo
deve ser utilizado com cautela, mesmo que o professor tenha um grande
domínio das versões e dos discursos em jogo e esteja familiarizado com
as operações desconsrtrutivistas. Para os autores só a desconstrução não
basta, pois além do vazio provocado, o desconstrutivismo deixa um
gostinho de insatisfação e niilismo no ar – no limite, supervaloriza o
relativismo e tira o poder das mãos dos sujeitos históricos; é preciso
que os alunos tenham acesso a algum conteúdo histórico e que entendam
sua contextualização.
Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky afirmam que na busca
de acompanhar as novas tendências, muitos professores se deixam
seduzir por novos aparatos tecnológicos que se querem como substitutos
dos livros, sem atentar para o grande perigo nesta prática que substitui
o pensamento analítico por “achismos”, a investigação bibliográfica por
informações superficiais dos sites. Nas palavras dos autores:
BIBLIOGRAFIA
∗
Versão desse trabalho foi apresentada no VIII Encontro de História de Mato
Grosso do Sul História e Historiografia no século XXI: ações e representações.
Dourados (ANPUH/MS), 2006, e no XVIII Encontro Regional de História de São
Paulo: O historiador e seu tempo, Assis (ANPUH/SP), 2006. Agradecemos a
colaboração e paciência do professor Agenor Morelato, o acompanhamento da
Professora Dra. Renata Lourenço, e a orientação do professor Diogo da Silva
Roiz.
∗∗
Graduando em História pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
(UEMS) Unidade Universitária de Amambai. Bolsista PIBIC/CNPq.
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Graduanda em História pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
(UEMS) Unidade Universitária de Amambai. Bolsista PIBIC/CNPq.
i
O processo de transição de uma história “romantizada” para uma história
“racional” dar-se-á, primeiramente, com dois nomes da historiografia francesa:
Numa Denis Fustel de Coulanges (1830-1889) e Hipolyt Taine (1828-1893).
Todavia, não desenvolveram escola sendo, tão-somente, vozes isoladas (CAIRE-
JABINET, 2003).
ii
Neste estágio da “crítica externa” ou “erudita” duas indagações eram
imprescindíveis: O documento é igual ao que era quando foi produzido? Não se
deteriorou depois? Nesse estágio procurava-se saber como ele foi fabricado para
restituí-lo à necessidade do seu teor original e, logo, determinar sua
proveniência. Todas as pesquisas prévias sobre a escrita, a língua, as formas e
as fontes pertenciam ao domínio da crítica externa. (ver: DOSSE, 2003a: 41).
iii
No processo de “crítica interna” o pesquisador deveria trabalhar por meio de
raciocínios emprestados à psicologia geral como forma de representar os estados
psicológicos que o autor do documento atravessou. Tudo isso seria necessário
para alcançar uma pesquisa isenta de subjetivismo. (ver: DOSSE, 2003a: 41)
iv
No Brasil traduzido em 1946: (LANGLOIS & SEIGNOBOS, 1946).
v
Este seria o quadro sumário, segundo Seignobos, dos fenômenos essenciais a toda
a sociedade. Os quadros se dividiriam em: condições materiais, hábitos
intelectuais, hábitos intelectuais não obrigatório, instituição social,
instituições públicas e relações entre grupos sociais soberanos.
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vi
O ídolo político seria o estudo predominante dos fatos políticos, a importância
exagerada dada à história política, das guerras etc. O ídolo individual seria o
ato de conceber a história como história de indivíduos e não de fatos, isto é, a
ênfase nos chamados grandes homens. Já o ídolo cronológico seria o hábito de se
perder no estudo das origens, nas investigações das diversidades particulares.
(ver: SIMIAND, 2003: 111-112-113 e BURKE, 1997: 21).
vii
Existem várias críticas ao termo “Escola” para definir os Annales, o termo
“movimento” configura-se mais apropriado, já que os Annales não possuíram
exatamente os elementos que constituem uma escola (organização fechada
estritamente em torno de uma convicção ou paradigma). Para maiores detalhes
ver (AGUIRRE, 2004).
viii
Segundo Remo Bodei “O desenvolvimento histórico, mesmo nas suas
teorizações, caminhou sempre com as pernas dos macrosujeitos (Deus, a
providência, o Estado-Nação, o Povo, a Classe). Agora eles perderam o
monopólio da condução sensata dos fatos, e se encontram, no máximo como
coadjuvantes numa trama sem enredo. Não existe mais, com efeito, nem um
protagonista reconhecido, nem um diretor que dê indicações precisas, nem um
roteiro já escrito que dite o ritmo (e talvez não tenha nunca existido a não ser na
nossa percepção da ‘realidade’ histórica).” (BODEI, 2001: 80).
ix
(BURKE, 1992).
x
Estes debates estão ligados a discussão sobre a narrativa na História, suas
estratégias discursivas e a legitimidade da própria produção do conhecimento
histórico, trazidos à baila por reconhecidos autores como Hayden White (1992)
Michel de Certeau (2000) Paul Veyne (2002) Paul Ricoeur (1994, 1995) Peter
Gay (1990) entre outros, além da ampliação de outras discussões importantes
envolvendo memória (LE GOFF, 1996) e identidades e a ampliação dos os
campos de estudo da História, com destaque, por exemplo, para a Nova História
Política e a História Oral (BURKE, 1992, 2002; BARROS, 2004).Destaca-se
também as críticas formuladas por Hayden White (2001). Para ele a história se
encontra em: “um plano epistemológico neutro”. Esse plano é, em outras
palavras, a indecisão em não se aceitar como arte e sua vã tentativa em ser
ciência. Este estado de neutralidade traz para a história, segundo esse autor,
perdas incomensuráveis. (Ver: WHITE, 2001: 39-63). Para acompanhamento
desta discussão ver: Josep Fontana em seu livro a História dos homens
(FONTANA, 2004) Jörn Rüsen em seu livro Razão Histórica (RÜSEN, 2001) e
Carlo Ginzburg. GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais (GINZBURG,
1989) e O extermínio dos judeus e o princípio da realidade (GINZBURG, 2006).
xi
Destaca-se entre muitos outros: (SOUZA, 1986; DEL PRIORI, 2000, 2001;
SEVCENKO, 1992, 2003, 2001; SALIBA, 2002; NOVAIS, 1997, 1998; RAGO,
1985; CHALHOUB, 1997, 1990, 2003a, 2003b, 2005). Fora do eixo Rio-São.
Paulo, surgiram outros estudos de destaque Brasil, principalmente com a
ampliação dos cursos de Pós-Graduação em História em vários estados do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, também inspirados nas trajetórias da História Social e
da Nova História Cultural (FICO, 1996).
xii
Referia-se o professor à obra do Historiador Ronaldo Vainfas A heresia dos
índios. Trata-se de um trabalho na perspectiva das mentalidades
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007.
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007.
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007
xvi
MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007
xvii
Concepções da Escola Estadual Coronel Felipe de Brum Projeto Político
Pedagógico da Escola Estadual Coronel Felipe de Brum. 2004. p 11.
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007.
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 06 de junho de 2007.
xx
Aula de História do dia 19 de junho de 2007. Professor Agenor Morelato.
gravação em K7
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Aula de História do dia 19 de junho de 2007. Professor Agenor Morelato.
gravação em K7.
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xxii
Aula de História do dia 20 de junho de 2007. Professor Agenor Morelato.
gravação em K7.
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MORELATO, Agenor. Entrevista do dia 20 de junho de 2007.
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O texto redigido pelo professor foi retirado do livro REIS, José Carlos. As
Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2006.
xxv
MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 23 de junho de 2007.
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MORELATO, Agenor. Entrevista no dia 23 de junho de 2007.