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CAMPUS MATA NORTE

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ANTHONY ASSIS DA SILVA


EURICO FARIAS DE OLIVEIRA NETO

Avaliação de Metodologia Científica

Nazaré da Mata
2023
Avaliação de Metodologia Científica

Questão 1
Durval Muniz diz em seu texto “História redemoinhos que atravessam os monturos da
história” que: “[...] a História deve ser um discurso de contestação à memória dos poderosos
[...] deve desconstruir seus monumentos a marteladas. Deve dar atenção a tudo “aquilo que
nossa civilização rejeita, pisa e mija em cima” (ALBUQUERQUE JUNIOR, 2007, P.88)
Partindo desse pressuposto, elaborem um texto dissertativo sobre o papel do historiador e da
historiadora no texto com a pesquisa, a documentação e a escrita da História. Reforcem o
argumento fazendo o uso de experiências trabalhadas durante as aulas.

Os historiadores têm o poder de influenciar na interpretação das pessoas sobre o


passado. Não é algo inofensivo pois nossas narrativas interferem diretamente na sociedade.
Imagine por exemplo, se afirmarmos que o nazizmo nunca existiu, nem os campos de
concentração e o ódio pelos judeus na Alemanha da Segunda Guerra Mundial, muito menos o
Holocausto. Isso impulsionaria os movimentos de extrema direita, daria lugar a visões como
raças superiores, fortaleceria a Ku Klux Klan ou acarretaria em qualquer outra coisa
catastrófica. Além da responsabilidade com as verdades, devemos nos preocupar também
com quem são os personagens das nossas pesquisas. Não podemos repetir a época de força do
positivismo, onde os fatos eram narrados de forma linear, sem problematizar os
acontecimentos, sendo contadas, na sua grande maioria, apenas os grandes heróis e as guerras
épicas.
Uma das mais destacadas funções do ofício seria justamente combater as versões
hegemônicas dos vencedores, produzindo uma contramemória aos pensamentos engessados e
cristalizados. Um exemplo disso seria o processo de colonização. Antes se ensinava uma
descoberta dos portugueses, com um relacionamento pacífico com os preguiçosos índios,
pregando-lhes a fé cristã sem um processo de imposição. Hoje, após muitas discussões sob o
ponto de vista dos colonizados, já se afirma que na verdade foi uma invasão lusitana, o termo
de nomeação foi trocado para indígena e a catequese é vista por alguns como uma forma de
destruir a cultura dos povos originários. Isso mostra como a desconstrução nos auxilia a
entender o lado perverso dos mocinhos e criar compaixão pelos explorados, caso não tivesse
sido feito ainda teríamos a Península Ibérica como uma mãe e os nativos como vagabundos
selvagens.
Portanto, qual a função do historiador? Essa pode parecer uma simples pergunta,
porém, a verdade é que ela é bem mais complexa do que parece. Diferente das outras
ciências, a história tem um papel fundamental na sociedade, papel esse que busca
compreender e relembrar as memórias do passado. Dessa forma, podemos comparar o
historiador com um detetive que observa os casos e procura as pistas com o objetivo de
desvendar a verdade e solucionar o caso, desse modo, o historiador coleta os pequenos
vestígios através dos documentos históricos que podem ser escritos como os livros, artigos,
jornais, revistas, etc. E os não escritos como as fotos, esculturas, pinturas, arquitetura, etc.
Assim, o historiador constrói os fatos e escreve a história.
Outro ponto importante para discutir a função do historiador é o trecho escrito pelo
professor Durval Muniz em seu livro “História: redemoinhos que atravessam os monturos da
história” no trecho: “versões hegemônicas da memória dos vencedores e enfiando nesta
memória o ordinário, o menor, o pequeno, o abandonado; relegando a memória estabelecida
as moscas.” dessa forma, é dever do historiador desconstruir as versões hegemônicas e
eurocêntricas que contaminam a história e que contam apenas as versões do homem europeu
tratando-os como heróis e salvadores. Um bom exemplo para explicar esse assunto é a
colonização da África em que os colonizadores exploraram o continente extraindo as suas
riquezas naturais e humanas se utilizando de ideologias vans e racistas como a teoria do
“fardo do homem branco” em que os europeus diziam deter o dever de civilizar os outros
povos ou a teoria da “evolução das espécies” que tratava os não-europeus como inferiores e
menos evoluídos, dessa forma, eles utilizavam essas teorias como desculpas simplesmente
para explorar a qualquer custo as terras e roubar as riquezas que pertenciam aos povos
originais dos territórios ocupados. Além disso, que tipo de civilização é essa que extermina e
escraviza outras pessoas pelo simples fato de serem negros? Ou que contamina a população
com drogas para dominar o território e o comércio como os britânicos fizeram na guerra do
ópio dominando a China e explorando os seus recursos. Portanto, é notório que o papel do
historiador é muito mais do que apenas narrar os eventos e períodos históricos é dever do
historiador desconstruir as narrativas dos vencedores e inserir os que foram oprimidos,
marginalizados e explorados para assim combater o preconceito e o racismo estrutural.
Além disso, é notório destacar outro ponto explorado pelo historiador Durval Muniz
no seu livro “História: redemoinhos que atravessam os monturos da história” nas passagens:
“não deixar as versões aceitas no passado se petrificarem” ou seja, o historiador deve
relembrar a sociedade e preservar a memória do passado relembrando os crimes e erros que
foram cometidos contra a humanidade, eventos perversos que dizimaram pessoas e povos
inteiros. não devemos romantizar o passado mas precisamos relembrar os horrores para que
os mesmos não se repitam precisamos demonizar o racismo e o preconceito que foi motivo de
muitas guerras ao longo de toda a história precisamos relembrar o holocausto para que o
mesmo não se repita.

Questão 2
Leiam o texto da antropóloga Sandra Simone Moraes de Araújo, em anexo, e elaborem um
resumo científico contendo os seguintes elementos retóricos: objeto de estudo, objetivo,
aporte teórico utilizado, metodologia e fontes, estrutura organizacional do texto. Limite até
2000 caracteres com espaços. Ao final, deve conter de 3 a 5 palavras-chave.

O texto busca realizar uma reflexão sobre a metodologia utilizada na obra Balinese
Character: a photographic analysis dos antropólogos Gregory Bateson e Margaret Mead e sua
possível eficácia como recurso para elaboração de narrativas fotográficas que possam ser
empregadas no Ensino de História. O capítulo introduz explicando a importância da memória,
é utilizado para auxílio do entendimento o livro Cem Anos de Solidão, onde as pessoas
sofriam com a peste da insônia, uma enfermidade que deixava os personagens sem
lembranças e passado. Depois é feita uma análise de duas pranchas fotográficas, explicando
as técnicas utilizadas nas narrativas, mostrando dois tipos de apresentação do trabalho, com
cada foto tendo sua descrição dos acontecimentos e curiosidades sobre as informações. Nas
pesquisas bibliográficas são utilizados estudos como o de Circe Bittencourt: Livros didáticos
entre textos e imagens. Boa parte do aporte teórico é usado com o intuito de discutir maneiras
de trabalhar as fotografias nas salas de aula e educação de forma geral, focando na disciplina
de História. Também são apresentadas experiências que vem dando certo na Universidade de
Pernambuco no Campus Mata Norte. Lá, além da temática ser incorporada no componente
curricular, foi criado um grupo de estudo (o Imagem, Memória e cultura) voltado para
realizar pesquisas onde as narrativas fotográficas são o método e campo de investigação. Por
fim, como resultado, executar o procedimento metodológico desenvolvido por Bateson e
Mead tornou possível perceber a necessidade de aprofundar, em futuras dissertações e teses, a
relação entre o verbal e visual, além de ampliar na prática educativa, o entrecruzamento dos
saberes da Antropologia, da Fotografia e da História.

Palavras-chave: Narrativas fotográficas. Ensino de História. Balinese Character.

Questão 4
Com base nas informações abaixo, escreva as referências completas e em ordem conforme as
normas da ABNT:
a) Autor: Maria Helena Rolim Capelato.
b) Título da obra: Multidões em cena: Propaganda política no varguismo e no
peronismo.
c) Ano: 1998.
d) Editora: Papirus.
e) Cidade: Campinas - SP

CAPELATO, Maria Helena Rolim. Multidões em cena: Propaganda política no


varguismo e no peronismo. Campinas - SP: Papirus, 1998.

a) Autores da obra: Karl Schurster, Francisco Carlos Teixeira da Silva e outros (org).
b) Título da obra: O Brasil e a Segunda Guerra Mundial.
c) Ano: 2010.
d) Editora: Multifoco.
e) Cidade: Rio de Janeiro.
f) Título do capítulo: Por uma história comparada das ditaduras.
g) Autor do capítulo: Francisco Carlos Teixeira da Silva.
h) Páginas do capítulo: 21-79

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Por uma história comparada das ditaduras. In:
SHURSTER, Karl; SILVA, Francisco Carlos Teixeira da (Org). O Brasil e a Segunda
Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Multifoco, 2010, p. 21-79.

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