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PLANO DE AULA

Professora: Lara e Ana Clara


Matéria: História
Carga horária: 1h30min
Formato de aula presencial: Atividades integralmente síncronas
Data: 23.03.2024

Tema da aula: Historiografia e século XXI


Por muitos anos, a escrita da História (Historiografia) fui utilizada como forma de perpetuar
um discurso focado em grandes eventos, grandes personagens e perspectivas
eurocêntricas que buscam reafirmar o Ocidente como superior em relação ao resto mundo,
uma vez que a grande maioria das fontes e de quem detinha o poder da escrita e dos
relatos eram mãos brancas, masculinas e da elite . Esse processo resultou no apagamento
e silenciamento de muitos agentes históricos fundamentais para o compreendimento de
sociedades anteriores e do passado como um todo, além de contribuir ativamente na
construção e reafirmação de estereótipos e preconceitos contra esses grupos, dentre eles:
população negra, povos originários e mulheres. Nos últimos anos, a Historiografia tenta
superar essa visão unilateral limitada da História, buscando perspectivas diferentes dos
eventos históricos e dando voz a esses grupos, enriquecendo cada vez mais produções
acadêmicas e o conhecimento da área. Além disso, a importância desse movimento se deve
ao fato de superarmos “verdades absolutas” da História que reforçam o eurocentrismo e o
etnocentrismo.

Objetivo geral:

Mostrar a importância das novas perspectivas historiográficas, que rompem com os


discursos convencionais homogêneos centrados na superioridade do Ocidente.

Objetivos específicos:

- Apresentar a importância da História, especialmente como ferramenta social e

política, fazendo com o aluno se entenda como sujeito histórico

- Perceber a atualidade de momentos históricos


-Exemplificar e mostrar a importância de se utilizar uma historiografia que
descentraliza ideias enraizadas sobre certos agentes históricos

Conteúdos:
Temáticas a serem discutidas durante o desenvolvimento da aula:
- Porque estudamos História
- O que é Historiografia
- A importância de novas perspectivas historiográficas.
- Exemplificando: tese do pan-africanismo, escrevivências e perspectivas femininas
- Importância de fontes não convencionais que dizem mais sobre o cotidiano de uma
sociedade do passado

Conclusão da aula:

Estudar História nos faz perceber a atualidade de momentos históricos e a origem


de diversos aspectos da nossa sociedade, moldados especialmente por
tendências historiográficas eurocêntricas de perspectivas unilaterais. É
indispensável a utilização de novas tendências que descentralizam o monopólio
do conhecimento histórico e nos mostre outras perspectivas, para de fato
entender o passado.

Procedimentos metodológicos:

Aula expositiva dialogada, com a participação ativa dos estudantes.


Esta aula será dividida em dois momentos:

No primeiro momento, será sugerida uma reflexão ao aluno do porquê se estudar História,
com o intuito posterior de fazer o aluno se entender como sujeito histórico. Explicar sua
importância ao trazer: relação com o dia a dia, interrogar o passado a partir de questões do
presente, trazer a atualidade de momentos históricos, incitar o pensamento crítico a
“verdades absolutas da História” e reconhecer preconceitos e compreender seu
desenvolvimento.

No segundo momento, explicar a morfologia da palavra: escrita da História. Desenrolar o


debate mirando na história da História e como sua escrita foi produzida e centrada com o
tempo (ocidentalismo e eurocentrismo).

Mostrar a importância da atualização da historiografia e de fontes históricas que mostram


novas perspectivas da História, através de exemplos como a tese do pan-africanismo,
centralizando a importância da História de África contada por pessoas africanas e de
compreender e atualizar essa reflexão coletiva sobre a “perspectiva Africana”. Mostrar a
importância de se utilizar uma historiografia que descentraliza a ideia da escravidão como
principal marca da trajetória da população negra no Brasil, mostrar o passado de riqueza e
tecnologia dando o breve exemplo de escrevivências, pirâmides do Egito e do imperador
Mansa Musa.

Mostrar através de documentos históricos e material historiográfico não convencional a


perspectivas de mulheres do Brasil colônia através de seus testamentos, com o intuito de
mostrar como esse tipo de fonte diz muito mais sobre o cotidiano de sociedades do
passado, enriquecendo o conhecimento histórico, deixando claro que ainda sim eram
perspectivas muitas vezes elitistas.

Recursos didáticos:

- Notebook;
- Projetor ou tv;
- Slide.
Avaliação:
1.(ENEM 2023) Superar a história da escravidão como principal marca da trajetória do
negro no país tem sido uma tônica daqueles que se dedicam a pesquisar as heranças de
origem afro à cultura brasileira. A esse esforço de reconstrução da própria história do país,
alia-se agora a criação da plataforma digital Ancestralidades. “A história do negro no Brasil
vai continuar sendo contada, e cada passo que a gente dá para trás é um passo que a
gente avança”, diz Márcio Black, idealizador da plataforma, sobre o estudo de figuras ainda
encobertas pela perspectiva histórica imposta pelos colonizadores da América. Em relação
ao conhecimento sobre a formação cultural brasileira, iniciativas como a descrita no texto
favorecem o(a)

A) recuperação do tradicionalismo.
B) estímulo ao antropocentrismo.
C) reforço do etnocentrismo.
D) resgate do teocentrismo.
E) crítica ao eurocentrismo.

2.(ENEM 2020) A reabilitação da biografia histórica integrou as aquisições da história social


e cultural, oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada,
distinta, individual. Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos grandes
nomes, em formato hagiográfico — quase uma vida de santo —, sem problemas, nem
máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas, como
reflexos, como reveladores de uma época. De acordo com o texto, novos estudos têm
valorizado a história do indivíduo por se constituir como possibilidade de
A) adesão ao método positivista.

B) expressão do papel das elites.


C) resgate das narrativas heroicas.
D) acesso ao cotidiano das comunidades.
E) interpretação das manifestações do divino

Referências bibliográficas
BARBOSA, Muryatan Santana. A África por ela mesma: a perspectiva africana na História Geral
da África (UNESCO). Tese (Doutorado). São Paulo: Programa de Pós-Graduação em História –
USP, 2012.
RACHI, Sílvia. A vida em folhas de papel: escrita mediada na América portuguesa. rev. hist.
(São Paulo), n. 174, jan.-jun., 2016.

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