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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DCH I – CAMPUS I
CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: ASPECTOS DA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
DOCENTE: MÁRCIA BARREIROS
DISCENTE: ANA CAROLINNE CARDOSO

FICHAMENTO
GUARINELLO, N. L. História Antiga em memória social. In: GUARINELLO, N. L.
História Antiga. São Paulo: Contexto. 2013. p. 7-17

Em “História Antiga em memória social”, introdução do livro História Antiga, Norberto


Luiz Guarinello aborda como a História, da qual a História Antiga faz parte é importante
para a criação de uma identidade pessoal e de nação. Sendo a História Antiga o ponto
inicial para entendimento do processo de colonização europeia, ocidentalizando a História,
ela é usada como método do Estado brasileiro para reforçar uma identidade ocidental
através da memória, principalmente nas instituições de ensino, onde existe uma grande
reprodução dessa identidade cívica e principalmente como forma de significar a existência
de um estado.
Sob esta análise, consegue-se entender que essa ocidentalização da História não é por
acaso, trata-se de movimentos políticos para excluir outras sociedades e histórias para
continuar mantendo o Ocidente como centro da Antiguidade, já que “Antiga” nada mais é
que um adjetivo para a História do Ocidente que é ensinada nas instituições. Através da
necessidade de uma História que seja mundial para explicar os impactos da globalização no
mundo, a História que conhecemos vem passando por mudanças de pensamentos que não
funcionam mais atualmente. Em sua conclusão, o autor pontua que não é mais cabível
explicar a História contemporânea apenas sob a ótica da Europa, os povos civilizados pela
Europa têm histórias que precisam ser contadas. Por isso, é urgente a mudança da História
quebrando barreiras de tempo e Ocidente.

Palavras-chave: identidade; memória; história; ocidente; estado.


GUARINELLO, N. L. A história da História Antiga. In: GUARINELLO, N. L. História
Antiga. São Paulo. Contexto. 2013. p. 17-29

Em “A história da História Antiga”, primeiro capítulo do livro História Antiga, Norberto


Guarinello traz como se deu a criação da História Antiga que conhecemos hoje em dia,
sendo essa a priori um movimento cultural e literário partindo de textos preservado em
bibliotecas particulares, sendo reeditados e disseminados através da imprensa e objetos que
passaram a serem observados sob um novo olhar. São a prova de um passado que não foi
apagado com o rompimento do Império Romano. Resultou em uma reconstrução da
memória que mudou a concepção do Ocidente o que tornou a criação do “mundo antigo”
uma revolução cultural e como consequência foi importante para outras revoluções.
Por outro lado, não existia uma leitura crítica dos textos redescobertos, surgindo somente
entre os séculos XVI e XVII com a História Científica sendo essa um conjunto de teorias
sociais e políticas, leitura crítica dos textos e sistematização do repertório. A História
Científica foi importante para que os historiadores contemporâneos pudessem interpretar
fatos de muitos anos atrás de uma maneira que os historiadores antigos não conseguiam, o
que não torna a visão deles “errada”, a interpretação está limitada aos conhecimentos da
época.
No início do século XIX, novas concepções acerca da sociedade surgiram, tendo como
marco o livro “A origem das espécies”, de Charles Darwin e a mudança da noção de tempo
a partir de 1860 foram parte de um movimento amplo de hegemonia onde marcava a
superioridade da Europa, principalmente racial, do resto do mundo, marcando o Ocidente
como ponto inicial e principal da História Universal e a Europa como a verdadeira
civilização que servia de molde para outras. Porém, com o livro “cidade- antiga” de Fustel
de Coulanges e os pensamentos de Karl Marx e Max Weber, trouxeram uma nova
concepção por meio de análises críticas acerca da maximização das cidades antigas e suas
formas de organizações, conflitos e exploração, devendo ser estudadas a sua época, sem
colocá-las como mundo antigo pois as mesmas não tem essa capacidade de abrangência.
Palavras-chave: história antiga; mundo antigo; ocidente; europa; leitura crítica.
GUARINELLO, N. L. A História Antiga contemporânea. In: GUARINELLO, N. L.
História Antiga. São Paulo. Contexto. 2013. p. 29-47

Em “A História Antiga contemporânea”, segundo capítulo do livro História Antiga,


Norberto Guarinello aborda a importância e referência da disciplina científica para a
ciência histórica, com esforço dos historiadores da Antiguidade para manter sempre
atualizada impedindo que o conhecimento do “mundo antigo” fique estagnado,
complementando-se com os avanços das Ciências Humanas, mantendo-se atual por se
integrar ao presente e a reinterpretação da História Antiga. Ações como guerras,
revoluções e até o processo de globalização tem sua importância na nova intepretação da
História Antiga. No cenário de modificações importantes, surgem várias visões de
mudança histórica: a Modernista principalmente com Michael Rostovtzev e Marxista,
ambas explicavam as mudanças históricas e escravidão baseadas no capitalismo moderno,
luta de classes e burguesia, termos apagados entre historiadores da Antiguidade após
Finley Moses defender que a escravidão antiga era resultante de conflitos entre homens
livres ricos e pobres, não tem a ver com desenvolvimento econômico, sendo predominante
uma racionalidade política ao meio rural diferente da racionalidade econômica do
capitalismo.
Sob essa linha de transformações, a História Antiga passou por muitas ainda mais
profundas que tiveram seu ápice nos anos 1970. O ponto principal dessas mudanças está
no enfraquecimento dos países europeus pós-guerra e no processo de descolonização, a
partir disso a Europa não é mais vista como centro do mundo, desconsiderando tudo
advindo dela como “melhor de todas” e questionando seu modo de pensar, esse processo
de “desocidentalização” ainda está acontecendo, representando a quebra da visão de uma
“civilização superior” facilmente aceita pelos povos, mostrando agora sua luta e resistência
contra essa colonização. A partir da década de 1980, todos os fatos sociais passaram a ser
compreendidos por uma visão social e simbólica, mudando a História Antiga, tornando-a
também uma História Cultural ao substituir conceitos de classes por identidade, conflitos
entre classes viraram conflitos entre identidades, isso resultou na importância das
diversidades de identidades e culturas dos “povos antigos”, como a grega espalhada pelo
Mediterrâneo criando ‘culturas hibridas” acabando como achismo de um História da
Grécia unificada.
Palavras-chave: mudanças históricas; descolonização; capitalismo; identidade; cultura.
GUARINELLO, N. L. O Mediterrâneo: processos de integração. In: GUARINELLO, N. L.
História Antiga. São Paulo. 2013. Contexto. p. 47-59

Em “O Mediterrâneo: processos de integração”, terceiro capítulo do livro História Antiga,


Norberto Guarinello ressalta novamente a História Antiga como importante para nossa
identidade e memória social, agora trazendo essa abordagem crítica a partir dos estudos
sobre o Mediterrâneo, sendo esse uma unidade difícil de entender, substituindo as antigas
Histórias da Grécia, Roma e Império Romano. O Mediterrâneo um local onde foram
desenvolvidas as comunicações entre os povos que viviam em seu entorno, suas poucas
marés facilitavam as navegações e conexões entre as comunidades. A produção agrícola do
Mediterrâneo dependia das chuvas, não podendo ser autossuficientes, cada lugar tinha seu
período específico de chuvas necessitando de uma variedade de plantações e também do
contato com outras comunidades, todas dependiam uma das outras.
A partir disso criou-se entendido hoje como comércio, mas era visto como um sistema de
trocas que alimentaram a colonização, escravidão e procura por melhorias dos materiais da
época para tornar a comunidade mais forte, acentuando relações de poder, resultando na
dominação de outras comunidades, escravos e mais poder econômico.
Palavras-chave: Mediterrâneo; comunicação; comunidades; poder;

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