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Novas perspectivas
Peter Burke (organizador)
Profº Machado
Sobre o autor
● Nascido em 1937
● Historiador inglês
● Doutorado em Oxford
● Professor emérito de Cambridge
● Inicialmente especialista em história moderna europeia
● Professor-visitante do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP) 1994 - 1995
● Foi colunista da Folha de SP
● Especialista na obra de Gilberto Freyre
● A obra é organizada por Burke, que escreveu o primeiro e o último capítulo.
A nova história seu passado e seu futuro
A nova história é a história escrita como uma reação deliberada contra o “paradigma”
tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de
ciência americano Thomas Kuhn. Será conveniente descrever esse paradigma tradicional
como história rankeana, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke
(1795-1886) […]. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova
história pode ser resumido em seis pontos.
A nova história é a história escrita como reação deliberada contra o “paradigma” tradicional,
aquele termo útil, embora impreciso […] Será conveniente descrever este paradigma
tradicional como “história rankeana”, conforme o grande historiador alemão Leopold von
Ranke (1795-1886). Poderíamos também chamar este paradigma de a visão do senso
comum da história, não para enaltecê-la, mas para assinalar que ele tem sido com
frequência – com muita frequência – considerado a maneira de se fazer história.
Para Peter Burke, a antiga e a nova história se contrastam, entre outros pontos, pois, em
termos do paradigma tradicional, a história
Alternativas
● Entende que a pesquisa e a escrita da História devem se restringir ao espaço local ou
regional; já a nova história, tem como grande objeto de investigação a formação e o
desenvolvimento dos Estados Nacionais Modernos.
● Considera que o texto historiográfico precisa ser baseado na filosofia especulativa da história;
a nova história defende que os investigadores do passado humano desenvolvam pesquisas
sobre a epistemologia da história.
● percebe a profunda relatividade do conhecimento do passado, cabendo ao historiador
construir várias versões possíveis; a nova história tem radical comprometimento com a busca
da verdade histórica.
● abrange as relações entre as esferas do político, econômico e cultural, privilegiando o
espaço global; na nova história, recomenda-se o uso de documentos escritos e oficiais,
isentos de qualquer contaminação ideológica.
● diz respeito, em essência, à política e pensam a história como fundamentalmente uma
narrativa de acontecimentos; a nova história tem interesse em toda a atividade humana e
cuida da análise das estruturas
● A DEFINIÇÃO DA HISTÓRIA VISTA DE BAIXO, é uma alternativa que traz problemas e
precisa de reflexões: Essa história deveria discutir os pontos de vistas e as ações de
todos os excluídos do poder ou deveria lidar com a política em nível local?
● Definição: Dificuldade de definir HISTÓRIA DA CULTURA POPULAR é a noção de
"cultura".
● Uma noção ampla de cultura entende que Estado, grupos sociais e até o sexo são
culturalmente construídos, porém, o que não deve ser considerado cultural?
● Explicação: Outrora rejeitada como trivial, a história da vida cotidiana é encarada
agora, por alguns historiadores, como a única história verdadeira, o centro a que tudo o
mais deve ser relacionado.
● Consequência e impacto do relativismo cultural é o desmembramento da HISTÓRIA
CULTURAL e a HISTÓRIA SOCIAL.
● Segundo Norbert Elias, a noção de cotidiano é imprecisa:
● “Igualmente difícil de descrever ou analisar é a relação entre as estruturas do
cotidiano e a mudança. Visto de seu interior, o cotidiano parece eterno. O desafio para o
historiador social é
Mostrar como ele de fato faz parte da história, relacionar a vida cotidiana aos grandes
acontecimentos, como a Reforma ou a Revolução Francesa, ou a tendências de longo prazo,
com a ocidentalização ou a ascensão do capitalismo."
O problema das fontes
“Método histórico, método filosófico, método crítico: belos utensílios de precisão. Honram
os seus inventores e as gerações que os usaram, que os receberam dos seus antecessores e
os aperfeiçoaram, utilizando-os. Mas saber manejá-los, gostar de os manejar — isso não
chega para fazer o historiador. Só é digno desse belo nome aquele que se lança totalmente
na vida, com o sentimento de que ao mergulhar nela, ao penetrar-se na humanidade
presente, decuplica as suas forças de investigação, os seus poderes de ressurreição do
passado. De um passado; que detém e que, em troca, lhe restitui o sentido secreto dos
destinos humanos”.
(FEBVRE, L. Combates pela história. Lisboa: Editorial Presença, 1989, pp. 49-50).
Peter Burke define a “Escola dos Annales” como uma revolução francesa da historiografia.
Constituem elementos dessa revolução:
Alternativas
● Esse movimento pode ser sintetizado no período entre 1920-1945, e caracterizou-se por ser
pequeno, radical e subversivo contra a história tradicional, a história política e a história dos eventos.
⦁ Depois da Segunda Guerra Mundial, o movimento, que mais se aproxima verdadeiramente de uma
“escola”, com conceitos diferentes (particularmente estrutura e conjuntura) e novos métodos
(especialmente a “história serial” das mudanças na longa duração).
⦁ Na história do movimento, podemos falar em uma terceira fase que se inicia por volta de 1968. É
profundamente marcada pela fragmentação, no entanto não podemos falar num distanciamento dos pais
fundadores.
⦁ A Escola dos Annales incorpora diversos conceitos marxistas, como “estrutura”, “classes sociais” e
“totalidade histórica”, caracterizando o movimento como uma variante das escolas históricas do marxismo
ocidental.
ELEMENTOS DA REVOLUÇÃO CONFORME PETER BURKE
"Esse movimento pode ser dividido em três fases. Em sua primeira fase, de 1920 a 1945,
caracterizou-se por ser pequeno, radical e subversivo, conduzindo uma guerra de
guerrilhas contra a história tradicional, a história política e a história dos eventos.
Depois da Segunda Guerra Mundial, os rebeldes apoderaram-se do establishement
histórico. Essa segunda fase do movimento, que mais se aproxima verdadeiramente de
uma “escola”, com conceitos diferentes (particularmente estrutura e conjuntura) e
novos métodos (especialmente a “história serial” das mudanças na longa duração), foi
dominada pela presença de Fernand Braudel. ". Peter Burke – A Revolução Francesa da
Historiografia
A expansão do campo do historiador.
⦁ Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da
invenção como um atributo de apenas gênios isolados.
⦁ Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande
invenção decorre do talento pessoal de um gênio.
QUESTÃO
A nova história é a história escrita como reação deliberada contra o “paradigma” tradicional,
aquele termo útil, embora impreciso […] Será conveniente descrever este paradigma tradicional
como “história rankeana”, conforme o grande historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886).
Poderíamos também chamar este paradigma de a visão do senso comum da história, não para
enaltecê-la, mas para assinalar que ele tem sido com frequência – com muita frequência –
considerado a maneira de se fazer história.
Para Peter Burke, a antiga e a nova história se contrastam, entre outros pontos, pois, em termos do
paradigma tradicional, a história
Alternativas
● Entende que a pesquisa e a escrita da História devem se restringir ao espaço local ou
regional; já a nova história, tem como grande objeto de investigação a formação e o
desenvolvimento dos Estados Nacionais Modernos.
● Considera que o texto historiográfico precisa ser baseado na filosofia especulativa da história; a nova
história defende que os investigadores do passado humano desenvolvam pesquisas sobre a
epistemologia da história.
● percebe a profunda relatividade do conhecimento do passado, cabendo ao historiador construir
várias versões possíveis; a nova história tem radical comprometimento com a busca da verdade
histórica.
● abrange as relações entre as esferas do político, econômico e cultural, privilegiando o espaço
global; na nova história, recomenda-se o uso de documentos escritos e oficiais, isentos de qualquer
contaminação ideológica.
● diz respeito, em essência, à política e pensam a história como fundamentalmente uma narrativa de
acontecimentos; a nova história tem interesse em toda a atividade humana e cuida da análise das
estruturas.