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PETER BURKE
PEDAGOGIA
INTRODUÇÃO
Uma obra acadêmica de Peter Burke, intitulada “O que é História Cultural”, onde
exemplifica, reproduz e discorre a respeito das tendências existentes na história cultural,
citando autores e suas colaborações.
DESENVOLVIMENTO
Ao estudar o que vem a ser História Cultural, entendemos sua efetivação difundida por
anos na Alemanha. Encontramos fase clássica, a passagem da sociologia à história
social da arte, cultura popular e nova história cultural.
Verificamos o legado de Erwin Panofsky nos clássicos sobre hermenêutica visual, que
seria a iconografia e iconologia, ou seja, a interpretação e explicação através das
imagens. Houve uma divulgação bastante importante e estimulante quanto a História
Cultural, onde a grande diáspora formou grupos em busca de novos estudos e novas
explicações que migraram da Alemanha para os Estados Unidos, sendo difundida e
explorada cada vez mais, adentrando ao mundo das ideias, enquanto que na Grã-
Bretanha, estava surgindo uma história cultural e intelectual, fora dos campos da
história. Apesar de um grupo de marxistas interessarem pela ligação cultura e sociedade,
muitos deles literalmente contemplavam somente as lutas de classes, esquecendo-se
totalmente do social. Edward Thompson exaltando papel crucial nos novos historiadores
com ideias de novos estudos na vida cultural da população.
A história cultural pode ser tanto impressionista quanto serial, partindo do pressuposto
da análise de toda realidade que o passado quer nos mostrar e a outra o estudo cientifico
como um todo, uma poderá dialogar com a outra. Continua a questão citando Clapham
que levanta o problema de análise de conteúdo, consiste em escolher um texto ou corpus
de textos, contando a frequência das referências analisando associação entre temas.
Exemplifica o grupo de Saint-Cloud, que trabalhou com a Revolução Francesa, onde os
resultados não foram satisfatórios levando-se em conta que as mesmas palavras podem
significar coisas diferentes, agrupando métodos literários, a análise do discurso pode
trabalhar similarmente, através da análise linguística.
Os marxistas criticam a abordagem clássica da cultura dizendo que ela “fica no ar”, e
não tem nenhuma base econômica ou social. Burckhardt aceitou o comentário alegando
não ter muito a dizer sobre economia do Renascimento italiano, enquanto que Huizinga
desconhecia a peste negra. Panofsky também nada falou sobre as classes sociais que
realizaram arquiteturas, escolásticas góticas, mestres-de-obras e os mestres das artes.
Outra crítica dos marxistas aos clássicos, viria de Edward Thompson, onde imputa aos
historiadores clássicos da cultura de valorizar a homogeneidade cultural, ignorando
conflitos, sendo ele, um marco da história cultural britânica, recebendo críticas e
fazendo-as, sua obra estimulou uma crítica interna aos conceitos marxista, fundação
econômica, social/base e superestrutura cultural. As respostas principais seriam estudar
as tradições culturais, tratar a cultura erudita e popular como subculturas, não
completamente separadas ou autônomas.
A Expressão nova historia cultural, bem sucedido nos Estados Unidos, agrupando
historiadores da literatura com olhar voltado para o novo historicismo, conhecido
internacionalmente, como na França onde a história das mentalidades e do imaginário
social, tendo em como referência JacquesLê Goff.
Historiadores sociais como EmmanuelLê Roy Ladurie, Daniel Roche, Lynn Hunt, Carlo
Ginzburg e Hans Medick, não marxistas, mas contempladores Marx, na década de 60,
seguiam a antropologia a fim de relacionar cultura e sociedade. O interesse pela cultura
popular, foi capaz de tornar a antropologia mais relevante para os historiadores, pois
possuía um conceito mais amplo de cultura, estudos dos símbolos e da vida cotidiana.
Com a chegada da década de70, a micro-história aparece elucidando um novo gênero
histórico por um grupo de historiadores italianos como Carlo Ginzburg, Giuovanni Levi
e Edoardo Gerandi, uma crítica a história das grandes narrações, e a “globalização” da
cultura. Peter Burke argumenta que na década de 70, muitos foram os estudos sobre
micro-história, mas adverte para a depreciação no rendimento intelectual. O problema
significante estaria em relacionar o estudo do “local” com o global, o debate ente a
micro e a macro história.
Peter Burke lança a questão sobre um novo paradigma, referindo-se a nova história
cultural, e o que vem a ser de fato esse modelo e fundamentações. Lynn Hunt cunha o
termo “nova história cultural”, expressão usada em livro lançado em 1989, sendo a
“nova” uma expressão a fim de diferenciá-la dos da antiga história cultural, o termo
cultura ainda se mantém, com a função de especificar o tipo de história que é feito.
A história das práticas seria uma das áreas mais afetadas pela teoria social e cultural,
causando impacto sobre campos relativamente tradicionais na história cultural. Foucault
realçava as representações, criticando também os historiadores pela ideia empobrecida
do real, que não deixava ideia para o que é imaginado, houve reação pelos historiadores
a essa provocação.
Existe um forte interesse popular pelas memórias históricas, reações e acelerações das
mudanças sociais e culturais que ameaçam as identidades, ao separar aquilo que somos
daquilo que fomos. Quando algo retrocede no tempo, perde algo de sua especificidade,
ou seja, são distorcidos. As memórias de conflitos são também conflitos de memória.
Na construção de classe e gênero, existiam categorias sociais, que agora parecem mais
flexíveis, a classe, é vista como uma construção cultural, histórica ou discursiva. No
gênero, é necessário distinguir entre visões de masculinidade e feminilidade, e os papéis
de cada.
A performance nunca é mera interpretação ou expressão, mas tem um papel mais ativo,
de vez que a cada ocasião o significado é recriado. Destacar a multiplicidade e os
conflitos de significados. O ocasionalismo seria um movimento que distância da ideia
de reações fixas, segundo regras, e que caminha, em direção à noção de respostas
flexíveis, de acordo com a lógica ou a situação.
CONCLUSÃO
A NHC pode estar chegando ao fim do seu ciclo de vida, mas a história cultural mais
ampla está em progresso – história das linguagens. Porém os problemas correntes ainda
estão sem solução. A ultima geração de discussões estão mais estimulantes sobre os
métodos históricos-ampliação do território da profissão e ampliação do público.
A história cultural sozinha não é a melhor, junto com as outras histórias dão uma visão
histórica do toda – história total. Ciente de que “modas culturais” passam, devem-se
garantir os ganhos da percepção histórica da virada cultural.
Toda a explanação de Burke nessa obra que consideramos serem excelentes para nós
iniciantes na área de Licenciatura de História, onde engatinhamos no desconhecido,
para se chegar à consciência da própria existência, de tudo e todos, gerando uma
partícula minúscula de fantasias podem se tornar uma realidade ao adentrarmos o campo
das pesquisas, das análises, conjecturas, e sentir através de abordagens do passado
poderia se fazer uma História Cultural, a Nova História Cultural e a História Social.
A partir da leitura desse livro, concluímos com veemência o que vem a ser História
Cultual, porque traz uma essência com a possibilidade de se chegar a um pensamento
sólido, quanto ao que se diz a respeito à História Cultural, ela não é limitada, nem
efêmera, simplesmente ela é sedutora de novas perspectivas de estudos e análises de
diversos campos, conceitos dos que ainda não foram estudados e de nova análise dos
que já foram examinados, seria uma infinidade de novas perspectivas, no ponto de vista
da virada cultural. Peter Burke menciona que a NHC já fez 20 anos, e de que ela pode
estar chegando ao fim, depois da leitura desse livro, pensamos que ela apenas atingiu a
maioridade, e que agora encaminha para o seu amadurecimento total. Embora houvesse
alguns temas e conceitos com visões de fora ou até mesmo de dentro, totalmente
inviáveis, assim, concluímos existir uma fraqueza evidente por parte de alguns
historiadores, ou até mesmo um esgotamento de estudos e
pesquisas. BIBLIOGRAFIA
FURLAN, Vera Irmã. O estudo de textos teóricos, In: CARVALHO, Maria Cecília M.
de org. Construindo o saber: metodologia científica – fundamento e técnicas. Campinas:
Papirus:2005. p. 119-126.