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Escola Comunitária Nossa Senhora do Livramento

Trabalho de Filosofia
Tema: Possibilidade e Impossibilidade do Conhecimento

Discentes: No : CLASSE:11ª Turma:B3

 Brigildo da Cruz 07
 Gerênimo Mussalafuane 12
 Kelven da Olga 17
 Kelven Justino 18
 Keven Xadreque 19
 Wichard Valente 34

Docente: Beatriz Banzo

Matola, Maio _2022


ÍNDICE

(imp)possibilidade conhecimento................................................................................1

Dogmatismo.................................................................................................................1

Formas do Dogmatismo...............................................................................................2

Cepticismo....................................................................................................................3

Criticismo de Immanuel Kant.......................................................................................5

Pragmatismo..................................................................................................................6
Introducão

O presente trabalho abrange conteúdos que explicam a questão da (im)possibilidade do


conhecimento e que partindo dessa questão formam se diferentes doutrinas e correntes
em que nas mesmas correntes existem filósofos que respondem essa questão partindo de
sua forma de pensar e entender.
Possibilidade ou impossibilidade do conhecimento

Se acreditamos na existência de algum conhecimento sobre o objeto, será que é possível


ao homem um conhecimento certo e verdadeiro acerca do objeto?

As questões que aqui se colocam são:

Pode o sujeito aprender o objeto? Pode atingir a verdade, a essência das coisas, ou está
condenado às suas múltiplas aparências? Existem duas correntes que respondem a este
problema: o dogmatismo (diz que sim) e o cepticismo (diz que não)

Dogmatismo

O dogmatismo é uma doutrina ou corrente filosófica que admite a possibilidade da


mente humana conhecer com plena certeza as coisas; é uma resposta positiva à questão
da possibilidade ou não de o Homem conhecer as coisas; é a atitude de todo aquele que
crê que o Homem tem meios para atingir a verdade absoluta.

Para o dogmático, existem critérios que permitem ao Homem distinguir o verdadeiro do


falso, o certo do duvidoso. Por isso, a percepção de qualquer objeto leva o dogmático a
crer, com toda a naturalidade, na existência do mesmo, não admitindo a possibilidade de
que o conhecimento de tal objeto possa ser posto em causa.

A palavra «dogmatismo» provem de uma outra: «dogma». Dogma é uma verdade


indiscutível, defendida, muitas vezes, pelas religiões. Por exemplo, é dogma entre os
cristão católicos que Maria deu à luz o menino Jesus, porém permaneceu virgem. É uma
verdade que não se pode discutir, é dogma. Ao contrário do cepticismo (ver mais
adiante), o dogmatismo não se confronta com a dúvida, pois este admite meramente a
possibilidade do conhecimento, considerando-o como um dado adquirido, como algo
que nem sequer é posto em questão.

Os dogmáticos não pensam da mesma forma: uns são intransigentes nas suas posições,
outros são moderados quanto à possibilidade da mente humana conhecer ou não as
coisas. Assim podemos falar de espécies ou formas do dogmatismo: o espontâneo e o
crítico.
a) Dogmatismo espontâneo

Este supõe que o Homem conhece os objetos tal qual são e que entre o
conhecimento e a realidade há um perfeito acordo. O dogmatismo espontâneo é uma
atitude humana e psicológica de quem deposita plena confiança nos dados dos
sentidos; atitude de quem julga conhecer as coisas como elas são; é uma crença que,
como tal, não permite reflexão ou crítica sequer sobre a existência das coisas, a
partir do momento em que o espírito as cogita (pensa). Para o dogmatismo
espontâneo, que a posição ingénua do senso comum, pensar o contrário significaria
colocar em dúvida a verdade cientifica, porque pode dar-se o caso de aquilo que se
crê ser falso.

Aí cairiam todas as verdades científicas como se de uma casa construídas no areal se


tratasse

b) Dogmatismo crítico

O dogmatismo crítico ou moderado surge com Sócrates, quando os sofistas


assumem uma posição céptica acerca do valor do conhecimento. Sócrates, utilizando
primeiro a dúvida, que corresponde a um momento necessário e prévio no processo
do conhecimento verdadeiro, vai chegar à conclusão de que é possível conhecer
verdadeiramente determinadas realidades. É notório que este dogmatismo coloca o
conhecimento intelectual acima do conhecimento sensível, uma vez que este apenas
nos dá a conhecer as manifestações da realidade, manifestações essas que mudam
continuamente com o passar do tempo, ao passo que aquele outro, o intelectual ou
racional, dá-nos a conhecer a essência ou natureza intima da realidade. Esta essência
ou natureza intima da realidade imutável, por isso o seu conhecimento é absoluto.

Contrariamente ao dogmatismo espontâneo, que admite um conhecimento absoluto


das coisas, o dogmatismo crítico admite, sim, a possibilidade de o Homem possuir
conhecimentos certos acerca das coisas, mas este conhecimento nem sempre é total
e perfeito. Por isso, exige que se faça um exame crítico de todas as certezas naturais,
incluindo as verdades básicas ou metafísicas.

Partilhando da perspectiva que se deve submeter todas as certezas a um exame crítico, o


filosofo francês René Descartes (1596-1650) considerou que a atitude do filosofo devia
ser, para que este chegue à verdade, a do uso da dúvida como método ou caminho
seguro. É a chamada dúvida metódica, que iria influenciar toda a Idade Moderna e a
História da Filosofia. Para Descartes, o conhecimento seria evidente e seguro após uma
análise anterior que colocasse tudo em dúvida, pois só depois se poderia ficar apto a
conhecer as verdades claras e evidentes que se dão conhecer ao espírito. Seguindo a
mesma ordem de pensamento, o filósofo Claude Bernard (século XIX) julga
indispensável, para o sábio, o uso da dúvida. Segundo este, a primeira condição que
deve ter um sábio, nas suas investigações, é a dúvida filosófica.

Cepticismo

O cepticismo é uma doutrina ou corrente filosófica que considera a mente humana


incapaz de atingir qualquer que seja o conhecimento ou a verdade com certeza absoluta;
é uma atitude negativa ou pessimista do Homem face à problemática da possibilidade da
mente atingir um conhecimento absolutamente certo ou verdadeiro.

O cepticismo, como doutrina filosófica, tem as suas raízes nos sofistas (século V a.C.),
os quais, ao constatarem as contradições dos filósofos anteriores, concluíram, de forma
pessimista, que a verdade absoluta era inacessível. A título de exemplo, temos a
oposição radical entre o pensamento de Parménides e os outros eleatas (que negavam o
movimento e a transformação das coisas, considerando que não passavam de ilusão dos
sentidos) e o pensamento de Heraclito de Éfeso, que considerava uma ilusão a
permanência das coisas, sustentando que tudo se encontrava em constante mudança. A
isto, Pirron, um dos grandes expoente do cepticismo (século IV-III a.C.), afirma
categoricamente que não devemos confiar nos sentidos nem na razão, mas duvidar de
tudo e de nada, inclusive da própria dúvida.

Argumentos fundamentais do cepticismo:

a) Os erros dos sentidos

Para os cépticos, os sentidos estão constantemente sujeitos a ilusões e alucinações,


factores esses que deformam as impressões captadas dos objetos, sendo por isso
fonte de erros. Um prédio de trinta e três andares visto à distância assemelha-se a
um prédio de a um prédio de três ou quatro andares situado do outro lado onde se
encontra o observador. Quando estou no autocarro em movimento a observar a
paisagem, o que parece estar em movimento não é o autocarro que me leva, mas sim
a paisagem que observo. Parecendo que não, em determinadas circunstancias, os
nossos sentidos mostram-nos os objetos de forma diferente da que possuem na
realidade. Como confiar nos sentidos se são testemunhos falíveis? – pergunta o
céptico.

b) Relatividade do conhecimento sensorial

As informações sensoriais sobre o mesmo objeto diferem de indivíduo para


indivíduo, e, por vezes, no mesmo indivíduo podem variar de acordo com as
circunstancias em que elas são percebidas: o que para uns é quente para outros é frio
e vice-versa; a água que para uns é salubre (por isso impropria para o consumo),
para outros é doce (própria para o consumo). A relatividade do conhecimento é mais
um argumento contra a existência de um conhecimento certo e absoluto das coisas.

c) A impossibilidade de demonstração

Se eu tomo como verdade que «os Moçambicanos são pacíficos», então devo provar
a minha asserção e em seguida é preciso que prove, de igual modo, a minha prova. E
a isto dirá o céptico: «prova a tua prova». Portanto, para o céptico, cada prova exige
uma outra prova e esta outra, ainda, até ao infinito. Disto podemos inferir que nunca,
para um céptico, se poderá chegar a uma asserção que seja devidamente
demonstrada, visto cada coisa ter uma infinidade de relações umas com as outras.
Por isso, não conhecemos tudo.

Importa, todavia, frisar que nem tudo é demonstrável, como o céptico pretende, e que há
verdades imediatamente evidentes, que como tal constituem fundamento da aquisição
de novas verdades. Convém notar, primeiro, que o cepticismo como doutrina filosófica,
na sua forma radical, duvida de tudo e sustenta que nada é seguro ou verdadeiro. Esta
posição é insustentável e, qualquer que seja o argumento, é contraditório pela seguinte
razão: se tudo é duvidoso, como defende o céptico, é igualmente duvidoso que tudo é
duvidoso. Afirma o filosofo cristão Santo Agostinho (século IV-V): se a verdade não
existe, é verdade que a verdade não existe e, por conseguinte, existe a verdade, a
verdade de a verdade não existir; ou, por outra, se é verdade que nada existe que seja
seguro, então é verdade que nada é seguro, por conseguinte, existe algo que é seguro, a
verdade de que nada é seguro.
A dúvida céptica é definitiva, é uma conclusão e não um ponto de partida, ela é
destrutiva e, como tal, opõe-se à dúvida metódica sustentada por Réne Descartes. É
nesse sentido que Diógenes de Laércio (século III) afirma: os cépticos passam o tempo a
destruir os dogmas das outras correntes e, em contrapartida, não estabelecem nenhum.
Enunciando ou explicando as doutrinas dos outros filósofos, não definem nada por eles
próprios, nem mesmo aquilo que se abstêm de definir.

Criticismo de Immanuel Kant

O criticismo resulta da distinção entre a realidade tal como ela é (númeno) e a realidade
tal como nos aparece (fenómeno). De acordo com a reflexão de Kant, o intelecto
humano não está estruturado de forma a captar as propriedades do númeno, o mundo
das coisas em si. Este mundo não se adapta as esquemas do pensamento. Por isso,
somente nesta última esfera (mundo dos fenómenos) podemos falar da possibilidade do
conhecimento da verdade, que é uma verdade humana, finita e não absoluta, porque
baseada na experiência, que nunca é universal.

Para Kant, o ser humano pode conhecer as coisas do mundo das coisas materiais e
jamais conhecer as do mundo das realidades espirituais. O nosso conhecimento produz
verdades não absolutas porque dependem da experiência vivida pelo sujeito
cognoscente.

Pragmatismo

O pragmatismo surgiu no início do século XX nos Estados Unidos da América com


William James, Charles Pierce e John Dewey, os quais privilegiam a dimensão prática
do Homem. O pragmatismo subordina o conhecimento a um fim prático, ao considerar
que as ideias só são verdadeiras precisamente e na medida em que nos permite
estabelecer satisfatoriamente uma relação com a nossa experiência. Consequentemente,
a verdade de um conhecimento mede-se pela sua utilidade, pela sua eficácia. Por outras
palavras, é verdadeiro aquilo que é útil ao Homem. Neste sentido o pragmatismo
manifesta-se contra a concepção estática da verdade por conseguinte, do conhecimento.

Considera-se pragmático aquele que adequa os conhecimentos aos fins práticos a que se
propõe e obtém resultados úteis e proveitosos.
Conclusão

- Existem duas correntes que respondem a questão da (im)possibilidade do


conhecimento;

- As correntes que respondem essa questão são: dogmatismo (sim) e cepticismo (não);

-Dogmatismo provém da palavra Dogma que se refere a uma verdade indescutível;

-O cepticismo surge a partir dos sofistas;

-O Criticismo de Immanuel Kant parte da distinção da realidade como ela é, e como ela
chega em nós. Em que são designadas númeno e fenómeno;

-Segundo o Pragmatismo o conhecimento só é verdadeiro se tiver uma utilidade na


dimensão prática.
Bibliografia
Manuel Biriate, J. S. (s.d.). O meu caderno de actividades de introdução à Filosofia-11ª Classe.

Manuel Mussa Biriate, E. G. (s.d.). Pre-Universitario-Filosofia 11ª. Maputo, Maputo,


Mocambique: Logman Mocambique.

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