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PERGUNTAS DE UM OPERÁRIO QUE LÊ

Quem construiu Tebas, a das sete portas?


Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a reconstruiu?
Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
foram os seus pedreiros?

A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.


Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares?
A tão cantada Bizâncio só tinha palácios para os seus habitantes?
Até a legendária Atlântida na noite em que o mar a engoliu
viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias sozinho?


César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos.
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.


Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias.
Quantas perguntas.

(Bertolt Brecht - 1935)

1. Esses versos são parte do poema “Perguntas de um operário que lê”, composto pelo teatrólogo alemão
Bertold Brecht (1898-1956). É correto afirmar que o poema de Bertold Brecht pode ser entendido como:
a) Uma exaltação aos reis que dirigiram processos históricos significativos, levando à construção de cidades
importantes para a humanidade.
b) Uma crítica à visão convencional de muitos historiadores, cujas narrativas se referem apenas aos
dirigentes das sociedades.
c) Uma homenagem aos reis e aos construtores que, unidos, construíram as cidades de Lima, Roma e
Babilônia.
d) Uma crítica aos historiadores modernos que, em suas narrativas, exaltam apenas o papel desempenhado
por trabalhadores braçais nos processos históricos.
e) Uma constatação de que a destruição e reconstrução de cidades foram uma constante ao longo da história
da humanidade.
2. Considerando os questionamentos de Bertold Brecht, assinale a alternativa que contém a melhor
interpretação para a frase de Heródoto: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
a) Permite constatar o desconhecimento de Heródoto no que diz respeito à Geografia, uma vez que os rios
que atravessam o território egípcio são Tigre e Eufrates.
b) Representa um anacronismo pois, no século V a.C., quando proferida, o Egito era ainda colônia do
grande Império Bizantino. 
c) Atribui apenas à presença do Nilo o desenvolvimento do Egito, porém não considera a importância da
presença humana, do trabalho empreendido na utilização do rio e dos benefícios naturais para o
desenvolvimento da região.
d) Representa a profunda religiosidade do povo egípcio, o qual atribuía ao deus Nilo o desenvolvimento do
Império, à época, no período pré-dinástico.
e) Atribui centralidade às ações do imperador Nilo que, entre os séculos VI a.C. e V a.C., administrou o
processo de expansão territorial do Império Egípcio, sem, todavia, ressaltar a participação dos soldados que
lutavam sob o comando do imperador. 

3. Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória
construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A crítica refere-se a qual fato?
a) Os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos
ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.
b) A História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que
se desenvolveram ao longo do tempo.
c) Os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades
antigas e distantes no tempo.
d) Grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos
governantes das sociedades que os construíram.
e) As civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de
pesquisas históricas.

Escolha uma profissão e descreva suas funções

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