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DOIS PONTOS ..............................158 Pronome possessivo ...................

185
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
PONTO .........................................159 VERBO ......................................... 186
DE TEXTO .................................. 121
PONTO DE INTERROGAÇÃO .........159
COMPREENSÃO (ESTÁ NO TEXTO)121 PONTO DE EXCLAMAÇÃO ............160 Estrutura verbal ........................ 186
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ESTÁ TRAVESSÃO .................................160 Desinências verbais (DV) .......... 186
ALÉM DO TEXTO) .................... 121 PARENTESES ................................160 Modo........................................... 187
Postura diante do texto ........... 122 Tempo ......................................... 188
ASPAS ..........................................161
Voz 188
Erros comuns ........................... 124 RETICÊNCIAS ................................161
Conjugação dos verbos............. 189
Tópico frasalErro! Indicador não definido.
CLASSES GRAMATICAIS ................ 162 Tempos derivados do presente do
Estudando a introdução ............. 129
indicativo ............................ 190
Texto verbal e não verbal ........ 129 SUBSTANTIVO..............................163
Classificação ............................. 191
Charge ........................................ 131 Classificação .............................163
Cartum ........................................ 132
Locução verbal ......................... 192
Gênero ........................................ 164
Quadrinhos ................................. 132 Auxiliar e principal ...................... 192
Identificação ............................... 164
Flexão verbal e nominal ........... 193
TIPOLOGIA ................................... 135 Substantivação............................ 165
Nomialização .............................. 165
ADVÉRBIO ................................... 195
CLASSIFICAÇÃO ........................... 135 Locução substantiva ................... 165 Locução adverbial .................... 195
Funcional ................................. 135 Variação em número .................. 165 Advérbios interrogativos .......... 195
Formal ..................................... 135 Mudança de sentido ................... 166 Grau de advérbio ...................... 196
Gêneros.................................... 135 Regras dos compostos ................ 166 PREPOSIÇÃO ............................... 197
Variação em grau ........................ 166 Classificação............................. 197
TIPOS TEXTUAIS .......................... 136
Formas estilísticas ....................... 166 Locução prepositiva ................. 197
Narração .................................. 136
ADJETIVOS ...................................167 Combinação, contração e crase197
Elementos da narração ............... 136
Descrição ................................. 137 Identificação .............................168 CONJUNÇÃO ................................ 198
Adjetivação ................................. 168
Tipos de descrição ...................... 137 Classificação ............................. 198
Recursos de nominalização......... 169
Dissertação .............................. 138 Conjunção coordenativa ............. 198
Classificação .............................169
Dissertação informativa Conjunções subordinativas ....... 198
(EXPOSITIVA) ...................... 138  Simples: Apresenta um NUMERAL .................................... 200
Dissertação ARGUMENTATIVA ... 138 radical: ................................169
Classificação ............................. 200
Injunção ................................... 139 Locução adjetiva .......................169
Diálogo .................................... 139 Variação de gênero ..................169 CONCORDÂNCIA .......................... 202
Tipos de estratégias Variação em grau .....................170 CONCORDANCIA VERBAL ............ 202
argumentativas ................. 139 Grau comparativo ....................... 170 Concordância do sujeito simples202
Argumentação por autoridade ... 139 Grau superlativo ......................... 170 Silepse de pessoa ........................ 203
Argumentação por analogia ....... 140 Variação de numero .................171 Silepse de número ...................... 203
Argumentação por apresentação de Valor discursivo ........................171 Concordância do sujeito composto203
dados estatísticos ............... 140 ARTIGO ........................................172 Concordância do sujeito
Argumentação por exemplos ..... 140 Classificação .............................172 indeterminado .................... 203
TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO145 Artigos definidos ......................... 172 Concordância da oração sem
Artigos indefinidos ...................... 172
sujeito ................................. 204
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS ........ 147 Combinação ..............................173 Casos especiais ............................ 204
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO ...... 149 Identificação .............................173
Sentido figurado (conotativa) .. 149 Uso do artigo ............................173 CONCORDÂNCIA NOMINAL ......... 205

PONTUAÇÃO ............................... 151 PRONOME ...................................176 Concordância do adjetivo ......... 205


Classificação .............................176
VÍRGULA ..................................... 151 Pronomes pessoais ..................... 176
REGÊNCIA .................................... 207
Vírgula dentro da oração ......... 152 Colocação pronominal ..............179 REGÊNCIA VERBAL ....................... 207
Vírgula entre as orações .......... 152 POAs ........................................... 180
Vírgula dentro do período simples152 Pronomes de tratamento ........... 181 REGÊNCIA NOMINAL .................... 209
Vírgula dentro do período Pronome relativo ........................ 183 CRASE .......................................... 210
composto ........................... 153 Pronome interrogativo ............... 184
PONTO E VÍRGULA ...................... 156 Pronome indefinido .................... 185

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (ESTÁ ALÉM
TEXTO DO TEXTO)
É o primeiro item de qualquer edital de concurso. Interpretar é perceber o que o autor quis dizer: as
Compreensão é diferente de interpretação de ideias e os pensamentos que ele procurou
texto. transmitir ao leitor. Interpretar é concluir, deduzir a
 Texto: É originada do latim textum= partir dos dados coletados. Interpretar e objetivo,
entrelaçamento de ideias. Um texto é um ou seja, a opinião do leitor não importa. A resposta
entrelaçamento de ideias, não é apenas uma correta é direcionada ao que o autor escreveu e
enumeração de frases e orações, e sim um não àquilo que o autor achou ou acha sobre o
conjunto de informações conectadas, entre si, assunto. A interpretação tem por objetivo
que estabelecem a coesão e a coerência identificar a ideia principal e, obviamente, ela
textual. somente poderá acontecer se o pré-requisito da
 Contexto: O texto é formado por várias frases, compreensão for satisfeito.
em cada uma destas frases, há informações Interpretar é entender o que está escrito no
que se ligam entre si, criando-se uma texto, em outras palavras, é explicar, é esclarecer,
estruturação no conteúdo transmitido. Essa é reproduzir de uma outra forma algo que já foi
ligação é importante e recebe o nome de dito. Após esta identificação dos significados dos
contexto. signos envolvidos no texto, é possível reconhecer
às ideias secundárias, as fundamentações, as
COMPREENSÃO (ESTÁ NO TEXTO) argumentações e as explicações, levando o leitor
Há entre o autor e o leitor um tipo de ao entendimento pleno da mensagem do narrador.
comunicação. A comunicação que acontece
quando um texto de uma pessoa (autora) passa a  1. Depreende-se/ infere-se/ conclui-se do texto; 2. O
texto permite deduzir que; 3. É possível subentender-se
mensagem que queria passar a outra pessoa do autor quando afirma que.
(leitora) pode ser entendida como compreensão
de texto. Significa que a mensagem saiu de algum Principais comandos para interpretação dos
lugar e chegou a outro, e que, nesse percurso, textos de concurso:
houve, de fato, uma comunicação eficaz (isto é,  Identificar: Reconhecer elementos
não houve "ruído" na comunicação). fundamentais apresentados no texto;
 Comparar: descobrir as relações de
 1. Segundo o texto; 2. O narrador/ autor do texto diz que;
3. O texto informa que; 4. Em relação ao texto. semelhanças ou de diferenças entre situações
apresentadas no texto;
As questões são montadas de modo a induzir ao  Comentar: Relacionar o conteúdo
erro. Nesse sentido, é importante observar os apresentado com uma realidade, opinando a
comandos de questão (de acordo com o texto, respeito;
conforme o texto, segundo o autor...). Se forem  Resumir: Concentrar as ideias centrais num
esses comandos, você deve-se limitar à só parágrafo;
realidade do texto. Muitas vezes, as alternativas  Parafrasear: Reescrever o texto com outras
extrapolam as verdades do texto; ou ainda palavras;
diminuem essas mesmas verdades, ou fazem  Continuar: Dar continuidade ao texto
afirmações que nem de longe estão no texto. apresentado, mantendo a mesma linha
temática.
Os textos apresentam diversas referências,
diretas ou indiretas, isso porque o autor tem um
repertório próprio, ele se apoia em “ombros de
gigantes” para escrever o seu texto. A essas
referencias dá-se o nome de intertexto e ela pode
ser entendida como o diálogo entre um texto e
outro, permitindo o enriquecimento do texto final e,
consequentemente, permitindo o crescimento
intelectual do emissor e do receptor da
mensagem.

121
Ex.: 1: Assinale a opção CORRETA em relação  1. Infere-se do texto; 2. Conclui-se do texto; 3. De acordo
ao texto. com o texto; 4. O texto pode ser considerado; 5. Os
sentidos seriam preservados.
 O programa nacional de desenvolvimento dos
recursos hídricos, proágua nacional é um programa do Texto
governo brasileiro financiado pelo banco mundial. O Ainda existem pessoas para as quais a greve é um
programa originou-se da exitosa experiência do “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um
proágua/semiárido e mantem sua missão estruturante, delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável
com ênfase no fortalecimento institucional de todos os que perturba a própria natureza. “Inadmissível”,
atores envolvidos com a gestão dos recursos hídricos “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do
no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da
econômico, ambiental e social, promovendo, assim o Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É
uso racional dos recursos hídricos. a época em que a burguesia, que assumira o poder havia
pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a
moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra.
a. O proágua/Semiárido é um dos subprojetos Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a
derivados do proágua/Nacional. natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem
b. A expressão "sua missão estruturante" refere- natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis
se a "Banco Mundial". estruturais da sociedade que se quer defender. Para os
prefeitos de Carlos 10º, assim como para os leitores do
c. A ênfase no fortalecimento institucional de
Figaro de hoje, a 16º greve constitui, em primeiro lugar, um
todos os atores envolvidos com a gestão de desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é
recursos hídricos é exclusiva do zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma
proágua/Semiárido. legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”,
d. A implantação de infraestruturas hídricas atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica,
fundamento filosófico da sociedade burguesa. Nesse
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a
econômico, ambiental e social é exclusiva do greve é escandalosa porque incomoda precisamente
proágua/Nacional. aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e
e. Correto: Tanto o proágua/Semiárido como o se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa
causalidade é perturbada; o efeito se dispersa
proágua/Nacional promove o uso racional dos incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que
recursos hídricos. é intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia
Resp.: Primeiro passo identificar o comando: em pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem
relação ao texto. uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da
 1ª leitura: Objetivo do texto: Programa causalidade: O fundamento da moral que professa não é
de modo algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente,
governamental do uso de água. trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por
 2ª leitura: Primeiro período: O PNDRH assim dizer, numa correspondência numérica entre as
programa do governo financiado pelo BM. causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é,
Experiência progua/semiárido, ênfase na evidentemente, a ideia das funções complexas, a
imaginação de um desdobramento longínquo dos
infraestrutura, uso racional dos recursos determinismos, de uma solidariedade entre os
hídricos. acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou
sob o nome de totalidade.
Postura diante do texto
Ler o texto pelo menos duas vezes; Com relação às ideias do texto, julgue os itens.
 1ª regra: fazer a 1ª leitura, que tem o objetivo 1. Infere-se do Texto: Que seu autor considera a
de responder a seguinte pergunta: greve um crime moral, um delito contra a
 O texto fala sobre o que ? natureza do mundo e da sociedade.
Numa primeira leitura, observamos somente 2. Argumenta-se, no Texto: Em favor de uma
aquilo que é superficial na mensagem transmitida lógica natural que explique a articulação das
pelo autor, o significado puro das palavras. tensões sociais que a greve manifesta.
 2ª regra: A 2ª leitura não precisa ser corrida; 3. Conclui-se do Texto: Que a intolerância com
o ideal e ler cada paragrafo, procurando as relação à greve advém da ignorância da
palavras essenciais, principalmente os complexidade de seus efeitos sobre os
verbos. Ao adotarmos uma postura membros de uma sociedade.
interpretativa, passamos a questionar e 4. De acordo com o Texto: A percepção do
aprofundar nosso raciocínio em busca da senso comum sobre a burguesia é a de que
mensagem central do texto, aquilo que seu esta é uma classe social cujos membros são
autor queria realmente explorar. caracterizados pelo comportamento tirânico e
 3ª regra: Ler a questão antes do texto. Para dominador.
chegar no texto, pronto para encontrar o que
se pedi na questão.
De modo geral, os termos usados nos itens são
os seguintes:

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Texto A narrativa focaliza um momento histórico-social
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, de valores contraditórios. Essa contradição
Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava
desafetos, azucrinava Dom Pedro 2º e acabou inventando INFERE-SE, no contexto, pela:
o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o a. Falta de aproximação entre a menina e a
conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai senhora, preocupada com as amigas.
do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura b. Receptividade da senhora para com os
brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele
foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de
padres, mas deselegante para com as beatas.
teatro, advogado, deputado federal e até ministro da c. Ironia do padre a respeito da senhora, que era
Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas perversa com as crianças.
desse personagem do século 19, parte de seu acervo d. Correta: Resistência da senhora em aceitar a
inédito será digitalizada. liberdade dos negros, evidenciada no final do
texto.
Ex.: 1: Com base no texto, que trata do papel do e. Rejeição aos criados por parte da senhora,
escritor José de Alencar e da futura digitalização que preferia tratá-los com castigos.
de sua obra, DEPREENDE-SE que: Resp.: No texto, a resistência de Dona Inácia em
a. A digitalização dos textos é importante para aceitar a libertação dos escravos é comprovada
que os leitores possam compreender seus na passagem “nunca se afizera ao regime novo
romances. essa indecência de negro igual”. Destaca-se a
b. O conhecido autor de O guarani e Iracema foi ironia de Monteiro Lobato, em relação não só aos
importante porque deixou uma vasta obra atos cruéis da renitente escravocrata Dona Inácia,
literária com temática atemporal. como também aos que viam nela “uma virtuosa
c. A divulgação das obras de José de Alencar, senhora”.
por meio da digitalização, demonstra sua
importância para a história do Brasil Imperial. Confidência do Itabirano
d. Correta: A digitalização dos textos de José de Alguns anos vivi em Itabira.
Alencar terá importante papel na preservação Principalmente nasci em Itabira.
da memória linguística e da identidade Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
nacional. Oitenta por cento de ferro nas almas.
e. O grande romancista José de Alencar é E esse alheamento do que na vida é porosidade e
importante porque se destacou por sua [comunicação.
temática indianista. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
Resp.: Com o objetivo de tornar público e [sem horizontes.
acessível, não só a obra, mas sua contribuição E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
perante a sociedade, parte da obra do escritor é doce herança itabirana.
José de Alencar será digitalizada. A opção D De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
confirma essa importância, pois ressalta a esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
preservação da memória linguística e da este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
identidade nacional. Uma vez que, além de este orgulho, esta cabeça baixa...
escritor, José de Alencar exerceu outras funções. Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Negrinha Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; Mas como dói!
fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos
assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus Carlos Drummond de Andrade é um dos
primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, expoentes do movimento modernista brasileiro.
sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida,
que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora,
Com seus poemas, penetrou fundo na alma do
a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e
padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma
reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma relação tensa entre o universal e o particular,
cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia como se percebe claramente na construção do
as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o
tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista
grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da os procedimentos de construção do texto literário
moral”, dizia o reverendo. Ótima, a dona Inácia. Mas não e as concepções artísticas modernistas,
admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em CONCLUI-SE que o poema acima:
carne viva. A excelente dona Inácia era mestra na arte de
judiar de crianças. A excelente dona Inácia era mestra na
arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora
senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir
cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao
regime novo essa indecência de negro igual.

123
a. Representa a fase heroica do modernismo, Das irmãs
devido ao tom contestatório e à utilização de Os meus irmãos sujando-se na lama
e eis-me aqui cercada de alvura e enxovais
expressões e usos linguísticos típicos da eles se provocando e provando do fogo
oralidade. e eu aqui fechada provendo a comida
b. Apresenta uma característica importante do eles se lambuzando e arrotando na mesa
gênero lírico, que é a apresentação objetiva de e eu a temperada servindo, contida
os meus irmãos jogando-se na cama
fatos e dados históricos.
e eis-me afiançada por dote e marido.
c. Correta: Evidencia uma tensão histórica entre
o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de
Ex.: 1: O poema de Sonia Queiroz apresenta
imagens que representam a forma como a
uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de
sociedade e o mundo colaboram para a
vida do homem ao modelo reservado a mulher.
constituição do indivíduo.
Nessa CONTRAPOSIÇÃO, ela conclui que
d. Critica, por meio de um discurso irônico, a
a. A mulher deve conservar uma assepsia que a
posição de inutilidade do poeta e da poesia em
distingue de homens, que podem se jogar na
comparação com as prendas resgatadas de
lama.
Itabira.
b. A palavra “fogo” é uma metáfora que remete
e. Apresenta influências românticas, uma vez
ao ato de cozinhar, tarefa destinada às
que trata da individualidade, da saudade da
mulheres.
infância e do amor pela terra natal, por meio
c. A luta pela igualdade entre os gêneros
de recursos retóricos pomposos.
depende da ascensão financeira e social das
Resp.: Como aponta a opção C, nota-se que o
mulheres.
poema “Confidência do Itabirano” evidencia uma
d. A cama, como sua “alvura e enxovais”, é um
troca entre universal e particular, no que diz
símbolo da fragilidade feminina no espaço
respeito ao eu-lírico e sua comunidade, visto que
doméstico.
ele revela que carrega consigo as marcas de seu
e. Correta: Os papéis sociais destinados aos
meio de origem (versos 1 a 3), a cidade de Itabira,
gêneros produzem efeitos e graus de
região produtora de minério de ferro localizada em
autorrealização desiguais.
Minas Gerais. Ao longo do poema, vemos que tais
Resp.: O poema pretende destacar as diferenças
marcas se manifestam nele de forma a torná-lo
dos papéis sociais entre homens e mulheres. Ao
também “de ferro”, tornando o sofrimento uma
homem, as realizações e liberdade; para a mulher,
diversão.
os trabalhos domésticos e o recato. A própria
estrutura do texto chama a atenção para essa
Erros comuns
desigualdade: versos maiores fazendo referência
Três erros capitais na interpretação de texto.
aos homens, os menores representa a mulher. A
 Extrapolação: Ocorre quando o leitor sai do conclusão da contraposição da autora é expressa
contexto, acrescentando ideias que não estão na opção E.
no texto, normalmente porque já conhecia o
assunto devido à sua bagagem cultural. É comum às alternativas apresentarem ideias
Ocorre ao interpretar o que está escrito. Muitas contraria as do texto, fazendo o candidato chegar
vezes são fatos reais, mas que não está à conclusão equivocada, de modo a errar a
expresso no texto. Deve se ater somente ao questão; Internalizar as ideias do autor e ponha-se
que está relatado. O corre quando saímos do no lugar dele. Só contradiga o autor se for
contexto, acrescentando ideias que não estão solicitado no comando da questão. A bancada nos
no texto, normalmente porque já conhecia o oferece um texto completo e, nas questões, extrai
tema por uso de sua imaginação criativa. uma parte do texto para a análise. O segredo é
 Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se voltar ao texto e ler as informações anteriores e
atenção apenas a um ou outro aspecto, posteriores à parte mencionada.
esquecendo-se de que o texto é um conjunto
de ideias. É o fato de se valorizar uma parte do Todo homem de bom juízo, depois que tiver
contexto, deixando de lado sua totalidade, realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre
deixa-se de considerar o texto como um todo manifesto ter podido escapar de todos os perigos
para se ater apenas à parte dele. Dá-se que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais
atenção apenas a um ou outro aspecto, que há tantos outros acidentes que diariamente
esquecendo-se de que o texto é um conjunto podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles
de ideias. que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos
quando querem empreender suas viagens.
 Contraposição: Consiste em entender como
correto o oposto do que se afirma no texto. É
bom termos cuidado com algumas palavras
como: Pode, deve, não, verbos ser, etc.

124
Ex.: 1: Esse relato, associado ao imaginário das 3. No 3º parágrafo, o autor estabelece um
viagens marítimas da época moderna, expressa paralelo entre o juízo preconceituoso, passível
um sentimento de: de penalização, e o juízo decorrente do gosto
a. Gosto pela aventura. pessoal, que se rege por critérios
b. Fascínio pelo fantástico. interiorizados e difíceis de definir.
c. Correta: Temor do desconhecido. Em relação ao texto, está correto o que se afirma
d. Interesse pela natureza. em.
e. Purgação dos pecados. a. Correto: 1, 2 e 3.
Resp.: Todas as alternativas podem ser b. 1 e 2, apenas.
consideradas corretas quando associadas apenas c. 2 e 3, apenas.
“ao imaginário das viagens marítimas da época d. 1 e 3, apenas.
moderna”. Contudo, o texto tem como foco o e. 2, apenas.
medo que essas viagens causavam em certos
indivíduos, visto terem como “destino” o Vista Cansada
desconhecido, que podia guardar perigos. Acho que foi Hemingway quem disse que olhava
cada coisa à sua volta como se a visse pela última
Preconceitos vez. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de
Preconceitos são juízos firmados por antecipação; deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê
são rótulos prontos e aceitos para serem colados no que a vida continua, não admira que Hemingway
que mal conhecemos. São valores que se adiantam tenha acabado como acabou.
e qualificam pessoas, gestos, ideias antes de bem Fugiu enquanto pôde do desespero que o roía − e
distinguir o que sejam. São, nessa medida, daquele tiro brutal que acabou dando em si mesmo.
profundamente injustos, podendo acarretar Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver,
consequências dolorosas para suas vítimas. São disse o poeta. Um poeta é só isto: Um certo modo de
pré-juízos. Ainda assim, é forçoso reconhecer: ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o
dificilmente vivemos sem alimentar e externar algum olhar. Vê não vendo.
preconceito. Experimente ver pela primeira vez o que você vê
São em geral formulados com um alcance genérico: todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que
“o povo tal não presta”, “quem nasce ali é assim”, nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta
“música clássica é sempre chata”, “cuidado com curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como
quem lê muito” etc. Dispensam-nos de pensar, de um vazio. Você sai todo dia, por exemplo, pela
reconhecer particularidades, de identificar a mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que
personalidade própria de cada um. você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto
“Detesto filmes franceses”, me disse um amigo. ver, você não vê. Sei de um profissional que passou
“Todos eles?” − perguntei, provocador. “Quem viu trinta e dois anos a fio pelo mesmo hall do prédio de
um já viu todos”, arrematou ele, coroando sua forma seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o
preconceituosa de julgar. mesmo porteiro.
Não confundir preconceito com gosto pessoal. É Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado
verdade que nosso gosto é sempre seletivo, mas ele ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu
escolhe por um critério mais íntimo, difícil de explicar. a descortesia de falecer. Como era ele? Sua cara?
“Gosto porque gosto”, dizemos às vezes. Sua voz? Não fazia a mínima ideia.
Mas o preconceito tem raízes sociais mais fundas: Em trinta e dois anos, nunca o viu. Para ser notado,
ele se dissemina pelas pessoas, se estabelece sem o porteiro teve que morrer.
apelação, e quando damos por nós estamos O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas
repetindo algo que sequer investigamos. Uma das há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E
funções da justiça institucionalizada é evitar os vemos? Não, não vemos. Uma criança vê o que o
preconceitos, e o faz julgando com critério e adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o
objetividade, por meio de leis. Adotar uma posição espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela
racista, por exemplo, não é mais apenas preconceito: primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai
é crime. Isso significa que passamos, felizmente, a que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a
considerar a gravidade extrema das práticas própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos
preconceituosas. (Bolívar Lacombe). se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se
instala no coração o monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende, Bom dia para nascer.)
Ex.: 1: Atente para as seguintes AFIRMAÇÕES.
1. No 1º parágrafo, o autor define o que seja
preconceito e avalia a extensão dos prejuízos
que sua prática acarreta, considerando ainda a
dificuldade de se os evitar plenamente.
2. No 2º parágrafo, o autor reconhece na prática
algumas formulações preconceituosas,
reforçando a ideia de que os preconceitos
impedem uma identificação adequada das
coisas e das pessoas.
125
Ex.:1: Deve-se ENTENDER o título do texto Ex.: 1: Analisando o titulo e o texto, é CORRETO
(Vista cansada) como uma alusão do autor ao fato afirmar que, segundo o autor,
de que: a. Correto: A classe média do Brasil pode
a. Os pessimistas, como Hemingway, acreditam contribuir com o crescimento econômico do
que nosso olhar para as coisas implica sempre país;
uma visão de despedida da vida. b. Deve-se evitar tratar o pobre como um
b. Os poetas, ao contrário de Hemingway, receptor de crédito;
pensam ver tudo como se estivessem sempre c. A classe média dificilmente será um mercado
se revelando um mundo inteiramente original. consumidor promissor;
c. Correta: Nós tendemos a deixar de ver as d. Dar o mercado tem o mesmo sentido de dar o
coisas porque mecanizamos nosso olhar, não peixe;
distinguindo o que lhes é característico. e. O estado e a iniciativa privada devem ser
d. Nós tendemos a reparar tão somente nos independentes.
detalhes das coisas, perdendo o sentido da
visão do conjunto a que se integram. Ex.: 2: Considerando o primeiro e o ultimo
e. Nós tendemos, com o tempo, a enfraquecer paragrafo, é CORRETO dizer que o avanço
nossa visão das coisas pelo excesso de brasileiro poderá se concretizar se houver, no
atenção que nos esforçamos para lhes país,
dedicar. a. Um emaranhado de entraves regulatórios;
b. Desprezo à ação das empresas;
Politicas para a nova classe média c. Educação como passaporte exclusivamente
O Brasil ainda enfrenta muitos obstáculos ao para o trabalho formal;
desenvolvimento de suas potencialidades, incluindo um
sistema de ensino fraco, baixas taxas de poupança e um d. Correta: Integração entre as virtudes do
emaranhado de entraves regulatórios, só para citar alguns. estado e as do mercado, sem falhar;
Agora, para as perspectivas de crescimento futuro, o que e. Uma agenda atrofiada liga aos trabalhadores
importa não é o nível absoluto desses fatores, mas como por conta própria.
eles evoluem no tempo. O Brasil pode avançar
verticalmente se escolher os caminhos certos em direção à
sua fronteira de possibilidades. Ex.: 3: considere a frase, há que se turbinar a
É preciso dar o mercado aos pobres, completando o participação das pessoas. Segundo o autor é
movimento dos últimos anos, quando, pelas vias da queda preciso,
da desigualdade, demos os pobres aos mercados a. Ter aceso às ações do estado;
(consumidores). Devemos tratar o pobre como um receptor
de transferência oficial de dinheiro e de crédito. Há quase b. Correto: Incentivar às pessoas a agirem frente
que se turbinar a participação das pessoas. ao mercado;
O dilema entre dar o peixe e ensinar a pescar, significa c. Ter uma agenda mais amigável;
mostrar aos pobres, que já apreenderam a pescar, o d. Fazer com que poucas pessoas aprendem a
mercado de peixes. Já a perspectiva versão socialista
desse processo seria a redistribuição dos peixes.
pescar;
Há riqueza no meio da pobreza e o estado pode interagir e. Ter uma visão socialista frente ao processo.
com o setor privado.
Uma agenda que está atrofiada no Brasil é a ligada aos Ex.: 4: Da leitura do texto, Chega-se à conclusão
trabalhadores por conta própria e aos pequenos de que, em relação ao futuro do Brasil. O autor
produtores urbanos. Dar mercado significa, acima de tudo,
melhorar o acesso das pessoas ao mercado de trabalho. tem uma visão.
Os fundamentos do crescimento econômico e as reformas a. Pessimista;
associadas são fundamentais. A educação funciona como b. Indiferente;
passaporte para o trabalho formal, metas sociais c. Correta: Otimista;
complementaram esse movimento, incorporando eficiência
do setor privado ao setor público. Alguns gostariam de
d. Reservada;
uma agenda mais amigável à ação privada, outros e. Negativa.
gostariam de um estado provedor. O coletivo brasileiro no
fundo quer as duas coisas, respeitando às regras de Ex.: 6: Com base na norma culta e nas falas dos
mercado e politicas social ativa pelo estado. O desafio é personagens, é CORRETO afirmar que,
combinar as virtudes do estado com as do mercado, sem
esquecer-se de evitar as falhas de cada um dos lados. a. Correta: A palavra onde indica lugar;
b. O verbo sabe, fica e divide indicam tempo
passado;
c. Ouvi dizer equivale a tenho certeza;
d. A palavra que, nos dois balões, tem a mesma
função gramatical;
e. As expressões a céu aberto (sem crase) e à
céu aberto (com crase) estão igualmente
corretos.

126
O apanhador de desperdícios Se o tópico frasal vier no início, o parágrafo
Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das estará desenvolvido segundo o MÉTODO
palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que DEDUTIVO (da generalização para as
vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas especificações). Se, pelo contrário, vier no fim, o
desimportantes e aos seres desimportantes. parágrafo estará desenvolvido pelo MÉTODO
Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das INDUTIVO. O parágrafo apresentado se inicia com
tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um a generalização (as controvérsias sobre a
atraso de nascença.
Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho
origem da linguagem) e continua com as
abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do especificações que fundamentam a declaração
que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os que o introduz. Na elaboração do parágrafo,
restos, Como as boas moscas. Queria que a minha voz seguiu o autor, portanto, o método dedutivo.
tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da O parágrafo abaixo foi constituído segundo o
informática: Eu sou da invencionática. Só uso a palavra
para compor meus silêncios. método indutivo (primeiro as especificações e
depois a generalização). O tópico frasal vem no
Ex.: 1: Leia atentamente as afirmações a seguir: fim, o que pode ocorrer, embora menos usual.
1. O eu-lírico, em certa medida, preocupa-se
em atribuir valor àquilo que não parece ter  Há nuvens esgarçadas espreguiça não se pelo céu azul.
O vento varre a praça. Folhas dança no redemoinho,
mais importância; fugindo dela, amontoam-se nas sarjetas dos becos
2. Para o eu-lírico, os misseis não são estreitos que ladeiam a Matriz, dando voltas e
importantes porque provocam guerras e reviravoltas loucas na atmosfera translúcida. O inverno
abalam a natureza tão valorizada por ele; vai sumindo aos poucos.
3. A palavra fatigada, presente no terceiro
O tópico frasal pode ser também feito a partir de
verso, pode ser substituída por usuais.
uma DEFINIÇÃO, como no exemplo abaixo:
É(são) CORRETO(s) a(s) afirma(ções):
a. Apenas 1;  Rima é a identidade, ou semelhança, de sons dentro de
b. 1 e 3; um verso, ou no final de um verso em relação a outro.
c. Correta: 1 e 2; Admite-se que tenha sido introduzida no século IX, pelo
d. 2 e 3. poeta religioso Otfried, monge beneditino na baixa
Alsácia, autor do Livro dos Evangelhos, poema da vida
de Cristo. Vulgarizavam-na na Espanha os árabes e,
PARTES DO TEXTO mais tarde, os trovadores provençais, adaptaram-na às
O PARÁGRAFO é a unidade fundamental de uma línguas românicas.
composição. Constitui-se de um ou mais períodos,
devendo conter uma IDÉIA CENTRAL e as O tópico frasal pode ainda revestir a forma de
IDEIAS SECUNDÁRIAS a ela intimamente uma DIVISÃO, como segue:
relacionadas pelo sentido e logicamente dela
decorrentes. Num parágrafo, a ideia principal está  Dois são os tipos principais de contrato de seguro: o
no TÓPICO FRASAL, que é constituído, seguro a prêmio e o seguro mútuo. Seguro a prêmio
é aquele em que o segurador estipula, para preço de
ordinariamente, por um ou dois períodos curtos risco que assume, uma quantia fixa chamada prêmio,
iniciais. O tópico frasal vem, normalmente, no paga pelo segurado. Seguro mútuo é aquele em que
início do parágrafo e pode assumir a forma de várias pessoas, expostas ao mesmo risco, se associam
declaração inicial, definição ou divisão. para se garantirem reciproca mente contra esses riscos.

 A origem da linguagem é questão debatida em Algumas vezes, o tópico frasal está DILUÍDO no
todos os tempos. Pretendem uns que ela tenha sido parágrafo, como no seguinte exemplo:
devido a uma tardia e artificial invenção humana;
afirmam outros que foi revelada totalmente aos
 A grande São Paulo - isto é, a capital paulista e as
primeiros homens por Deus; há quem a explique por
cidades que a circundam - já representa a décima parte
um instinto e, finalmente, surge a opinião daqueles
da população brasileira. Apesar da alta arrecadação do
para quem a linguagem se formou por uma evolução
município e das obras custosas que se multiplicam a
progressiva da linguagem natural
olhos vistos, apenas um terço da cidade tem esgotos.
Metade da capital paulista serve-se de água proveniente
No parágrafo apresentado, a declaração contida de poços domiciliares. A rede de hospitais é
no tópico frasal, constituído pelo primeiro período, notoriamente deficiente para a população, ameaçada por
vem devidamente justificada nos períodos que se uma taxa de poluição que técnicos internacionais
consideram superior à de Chicago. O trânsito é um
lhe seguem. O tópico frasal encerra a IDEIA- tormento, pois o acréscimo de novos veículos supera a
NÚCLEO, a ideia principal, em forma de capacidade de dar solução de urbanismo ao problema.
generalização. A ideia principal (as controvérsias Em média, o paulista perde três horas do seu dia para ir
sobre a origem da linguagem) vem especificada e voltar, entre a casa e o trabalho.
no desenvolvimento do parágrafo, no qual se
expressam, portanto, as ideias secundárias.

127
O parágrafo acima, o tópico frasal, se estivesse Unidade
explícito, poderia assumir a feição da seguinte Consiste a unidade em analisar o parágrafo de
declaração inicial: maneira que dele só conste uma ideia
 São Paulo enfrenta graves problemas urbanos. predominante. Para obtê-la, devem-se observar
as seguintes recomendações:
Nem todos os parágrafos, entretanto, são  Explicitar, sempre que possível, o tópico frasal.
iniciados por um tópico frasal. Um parágrafo pode Assim se evitará a inclusão no parágrafo de
ser iniciado também por uma ALUSÃO a fatos ideias que não se reportem àquela expressa
históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas no tópico frasal.
ou episódios de que alguém tenha participado ou  Eliminar, na leitura, por menores
que tenha alguém presenciado ou imaginado. Veja impertinentes, acumulações e redundâncias.
o exemplo a seguir:  Analisar, em parágrafos diferentes, idéias
igualmente relevantes, relacionando-as por
 É mais fácil comer a caça que eu vizinho matou,
trocando-a por um cacho de banana, do que disputá-la meio de expressões coesivas presentes no
com ele - deve ter pensado algum iluminado homem texto.
pré-histórico, cansado de guerrear para sobreviver, o As ideias centrais, muitas vezes, não estão
que esse Brucutu talvez não soubesse é que, naquele relacionadas por expressões adequadas à
momento, ele havia inventado o dinheiro. Porque
dinheiro, segundo os teóricos, não é apenas a moeda
transição, em prejuízo da coerência e, portanto, da
ou papel-moeda, mas tudo que possa ser utilizado unidade, já que esta também depende, em grande
como troca numa operação comercial. parte, daquela. Desmembrando o parágrafo em
tantos quantos forem os tópicos frasais que neles
No parágrafo acima, a ideia principal (o se observarem as ideias secundárias e as
conceito de dinheiro) vem introduzida por alusão centrais, ou estas entre si, palavras de referência
a um episódio imaginário. Há, ainda, parágrafos e partículas de transição poderão ser
iniciados por uma interrogação, que alguns interpretadas corretamente.
autores consideram como uma quarta feição do
tópico frasal (as outras são declaração inicial, Coerência
definição e divisão). Consiste a coerência em ordenar e relacionar
clara e logicamente as ideias secundárias de um
 Para que, pois, este aluno aprende língua portuguesa parágrafo com a sua idéia central. Para obtê-la,
em sua variedade culta? Sabemos, e compartilhamos deve-se observar a ordem espacial na
com todos os educadores, que o pleno acesso aos
bens culturais não depende do que possa fazer a DESCRIÇÃO, a ordem cronológica na
escola, mas julgamos que nesta é possível lutar contra NARRAÇÃO e a ordem lógica na
as diferenças. No que concerne ao ensino da língua DISSERTAÇÃO.
portuguesa, então, objeto último é possibilitar aos Observa-se a ORDEM ESPACIAL quando se
alunos, a todos eles, o domínio da língua de cultura
para que este primeiro obstáculo possa ser
descreve objeto dos detalhes mais próximos para
transposto. os mais remotos, ou vice-versa; de cima para
baixo, ou vice-versa etc; da direita para a
A ideia-núcleo está contida na INTERROGAÇÃO, esquerda, ou vice-versa etc.
que pode ser indireta, como no parágrafo a seguir: Observa-se a ORDEM CRONOLÓGICA quando
se narram os fatos segundo a ordem de sucessão
 Se me perguntarem qual o brasileiro que mais no tempo.
contribuiu para o progresso material econômico do Observa-se a ORDEM LÓGICA quando de
Brasil, responderei se a mais leve hesitação: Irineu dispõem as ideias segundo o processo dedutivo
Evangelista de Souza, Visconde de Mauá. Ninguém
de sua época, ou talvez depois dele, conseguiu (de uma generalização para uma especificação)
acumular o breve interregno da existência terrena com ou o processo indutivo (de uma especificação para
igual acervo de realizações. uma generalização). É ainda importante notar no
texto a coerência, a partir da propriedade
Facilmente se pode converter uma interrogação vocabular, das partículas de transição e das
em uma DECLARAÇÃO inicial: palavras de referência.
 Propriedade vocabular: é a aproximação das
 Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá, foi o palavras com a palavra central do tema.
brasileiro que mais contribuiu para o progresso
material e econômico do Brasil.
 Partículas de transição: são os conectivos
(preposições, conjunções e pronomes
Uma vez conhecida a estrutura do parágrafo, relativos).
cabe, agora, mostrar algumas noções sobre as  Palavras de referência: são os pronomes em
seus principais recursos, que são UNIDADE e geral, certas partículas e, em determinadas
COERÊNCIA. situações, os advérbios, as locuções
adverbiais e até mesmo orações e períodos.

128
Devidamente relacionados por partículas de Passos para interpretação
transição e palavras de referência, observe os O 1º PASSO para interpretar um texto consiste em
elementos destacados na "leitura" do parágrafo DECOMPÔ-LO, após uma primeira leitura, em
seguinte: suas “IDEIAS BÁSICAS ou IDEIAS NÚCLEO”, ou
seja, um trabalho analítico buscando os conceitos
 COM O CONSIDERÁVEL AUMENTO DO VOLUME definidores da opinião explicitada pelo autor.
DE NEGÓCIOS NESTA PRAÇA, fomos obrigados a DIFERENTES NÍVEIS DE LEITURA: Para que
ocupar o último andar do prédio onde esta agência
atualmente funciona. PELO MESMO MOTIVO, isso aconteça, é necessário que haja maturidade
TAMBÉM solicitamos a ampliação do quadro para para a compreensão do material lido. De uma
admitir novos funcionários. POR OUTRO LADO, a forma geral, passamos por DIFERENTES NÍVEIS
adoção de uma política de incremento da aplicações ou ETAPAS até termos condições de aproveitar
do BANCO nesta região determinou o oferecimento à
praça de várias linhas de crédito em que antes não
totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis
operávamos. EM VIRTUDE DESSES FATORES, são CUMULATIVAS e vão sendo adquiridas pela
nossas dependências tornaram-se acanhadas a ponto vida, estando presente em praticamente toda a
de já estarem prejudicando a boa marcha dos nossa leitura.
serviços. ASSIM, tomamos a liberdade de sugerir a
instalação de uma metropolitana, se não preferir
 1º nível: É elementar e diz respeito ao período
ESSA sede fazer construir, em terreno a ser adquirido, de alfabetização. Ler é uma capacidade
um prédio maior para ESTA agência. cerebral muito sofisticada e requer
experiência: é preciso que tenhamos um bom
Observe que foram destacados, no texto, ele domínio da língua.
mentos responsáveis pela produção de sentido e  2º nível: é a PRÉ-LEITURA ou LEITURA
pelo encadeamento das ideias. INSPECIONAL. Tem duas funções
específicas:
Estudando a introdução  1º: Trata-se, de nossa primeira impressão
A introdução é o parágrafo mais importante de um sobre o livro. Nela, por meio do salteio de
texto. Há varias formas de iniciarmos um texto, no partes, respondem basicamente às seguintes
entanto devemos fazer uso daquela que melhor se perguntas:
adapte ao nosso estilo de escrita.  Por que ler este livro?; Será uma leitura útil?; Dentro
de que contexto ele poderá se enquadrar?.
 Declaração: É um grave erro a redução da maioridade
penal. O problema da violência urbana não está
Essas perguntas devem ser revistas durante as
associado ao jovem infrator, mas ao descaso com o qual etapas que se seguem, procurando usar de
tratamos as nossas crianças e adolescentes, vítimas de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor,
um sistema que segrega pessoas as quais vivem à e o assunto, evitando preconceitos.
margem da sociedade.
 Oposição: Se, por um lado, se acredita em menores de
dezoito anos, beneficiados pela lei, ascenderem à Pré-Leitura: Nome do livro; Autor; Dados
violência urbana, por outro lado, tem-se a ciência do Bibliográficos; Prefácio e Índice; Prólogo e
descaso sofrido por crianças e adolescentes, os quais se Introdução.
encontram nas ruas e drogados. A sociedade e as  1º passo: é memorizar o NOME DO AUTOR e
autoridades precisam entender que a redução da
maioridade penal não amenizará a violência nas grandes
a EDIÇÃO DO LIVRO, fazer um folheio
metrópoles, haja vista a presença de crianças, em sistemático: ler o PREFÁCIO e o ÍNDICE (ou
morros do Rio de Janeiro, por exemplo armadas. sumário), analisar um pouco da HISTÓRIA
 Pergunta: Quem pode afirmar que a redução da que deu ORIGEM AO LIVRO, ver o NÚMERO
maioridade penal será a solução para a violência DA EDIÇÃO e o ANO DE PUBLICAÇÃO.
urbana? A sociedade e as autoridades precisam
entender que as crianças e adolescentes brasileiros são
marginalizados constantemente. O descaso dado a  Se falarmos em ler um Machado de Assis, um Júlio
essas pessoas é o principal responsável pela ascensão Verne, um Jorge Amado, já estaremos sabendo muito
da criminalidade juvenil. sobre o livro.
 Alusão histórica: Ha algumas décadas, nas grandes
metrópoles, viam-se crianças brincando pelas ruas de É muito IMPORTANTE verificar estes dados para
futebol, bola de gude, empinando pipa. Hoje, enquadrarmos o livro na CRONOLOGIA DOS
lastimavelmente, vemos crianças e adolescentes
brincando de matar com armas de verdade. A violência
FATOS e na ATUALIDADE das informações que
infanto-juvenil acentuou-se, de forma surpreendente, a ele contém. Verifique DETALHES que possam
ponto de acreditarmos na redução da maioridade penal contribuir para a coleta do maior número de
como a solução para o problema da violência urbana. informações possível. Tudo isso vai ser útil
quando formos arquivar os dados lidos no nosso
arquivo mental.

129
Prólogo: É um comentário feito pelo autor a TEXTO VERBAL E NÃO VERBAL
respeito do tema e de sua experiência Podemos considerar que o texto é qualquer
pessoal. forma de comunicação oral ou escrita, verbal
 Prefácio: É escrito por terceiros ou pelo ou não verbal sempre direcionada ao leitor.
próprio autor, referindo-se ao tema  Texto verbal: Composto por palavras escritas;
abordado no livro e muitas vezes também  Texto não verbal: Composto por imagens.
tecendo comentários sobre o autor. Nos concursos existe uma mistura desses dois
 Introdução: Escrita também pelo autor, tipos de textos. É cobrado analise do verbal e do
referindo-se ao livro e não ao tema. não verbal. Temos que ter o cuidado com o que
 2º passo: É fazer uma LEITURA achamos no texto devemos nos ater a apenas a
SUPERFICIAL. Pode-se, nesse caso, aplicar lógica do texto.
as técnicas da leitura dinâmica.
Ex.: 1:
 3º Nível: Conhecido como ANALÍTICO.
Depois de vasculharmos bem o livro na pré-
leitura, ANALISAMOS o livro. É saber em qual
gênero o livro se enquadra: trata-se de um
romance, um tratado, um livro de pesquisa e,
neste caso, existe apenas teoria ou são
inseridas práticas e exemplos. No caso de
ser um livro teórico, que requeira
memorização, procure criar imagens mentais
sobre o assunto, ou seja, veja, realmente, o
que está lendo, dando vida e muita criatividade De acordo com a Função de Linguagem, marque
ao assunto. Note bem: A leitura efetiva vai a opção CORRETA:
acontecer nesta fase, e a PRIMEIRA coisa a a. Apresenta linguagem mista, isto é, linguagem
fazer é ser capaz de resumir o assunto do livro verbal e não verbal.
em duas frases.  A tira possui apenas linguagem não verbal.
b. Correta: Apresenta, apenas, linguagem não
 4º Nível: É o chamado de CONTROLE. Trata- verbal de interpretação direta.
se de uma leitura com a qual vamos c. Apresenta, apenas, linguagem verbal.
efetivamente acabar com qualquer dúvida que  A tira possui apenas linguagem não verbal.
ainda persista. Normalmente, os termos d. Apresenta um tipo de linguagem cômica e
desconhecidos de um texto são explicitados publicitária.
neste próprio texto, à medida que vamos  Não possui linguagem publicitária.
adiantando a leitura. Um mecanismo e. É um texto não verbal e lúdico que tem a
psicológico fará com que fiquemos com aquela função de convencer os leitores.
dúvida incomodando-nos até que tenhamos a
resposta. Para AUXILIAR no estudo, é Ex.: 2: Na segunda cena, qual a expressão que o
interessante que, ao final da leitura de cada personagem Cascão faz para Cebolinha?
capítulo, você faça um breve RESUMO com a. Correta: Perplexidade;
suas próprias palavras de tudo o que foi lido. b. Satisfação;
c. Nervosismo;
 5º Nível: A etapa da repetição aplicada. d. Fúria;
Quando lemos, ASSIMILAMOS o CONTEÚDO e. Tristeza.
do texto, mas aprendizagem efetiva vai
requerer que tenhamos prática, ou seja, que Ex.: 3: Qual a conclusão que se pode tirar do
tenhamos experiência do que foi lido na vida. texto?
Você só pode compreender conceitos que a. Cascão está satisfeito com Cebolinha.
tenha visto em seu cotidiano. Na leitura, b. Cascão desistiu de pegar o peso com
quando não passamos pela etapa da repetição Cebolinha.
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos c. O personagem Cebolinha está disputando com
àqueles BRANCOS quando queremos evocar Cascão.
o assunto. Para evitar isso, faça RESUMOS. d. Correto: Cascão por não conseguir tirar a foto
Procure associar o assunto lido com alguma de Cebolinha, resolve ficar de ponta-cabeça.
experiência vivida ou tente exemplificá-lo e. Cebolinha pede ao personagem Cascão para
com algo concreto, como se fosse um tirar a foto de cabeça para baixo.
professor e o estivesse ensinando para uma
turma de alunos interessados.

130
Charge
Charge é um estilo de ilustração que tem por
finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica
político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas
situações cotidianas por meio do humor e da
sátira.
 Como ler e interpretar uma charge:
Interpretar cartuns, charges ou quadrinhos
exigem três habilidades: observação,
conhecimento do assunto e vocabulário
adequado.
 A primeira permite que o leitor “veja” todos
os ícones presentes - e dono da situação, dê
início à descrição minuciosa, mas que prioriza
as relevâncias.
Figura 1: O texto (A) Apresenta uma placa de trânsito,  A segunda requer um leitor “antenado” com o
mostrando que é proibida articulação de bicicleta e mais ao noticiário mais recente, caso contrário não
fundo observamos outra placa que indica quebra molas será possível estabelecer sentidos para o que
na pista; (B) O texto tem uma imagem que indica a vê.
necessidade de silêncio no estabelecimento em que ela
foi fixada; (C) O texto é uma charge da Mafalda que, ao
 A terceira encerra o ciclo, pois, sem dar
caminhar por uma calçada, se surpreende ao pisar num nome ao que vê, o leitor não faz a tradução
trecho alagado. Após constatar que a água não vinha da da imagem. Desse modo, interpretar charges,
chuva, ela contínua sua caminhada tentando saber a ou qualquer outra forma de expressão visual,
causa, num momento ela se depara com várias pessoas exige procedimentos lógicos, atenção aos
chorando, constatando que essa é a causa do alagamento.
detalhes e uma preocupação rigorosa em
associar imagens aos fatos.

Figura 2: O texto acima é conhecido como texto misto, por


ser compostos simultaneamente por imagens e escritas.
No 1º quadrinho o fato de Galvim gritar pela mãe é
composto por um detalhe primordial que não podemos
deixar de observar. Ele está com os pés do lado de fora.
No 2º e 3º quadrinho, verificamos que Galvim reflete em
obedecer à ordem da mãe. Por fim, notamos que só é
possível depreender o significado de todo o texto somando
a parte escrita da fala de Galvim com a imagem de
desespero da mãe.
Na verdade, quatro passos básicos para uma
boa interpretação político-ideológica de uma
charge.

131
Passo 1: Procure saber do que a charge está Passo 4: Compreenda qual o posicionamento
tratando: A charge geralmente está relacionada, ideológico frente ao fato, do qual a charge quer te
por meio do uso de ANALOGIAS, a uma notícia convencer. Compreender a mensagem ideológica
ou fato político, econômico, social ou cultural. da qual é composta uma charge acaba tendo a
Portanto, a primeira tarefa de um “analista de função de tornar conscientes estes processos,
charges” será COMPREENDER a qual FATO ou fazendo com que nossa decisão seja
notícia a charge em questão está fundamentada numa decisão mais racional e
RELACIONADA. posicionada, e ao mesmo tempo menos ingênua e
caricata da situação. Aí, sim, a charge poderá
Passo 2: Entenda os elementos contidos na auxiliar na formulação clara e cônscia de um
charge: Numa charge de CRÍTICA POLÍTICA ou posicionamento perante os fatos e notícias
ECONÔMICA, sempre há um protagonista e um apresentados por esses meios de comunicação.
antagonista da situação, ou seja, um personagem
alvejado pela crítica do chargista e outro que faz a Cartum
vez de porta-voz da crítica do chargista. Não Retrata situações sociais corriqueiras,
necessariamente o antagonista aparece na cena. relacionadas ao comportamento humano, mas não
O próprio cenário da charge, uma nota de rodapé necessariamente situadas no tempo. Caracteriza-
ou a própria situação na qual o protagonista está se por ser uma anedota gráfica na qual se
inserido pode fazer a vez de antagonista. Já nas visualiza a presença da linguagem verbal
charges de CARÁTER SOCIAL ou CULTURAL, associada à não verbal.
geralmente não há protagonistas e antagonistas,
mas elementos do fato ou da notícia que são
caricaturados, isto é, retratados humoristicamente,
com vistas a trazer força à notícia representada na
charge. No caso das charges de CRÍTICA
ECONÔMICA e POLÍTICA, a identificação dos
papéis de protagonista e antagonista da situação
é fundamental para o próximo passo na Quadrinhos
interpretação desta charge. Hipergênero, que agrega diferentes outros
gêneros, cada um com suas Peculiaridades.
Passo 3: Identifique a linha editorial do veículo
de comunicação: Não é novidade para nenhum de Ex.: 1:
nós que a imparcialidade da informação é uma
mera ilusão, da qual nos convenceram de tanto
repetir. Não existe imparcialidade nem nas
ciências, quanto mais na imprensa! E por mais
que a manipulação da notícia seja um ato
moralmente execrável, a parcialidade na
informação noticiada pelos meios de comunicação
não apenas é inevitável, como também pode vir a
ser benéfica no que tange ao processo da
constituição de posicionamentos críticos e O efeito de sentido de humor, nessa charge,
ideológicos no debate democrático. Por isso, é a. É pouco perceptível, porque decorre de um
preciso compreender e identificar a linha editorial enunciado sem nexo lógico com a realidade.
do veículo de comunicação no qual a charge foi b. Decorre da constatação, pelo orador, dos
publicada, pois esta revela a IDEOLOGIA que principais feitos da humanidade ao longo de
inspira o foco de parcialidade que este dá às suas sua Existência.
notícias. c. Independe da associação entre a fala e os
signos gráficos, porque a situação em que
ocorre a fala desmente o que o orador afirma.
d. Surge a partir do equívoco que consiste em
criar uma situação solene para o orador expor
ideias desconexas.
e. Correto: É produzido pela interpretação dada
à palavra humanidade, decorrente da
deformação do sentido do ditado popular
citado pelo orador.

132
Ex.: 2: Considere as afirmações sobre a charge: Ex.: 4: na opinião do palestrante:

a. Correta: O arrependimento com relação à


tatuagem é dado como certo;
b. O adulto tem mais maturidade para nã se
arrepender de se tatuar;
c. A tatuagem deve ser uma marca que
1. A expressão, esgoto a céu aberto significa
diferencia jovem e adultos;
esgoto descoberto;
d. Os jovens devem ter uma que diferencia
2. Há uma critica sobre as condições sociais
jovens e adultos;
brasileiras;
e. A tatuagem feita durante a vida adulta não
3. As expressões por baixo e esgoto, aliados aos
provoca arrependimento.
elementos visuais da charge, enfatizam a
Resp.: você se arrependerá de qualquer forma.
gravidade da pobreza no Brasil.
Esta correto o que se afirma em:
Ex.: 5: De acordo com a norma padrão, as
a. 1, apenas;
lacunas da tira devem ser preenchidas,
b. 2, apenas;
respectivamente com:
c. 1 e 2 apenas;
d. 2 e 3 apenas;
e. Correto: 1, 2 e 3.

Ex.: 3: Considerando as falas da personagem no


primeiro e no terceiro quadrinhos, conclui-se que
para ela. a. Correta: Me interessa... o que me importa...
têm;
b. Interessa a mim... me importa... tem;
c. Interessa-me... o que importa à mim... têm;
d. Me interessa... o que mim importa... tem;
e. Interessa à mim... o que importa-me...têm.
Resp.: Note que a terceira lacuna deve ser
a. Impossibilidade de ser feliz impede a
preenchida com o verbo plural têm, para
alienação;
concordar com pessoas.
b. Correta: A busca pela verdade necessita de
proteção;
Ex.: 6: Assinale a alternativa em que a reescrita da
c. A verdade é a forma real de se chegar à
frase da personagem expressa a ideia do texto
felicidade;
original e está de acordo com a norma padrão.
d. A felicidade é o caminho para a verdade.
e. A dica é o uso do capacete que significa
chapéu de forma arredondada, de metal,
couro, cortiça ou outro material resistente.
Resp.: Sua finalidade básica é proteger a
cabeça. Claro que indica a necessidade de
proteção.
a. Me preocupa seriamente a aposentadoria? nem
a alheia;
b. Tenho preocupando-me seriamente com isso: a
aposentadoria alheia;
c. Correto: Preocupo-me seriamente com a
aposentadoria alheia;
Quanto à colocação pronominal e também reflete
o sentido original do texto.
d. Seriamente preocupa-me com a aposentadoria
alheia;
e. Me preocupa seriamente a aposentadoria...
alheia..

133
Ex.: 7:

Nos quadrinhos acima, destaca-se a seguinte


ideia:
a. A constatação de que existem erros de
impressão num conhecido jornal forma o efeito
humorístico da tira.
b. Correta: A notícia de jornal é compreendida de
forma diferente, conforme a faixa etária e a
perspectiva do leitor.
c. A formatação diferenciada do jornal, no
terceiro quadrinho, enfatiza a falta de
objetividade da notícia.
d. A semelhança entre a perspectiva do adulto e
a das crianças fica evidente no quarto
quadrinho.
e. A notícia de jornal não pode ser compreendida
de formas diferentes.

134
TIPOLOGIA  Estrutura expressiva: (predicado pela
Quando falamos em tipo textual, nos referimos à alternância da pessoa do discurso envolvido,
forma como o texto se organiza em relação à podendo, porém ser reproduzida em certas
informação que será apresentada, aos aspectos formas de escrita).
sintáticos, aos tempos dos verbos, às relações 3º Nível: Uso das estruturas discursivas em
lógicas, etc. situações reais de comunicações são
possibilidades de uso de estruturas que aparecem
CLASSIFICAÇÃO em organizações típicas associadas às varias
As diferentes tipologias textuais existentes são atividades desenvolvidas pelos indivíduos, como,
classificadas da seguinte forma: exemplo, a estória, a piada, o editorial.
1. As que consideram as características textuais 4º Nível: Função ou propósito comunicativo com
internas dos textos (ou FORMAIS); que dada unidade discursiva é usada, sua força
2. As que consideram os traços textuais ilocucionário, ou a variedade de eventos
exteriores aos textos (ou FUNCIONAIS); comunicativos a que se associa.
3. As que conciliam traços internos e externos ao
texto (FORMAIS e FUNCIONAIS). Gêneros
 Gênero primário: É caracterizado por tipos de
Funcional enunciados espontâneos e naturais, que
Atende a critérios funcionais, de acordo com as ocorrem na imediatez da fala.
funções que os textos desempenham em relação  Gênero secundário: Por tipos de enunciados
ao leitor: informar, explicar ou orientar. Temos três da fala aprimorada por meio da escrita;
categorias:  Estilo: Podemos fazer algumas observações:
1. Jornalismo informativo: Notícia, reportagem, quando escrevemos, devemos criar um estilo
história de interesse humano, informação pela próprio, sugerimos aqui apenas três
imagem; qualidades de estilo: clareza, concisão e
2. Jornalismo interpretativo: Reportagem em originalidade.
profundidade; a. Clareza: É a expressão de um pensamento.
3. Jornalismo opinativo: Editorial, artigo, Para ela ocorrer, é preciso: pontuar
crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor. corretamente, evitar construções de frases
Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa com palavras em ordem inversa e evitar
classificação a duas categorias: períodos longos com muitas orações
1. Jornalismo informativo: Nota, notícia, intercaladas.
reportagem, entrevista; b. Concisão: É a arte de encerrar um
2. Jornalismo operativo: Editorial, comentário, pensamento com menor uso possível de
artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, palavras. Para ter concisão, é preciso, evitar
carta. um número-excessivo de adjetivos,
principalmente sinônimos, para cada
Formal substantivo (manhã, linda, radiosa e
2º Nível: Estrutura discursiva: São estruturas magnífica); evitar palavras inúteis ou
discursivas disponíveis na língua, e, portanto, redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o
pertencentes ao plano das potencialidades da homem atual...). Evitar sempre que possível,
língua, tradicionalmente identificadas como o o uso de dois ou mais verbos juntos (vi que
gênero de discurso: estava sofrendo).
 Estrutura narrativa: (predicados de ação; c. Originalidade: Para termos é preciso que
ligação temporal); não se use lugares comuns, ou chavões,
 Estrutura descritiva: (predicados estáveis, ou evitando a repetição frases vulgares, usadas
equilibrados, em torno da entidade); constantemente por pessoas incultas (chorou
 Estrutura de tipo expositivo/argumentativo: um mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei,
(proposições, construções sintáticas seus cabelos cor de prata).
complexas (subordinação) e construções, ou
arquitetações hipotéticas);
 Estrutura procedurais: (organizações
sequenciais nas quais a referencia a pessoa
tem menos interesse que o processo em si). O
verbo se apresenta no modo dos diretivos, o
imperativo, o futuro ou infinitivo, é comum o
uso de orações independentes;
 Estrutura expressiva: (predicados com
verbos de opinião, avaliativas, ou subjetivas,
em que predominam a 1ª pessoa).
135
TIPOS TEXTUAIS c. Narrador onisciente, pois sabe de tudo o que
Tudo o que escrevemos recebe o nome de acontece na narrativa, seus aspectos e o
redação ou composição textual. Basicamente, comportamento das personagens, podendo,
existem 4 tipos de redação: inclusive, descrever situações simultâneas,
1. NARRAÇÃO (base em fatos); embora essas ocorram em lugares diferentes.
2. DESCRIÇÃO (base em caracterização); d. Narrador observador, pois presencia a história,
3. DISSERTAÇÃO (base em argumentação). mas diferentemente do que acontece com o
4. INJUTIVO: narrador onisciente, não tem controle e visão
sobre todas as ações e personagens, confere
Narração os fatos, mas apenas de um ângulo.
A construção de um texto narrativo indica a e. Narrador onisciente neutro, pois relata os fatos
existência de um narrador, que pode ser e descreve as personagens, no entanto, não
apresentado de forma explícita ou não. O narrador tenta influenciar o leitor com opiniões a
tem o objetivo de relatar fatos, que ocorreram em respeito das personagens, falando apenas
determinado tempo e lugar que envolve sobre os fatos indispensáveis para a
passagens. No texto narrativo há uma sequência compreensão da leitura.
de ações que ocorrem ao longo do tempo,
mantendo a progressão temporal e  3ª pessoa: Participação objetiva e
consequentemente a sequência lógica do texto. Participação onisciente.
Há uma predominância de verbos de ação. A  3ª pessoa (PARTICIPAÇÃO OBJETIVA):
narração é uma modalidade que se conta um fato, Seixas ouvira falar da menina de Santa Tereza, mas
fictício ou não, que ocorrem num determinado ocupado nesta ocasião com uns galanteios aristocráticos,
não moveu a curiosidade de conhecer desde logo a nova
tempo e lugar, envolvendo certos personagens. beldade fluminense. Aconteceu, porém, de jantar na
Refere-se a objetos do mundo real. Há uma vizinha em casa de um amigo, e em companhia de
relação de anterioridade e posterioridade. camaradas veio a falar-se de Aurélio, que era ainda o tema
das conversas; constaram-se anedotas, fizeram-se
comentários de toda a sorte. (José de Alencar- Senhora).
Elementos da narração
NARRADOR:
 3ª pessoa (PARTICIPAÇÃO ONISCIENTE):
 1ª pessoa: NARRADOR PERSONAGEM; Pobre Augusto!... Ele vê a um palmo dos olhos a perna
Dirige-me para o quarto, calado. Revirei a gaveta à procura
mais bem torneada que é possível imaginar!... Através da
da carta. Ao encontrá-la, fiquei criando coragem. As
finíssima meia aprecia uma mistura de cor de leite com a
lagrimas banhavam-me o rosto.
cor de rosae. Remontando esse interessante painel róseo,
um pezinho que só poderia medir às polegadas, apertados
“Quem um dia irá dizer que existe razão
num sapatinho de cetim, e que estava pedindo um... Dez...
Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer
Mil beijos; mas quem o pensaria? Não foram beijos que
Que não existe razão?
desejou o prazer que sentiria dando-lhe uma dentada...
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Quase que já não se podia suster... Já estava de boca
Ficou deitado e viu que horas eram
aberta e para saltar... Porém, lembrando-se da exótica
Enquanto Mônica tomava um conhaque
figura em que se via, meteu a roupa que tinha enrolada
No outro canto da cidade
entre os dentes, apertando-os com força, procurava iludir
Como eles disseram
sua imaginação. (Joaquim Manoel de Macedo).
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse Ex.: 2: Um escritor destaca-se pela produção dos
--Tem uma festa legal e a gente quer se divertir (…)”. gêneros conto, crônica e romance. A sua
produção está relacionada com o gênero:
Ex.: 1: Sobre o tipo de narrador presente na a. Épico.
música Eduardo e Mônica, é correto afirmar que b. Lírico.
se trata de um: c. Correto: Narrativo.
a. Correta: Narrador personagem, pois, além de  Comentário: O conto, a crônica e o romance
narrar os fatos, verídicos ou não, faz parte da são classificados como gêneros narrativos,
história contada, sendo assim, personagem pois apresentam elementos como narrador,
dela. Esse tipo de personagem apresenta uma enredo, personagens, espaço e tempo,
visão limitada dos fatos, já que a narrativa é conflito, clímax, resolução do conflito e
conduzida sob seu ponto de vista. conclusão dos fatos.
 Comentário: Narrador personagem, pois há d. Poética.
traços de emoção por parte de quem narra, e. Dramático.
mostrando ao leitor seu ponto de vista sobre
os fatos.
b. Narrador testemunha, pois é uma das
personagens que vivem a história contada,
mas não é uma personagem principal.

136
Texto 2. DISCURSO INDIRETO: Por meio de orações
Sinto-me um pouco intrusa vasculhando minha subordinadas substantivas, o narrador
infância. Não quero perturbar aquela menina no seu ofício reproduz a fala do personagem, não cedendo
de sonhar. Não a quero sobressaltar quando se abre para
o mundo que tão intensamente adivinha, nem interromper à personagem espaço para que represente a
sua risada quando acha graça de algo que ninguém mais exposição de sua fala.
percebeu.
Tento remontá-la aqui num quebra-cabeças que vai Texto
formar um retrato - o meu retrato? Certamente faltarão No começo de outubro, deu-se um incidente que
algumas peças. Mas, falhada e fragmentária, esta sou eu, desvendou ainda mais aos olhos do médico a situação da
e me reconheço assim em toda a minha incompletude. moça. Fortunado metera-se a estudar anatomia e fisiologia
Algumas destas narrações já publiquei. São meu rebanho, e ocupava-se nas horas vagas em rasgar e envenenar
e posso chamá-las de volta quando quiser. Muitas eu gatos e cães. Como os guinchos dos animais atordoavam
mesma vi e vivi; outras apanhei soltas no ar, pois sempre os doentes, mudou o laboratório para casa, e a mulher,
há quem se exponha a uma criança que finge não escutar compleição nervosa, teve de sofrer. Um dia, porém, não
nem enxergar muita coisa da sua vida ao rés-do-chão. podendo mais, foi ter com o médico e pediu-lhe que, como
Aqui onde estou - diante deste computador, nesta coisa sua, alcançasse do marido a cessação de tais
altura e deste ângulo -, afinal compreendo que não são as experiências. (a causa secreta- Machado de Assis).
palavras que produzem o mundo, pois este nem ao menos
cabe dentro delas. Assim aquela menina dançando no
pátio na chuva não cabia no seu protegido cotidiano: 3. DISCURSO INDIRETO LIVRE: É feito com a
procurava sempre o susto que viria além. associação das características do discurso
Então enfiava-se atrás dos biombos da imaginação, direto e do indireto. A fala do personagem ou
colocava as máscaras e espiava o belo e o intrigante, que fragmentos dele é sutilmente inserida no
levaria o resto de sua vida tentando descrever.
discurso do narrador, permitindo-lhe expor
aspectos psicológicos do personagem, já que
Ex.: 1: O texto acima pode ser entendido como
esse tipo de discurso pode revelar o fluxo do
pertencente à tipologia narrativa. Desse modo,
pensamento do personagem.
todos os elementos abaixo comprovam essa
classificação, EXCETO: Texto
a. A presença de um narrador em primeira E foi se. O mestre Amaro parou um pouco ao paredão do
pessoa que relata, com parcialidade, os fatos engenho e reparou nos estragos que a chuva fizera nos
tijolos descobertos. Pareciam feridas vermelhas. O bueiro
e elementos descritos.
baixo e a boca da fornalha escancarada, um barco sujo.
b. Referências espaciais como o estar “diante Lembrou-se dos tempos do capitão Tomas de quem seu
deste computador, nesta altura e deste pai lhe contava tanta coisa, das safras do capitão, da
ângulo”. botada com festas, das pejadas, com a casa de purgas
c. A presença de personagens como “aquela cheia de açúcar.
menina no seu ofício de sonhar”.
d. Incorreto: A defesa de um posicionamento Descrição
que fica claro na oposição entre o adulto e a É um texto em que se faz um retrato por escrito
criança no texto. de um lugar, uma pessoa, um animal ou um
objeto. A classe de palavra mais usada é o
 Discurso: Direto; Indireto e Indireto livre. ADJETIVO, pela sua função caracterizadora.
1. DISCURSO DIRETO: Reproduzem-se as Podemos descrever sensações ou sentimentos.
palavras dos personagens. Esse tipo de Não há relação de anterioridade e posterioridade.
discurso serve como uma comprovação Significa criar com palavras a imagem do objeto
concreta do que acabou de ser exposto pelo descrito. É fazer uma descrição minuciosa do
narrador, o qual cede espaço para que a objeto ou do personagem a que o texto se pega.
personagem se mostre mais abertamente
através do fato no presente. Tipos de descrição
Descrição ambiental: Esquema:
Texto 1. Inicial = Comentários;
Estávamos sentados à mesa, fumando, quando bateram 2. De desenvolvimento = Detalhes referentes à
palmas lá fora. D. Maria José foi ver e voltou logo: estrutura global do ambiente;
- É a criada de D. Engrácia que tem negócio com o senhor. 3. Final = Observação sobre a atmosfera que
- Comigo?
- Sim senhor.
baixa no ambiente.
Levantei-me, atravessei o corredor vagarosamente.
- Que é que há? Perguntei a Casimira, que esperava à
porta, grave, barbada, o rosto cheio de verruga.
- Um livro que a menina mandou.
Entregou-me o volume.
- Um livro? Ah! Sim! Sei o que é um romance. Muito
obrigado, diga a D. Marta que estou muito grato. Isso é uma
obra excelente do centro da boa imprensa, uma obra
importante. Edifica. Amanhã devolvo.
Texto
137
Tudo parado. Os reposteiros de veludo verde-musgo água nos cristais vulcânicos trazidos pelas missões
criam sombras mais fundas. Os mortos dos retratos de Apolo.“O essencial é que em 2008 dissemos que o
molduras bronzeadas parecem mais mortos. O grande conteúdo primitivo de água no magma lunar deveria ser
lustre de vidrilhos que pende do centro do teto tem um similar à água contida na lava proveniente da drenagem do
brilho frio de ossada. manto superior da Terra”, disse outro coautor do estudo,
Ali estão as grandes poltronas vazias, com florões e Alberto Saal. “Agora, provamos que este é o caso”,
grinaldas em relevo; a mesa pesada e longa de jacarandá acrescentou. Enquanto as descobertas corroboram a teoria
com sua coberta de veludo escuro; o console de mármore longamente sustentada de que a Lua e a Terra têm origens
branco estriado de azul, o grande espelho oblongo, lago comuns, também lançam dúvidas sobre a crença de que a
morto refletindo uma paisagem morte. Os minutos passam. Lua pode ter se formado após um desprendimento da
O crepúsculo azul que o luar projeta na varanda vai Terra, perdendo boa parte de sua umidade neste processo
ficando cada vez mais pálido. O silêncio continua. de alta temperatura.
Um tique-taque seco: o velho relógio de ébano que está Segundo esta teoria, de “enorme impacto” nos anos 1970,
dissolvido no negrume dum canto geme estertorosamente a Lua se formou depois que o nosso planeta colidiu com
uma badalada, outra, mais outra, três cinco, sete, nove e uma rocha espacial ou planeta, 4,5 bilhões de anos atrás.
parece que o zunido do sino sai do fundo de idades “Esta nova pesquisa revela que aspectos desta teoria
remotas, avança no tempo e vem acordando todos os devem ser reavaliados”, destacou o estudo. As
fantasmas da sala antiga. descobertas também levantam interrogações sobre as
Volta o silêncio. teorias que afirmam que o gelo encontrado nas crateras
Se o teto alto de estuque devolvesse as vozes que dos polos lunares pode ser resultante do impacto de
subiram para ele no passado... Se o espelho tornasse a meteoros, sugerindo que parte do mesmo pode ter
refletir as imagens perdidas... provindo da erupção de magmas lunares. A NASA
(Érico Veríssimo- Música ao longe). anunciou, em 2009, que duas naves enviadas à Lua para
colidir com a superfície do satélite descobriram pela
Dissertação primeira vez água congelada, uma revelação considerada
enorme passo adiante na exploração espacial.
É elaborado a partir da apresentação de fatos,
opiniões, pensamentos ou informações sobre Dissertação ARGUMENTATIVA
determinados assuntos. Geralmente, as ideias O autor, além de tentar convencer o leitor a
apresentadas são encontradas usando-se a 3ª respeito da ideia apresentada, usa um raciocínio
pessoa do singular, uma das formas de marcar a lógico e coerente, usando como base de
impessoalidade. A dissertação pode ser argumentação, provas que evidenciam suas
EXPOSITIVA ou ARGUMENTATIVA é dividida em ideias. O objetivo é perceber conhecimento do
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e produtor em relação a uma determinada temática.
CONCLUSÃO. Trata-se de um texto pessoal (emotivo) no qual o
autor fará exposições, consoante sua visão crítica
Dissertação informativa (EXPOSITIVA) de forma parcial, exporá sua opinião, embasada
O autor não se propõe a convencer o leitor, fazendo em pesquisa. É exigido do autor o uso de
apenas explicações sobre o assunto apresentado, argumentos universais, uma postura coerente e
relatando dados e ideias. O objetivo é somente precisa, uma linguagem clara e concisa a fim de
informar, sem ter qualquer postura crítica. O autor não haver contradição por parte do leitor.
deve agir de forma imparcial, não deve estabelecer
qualquer comentário pessoal acerca da temática Nos últimos anos, a discussão sobre o aquecimento
abordada. global e suas consequências se tornou onipresente entre
governos, empresas e cidadãos. É louvável que todos
Lua pode conter tanta água quanto a Terra, revela queiram salvar o planeta, mas o debate sobre como fazê-lo
estudo. chegou ao patamar da irracionalidade. Entre cientistas e
ambientalistas, estabeleceu-se uma espécie de fervor
A Lua poderia ter muito mais água do que o imaginado,
talvez tanta quanto a Terra, uma descoberta que lança dúvidas fanático e doutrinário pelas conclusões pessimistas do
sobre a formação do satélite, revela um estudo divulgado esta Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
quinta-feira nos EUA. Durante muito tempo acreditou-se que a Lua (IPCC), órgão da ONU. Segundo elas, ou se tomam
fosse um local seco e poeirento até que, há poucos anos, providências radicais para cortar as emissões de gases do
descobriu-se água pela primeira vez. efeito estufa decorrentes da atividade humana, ou o
Agora, cientistas das universidades Case Western mundo chegará ao fim do século XXI à beira de uma
Reserve e Brown acreditam que no interior da Lua haja catástrofe.
cem vezes mais água do que se pensava inicialmente. Nos últimos três meses, numa reviravolta espetacular, a
As descobertas foram feitas com o uso de um instrumento doutrina do aquecimento global vem se desmanchando na
de precisão, chamado Nano SIMS 50L um microanalisador esteira de uma série de escândalos.
de íons para examinar o magma lunar ou pequenas Descobriu-se que muitas das pesquisas que dão
quantidades de rocha derretida, coletada pela Apolo 17, a sustentação aos relatórios emitidos pelo IPCC não passam
última missão americana à Lua, em 1972. de especulação sem base científica.
“Estas amostras são a melhor janela que temos para Pior que isso: Os cientistas que conduzem esses estudos
[calcular] a quantidade de água no interior da Lua”, disse manipularam dados para amparar suas conclusões.
James Van Orman, coautor do estudo e professor de A reputação do IPCC sofreu um abalo tectônico no início
ciências geológicas do Case Western. do ano quando se descobriu um erro grosseiro numa das
“O interior parece ser bastante similar no interior da Terra, pesquisas que compõem seu último relatório, divulgado em
razão pela qual sabemos sobre a abundância de água”, 2007. O texto afirma que as geleiras do Himalaia podem
acrescentou. As descobertas foram publicadas na edição desaparecer até 2035, por causa do aquecimento global.
de 26 de maio da “Science Express”. O derretimento traria consequências devastadoras para
A mesma equipe publicou um trabalho na “Nature” em bilhões de pessoas na Ásia, que dependem da água
2008, descrevendo a primeira evidência da presença de produzida pelo degelo nas montanhas. Os próprios
138
cientistas que compõem o IPCC reconheceram que a Tipos de estratégias argumentativas
previsão não tem o menor fundamento científico e foi Argumentação por autoridade
elaborada com base em uma especulação. O mais
espantoso é que tal previsão tenha sido tratada como É realizada por meio da demonstração de
verdade incontestável por três anos, desde a publicação opiniões de pessoas consideradas autoridades.
do documento.
Os relatórios do IPCC são elaborados por 3000 cientistas Individualistas e comportados. E daí?
de todo o mundo e, por enquanto, formam o melhor Cientistas sociais e filósofos de inúmeras correntes
conjunto de informações disponível para estudar os garantem: a geração de 90 é ambígua. Explica-se: os
fenômenos climáticos. O erro está em considerá-lo infalível adolescentes dessa época buscam o bem-estar individual,
e, o que é pior, transformar suas conclusões em dogmas. mas também consideram o conceito “viver dignamente”
como um direito da humanidade. Só que eles não
pretendem se fatigar nas lutas sociais, nem se sentem
Injunção atraídos por bandeiras políticas ou cartilhas ideológicas.
Em uma pesquisa recente na França, o item “justiça
O autor tenta fazer com que o leitor tome atitude a social” foi classificado como um dos menos importantes
partir de uma sequência de comandos por por moças e rapazes na faixa dos 14 aos 17 anos.
convencimento; ele apresenta ordem, pedido, Imediatamente, a geração que ouve Madonna, diverte-se
conselho etc. E por isso há predominância de com Steven Spielberg e devora sanduíches passou a ser
chamada de “novos individualistas”. O filósofo e escritor
verbos no imperativo e ordenação seriada das francês Laurent Joffrin, autor do livro Um toque de
informações. Juventude, celebra com muito otimismo os “moralistas
de blue jeans: “eles não são apáticos como se
Receita de pizza supõem. “Seus interesses vão além do prazer imediato
1. Peneire a farinha e o sal em uma tigela grande. Adicione e da pura distração”, explica Joffrin. Mais cético, seu
o fermento e misture. colega Alain Finkelkraut acredita que os jovens dos
2. Faça um buraco no centro dos ingredientes secos. anos 90 se apoiam em relacionamentos superficiais e
Despeje a água e o azeite e mexa até formar uma massa valores distorcidos. “Comportam-se como se a vida
mole. fosse um grande videoclipe…”, lamenta. Enquanto os
3. Amasse a massa sobre uma superfície levemente intelectuais batem boca, os ingleses que cresceram
enfarinhada, por mais ou menos 10 minutos, até que ela ouvindo a balada conservadora de Margareth Thatcher
fique lisa e elástica. hoje insistem que a vida comportada é muito melhor. Em
4. Coloque a massa em uma tigela untada e cubra com uma pesquisa da revista Look Now, moças e rapazes de
plástico transparente. Deixe-a num local morno para 15 a 24 anos confessam gostar de boas roupas, querem
crescer por mais ou menos uma hora, até que ela tenha ser vistos como pessoas sensíveis e responsáveis,
dobrado de tamanho. pretendem ter uma carreira sólida e fazer fortuna.
5. Amasse novamente a massa. Coloque-a sobre uma Desnecessário dizer que a Dama de Ferro adorou os
base levemente enfarinhada e amasse por 2 a 3 minutos. resultados da pesquisa.
Abra a massa como desejado e coloque-a em uma fôrma
untada. A massa está pronta para a cobertura. Observe que os trechos em negrito são todos
considerados argumentos de autoridade, pois o
Diálogo autor tem como objetivo tornar o seu texto mais
Podemos observar que o texto é constituído por no convincente e para isso não se usa apenas das falas
mínimo dois locutores, que estabelecem um de cada indivíduo citado no texto, mas também das
intercâmbio verbal. Ele é organizado de forma a funções que lhe conferem esta autoridade, uma vez
reproduzir uma conversa validada, pois conferem que a pessoa citada no texto pode não ser
realismo ao diálogo realizado pelos personagens conhecida do leitor. Assim é possível constatar que
que participam do mesmo espaço e discutem sobre não é apenas o nome do indivíduo que caracteriza a
o mesmo tema. autoridade, e sim a importância que esse indivíduo
traz ao tema apresentado. Da mesma forma isso
– E que música prefere o senhor? acontece com o uso de pesquisas que conferem
– A música alemã, que é a que mais nos predispõe ao devaneio.
– Conhece os italianos?
veracidade às informações apresentadas.
– Ainda não; mas tenciono frequentá-los no ano que vem,
quando for residir em Paris, para completar o meu curso de
Direito.

139
Argumentação por analogia Essa atitude tanto pode colocar uma pessoa na condição
Acontece por meio de uma comparação: de discípulo de um grande pensador como pode embalá-la
na treva da ignorância. O segundo caso ocorre com maior
frequência.
“A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices As cabeças arrumadas brasileiras, atraídas pela
de doenças do coração. Imagine o leitor, por exemplo, um construção de modelos intelectuais harmônicos, dão pouca
automóvel dirigido suavemente, com trocas de marcha em atenção ao funcionamento da sociedade. Preferem evitar o
tempo exato, sem freadas bruscas ou curvas violentas. A assunto. Alguns exemplos:
vida desse veículo tende a prolongar-se bastante. Imagine O bem-pensar urbano do Rio de Janeiro legislou que é
agora o contrário: um automóvel cujo proprietário se proibido construir apartamentos com menos de 30
compraz em arrancadas de “cantar pneus (…)”. metros quadrados. Coisa de gente muito bem educada.
Faltou dizer onde vai morar uma família que não tem
Observamos nitidamente que o autor do texto usa dinheiro para essa metragem. Na favela, por certo. A
de uma estratégia de comparação para conduzir o discussão dessa lei de incentivo à favelização está
fora do debate urbano carioca.
pensamento do leitor e, para isso, compara a O bem-pensar tributário estabeleceu que os serviços
forma como se “dirige” a vida, com a forma como de telefonia devam ser taxados com mãos de ferro,
se dirige um automóvel. pois vai-se tomar dinheiro do andar de cima para
custear investimentos que atenderão ao de baixo. Deu
Argumentação por apresentação de dados no seguinte: o patrão fala com Paris de graça pelo
Skype e a empregada paga R$ 5 por um telefonema de
estatísticos dez minutos para Bangu. Um imposto destinado a
É feito por meio da apresentação de dados buscar justiça produz injustiça, mas o tema está fora
estatísticos e, assim como as outras estratégias, da agenda dos teletecas.
serve para provar aquilo que é dito no texto. O bem-pensar diplomático levou Lula a propor uma
cruzada mundial contra a fome. Fez isso em Genebra,
Geralmente os dados usados são oriundos de Paris e Nova York. Passados dois anos, contou que
pesquisa de órgãos públicos habilitados para a gostaria de arrumar recursos para combater a
divulgação de tais dados. desnutrição da África, aumentando as taxas de
embarque nos aeroportos brasileiros. Falta dizer aos
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o usuários do Galeão que eles pagam uma das taxas
Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a mais altas do mundo, o dobro do que se cobra no
partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Aeroporto Kennedy.
Ministério da Educação, mostra o número de crianças de Num caso mais farisaico, tome-se o exemplo da
sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada legislação penal brasileira. Bem pensada, faz inveja a
estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de um advogado sueco. São muitos os doutores que
crianças, ou 5,5% da população nessa faixa etária (sete a fazem palestras pelo mundo descrevendo essa joia de
catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não modernidade.
frequentam as salas de aula. O pior índice é do Amazonas: Jamais um ministro da Justiça contará que as
16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da maravilhas são parólas. O que vale mesmo é a lei da
escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% massa. O bandido que entra na prisão passa a uma
(7200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do nova instância judicial, a de seus pares. Maltratou a
Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil). mãe? Morre. Estupro? Se não morrer, sofre o que fez.
Respeito, só para os estelionatários.
No Brasil das cabeças desarrumadas cada tema poderá
Argumentação por exemplos ser discutido e avaliado isoladamente. Muitas opiniões
É realizado por meio de exemplos que elucidam ou resultarão contraditórias, mas é esse exercício do juízo
justificam a ideia apresentada na tese. Um bom individual que enriquece o debate público.
exemplo fundamenta a argumentação, pois pode Harmonia e nexo podem ser desejáveis, mas é preferível
conviver com pessoas de cabeça desarrumada cujas
relatar casos que sustentam a tese como opiniões não formam um nexo final do que aturar gente
verdadeira. que tem muito nexo, mas não se responsabiliza pelas
opiniões que dá.
O resultado do referendo fez um bem ao país. Instaurou o
império das cabeças desarrumadas, e o Brasil precisa Os trechos em negrito são argumentos
delas. Uma pessoa de cabeça desarrumada é assim:
defende a pena de morte e o ensino gratuito nas exemplificativos que têm como objetivo mostrar a
universidades públicas. É a favor do aborto e se diz veracidade da tese apresentada no primeiro
católico. Votou Lula em 2002 e José Serra em 2004. É parágrafo (O resultado do referendo fez um bem
contra as cotas nas universidades e milita numa ONG de ao país. Instaurou o império das cabeças
defesa da Mata Atlântica. Por desarrumada, essa cabeça
pode pensar tudo ao contrário e não faz a menor diferença.
desarrumadas, e o Brasil precisa delas.),
A desarrumação determina e incentiva o debate. Opõe-se comprovando o posicionamento do autor do texto.
a um mundo de ideias ordenadas no qual a pessoa deve
se preocupar em “pensar direito”, entendendo-se que
sempre haverá alguém explicando o que vem a ser
“pensar direito”.
Houve uma época em que a expressão “raciocinar em
bloco” designava, com alguma ironia, inteligências ou
culturas privilegiadas, sacerdotes do bem-pensar.
Aceitando-se as virtudes do mestre, esperava-se sua
opinião e ia-se atrás.

140
REDUZIDO A UM CLIQUE aluguel, escritório, luz, funcionários humanos e
Rio de Janeiro: A notícia é alarmante: Amazon se prepara nem mesmo a ração do gato.
para vender livros físicos no Brasil. O alarme não se limita
à iminente entrada da Amazon no mercado brasileiro de
Resposta:
livros, algo que lembrará o passeio de um brotossauro pela  Alternativa (a) resposta correta: Há
Colombo. A ameaça começa pela expressão ``livros marcação de ironia nos segmentos citado,
físicos´´ é o que, a partir de agora, o diferenciará dos Best-Seller. O mais vendido. O autor ironiza a
livros digitais. Pelos últimos mil anos, dos manuscritos ao
incurábulos e aos impressos a laser, os livro têm sido
forma e a indicação do livro: pode ser o mais
chamados de livros; nunca precisaram de adjetivos para indicado, o mais vendido, nem por isso o
distingui-los dos astrolábios, das guilhotinas ou das melhor. Mas é chic no momento. O leitor,
cenouras. Quando se dizia ``livro´´, todos entendiam um muitas vezes, o adquire pela figuração da
objeto de peso e volume, composto de folhas indicação, modismo ou status. Atrás do Best-
encadernadas, protegidas por papelão ou couro, nos quais
se gravaram a tinta palavras ou imagens. Há 200 anos, os selles sempre há um belo marketing para c e
livros deixaram de ser privilégios das bibliotecas, públicas cultural do livro e teme pela sua sobrevivência.
ou particulares e passaram a ser vendidas em lojas  Alternativa (d): O tom no segmento não é
especializadas, chamadas livrarias. Desde sempre, as didático, mas crítico no sentido de tentar
livrarias se caracterizam por estantes altas, vendedores
atenciosos, uma atmosfera de paz e a ocasional presença
preservar a importância que sempre,
de um gato. Foi nelas que leitores e escritores aprenderam historicamente, caracterizou o livro.
a se encontrar e trocar ideias, gerando uma emulação com  Alternativa (e): Não há defesa, da busca de
a qual a cultura teve muito a ganhar. A Amazon dispensa lucros, nem a forma usada pelos empresários
tudo isso. Ela vende livros físicos, mas a partir de um
endereço imaterial, nada físico, acessível apenas pela
da indústria dos livros; há, sim, uma irônica
internet. Dispensa as livrarias. Se você se interessar por alusão ao risco que o marketing eletrônico
um livro (certamente recomendado por uma lista de Best- representa, distante das facilidades do
sellers) basta o número do seu cartão de crédito e um consumo, perda do prazer da busca pelo livro
clique. Em dois dias, ele estará em suas mãos, e a um que, através de um clique, que pode
preço mais em conta, porque a Amazon não tem gasto
com aluguel, escritório, luz, funcionários humanos e nem transformar-se em mais um mero produto de
mesmo a ração do gato. Com sorte, os livros continuarão consumo descartável e perder toda a magia
físicos. Mas os leitores correm o risco de ser reduzidos a condita na palavra livro.
um número de cartão de credito e um clique.

Ex.: 1: O modo como o autor desenvolve seu


Paisagem com figuras
texto sobre a notícia citada: Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello
a. Correto: Justifica que se considerem como Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus
marcador pelo tom de ironia os segmentos colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde,
(certamente recomendado por uma lista de pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se
um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que
Best-seller) e com sorte, os livros continuarão estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de
físicos. chegar”, informou Fernando. “Chacrinha? Quem é
b. Revela sua diferença pelas bibliotecas Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador
públicas ou particulares e a consideração que de tevê, muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em
tem pelas livrarias, como se observa no Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se
interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a
seguimento há 200 anos, os livros deixarão de dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia
serem privilégios das bibliotecas públicas ou por aqui. E, mesmo que estivesse a par, não podia haver
particulares e passaram a ser vendidos em ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua
lojas especializadas, chamadas livrarias. poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as
palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas,
c. Explica o tom alarmante nele impresso, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco
reconhecível, por exemplo, nos seguimentos em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e
``A notificação é alarmante: Amazon se branco. Em seu programa, apresentava os piores cantores
prepara para vender livros físicos no Brasil e a do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia
Amazon dispensa tudo isso. concursos de comer barata. Os comunicólogos ainda não
o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.
d. Atesta o tom didático do texto, centrado em Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez
divulgar a história do livro e seduzir leitores, ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral,
como se nota nos últimos mil anos, dos estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e
manuscritos. Aos impressos, a lazer, os livros exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não
deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se
têm sido chamados de livros e se você se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos
interessar por um livro, basta o número do seu soluços. O poeta João Cabral de Mello Neto e o
cartão de credito e um clique. apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de
e. Legitima a hipótese de que defende a busca curso primário no Colégio Marista, do Recife, e que não se
de lucro pelos empresários ligados a indústria viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se
reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil.
dos livros físicos, como o atestando o
segmento a Amazon não tem gasto com

141
Ex.: 1: Ao narrar o reencontro entre o poeta João Ex.: 5: A expressão destacada em “E, mesmo que
Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo estivesse a par, não podia haver ninguém menos
Barbosa, o autor traz uma reflexão bem-humorada Chacrinha do que João Cabral.” pode ser
corretamente substituída, com o sentido
sobre:
preservado, por:
a. O fato de duas pessoas tão distintas serem a. Correto: Ainda que;
igualmente famosas na mídia brasileira. b. Visto que;
b. A aleatoriedade com que o destino premia ou c. Conforme;
castiga pessoas da mesma origem social. d. Consoante;
c. Correta: As coincidências da vida e também
sobre a diversidade da cultura brasileira. Trecho do romance Quincas
Repito, Sofia comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim
d. O modo como a cultura erudita e a cultura de da missão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia
massa são nutridas pela mesma ideologia. chamou-lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este
nome a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário,
e. A importância de se cultivarem as amizades da resumindo em Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar
infância mesmo nas adversidades. novas amigas, e fazer-lhe perder em um dia o trabalho de
longos meses. Assim se explica o artigo que a mesma folha
Ex.: 2: Na construção de sentido do texto, trouxe no número seguinte, nomeando, particularizando e
glorificando as outras comissárias – “estrelas de primeira
estabelecem entre si relação de oposição as grandeza”. Nem todas as relações subsistiram, mas a maior
seguintes expressões do terceiro parágrafo: parte delas estavam atadas, e não faltava à nossa dona o
talento de as tornar definitivas. O marido é que pecava por
a. Desidratada; cerebral. turbulento, excessivo, derramado, dando bem a ver que o
b. Poesia; pedra. cumulavam de favores, que recebia finezas inesperadas e
c. Palhaço; genial. quase imerecidas. Sofia, para emendá-lo, vexava-o com
censuras e conselhos, rindo: – Você esteve hoje insuportável;
d. Correto: Grave; barroco. parecia um criado. Sofia é que, em verdade, corrigia tudo.
e. Preto e branco; mau gosto. Observava, imitava. Necessidade e vocação fizeram-lhe
adquirir, aos poucos, o que não trouxera do nascimento nem
da fortuna. Cortou as relações antigas, familiares, algumas
Ex.: 3: Está empregada com sentido figurado a tão íntimas que dificilmente se poderiam dissolver; mas a arte
palavra destacada no seguinte trecho do texto: de receber sem calor, ouvir sem interesse e despedir-se sem
a. … ouviu-se um rumor na varanda… (1º pesar, não era das suas menores prendas; e uma por uma se
foram indo as pobres criaturas modestas, sem maneiras, nem
parágrafo); vestidos, amizades de pequena monta, de pagodes caseiros,
b. … com raras vindas ao Rio… (2º parágrafo); de hábitos singelos e sem elevação.
c. Os comunicólogos ainda não o tinham
Ex.: 1: Levando em consideração o texto como
descoberto… (3º parágrafo); um todo, assinale a alternativa correta.
d. Correto: Chacrinha entrou ventando pela a. O processo de ascensão social de Sofia e de
Fiorentina… (4º parágrafo); seu marido não ocorre senão por meio de
e. O poeta levou um susto… (4º parágrafo). sobressaltos comportamentais, em que ambos
deixam transparecer a simplicidade de modos
Ex.:4: Um vocábulo responsável por estabelecer que os aproxima das “pobres criaturas
relação de comparação no enunciado está modestas, sem maneiras, nem vestidos”, de
destacado em: que ambos querem se ver livres – o que leva o
marido de Sofia, inclusive, a alguns excessos.
a. Correto: … Fernando Pessoa Ferreira e Felix
b. Pode-se inferir do fragmento como um todo
de Athayde, pernambucanos como ele. (1º que Sofia engendrou premeditadamente a
parágrafo); ascensão social de sua família, sem crises de
b. … um apresentador de tevê, muito famoso… consciência. Ao contrário do marido, que
(2º parágrafo); deixava transparecer o processo pelo qual
c. … tomar dez aspirinas por dia para a dor de passava o casal, Sofia adquiriu, por meio da
cabeça… (2º parágrafo); observação atenta, a discrição inerente às
famílias abastadas.
d. … Chacrinha, o divino palhaço… (3º
c. A relação entre Sofia e o marido é desigual:
parágrafo); enquanto este, cujas ações indicam
e. … os dois se jogaram nos braços um do preferência pelas amizades menos abastadas,
outro… (4º parágrafo). se confunde com o processo de ascensão
social que o casal atravessa, a esposa urde a
passagem às relações com amigas ricas, por
meio da observação aguda e da atenta
imitação, com os cuidados que essas pessoas
exigem.

142
d. Correto: O processo de ascensão social e. O autor se baseia em opiniões polêmicas de
experimentado por Sofia e por seu marido é, defensores da liberdade de expressão para
inicialmente, acidental: um lance de sorte (a enaltecer a política colonialista de ingleses e
publicação da Atalaia, chamando-lhe às de norte-americanos, entre os séculos XVII e
amigas de “estrelas de primeira grandeza”) XX.
permite ao casal a entrada numa rede fechada
de amizades privilegiadas e o abandono de Rio Grande do Norte: a esquina do
relações passadas. continente
e. Ao afirmar que o marido estava “insuportável”, Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535,
que “parecia um criado”, Sofia reprocha-lhe os mas os índios potiguares resistiram e os franceses
modos que lhe trazem as origens humildes, invadiram. A ocupação portuguesa só se efetivou no final
que destoam das novas amizades que a do século, com a fundação do Forte dos Reis Magos e da
esposa faz à sua revelia. Também é sem o Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da cana
consentimento do marido que Sofia abandona levou a atividade econômica para a pecuária. O Estado
amaneiradamente os antigos amigos. tornou-se centro de criação de gado para abastecer os
Estados vizinhos e começou a ganhar importância a
A liberdade enriquece extração do sal – hoje, o Rio Grande do Norte responde
A liberdade surge no oceano da economia, de onde se por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo é outra
espraia para todos os lugares. Isso é o que imaginava Ludwig fonte de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo
von Mises, o arquiteto mais destacado da escola austríaca de em terra e o segundo no mar. Os 410 quilômetros de
economistas neoclássicos. Ele estava errado: a liberdade praias garantem um lugar especial para o turismo na
nasceu no continente da política, mais propriamente como economia estadual.
liberdade de expressão - o direito de imprimir sem licença. O
O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas - com
parto deu-se pelas mãos do poeta e polemista John Milton,
em 1644, no epicentro da Guerra Civil Inglesa entre o belas praias, falésias, dunas e o maior cajueiro do mundo
Parlamento e a Monarquia. Naquele ano, Milton publicou a –, do qual faz parte a capital, Natal. O Polo Costa Branca,
Aeropagitica, fonte do mais clássico dos argumentos no oeste do Estado, é caracterizado pelo contraste: de um
racionais contra a censura: os seres humanos são dotados de lado, a caatinga; do outro, o mar, com dunas, falésias e
razão e, portanto, da capacidade de distinguir as boas ideias quilômetros de praias praticamente desertas. A região é
das más. Ludwig von Mises não errou em tudo; acertou no grande produtora de sal, petróleo e frutas; abriga sítios
principal. Liberdade não é um artigo de luxo, um bem etéreo,
arqueológicos e até um vulcão extinto, o Pico do Cabugi,
desconectado da economia. A Grã-Bretanha acabou
seguindo o caminho preconizado por Milton e se converteu na em Angicos. Mossoró é a segunda cidade mais importante.
maior potência do mundo. Os Estados Unidos, com sua Além da rica história, é conhecida por suas águas termais,
Primeira Emenda à Constituição - que proíbe a edição de leis pelo artesanato reunido no mercado São João e pelas
que limitem a liberdade de religião, a liberdade de expressão salinas.
e de imprensa ou o direito de reunião pacífica -, assumiram o Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo
primeiro posto no século XX. Liberdade funciona, pois a do Seridó, dominado pela caatinga e com sítios
criatividade é filha da crítica.
arqueológicos importantes, serras majestosas e cavernas
misteriosas. Em Caicó há vários açudes e formações
Ex.: 1: Considerando-se o teor do texto, é
rochosas naturais que desafiam a imaginação do homem.
CORRETO afirmar:
O turismo de aventura encontra seu espaço no Polo
a. Correto: Trata-se de um texto opinativo, em
Serrano, cujo clima ameno e geografia formada por
que o autor, apoiando-se em teorias e montanhas e grutas atraem os adeptos do ecoturismo.
oferecendo exemplos de sucesso, tece Outro polo atraente é Agreste/Trairi, com sua sucessão
comentários a respeito da relação entre de serras, rochas e lajedos nos 13 municípios que
liberdade e desenvolvimento econômico. compõem a região. Em Santa Cruz, a subida ao Monte
b. Há crítica em relação ao papel desempenhado Carmelo desvenda toda a beleza do sertão potiguar – em
na economia de alguns países por proposições breve, o local vai abrigar um complexo voltado
hipotéticas de poetas e economistas sob principalmente para o turismo religioso. A vaquejada e o
influência de escolas estrangeiras. Arraiá do Lampião são as grandes atrações de Tangará,
c. No 2º parágrafo encontra-se defesa por inteiro que oferece ainda um belíssimo panorama no Açude do
da opinião do economista austríaco, em Trairi.
flagrante contradição com a observação de
que ele havia se enganado, como consta do 1º
parágrafo.
d. O título se volta para a comprovação da tese
do poeta inglês de que o desenvolvimento
econômico de uma nação se associa
inequivocamente à racionalidade de seus
cidadãos.

143
Ex.: 1: O texto se estrutura notadamente: e. A forma verbal estava, explícita em estava
a. Correta: Sob forma narrativa, de início, e adoentada, está elíptica na construção
descritiva, a seguir, visando a despertar seguinte, impossibilitada de comparecer.
interesse turístico para as atrações que o
Estado oferece. Celebridades
b. De forma instrucional, como orientação a Todos sabemos qual é a atividade de um médico, de um
eventuais viajantes que se disponham a engenheiro, de um publicitário, de um torneiro mecânico,
de um porteiro. Mas o que faz, exatamente, uma
conhecer a região, apresentando-lhes uma celebridade − além de ser célebre? Vejam que não me
ordem preferencial de visitação. refiro a quem alcançou sucesso pela competência na
c. Com o objetivo de esclarecer alguns aspectos função que exerce; falo das celebridades que estão acima
cronológicos do processo histórico de de um talento específico e se tornaram célebres ninguém
sabe exatamente por quê.
formação do Estado e de suas bases Ilustro isso com um caso contado pelo poeta Ferreira
econômicas, desde a época da colonização. Gullar. Andando numa rua do Rio de Janeiro, com sua
d. Como uma crônica baseada em aspectos inconfundível figura − magérrimo, rosto comprido e longos
históricos, em que se apresentam tópicos que cabelos prateados − foi avistado por um indivíduo
salientam as formações geográficas do embriagado que deve tê-lo reconhecido da televisão, onde
sempre aparece, que lhe gritou da outra calçada: −
Estado. Ferreira Gullar! Sujeito famoso que eu não sei quem é!
e. De maneira dissertativa, em que se discutem Aqui, a celebração não era do poeta ou de sua obra: era o
as várias divisões regionais do Estado com a reconhecimento de uma celebridade pela celebridade que
finalidade de comprovar qual delas se é, e ponto final. Isso faz pensar em quanto o poder da
mídia é capaz de criar deuses sem qualquer poder divino,
apresenta como a mais bela. astros fulgurantes sem o brilho de uma sólida justificativa.
E as consequências são conhecidas: uma vez elevada a
Ex.: 2: A transformação da frase "Eu nunca parei seu posto, a celebridade passa a ser ouvida, a ter
de pensar sobre isso", disse Goodwin, para influência, a exercitar esse difuso poder de um “formador
de opinião”. Cobra-se da celebridade a lucidez que não
discurso indireto é: tem, atribui-se-lhe um nível de informação que nunca
a. Correta: Goodwin disse que nunca parara de alcançou, conta-se com um descortino crítico que lhe falta
pensar sobre aquilo. em sentido absoluto. Revistas especializam-se nelas,
b. Goodwin diz que nunca tivera parado de fotografam-nas de todos os ângulos, perseguem-nas onde
quer que estejam, entrevistam-nas a propósito de tudo.
pensar sobre aquilo. Esgotada, enfim, uma celebração (até mesmo as
c. Goodwin disse: “Eu nunca parei de pensar celebridades são mortais), não faltam novos ocupantes do
sobre isso”. posto.
d. Goodwin diz: “Eu nunca parei de pensar sobre À falta de algum mérito real, as oportunidades da sorte ou
isso”. da malícia bem-sucedida acabam por presentear pessoas
vazias com o cetro e a coroa de uma realeza artificial. Mas
e. Goodwin disse o que pensava sobre aquilo. um artifício bem administrado, sabemos disso, pode
ganhar o aspecto de uma qualidade natural. O que se
Ex.: 3: Ao se dirigir ao juiz, pediu-lhe o advogado espera é que sempre haja quem não confunda um
de defesa que adiasse a sessão, informando ao manequim vazio com uma cabeça com cérebro dentro.
magistrado que sua principal testemunha estava
adoentada e, por essa razão, impossibilitada de Atente para as seguintes afirmações:
comparecer. 1. Para dar força à sua tese, o autor do texto não
Indique a afirmação INCORRETA sobre o texto contempla em nenhum momento a
acima. possibilidade de alguém ser celebrado pelo
a. A presença de personagens e o fato de demonstrar competência em alguma
encadeamento temporal são traços que atividade específica.
autorizam qualificar esse texto como narrativo. 2. Ao estabelecer, no 3º parágrafo, uma conexão
b. Em discurso direto, a fala correta do advogado entre o culto das celebridades e o poder da
seria: Solicito-lhe, Meritíssimo, que adie a mídia, o autor admite que essa conexão
sessão, uma vez que minha principal constitui uma relação de causa e efeito.
testemunha encontrase adoentada, o que a 3. Depreende-se da leitura do final do 3º
impede de comparecer. parágrafo que a celebração de uma
c. Há um encadeamento causal nesta sucessão personalidade costuma ser transitória, mas a
de eventos: estava adoentada, impossibilitada necessidade da celebração como fenômeno
de comparecer e pediu-lhe o advogado de social surge como permanente.
defesa que adiasse a sessão. Em relação ao texto, está CORRETO o que se
d. Incorreta: Caso o advogado fosse um afirma em:
entusiasta dos latinismos, ele poderia, a. 1, 2 e 3.
adequadamente, usar a expressão tabula rasa, b. 1 e 2, apenas.
para indicar seu respeito ao magistrado, e ipso c. Correta: 2 e 3, apenas.
facto, no sentido de por essa razão. d. 1 e 3, apenas.
e. 2, apenas.

144
TEXTO LITERÁRIO E NÃO-LITERÁRIO  Reflexão sobre o real: No lugar de apenas
A construção de um TEXTO LITERÁRIO não informar sobre o real, ou de produzi-las, a
obedece, com rigor, ao mesmo tipo de expansão literária é usada como um meio de
organização de um TEXTO ENSAÍSTICO (não- refletir e recriar a realidade, reordenação. Isso
literário). Apesar de o autor mostrar uma parte da dá ao texto literário um caráter ficcional, ou
realidade e defender ideias, isso se dá de forma seja, o texto literário interpreta aspectos da
encoberta, menos direta, mais figurada. A história realidade efetiva, de forma indireta, recriando o
contada vai revelar, por meio de sua trama, as real num plano imaginário.
ideias e os valores que o autor defende e que nos  Reconstrução da linguagem: No texto
cabe buscar no texto. Para tanto, da forma literário o uso estético da linguagem pressupõe
explicada a seguir. criar novas relações entre as palavras,
 Em PRIMEIRO LUGAR, fazemos a leitura combinando-se as de forma inusitada,
emocional, envolvendo-nos com o assunto. singular, revelando novas formas de ver o
 Em SEGUNDO LUGAR, é fazer o mundo.
levantamento do nível denotativo do texto, isto  Multissignificação: No texto literário, faz um
é, o significado imediato, literal do texto. Para amplo uso de metáforas e metonímias, com o
isso, fazemos um Resumo do enredo ou trama objetivo de despertar no leitor o prazer
do texto, ou seja, contar, em poucas palavras, estético, isto é, o que define seu caráter
a história apresentada no texto, mantendo plurissignificativo.
apenas os detalhes importantes para que se No TEXTO NÃO-LITERÁRIO as relações são
compreenda a situação e atuação dos mais restritas, tendo em vista, a necessidade de
personagens, caso haja. uma informação mais objetiva e direta no
 Em TERCEIRO LUGAR, procedemos e processo de documentação da realidade, com
levantamento do plano conotativo ou figurativo, predomínio da função referencial da linguagem, e
do texto; que tema o autor está discutindo, que na interação entre os indivíduos, com predomínio
ideias, valores a produção simboliza? Assim, de outras funções. O texto não-literário usa
temos mais chances de interpretar bastante as construções de base denotativa.
adequadamente um texto não-literário.  Denotativa: O sentido denotativo das palavras
O TEXTO LITERÁRIO tem uma dimensão é aquele encontrado nos dicionários, o
estética, multissignificativa e dinâmica, que chamado sentido real ou verdadeiro.
possibilita a criação de muitas e novas relações de
sentido. Com predomínio da função poética da Ex.: 1: Sobre a linguagem não literária é correto
linguagem, é um meio importante de reflexão afirmar, EXCETO:
sobre a realidade, envolvendo um processo de a. É utilizada, sobretudo, em textos cujo caráter
recriação dessa realidade. Os textos literários seja essencialmente informativo.
exploram bastante, as construções de base b. Correta: Sua principal característica é a
CONOTATIVA, numa tentativa de extrapolar o objetividade.
espaço do texto e provocar reações diferenciadas c. Correta: Utiliza recursos como a conotação
em seus leitores. para conferir às palavras sentidos mais amplos
 Conotação: É um sentido que só advém à do que elas realmente possuem.
palavra numa dada situação figurada, d. Utiliza a linguagem denotativa para expressar
fantasiada, e que, para sua compreensão, o real significado das palavras, sem metáforas
depende do texto. Sendo assim, estabelece-se ou preocupações artísticas
numa determinada construção frasal, uma Resp.:
nova relação entre significante e significado.  Alternativa (c) correta: Na linguagem não
A produção de um texto literário envolve: literária não há espaço para a linguagem
 Valorizar a forma: O uso literário da língua figurada presente em metáforas, pois sua
caracteriza-se por um cuidado com a forma, principal função é transmitir uma mensagem
visando à exploração de recursos que o de maneira objetiva.
sistema linguístico oferece, nos planos fônicos,
prosódicos, léxico, morfossintático e
semântico. Não é o tema, mas a maneira
como ele é explorado formalmente que vai
caracterizar um texto literário;

145
Ex.: 2: sobre a origem da poesia: Informa-me por e-mail minha colega Anna Prusa, do Brazil
Institute do Wilson Center, que, assim como ocorre na
Ucrânia, “Facebook e WhatsApp são fundamentais no que
A origem da poesia se confunde com a se refere à comunicação entre os brasileiros, desde grupos
origem da própria linguagem. de família até comunicações profissionais.” Com o acesso
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a ao celular tornando-se onipresente, mais pessoas hoje
linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a origem fazem uso quase exclusivamente de serviços baseados na
do discurso não poético, já que, restituindo laços mais internet. Mais de 83% dos brasileiros fizeram uma
íntimos entre os signos e as coisas por eles designadas, a chamada de vídeo ou voz no ano passado por meio de
poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, algum aplicativo da internet.
que parece anterior ao perfil de sua ocorrência nas
conversas, nos jornais, nas aulas, conferências,
discussões, discursos, ensaios ou telefonemas [...]
Ex.: 1: Segundo o texto, é CORRETO afirmar que:
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras a. Ucrânia e Brasil têm em comum o fato de que
intermedeiam nossa relação com as coisas, impedindo a Maioria de seus cidadãos já utilizou o
nosso contato direto com elas. A linguagem poética recurso de chamada de vídeo pela internet.
inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, b. Há uma preocupação das operadoras de
coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto
entre nós e o mundo [...] telefonia, gerada pelo aumento das chamadas
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. de vídeo ou voz, o que afeta o lucro das
As palavras se desapegaram das coisas, assim como os operadoras com chamadas convencionais.
olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se c. A autora do texto ironicamente se comunica
dasapegou da vida. Mas temos esses pequenos oásis – os
poemas – contaminando o deserto de referencialidade.
por e-mail com uma colega, o que prova que a
comunicação na Ucrânia também pode ser
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude feita fora das redes sociais.
da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma d. Correta: Americanos não concentram tanto
descrição que corresponde à linguagem não sua forma de se comunicar no Facebook,
poética, ou seja, à linguagem referencial. Pela devido a uma situação mais favorecida no que
descrição apresentada, a linguagem referencial diz respeito ao acesso à internet.
teria, em sua origem, o seguinte traço e. Apagar o Facebook é um ato que não
fundamental: necessariamente prejudica as relações
a. O desgaste da intuição. interpessoais de quem vive fora da América do
b. A dissolução da memória. Norte, mas isso, de fato, é um problema em
c. Correta: A fragmentação da experiência. outros lugares.
d. O enfraquecimento da percepção.
Resp.:
 Alternativa (c) correta: A linguagem literária
não apresenta um caráter utilitário ou prático,
pois afasta-se da materialidade das coisas do
cotidiano.

Texto
A capacidade de apagar a própria conta do Facebook e a
audácia de gabar-se disso não se devem a uma suposta
superioridade intelectual, mas a condições privilegiadas.
Para milhões de pessoas fora da América do Norte e
Europa Ocidental, a realidade é outra: o Facebook é a
internet.
Quando se apaga a conta, é como se o indivíduo se
retirasse para as profundezas escuras da selva.
A maioria dos usuários ocidentais de redes sociais
provavelmente não tem consciência da extensão com que
o Facebook permeia o cotidiano de outros países. Escrevo
em Kiev, capital da Ucrânia, onde meu plano local de
telefonia celular inclui acesso gratuito ao Facebook, ao
Facebook Messenger e às suas subsidiárias, WhatsApp e
Instagram, entre outros serviços.
Na Ucrânia, cada vez mais, a plataforma se torna a rede
social para todos os fins. Enquanto americanos usam o e-
mail para sua correspondência profissional e o LinkedIn
para contatos profissionais, os ucranianos se valem do
Facebook também para essas finalidades, incluindo todas
as suas credenciais e filiações profissionais em seu perfil.
A situação na Ucrânia é algo que provavelmente é familiar
aos brasileiros, onde as operadoras de celular também
oferecem acesso gratuito às plataformas de rede social.

146
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
As palavras podem associar-se de varias formas,
ou seja, quando as palavras se relacionam pelo
sentido, temos um campo semântico. Não se trata
dos sinônimos ou antônimos, mas de aproximação
de sentido num dado contexto.

 Perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz = parte do


corpo.
 Azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás = cores;
 Martelo, serrote, alicate, torno, enxada = ferramentas.

As palavras têm de assumir significados variados


de acordo com o contexto: polissemia.

 Ele ANDA muito;


 Mário ANDA doente;
 Aquele executivo só ANDA de avião;
 Meu relógio não ANDA mais.

É a multiplicidade de sentido que uma palavra


pode apresentar, dependendo do contexto em que
está inserida:

 O menino quebrou o BRAÇO;


 O BRAÇO da cadeira é macio;
 Península é um BRAÇO de terra que avança no mar.

SINÔNIMOS são palavras que possuem


significados ou sentidos semelhantes,
algumas palavras mantêm relação de
significação entre si e representam praticamente
a mesma ideia.

 Certas = corretas; Verdadeiras = exatas.

Sendo assim, sinônimos são palavras que


possuem significados semelhantes. Também são
quando uma palavra tem semelhante significação
com outra em alguns contextos, sem alterar a
significação literal da sentença:

 Alegre = feliz;
 Diminuto = pequeno;
 Falar = dizer.

Há sinonimia quando duas ou mais palavras têm


o mesmo significado em determinado contexto.
Diz-se, então, que é sinonímia.
 O comprimento da sala é de oito metros.

As palavras são sinônimas em certas situações,


mas podem não ser em outros, exemplo, pode-se
dizer, em principio, que face e rosto:
 Ela tem uma bela face.

Mas não se consegue fazer a troca por rosto


numa frase do tipo:
 Em face do exposto, aceitarei.

147
e. O vocábulo foi erroneamente usado, pois ele
A ideia de ANTONÍMICAS, o uso palavras de significa festejar, e o texto relata um caso de
sentido contrário, requer os mesmos cuidados da confronto.
sinonímia. Na realidade é uma questão de Ex.: 2: Indique o item em que o antônimo da
vocabulário. palavra ou expressão em destaque está
corretamente apontado.
 É um menino CORAJOSO; a. Correta: Duradouro sucesso-efêmera;
 É um menino MEDROSO.  Efêmera significa ligeiro, rápido, fugaz, ou
seja, contrário do duradouro.
Relações de HOMINIA ou paronímia: palavras b. Fama em ascendência-excelso;
homônimas são palavras que são pronunciadas c. Elegante região-carente;
da mesma forma, mas tem significados diferentes. d. Sala lotada-habitada.
Existem três tipos de homônimos:
1. HOMOGRÁFICOS = mesma grafia: Ex.: 3: A palavra tráfico não deve ser
confundida com trafego, seu parônimo. Em que
 Sede (lugar) ≠ sede (vontade de beber);
 Almoço (substantivo) ≠ almoço (1ª pessoa do presente
item a seguir o par de vocábulos é exemplo de
do indicativo do verbo almoçar); homônimos e não parônimos?
 Selo (substantivo) ≠ selo (1ª pessoa do presente do a. Correta: Estrato/extrato;
indicativo do verbo selar).  Em todas as outras opções, os sentidos estão
trocados.
2. HOMOFÔNICOS = mesmo som: b. Eminente/fragrante;
c. Eminente/iminente;
 Buxo (arbusto) ≠ bucho (estômago); d. Inflação/infração;
 Cassar (tornar nulo, sem efeito) ≠ acender (seguir ou ≠
procurar);
e. Cavaleiro/cavalheiro.
 Ascender (subir, elevar-se) ≠ acender (atear fogo e
inflamar). Ex.: 4: Assinale a opção correta, considerando
que à direita de cada palavra há um sinônimo.
Curiosidade: alguns homônimos são, ao mesmo a. Correta: Emergir = vir à tona; imergir =
tempo, homofônicos e homográficos, por isso mergulhar;
recebem o nome de homônimos perfeitos:  em todas as outras opções, os sentidos estão
trocados.
 Manga (fruta) ≠ manga (parte da roupa); b. Emigrar = entrar (no país); imigrar = sair(do
 Como (conjugação) ≠ como (1ª pessoa do singular do país);
presente do indicativo do verbo comer).
c. Delatar = expandir; dilatar = denunciar;
d. Deferir = diferenciar; diferir = conceder;
3. PARÔNIMOS: Vocábulos que possuem som  Dispensa = cômodo; despensar=desobrigação.
ou grafia parecidas, mas com sentidos
diferentes: Ex.: 5: Indique a letra na qual as palavras
completam, corretamente, os espaços das frases
 Flagrante (no ato) ≠ flagrante (que tem cheiro); abaixo.
 Iminente (preste a ocorrer) ≠ eminente (excelente);
 Infligir (aplicar) ≠ infringir (violar).  Quem possui deficiência auditiva não
consegue____ os sons com nitidez;
Ex.: 1: No que tange à relação de sinonímia e a  Hoje são muitos os governos que passaram a
antonímia de palavras do texto, assinale a combater o _____ De entorpecentes com rigor;
alternativa correta.  O direito do presidio _____ pesado castigo aos
a. A palavra discriminação pode ser substituída prisioneiros revoltosos.
por descriminação, pois ambas pertencem ao
mesmo campo semântico; a. Correta: Discriminar – tráfico - infligiu;
b. Correta: Em a Seaster repudia qualquer forma  discriminar = distinguir, tráfico = comércio,
de preconceito, substitui-se corretamente a infligiu = aplicou.
forma verbal sublinhada por condena, visto b. Discriminar – tráfico – infringiu;
serem vocábulos sinônimos; c. Descriminar – trafego – infligiu;
c. A substituição de constantemente, por d. Descriminar – trafego – infligiu;
reiteramento alteraria o sentido original do e. Descriminar – trafico – infringiu.
período no qual esse vocábulo se encontra
inserido;
d. Na oração que marca um episódio, a forma
verbal marca usada no sentido de acarretar.

148
Ex.: 6: No _____ do violoncelista _____ havia CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO
muitas pessoas, pois era uma beneficente. As palavras, expressões e enunciados da língua
a. Conserto – eminente – sessão; atuam em dois planos diferentes: O conotativo
b. Concerto – iminente – sessão; (figurado); O denotativo (literal).
c. Conserto – iminente – seção; As palavras dentro de um contexto podem
d. Correta: Concerto – iminente – sessão. assumir vários sentidos. Elas podem aparecer em
 Concerto = reparo, concerto – harmonização, seu sentido real, ou em sentidos figurados.
eminente = excelente, iminente = preste a Sentido próprio é aquele, que pode ser
acontecer, sessão = reunião, seção = divisão. interpretado como o sentido mais usual ou básico
da palavra ou expressão. Este seria os sentidos
Ex.: 7: Os atuais simuladores de voo militares literais da palavra comum que costumamos dar a
estão em condições não apenas de exibir uma ela. Este, por sua vez, não precisa de um contexto
imagem realista da paisagem sobrevoada, mas para ser compreendido a palavra é usada com seu
também de confrontá-la com a _____ obtida dos sentido costumeiro, possui um valor denotativo.
radares.  Denotativa: Predomina em textos com
Termo que preenche adequadamente a lacuna no função utilitária, ou seja, que tem como
texto é: objetivo principal informar argumentar e
a. Incologia; orientar. ex.:
b. Inconoplastia;
c. Correta: Iconografia; Centro ritual neolítico
De 5000 a.C. em diante, as pessoas começaram a erguer
 O radical ICONO = se refere a uma imagem, verticalmente as pedras para marcar a passagem do sol. O
porem seu sentido se amplia ao juntar-se a grande monumento megalítico de Stoneheuge, em Salisbury
outros radicais; LOGIA = estudo, CLASTIA = Plam, Inglaterra, está perfeitamente alinhado com o nascer do
pensamento, GRAFIA = Descrição, FILIA = sol no solstício de verão.
amor, LITRIA = adoração. O sentido que
melhor se aplica é iconografia, ou seja, a Conotação: palavra usada em sentido figurado:
descrição das imagens feitas por radar.
d. Iconofilia;  Atanagildetina é uma ROSA;
e. Iconolatria.
A palavra rosa assume vários significado
Ex.: 8: Assinale o único exemplo cuja lacuna deve figurados, que dependem da imagem que o leitor
ser preenchida com a primeira alternativa da série faz da rosa, macia, perfumada, cheiroso, delicada
dada nos parênteses. etc.
a. Estou aqui ____ de ajudar os flagelados das
 João é CARTA fora do baralho.
enchentes (afim/a fim);
b. A bandeira está ____ (arreada/arriada);
c. Serão punidos ____o regulamento Sentido figurado (conotativa)
(infligirem/infringirem); É o sentido que uma palavra literal adquire com o
d. São sempre valiosos os ____ dos mais velhos passar do tempo em situações particulares de seu
(concelhos/conselhos); uso. Seu sentido é alterado ou ampliado,
e. Correta: Moro ____ com metros da praça adquirindo então um valor conotativo, fugindo de
principal (a cerca de/ acerca de). seu sentido inicial. Em suma, é o sentido simbólico
que damos a uma palavra usual.

Ex.: De acordo com o seu significado, podem ser


colocados em situações diferentes com sentidos
diferentes:
 A JARARACA é uma cobra;
 Aquela sua vizinha é uma JARARACA.

Em ambas as frases jararaca referem-se a uma


cobra, mas seus sentidos são diferentes.
Entendemos que jararaca é uma cobra, uma
espécie de réptil com veneno;

 Sua amiga é um AVIÃO.


 O AVIÃO decolou esta manhã;
 Sua amiga é um AVIÃO.

149
Temos o sentido literal da palavra AVIÃO. Vemos Ex.: 5: O estopim para o movimento foi na
a palavra em seu sentido figurado simboliza uma ultima semana, a palavra destacada foi usada no
beleza extrema vindo da amiga, presente na frase. sentido?
a. Denotativo;
Ex.: 1: Assinale a alternativa em que está b. Correta: Figurativo;
transcrita do texto uma expressão em sentido c. Primitivo;
figurado, acompanhado da CORRETA indicação d. Objetivo.
do seu sentido.
a. Pensam os patrões = ideia de raciocinar com Ex.: 6: A seguir, citam-se versos de canções
profundidade; populares brasileiras que contextualizam as
b. A arte mais desenvolvida do nosso tempo = palavras negritadas e sublinhadas em âmbito
ideia verdade; marcadamente conotativa, ao contrário do que
c. Os mais vis sentimentos = ideias de ocorre no texto de referencia. Assinale a única
enobrecimento; opção em que a palavra em destaque mantem o
d. Correta: Andar de pulga atrás da orelha = sentido denotativo.
ideia desconfiança; a. Não dá pra descrever/numa linda frase/ de
e. O mecanismo da vida = ideia trabalho; um postal tão doce/ cuidado com doce;
b. Tudo que queria então/era caminhar
Ex.: 2: Há o termo usado em sentido figurado na sol/esquecer o amargo do dia;
passagem: c. Para melhorar juntas as nossas forças é só
a. Mostra-se igualmente essencial = a da repartir melhor o pão/recriar o paraíso agora
melhora do ambiente de negócios; para merecer quem vem depois;
b. A edição mais recente do ranking catalogou d. Correta: você nem arrumou a cama/ parece
numero recorde de 314 reformas; que fugia de casa/ mas ficou tudo fora do
c. O maior atraso relativo do Brasil se dá no lugar/café sem açúcar dançar sem par.
pagamento de impostos; e. Cheguei na boca da noite/partir de
d. Correta: nesse quesito em particular, o país madrugada/eu não disse que ficava/nem você
ocupa um trágico 184º lugar no ranking; perguntou nada.
e. A simplificação já traria ganhos substanciais
em eficiência ao setor privado. Ex.: 7: considere as sentenças abaixo.

Ex.: 3: Assinale a alternativa em que há uso de  O domador conseguiu acalmar a fera;


palavras ou expressão em sentido figurado.  Tudo ficou mais claro após a explicação do
professor;
a. Correta: inevitavelmente, um deles salta da
 Clara é o sol de nossas vidas;
pilha para as nossas mãos;  A criança saiu da escola com a cara pintada;
b. Nada disso nos faz falta, assim como o livro e  Achei um barato andar de bicicleta na orla da praia.
a livraria a eles;
c. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua Em quais períodos as palavras em destaque
livraria favorita; foram usadas no sentido denotativo.
d. Comentar que também gostava de todos os a. Correta: 1 e 4;
taxis; b. 3 e 4;
e. Tenho amigos que não leem e não c. 1, 3 e 4;
frequentam livrarias. d. 2, 4 e 5;
e. 2 e 5.
Ex.: 4: Assinale a alternativa em que o termo
destacado é usado sentido figurado. Ex.: 8: Assinale a alternativa que o verbo (morrer)
a. Nas ultimas semanas, tenho sido torturado esteja empregado no sentido conotativo.
por computadores que ligam e desligam a. Minha avó morreu ondem a noite;
sozinhas, mouses travados; b. Correta: Cristina morria de chorar ao ver o
b. Meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo filme;
da parede, esperar cinco minutos e plugar de c. Anne morreu afogada;
novo; d. Afogada;
c. A tecnologia tornou o mundo hostil para os e. Nenhuma das alternativas.
que não conseguem acompanhá-las;
d. Correta: A palavra seja chamada a dirimir
duvidas e dinamitar certeza;
e. Que seja para continuar usando algo mais
nobre do que apenas os polegares.

Ex.: 9: Há linguagem conotativa em:


150
a. Conto por meio dos personagens; PONTUAÇÃO
b. Filho da moça considerava irmão, mãe Pontuação é o recurso que permite expressar na
solteira; língua escrita um espectro de matrizes rítmicas e
c. Correta: Quando ouvir uma fofoca abra as melódicas, características da língua falada, pelo
orelhas; uso de um conjunto sistematizado de sinais
d. Vejam que ligação bonita saber da vida alheia gráficos e não gráficos. Os sinais de pontuação
tem como ato de criar. são marcações gráficas que servem para compor
a coesão e a coerência textual além de ressaltar
Ex.: 10: Assinale a alternativa que corresponde ao especificidade semântica e pragmática.
sentido denotativo do trecho grifado, E iria jogando
pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. VÍRGULA
a. Correta: Não se importar com o tempo que A vírgula serve para marcar rupturas da ordem
vem; direta.
b. Tirar a casa e não carregar, pois não iria usar Sujeito + verbo + complemento verbal
já que diz ser inútil; Não há vírgula, exceto para marcar elementos
c. Retirar as preocupações e os medos que só intercalados.
se resolvem vivendo;
d. Nenhuma das alternativas.  Os RAPAZES LERAM O LIVRO no fim da semana
passada.
Aqui pode ter uma virgula facultativa depois de
livro.
 Os RAPAZES LERAM O LIVRO, no fim da semana
passada.

 Os RAPAZES LERAM, no fim da semana passada, O


LIVRO.

 Os RAPAZES, no fim da semana passada, LERAM O


LIVRO.

 No fim da semana passada os, RAPAZES LERAM O


LIVRO.

Rapazes Sujeito .
Leram Verbo.
O livro Complemento verbal (objeto direto).

 Sidney comeu o bolo ontem.


 Sidney, ontem, comeu o bolo.
 Ontem, Sidney comeu o bolo.
 Na semana passada, Sidney comeu o bolo.
 Sidney, na semana passada comeu o bolo.

Sidney Sujeito
Ontem Adj. Adv.
Comeu Verbo transitivo direto. (VTD)
O bolo Complemento verbal

 O mendigo caminha alegre.


 Alegre, o mendigo caminhava.

Obs.: adjunto adnominal x predicativo do sujeito


 O mendigo alegre caminhava.
 O mendigo, alegre, caminha.

O mendigo Sujeito.
Caminhava Verbo intransitivo. (VI)
Alegre Predicativo do sujeito.

151
A segunda possui sujeitos diferentes. Moça e
 O aluno atento fez o dever = marido. Nesse caso a vírgula é facultativa.
 O atento aluno fez o dever. Virgula x ETC.
 Pintamos paredes, tetos, pisos ETC.
O Adjunto adnominal
aluno Núcleo do Sujeito Virgula x QUE:
 Todos viram QUE a água acabou.
Atento Adjunto adnominal  O professor pediu QUE todos fizessem silêncio.
Fez Vtd
O dever Objeto direto (OD)  Restrição:
 Os alunos QUE foram aprovados não farão prova
final.
 O aluno fez atento o dever.
 O aluno, atento, fez o dever.
 Explicação (ou generalização):
 Os alunos, QUE foram aprovados, não farão prova
O aluno Sujeito final.
Fez Vtd  A terra, QUE gira em torno do sol, é o 3º planeta do
Atento Preditivo do sujeito sistema solar.
O dever OD
 A vírgula é FACULTATIVA entre o
A vírgula é usada para separar termos de uma complemento de um verbo e logo após um
oração, ou orações de um período. É uma questão adjunto adverbial:
de sintaxe, período simples e período composto, e
por esse motivo separamos o estudo da vírgula  Nossos alunos ficaram exercitando questões de
vírgula ontem à noite;
em: Vírgula dentro da oração e Vírgula entre  Nossos alunos ficaram exercitando questões de
orações. vírgula, ontem à noite.

Vírgula dentro da oração  A vírgula NÃO pode ser usada entre um


Iniciamos pela ordem direta da oração: substantivo e seu complemento nominal ou
adjunto adnominal:
 Sujeito + verbo + complemento verbal + adjunto
adverbial ou predicativo ou complemento nominal.
 Todos os alunos daquele professor entenderam a
Os poetas escreveram os textos com entusiasmos. explicação.

Os poetas Sujeito  A vírgula NÃO pode ser usada entre a


Escreveram VTD locução verbal de voz passiva e o agente da
Os textos Objeto direto passiva:
Com entusiasmos Adj. Adv. Modo.
 Todos os alunos foram convidados por aquele
 A vírgula NÃO pode ser usada entre o sujeito professor para a feira.
e logo após o seu verbo:
Vírgula entre as orações
 Todos os alunos daquele professor entenderam a As orações, compondo um período, podem possuir
explicação. vírgula ou não.

 A vírgula NÃO pode ser usada entre o verbo e Vírgula dentro do período simples
logo após o seu complemento ou predicativo  Separa termos de mesma função sintática,
do sujeito: numa e numeração:

 Os alunos entenderam toda aquela explicação do  Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são
professor sobre a vírgula. qualidades a serem observadas na relação oficial;
 Os alunos precisam de uma explicação detalhada  Devemos observar a simplicidade, a clareza, a
sobre a vírgula; objetividade e a concisão na relação oficial.
 Os alunos entenderam que precisam estudar bem a
vírgula.  Separa aposto explicativo:

 A vírgula X E conjunção: não tem vírgula  Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da lógica.
quanto (E) indica soma:  João, meu vizinho, bateu o carro;
 Todos gostamos, de arroz e feijão, alimentos
indispensáveis no mercado brasileiro.
 A moça veio à festa e logo se foi.
 A moça veio à festa e o marido ficou em casa.
 Separa vocativo:

152
 Brasileiros, é chegada a hora de votar;  Separam as orações coordenadas
 Mãe, eu estou com fome;
 Dizei-me vós, senhor deus, se é delírio ou se é verdade
sintéticas adversativas:
tanto horror perante os céus.
 O dono de uma empresa demitiu 60% dos empregados,
mas arrependeu-se dias depois.
 Separa predicativos do sujeito deslocados:

 Sereno e tranquilo, o condenado esperava sua morte;


 Separa as orações coordenadas sintéticas
 O condenado, sereno e tranquilo, esperava sua morte. alternativas (ou... ou..., ora..., quer...,):

 Ora ele procura resolver alguma situação com


 Separa termos (objeto direto ou indireto) paciência, ora decida fazer justamente o inverso.
deslocados de sua posição normal na
oração:  Separa as orações coordenadas sintéticas
 As explicações sobre vírgula, o professor procurou lhes
conclusivas:
dar?
 Os atores fizeram um grande espetáculo, por isso toda
a plateia os aplaudiu entusiasmadamente.
 Separa (facultativamente) as expressões
PARA MIM, PARA TU ou PARA SI quando  Separa as orações coordenadas sintéticas
indicam beneficio próprio ou posse, explicativas:
independentemente de sua posição na
frase.  Devo buscar mais informações, pois a vida me exige
isso.
 Para mim, nada é melhor que acordar depois do meio-
dia e dormir depois da meia-noite.
 Separam as orações subordinadas
substantivas deslocadas:
 Separa termos repetidos:
 Que vocês estudam a língua portuguesa, todos já
 Aquele aluno era esforçado, esforçado. sabemos.

 Separa os adjuntos adverbiais deslocados:  Separa as orações subordinadas adjetivas


explicativas:
 A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.
 O homem, que é razoável, saberá evitar uma terceira
guerra.
 Separam certas expressões explicativas
retificativas, exemplificativas, como:  Separa as orações subordinadas
adverbiais:
 Isto é, ou seja, a demais, a saber, melhor dizendo, ou
melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás,  Quando comprei o material, gostei muito;
antes, com efeito, digo.  Alguns vilões, assim que aparecem nas primeiras
cenas;
Vírgula dentro do período composto  Não irás ter quaisquer adversidades, se me amas de
 Marca elipse de um verbo: verdade.

 O decreto regulamenta os casos gerais, a portaria, os  Separa as orações interferentes:


particulares;
 Em 1994, Romário ganhou a copa do mundo; em 2002,  O mercado financeiro, até ontem eu não estava
Ronaldo. internado desses assuntos, deve beneficiar mais
pobres este ano.
 Separa orações coordenadas assindéticas:
 Separa orações reduzidas de gerúndio,
 Levantava-se de manhã, entrava no chuveiro, particípio ou infinitivo com valor de oração
organizava as ideias na cabeça. adverbial, de coordenada aditiva (gerúndio)
 A honestidade deveria ser ordem do dia, não poderia.
ou de adjetivo explicativo:
 Não separa as orações coordenadas  Chegando a carta, avise-me;
sintéticas aditivas ligadas POR e ou NEM:  Terminada a palestra, rompeu com risos e aplausos;
 Ele, antes de ser homem, foi uma criança.
 Muitos policiais estão envolvidos em recaptação e
continuam a envolver-se;
 Aqueles policiais não estão envolvidos em receptação
NEM procuram envolver-se.

153
 Na letra (e), a 1ª vírgula tem erro: ela separa o
Ex.: 1: Está inteiramente CORRETA a pontuação substantivo dúvida do seu complemento
do seguinte período: nominal oracional (de que o auto do texto...)
a. Correta: Toda vez que é pronunciado, a ora, não se separam termos integrantes por
vírgulas (verbo de objeto nome de
palavra progresso, parece abrir a porta para complemento etc.) Observa-se outro erro na 2ª
um mundo, mágico de prosperidade garantida. vírgula: não faz sentido separar o pronome
b. Por mínimas que pareçam, há providências relativo (as quais) do restante da oração
inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, adjetiva.
cuja execução cotidiana é, no entanto,
importantíssima; Ex.: 2: Assinale a alternativa correta
c. O prestígio da palavra progresso, deve-se em correspondente ao período de pontuação
grande parte ao modo irrefletido, com que CORRETA:
usamos e abusamos, dessa palavrinha a. Na espessura do bosque, estava o leito da
magica; irara ausente;
d. Ainda que traga muitos benefícios, a, a teses Correta: (a) o único lugar em que se pode pôr
ambientalistas segundo as quais, o conceito uma vírgula é entre o adjunto adverbial e o
de progresso está sujeito a uma permanente restante da frase.
avaliação.
b. Na espessura, do bosque, estava o leito, da
Resposta:
irara ausente;
 Na letra (a), A 1ª vírgula está correta: ela isola
uma oração adverbial temporal (toda vez que é c. Na espessura do bosque, estava o leito da
pronunciada) antecipada. A 2ª vírgula está irara, ausente;
errada: ela separa o sujeito (a palavra
progresso) do verbo (parece abrir). A 3ª d. Na espessura do bosque estava, o leito da
vírgula, também está errada: não se separa irara ausente.
um adjunto adnominal (mágico) do substantivo
que ele restringe (mundo); Ex.: 3: Assinale o item em que há erro no tocante
 Na letra (b) correta: Apresenta a 1ª vírgula à pontuação:
correta: oração adverbial concessiva a. –D. Sara, a senhora é nossa benfeitora;
antecipada (por mínimos que pareçam). A 2ª
vírgula se justifica por uma enumeração de b. Mulheres pobres, lavando roupa;
termos (providências inadiáveis e ações c. Peixada, galinha da cabidela, tudo me recorda
aparentemente irrisórias). 3ª vírgula que inicia D. Sara;
uma oração explicativa (cuja execução
cotidiana é importantíssima) e duas outras d. Bandeira, só enfrentava a orfanadada;
vírgulas pelo motivo que acabei de explicar: a e. Incorreta: Couto meu melhor amigo antecedeu-
conjunção adversativa, no ENTANTO veio me na academia.
deslocada, por isso entre vírgulas; Resposta: (e): A expressão meu melhor amigo
 Na letra (c), Apresenta três vírgulas é um aposto, deve aparecer entre vírgula.
indevidamente usadas: A 1ª vírgula separa o
sujeito (o prestígio da palavra progresso) do Ex.: 4: Escolha a alternativa em que o texto é
verbo (deve-se). A 2ª vírgula separa uma apresentado com a pontuação mais adequada:
oração adversativa restritiva (com que usamos a. Depois que há algumas gerações o arsênico,
e abusamos) do seu substantivo antecedente deixou de ser vendido em farmácias, não
(modo). A 3ª vírgula também está errada por diminuíram os casos de suicídios ou
separar o verbo (abusarmos) do seu envenenamentos criminosos, mas aumentou;
complemento (dessa palavrinha mágica). e quanto... o número de ratos;
 Na letra (d), a 1ª vírgula foi corretamente  Vírgula depois do arsênio separa o sujeito do
usada: ela isso a oração adverbial concessiva verbo;
antecipada (ainda que traga muitos b. Depois que há algumas gerações o arsênico,
benefícios), entretanto, a 2ª vírgula está deixou de ser vendidos em farmácias, não
errada: ela separa sujeito (a construção de diminuíram os casos de suicídios ou
enormes represas) do verbo (costuma trazer). envenenamento criminoso, mas aumentou: é
As duas últimas vírgulas estão corretas: elas quantos o número de ratos;
isolam o adjunto adverbial deslocado (nem  A vírgula depois do arsênico separa o sujeito
sempre). do verbo;

154
c. Correta: Depois que, há algumas gerações, o
arsênico deixou de ser vendido em farmácias, Ex.: 7: Encontra-se redigida conforme a norma-
não diminuíram os casos de suicídios ou padrão da língua portuguesa a frase:
envenenamento criminosos, mas aumentou-se a. Perante aos muitos escândalos de
quanto- o número de ratos; privacidade, o Facebook foi obrigado a se
a. Depois que há algumas gerações o arsênico retratar.
deixou de ser vendido em farmácias- não b. Só foi possível saber o que matou o jovem
diminuirão os casos de suicídio, ou mediante ao acesso às suas redes sociais.
envenenamentos criminosos, mas aumentou; c. Diante os diversos pedidos, o Facebook incluiu
e quanto o número de ratos; uma opção que protege os dados.
 O ponto e vírgula depois de aumentou não d. Consoante ao uso que as pessoas fazem das
devem existir; redes sociais, é possível sinalizar padrões.
e. Depois que há algumas gerações o arsênico e. Correto: Todos estão sujeitos a terem suas
deixou de ser vendido em farmácia; não vidas expostas, exceto aqueles que apagaram
diminuíram os casos de suicídios ou o Facebook.
envenenamento criminoso, mas aumentou; e
quanto o número de ratos.
 A vírgula de depois que separa a conjunção
integrante da oração que ela introduz.

Ex.: 5: Há erro no uso da vírgula na frase:


a. Deixe-me, senhora;
b. Dallas, 9 de julho de 1994;
c. Alias, isto é conhecido de todos;
d. Correta: Espero que ele venha;
e. O alferes continuava a dominar em mim,
embora a vida fosse menos intensa, e a
consciência mais débil.
Resposta:
 Na letra (a): Usou-se a vírgula para isolar o
vocativo senhor do restante da oração;
 Na letra (b): A vírgula foi usada para separar,
na data, o nome do lugar (Dallas) do restante
da informação;
 Na letra (c): A palavra de retificação ALIAS
deve, mesmo, vir isolada por vírgula;
 Correta: Na letra (d): separou-se o verbo
(espero) do seu objeto direto, que veio sob a
forma de oração (que ele venha).
 Na letra (e): apresenta a oração adverbial
concessiva intercalada, e, exatamente por ter
saído da ordem direta, veio entre vírgulas.

Ex.: 6: Encontra-se redigida conforme a norma-


padrão da língua portuguesa a frase:
a. Perante aos muitos escândalos de
privacidade, o Facebook foi obrigado a se
retratar.
b. Só foi possível saber o que matou o jovem
mediante ao acesso às suas redes sociais.
c. Diante os diversos pedidos, o Facebook incluiu
uma opção que protege os dados.
d. Consoante ao uso que as pessoas fazem das
redes sociais, é possível sinalizar padrões.
e. Correta: Todos estão sujeitos a terem suas
vidas expostas, exceto aqueles que apagaram
o Facebook.

155
PONTO E VÍRGULA
É usado para marcar uma pausa maior do que a
da vírgula. Seu objetivo é colaborar com a clareza
do texto. O ponto e vírgula servem para:
 Separar orações coordenadas assindéticas,
normalmente entre trechos já separados
por vírgula; marcando uma enumeração:

 As leis, em qualquer caso, não podem ser infligidas;


mesmo em casos de dúvida, portanto, elas devem ser
respeitadas.
 Em crianças, era um menino tímido mais inteligente ;
quando moço, era esperto e alegre; agora, como
homem maduro, tornou-se um tolo.

 Separar vários itens de uma enumeração:

 Art. 1º: a república federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos estados e municípios e do distrito
federal, constitui-se em estado democrático de direito e
tem como fundamento.
1. A soberania;
2. A cidadania;
3. A dignidade da pessoa humana;
4. Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

 Separa orações cujas conjunções


``implícita´´ é facilmente percebida:
 Comeu muito na festa, exageradamente; não
consegui vir à aula de hoje.
 Separa orações coordenadas adversativas e
conclusivas com conectivo deslocada.
 Ficarei como está; não posso pagá-la à vista,
porém;
 Finalmente vencemos, fiquemos; pois, felizes com
nossa conquista!

Ex.: 1: No 6º parágrafo o autor usou o sinal de


pontuação e vírgula de acordo com as normas
gramaticais, frases abaixo as normas gramaticais
também foram observadas no uso do ponto e
vírgula, exceto em?:
a. Os professores compareceram à festa de
formatura, trajados a rigor; os alunos, trajados
esportivamente.
b. Um dos alunos obteve nota suficiente para ser
apenas aprovado; o outro, apesar de não ter a
mesma capacidade de estudo, classificou-se
em segundo lugar.
c. Incorreta: A iniciativa segura e coerente da
direção; o esforço de alunos e professores,
bem como a participação de pais e
responsáveis nas atividades da escola
dinamizaram-na e tornaram-na uma
verdadeira casa de educação;
d. Investir em educação só traz retorno para a
nação a longo prazo; mas os resultados são,
normalmente, satisfatórios.
e. Não há como resolver os problemas da
educação com soluções paliativas, de pouco
alcance; há de se investir, de forma planejada,
em projetos de longo prazo que priorizem o
profissional da educação.
156
Resposta: Ex.: 4: Assinale a alternativa que explica
 Na letra (a): O ponto e a vírgula separam CORRETAMENTE o uso do ponto e vírgula e da
orações coordenadas. Perceba que, se vírgula neste período.
houvesse necessidade de se dar uma pausa
discursiva ainda maior, ter-se-ia optado pelo O comendo discursivo é a voz do poder; e o silêncio, o signo
da obediência (...).
ponto, e não pelo ponto e vírgula.
 Na letra (b): O ponto e vírgula separa itens de
uma enumeração tem sido, corretamente  O ponto e vírgula separa orações
usado. subordinadas ligadas pela conjunção (e), que
têm sujeitos diferentes e já apresentam
 Na letra (c) resposta correta: O ponto e
vírgula; a vírgula sinaliza uma pausa
vírgula separa núcleos de um sujeito composto
estilística;
(a iniciativa..., o esforço...; bem como a
participação...). É como se construíssemos  Ambos, o ponto e virgula e a vírgula, foram
uma frase do tipo: igualmente usados para separar orações
coordenadas;
 ``João; José; Antônio chegaram´´.
 O ponto e virgula marca uma pausa estilística
 Na letra (d): O ponto e vírgula separa uma
prolongada; a virgula sinaliza a supressão do
oração coordenada assindética da sua oração
termo discursivo;
coordenada sintética adversativa. Foi
adequadamente usada.  Correta: O ponto e vírgula separa orações
coordenadas ligadas pela conjunção (e), que
 Na letra (e): Ele separa orações coordenadas
tem sujeito diferente e já apresentam virgula;
assintéticas.
a vírgula sinaliza a supressão do verbo ser.
Ex.: 2: com base em seus conhecimento,  O ponto e vírgula separa orações
considere o uso do ponto e vírgula nas seguintes coordenadas que têm sujeitos diferentes; a
afirmativas. virgula sinaliza a supressão do verbo e do
1. Não foi possível fazer a impressão do termo discursivo.
documento, nem colorida; nem em preto e
Ex.: 5: Assinale a alternativa em que a vírgula foi
branco;
2. Na linguagem escrita é o leitor; na fala o usada INCORRETAMENTE.
ouvinte; a. Deus é contra a guerra, mas fica do lado de
3. Ele chegou adiantado, como de costume; quem atira bem;
como de costume; foi o último a sair; b. Se você quer as pessoas pensem que você é
4. Uns trabalham; outros descansam. muito inteligente simplesmente concorde com
Está correto o uso do ponto e vírgula em: elas;
a. 1 a 3 apenas; c. De qualquer forma, case-se; se conseguir,
b. 2 a 4 apenas; uma boa esposa você será feliz; se arranjar
c. 1, 2 e 3 apenas; uma esposa ruim você se, tornará um
d. Correta: 2, 3 e 4 apenas; filosofo;
e. 1, 2, 3, e 4.  Incorretamente: de qualquer forma, case-
se; se conseguir uma boa esposa, você
Ex.: 3: no trecho: será feliz; se arranjar uma esposa, você
será feliz; se arranjar uma esposa ruim,
Seja em que lugar for, observa-se que as mulheres figuram você se tornara um filosofo.
no centro preferencial dessa violência; tal, as que gozam de d. No tronco mais verde, que no prado que
maior publicidade, nas artes e nos esportes, surpreendidas houvesse amar me mandou seu nome
com a publicação de cenas de intimidade portador na internet. escrever;
e. Mais longe, derramados pelo vale, viam-se o
O uso do ponto e vírgula por parte do autor ocorre monojo, a bolandeira, o moinho, a serraria,
para. tocadas pela água de um ribeiro que se
a. Indicar o acompanhamento de uma oração à serpejavam rumejando entre as margens
positiva; pedregosas,
b. Fazer a separação de um adjunto adverbial
c. Isolar uma oração a fim de enfatiza-la;
d. Determinar a posição de um esclarecimento;
e. Correta: Distinguir uma oração coordenada
relativamente extensa.

157
DOIS PONTOS
O sinal de dois pontos pode ser usado em duas
situações.
1. Pode dar inicio a fala ou citação de outro:

 O professor disse:
-- Eu sou a razão.

A frase exemplifica o inicio da fala de outro.

 Rui Barbosa afirmou: Esta minha a que chamam


prolixidade, bem fora estaria de merecer os desprezilhos
que nesse vocábulo me torcem o nariz.
 Quem foi que disse: há mais causas entre o céu e a terra
do que supõe nossa vã filosofia.

2. Os dois pontos podem introduzir uma


explicação, enumeração, esclarecimento:

 Encontrei um motivo para não encontrá-lo: uma viagem


de última hora;
 Na frase, os dois pontos introduzem uma explicação,
um esclarecimento da afirmação anterior;

 São três os autores a estudar: Machado, Alencar e


Drummond.
 Na frase, os dois pontos introduzem uma explicação,
um esclarecimento da afirmação anterior.

Ex.: 1:
Graças a algumas características: eles possuem objetivos
claros, vários modos de atingir o sucesso e Feedback rápido,
ou seja, o jogador recebe uma sequencia imediata após cada
ação.

Os dois pontos introduzem no contexto:


a. Um segmento enumerativo, com intenção
explicativa;
 Resposta (a): perceba que o que vem após
o sinal de dois pontos é uma enumeração do
que o autor chamou de características.
Trata-se de uma oração apositiva, que é um
segmento enumerativo que tem a intenção
de explicar um substantivo anteriormente
citado.
b. Um comentário pessoal, de caráter opinativo;
c. Uma repetição enfática para atrais a atenção
do leitor;
d. Uma ressalva ao que vem sendo;
e. A remota da ideia mais importante do texto.

158
Ex.: 2:
A corrupção é uma doença que deve ser combatida por meio Ex.: 5:
de uma vacina: a educação. Diz uma lenda grega que a Esfinge, uma criatura mitológica
das civilizações do Egito e da Mesopotâmia, após invadir a
Os dois pontos usados no trecho acima cidade de Tebas e destruir suas plantações, teria
introduzem um aposto. ameaçado os moradores que não conseguissem decifrar
o seu enigma, dizendo: decifra-me ou te devoro. A lição
(X) certo ( ) errado. extraída dessa passagem talvez não seja o suficiente para
levar a sociedade o refletir sobre o significado das favelas na
Ex.: 3: estrutura da cidade. Mas, de alguma forma, aponta um
Além de todos os desafios impostos pela inconstância e pela caminho para decifrar enigma: o conhecimento da sua
fragmentação das demandas sociais, vivemos um divorcio realidade, da sua complexa organização espacial, das suas
entre políticos e poder. particularidades, das suas vicissitudes, dos seus defeitos, das
suas qualidades e, principalmente, da sua cultura. ( ... ).
Para fazer frente a essa transformações, é
necessário um tipo de planejamento urbano. O sinal de dois pontos após ``dizendo´´ e, logo a
Seria incorreto a inserção de dois pontos seguir, após ``o seu enigma´´, tem como fim
imediatamente após o trecho ``é necessário´´. introduzir no texto, respectivamente:
(X) Certo ( ) errado. a. Correta: Citação-explicitação ou
esclarecimento;
Ex.: 4:  Os dois-pontos após dizendo, está
A abordagem desse tipo de comércio, inevitavelmente, passa introduzindo uma citação; os dois pontos
pela ocorrência, visto que é por meio da garantia e da após o seu enigma, está introduzindo uma
possibilidade de entrar no mercado internacional, de explicação um esclarecimento.
estabelecer permanência ou de engendrar saída, que se
alcança o resultado ultimo dessa interatuação: o preço b. Citação-explicitação ou esclarecimento;
eficiente dos bem e serviços. c. Explicitação ou esclarecimento-exemplificação;
d. Citação-resultado ou consequência-
A cerca de aspectos linguísticos do texto explicitação ou esclarecimento.
precedentes e das ideias nele contidas, julgue o
item a seguir. Na linha 6, os dois pontos PONTO
introduzem um esclarecimento a respeito do Usa-se, para indicar o fim de uma frase,
resultado ultimo dessa interatuação. declarativa de um período simples ou composto.
(X) Certo ( ) errado.  Pode substituir a vírgula quando o autor
quer enfatizar o que vem após.
Ex.: 4: Assinale a alternativa que corresponda ao
uso de sinal de dois pontos no trecho a seguir.  Posso ouvir assoprar com força. Derrubando tudo!
Calcula dormiu no máximo 8 horas desde que os
bombardeiros começaram: estamos usando medicamentos  O ponto é usado em quase todas as
caducados confiando que ainda surtam efeitos e amputando abreviaturas, sempre tem que ter ponto
membros que em qualquer outro lugar poderiam ser salvos. final após a abreviação:
a. Foi usado em um esclarecimento;  fev. =fevereiro;
b. Foi usado para fazer uma síntese do que  hab. =habitante;
acabou de dizer;  rod. =rodovia.
c. Correto: Foi usado para demarcar uma
citação;  O ponto do etc. termina o período, logo não
d. Foi usado para demarcar uma enumeração. pode haver outro ponto.

 Feijão, arroz, etc... Absurdo também é usar etc.


Seguido de reticência... feijão, arroz, etc...

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Marca uma entoação ascendente com tom
questionador. Usa-se neste caso:

 Frase interrogativa direta:

 O que você faria se só lhe restasse um dia?

 Entre parênteses para indicar incerteza


sobre o que se disse:

159
 Eu disse a palavra pesemptório(?), mas acho que havia
palavra melhor naquele contexto.
Ex.: 1:
 Combinado com o ponto de exclamação A companhia das índias orientais – a primeira grande
para denotar surpresa, admiração etc.: companhia de ações do mundo, criada em 1602 – foi a mãe
das multinacionais contemporâneas.
 Você não conseguiu chegar ao local de prova?!
O segmento isolado pelos travessões constitui, no
 Em interrogação retórica: contexto, comentário que:
a. Especifica as qualidades empresariais de uma
 E o que tenho eu com isso? companhia de comércio;
 Pessoas morrem de fome de 5 em 5 segundos no b. Contem informações de sentido explicativo,
mundo. Jogaremos comida fora à toa?
referente à empresa citada;
 Resposta: os travessões assim como a
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
vírgula separam termos, com sentido
É usado para marcar o fim de qualquer frase com
explicativo.
entonação exclamativa, indicando altissonância,
c. Enumerar as razões de sucesso atribuído a
exaltação de espírito.
essa antiga empresa;
d. Enfatiza, pela repetição, as vantagens
 Normalmente exprime admiração, surpresa,
oferecidas pela empresa;
assombroso, indignação, ordem etc.: e. Busca restringir o âmbito de ação de uma
 Coitada dessa menina!
antiga empresa de comércio.
 Que linda mulher!
 Saia daqui! PARENTESES
 São usados para: Colocar em relevo certos
 Vem após as interjeições usualmente: termos, expressões ou orações; substitui
nestes casos a vírgula ou os travessões.
 Nossa! Deus do céu! Como não vimos isto antes? Oh!
Isso é fantástico!  Marlene pereira (sem ser artificial ou piegas) lhe
perdoou incondicionalmente.
 É repetido quando a intenção é marcar uma  Os professores (amigos meus do curso carioca) vão
fazer vídeo aula.
ênfase, uma intensidade na voz:

 Neymar driblou um, driblou dois, ficou de cara para o gol e


 Inclui dados informativos sobre bibliografia
perdeu!!! Inacreditável futebol clube! (autor, ano, de publicação):

TRAVESSÃO I. Maldoso câmara (1977:91) afirma que, as vezes,


os preceitos da gramática e os registros dos
É um sinal usado na narração, na descrição, na dicionários são discutíveis: Consideram erro o
dissertação e no diálogo, portanto, figura repetida que já poderia ser admitido e aceitam o que
em qualquer prova; é um instrumento eficaz numa poderia, de preferência, ser posto de lado.
redação. Pode vir em dupla, se vier intercalado na
frase.  Indicar marcações numa peça de teatro:
 Indica a mudança de interlocutor no
diálogo:  João – você vai onde?
 Pedro – devo ir à praia.
 João – vou com você. Tchau, mãe! (sai pela
 - Que gente é aquela, seu Alberto? esquerda).
 - São japoneses.
 - Japoneses? E ... É gente como nós?

 Colocam em relevo certos termos,


expressões ou orações, substitui nestes
casos a vírgula, os dois pontos, os
parênteses ou os colchetes:

 Marlene pereira - sem ser artificial ou piegas - lhe


perdoou incondicionalmente.
 O grupo teatral – super elogiado – estava deixando o
hotel esta manhã.

160
ASPAS
São usadas comumente em citações, mas Ex.: 2:
também há outras funções. Atualmente o negrito e
o itálico vêm substituindo frequentemente o uso (...) Para o diretor executivo do instituto FEMUSC, o resultado
das aspas. São usadas em: não chega a surpreender. ``estamos satisfeitos com a
resposta do público, que este ano lotou todas as noites de
concertos, nos teatros da sociedade cultura artística, mas
 Antes e depois de citações textuais: também marcou presença em outros ambientes do centro
cultural´´, assinale. (...)
 A vírgula é um calo no pé de todo mundo, ``afirma´´
editora de opinião do jornal correio Braziliense e O uso das aspas indica:
especialista em língua portuguesa ``dad squarisi´´; 64.
a. Síntese das ideias principais do texto;
b. Correta: Citação das palavras da outra
 Para assinalar estrangeirismo, neologismo, pessoa;
arcaísmo, gírias e expressões populares ou c. Ressalva ao que foi dito anteriormente;
vulgares conotativas: d. Realce irônico atribuído ao segmento;
e. Valor particularmente significativo da
 Chaves, com 58 anos, é uma figura doente e
fugidia, que, que hoje representa o expressão.
``establishment´´.
 Não me venham com ``problemática´´, que tenho a RETICÊNCIAS
``solucionática´´. São usadas para:
 Estamos no ``Hall´´ do hotel.  Assinalar interrupção do pensamento:
 Há ``trombadinhas´´ nas cidades grandes
``batendo carteiras´´.  O presidente da república está ciente...
 Uma parte, por favor...
 ...Ciente do problema conceda a parte ao nobre
 Para realçar uma palavra ou expressão deputado.
imprópria; às vezes com objetivo irônico ou
malicioso.  Indicar partes que são suprimidas de um
texto:
 Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um ``não´´
sonoro.
 Veja como ele é ``educado´´ cuspiu no chão!  O primeiro e crucial problema de linguística geral que
Saussure focaliza a natureza da linguagem. Encarava-a
como um sistema de signos... Considerava a linguística,
 Quando citamos nomes de mídia, livros etc. portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a
ciência dos signos.
 Ouvi a noticia no ``jornal nacional´´;
 ``Os lusíadas´´ foi escrito no século XVI.
 Para sugerir o prolongamento da fala; Para
indicar hesitação suspense ou expressão,
Ex.: 1: O uso das aspas em algumas palavras do normalmente com malicia, ironia ou outro
texto: algumas são exóticas também no sentido de sentimento.
``diferentes´´ ou ``esquisitas´´ nenhuma delas é
nativa do Brasil. dependendo das circunstâncias,  Ela é linda... Você sabe como...!
podem ser ``imigrantes´´ inofensivos... muitas
vezes tornam-se organismos nocivos aos Ex.: 1: Provavelmente as novelas exibam casos
ecossistemas ``naturais´´. de Ascenção social pelo amor – genuíno ou
a. Correta: Chama a atenção do leitor para a fingido – em proporção maior que a vida real...
importância de seu sentido no contexto; O uso das reticências no final do segmento
 Resposta: Passando pelas alternativas, transcrito acima denota.
percebemos que, em cada uma delas, fala- a. Nova referência, desnecessária, ao comentário
se de uma das regras de uso das aspas, só de alguém alheio ao contexto;
lendo as frases destacadas, descobriremos b. Recurso adotado pelo autor, no sentido de
à resposta. Trata-se do uso das aspas para estimular o interesse do leitor;
destacar palavras ou expressões no texto. c. Certeza da concordância de um eventual leitor
Evidenciar informações. com a opinião ali exposta;
b. Indica uso específico de termos técnicos para d. Desejo de que ficção possa se deter,
esclarecer alguns conceitos; realmente, em fatos que ocorrem na vida real;
c. Aponta para o sentido particular de certas e. Hesitação, pela presença de um comentário de
palavras de uso comum na gíria; cunho subjetivo, sem base em dados reais.
d. Mostra a inclusão de opiniões alheias, como  Correta (e): não há certeza do que foi
um novo interlocutor no contexto; escrito.
e. Atesta a participação de palavras de origem
estrangeiro no vocabulário nacional.
161
CLASSES GRAMATICAIS
Organiza as palavras de acordo com sua função
no texto. São dez as classes gramaticais:
substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral,
verbo, advérbio, conjunção, preposição e
interjeição. A classe de uma palavra existe
independentemente da frase.

O garoto chegou. Meu filho chegou. O bom aluno chegou. O


primeiro candidato chegou. Chegamos cedo.

Observamos que a palavra O, artigo definido,


acompanha o substantivo GAROTO, está na sua
dependência. O pronome adjetivo possessivo
MEU acompanha o substantivo FILHO. O
adjetivo BOM está ligado ao substantivo
ALUNO. O numeral PRIMEIRO se liga ao
substantivo CANDIDATO.
O último exemplo: a palavra CEDO se liga ao
verbo chegamos, passando-lhe uma ideia de
tempo. Uma palavra dependente do verbo.
Chama-se, ADVÉRBIO.
Numa questão que envolva reconhecimento das
classes, procure localizar os substantivos e
observe as palavras que formam grupos com ele.
Essas palavras serão, necessariamente, artigos,
adjetivos, numerais e pronomes adjetivos.
Adjetivo
Numeral
Artigo Substantivo
Pronome
O substantivo e o termo determinado = núcleo.

 Variáveis: singular/plural: feminino/masculino.


 Substantivo
 Artigo.
 Adjetivo.
 Verbo: Apenas singular e plural.
 Pronome.
 Numeral.

 Invariáveis: não tem plural e nem gênero:


 Adverbio;
 Preposição;
 Conjunção;
 Interjeição.

162
SUBSTANTIVO Ex.: 1:
É a palavra que nomeia tudo o que tem
substância, tudo o que existe tudo o que (...) Mais adiante, para não achincalhar a todos,
imaginamos existir ou tudo o que tem um conceito indistintamente, com a pecha infamante de
“subdesenvolvido”, premiou-se os melhores com o gentil
abstrato. O substantivo pode indicar ação, estado, “em desenvolvimento”. Tais países não eram mais “sub”,
condição, qualidade, sentimento e acontecimento. não estavam mais tão por baixo. Nos últimos anos,
1. O substantivo é uma palavra que varia em substituiu-se o “em desenvolvimento” por “emergente”,
gênero, número e grau: palavra que igualmente se opõe ao “sub”. (...)
 Garoto varia em gênero (garota) em número (garotos)
em grau (supergaroto). A expressão ``em desenvolvimento´´ apresenta
valor.
Ex.: 1: Quanto ao gênero dos substantivos, a. Adjetivo;
assinale a frase em que a forma em destaque é b. Correta: Substantivo; Note que há
atendida CORRETAMENTE: determinantes substantivando a expressão
a. Na última noite de festa, a foliã incansável ``em desenvolvimento´´.
amanheceu pulando o carnaval; c. Adverbial;
b. Correta: A pessoa mais agradável durante o d. Prepositiva;
jantar, sem duvida, a anfitrioa; e. Conjuntiva.
c. Dentre as hortaliças, o alface foi mais afetado
pelo excesso de chuva; Classificação
d. A espécime é uma achado e tanto. O substantivo pode ser classificado segundo sua
forma e a sua significação:
Ex.: 2: Assinale a alternativa que apresenta todos  Quanto à FORMA os substantivos podem ser
os substantivos masculinos. primitivo, derivado, simples e composto.
a. Pianista; cal; comunicação; alface;  PRIMITIVO: Não apresenta afixo:
b. Correta: Jornal; papel; sistema; poeta;  Pedra, marte, agenda;
c. Sabia; profeta; amor; champanha;
d. Cetim; dente; dor; seguro;  DERIVADO: Apresenta afixos:
 PedrEIRO, marcIANO, EXTRA-agenda;
e. Calor; televisão; viola; painel.
 SIMPLES: Apresenta apenas um radical:
O substantivo é o NÚCLEO dos termos  Samba, enredo, caixa, água;
sintáticos: Sujeito; Objeto direto e indireto;
Predicativo do sujeito e do objeto; Complemento  COMPOSTOS: Apresenta mais de um
nominal; Agente da passiva; Adjunto adnominal e radical:
adverbial; Aposto e vocativo;  Samba-enredo, caixa-d água.

O discurso daquele aluno provocou grande alegria no  Quanto à significação, os substantivos podem
professor.
ser: COMUNS, PRÓPRIOS, ABSTRATOS,
CONCRETOS e COLETIVOS.
A palavra DISCURSO:
 Nomeia uma ação praticada, discurso é um  COMUM: Representa todos os seres de uma
manifesto oral; espécie:
 Pode variar de forma se a frase toda for  Homem, cidade, bairro, instituição.
pluralizada;
 É o núcleo do sujeito; o que provocou grande  PRÓPRIO: Representa apenas um ser de
alegria no professor. apenas uma espécie:
 Pedro, Salvador, Aeronáutico, Sonrisal .

 ABSTRATO: Representa ações, estados,


qualidades, sentimentos, resultados de
ações, propriedades e concepções:
 Luz, Som, Eco, Chuva, DVD, Relógio, Rua, Ilha,
Aldeia, Fada, Deus.

 CONCRETO: Palavra que não precisa de


outra para existir.
 Ar,

 COLETIVO: Representa um grupo de seres


da mesma espécie:
 Girândola, atlas, cancioneiro, pinacoteca, réstia, varo.

163
Ex.: 1: Assinale a alternativa que contém Ex.: 1:
substantivo próprio. No caixa, outras freguesas perguntaram se ele atinha
a. O juiz julgou o réu com justiça; restaurante;
b. Correta: A cidade de Fraiburgo é hospitaleira;
 É aquele que particulariza seres Nesse trecho, o termo caixa passou a ser
distinguindo-os da sua espécie, como aparentemente masculino, mas, na verdade,
entidades, países, cidades, estados, ocorreu ai uma elipse de um termo masculino o
continentes, planetas, entre outros. funcionário da caixa.
c. Príncipes e princesas visitaram a cidade; O substantivo a seguir em que ocorre uma
d. Alunos e alunas marcharam bonito no desfile; idêntica elipse que causa aparente mudança de
e. A prefeita decretou ponto facultativo amanhã. gênero é:
a. O celular; o telefone;
Ex.: 2: Assinale a alternativa que possui um b. O municipal; o teatro municipal;
substantivo comum, simples e abstrato. c. A capital; a cidade capital;
a. Girassol; d. Correto: O palmeiras; o time do palmeiras;
b. Correto: Medo; e. A lava-jato; a operação lava-jato.
c. Livro;
d. Floricultura; Ex.: 2: Ao flexionar o substantivo ``esposo´´ no
e. Contrarregra. feminino, substitui-se o ``O´´ final por ``A´´;
esposo/esposa. A alternativa que apresenta um
Ex.: 3: Indique a alternativa em que todos os substantivo que, no feminino é flexionado da
substantivos são derivados: mesma maneira que Esposo é.
a. Flor-de-lis; pratinho-sapato; a. Correto: Moço;
b. Ferro-pedra-pão; b. Rio;
c. Correto: Ferreiro-sapateiro-pedreiro; c. Grilo;
d. Livraria-livreiro-livro; d. Pássaro;
e. Frota-esquadra-congresso. e. Fio.

Gênero Ex.: 3: Observe:


Os substantivos podem apenas ser masculino ou José, ____ testemunha, chegou ao tribunal com
feminino. Serão reconhecidos pela terminação ____ sósia como acompanhante e também com
(alunO/alunA; gênero BIFORME) ou pela ___ champanha embaixo do braço. Resolveu dar
determinante (O atleta/ A atleta, gênero ___ telefonema surpreende, ocasião em que
UNIFORME). A palavra criança é um substantivo tropeçou, obtendo ___ entorse no joelho.
feminino, pois os determinantes que se ligam a ela a. O, o, o, um, uma;
indicam isso: b. O, a, a, uma, um;
João é uma criança linda. c. Correta: a, o, o, um, uma;
d. A, a, a, um, um.
 Tipos: Existe o substantivo UNIFORME (não
muda de forma para indicar gêneros Identificação
diferentes) e o BIFORME (muda de forma para Qualquer vocábulo ou expressão pode tornar-se
indicar gênero diferente). um substantivo. Para reconhecermos o
 Masculino: substantivo dentro da fase, precisamos perceber
 Filho, gato, lobo e menino; se ele vem na posição de núcleo dos termos
sintáticos ou acompanhados de determinante
 Feminina: Troca de terminação: -O por -A; (artigo, pronome, numeral, adjetivo ou locução
 FilhA, gatA, lobA e meninA; adjetiva). A estrutura em que o substantivo vem
acompanhado de determinantes se chama
sintagma nominal:
 Determinantes + substantivo = sintagma
nominal.
O sintagma nominal é um grupo de vocábulo
centrado num nome (substantivo); é uma
expressão cujo núcleo é um nome substantivo.

164
Variação em número
Substantivação O substantivo varia no plural, pelo acréscimo da
É um tipo de nomialização, pois ocorre mudança desinência de número (-S), a fim de indicar
de muitas classes gramaticais, que se tornam quantidade.
substantivo desde que a palavra, expressa ou a  CarroS indicam mais de um carro;
frase esteja acompanhada de algum determinante.  MistoS-quenteS indicam mais de um misto-quente.

 Você tem uma aracnofobia? (radical)/ eu tenho fobias; A regra para os substantivos simples e, depois,
 (substantivo. O pronome indefinido muitos atua como para os substantivos compostos.
determinantes); Simples:
 Singular: ChÃO, vÃO, mÃO, GrÃO, órgÃO, sótÃO,
 Sou muito pró-ativo (prefixo)/ esta questão só tem um bençÃO e acórdÃO;
pró  Terminação: -ÃO por -S (monossílabos e
 (substantivo. O numeral um atua como determinante) paroxítonas);
 Plural: ChãoS, vãoS, mãoS, grãoS, órgãoS, sótãoS,
 Aquela blusa é preta? (adjetivo)/ preta, você me ama. bênçãoS e acórdãoS.
 (substantivo. Percebe-se que a palavra virou um
substantivo porque está nomeando o alguém no meio
de um apelido).  Singular: CristÃO, CidadÃO, irmÃO, apagÃO,
demÃO;
 Terminação: -ÃO mais -S (oxítonas):
Nomialização
 Plural: CristãoS, cidadãoS, irmãoS, apagõeS, demãos;
É normal transformarmos uma estrutura verbal
numa estrutura nominal, ou seja, substituir um
verbo por um substantivo de mesmo radical, a fim  Singular: LeÃO, sabÃO, caixÃO, canhÃO, foliÃO,
de evitar exagero no uso dos verbos. Isso se dá estaçÃO, visÃO, razÃO, limÃO, naçÃO;
por meio de derivação regressiva:  Terminação: -ÃO por -ÕES (oxítonas);
 Plural: LeõES, sabÕES, caixÕES, foliÕES, estaçÕES,
visÕES, razÕES, limÕES, naçÕES;
 Derivação sufixal:
 -ÇÃO por -SÃO:
 Singular: AnÃO, anciÃO, aldeÃO, corrimÃO,
 Fabricar →fabricaÇÃO: ligar→ligaÇÃO:
 Adaptar→adaptaÇÃO:expressar→expresSÃO: cirúrgiÃO, charlatÃO, ermitÃO, faisÃO, guardiÃO, refrÃO,
cerder→cesSÃO. sacristÃO, verÃO, violÃO, zangÃO;
 Terminação: -ÃO por -S, -ES, -ÕES (oxítonas):
há mais de uma forma no plural;
 Fabricar produtos sustentáveis está na moda (frase com
dois verbos);  Plural: Anãos/ões, anciãos/ões, aldeãos/ões,
 A fabricação de produtos sustentáveis está na moda artesão/ões, charlatãos/ões, guardiões/ões, faisãos/ões,
(frase com um verbo); sacristãos/ões.

 Ceder meus direitos autorais ao artista foi difícil (frase Ex.: 1: Assinale a alternativa em que está
com dois verbos); CORRETA a formação do plural:
 A cessão de meus direitos ao artista foi difícil (frase
com um verbo). a. Cadáver - cadáveis;
b. Gavião - gaviões;
Derivação regressiva: c. Fuzil - fusíveis;
 Quem canta seus males espanta (frase com dois d. Mal - maus;
verbos); e. Correta: Atlas - os atlas.
 O canto espanta os males (frase com um verbo);

 Ele causou o estardalhaço porque se revoltou com a


postura dos políticos (frase com dois verbos);
 A causa do estardalhaço foi sua revolta com a
postura dos políticos (frase com um verbo).

Locução substantiva
É um grupo de vocábulos que equivale a uma só
palavra. Uma locução é substantiva quando
formada por um grupo de vocábulos, com valor de
substantivo:
 Anjo da guarda;
 Dona de casa;
 Estrada de ferro.

165
Mudança de sentido Variação em grau
Dependendo do número do mesmo substantivo, Toda palavra variável que aceita o sufixo –
pode haver mudança de sentido. INHOS e –ÃO, correspondentes a pequenas e
 Singular: Ar (substância atmosférica); grandes. Pertence à classe dos substantivos.
 Plural: Ares (condição climática, aparência); Casa:
 CasINHA = casa pequena;
 Singular: Costa (litoral);  CasarÃO = casa grande.
 Plural: Costas (dorso).
O substantivo varia em grau quando exprime sua
dimensão aumentam ou diminuem o tamanho
Regras dos compostos
normal que exprime um substantivo. A forma
Os substantivos, os adjetivos, os numerais e os
sintética se dá, por meio do uso de sufixos. Nos
pronomes que fazem parte dos substantivos
substantivo não se fala em flexão de grau, mas de
compostos variam em número:
derivação, pois na gradação se unem afixos.
 Os tenentes-coronéis (subst+subst) foram convidados
Aumentativo
para reunião; Forma analítica (adjetiva):
 Estes alunos-mestres (subst+subst) desempenham bem  Celular grande, computador enorme, espaço imenso,
o papel de professor; festa colossal.
 Comprei dois cachorros-quentes (subst+adj) bem
saborosos naquela barraca; Forma sintética (sufixo)
 Os capitães-mares (subst+adj) eram autoridades que  Aço (a): barcaça, louraça, morenaço;
comandavam certas milícias;  Alho (a): muralha, gentalha, politicalha;
 Ah, os arrozes-doces (subst+adj) da mamãe! Quanta  Alhão: grandalhão, facalhão.
saudade!;
 Os baixos-relevos (adj+subst) são bastante usados na
decoração arquitetônica.
Diminutivo (adjetivo)
 Televisão pequena, cadeira pequenina, sala
As demais classes gramaticais não variam em minúscula;
número (verbo, advérbio, conjugação, preposição,
interjeições). Forma sintética (sufixo)
 Acho (a) riacho, fogacho;
 Ebre: casebre;
 Aquela porta-bandeira (verb+subst) sabe o que é
 Eco (a): jornaleco, soneca, padreco.
sambar;
 Nunca se viram beija-flores (verb+subst) tão garbosos
como esses; Formas estilísticas
 Vamos lutar para os abaixo-assinados (adj+adj) serem De grau dos substantivos é os que fogem à ideia
aceitos. normal de grau, acrescentando sentido extra a
eles. Os sufixos aumentativos (normalmente -ÃO)
Ex.: 2: O plural dos substantivos ``couve-flor´´, e diminutivos (normalmente (Z)-INHO) podem
``pão-de-ló´´ e ``amor-perfeito´´, é: apresentar outras ideias, além de grandeza e
a. Couve-flores; pães-de-lo; amores-perfeitos; pequenez:
b. Correto: Couve-flores; pães-de-ló; amores;
c. Couve-flores; pão-de-ló; amor-perfeitos;  Carinho, afeto, admiração, ironia, desprezo e vergonha;
d. Couve-flores; pão-de-ló; amores-perfeitos;  Ok, sabichão e sabichona, vocês nunca erram (ironia)
e. Couves-flores; pães-de-lo; amor-perfeitos.  Aquele homem não passa de um padréco (depreciação);
 Nossa! Que carrão! (admiração).

Ex.: 1: ``Vive pertinho do céu´´ o valor do


diminutivo no vocábulo sublinhado se repete em:
a. A favela é um lugarzinho bonito;
b. Os barracõezinhos das favelas cariocas são
coloridas;
c. A subida para os morros está coberta de
papeizinhos;
 Correta: A policia chegou rapidinho ao morro;
[é um adverbio intensificado pelo sufixo]
d. O sufixo –INHO, quando ligado a adjetivo ou
advérbio, indica intensidade. Rapidinho e
equivalem a muito rápido e muito perto.
e. Lourinha ganhou o concurso de beleza.

166
Ex.: 2: A ponte a sequencia de substantivos que, ADJETIVOS
sendo originalmente diminutivos ou aumentativos, É a expressão modificadora do substantivo que
perderam essa acepção e se constituem em denota qualidade, condição ou estado de um ser.
formas normais, independentes do termo
derivado. Era feito aquela gente honesta, boa e comovida, que
a. Pratinho-papelinho-livreco-barraca; caminha para a morte.
b. Tampinha-cigarrilha-estantezinha-elefantão;
c. Cartão-flautim-ligueta-cavalete; Os adjetivos HONESTOS, BONS e COMOVIDOS
d. Correta: Chapelão-bocarra-cidrinho-portão; referem-se aos substantivos GENTE, qualificando-
e. Palhacinho-narigão-beiçola. o. O adjetivo exerce duas funções na frase:
ADJUNTO ADNOMINAL quando vêm dentro do
Ex.: 3: Numa das seguintes frase, há uma flexão sintagma nominal, mas, quando têm função de
de plural grafada da erradamente. PREDICATIVO, vêm fora do sintagma nominal.
a. Os escrivães serão beneficiados por esta lei;
Aquela casa amarela e suntuosa.
b. O número mais importante é o dos
anõezinhos;
Amarela funciona como adjunto adnominal, por
c. Faltam os hifens nesta relação de palavras;
fazer parte do sintagma nominal (aquela casa
d. Correta: Fulano e beltrano são dois grandes
amarela) já suntuosa funciona como predicativo,
caracteres;
pois está fora do sintagma.
e. Os répteis são animais ou ímpares.
 Sintagma nominal: tem como núcleo um
nome ou pronome.

Os alunos fizeram a pesquisa.

Os alunos Sujeito.
Fizeram a pesquisa Predicado.

Os sintagmas são um conjunto de elementos


constituídos de uma unidade significativa em torno
de um elemento significativo, chamado NÚCLEO.
 Adjunto adnominal: Termo acessório da
oração com a função de caracterização ou
determinar o substantivo. Feito por artigos,
adjetivos e outros elementos com função
adjetiva.

As melhores receitas foram deixadas por nosso avós.


 Sujeito: as melhores receitas;
 Núcleo do sujeito: receitas.

AS (artigo) da contração POR + OS é adjunto


adnominal de avós. O mesmo acontece com
NOSSOS (pronome adjetivo): OS e NOSSOS
referem-se aos avós.
 Função de predicativo: função que atribui
uma dada propriedade ou qualidade à
entidade designado por um sintagma nominal
com função de sujeito direto ou indireto.
As classes gramaticais modificadas pelos
adjetivos são os substantivos, o pronome, o
numeral e até uma oração substantiva.

 Rocha Lima e Celso Cunha eram excelentes;


 Eles eram excelentes;
 Os dois eram excelentes;
 Viver é excelente;
 Acho excelente resolver exercícios de
português.

167
Para entendermos todas as definições de Ex.: 2: Os adjetivos que, respectivamente, melhor
adjetivos, analisemos esta frase: caracterizam a forma ou a natureza das seguintes
expressões: objeto fora de uso, caminho com
 Meus alunos conseguiram conquistar as vagas muitas curvas, coisas sem peso, nariz
concorridíssimas no ano passado. semelhante a um bico de águia são:
 A palavra concorridíssima:
 Caracteriza/modifica uma palavra:
a. Correta: Obsoleto, sinuoso, imponderável,
 Concorridíssima caracteriza vagas; aquilino;
 Variou de forma (termino, plural, superlativo) as vagas b. Estagnado, cúbico, portátil, afunilado;
concorridíssimas. c. Vultuoso, inacessível, intangível, abaulado;
d. Delgado, intransitável, inumerável, abobadado;
Identificação e. Sombrio, tubular, imensurável, gretado.
É uma palavra caracterizadora que modifica um
substantivo, por isso, diante de uma frase, Ex.: 3: Assinale a alternativa em que o termo
devemos notar qual palavra está atribuindo uma sublinhado tenha função adjetiva.
característica ao substantivo: a. Correta: Característica da nação;
b. Ameaça de colapso;
O meu pai era paulista;
Meu avô, pernambucano;
c. Deterioração de valores;
O meu bisavô, mineiro; d. Instituição de escravidão;
Meu tataravô, baiano; e. Uso de violência.
Meu maestro, soberano;
Um artista brasileiro. Adjetivação
Há dois conceitos de adjetivação:
Os adjetivos modificam, respectivamente, os  Presença de muitos adjetivos num texto:
substantivos pai, avô, bisavô e maestro. Somente  Acho minha namorada linda, sedosa, cheirosa, gostosa,
dois adjetivos exercem função sintática de adjunto quente, etc.
adnominal, pois fazem parte dos seguintes O propósito do excesso de adjetivo é o realce, a
sintagmas nominais: ênfase.
 Meu maestro SOBERANO;
 Um artista BRASILEIRO.
 Transformação de um substantivo em
adjetivo: O que é mais importante é saber, a
Os demais adjetivos estão fora do sintagma, por transformação de um substantivo em adjetivo:
isso são adjetivos com função do predicativo.
 Seu jeito moleque atrai as mulheres mais novas;
 Esta blusa laranja lembra a da seleção de futebol da
 Função de predicativo: Função que atribui Holanda;
uma dada propriedade ou qualidade à  É preferível ter um cachorro amigo a um amigo
entidade designada por um sintagma nominal cachorro;
com função de sujeito, objeto direto ou
indireto. Os termos destacados não são caracterizados
 Adjetivos substantivos: Muitos adjetivos são (adjetivos), mas nomeadores (substantivo).
usados com valor de substantivos, facilmente
subtendido.  Substantivos adjetivos: trata-se de
substantivos usados com valor de adjetivos.
 Os antepassados (os HOMENS antepassados); Vapor Cinza = Vapor de cinza


Os justos (os HOMENS justos);
O circular (o ÔNIBUS Circular).

Resíduo de combustão
Ex.: 1:
Talvez seja bom o proprietário do imóvel passar Comício Monstro = comício grandioso
desconfiar de que ele não é tão imóvel assim. ↓
As palavras destacadas são, respectivamente: Ser disforme
a. Substantivo e substantivos;
b. Correta: Substantivos e adjetivos; Blusa Rosa = Blusa com cor rosa
c. Adjetivo e verbo; ↓
d. Advérbio e adjetivo;
Designação de flor
e. Adjetivo e advérbio.

168
Recursos de nominalização Locução adjetiva
Em caso dos adjetivos, a nominalização se dá É um grupo de vocábulos com valor de adjetivos
pela transformação de oração subordinadas formados por: Preposição locução prepositiva +
adjetivos em meros adjetivos: substantivos/ advérbio/ pronome/ verbo/
numeral. Tal expressão frequentemente se liga a
 O aluno que é inteligente passou na prova; um substantivo:
 O aluno inteligente passou na prova;
 Comprei para minha fruta dois carros que estavam
novíssimas.
 Briguinha ATOA, pizza a LENHA, TV em CORES, casa
SOBRE RODAS, homem SEM CORAGEM, vida COM
LIMITES.
Oração subordinada: são orações que exercem
uma função sintática em relação à oração Mas também pode, ligar-se a pronomes ou a um
principal, complementando seu sentido e sendo numeral:
dependente dela.
 AS (= aquelas) da sala 1, OS (= aqueles) do Brasil, todo
Classificação mundo do bairro, os dois sem graça... eles sem caráter, o
 Simples: Apresenta um radical: corpo era de cristal, o menino ficou com fome este tempo
 Visão social, visão econômica; todo?

 Composto: Apresenta mais de um radical: Como se viu nos três últimos exemplos, a locução
 Visão socioeconômico; adjetiva nem sempre vem dentro do sintagma
nominal, pode vir de fora também, neste caso, terá
 Primitivo: Não apresenta afixos: função de predicativo.
 Sorriso, amarelo.
Ex.: 1: A ponte a alternativa INCORRETA quanto
 Derivado: Apresenta afixos: á correspondência entre a locução e o adjetivo.
 Sorriso-amarelo;
a. Glacial (de gelo); Ósseo (de osso);
b. Fraternal (de irmão); pétreo (de pedra);
 Restritivo: Acrescenta um sentido:
 Carro azul, homem feliz, leite quente não inerente ao c. Farináceo (de farinha); pétreo (de Pedro);
ser. d. Inorreto: Viperino (de vespa); ocular (de olho);
e. Ebúrneo (de marfim); Insípido (sem sabor).
 Explicativo: Apresenta um sentido inerente.
 Impróprio: Ex.: 2: Assinale a alternativa que contém uma
 Carro motorizado, homem mortal, do ser. correlação INCORRETA entre o adjetivo e a
locução correspondente:
 Pátrio/gentílico: Referem-se a continente, a. Água de chuva – pluvial;
países, cidades: b. Pele de marfim – ebúrnea;
 Polaco, americano, regiões, raças e povos, indicando c. Incorreta: Representante dos alunos –
afeição, mineiro, origem. docentes;
d. Agilidade do gato – felino;
Ex.: 1: Assinale a alternativa que contém o grupo e. Copo de prata – argênteo.
de adjetivos gentílicos, relativo a ``Japão´´, ``três
corações´´ e ``moscou´´; Variação de gênero
a. Oriental, tricardiano, moscovita. Existe o adjetivo uniforme, e o biforme.
b. Nipônico, tricordiano, soviético;  Masculino: LindO, saborosO, maciO.
c. Japonês, trêscoraçoense, moscovita;  Troca à terminação: -O/-A.
d. Correta: Nipônico, tricardiano, moscovita;
 Feminina: LindA, saborosA, maciA.
e. Oriental, tricardíaco, soviético.
 Masculina: AtEU, europEU, GalilEU, sadurEU.
 Troca de terminação: -EU/EIA.
 Feminina: AtEIA, europEIA, galilÉIA,
saducÉIA.

 Masculina: LhÉU, tabarÉU.


 Troca de terminação: -ÉU/-AO.
 Feminina: IlhOA, tabarOA.

 Masculino: MaU, nU, francÊS, espanhOL.


 Troca de terminação: -U, -ÊS, -OL, OI/ A.
 Feminina MÁ, nuA, francesA, espanholA.
169
Ex.: 1: Assinale a alternativa em que todos os
adjetivos têm uma só forma para os dois gêneros. Absoluto:
a. Andaluz, hindu, comum;  Analítico: O adjetivo e modificado por um
b. Europeu, cortês, feliz; advérbio de intensidade:
c. Fofo, incolor, cru;
d. Superior, agrícola, namorador;  João é muito inteligente e bastante humilde mas
e. Correto: Exemplar, fácil, simples. extremamente pobre.

Variação em grau  Sintético: Quando há o acréscimo de um


O adjetivo terá algumas vezes seu valor sufixo (ISSIMO, (r)IMA, (l)IMA).
intensificado, normalmente por advérbio ou por um
 João é inteligentíssimo, mas é probéssimo e
sufixo. Existem duas situações em que o adjetivo humílimo.
pode variar em grau:
1. Numa estrutura de comparação; Relativo:
2. Numa de superlativação.
 Superiorizada: Enaltecimento da qualidade de
um ser dentre outros seres, por meio da
Grau comparativo
construção O/A mais adjetivo + DE/DENTRE.
Compara-se uma qualidade, ou qualificação,
entre dois seres ou duas qualidades de um  João é o mais inteligente DENTRE todos da sala.
mesmo ser. Há três tipos, com construções
peculiares a ela:  Inferioridade: Desvalorização/minimização da
 De igualdade: (TÃO... QUANTO/COMO): qualidade de um ser dentre outros seres, por
meio da construção O/A MENOS + adjetivo +
 Português é tão divertido QUANTO (ou COMO)
matemática;
DE/ DENTRE.

 Mário é a aluna menos inteligente do grupo


 De superioridade: (MAIS (DO) QUE):

 Português é MAIS divertido (DO) QUE matemática; Ex.: 1: No trecho ``os jovens estão mais ágeis
que seus pais´´ temos:
 De inferioridade: (MENOS (DO) QUE): a. Um superlativo relativo de superioridade;
Correta: Um comparativo de superioridade;
 Português é MENOS divertido (DO) QUE matemática. b. Um superlativo absoluto;
c. Um comparativo de igualdade;
O adjetivo destacado está sendo intensificado d. Um superlativo analítico de ágil.
pelos advérbios TÃO, MAS e MENOS. A ideia de
comparação é marcada pelas conjunções (OU Ex.: 2: Os homens são os melhores fregueses.
COMO) e que (OU DO QUE). Os melhores encontram-se no grau:
a. Comparativo de superioridade;
Ex.: 1: Nas orações ``esse livro é melhor que b. Correta: Superlativo relativo de
aquele´´ e ``este livro é mais lindo que aquele´´, superioridade;
há os graus comparativos. c. Superlativo absoluto sintético;
a. Superioridade, respectivamente sintético e d. Superlativo absoluto de superioridade.
analítico;
b. Correto: De superioridade, ambos analíticos; Ex.: 3: Indique a alternativa em que não é
c. De superioridade, ambas sintéticas; atribuida ideia de superlativo a adjetivo.
d. Relativos; a. É uma ideia agradabilíssima;
e. Superlativos. b. Era um rapaz alto, alto, alto;
c. Saí de lá hipersatisfeito;
d. Correta: Almoceis tremendamente bem;
e. É uma moça assustadoramente alta.

Ex.: 4: Em qual alternativa se apresenta o


Grau superlativo superlativo absoluto sintético destoando da forma
Há um engrandecimento, uma intensificação da erudita?
qualidade de um só ser: temos dois tipos de a. Doce/dulcíssimo;
superlativos. b. Celebre/celebérrimo;
170
c. Baixo; intimo; pode ser revelada (modalização discursiva).
d. Amargo/amaríssimo; Respeitando a relação de concordância em
e. Correta: Livre/livríssimo. gênero e número com o substantivo, o adjetivo
pode retomar termos, dando coesão ao texto.
Variação de numero Mudanças de posição do adjetivo pode implicar
O plural adjetivo simples se faz da mesma forma mudança de sentido ou de classe gramatical:
com que se pluralizam os substantivos.
O plural dos adjetivos compostos são constituídos  Ele é um pobre homem (coitado; adjetivo);
de dois ou mais radicais. Sua pluralização segue  Ele é um homem pobre (sem recursos; adjetivo).
 Ele é um alto funcionário (posição; adjetivo);
as seguintes regras:  Ele é um funcionário alto (comprimento; adjetivo)
 Varia apenas o último elemento se o  Um belo dia fui visitá-la (indeterminada; adjetivo);
adjetivo composto é formado por adjetivo +  Ontem foi um dia belo (bonito; adjetivo).
adjetivo:
O adjetivo pode expressar um ponto de vista, um
 Cabelos castanho-escuro, lenços verde-claros, poemas juízo de valor, uma avaliação por parte do locutor
herói-cômicos, folhas verde-escuro. do texto. Isso é modalização. O adjetivo é o
modalizador, exprime uma opinião, logo pode ser
 O adjetivo surdo-mudo flexiona seus dois retardado.
elementos: E este programa é ÓTIMO; adjetivo ótimo
exprime um julgamento não se trata de uma
 Meninas surdas-mudas. verdade absoluta, logo poderemos contra
argumentar.
 Sendo o adjetivo composto por uma Os adjetivos podem ser usados como
palavra invariável (1º elemento) e o instrumentos ou recursos coesivos dentro do
segundo variável, apenas este será texto. Em outras palavras, fazem referências a
pluralizado. vocábulos dentro do texto para evitar a repetição e
manter o sentido dele.
 Mal-educado, semi-selvagens, recém-formadas. O homem e a mulher irromperam numa
discussão ferrenha sobre quem era mais relevante
 Caso adjetivo composto seja formado por no curso histórico. Derrotado após o embate,
um adjetivo + substantivo, os dois chegamos a conclusão de que a mulher ainda é a
elementos permanecerão invariáveis. base de tudo!
Note que adjetivo derrotado, só pode se referir
 Lençóis verde-oliva, tapetes azul-turquesa, camisas ao homem. Logo, a palavra homem não precisou
amarela-ouro.
ser repetida, coube ao adjetivo à função de
retomada, isso é coesão.
Permaneceram também invariáveis os
compôs azul-marinho, azul-celeste e azul-
Ex.: 1: Assinale a alternativa em que se respeitam
ferrete.
as normas cultas de flexão de graus.
a. Nas situações críticas, protegia o colega de
Ex.: 1: O plural de ``terno azul-claro´´ e ``terno
quem era amiguíssima;
verde-mar´´ é:
b. Mesmo sendo o Canadá friossíssimo, optou
a. Ternos azuis-claros; ternos verdes-mares;
por permanecer lá durante as férias;
b. Ternos azuis-claros; ternos verde-mares;
c. No salto, sem concorrentes, seu desempenho
c. Ternos azul-claro; ternos verde-mar;
era melhor de todos;
d. Correto: Ternos azul-claros; ternos verde-mar;
d. Diante dos problemas, ansiava por um
e. Ternos azuis-claros; ternos verde-mar.
resultados mais bons que ruim;
e. Comprou um copo barato, de cristal, de mais
malíssima qualidade.

Ex.: 2: Considerando os adjetivos e suas


Valor discursivo
respectivas locuções: adjetivas, assinale a
O adjetivo exerce um papel fundamental dentro
alternativa INCORRETA:
do discurso. Dependendo da posição do adjetivo,
a. Hípico – de cavalo;
pode haver mudança de sentido e até de classe
b. Incorreta: Onírico – de ouro;
gramatical. Dependendo da escolha do adjetivo,
c. Insular – de ilha;
contextualmente a intenção do produtor de texto
d. Pluvial – de chuva.
171
Resposta: OS times jogaram UMAS partidas memoráveis.
1. Alternativa (a): hípico = Referente a hipismo,
cavalo, equino. Classificação
2. Alternativa (b) incorreta: O adjetivo referente Há dois tipos: definidos (O, A, OS, AS) e
à locução adjetiva de outro é áureo e não indefinidos (UM, UNS, UMA, UMAS).
onírico;
 Onírico = referente a sonho ou que é próprio Artigos definidos
do sonho ou da natureza do sonho; Determina o substantivo de modo preciso, pode
 Áureo = referente a ouro, feito ou recoberto ser singular (O, A) ou plural (OS, AS).
de outro, dourado.
O professor participou dA festa;
 Alternativa (c): insular = que tem OS professores participaram dAS festas.
característica ou é semelhante a uma ilha.
 Alternativa (d): pluvial = referente ou que Os artigos definidos se antepõem ao substantivo
provém da chuva. para indicar, que se trata de um ser já conhecido,
pelo falante e pelo ouvinte, individualizando-o.

Artigos indefinidos
Determina o substantivo de modo vago,
impreciso. Pode ser singular (UM, UMA) ou plural
(UNS, UMAS):

UM aluno fez UMA prova;


UNS alunos fizeram UMAS provas.

Os artigos indefinidos se antepõem ao


substantivo para indicar, que se trata de um ser
desconhecido, o indeterminado ou generalizando-
o.

Ex.: 1: Observe as frase seguintes depois escolha


a única alternativa INCORRETA.

1. Com a Ana ele vai brigar;


2. Com Fred ele não vai discutir.

a. A frase 1 contém um artigo definido, no


feminino e no singular, que semanticamente
torna Ana mais próxima do emissor;
b. A frase 1 contem um artigo definido, no
feminino e no singular, pois antecede um
nome próprio de mesma característica
morfológica;
c. No confronto entre a frase 2 pode se notar a
importância do uso estilístico do artigo;
d. A frase 2, dispensando o artigo diante do
nome próprio, marca o distanciamento entre o
referente e o emissor;
e. Correta: A frase 2, não contendo artigo
definido diante do nome próprio, está errado.

Ex.: 2: Por outro lado, a taxa Selic continuará a


ser reduzida a partir do patamar de 16,5% a que
ARTIGO chegou no fim do ano passado.
É a palavra variável em gênero e número que Os termos grifados no trecho acima se
antepomos aos substantivos para determiná-los classificam, respectivamente, como:
de modo preciso ou vago, indicando-lhe o gênero a. Artigo – artigo – preposição – artigo;
e o número em razão disso, há artigos definidos e b. Preposição – artigo – preposição – artigo;
indefinidos. c. Artigo – preposição – preposição – artigo;
O time jogou UMA partida memorável;
172
d. Correta: Artigo – preposição – preposição – PORQUÊ: Conjunção substantivada, exercendo a
artigo; função sintática de núcleo do sujeito.
e. Preposição – preposição – artigo – artigo.
 O artigo evidencia o gênero e o número de
Ex.: 3: Assinale a alternativa em que o termo substantivo que estiver determinando:
grifado seja artigo definido.
a. O que os empurra a dar crédito para setor  Fiquei com UM DÓ enorme do menino.
privado e para as pessoas físicas; DÓ: Substantivo masculino singular.
b. O que se faz;
c. O que está ocorrendo é que os interesses que  Convidaram A COLEGA para jantar.
prevalecem; COLEGA: Substantivo feminino singular.
d. Agora, o que se está fazendo é buscar
``acalmar´´ os que temam perder, lucros na  Contra as dores, usaram AS CATAPLASMAS.
fase de transição; CATAPLASMAS: Substantivo feminino plural.
e. Correta: Ou seja, há uma possibilidade, não
 O COLEGA de Ronaldo chegou atrasado.
desprezível, de o país perder, mais uma vez,
COLEGA: Substantivo masculino singular.
uma janela de oportunidade.

Combinação  O artigo pode aparecer unido com


Os artigos se combinam e se constroem: preposições.
 Ele estava NO sitio dos amigos;
 A, DE, EM e POR resultando em: NO = EM + O
 ao/aos, do/dos, dum/duns, duma/dumas, no/nos,  Ele precisava DO apoio dos amigos;
na/nas, num/nuns, numa/numas, pelo/pelos, pela/pelas.
DO = DE + O.
Identificação  Não pode comparecer À festa;
O artigo, geralmente, vem antes do substantivo. À = A + A.
No entanto isso não quer dizer que ela vem
imediatamente do substantivo:  Fizeram referencia ÀS pessoas presentes;
ÀS = A + AS.
 AS grandes e frequentes CRISES econômicas vêm
atrapalhando certos países.
Ex.: 1: Partindo-se do principio de que a crase é o
fenômeno resultante da fusão da preposição ``a´´
Sintagma nominal em que o artigo (AS) se
e do artigo ``a´´, assinale a alternativa cujo termo
encontra:
sublinhado se classifica apenas como artigo, dai
 AS grandes e frequentes CRISES econômicas.
justificar a inexistência desse fenômeno.
 Grandes e frequentes se tornaram substantivos só a. Todos os estudos feitos nos anos 1990
porque o artigo veio antes? Não, pois grandes e continuam a mostrar;
frequentes são adjetivos que caracterizam o substantivo b. Enquanto que 70 a 80 por cento das mulheres
crises. afirmam;
c. A exemplo de seu ancestral, ele quer ficar
sentado em uma pedra;
d. Correto: Afirma que a família é prioridade
absoluta.

Uso do artigo Ex.: 2: Considere o período:


 A antecipação do artigo pode substantivar Os dois passaram a discutir a questão da verba disponível.
qualquer palavra:
Os termos destacados são, respectivamente.
 Como resposta recebeu UM NÃO. a. Correto: Preposição, artigo definido;
NÃO: Advérbio substantivado, exercendo a função b. Artigo definido, preposição;
sintática de núcleo do objeto direto. c. Pronome, artigo definido;
d. Preposição, pronome.
 Na vida, jornalística, O PORQUÊ dos fatos nunca
pode ser desprezado.
173
É obrigatório o uso do artigo definido entre o d. A noite é sempre assim linda;
numeral AMBOS e o substantivo a que esse e. Voltamos com a sombra das nuvens.
numeral se refere.
Alguns nomes de lugar admitem a anteposição
 O promotor de justiça convocou AMBOS OS cônjuges do artigo, outros não:
para a audiência;
 As criações podem ser feitas por pessoas de AMBOS
 Meus filhos foram passear EM SALVADOR e nO rio de
OS sexos.
janeiro.
 Campo grande é a capital do MATO GROSSO DO SUL;
Ex.: 1: Assinale a alternativa que apresenta  Cuiabá é a capital DE MATO GROSSO;
ERRO quanto usado artigo:  BRASÍLIA é a cidade onde moro.
a. Avisei a ela que não haveria a reunião;
b. Feliz o pai cujos filhos são ajuizados; Se o nome de lugar que não admite artigo vier
c. Correta: Li a noticia no estado de Sergipe; qualificado, o uso do artigo será obrigatório:
d. Ambos os casos merecem considerações;
e. Discutia os assuntos mais profundos.  Adoro morar nA BELA BRASILIA.
 Nas sacadas dos sobrados dA VELHA SÃO
SALVADOR há lembrança de donzelas do tempo do
Nunca deve ser usado artigo depois dos imperador;
pronomes relativos CUJO, CUJA, CUJOS e  Sou a matriarca dA ROMA NEGRA.
CUJAS.
Ex.: 1: Assinale a alternativa cujo contexto possui
 Tenho simpatia pelo poeta CUJA biografia estou lendo; o uso incorreto do artigo:
 O empréstimo concedido aos servidores CUJO cadastro a. Nunca penetrei na alma ressequida do meu
seja aprovado; tio;
b. Correta: A ilha a mais paradisíaca pede
Ex.: 1: Há erro quanto ao uso do artigo na regulamentação;
seguinte afirmativa: c. A ilha deve ser selvagem o quanto possível;
a. O Brasil é um país maravilhoso; d. Nenhuma das alternativas.
b. O juiz solicitou a presença de ambos os
cônjuges; É facultativo o uso do artigo definido diante de
c. Correta: Esta é a mulher cujo o amigo pronomes adjetivos possessivos.
desapareceu;  Tenha cuidado com MEU LIVRO. Ou;
d. Faltaram uns dez alunos; Tenha cuidado com O MEU LIVRO;
e. O menino fugiu.
 Desconheço SUA OPINIÃO. Ou;
Não se deve usar artigo antes das palavras Desconheço A SUA OPINIÃO.
CASA (no sentido dela, moradia) e TERRA (no
sentido de chão firme) a menos que venham Não se usa artigo antes dos pronomes de
especificadas. tratamento.

Os meninos não estavam EM CASA;  Sua excelência, o governador, resolverá os problemas


Estavam na CASA DOS AMIGOS. de VOSSA SENHORIA.
 Conheci SUA SANTIDADE no vaticano;
 Quem VOCÊ pensa que é?

Cabe ressaltar que as formas senhor, senhora,


senhorita, madame e dona não são pronomes e
sim substantivos, usados como formas de
tratamento, razão disso admitem a antecipação de
artigos:

 O que O SENHOR esta fazendo no momento, pai?


Ex.: 1: Considere a frase:  A SENHORITA não vai à cerimonia de casamento de sua
Ele fez críticas a algumas pessoas prima?;
Assinale a alternativa em que o a possui a  Não vi A SENHORA nos últimos dias?
 A MADAME ainda não tomou café da manhã.
mesma classificação morfológica, apresentada na
frase acima.
a. Não a vi da janela; Usa-se o artigo definido com o superlativo relativo:
 Não consegui resolver AS QUESTÕES MAIS
b. Correta: Depois da chuva, voltei a casa; DIFÍCEIS;
c. A tardinha está deliciosa;  Resolvi AS MAIS DIFÍCEIS QUESTÕES.

174
Depois do pronome indefinido TODO, usa-se Ex.: 1: Em qual dos caso o artigo denota
artigo quando quer dar ideia de inteiro, totalidade familiaridade.
quando se quer dar ideia de qualquer se omite o a. O amazonas é um rio imenso;
artigo. b. D. Manuel, o venturoso, era bastante esperto;
 Meu filho não faz todo O trabalho (trabalho inteiro); c. Correta: O Antônio comunicou-se com João;
 Todo homem tem problema na vida (qualquer homem); d. O professor João Ribeiro está doente;
 Todo O país comemorou o pentacampeonato de futebol
(país inteiro). e. Os lusíadas são um poema épico.
 Todo país suas tradições (qualquer país, cada país).
Ex.: 2: Assinale a alternativa Correta:
No plural, TODOS e TODAS sempre virão a. Correta: Mostram-me cinco livros. Comprei
seguidos de artigo, exceto se houver palavra que todos cinco;
os exclua, ou numeral não seguido, de b. Mostram-me cinco livros. Comprei todos cinco
substantivo. livros;
 TODOS OS AMIGOS compareceram ao lançamento do c. Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os
livro; cinco livros;
 TODOS AQUELES AMIGOS compareceram ao
d. Mostraram-me cinco livros. Ei a
lançamento do livro;
todos cinco livros;
 TODOS SEIS compareceram ao lançamento do livro; e. Nenhuma das alternativas.
 TODOS OS SEIS AMIGOS compareceram ao
lançamento do livro. Ex.: 3: Determine o caso em que o artigo tem
valor qualitativo:
Não é aconselhável unir com preposição o artigo a. Estes são os candidatos que lhe falei;
que faz parte do nome de revistas, jornais, obras b. Correta: Procure-o, ele é o médico! Ninguém
literárias ou que preceda um sujeito. o supera;
c. Certeza e exatidão, estas qualidades não as
 Ele trabalha na redação de O estado de São Paulo. (e
não : do estado);
tenho;
 Essa noticia foi publicada em O globo. (e não: no globo); d. Os problemas que os afligem não me deixam
 A guerra de Canudos é relatada em OS Sertões (e não: descuidado;
sertões); e. Muito é a procura; pouco é a oferta.
 Ouvi em A Voz do Brasil que o salario vai aumentar (e .
não: na voz).

Ex.: 1: Assinale a alternativa correta:


a. Correta: Li a noticia no Estado de S. Paulo;
b. Li a noticia em O Estado de S. Paulo;
c. Vi essa noticia em A gazeta;
d. Foi em O estado de S. Paulo que li a noticia.

Não se deve empregar artigo diante de


substantivo usado em sentido genérico.
 Thiago toca percussão, bateria e ate violão.

Diante de antropônimos (nome de pessoas),


convém observar as seguintes orientações para o
uso do artigo:
 Se a pessoa for intima, familiar, deve-se usar o
artigo:
 Refiro-me AO Thiago, meu filho;
 A Carla, minha esposa, é servidora pública.

 Se não ficar caracterizado a intimidade, o


artigo será facultativo:
 Refiro-me AO/A joão;
 Quero conhecer Tereza/ A Tereza.

 Se se tratar de personalidade pública, não se


usará o artigo:
 Refiro-me A Alexandre, O grande;
 Quero conhecer Pelé.
175
 Pronome ADJETIVO: É aquele que
acompanha o substantivo, determinando-o
restringindo-lhes o significado.
 TODO homem tem a obrigação de ser feliz;
 ESTE livro será útil para você.
 Meu aluno é esperto.

Meu aluno Sujeito


Aluno Núcleo do sujeito
Meu Pronome adjetivo

Classificação
Pronomes pessoais
São os que representam as pessoas do discurso.
Substitui os substantivos, indicando diretamente
as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve,
assume os pronomes EU ou NÓS, usam-se os
pronomes TU, VÓS, VOCÊ ou VOCÊS para
designar a QUEM se dirige;
Designam as três pessoas do discurso no
singular e no plural; são sempre pronomes
substantivos e se dividem em dois tipos:
1. Retos: São os pronomes que nas orações
desempenham a função de sujeito ou
predicativo do sujeito: Os pronomes retos
normalmente conjugam verbos, por isso
exercem função de sujeitos, mas também
podem exercer função de predicativo do
sujeito, vocativo, aposto e, raramente, objeto
direto.

 1ª pessoa: quem fala, o emissor ou falante:


 EU:
 Raul seixas já dizia: EU sou a mosca que pousou em
sua sopa (sujeito);
 Que rei sou EU? (sujeito);
 Eu sou mais EU. (predicativo do sujeito);
 Fernando Pestana, EU mesmo, é uma pessoa muito
inquieta (aposto).
 EU viajei;

 NÓS:
 NÓS queremos paz! (sujeito);
 Vocês nunca serão NÓS, pois somos dos que não
Esmorecem (predicativo do sujeito);
 Os brasileiros, NOS próprios, toleram amiúde a
corrupção
 NOS viajamos;
 Cumprimentaram-ME;
 Cumprimentaram-NOS.

PRONOME  2ª pessoa: com que se fala, o receptor ou


É a palavra variável que substitui ou acompanha ouvinte:
um substantivo, relacionando-o com uma das três  TU:
pessoas do discurso. Há pronomes substantivos e  Viva pixiguinha TU és divina e graciosa, estátua
pronomes adjetivos. majestosa (sujeito)
 Teu filho se tornou TU, da cabeça aos pés (predicativo
 Pronome SUBSTANTIVO: É o que substitui do sujeito);
substantivo, que ocupa o lugar de um  Tu nunca será eu, e eu nunca serei TU. (predicativo
substantivo na oração. do sujeito)
 JOAQUIM é casado = ELE é caso;  Ó TU, campeão dos campeões, ganhe a libertadores
 Não faça UMA LOUCURA = não faça ISSO. para nós este ano (vocativo).

176
 TU viajaste;  Há um principio da língua portuguesa
chamada uniformidade de tratamento. Não
 VÓS: podemos usar formas de 3ª pessoa com
 VÓS sois o sal da terra, disse o hebreu. (sujeito);
 Nos não somos VÓS, homens intolerantes.
formas de 2ª pessoa na mesma frase, ou se
(predicativo do sujeito); usa tudo na 2ª pessoa ou se usa tudo na 3ª
 VÓS, que atende, por professores, vede quantos pessoa.
alunos carentes (vocativos);  VOCÊ nunca fez (3ª pessoa) mal a ninguém, por
 VÓS viajastes (aposto). isso eu TE (2ª pessoa) admiro (inadequado);
 Cumprimentaram-te;  TU nunca fizeste (2ª pessoa) mal a ninguém, por
 Cumprimentaram-vos. isso eu TE (2ª pessoa) admiro (adequado).

 3ª pessoa: de quem se fala, o referente ou  NÓS: Dentro do discurso, o NÓS (além das
assunto: demais formas de 1ª pessoa do plural) pode
 ELE/ELA/ELES/ELAS: cumprir os seguintes papeis.
 ELES e ELAS continuam se digladiando (sujeito);
 A noite ELE vira ELA. (predicativo do sujeito);
 Designar um sujeito coletivo que se
 minha mãe, apenas ELA, é a melhor mãe do mundo
(aposto). responsabiliza pelo que foi dito:
 ELE viajou;  NÓS já nos demos contamos de nossos erros e
 ELES viajaram; corrigi-los-emos tão logo.
 Cumprimentei-o;
 Cumprimentei-os.  Incluir enunciados e leitor, para aproximá-los:
 O Brasil ainda pode deixar de ser conhecido como um
2. Pronomes oblíquos: São os pronomes que país corrupto se NÓS unirmos e usarmos bem nossa
nas orações desempenham funções de arma mais preciosa: o voto.
complemento verbal ou nominal. As formas
dos pronomes pessoais do caso oblíquo  Evitar a 1ª pessoa do singular como
variam de acordo com a tonicidade com que estratégia de polidez ou modéstia:
 NÓS conseguimos realizar tal feito, pois nos
são pronunciados dividindo-se em ÁTONOS e empenhamos, com muito vigor nesse projeto.
TÔNICOS. Os pronomes oblíquos átonos só
podem aparecer ao lado do verbo:  Marcar um sujeito ``institucional´´
(representante por alguma instituição):
 Jamais me ABANDONARÁ.
 NÓS, o BNDES, nos colocamos à disposição
 ABANDONAR-me-À?;
daqueles que querem investir em soluções
 ABANDONOU-me.
realmente eficazes.

Os pronomes oblíquos tônicos podem aparecer  Indicar um enunciador coletivo (de modo
em qualquer lugar da frase.
vago):
 Não é verdade que sempre NÓS tacharam de
 Para MIM estudar português é fácil; conveniente com a postura política do nosso país?.
 Estudar português para MIM é fácil.

 LHE/LHES:
Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS
 O pronome oblíquo LHE pode ser
podem exercer função de sujeito (raramente),
substituído por ELE (A/S), para ELE (A/S),
objeto (normalmente), objeto indireto
NELE (A/S) ou por qualquer pronome de
(normalmente), complemento nominal (raramente)
tratamento após as preposições, (A, PARA,
e adjunto adnominal (raramente).
EM):
 Agradecemos-LHES a ajuda sincera. (agradecemos
a eles)
 A mãe LHE comprou uma boneca? (comprou uma
boneca para você?);
 Deus criou o home e infundio-LHE um espírito
imortal (infundiu no homem).
 LHE(s):
 O, A, OS, AS:
 Pode exercer função de objeto indireto
 Os pronomes oblíquos átonos de 3ª pessoa
(normalmente) sujeito (raramente),
O(S), A(S), se estiverem ligados a verbos
complemento nominal (raramente) e adjunto
terminados em –R, -S e –Z viram LO(S),
adnominal (raramente). Por sua vez, os
LA(S). Se estiverem ligados a verbos
pronomes átonos O, A, OS, AS só exercem
terminados em ditongo nasal (AM, EM, ÃO,
função de objetos direto (normalmente) ou
ÕE) viram NO(S) NA(S).
sujeito (raramente).
 Vu resolver uma questão = vou resolvÊ-LA;
 TE:  Fiz o concurso porque quis o emprego de funcionário
público. FI-LO porque quI-LO (ou porque quis).
177
 Apagaram nossos arquivos = apagarAM-NOS.  Alternativa (e) incorreta: não associa o
 Você põe a mão onde não deve = você pÕE-NO onde
não deve.
poder.

Ex.:1: Adolescente vivendo em familias que não Ex.: 3: No ano seguinte à implantação da lei seca,
lês transmitem valores sociais altruísticos, quando a fiscalização marcava presença nas ruas
formação moral e não lhes impuseram limites de e os veículos de comunicação a divulgavam,
disciplina. houve uma redução (como evitar que o motorista
O pronome LHES, nas duas ocorrências, nesse bêbados fiquem impunes e continuem a matar no
trecho, refere-se, respectivamente, a: trânsito, Rodrigo, Cardoso, Paulo Rocha, Michel
a. Correta: Adolescente e adolescentes; alecrim e Luciani Gomes. IstoÉ,
b. Familias e adolescentes Nov.2011.adaptado).
c. Valores sociais altruísticos e limites de É CORRETO afirmar que:
disciplinas; a. A palavra a, em destaque, é um pronome e
d. Adolescentes e familiares; substitui a palavra rua;
e. Familias e familiares. b. A forma verbal divulgaram, deveria estar no
Resposta: singular, concordando com a palavra
comunicação;
 Alternativa (a) correta: Substituindo para
c. A palavra, em destaque, é um pronome e
facilitar: familiares não transmitiram valores
substitui a palavra comunicação;
aos adolescentes e familiares que não
d. E forma verbal divulgavam está usada
impuseram limites aos adolescentes;
corretamente, concordando com as palavras
 Alternativa (b) incorreta: O termo familiares
fiscalização e ruas;
possui função de sujeito;
e. Correta: A palavra a, em destaque, é um
 Alternativa (c) incorreta: O pronome LHE
pronome e substitui a expressão lei seca.
não pode ter função de objetos direto (valores Resposta:
sociais e limites);
 Alternativa (a) incorreta: Substitui a lei;
 Alternativa (d) incorreta: O termo familiares
 Alternativa (b) incorreta: Concorda com
possui funções de sujeito;
veículos, plural;
 Alternativa (e) incorreta: O termo família
 Alternativa (c) incorreta: Substitui a lei;
possui função de sujeito.
 Alternativa (d) incorreta: Concorda com
veículos, plural;
Ex.: 2: O álcool ganha poder de sedução por meio
de propagandas direcionadas ao público jovem  Alternativa (e) correta: Divulgavam a lei seca.
que o associa a situação de poder, conquista, de
belas companhias, velocidade (como evitar que o Ex.: 4: Assinale a alternativa cujo uso do pronome
motorista bêbados fiquem impunes e continuem a está em conformidade com a norma padrão da
matar no trânsito, Rodrigo, Cardoso, Paulo Rocha, língua.
Michel alecrim e Luciani Gomes. IstoÉ, a. Não autorizam-nos a ler os comentários
Nov.2011.adaptado). sigilosos;
A palavra O, em destaque, substitui a palavra: b. Nos falaram que a diplomacia americana está
a. Álcool; abalada;
b. Meio; c. Correta: Ninguém o informou sobre o caso
c. Jovem; WikiLeaks;
d. Público; d. Conformado, se rendeu às punições;
e. Poder. e. Todos querem que combate-se a corrupção.
Resposta:
 Alternativa (a) incorreta: não (advérbio de
negação) atrai o pronome obliquo átono;
ocorre a próclise, não nos autorizaram a lei;
 Alternativa (b) incorreta: Não se inicia a
 Alternativa (a) correta: substituindo: o álcool oração com pronomes átonos, o correto é:
ganha poder de sedução por meio de falaram-nos que a diplomacia;
propaganda direcionada ao público jovem que  Alternativa (c) correta: O pronome indefinido
associa o álcool, a situação de poder, ninguém atrai o pronomes oblíquos átonos
conquista de belas companhias, velocidades; para antes do verbo, ocorrendo a próclise:
 Alternativa (b) incorreta: Não associa o meio; colocação que antecede o verbo: ninguém o
 Alternativa (c) incorreta: Não associa o informou.
jovem;  Alternativa (d) incorreta: Conformado
 Alternativa (d) incorreta: não associa o rendeu-se às punições. Não se usa pronome
público; oblíquo após a vírgula;

178
 Alternativa (e) incorreta: A conjunção a. A capacidade de apagar a própria conta do
integrante atrai o oblíquo, todos querem que Facebook e a audácia de gabar-se disso não
se combata. devem-se a uma suposta superioridade
intelectual.
b. Quando apaga-se a conta, é como se o
indivíduo se retirasse para as profundezas
escuras da selva.
c. Correta: Na Ucrânia, cada vez mais, a
plataforma torna-se a rede social para todos os
fins.
d. Me informa por e-mail Anna Prusa que
Facebook e WhatsApp são fundamentais no
modo como os brasileiros se comunicam.
e. “Facebook e WhatsApp são fundamentais no
que refere-se à comunicação entre os
brasileiros, desde grupos de família até
comunicações profissionais.”

Ex.: 2: Assinale a alternativa em que a colocação


do pronome está em conformidade com a norma-
padrão.
a. A capacidade de apagar a própria conta do
Facebook e a audácia de gabar-se disso não
devem-se a uma suposta superioridade
intelectual.
b. Quando apaga-se a conta, é como se o
indivíduo se retirasse para as profundezas
escuras da selva.
c. Correta: Na Ucrânia, cada vez mais, a
plataforma torna-se a rede social para todos os
fins.
d. Me informa por e-mail Anna Prusa que
Facebook e WhatsApp são fundamentais no
modo como os brasileiros se comunicam.
e. “Facebook e WhatsApp são fundamentais no
que refere-se à comunicação entre os
brasileiros, desde grupos de família até
comunicações profissionais.

Colocação pronominal
Trata da adequada posição dos PRONOMES
OBLÍQUOS ÁTONOS (POA) junto ao verbo.
 Próclise (POA antes do verbo);
 Ênclise (POA depois do verbo);
 Mesóclise (POA no meio do verbo).

Ex.: 1: Assinale a alternativa em que a colocação


do pronome está em conformidade com a norma-
padrão.

179
1. Próclise: É o nome que se dá à colocação
pronominal antes do verbo. É usado nestes
casos:
 Palavras de sentido negativo antes do
verbo: NÃO, NUNCA, NADA, NINGUÉM,
NEM, JAMAIS, TAMPOUCO, SEQUER etc.

 Não se esqueça de mim.

 Advérbio ou palavra denotativa antes do


verbo: JÁ, TALVEZ, SÓ, SOMENTE,
APENAS, AINDA, SEMPRE, TALVEZ,
TAMBÉM, ATÉ, INCLUSIVE, MESMO etc.

 Agora se negam a depor.

 Conjunções e locuções subordinativas antes


do verbo: QUE, SE, COMO, QUANDO,
ASSIM, QUE, PARA QUE, À MEDIDA
QUE, JÁ QUE, EMBORA etc.

 Soube que me negariam.

 Pronomes relativos antes do verbo: QUE, O


QUAL (e variações), CUJO, QUEM,
QUANTO (e variações), ONDE COMO,
QUANDO.

 Identificaram-se duas pessoas que se encontravam


desaparecidos.

 Pronomes indefinidos antes do verbo:


ALGUNS, TODOS, TUDO, ALGUÉM,
QUALQUER, OUTRO, OUTREM etc.

 Pouco te deram a oportunidade.

 Pronomes interrogativos antes do verbo:


QUE, QUEM, QUAL, QUANDO:

 Quem te fez a encomenda?

 Entre a preposição em o verbo no gerúndio:


com certas conjunções coordenativas aditivas
e certas alternativas antes do verbo: NEM,
NÃO SÓ, APENAS. SOMENTE... MAS,
COMO... TANTO, QUANTO/COMO..., QUE,
OU...OU, ORA...ORA, QUER...QUER... JÁ...,
JÁ...
POAs  Ora me ajuda, ora não me ajuda.
O, a, os, as (que viram lo, la, lós, lãs diante de  Não foi nem, se lembram de ir.
verbos terminados em r, s e z ou viram no, no,
nas, nos diante de verbos terminados em ditongo  Orações exclamativas e optativas (exprimem
nasal (exceto os verbos no futuro do indicativo). desejo).
 Quanto se ofendem por nada, rapazes!
 Comprarão uma casa (comprei-a) / vou comprar uma  Deus te proteja, meus filhos, e que bons ventos o
casa (vou compra-la) / eles compraram uma casa (eles tragam logo.
compram-na) / eles comprarão a casa (ele comprarão-na,
inadequado).  Com infinitivo flexionado procedido de
preposição:
 Foram ajudados por nos trazerem até aqui.

180
 Este fichário é para EU fazer meus
 Com formas verbais proparoxítonas: apontamentos.
 Nós lhes desobedecíamos sempre. b. Discutimos, mas no fim tudo ficou resolvido.
não há mais nada de pendente entre (*) e ele;
 Com o numeral ambos:  Discutimos, mas no fim tudo ficou resolvido.
 Ambos te abraçaram com cuidado. não há mais nada pendente entre MIM e ele.
c. É difícil para (*) aceitar sua ausência;
2. Ênclise: É o nome que se dá à colocação  É difícil para MIM aceitar sua ausência.
pronominal depois do verbo, ela é d. Quem trouxe isto para (*)?
basicamente usada quando não há fator de  Quem trouxe isto para MIM?
próclise, veja: e. Não vá sem (*).
 Verbo no inicio da oração sem palavra  Não vá sem MIM.
atrativa:
 Vou-me embora daqui.
Ex.: 3: Leia atentamente as frases seguintes. A
 Pausa antes do verbo sem palavra atrativa: seguir, sugira soluções para os problemas
 Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
pronominais que apresentam.
a. Querida, gosto muito de si:
 Verbo no imperativo afirmativo sem palavra  Querida, gosto muito de VOCÊ.
atrativa: b. Querida, gostaria muito de sair consigo;
 Quando eu dar o sinal, silenciem-se todos.
 Querida, gostaria muito de sair COM VOCÊ.
c. Falei consigo ontem, não se lembra?
 Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra
 Falei com VOCÊ ONTEM, não se lembra?
atrativa:
d. Apesar da distância que nos separa, creia que
 Machucar-ter não era minha intenção.
nunca me esqueço de si.
 Apesar da distância que nos separa, creia
 Verbo no gerúndio sem palavra atrativa:
 Recusou a proposta, fazendo-se desentendida.
que nunca me esqueço DE VOCÊ.

3. Mesóclise: É o nome que se dá à colocação Perceba a pegadinha. Os pronomes SE, SI,


pronominal no meio do verbo (extremamente CONSIGO são de 3ª pessoa, por isso não
formal); ela é usada nos seguintes casos: podemos substituí-lo por TE, TI, CONTIGO, já que
 Verbo no futuro do presente do indicativo sem estas são de 2ª pessoa.
palavras atrativas:
 Realizar-se-à, na próxima semana, um grande evento
em prol da paz no mundo.

 Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem


palavra atrativa:
 Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia
nesta viagem.

Ex.: 1: Reescreva cada uma das frases seguintes,


substituindo o termo destacado por um pronome Pronomes de tratamento
pessoal oblíquo átono. São usados no trato formal, quando não deve ter
a. Entregue seus livros aos colegas: intimidade apresentam algumas peculiaridades
 Entregue-os aos colegas. quanto à concordância verbal, nominal e
b. Entregue seus livros aos colegas: pronominal. Embora se refiram a 2ª pessoa
 Entregue-lhe seus livros. gramatical, levam a concordância para a 3ª
c. Envie seus textos ao editor: pessoa.
 Envie-os aos editor.  O verbo concorda com o substantivo que
d. Envie seus textos ao editor: integra a locução como seu núcleo sintático:
 Envie-lhe seus textos.  Vossa SENHORIA nomeará o substituto;
e. Mostrei o melhor caminho aos turistas:  Vossa EXCELÊNCIA conhece o assunto.
 Mostrei aos turistas.
 Os pronomes possessivos referidos a
Ex.: 2: Complete as frases seguintes com a forma pronomes de tratamento são sempre os da 3ª
apropriada do pronome pessoal da primeira pessoa:
pessoa do singular:  Vossa SENHORIA nomeará SEU substituto;
a. Este fichário é para (*) fazer meus  Vossa EXCELÊNCIA levará CONSIGO o documento.
apontamentos:
181
Quanto aos adjetivos referidos a esses e. Tratam-se de advertência as mais
pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com singularidades, entre elas a que incita os
o sexo da pessoa a que se refere, e não com o cidadãos a que remedeiem por si sós os danos
substantivo que compõe a locução. Nosso cuja reparação está legalmente sob o dever do
interlocutor: estado.
Resposta:
 Se for homem:  Alternativa (a) incorreta: O presidente
 O correto é VOSSA EXCELÊNCIA está atarefado, advertiu vossa excelência para que não
VOSSA SENHORIA deve estar satisfeito. deixe [ao se usar pronome de tratamento, o
verbo deve concordar na 3ª pessoa], caso
 Se for mulher: em que será responsabilizado;
 O correto é VOSSA EXCELÊNCIA está atarefada,
VOSSA SENHORIA, deve estar satisfeito.  Alternativa (b) incorreta: Tenho exaurido [
a palavra exausto é adjetivo] minhas forças
Uso: nesse pretensioso projeta. octogésimo;
 Vossa excelência: Para as seguintes  Alternativa (c) correta: O nome inserido é
autoridades: Presidente da república, vice- sinônimo de inserida;
presidente da república, governadores,  Alternativa (d) incorreta: Urgem (...) as
embaixadores etc. medidas já enunciadas;
 Vossa senhoria: Usado para as demais  Alternativa (e) incorreta: Trata-se [o verbo
autoridades e para particulares; o é transitivo indireto o se é índice de
 Vossa magnificência: Usados por força da indeterminação do sujeito. se o sujeito
tradição, em comunicação dirigida a reitores indeterminado, o verbo fica na 3ª pessoa do
de universidade; singular.
 Vossa eminência ou reverendíssimo: Em
comunicações aos cardeais;
 Vossa alteza: Usado para arquiduques,
duques e príncipes.
As formas dadas acima são usadas para falar
diretamente com a pessoa. Quando queremos
falar delas (e não com elas) trocamos o VOSSA
por SUA:
 Sua excelência;
 Sua senhoria.

Ex.:1: Está correta a seguinte frase:


a. O presidente advertiu vossa excelência para Pronomes demonstrativos
que não deixeis passar o prazo previsto no Substituem ou acompanham os nomes, marcam
acordo caso em que sereis responsabilizados a posição temporal ou espacial de um ser em
legalmente pelo decurso; relação a uma relação das três pessoas do
b. Tenho exaurido minhas forças nesse discurso:
pretencioso projetos, mas nem que consiga o 1ª pessoa: este (a/s), isto;
octogésimo lugar no concurso, que é o último 2ª pessoa: esse (a/s), isso;
espero vê-lo analisado; 3ª pessoa: aquele (a/s), aquilo.
c. Correta: Já está inserto na obra e trecho em Mesmo(s), Mesma(s):
que ele afirma acreditar muito na água que Estas são as mesmas roupas que usei ontem.
considera benta, pois diz que, tendo sido Próprio(s), Própria(s):
benxida em dia de muito fervor, é miraculosa; Os Próprios meninos fizeram o brinquedo.
d. Urge, e ninguém discorda disso, as mediadas Semelhante(s):
já anunciados m se o secretário dispuser de Não diga semelhante coisa!
imediato de toda a verba prometida, poderá Para demonstrar no espaço
haver problemas mais à frente; Pronome Usado para Dica
Este(s), esta(s), isto O que está próximo a mim Aqui

182
Esse(s), essa(s), isso O que está próxima a você Ai  O país atravessa um momento delicado
Aquele(s), aquela(s), aquilo. O que está distante. Lá
(ESSA) crise parece não ter fim = anáfora.
e. Compramos um programa capaz de gerenciar
Este livro em minhas mãos foi escrito por aquele os dados armazenados em nosso
autor sentado na sexta fileira. microcomputador. Um programa (*) é
Essa aliança é de qual casamento seu? indispensável ao bom desempenho do
equipamento.
Para retomar elementos (pessoas ou coisas)
Pronome Usado para  Compramos um programa capaz de
Este(s), esta(s) Retomar o elemento mais próximo gerenciar os dados armazenados em nosso
do pronome. microcomputador. Um programa (DESSE) é
Aquele(S), aquela(s) Retomar o elemento mais distante indispensável ao bom desempenho do
do pronome. equipamento. = anáfora.
Matemática e literatura me agradam: esta
desenvolve a sensibilidade, aquela, o raciocínio.
Percebam que, se caso a ordem for alterada, os
pronomes, serão alterados também. dependerá
sempre do contexto.
Literatura e matemática me agradam: aquela
desenvolve a sensibilidade, esta, o raciocínio.

Para ideias
Pronomes Usado para Dica
Esse(a), isso. Para retomar Anáfora.
ideia.
Este(a), isto. Para citar ideia. Catáfora.

Pronome anafórico: Retoma ideia do período


anterior ou do parágrafo anterior;
Pronome catafórico: Cida ideia. associa o com
inicio dos dois vocábulos.
Ex.:
Espero sinceramente isto: que se procedam as
reformas;
Que as reformas sejam efetuadas logo; é isso que
desejo.

Ex.: 1: substitua os asteriscos das frase seguintes


pelos pronomes demonstrativos adequados.
a. A grande verdade é (*). foi ele o mentor do
Pronome relativo
plano;
Estabelece uma relação entre uma palavra
 A grande verdade é (ESTA). foi ele o mentor
antecedente que representa, e aquilo que a seu
do plano = catáfora.
respeito se vai dizer na oração que introduz, ou
b. Embora tenha sido o mentor do plano, ele
que estabelece uma relação entre um nome que
nunca admitia (*) fato;
determina um antecedente.
 Embora tenha sido o mentor do plano, ele  O homem que veio aqui ERA o presidente;
nunca admitia (ESSE) fato = anáfora.  Ninguém QUE esteve no Brasil desapontou-se;
c. Ninguém conseguiu provar sua culpa. Diante  ALI, onde você mora, não é o melhor lugar do mundo.
(*), o júri teve de absolvê-lo; O qual, a qual, os quais, as quais.
 Ninguém conseguiu provar sua culpa. Variáveis Cujo, cuja, cujos, cujas.
Quanto, quantos, quanta, quantas.
Diante (DISSO), o júri teve de absolvê-lo = Que;
anáfora. Invariáveis Quem;
d. O país atravessa um momento delicado (*) Onde.
crise parece não ter fim;

183
 QUE (Invariável): Refere-se às pessoas ou  Acertei o jeito COMO fazes as coisas;
 Encontramos o modo COMO resolver a questão;
coisas. É substituível pelo variável QUAL.
 As mulheres, QUE (=as quais) são geniosas por  A maneira COMO você se comportou é elogiável.
natureza, permanecem ótimas;
 Para rimar, o mengão, QUE (=o qual) sempre será meu  QUANDO Invariável: Retoma antecedente
time de coração, é pentacampeão; que exprime valor temporal equivale a em que.
 Os dois QUE (=os quais) você ajudou, já estão
 Ele era do tempo QUANDO (=em que) se amarrava
recuperados.
cachorro pelo rabo;
 É chegada a hora QUANDO (=em que) todos devem se
 QUEM: Refere-se à pessoa ou a algo destacar.
personificado. A preposição precederá o
relativo quem, exceto se o verbo ou um nome Ex.: 1: Assinale a alternativa em que o pronome
da oração subordinada adjetiva exigir outra relativo sublinhado tem seu antecedente
preposição. incorretamente indicada.
 A justiça a QUEM devo obediência é meu guia; a. O projeto consiste num complexo prisional
 Eis o homem a QUEM mais admiro; suspenso no ar, o que em teoria dificultaria as
 Conheci uma musa, por QUEM me apaixonei.
tentativas de fuga.
b. Correta: Devido à altura potencialmente fatal
 CUJO: Pronome adjetivo que vem entre dois
de uma queda e à visibilidade que o fugitivo
nomes substantivos explícitos, entre o ser teria aos olhos dos pedestres na parte de
possuidor (antecedente) e o ser possuído
baixo./queda.
(consequente). Concorda em gênero e número c. A cadeia ainda teria espaços para manter um
com o nome consequente. O qual geralmente campo de agricultura, onde os detentos
difere do antecedente. Nunca vem precedido poderiam trabalhar.../campo.
ou seguido de artigo, é por isso que não há d. O teórico social Jeremy Bethan projetou uma
crase antes dele. Equivale à preposição de + instituição que maneira todas as células num
antecedente se invertida a ordem dos termos. local circular.../instituição.
 O Flamengo, CUJO passado é glorioso, continua
alegrando; e. Outra solução criativa foi pensada e realizada
 O telefone, CUJA invenção ajudou a sociedade, é útil; na Austrália, onde um centro de detenção foi
 Vi o filme CUJAS cenas você se referiu. elaborada.../Austrália.
Resposta:
Quem Usado apenas para pessoas.  Alternativa (a) incorreta: O (ISSO) + que
Concorda com o termo posterior
Cujo e indica posse e não admite artigo, apenas
(O QUAL)= pronome demonstrativo +
preposição. pronome relativo ordem direta: ISSO (O)
Usado para retomar lugar e pode ser substituído dificultaria as tentativas;
Onde por em quem, no qual, na qual, nas quais, nos  Alternativa (b) correta: Ordem direta; o
quais.
fugitivo teria aos olhos a altura e a
visibilidade. Não se refere à queda;
 ONDE (Invariável): Aparece com antecedente  Alternativa (c) incorreta: Os detentos
locativo real ou virtual. Substituível por EM poderiam trabalhar na cadeia = onde;
QUE, NO QUAL. Pode ser antecedido, pelas
 Alternativa (d) incorreta: Uma instituição
preposições A, DE, POR e PARA. Aglutina-se
manteria todas as celas = sujeito;
com a preposição A tornando-se AONDE, e
 Alternativa (e) incorreta: Um centro de
com a preposição de, tornando-se DONDE.
detenção foi elaborado na Austrália=onde
(lugar).

 A cidade ONDE (=em que / a qual) moro é linda; Pronome interrogativo


 O sítio para ONDE (=em que / a qual) voltei evocava Os pronomes QUE, QUEM, QUAL e QUANTOS,
várias lembranças; são particularmente interrogativos porque são
 O lugar DONDE retornei não era tão bom quanto usados para formular interrogação direta ou
aqui. indireta:
 QUE foi isso?
 QUANTO (Variável): Aparece após os  Quero saber QUEM foi?
 QUEM é esse rapaz?
pronomes tudo, todo e tanto seguido ou não  Quero saber QUEM é esse rapaz?
de substantivo ou pronome.  QUAL o melhor itinerário?
 Ele encontrou tudo QUANTO procurava;  Quero saber QUAL é o melhor itinerário?
 Bebia toda a cerveja QUANTO lhe ofereciam;  QUANTO custa?
 Explico tantas vezes QUANTAS se podem esperar.  Quero saber QUANTO custa?

 COMO (Invariável): Precedido pelas palavras Variáveis Quanto, quanta, quantos,


modo, maneira, forma e jeito. Equivale à pela quantas, qual e quais.
qual, normalmente. Invariáveis Que, quem e
184
Onde.  O pronome CADA pode ter valor discriminativo
ou intensivo:
 São os pronomes indefinidos que, quem, qual,  Em CADA lugar, há diversidade de beleza;
 Tu tens CADA mania.
e quanto, usados nas interrogações (direta ou
indireta).
 QUEM precisa de um novo Fidel?  O vocábulo UM pode ser artigo indefinido,
 Nesse caso, o pronome indefinido quem está numeral ou pronome substantivo indefinido:
 Nunca deixou de ser UM bom homem (artigo
inserido numa frase interrogativa direta: com
indefinido);
ponto de interrogação.  Ele é só UM, deixe-o em paz, covarde! (numeral).
 Desconheço QUEM organizou a festa.

Pronome indefinido Pronome possessivo


Os pronomes indefinidos referem-se à 3ª pessoa Os pronomes possessivos estabelecem relação
do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica. de posse entre seres e conceitos e pessoas do
Na escola
discurso:
Na escola de treinamento para homem-bomba, todos os 1ª pessoa meu, minha/nosso;
alunos estão reunidos, muito concentrados na aula, quando o 2ª pessoa teu, tua/vosso;
professor explica: 3ª pessoa seu, sua.
-Olha aqui, vocês prestem muita atenção, porque eu só vou
fazer uma vez.
Eles variam em gênero e número com o
Perceba que todos carrega uma ideia de substantivo que se ligam ou a que se referem. O
indefinição ou quantidade definida? Logo, é um pronome possessivo, como todo pronome, faz
pronome indefinido. referência às pessoas do discurso, mas concorda
em gênero e número com mulheres, o pronome
Locuções pronominais indefinidas: Grupos de substantivo possessivo MEUS refere-se à 1ª
vocábulos com valor de pronome substantivo pessoa do discurso, mas concorda em gênero e
indefinido. número com seu referente:
 Cada qual, cada um, quem quer que, seja quem for, seja  Os pronomes de tratamento exigem os
qual for, tudo o mais, todo mundo, um ou outro, nem um possessivos na 3ª pessoa:
nem outro, qualquer um, fosse quem fosse.  Vossa senhoria deve encaminhar suas reivindicações
A mudança de posição de alguns indefinidos ao diretor.
poderá mudar ora sua classe, ora seu sentido.
 Qualquer mulher merece respeito. (sentido generalizado,  Em algumas construções, os pronomes
pronome indefinido);
pessoais oblíquos assumem valor de
 Ela não é uma mulher qualquer. (sentido pejorativo,
pronome indefinido); possessivos:
 Algum amigo te traiu (sentido genérico, impreciso,  Vou seguir-lhe os passos (vou seguir os seus
pronome indefinido). passos).
 Apertou-me as coxas (apertou as minhas coxas).

 Mudanças de posição podem gerar mudanças


de sentido:
 Envio tuas fotos ainda hoje (foto tirada por mim)
 Envio fotos tuas ainda hoje (fotos em que estou
presente)
 Todo: No singular e junto de artigo ou  Minha mulher não anda com roupas indecentes (só tem
uma mulher)
pronome demonstrativo, significa inteiro, sem  Mulher minha não anda com roupas indecentes
artigo, significa qualquer. No plural, sempre (qualquer mulher dele).
indica fatalidade.
 TODA mulher é bonita (qualquer mulher)
 Alessa mulher TODO é bonita (e mulher inteira)
 O pronome possessivo seu (e variação) pode
 TODOS os prédios desta cidade têm cinco andares. causar ambiguidade:
 O PM prendeu o bandido em sua casa (na casa de
quem?)
 NENHUM varia normalmente quando  João, Maria e seu filho saíram. (filho de quem?)
anteposto ao substantivo:  Jose contou-me que Rute perdeu seus documentos e
 Não havia NENHUMA fruta na cesta. ficou desesperado (documento de quem)

 O pronome indefinido OUTRO junto de artigo  O artigo definido é facultativo antes dos
pode mudar de sentido. pronomes adjetivos possessivos, mas dos
 OUTRO dia fui visita-lo (tempo passado); pronomes substantivos possessivos, o artigo é
 Fui visitá-lo no OUTRO dia (tempo futuro=no dia-
obrigatório.
seguinte).

185
 Gosto de meu trabalho/ gosto do meu trabalho/ gosto gramática tradicional. As quatro primeiras
de meu trabalho, mas não do teu. flexões combinadas formam o que chamamos
de CONJUGAÇÃO VERBAL para atender às
Ex.: 1: necessidades dos falantes, o verbo muda de
Nunca precisamos de adjetivos para distingui- forma à medida que variamos a ideia de modo,
los dos astrolábios... tempo, número e pessoa.
A forma pronominal acima, em negrito, será  Um verbo varia quando ele sai de sua forma
também encontrada numa das frases abaixo, nominal infinitiva terminar em:
quando o termo nela sublinhado for substituído  –AR (amAR), -ER (vendER), -IR (partIR).
pelo pronome que lhe corresponde. Essa frase é:
a. Correto: Reconheceram o valor do auxiliar e 2. Sintaticamente: O verbo tem um papel
indicaram o jovem para a promoção; importante dentro da frase; sem ele não há
b. Convocou todos os funcionários para orações na língua portuguesa, pois o verbo é o
agradecer a eles a especial colaboração; núcleo do predicado.
c. O sagaz lutador tem enfrentado seu adversário  Toda vez que eu PENSO em você, SINTO uma coisa
com coragem; diferente.
d. Viu o filho da vizinha e não o cumprimentou
menino pelo seu aniversário; Os vocábulos PENSO e SINTO, indicam uma
e. Sabia que os nadadores estariam lá e ideia de ação e percepção. Variam em modo,
realmente chegou a encontrar os rapazes. tempo, número, pessoa ``saindo´´ de sua
Resposta: forma nominal; ambos os verbos estão na
 A alternativa (a): INDICAR pede o primeira pessoa do singular do presente do
complemento objeto direto (o jovem), mas a indicativo. Funcionam como núcleo do
conjunção E atrai o pronome oblíquo e resulta predicado verbal, como núcleo das orações.
na forma E O INDICAM.
 Alternativa (b): agradecer A ALGUEM: verbo Estrutura verbal
transitivo indireto: agradecer-lhes. Na conjugação de um verbo, ocorre a
combinação de alguns elementos, como os
 Alternativa (c): TEM ENFRENTADO = A
seguintes:
ENFRETAM, sugiro que sempre substitua os
dois verbos por um para facilitar a  Radical VOGAL TEMÁTICA (VT);
classificação do verbo (quem enfrenta,  Tema: DESINÊNCIA MODO TEMPORAL
enfrenta alguém = V.T.D); (DMT)
 Alternativa (d): CUMPRIMENTAR é  DESINÊNCIA NÚMERO PESSOAL (DNP).
transitivo direto, mas o advérbio de negação Esses elementos verbais podem sofrer algumas
não atrai o pronome oblíquo: não o mudanças na forma, chamadas de ALOMORFIA.
cumprimentou.  Radical: É à base do verbo, cujo sentido está
 Alternativa correta: letra (e). O pronome nele embutido. Sem este morfema, o verbo
pessoal oblíquo, LOS, possui função sintática não existe.
 Não POSSo DEIXar que isso OCORRa.
de objeto direto (distinguir alguém); o verbo 
encontrar (transitivo direto) também exige Radical POSS-, DEIX-, e OCORR-,
como complemento o objeto direto. São os RADICAIS dos verbos PODer, DEIXar e
Encontrar os rapazes = encontrar alguém: CORRer. Deles, só o radical de poder (POD-)
encontrá-los. sofreu modificação (POSS-), chamado de
alomorfia.
 Vogal temática (VT): Vem após o radical por
VERBO motivo eufônico (boa pronúncia) ou para
Verbo são palavras variáveis que indicam ação liga-los, formando o tema. Não há VT na 1ª
(caminhar), estado (ser), fenômeno da natureza pessoa do singular do presente do indicativo e
(amanhecer), processos naturais (morrer), em nenhuma flexão do presente do subjuntivo.
processos mentais (estudar) etc. Normalmente  Eu amO;
indica uma ação ou um processo, mas pode  Espero que ele voltE;
indicar estado, mudança de estado ou fenômeno  Espero que ele bebA.
natural, sempre dentro de uma perspectiva
temporal. Desinências verbais (DV)
 O aluno ESTUDOU muito (ação/passado); Existem as:
 A aluna ESTÁ feliz (estado/presente) 1. DESINÊNCIAS MODO TEMPORAIS (DMT´s):
 A aluna VIROU professora (mudança de Marcam a flexão do verbo para indicar as
estado/passado). noções de:
 Modo:
1. Morfologicamente: O verbo varia em MODO,  Certeza: fato (modo INDICATIVO);
TEMPO, NÚMERO e PESSOA, segundo a  Incerteza: hipótese (modo SUBJUNTIVO);
186
 Ordem: Manda (modo IMPERATIVO).  Pretérito perfeito simples: Expressa um fato
que começou e terminou no passado, próximo
Modo ou distante.
É a forma como o verbo se apresenta na frase  Conversei com Andreia HOJE (passado próximo);
para indicar uma atitude da pessoa que usou. O  Em 1990 (passado distante).
verbo ESTÁ se encontra numa determinada
forma, indicando certeza a afirmação, convicção,  Pretérito mais que perfeito: é usado, para
constatação este é o modo INDICATIVO. expressar um fato já terminado antes de outro
 Se comermos um hambúrguer e gostarmos, no passado:
exclamamos: como isso aqui ESTÁ gostoso!  Ele já ESTUDARA quando sua namorada ligou.

A forma, o modo, a maneira como o verbo se Observe que há duas ações no passado: a ação
apresentar mudou em relação ao do indicativo de estudar ocorre antes da ação de ligar, daí ela
para expressar outra ideia que o falante quer vir no pretérito mais-que-perfeito.
passar, a saber: Dúvidas, suposição, incerteza,  Futuro do presente: É usado nas seguintes
possibilidade, este é o modo SUBJUNTIVO. situações: Para indicar um fato futuro em
 Se estamos comendo com vontade dizemos; Espero relação a outro no passado:
que ESTEJA gostoso mesmo.
 Ele DISSE que FARIA todos os deveres.

Nesta frase, o verbo pode indicar sugestão, Esse é o uso comum do futuro do pretérito: ele
ordem, pedido, este verbo encontra no modo aqui vem combinado ao pretérito perfeito –DISSE-
IMPERATIVO, o modo de ordem, de pedido, de e indica uma ação futura, posterior à outra no
sugestão, de exortação, de advertência, de passado para expressar duvida ou incerteza.
súplica.  Quem ESTAVA lá?
 COMA este hambúrguer, você não vai quere outro.
Percebemos que tanto o futuro do presente
a. Modo indicativo: Os verbos no modo quanto o futuro do pretérito podem, indicar dúvida,
indicativo aparecem em orações coordenadas incerteza. Para denotar desejo, em tom polido:
, mas podem aparecer nas orações  GOSTARIA de um café?
subordinadas também. O modo indicativo é
dividido nos seguintes tempos: Observe que, poderíamos até usar um verbo no
 Presente: É usado para expressar um fato presente do indicativo –ACEITA UM CAFÉ- mas a
que ocorre no momento que se fala. frase perderia seu tom polido, educado.
 Guilherme ESTÁ cansado.
 Descreve um fato permanente: A terra GIRA b. Modo subjuntivo: Expressa um fato incerto,
em torno do sol. duvidoso ou até irreal. Suas principais
 Expressa um hábito: Fernando ESTUDA aos subdivisões são:
domingos.  Presente: Pode indicar semanticamente
 Conferir realidade a falas passadas: Em presente ou futuro:
1500 Cabral DESCOBRE o brasil.  É apenas que eles ESTEJAM doentes (possibilidade
 Indicar futuro próximo: VOU amanhã para no presente);
Búzios.  Espero que CHOVA (hipótese no futuro).

 Pretérito imperfeito: Pode ser usado para


expressar, fatos repetidos habituais no
passado:
 Quando ERA pequena, BRINCAVA de boneca;  Pretérito imperfeito: Expressa uma ação
posterior a outro fato na oração principal:
As duas ações que estão no pretérito imperfeito  Duvidei que ele TERMINASSE o trabalho;
 Gostaria que você TROUXESSE as crianças.
indicam fatos frequentes no passado. Uma ação
Pode expressar também ideia de condição ou
que estava ocorrendo quando outra aconteceu:
 Pedro TOMAVA banho quando o telefone TOCOU. desejo:
 Se ele VIESSE ao clube participaria do campeonato.

Temos duas orações pretéritas, a ação TOMAR


BANHO é durativa, enquanto que a ação de o  Futuro: Indica uma ação eventual, que pode
TELEFONE TOCOU é instantânea, estando, no ocorrer ou não, num momento futuro:
 Quando ele VIER à loja, levará as encomendas.
pretérito perfeito.
 PRETENDÍAMOS ir até sua casa, mas não foi possível.
c. Modo imperativo: Quando aparecem verbos
denotando ordem, pedido, desejo, súplica,
temos o modo imperativo, que se formam das
seguintes formas:
187
 Afirmativo: TU e VÓS: Retirada do presente 
(Cantar -Futuro do presente do indicativo-
do indicativo com a supressão do S final. Cantarei).
 FALA (tu), FALAI (vós). e. O barulho urbano___amortecido aqui no quinto
Você, nós e vocês: Retiradas do presente do andar.
subjuntivo sem alteração:  (Chegar –Pretérito imperfeito do indicativo-
 Fale (você), falemos (nós), falem (vocês). Chegava).
 Negativo: Conjugação igual á do presente do Voz
subjuntivo, acrescentando-se a negativa Trata-se da reação existente entre o verbo e o
antes da forma verbal. sujeito de uma mesma oração. Indica se o sujeito
 Não fales tu, não fale você, não falemos nos, não falei
vós, não falem vocês. está participando ou sofrendo a ação expressa
pelo verbo. São três:
Tempo 1. Voz ativa: Ocorre quando o sujeito prática a
O tempo indica o momento em que se dá o fato ação verbal, é o agente, executa a ação
expresso pelo verbo. Existem três no modo expressa pelo verbo:
 Âni comeu a deliciosa maçã;
indicativo (presente, passado (pretérito) e  Eles saíram;
futuro), mas só o passado e o futuro apresentam  O macaco comeu a fruta.
subdivisões:  Todos os alunos ouviram aquela musica.
a. Presente: Faz referência a fatos que se Todos os aluno Sujeito
passam ou se estendem ao momento em que Ouviram V.T.D
falamos: Aquela musica Objeto direto
 Do indicativo: Indica ação que acontece no
momento da fala: 2. Voz passiva: Ocorre quando o sujeito sofre a
 Ele ESTUDA de manhã e trabalha à tarde. ação verbal, é o paciente, receptor da ação
 Canta, cantar, canto, cantamos, cantarei, cantam. expressa pelo verbo.
 A deliciosa maçã foi comida pela Âni;
 Do subjuntivo: Indica hipótese, dúvida:  Comeu-se a deliciosa maçã.
 Que nós ESTUDEMOS todas as manhãs.
 Que eu cante, cante, cante, cantemos, canteis, Temos dois tipos de voz passivas a ANALÍTICA e
cantem.
a SINTÉTICA:
a. Voz analítica: Constitui-se da locução verbal
b. Passado: Faz referência a fatos anteriores ao
formada pelo verbo auxiliar + verbo principal
momento em que falamos é subdividido em:
 Cantava (imperfeito, ação prolongada); no particípio. Os auxiliares usados são SER ou
 Cantei (perfeito ação concluída); IR.
 Cantara (mais-que-perfeito ação passada em relação  A fruta FOI comida pelo macaco;
a outra ação também passada).  A rosa SERÁ colhida por Maria;
 O santo IA carregado pelos fiéis.
c. Futuro Enuncia um fato que ocorre no
momento após em que se fala: SER + particípio:
 Aquela musica foi ouvida por todos os alunos.
 Eu cantarei, quando eu cantar.
 Pretérito: Enuncia um fato anterior em Aquela musica Sujeito paciente
relação ao momento em que se fala. Foi ouvida Ser + particípio
 E eu cantara, eu cantei, eu cantava, se eu cantasse. Por todos os alunos Agentes da passiva.
 Presente: Enuncia um fato que ocorre no
momento em que se fala:
 Eu canto, que eu cante... b. Voz sintética: Constitui-se do verbo principal
Ex.: 1: Complete as lacunas, colocando o verbo na 3ª pessoa + partícula apassivadora SE.
no tempo e modo pedidos.  Comeu-se a banana;
a. Que me conste, ainda ninguém____o seu  Comeram-se bananas;
 Colheu-se a rosa.
próprio delírio...
 (Relatar –Pretérito perfeito do indicativo-
Relatou). 3. Voz reflexiva: Ocorre quando o sujeito, ao
b. Antes de iniciar este livro____ construído pela mesmo tempo, prática e sofre a ação verbal, é
divisão do trabalho. agente e paciente, executa e recebe a ação
 (Imaginar –Pretérito imperfeito do indicativo- expressa pelo verbo.
 Âni cortou-se com a faca;
Imaginei).  O macaco feriu-se;
c. Nesse tempo eu não____mais nela...  Maria cortou-se.
 (Pensar -Pretérito imperfeito do indicativo-
Pensava).
d. Não sendo meus costumes dissimular ou
esconder nada,____andar.

188
Conjugação dos verbos
Conjugar um verbo é fazê-lo passar por todas as
modificações que denotam o modo, o tempo, a
pessoa, o numero e a voz.
A conjugação é constituída de radial (ou radicais)
acrescido de características modais e temporais e
de desinências pessoais e numéricas (flexões)

Conjugação e verbos regulares


Tempo simples: terminações dos tempos
simples e formas nominais:
 1ª conjugação: tema em a: andAr;
 2ª conjugação: tema em e: movEr;
 3ª conjugação: tema em i: partIr.
Para conjugar qualquer verbo regular, teremos,
apenas que ajustar seu radical as terminações da
respectiva conjugação (1ª, 2ªe 3ª).

Modo indicativo

Modo imperativo

Modo subjetivo

189
Tempos derivados do presente do indicativo Ex.: 3: Considerando as flexões verbais nos
 Presente do subjuntivo: Substitui-se a enunciados e considerando as flexões verbais nos
desinência –O da 1ª pessoa do singular do enunciado e considerando a formalidade da língua,
presente do indicativo pela desinência –E (nos assinale a alternativa correta.
verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência – a. A policia federal não interviu no caso da
A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). guerrilha urbana, porque entendeu não ser de
sua competência;
 Imperativo: b. Se este verão trazer mais chuvas, teremos
Imperativo afirmativo: Tira-se do presente do haver enchentes Brasil a fora;
indicativo a 2ª pessoa do singular (TU) e a c. Em qualquer ramo da atividade humana,
segunda pessoa do plural (VÓS) eliminando-se o sempre evocaram bons e maus profissionais;
S final. As demais pessoas são retiradas, sem d. Correta: Especialistas recomendam que
alteração do presente do subjuntivo. respeitamos a natureza se não quisermos
legar desastres irreparáveis a nossos filhos;
Imperativo negativo: Forma-se o imperativo e. A adoção de políticas mais severas em nova
negativo, inserindo a negação as formas do Iorque redeu a onda de crimes que assolava a
presente do subjuntivo. cidade.
Resposta:
Ex.: 1: Na frase [O homem] deixou de exercer sua  Alternativa(a) incorreta: interveio = vir, veio;
força perante uma força maior, há o seguinte  Alternativa (b) incorreta: trouxa;
pressupostos acionado linguisticamente pelo verbo  Alternativa (c) incorreta: houve;
deixar.  Alternativa (d) correta: que respeitamos:
a. Correta: No passado, o homem exerceu sua presente do subjuntivo-dúvida, quisermos:
força perante uma força maior; pretérito imperfeito do subjuntivo condição.
b. O homem é por natureza um ser que procura  Alternativa (e) incorreta: redeve = ter, teve.
impor-se pela força;
c. O homem esperto sabe que pode exercer sua Ex.: 4: Com o verbo no futuro, a frase Eu vou
força perante o mais fraco; andar 10km, deve ser reescrita da seguinte forma:
d. Nos dias atuais, o homem busca varias formas a. Eu andava 10km
de exercer seu poder sobre os demais. b. Correto: Eu andarei 10KM;
Resposta: c. Eu tenho andado 10km;
 Alternativa (a) correta: se ele deixou de d. Eu ando 10km;
exercer sua força perante uma força maior e. Eu andara 10km.
significa que anteriormente ele exerceu; Resposta:
 Alternativa (b) incorreta: não há relação com  Alternativa (a) incorreta: Altera o tempo
o verbo destacado, muito menos com força para o pretérito imperfeito;
física;  Alternativa (b) correta: Vou andar equivale
 Alternativa (c) incorreta: não há comparação, uma ação futura andarei;
apenas ideia de tempo;  Alternativa (c) incorreta: Passa para o
 Alternativa (d) incorreta: sem relação com o tempo composto (ter + particípio);
verbo destacado.  Alternativa (d) incorreta: Alterna o tempo
para o presente do indicativo;
 Alternativa (e) incorreta: Altera o tempo
Ex.: 2: A locução verbal, foram implementados,
para pretérito mais que perfeito do indicativo.
corresponde à forma implementaram-se.
( ) certo ( ) errado.
 Certo: implementaram-se: voz passiva
sintética (V.T.D + se). foram implementadas:
voz passiva analítica (ser + particípio).

Ex.: 5: Mantendo-se o mesmo modo e tempo


verbal, a oração: Nenhuma das identidades era
reveladas. Pode ser reescrita da seguinte forma:
a. Não se tem revelado nenhuma das
identidades;
b. Não se revelou as identidades nenhuma;
c. Não revelarão nenhuma das identidades;
190
d. Não são revelados nenhuma das identidades;  Defectivos: Não apresentam conjugação
e. Correta: Não revelaram nenhuma das completa.
identidades;  Colorir, computar, falir.
Resposta:
 Alternativa (a) incorreta: Presente do  Auxiliares: Fazem parte da formação dos
indicativo; tempos compostos e das locuções verbais.
 Alternativa (b) incorreta: Pretérito perfeito  Ser, estar, ter e haver.
do indicativo;
 Alternativa (c) incorreta: Futuro do presente  Abundantes: Possuem mais de uma forma
do indicativo; com o mesmo valor. Geralmente, esse
 Alternativa (d) incorreta: Presente do fenômeno costuma ocorrer no particípio, em
indicativo; que, além das formas regulares terminadas em
 Alternativa (e) correta: Era a revelavam: ,-ADO ou -IDO, surgem as chamadas
pretérito imperfeito do indicativo: ações FORMAS CURTAS (particípio irregular).
 Fritar: frito, fritado.
prolongadas.  Prender: preso, prendido.

 Pronominais: São aqueles verbos que se


conjugam com os pronomes oblíquos átonos
ME, TE, SE, NOS, VOS, SE, na mesma
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade
(pronominais acidentais) ou apenas
reforçando a ideia já implícita no próprio
2. DESINÊNCIAS NÚMEROS-PESSOAIS sentido do verbo (reflexivos essenciais).
(DNP´s): Marcam a flexão dos verbos para  Abster-SE, ater-SE, apiedar-SE, atrever-SE, dignar-
indicar as noções de quantidades (número) e se, arrepender-se.
emissor (1ª pessoa), receptor (2ª pessoa),
referente (3ª pessoa). Vem após as DMT´s,  Essenciais: Sempre se conjugam com os
não há DNP´s em todos os tempos e modos. pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS e
Radical Estud Bat Sorr SE.
 Abster-SE, ater-SE, apiedar-SE, atrever-SE, dignar-
VT A E I
SE, arrepender-SE, etc.
Tema Estuda Bate Sorri
DMT Sse Re Ra  Acidentais: Verbo transitivo diretos em que a
DNP Mos Mos Mos ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma
pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma
ação que recai sobre ele mesmo. Em geral,
forma a VOZ REFLEXIVA.
 Eu me arrependo; tu te arrependes; ele se
arrepende; nós nos arrependeis, eles se
arrependem.

d. Defectivos: Verbos que não apresentam


conjugação completa. Classificam-se em
impessoais, unipessoais e pessoais.
 Impessoais: Não possuem sujeito.
Normalmente, são usados na 3ª pessoa do
singular. Os principais são:
 Haver: quando o sinônimo de existir,
acontecer, realizar-se ou fazer, ser e estar
(quando indicam tempo).
Classificação
 Fazer: ser e estar (quando indicam tempo).
 Regulares: Possuem as desinências normais  Todos os verbos que indicam fenômenos
de sua conjugação e cuja flexão não provoca da natureza são impessoais:
alterações no radical.  Chover, ventar, nevar, gear, trovejar.
 Canto, cantei, cantarei, cantava, cantasse.
 Unipessoais: Possuem sujeito e são
 Irregulares: A flexão provoca alterações no conjugados apenas nas terceiras pessoas, do
radical ou nas desinências. singular e do plural. Entre os unipessoais
 Faço, fiz, farei, fizesse.
estão os verbos que significam vozes de
animais:

191
 Bramar: tigre;
 Bramir: crocodilo;
 Cacarejar: galinha;
 Coaxar: sapo;
 Cricrilar: grilo.

 Pessoais: não apresenta algumas flexões


por motivos morfológicos ou eufônicos.
 Falir, computar.

Anômalos: São aqueles que incluem mais de um


radical em sua conjugação. Os clássicos são os
verbos SER e IR, acrescentamos o PÔR e
SABER.
Ir Vou Vais Ides Fui Foste.
Por Ponho Pus Pôs Punha.
Ser Sou És Fui Foste Seja.
Saber Sei Saber Soube Saiba.

e. Auxiliares: São aqueles que entram na


formação dos tempos compostos e das
locuções verbais. O verbo principal, quando
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso
numa das formas nominais:
 Infinitivo;
 Gerúndio;
 Particípio.
Os dois verbos podem ser substituídos por um, e
o verbo que desaparece é o auxiliar.

Farei Prova.
Vou Fazer Prova.
Verbo Verbo principal
auxiliar no infinitivo Locução verbal
É um grupo de verbos que tem uma só unidade
Chega A hora da aula.
de sentido, como se fosse um só verbo. Formada
Está chegando A hora da aula.
Verbo Verbo principal por verbo auxiliar + verbo principal, a locução
auxiliar no gerúndio verbal representa uma só oração dentro da frase.
Para reconhecer uma locução verbal, note que os
Nós cumprimentamos os aprovados verbos têm de se referir ao mesmo sujeito.
Os aprovados Foram Cumprimentados Por nós  Vou estudar: quem vai? Eu. Quem estudará? Eu.
Verbo Verbo principal no 
auxiliar Particípio. Logo, se ambos os verbos se referem ao mesmo
sujeito, estamos diante de uma locução verbal.

Auxiliar e principal
Um verbo é chamado de AUXILIAR porque ele
colabora (auxiliar/ajuda) com a formação de uma
locução verbal, concorda em número e pessoa
com sujeito, nunca variando os verbos auxiliares
carregam aspectos ou durações diversas no
processo verbal ampliando o sentido do verbo
principal.
O verbo PRINCIPAL é aquele que carrega
consigo o significado principal da locução e a
noção de predicação verbal.
 Auxiliares da voz: Forma a voz passiva (ser,
estar, ficar, viver, andar, ir, vir + particípio):
 Fomos vistos por ela;
 Estive, vencido pelo cansaço, mas agora é
diferente;
 O mestre ficou rodeado de alunos.

192
 Auxiliares de tempo composto: Formam o d. Correta: Será glosada;
tempo composto dos verbos (ter/haver + e. Terá sido glosada.
particípio).  Resposta (d): Encontre o objeto direto da
 Espero que tenha/haja começado o jogo; ativa, faça a transposição e acrescente o
 Se nós tivéssemos/houvéssemos vibrado mais, verbo ser no tempo em que está o verbo
talvez conquistaríamos a copa.
principal da ativa: uma observação de
Machado de Assis será glosada = sujeito
 Auxiliares de aspecto: Precisam o momento
paciente + verbo ser no futuro do P.I +
em que ação verbal se realiza:
 Passou/começou/pôs-se a estudar (início);
particípio do verbo principal + agente da
 Estou para (por) estudar (iminência); passiva.
 Fiquei/ando/estou (a) escrever/escrevendo venho/  Alternativa (a): Além de alterar o tempo,
vou escrevendo (continuidade). acrescentou-se o verbo ter e isso não pode
ocorrer;
 Auxiliares de modo (modais): Precisam o  Alternativa (b): O tempo foi alterado para
modelo como a ação verbal se realiza ou deixa futuro do pretérito do indicativo (condição);
de se realizar, os valores semântico dos  Alternativa (c): Se na ativa temos um verbo,
verbos variam no contexto discursivo. na passiva teremos dois, já que
 Tinha/havia de estudar, preciso (de) estudar
(obrigação, necessidade, dever); acrescentaremos apenas o verbo ser.
 Posso estudar (possibilidade, capacidade, eliminado facilmente;
permissão);  Alternativa (e): Mais uma vez há três verbos.
 Você pode começar a pagar a divida, se não vai
preso! (obrigação/imposição).

Flexão verbal e nominal


Exemplo 1: Está inteiramente adequada a
São morfemas colocamos no final das palavras
correlação entre os tempos e os modos verbais da
para indicar flexões verbais ou nominais. Podem
frase:
ser:
a. Os prefácios correriam o risco de serem inúteis
 Nominais: Indicam gênero e número de
caso tenham sido escrito segundo as
nomes (substantivos, adjetivo, pronomes,
instruções convencionais;
numerais).
b. Correto: Houve enorme interesse pela leitura  Casa-casAS, gato-gatA.
de prefácios e os editoriais certamente
cuidariam que fossem mais criativos;  Gênero: Os substantivos masculinos são
c. Quando se fizesse glosa de frase de um antecedidos pelo artigo O:
grande autor deve=se citar a fonte original:  O lança-perfume, O tapa, O champanha, O dó, O
esse é um dever ético; diabetes.
d. Caso o autor viesse a infirmar tanta o nome
do grande poeta como o da frágil poetisa, Os substantivos têm duas formas uma para o
muitas o acusarão de indiscreto; masculino, e outro para o feminino. São os
e. Menos que seja objeto de preconceito, um substantivos biformes. Regras de formação do
bom prefacio sempre resistiria aos critérios de feminino:
um crítico rigoroso;  Substantivos terminados em O mudam para
Resposta: (b). A.
 Alternativa (a): caso tivessem;  O sapO = A sapa, O canáriO = A canáriA, O pilotO = A
 Alternativa (c): quando se fizer; pilota.
 Alternativa (d): acusariam ou venham;
 Alternativa (e): resistirá.  Substantivos terminados em ÃO mudam
para à outros para AO e ainda para ONA
Exemplo 2: Transpondo-se para a voz passiva a (aumentativo).
 O capitÃO = A capitÃ, O telÃO = A tecelÃ/tecelONA, O
frase vou glosar uma observação de Machado chorÃO = A chorONA.
de Assis, a forma verbal resultante deverá ser:
a. Terei glosado;  Substantivos terminados em OR formam o
b. Seria glosada; feminino com o acréscimo de A.
c. Haverá de ser glosado;
193
 O doutOR = DoutorA, O coletOR = coletorA, O  Em palavras oxítonas terminadas em IL:
trabalhadOR = trabalhadorA, O arrumador = a  AnIL = Anis;
arrumadEIRA, O lavradOR = lavradEIRA, O  JuvenIL = JuveniS.
trabalhadOR = trabalhadEIRA.
 Em palavras paroxítonas terminal em IL:
 O sufixo EIRA pode indicar qualidade,  InútiL = InúteiS;
portanto, adjetivação:  RéptIL = RéptEIS.
 Mulher trabalhadEIRA, pessoa faladEIRA.
k. Os substantivos terminados em consoantes S
 Alguns substantivos com terminação E fazem o plural de duas formas.
podem fazer o feminino mudando a  Em substantivos monossilábicos ou
terminação para A. oxítonos, há o acréscimo de ES.
 O infantE = InfantA, O governantE = A governantA, O  Paz = Pazes;
elefantE = A elefantA.  Algoz = Algozes.

 Substantivos terminados em ÊS, L e Z  Os substantivos paroxítonos ou


fazem o feminino com o acréscimo de A. proparoxítonos são invariáveis:
 O freguÊS = A freguesA, O oficiaL = oficialA, O juiZ =  Férias = Férias;
JuizA.  Ônibus = Ônibus.

 Há ainda substantivos que são masculinos l. Os substantivos terminados em ÃO podem


ou femininas, conforme o sentido com que ser pluralizados de três formas:
se acham usadas.  Substituindo o ÃO por ES:
 A cabeça (parte do corpo)/O cabeça (O chefe), A  DoaçÃO = DoaçÕEs;
grama (relva)/O grama (unidade de peso).  EmoçÃO = EmoçÕES.

 Substituindo o ÃO por ÃES:


 Alemão = Alemães;
 Pão =Pães.

 Número: Os nomes de modo geral admitem a  Substituindo o ÃO por ÂOS:


flexão de número em: singular e plural.  CidadÃO =CidadÃOS;
f. Plural dos substantivos simples: aos
substantivos terminados em vogal, ditongo Os substantivos terminados em X são invariáveis.
oral e consoante N devem ser acrescidos a  CórteX = CortéX.
consoante S ao final da palavra.
 HerÓI = HeróiS;  Verbais: Indicam número, pessoa, tempo e
 IrmÃO = IrmãoS.
modo dos verbos. Existem dois tipos de
 PlânctoN = PlânctonS.
desinências verbais: Flexões estas
g. Aos substantivos que terminam em relacionadas a pessoa: indica as três pessoas
consoantes M devem ser acrescidos aos relacionadas tanto no modo singular, quanto
consoantes NS ao final da palavra. no plural.
 AbordageM = AbordageNS;  Número: Representa a forma pela qual o
 ModelageM = ModelageNS; verbo se refere a essas pessoas gramaticais.
 HomeM = HomeNS.

h. Aos substantivos que terminam com as


consoantes R e Z devem ser acrescidos ES
ao final da palavra.
 HambúrgueR = HamburguerES;
 Chafariz = ChafarizES;
 ColheR = COLHERES.

i. Nos substantivos terminados em AL, EL, OL,


UL deve ser substituído a consoante L por IS.
 GirassOL = GirassóIS;
 VogAL = VogaIS;
 AzuL = AzuIS;
 MaL = MalES;
 CônsuL = ConsulES.

j. Os substantivos que terminam em IL são


pluralizados de duas formas:
194
 De longe, já se viam as chamas.

Diferença de advérbio e locução adverbial:


Advérbio. Uma palavra. Ontem.
Locução É um conjunto de palavras que De modo
Adverbial. pode exercer a função de advérbio. Algum.

Diferença entre o advérbio, pronome indefinido


e adjetivo:
Advérbio Ligado ao verbo e Estudei muito=
invariável estudamos muito.
Adjetivo Qualifica e varia O livro é caro=
(gênero e normal) os livros são caros.
Pronome Sentido vago Estudamos muitas horas.
indefinido

Conforme a circunstâncias que expressam, os


advérbios classificam-se em:
 Modo: Às pressas, à vontade, à vista, em
silêncio, de cor, ao acaso etc.
 Tempo: À noite, de manhã, à tarde, em breve,
de vez em quando etc.;
 Lugar: Ao lado, de longe, por ali, à direita, de
cima etc.;
 Afirmação: Com certeza, sem dúvida etc.;
 Negação: de modo nenhum, de forma alguma,
etc.;
 Quantidade/intensidade: Muito, demais,
bastante, pouco, menos, tão etc.
 Duvida: talvez, provavelmente, possivelmente,
quiça.
ADVÉRBIO Locução adverbial
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o Uma locução adverbial é um conjunto de uma ou
sentido do verbo, do adjetivo e do próprio mais palavras que desempenham a função de um
advérbio. Modifica o verbo exprimindo uma advérbio. Geralmente é formada por:
circunstância (tempo, lugar, modo) pode ainda o Preposição + substantivo/adjetivo/advérbio.
advérbio modificar o adjetivo ou outro advérbio. E A preposição, funcionando como transpositor
desempenha na oração a função de adjunto prepara o substantivo para exercer uma função
adverbial. que primeiramente não lhe é próprio:
 Aqui tudo vai bem (lugar e modo);  Preposição + substantivo = na verdade;
 Hoje não irei lá (tempo, negação e lugar);  Preposição + adjetivo = de novo;
 O aluno talvez não tenha redigido muito bem (duvida,  Preposição + advérbio = por aqui.
negação, intensidade e modo).
 Modo: Às pressas; à vontade, à vista, ao
O advérbio é constituído por palavra de natureza acaso; grande parte dos vocábulos terminados
nominal ou pronominal unitária, a um adjetivo e a em MENTE: alegremente, calmamente,
um advérbio (intensificador), ou a uma declaração afobadamente etc.
inteira.  Tempo: À noite, de manhã, à tarde, em breve;
 João escreve bem (advérbio em referência ao verbo);
 Lugar: Ao lado, de longe, por ali, à direita, de
 José é muito bom escritor (advérbio em referência ao
advérbio bem); cima;
 José escreve muito bem (Advérbio em referência ao  Afirmação: De modo nenhum, de forma
advérbio bem). alguma;
 Quantidade/intensidade: De pouco, de todo.
Distribuímos os advérbios em assinalar a posição
temporal (tempo) ou espacial do falante (lugar) ou Advérbios interrogativos
ainda o modo pelo qual se visualiza o estado de As palavras ONDE, COMO, QUANDO, usadas
coisas designadas na oração combinações com em frases interrogativas, são chamadas advérbios
advérbios: Advérbios há o de tempo e lugar que interrogativos:
marcam melhor sua função ou designação  Onde, expressa circunstância de modo:
mediante o uso de uma preposição.  Onde você mora?;
 Por agora, estão encerrados os trabalhos;  Quero saber onde você mora.
 Perto cedo, já havia compradores de ingressos;  Como, expressa circunstância de modo:
195
 Como se chega a casa de José?; d. No momento da discussão, alguns convidados
 Não sei como ele fez isso. saíram sutilmente sem se despedirem.
 Quando, expressa circunstâncias:
 Quando você volta?

Grau de advérbio
São consideradas palavras invariáveis, pois não
sofrem flexão de gênero e número. Porem, alguns
sofrem flexão de grau como os adjetivos.

Grau comparativo:
 De igualdade: Na formação do comparativo
de igualdade, usamos o tão antes do advérbio
e o como ou quanto depois:
 Os alunos chegarão tão cedo quanto os professores.

 De superioridade: Na formação do
comparativo de superioridade, usamos o mais
antes do advérbio e o que ou do que depois:
 Os alunos chegaram mais cedo do que os
professores.

 De inferioridade: Na formação do
comparativo de inferioridade, usamos o menos
antes do advérbio e o que ou do que depois:
 Os alunos chegaram menos cedo do que os
professores.

Grau superlativo: Pode ser analítico ou sintético.


Analítico: Formado com auxilio de um advérbio de
intensidade:
 Cheguei muito cedo à escola ontem.

Sintético: é formado pelo acréscimo do sufixo ao


advérbio:
 Cheguei cedissimo à escola ontem.

Ex.: 1: Analise os advérbios em destaque,


classificando-os de acordo com as circunstância
que a eles se referem.
a. HOJE fomos surpreendidos com a chegada
dos visitantes; Tempo.
b. NÃO me incomodo com sua impaciência;
Negação.
c. TALVEZ eu compareça ao seu aniversário;
Dúvida.
d. Estamos MUITO contentes com sua
aprovação; Intensidade.
e. ALEGREMENTE Pedro se despediu de sua
família. Modo.

Ex.: 2: Os advérbios em MENTE das alternativas


abaixo designam a mesma circunstância, exceto
em:
a. Os soldados combateram estoicamente até a
morte;
b. Os fiscais sugerirão ironicamente que os
candidatos fossem submetidos a outro exame;
c. Correto: Possivelmente haverá nova
oportunidade; (incerteza).
196
 Acidentais: São palavras de outras classes
gramaticais, que em certas ocasiões
funcionam como preposição.
 Conforme, consoante, segundo, durante, mediante,
como, etc.

Locução prepositiva
É um conjunto de duas ou mais palavras fazendo
a ligação entre dois termos:
 Abaixo de;
 Acima de;
 Acerca de;
 A fim de;
 Além de;

Combinação, contração e crase


As preposições A, DE, EM e POR, quando unidas
a certas palavras, formam um só vocábulo.
 Combinação: a preposição não sofre
mudanças.
m. A + artigos definidos masculinos:
 Eles foram AO cinema;
 As meninas voltaram AOS seus quartos.

 A + onde (advérbio interrogativo/pronome


PREPOSIÇÃO relativo):
Preposição é a palavra invariável que liga duas  Aonde você foi?
outras palavras, estabelecendo relações de  Sempre quis conhecer a cidade aonde você foi nas
sentido ou de dependência: férias passada.
 A loja de José fica na vila Mariana.
 Contração: A preposição sofre algumas
A preposição DE relaciona JOSÉ e LOJA, mudanças:
indicando uma relação de posse. Essa relação é  De + Artigos:
do tipo subordinativo, ou seja, entre os  De + O(s) = do(s);
elementos ligados pela preposição não há sentido  De + A(s) = da(s);
 De + um(s) = dum;
de expressão é dependente da união de todos os  De + uns = duns;
elementos que a preposição vincula.  De + uma(s) = duma(s).
 Os candidatos de São Paulo falavam sobre a prova.

As preposições ligam termos, subordinam-nos. O  De + pronomes pessoais:


 De + ele(s) = dele(s);
termo que antecede a preposição é chamado de  De + ela(s) = dela(s).
regente e o termo posposto é chamado regido.
As preposições são palavras invariáveis, pois não  De + pronomes demonstrativos:
sofrem flexão de gênero, número ou variação em  De + este(s) = deste(s);
grau como os nomes, nem de pessoa, número,  De + esta(s) = desta(s);
tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. Em  De + esse(s) = desse(s);
 De + essa(s) = dessa(s).
varias situações as preposições se combinam a
outras palavras da língua e, assim, estabelecem
uma relação de concordância em gênero e De + pronomes indefinidos:
 De + outro = doutro(s);
número com essas palavras às quais se ligam.  De + outra = doutra(s).

Classificação  De + advérbio:
Classificamos as preposições de duas formas.  De + aqui = daqui;
 De + aí = daí;
 Essenciais: São palavras que funcionam só  De + ali = dali.
como preposição:
 A, ante, após e até;  Em + artigos:
 Com, contra;  Em + o(s) = no(s);
 De, deste.  Em + a(s) = na(s).

197
 Alternativas: ligam pensamentos que se
Em + pronomes demonstrativos: excluem ou se alternam. Principais
 Em + este(s) = neste(s); conjunções:
 Em + esta(s) = nesta(s);  Ou, ou... Ou, ora... Ora, já... Já, quer... quer etc.
 Em + esse(s) = nesse(s).  Você lavará a louça, OU limpará o quarto.

 Crase: a fusão de vogais idênticas:  Conclusivas: Ligam duas orações, sendo que
 A + artigos definidos femininos: a segunda encerra a conclusão ou dedução de
 A + a(s) = às; um raciocínio. Principais conjunções:
 A + aquele(s) = àquele(s);
 Logo, portanto, por conseguinte por consequência,
 A + aquela(s) = àquela(s).
pois (após o verbo da oração). etc.
 Ela estuda bastante, LOGO terá boas notas.
Ex.: 1: Assinale a alternativa em que a preposição
estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase  Explicativos: Que ligam duas orações, sendo
matriz: que a segunda se apresenta justificando a
a. Criaram-se a pão e água. anterior. Principais conjunções:
b. Desejo todo o bem a você;  Pois, porque, que, porquanto etc.
c. A julgar por esses dados, tudo está perdido;  Ela não irá à festa, PORQUE haverá prova no
d. Correto: Andei a colher alguns frutos do mar; mesmo dia.
e. Ao entardecer, estarei ai.

CONJUNÇÃO
É a palavra invariável que liga duas orações Conjunções subordinativas
entre si, dentro da mesma oração, liga dois termos São as que ligam duas orações, sendo que a
entre si independentes. segunda é sujeito, complemento ou adjunto da
primeira. A primeira é oração subordinativa
Classificação subdividem-se em integrantes e adverbiais.
Podem ser coordenativas ou subordinativas. Integrantes: São as que ligam duas orações,
coordenadas ligam orações independentes sendo que a segunda é sujeito ou complemento
sintaticamente e subordinadas ligam orações que da primeira. Principais conjunções: QUE, SE.
 É necessário QUE ela se case.
possuem dependência sintática.  Eu não sei SE o rapaz fará o trabalho.

Aditivas;  Adverbiais: São as que ligam duas orações,


Adversativas; sendo que a segunda é adjunto adverbial da
Coordenadas Alternativas; primeira, ou seja, a segunda expressa
Conclusivas; circunstancia de finalidade, modo,
Explicativas. comparação, proporção, tempo, condição,
Subordinadas Integrantes; concessão, causa ou consequência. As
Adverbiais. conjunções subordinativas adverbiais
subdividem-se em:
Conjunção coordenativa n. Causa: Ligam duas orações, sendo que a
Conjunções que ligam duas orações ou dois segunda contém a causa, e a primeira o
termos, sendo que ambos os elementos ligados efeito.
permanecem independentes entre si. As Principais conjunções:
conjunções coordenativas subdividem-se em:  Porque, visto que, quanto, já que, como etc.;
 Aditivas: ligam pensamentos similares ou  Ela saiu mais cedo, JÁ QUE não havia mais trabalho a
equivalentes. Principais conjunções: fazer.
 E, nem, mas também, senão, ainda...
 Radegondes não veio NEM ligou. Comparativas: Ligam duas orações, sendo que a
segunda contém o segundo termo de uma
 Adversativas: ligam pensamentos similares comparação. Principais conjunções:
que contrastam entre si. Principais  Como, (tal)...tal, (menos)... Do que (mais)... Do que,
(tal)... Qual etc.
conjunções:  As meninas eram lindas COMO anjo.
 Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, não
obstante etc.
 Ela saiu, MAS voltará logo. Concessivas: Ligam duas orações, sendo que a
segunda contém um fato que não impede a
realização da ideia expressa na oração principal,

198
embora seja contrário àquela ideia. Principais  Ante = lugar conotativo.
conjunções: c. Varias pessoas seguiam após eles;
 Embora, ainda que, mesmo que, posto que.  Após = lugar.
 Ela está sorrindo, EMBORA se sinta triste. d. Após alguns minutos, resolvi intervir;
 Após = tempo.
 Condicionais: Ligam duas orações, sendo e. Estou decidido: agora, vou até o fim!;
que a segunda expressa uma hipótese ou  Até = limite.
condição. f. As discussões estão suspensas, até segunda
Principais conjunções: ordem.
 Se, caso, salvo se, desde que, a menos que, contanto  Até = limite.
que etc.
 Ela ficará feliz, SE você visitá-la.

 Conformativos: Ligam duas orações, sendo


que a segunda expressa circunstancia de
conformidade ou modo.
Principais conjunções:
 Como, segundo, conforme etc.
 Tudo aconteceu SEGUNDO havia previsto a
cartomante.

 Consecutivas: Ligam duas orações, sendo


que a segunda diz a consequência de uma
intensidade expressa na primeira.
Principais conjunções:
 (Tão)... que, (tal)...que, (tamanho),,, que, (tanto)... que
etc.
 Ela estudou tanto QUE foi a primeira colocada no
concurso.

 Finais: Ligam duas orações, sendo que a


segunda expressa circunstância de finalidade.
Principais conjunções:
 Para que, a fim de que, que, porque:
 Ele estudou, A FIM de passar no concurso.

 Proporcionais: Ligam duas orações, sendo


que a segunda expressa fato que decorre ao
mesmo tempo que outra, em relação de
proporção. Principais conjunções:
 À medida que, à proporção que, tanto mais, quanto
mais etc.
 À MEDIDA QUE os convidados chegavam, o baile
ficava mais animado.

 Temporais: Ligam duas orações, sendo que a


segunda expressa circunstancia de tempo.
Principais conjunções:
 Quando, enquanto, apenas, mal logo que, depois que,
antes que, até que, que etc.
 Ela sorriu, QUANDO me viu.

Ex.: 1: Nas frases seguintes, identifique as


preposições e indique o sentido da relação que
estabelecem:
a. Não se deve ir à praia ao meio dia!
 A = lugar / a = tempo.
 Passei o dia à toa; à noite, senti-me vazio;
 A = modo / a = tempo.
b. Com o não reagir ante tanta desfaçatez;
199
 Os vocábulos uma, duas e três. Indicam
quantidade absoluta, logo são cardinais.
Variaram os dois primeiros, de forma:
 Uma cerveja... duas é bom...

O primeiro numeral é adjetivo, pois acompanha


um substantivo e os demais são numerais
substantivo, pois substituem um substantivo
(cerveja); Funcionam como adjunto adnominal (o
primeiro) e como sujeito (o segundo e o terceiro).

Classificação
Nossos numerais são de origens árabes, por isso
é algarismo arábicos, também temos romanos:
Arábicos:
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10...100;
Romano:
I, II, III, IV, V, VI, VIII, IX e XX.

Numerais coletivos: indicam o número exato de


seres ou objetos de um conjunto, flexionando em
número, quando necessário:
Dúzia, cento, milhas, par e milheiro.

NUMERAL
O numeral indica a quantidade absoluta
(cardinal), quantidade fracionada (fracionária), Uso: Na designação de soberanos, (reis,
quantidade multiplicativa (multiplicativa) e príncipes, imperadores), papas, séculos, livros e
ordem, sequencial, posição (ordinal) de coisas partes de uma obra (capítulo, parágrafo, tomo
ou pessoas. O numeral é uma classe variável etc).
em gênero e número é um determinante que Quando o numeral é posposto ao substantivo,
acompanha o substantivo (numeral adjetivo) ou usam-se os numerais ordinais até o décimo daí
substitui (numeral substantivo). em diante, devem-se usar os cardinais. Se estiver
 Numerais cardinais: Em gênero e numero anteposto, o ordinal é obrigatório:
variam em gênero são:  Ao papa Paulo VI (sexto); João Paulo II (segundo), Bento
XVI (dezesseis);
Um = uma; dois = duas.  Este livro é o 10º (décimo);
 Só um aluno e uma aluna da turma passaram na prova.  O rei Luiz XV (quinze);
 Após o parágrafo IX (nono);
 Numerais ordinais: Variam em gênero e  O V (quinto).
número:
 Primeiro, primeira, primeiros, primeiras. Em textos legais, na linguagem jurídica, os artigos,
incisos, decretos, portarias, regulamentos e
 Numerais multiplicativos: Variam em gênero parágrafos numerados até nove são lidos como
e em número quando acompanham ordinais, do número dez em diante, são lidos
substantivo. como cardinais. Alem disso, flexiona-se o numeral
 Os saltas e piruetas triplas daquela ginasta deixam-nos em gênero para identificação da página e folhas,
de queixo caído. preferencialmente. Se estiver anteposto, o ordinal
é obrigatório.
 Numerais fracionários: variam em gênero e  Antes do artigo 10 (dez) vem o artigo 9º (nono);
número:  O 22º (vigésimo segundo) decreto.
 Um quarto, dois quartos, duas quartas, trinta e quatro
avos...
Na identificação de casas, apartamentos,
páginas, que não em meio jurídico usam-se os
O numeral é um termo que funciona como
cardinais. se antepostos usa-se cardinal.
adjunto adnominal quando acompanha um  Moro na casa seis da vila;
substantivo; quando substitui o substantivo, tem  Leia, por favor, na página três a sinopse;
função substantiva.  Dia quatro de setembro é meu aniversário.
 UMA cerveja é pouco, DUAS é bom, TRÊS é... bom
demais.
Em relação ao primeiro dia do mês, deve-se usar
o ordinal:
 Rio de janeiro, 1º de dezembro de 2012.

200
Com relação às datas podemos ou não usar aos,
a ou em:
 A presidenta tomou posse 2 de janeiro de 2011;
 A presidenta tomou posse a 2 de janeiro de 2011;
 A presidenta tomou posse em 2 de janeiro de 2011;
 A presidenta tomou posse aos 2 de janeiro de 2011;
 A presidenta tomou posse no dia 2 de janeiro de
2011.

Não se usa o ponto entre os numerais quando


estes designam datas. Nos demais casos, o ponto
deve ser colocado entre centenas e milhares.
 Escrevi isto no dia 13 de junho de 2012;
 A gramática tem mais de 1.500 questões
comentadas.

Leitura: Separando os números em centenas e,


no inicio, também de dezenas ou unidade. Entre
esses conjuntos usam-se vírgulas, as unidades
ligam-se pela conjunção E.
 1.203.726: um milhão, duzentos e três mil, setecentos
e vinte e seis;
 45.520: quarenta e cinco mil quinhentos e vinte.

Ex.: 1: Cardinais ou ordinais?:


a. Luiz XVI; Dezesseis, oitavo, sexto;
b. Henrique VIII; Oitavo;
c. Dom João VI; Sexto.

Ex.: 2: Os ordinais referentes aos números 80,


300, 700 e 90 são, respectivamente.
a. Octagésimo, trecentésimo,
septagentesimo, nongentésimo;
b. Octogésimo, trecentésimo,
septuagésimo, nonagésimo;
c. Octingentésimo, tricentésimo,
septuagésimo, nonagésimo/
d. Octogésimo, tricentésimo, septogésimo,
nongentésimo.

Ex.: 3: Identifique se o termo destacado é


numeral ou artigo indefinido.
a. Você só tem uma vida, cuide bem dela;
b. Ele não fala uma palavra de chinês;
c. Aqueles invasores podem representar
uma ameaça para os índios;
d. A decomposição desse material pode
demorar um século.
e. Resposta: Numeral, artigo, artigo,
numeral.

201
 Conquistou O ALUNO E A ALUNA a tão sonhada
vaga de analista judiciário.

É obvio que o verbo poderia concordar com os


dois núcleos do sujeito composto:

 Conquistaram O ALUNO E A ALUNA a tão


sonhada vaga de analista judiciário.

Concordância do sujeito simples


Sujeito simples é aquele que possui apenas um
núcleo, então o verbo concordará em pessoa e
número com esse núcleo:
 O chefe da seção PEDIU maio assiduidade;
 A violência DEVE ser combatida por todos;
 Os servidores públicos do ministério da fazenda
DISCORDARAM da proposta.

Particularidades:
 Sujeito simples constituído de substantivo
coletivo + determinante: Verbo concorda
com o coletivo ou com o determinante:

 O bando VOOU;
 Bando de aves VOOU;
 O bando de aves VOARAM.

CONCORDÂNCIA  Sujeito simples constituído de expressão


A concordância diz respeito à conformidade de quantitativa + determinante: Verbo concorda
palavras que mantêm relação entre si. com a expressão quantitativa com o
Concordância é a correspondência de flexões determinante:
existentes entre dois termos, ou mais, de uma
 A maioria das pessoas VIAJOU para o sul do país;
oração, como entre verbo e sujeito, entre  A maioria das pessoas VIAJARAM para o sul do
substantivo e adjetivo. país;
A concordância é o processo sintático segundo o
qual certas palavras se combinam. Essa  A maior parte das alunas FALTOU;
combinação formal se chama flexão, e se dá  A maior parte das alunas FALTARAM.
quanto a gênero e numero, nos nomes; e pessoa
e número nos verbos. Daí a divisão:  Sujeito simples constituído de nome
1. Concordância nominal; próprio no plural: Sem artigo e verbo no
2. Concordância verbal. singular, com o artigo, verbo concorda com o
artigo:
CONCORDANCIA VERBAL
 Alpes FICA na Europa;
Trata da adequada flexão, em número e pessoa,
 Os Alpes FICAM na Europa;
de um verbo com seu sujeito. Ou seja: sujeito no
singular=verbo no singular, sujeito na 3ª pessoa =  Estados Unidos DOMINA o mundo;
verbo na 3ª pessoa... E por aí vai...  Os Estados Unidos DOMINAM o mundo.
Você me faz Feliz
Sujeito Verbo  Sujeito simples constituído de pronome
Pronome 3ª Verbo 3ª indefinido plural + pronomes pessoais NÓS
Pessoa pessoa ou VÓS: o verbo pode concordar com o
do singular do singular pronome indefinido ou com o pronome
pessoal:
Musica e literatura fazem Bem à alma
Sujeito composto Verbo  Alguns de nós FARÃO o trabalho;
2 núcleos: Verbo 3ª  Alguns de nós FAREMOS o trabalho;
3ª pessoa pessoa do
do plural plural.  Quais de vós SERÃO os premiados?
 Quais de vós SEREIS os premiados?
E certos casos, o verbo pode concordar com o  Muitos de nós PARTICIPARÃO das competições.
termo mais próximo do sujeito. Dizemos que,  muitos de nós PARTICIPAREMOS das competições.
nesses casos, há uma concordância verbal
atrativa.
202
 Sujeito simples constituído de pronome  ELE e EU não fizemos a prova;
 ELE, TU e EU seremos amigos para sempre;
relativo QUE: o verbo concorda com o  TU e ELE sereis amigos para sempre.
referente do pronome relativo:

 Fui eu QUE escrevi a carta;


 Sujeito composto pospostos ao verbo: O
 Fostes vós QUE escreveste a carta; verbo fica no plural, concordando com o
 Não serão os meninos QUE farão esse trabalho. conjunto, ou concorda com o núcleo que
estiver mais próximo:
 Sujeito simples constituído do pronome
relativo QUEM: O verbo concorda com o  Chegaram o PRESIDENTE e seus MINISTROS;
referente do pronome relativo ou com o próprio  Chegou o PRESIDENTE e seus MINISTRO.
pronome relativo (3ª pessoa do singular).
 Na semana passada, estivemos aqui TU e EU;
 Na semana passada, estiveste aqui TU e EU.
 Fui eu QUEM escrevi a carta;
 Fui eu QUEM escreveu a carta;
 Fostes vós QUEM escrevestes a carta;  Sujeito composto constituído de termos
 Fostes vós QUEM escreveu a carta; sinônimos ou quase sinônimos: Quando os
 Não serão os meninos QUEM farão esse trabalho; sinônimos formam um todo indivisível, ou
 Não serão os meninos QUEM fará esse trabalho.
simplesmente se reforça, a concordância é
facultativa no singular ou no plural:

 A SOCIEDADE, o POVO se une para construir uma


nação mais justa;
 A SOCIEDADE, o POVO se unem para construir
uma nação mais justa;
 AMOR e PAIXÃO move o mundo;
 AMOR e PAIXÃO movem o mundo.
 Sujeito composto constituído de formas em
Silepse de pessoa
graduação: O verbo vai para o plural ou
É possível, usar o sujeito na 3ª pessoa do plural e
concorda com o núcleo mais próximo:
o verbo na 1ª pessoa do plural. Isso é a
concordância ideológica, ou irregular (silepse):  Um mês, um ano, uma década da ditadura não calou A
VOZ do povo;
 Os culpados seremos punidos;  Um mês, um ano, uma década de ditadura não calaram
 Os alunos estudiosos fomos aprovados no concurso; A VOZ do povo.
 Todos somos a pátria;
 DESPERTADOR, BANHO e CAFÉ ajuda a acordar;
Silepse de número  DESPERTADOR, BANHO e Café ajudam a acordar.
Com as expressões quantitativas distantes do
verbo, podemos concordar o verbo com a ideia de  Sujeito composto resumido por pronome: O
plural transmitida pela expressão quantitativa: verbo concorda com o pronome resumitivo:
 Desvios, fraudes, roubos, tudo acontecia naquela
 Esperavam por ajuda: sem comida, sem água, sem cidade;
abrigo, a multidão desabrigada pela chuva;  Jocarte, pascoalina, padegondes, NINGUÉM foi à
 A maioria chegou cedo, com as cestas cheias de festa;
guloseimas, espalharam tudo sobre lindas toalhas e  Jocarte, pascoalina, padegondes, TODOS foram à
foram brincar, aproveitando a deliciosa manhã. festa.

Concordância do sujeito composto Concordância do sujeito indeterminado


Sujeito composto é aquele que possui dois ou Sujeito indeterminado é aquele que não se
mais núcleos, então o verbo concordará em conhece, sabe-se que existe um praticante da
pessoa e número com esse núcleo: ação verbal, mas não se consegue definir quem
ou o que. Há duas formas de se construir uma
 A MENINA e o MENINO saíram; frase com sujeito indeterminado:
 As JOIAS e os DÓLARES desapareceram;
 Com verbo na 3ª pessoa do plural, sem
 Iremos ao mercado VOCÊ e EU.
sujeito expresso:
 Sujeito composto constituído de pessoas  ROUBARAM o meu carneiro;
gramaticais diferentes: O verbo vai para o  ATIRARAM uma pedra na minha janela.
plural e para pessoa que tiver a primazia,
nesta ordem: 1ª pessoa tem prioridade sobre  Verbo na 3ª pessoa do singular + SE índice
2ª e 3ª, 2ª e 3ª são equivalentes. de indeterminação do sujeito:
 PASCOALINA e EU fomos ao mercado;  PRECISA-SE de moças;
 TU e EU viajaremos para o sul do país;
203
 ACREDITA-SE em marcianos.
 HAJA VISTA o caso;
Concordância da oração sem sujeito  HAJAM VISTA os casos.
Oração sem sujeito é aquela que trata de
fenômenos que independem da participação/ação Expressão seguida de preposição, o verbo
de qualquer ser. Como não há sujeito, o verbo da haver não varia:
frase deve ficar sempre na 3ª pessoa do singular.
 HAJA VISTA ao caso;
Os verbos dessas orações são chamados de  HAJA VISTA aos casos.
verbos impessoais.
 Com sujeito oracional: O verbo que tem
 Com verbos que expressas fenômenos como sujeito uma oração fica na 3ª pessoa do
naturais: singular:
 NEVOU em várias cidades do sul do país;  Espera-se que as meninas tragam as tortas;
 RELAMPEJOU muitas vezes seguidas;  Aos alunos cabe resolver as questões.
 CHOVEU durante quarenta dias.
 Com verbos ESTAR e FAZER indicando tempo
meteorológico ou cronológico:  Verbo SER impessoal: O verbo ser pode ser
 ESTÁ muito calor hoje; impessoal: nesse caso, haverá concordância
 ESTÁ tarde! especial.
 FAZ dias frios aqui!
 FARÁ noites quentes no próximo verão.
Na expressão de distancia, concorda com o
adjunto adverbial de distancia:

 Daqui à praia são 100 quilômetros;


 Daqui à praia é um quilometro;
 Do planalto ao congresso são duzentos metros.
 Com o verbo HAVER expressando  Na expressão de tempo, concorda com o
existência ou acontecimento: núcleo do adjunto adverbial de tempo:
 Havia muitos conhecidos na festa de ontem;
 Haverá aqui amanhã vários carros para revisão  É dia 13 de julho;
mecânica;  São 13 de julho;
 Há duzentas alunos no pátio esperando a visita do  É uma hora;
presidente do clube;  É bem mais de uma hora.
 Houve comemoração pelos 456 anos da cidade.

 As expressões de peso, medida ou


Casos especiais
quantidade invariáveis:
 Verbos PARECER + INFINITIVE: O verbo
PARECER é o único verbo auxiliar da língua  Quinze quilos de arroz é pouco;
portuguesa que pode transferir para o principal  Cinco metros de tecido é muito;
a flexão de numero:  Trezentas pessoas é suficientes para a produção na
fábrica.
 As meninas parecem sorrIR para mim;
 As meninas parece sorriREM para mim;  A partícula expletiva, ou de realce, É QUE é
invariável:
 As estrelas parecerão brilhAR mais, se você vier me
visitar esta noite;
 As estrelas parecerá brilharEM mais, se você vier me  Eu é que fiz o bolo;
visitar esta noite.  Nós é que fizemos o bolo.

 Com os verbos DAR, BATER e SOAR. Podem


concordar com a praticante da ação ou, na
ausência deste, com as expressões de tempos
da frase, que passam a ser o sujeito dos
verbos:

 A torre da igreja DEU três horas;


 Na torre da igreja, DERAM três horas;
 O relógio BATEU cinco horas;
 No relógio, BATERAM cinco horas.

 Com a expressão HAJA VISTA: a palavra


vista é invariável. o verbo pode sofrer
variações de acordo com: Expressão não
seguidas de preposição, o verbo HAVER
pode variar ou não:

204
 Homem e mulher bela ⟶ homem e mulher belas;
 Mulher e homem belo ⟶ mulher e homem belos.

 Ternura e amor humano ⟶ ternura e amor humanos;


 Amor e ternura humano ⟶ amor e ternura humanos.

Adjetivo anteposto: Quando o adjetivo anteposto


se refere a dois ou mais substantivos, concorda
com o mais próximo.

 Belo homem e mulher;


 Bela mulher e homem.

 Humana ternura e amar;


 Humana amar e ternura.

Um substantivo determinado por dois ou mais


adjetivos. Quando dois ou mais adjetivos se
referem a um substantivo, temos duas opções:
 Substantivo no singular: Coloca-se artigos
nos adjetivos, a partir do segundo:

 Estudo a língua inglesa, a portuguesa e a alemã.


 Ele detém o poder material e o espiritual.

CONCORDÂNCIA NOMINAL  Substantivo no plural: Basta acrescentar os


É chamada de concordância nominal a relação adjetivos:
de combinação que se estabelece entre:
Substantivo e adjetivo, artigos, pronomes e  Estudo as línguas inglesa, portuguesa e alemã;
numerais. Os nomes flexionam-se em:  Ele detém os poderem material e espiritual.
1. Gênero:
2. Masculino e feminino.  Substantivo usado como adjetivo: Se a
3. Número: palavra que funciona como adjetivo for um
4. Singular e plural. substantivo, ficará invariável.
Os termos determinantes da oração (artigo,
pronome, numeral e adjetivo) sempre  Ele comprou ternos cinzas e camisas rosa;
acompanham um nome (substantivo ou pronome  Ele ouviu falar dos homens-bomba;
 Na infância, assistia na TV a série sobre a família
substantivo). Assim, os determinantes terão as monstro.
mesmas características de gênero que os
substantivos e pronomes substantivos.  Adjetivos compostos: Quando houver
A concordância entre determinantes e os nomes adjetivos compostos, apenas o último termo do
é obrigatório: composto concordará com o substantivo a que
se refere, os demais termos ficarão no
 As minhas duas belas primas chegaram.
masculino/singular:
A base da concordância nominal é o substantivo  Encontrei varias mulheres luso-franco-brasileiras;
PRIMAS. O artigo AS, o pronome MINHA, o  Não li as crônicas sócio-politico-economico-financeiros.
numeral DUAS e o adjetivo BELAS variam em
gênero e numero para concordar com o Casos especiais: Muito, bastante, meio, todo e
substantivo PRIMAS. mesmo:
 Quando modificarem um substantivo,
Concordância do adjetivo concordarão com ele, por serem pronomes
Dois ou mais substantivos determinantes por um adjetivos ou numerais.
adjetivo:  Quando modificarem um verbo, um adjetivo ou
Adjetivo posposto: Quando o adjetivo posposto um advérbio, ficarão invariáveis, por serem
se refere a dois ou mais substantivos, concorda advérbios:
com o ultimo ou vai facultativamente para o plural,
no masculino, se pelo menos um deles for  Bastantes funcionários ficaram bastante satisfeitos com
masculino; ou para o plural no feminino, se todos a empresa;
eles forem femininos.  Há provas bastantes de sua culpa;
 Eles saíram bastante apressadas;

205
e. Procede, por uma questão técnica, segundo os
 Anexo, só, junto, incluso, excluso, próprio, especialistas entrevistados, as medidas
quite, obrigado. São adjetivos e concordam divulgadas ontem, pois a urgência de
com o substantivo a que se referem: saneamento é indiscutível.
Resposta:
 Anexar, seguem as fotos solicitadas;  Resposta certa (d): o verbo houver, quando
 Em anexar, seguem as fotos solicitadas; impessoal (sentido de existir), não admite
 Estas enviam anexos ao pacote os documentos do
divorcio; plural.
 Eu estas quite com o banco;  Alternativa (a): os interesses são bilaterais;
 Nos estamos quites com o banco.  Alternativa (b): cada um dos interessados
devem apresentar locução e pode ser
 O mais/menos (adjetivo) possível: Existem substituído serão. O verbo haver é auxiliar e
as seguintes possibilidades de concordância. admite plural porque deve concordar com o
O artigo (o/a) que inicia a expressão, assim sujeito. A ideia é que os acordos luso-
com a palavra POSSIVEL, deve concordar em brasileiros serão cumpridas fielmente.
gênero e número com a palavra a que se Correção da frase: haverão de ser.
refere:  Alternativa (e): as medidas procedem.
 Quero dez pães os mais claros possíveis;
 Comprei doze rosas as mais abertas possíveis;
 Quero duas respostas aos menos ambíguos possíveis.

 A expressão o MAIS/MENOS...POSSÍVEL
deve se manter no masculino singular,
independentemente da palavra a que se liga:

 Quero dez pães claros o mais possível;


 Comprei doze rosas mais abertas possível;
 Quero duas resposta as menos ambíguas possível.

 Menos, alerta, pseudo: são palavras


invariáveis:

 Os escoteiro devem estar sempre alerta;


 Houve menos reclamações dessa vez;
 As pseudopedagogas foram desmascaradas;

 Silepse de gênero: Concordância irregular,


também chamada de concordância
ideológica, é a que se não com o termo
escrito, mas com a ideia que ele expressa.
 São Paulo é linda;
 Agente está cansado.

Ex.: 1: A frase em que a concordância respeita


as regras da gramática normativa é:
a. É bilateral, sem duvida alguma, os interesses
pela exploração desse tipo de negócio, por
isso os países envolvidos terão de fazer
concessões mutuas.
b. Cada um dos interessados em participar dos
projetos devem apresentar uma proposta de
ação e uma previsão de custo;
c. Acordo luso-brasileiros têm sido recebidos
com entusiasmos, o que sugere que haverá de
serem cumpridos fielmente;
d. Quanto mais discussão houver sobre as
questões pendente, mais se informarão, com
certeza, os que tem de decidir as próximas
passa do processo;

206
I. Suspeito de
Longe de

A regência é dividida em:


 Regência nominal: Quando o termo regente é
um nome:
 O homem está para o trabalho.

 Regência verbal: Quando o termo regente é


um verbo:
 Assistimos ao filme.

Os complementos colocados na frase receberam


nomes específicos:
 Complemento nominal: Quando completa o
sentido de um nome e vem sempre introduzido
por preposição:
 Complemento verbal: Quando completa o
sentido do verbo e pode ser ou não introduzido
por preposição; nesse caso teremos de
renomeá-lo como:

 Objeto direto: É o complemento diretamente


REGÊNCIA ligado ao verbo, sem auxílio de preposição;
Regência é a relação de dependência entre os  Objeto indireto: É o complemento
componentes de uma oração ou entre orações. indiretamente ligado ao verbo, com o auxílio
Regência é maneira como o nome ou verbo se de uma preposição.
relacionam com seus complementos, com a
preposição ou sem ela. Quando um nome exige REGÊNCIA VERBAL
um complemento proporcionando, dizemos que Nesse tipo de regência, é o verbo que pede um
este nome é um termo regente e que seu complemento que pode ou não ligar-se através de
complemento é um termo regido. preposição. A escolha da preposição adequada
Termo regente: Aquele que pede um depende da significação do verbo. Devemos
complemento; observar as possibilidades de uso de uma outra
Termo regido: Aquele que completa o sentido de preposição.
outro. O homem está apto para o trabalho.
O nome APTO não possui sentido completo, Existem verbos que admitem mais de uma
precisa de um complemento; o termo PARA O regência sem mudar seu significado:
TRABALHO aparece completando o sentido do
nome APTO.  Cumpriremos com o nosso dever;
Assistimos ao filme.  José tarda a chegar;
 José não tarda em chegar.
O verbo ASSISTIMOS não tem sentido completo,
ele necessita de um outro termo que lhe dê
Existem verbos que mudam seu significado
completude, o termo AO FILME está completando
quando se altera a regência:
o sentido do verbo ASSISTIR. Os termos apto e
assistimos são os regentes, pois exigem Aspirei o aroma das flores. (aspirar=sorver, respirar);
complementos, já os termos para o trabalho e ao Aspirei a um bom cargo. (aspirar= desejar, objetivar, almejar).
filme são os regidos, pois funcionam como
complemento. Olhe para ele (olhar=fixar o olhar);
Olhe para ele (olhar=cuidar).
Ninguém Assistiu À palestra
Termo regido Termo regido
Particularidades: A estrutura oracional da língua
Necessidade De ser fera portuguesa permite que se altere a posição dos
Termo regente Termo regido termos dentro da frase e também autoriza o uso
de um ou outro termo para que se evite a
Regência redundância, a repetição. Quando usamos esses
Verbo Nominal processo facultada pela língua, devemos ter
V.T.D Admiração a, por cuidado de não trocar a regência dos termos:
V.T.I Doutor em
V.T.D.I Diferente de  O que você mais gosta em mim? (Errado).

207
essa preposição deve ser colocada antes
O pronome interrogativo QUE está no lugar do desse pronome interrogativo:
complemento do verbo gostar.
O verbo gostar pede a preposição DE antes do  Qual perfume você falou? (ERRADO);
seu complemento, portanto, deve aparecer essa  De qual perfume você falou.
preposição antes do pronome interrogativo que.
 O que o senhor, ao concorrer a uma vaga, aspira?
A frase correta é: (ERRADO);
 Aqui o senhor, ao concorrer a uma vaga, aspira?
 Do que você mais gosta em mim?
 Que filme você assistiu ontem? (ERRADO);
Um único complemento para dois ou mais verbos:  A que filme você assistiu ontem?
 Comi e saboreei a fruta;
 Regência com pronome relativo: Que, qual,
O objeto direto a fruta se liga tanto ao verbo comer quem, onde e cujo são pronomes relativos,
quanto ao verbo saborear, e a frase está correta. substituem termo mencionado anteriormente.
 Comi e goste da fruta (errado).
 Ela é a mulher. + Eu amo a mulher. = Ela é a mulher
Perceba que o objeto indireto da fruta se liga tanto que eu amo.
ao verbo comer quanto ao verbo gostar, e a frase
está errada.  Que: substitui nomes de pessoas, animais e
No primeiro exemplo, tanto o verbo comer quanto coisas:
o verbo saborear são verbos transitivos diretos, ou  Ana é a secretária que eu contratei;
seja, têm a mesma regência.  Cachorro é o animal que lhe darei;
 Comprei a camisa que você me pediu.
 Regra: Verbos de regência idênticas podem
 Qual: substitui nomes de pessoas, animais e
ter complemento único comum.
coisas. Esse pronome sempre é usado com
 Regra: verbos de regência idênticas podem ter artigo antecedente: (o qual, a qual, os quais,
complemento único comum: as quais):
 Comer é VTD, gastar é VTI, ou seja, são verbos de
regências diferentes.
 Ana é a secretária da qual eu te falei;
 Cachorro é o animal do qual gosto;
 Regra: Verbos de regências diferentes pedem  Comprei as camisas das quais você falou.
complementar distintos:
 A correção será: comi a fruta e gostei dela.
 Quem: Substitui nomes de pessoas:
 Entrei e sai da sala (ERRADO);
Todos são pessoas em quem confio.
 Entrei na sala e dela sai.
 Onde: Substitui nomes de localidades (lugar):
 Li e refleti sobre o texto. (ERRADO);  Aquela é a casa onde moro;
 Li o texto e refleti sobe ele.  Visitei a cidade onde nasci.

 Amo e obedeço meu pai. (ERRADO);


 Amo meu pai e obedeço-lhe.
 Cujo: Substitui nomes de pessoas, animais e
coisas desde que expressem ideia de posse.
 Regência com pronome interrogativo: Que, Esse pronome sempre concorda com o
qual, quem, quanto e onde são pronomes substantivo posterior a ele. Não pode haver
interrogativos: Há dois modelos de frase artigo entre o pronome cujo e o substantivo
interrogativa: com o qual ele concorda:
 Esta é a fazenda cujo posto recai;
o. Direta: Quando a frase termina em ponto de  conheço o home cujas filhas estão na TV.
interrogação:
 Que horas são agora?
 Regra: Se o pronome relativo é usado com
verbo ou nome que peça preposição, essa
 Indireta: Quando a frase termina em ponto-
preposição deve ser colocado antes do
final, mas dá ideia de pergunta.
 Gostaria de saber que horas são.
pronome relativo.
 Eu não conheço a marca de margarina que você gosta
(ERRADO).
Os pronomes interrogativos substituem os  Não conheço a marca de margarina de que você gosta.
complementos verbais ou nominais, portanto  O verbo GOSTAR pede a preposição DE, que aparece
estão sujeitos à regência como qualquer outro antes do pronome relativo, pois este é o seu
termo nessa função. complemento.

 Regra: se o pronome interrogativo é usado  Regência com pronome pessoal do caso


com um verbo ou nome que peça preposição, oblíquo átono: Pronome obliquo como objeto

208
direto ou objeto indireto, de acordo com a
regência do verbo a que se ligam. assim: Exemplo 2: O segmento do verbete que
 Ela me procurou. apresenta descuido quanto à regência é:
a. Adoção [...] de políticas e práticas
 ME: objeto direto, pois o verbo obedecer pede organizacionais socialmente responsáveis;
um complemento com preposição. Os b. Seu objetivo básico é atuar no meio ambiente
pronomes O, OS, A, AS, LHE, LHES têm uso [...], inter-relacionando-se com o equilíbrio
específicos, por se referirem todos à 3ª ecológico, com o desenvolvimento econômico
pessoa: e com o equilíbrio social.
c. A organização que exerce sua
 O, A, OS, AS: São sempre objeto direto, ou responsabilidade social procura respeitar e
seja, só podem substituir complementos cuidar da comunidade;
verbais sem preposição: d. A organização que exerce sua
 Comi as frutas = comi-as;
 Observei o paciente = observei-o;
responsabilidade social procura [...] conserva a
 Não vi as meninas hoje = não as vi hoje. vitalidade da terra e a biodiversidade;
e. A organização que exerce sua
 LHE, LHES: São sempre objeto indireto, ou responsabilidade social procura [...] promover
o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e
seja, só podem substituir complementos
a qualidade de vida.
verbais com preposição:
 Ela obedece aos pais = ela lhe obedece;
 Nós agradecemos a Pedro o jantar = nós lhe
agradecemos o jantar;
 Mandei flores para a Radegontes = mandei-lhes
flores.
Resposta:
 Verbos que pedem dois complementos: Os
 Alternativa (a): adoção de algo;
VIDI devem sempre apresentar um
 Alternativa (b): atuar em algo;
complemento sem preposição e outro com
preposição. Caso isso não aconteça, a frase  Alternativa (c) correta: FCC e suas
estará incorreta. novidades. Dois verbos só podem admitir o
mesmo complemento se possuírem a mesma
 O pai autorizou aos filhos a irem ao cinema (ERRADO); predicação, Isto é, se exigirem o mesmo tipo
 O pai autorizou os filhos a irem ao cinema. de complemento. Correção: procura respeitar
 Os filhos = objeto direto; a comunidade e cuidar dela = respeitar é
 A irem ao cinema = objeto indireto. transitivo direto e cuidar é transitivo indireto.
 Sujeito e regência: o sujeito, jamais poderá estar
preposicionado:  Alternativa (d): exercer algo e conservar algo;
 Já era hora dela chegar (ERRADO);  Alternativa (e): exercer algo e promover algo.
 Já era hora de ela chegar.

 Perceba que o pronome ELA é sujeito do


verbo CHEGAR se unimos a preposição DE
ao pronome, teremos um sujeito
preposicionado, daí o ERRO.

 Ela saiu apesar do pai pedir que não saísse


(ERRADO);
 Ela saiu apesar de o pai pedir que não saísse.

 Antes da dor bater, tome logo uma aspirina


(ERRADO);
 Antes de a dor bater, tome logo uma aspirina.

REGÊNCIA NOMINAL
É o fato de um nome não ter sentido completo e
exigir outro que lhe complete o sentido. A escolha
de uma ou outra preposição deve ser feita com
base na clareza, na eufonia e também deve
adequar-se às diferentes formas de pensamentos.

 Aberto a, para;
 Aborrecido a, com, de, por;
 Abrigado a;
 Abundante de, em;
 Adequado a.
209
Há dois casos em que o vocabulário a pode ser
pronome demonstrativo, equivalendo ao pronome
aquela, antes de pronome relativo que antes de
preposição de:
A (=aquela) que chegou era minha filha/sua filha é
linda, mas a (=aquela) dele é muito mais.
1º. Nós nos referimos à que foi primeira do
concurso para analista judiciário.
2º. Sempre procurou fazer alusão às lições de
Bechora do Celso Cunha.
No 1º caso, que se refere, se refere, a + a = à.
No 2º caso, que faz alusão, faz alusão a + a = às.

3. a + (preposição) + aquele(s) aquele(s),


aquela(s), aquilo (pronome demonstrativos =
aquele(s), àquela(s), aquilo.

Casos obrigatórios
Locuções adjetivas, adverbiais, conjuntivos e
prepositivos com núcleo feminino. A crase ocorre
porque a preposição a que inicia tais locuções se
funde com o artigo a que vem antes do núcleo
feminino. O acento grave é fixo.
CRASE Um policial à paisana trocou tiros com três
A palavra crase origina-se do grego Krasis e homens que tentavam roubar um banco.
significa fusão, junção, mistura. Ocorre com Cheguei ás cinco horas mais seguro;
vogais idêntica e o primeiro a sempre será uma Einteins estava à frente de seu tempo.
preposição.
Crase é a fusão de duas vogais idênticas. A 1ª Diante da palavra moda = à moda de.
vogal A é um artigo, os pronomes demonstrativos, à moda de, à maneira de;
normalmente um verbo ou um nome exige a Devido à regra, o acento grave é
preposição A, que se funde com outro A, obrigatoriamente usado nas locuções
formando a crase À. Existem quatro situações prepositivas com núcleo femininas iniciadas por
básicas: AI.
Os frangos eram feitos à moda da casa
1. A (preposição) + a (s) (artigo)= à(s): imperial.
 É impossível resistir à lasanha da minha mãe As vezes, a locução, vem implícita antes de
substantivos masculinos.
Quem nunca resiste... nunca resiste a + a Comi uma caça à espanhola anteontem;
(lasanha )= à (lasanha). Ontem jantei um bacalhau à Gomes de Sá;
Hoje comerei um filé à Osvaldo Aranha.
Mas como é que sabemos que há um artigo
feminino antes do substantivo lasanha para a Haverá crase quando o termo regente exigir a
gente poder crasear o A? Para, isso basta colocar preposição a e o termo regido admitir o artigo a
o artigo antes do substantivo e criar uma frase ou as.
hipotética, colocando-o como sujeito da frase: Referi-me À autora
 A lasanha da minha mãe é ótima?
Referi-me a (preposição) + a (artigo) = à.
A ausência do artigo tornaria a frase estranha;
 Lasanha da minha mãe é ótima? Ficou insensível À dor
Insensível a algo + a (artigo) = à.
O artigo serve para determinar, especificar a (preposição)
palavra lasanha.
 Minha mãe deu À luz um bebê lindo em 1982 Chegamos Às sete horas.
Chegamos a (preposição) + as (artigo)=às.
O verbo dar, como se sabe, é bitransitivo. Logo,
um bebê lindo é objeto direto, e à luz, o objeto Casos em que sempre haverá crase: Diante
indireto. de palavras femininas, substitua sempre por
uma masculina:
2. A (preposição) + a (s) (pronome Sou grata à aluna. Sou grata ao aluno.
demonstrativos)= à (s) Alcool é prejudicial à Alcool é prejudicial

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saúde. ao organismo.  Assisto a TODAS peça de teatro no RJ, afinal, sou
um critico.
Este texto é posterior à Este texto é posterior
invenção do conto. ao invento do conto.
 Antes de numerais não determinados por
artigos:
 Nas indicações de horas:  O professor não conseguiu explicar o assunto a
 Acordamos às seis horas, = ao meio-dia; UMA aluna, as TRÊS não quiseram esperar para
 Elas chegaram às dez horas, = ao meio-dia; tirar suas dúvidas.
 Foram dormir à meia-noite, = ao meio-dia.  O político iniciou visita a DUAS nações europeias.

 Diante de nomes de lugar: Substitua o termo  Antes de verbos no infinitivo:


regente por um verbo que peça preposição  A PARTIR de hoje serei um pai melhor, pois VOLTEI
DE. resultando na contração DA significação a trabalhar.
que esse nome de lugar aceita o artigo e
haverá crase.  Depois de outra preposição qualquer:
 Vou à França = vim da França;  Fui PARA a Itália;
 Cheguei à Grécia = vim da Grécia;  A fundação casa é uma instituição que atua em
 Retornarei à Itália = vim da Itália. casos de extrema gravidade, MEDIANTE a
determinação judicial.
Obs. Se especificar o nome do lugar, haverá
crase:  Entre palavras repetidas que formam uma
 Retornarei à São Paulo dos bandeirantes = vim da locução:
São Paulo dos bandeirantes.  Quero que você fique CARA a CARA e diga a
 Irei à Salvador de Jorge Amado = vim da Salvador verdade;
de Jorge Amado.  Nosso DIA a DIA nunca mais foi o mesmo após o
furacão.
Diante de pronomes demonstrativos: Crase
Diante desses pronomes sempre que o termo Exemplo: O uso do sinal indicativo da crase em
regente exigir a preposição a. ``Já existia o Patronato agrícola, ligado a
Refiro-me A aquele livro secretaria de agricultura, o qual se ocupava de
Preposição a + pronome demonstrativo aquele= tais ``questões´´ justifica-se por que o verbo ligar
àquele. exige complemento regido pela preposição a, e a
Dediquei A aquele Aluno o meu livro palavra ``secretaria´´ é antecedida pelo artigo
definido feminino singular a.
Resposta: Para justificar essa questão, primeiro
Dediquei algo A alguém
lembraremos um dos casos da regra da crase,
Preposição a + pronome
que é o sinal gráfico para marcar a junção de uma
demonstrativo aquele = à
preposição a + artigo a. A palavra ``ligado´´ exige
alguém.
preposição ``a´´ e a palavra ``secretaria da
agricultura´´ exige o artigo definido ``a´´. em vista
Casos proibitivos
disso há ocorrência dessa fusão. Certo.
 Antes de substantivos masculinos:
 Andou a CAVALO pela cidadezinha, mas preferia ter
andado a PÉ. Exemplo: Há omissão do sinal indicativo da crase
em:
 Antes de substantivo usado em sentido Os vizinhos tomaram providências a respeito dos
generalizado: latidos;
 Depois do trauma, nunca mais foi a FESTA; O autor que refere a dupla de artistas como
 Não foi feita menção a MULHER, nem a CRIANÇA, adoráveis;
tampouco a HOMENS.
 Antes de artigo indefinido UMA:
Agradeci a ele pelo magnífico presente;
 Iremos a UMA reunião muito importante no domingo. Os cães continuaram a latir sem parar;
Ela visita a avó todos os domingos.
 Antes de nomes de santa, nossa senhora e Resposta: a regência do verbo ``referir-se´´ exige
de mulheres celebres: uma preposição ``a´´, e a palavra ``dupla´´ é um
 Tenho devoção a SANTA Maria Madalena; substantivo antecedido de artigo, portanto deveria
 Muito devemos a TEREZA de Calcutá; ocorrer crase. alternativa (B).
 Dirigiu-se a SANTA Rita em oração com fervor.

 Antes de pronomes pessoais, pronomes


interrogativos, pronomes indefinidos,
pronomes demonstrativos e pronomes
relativos:
 Fizemos referência a vossa excelência, não a ELA;
 A QUEM vocês se reportaram no plenário?;

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