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Suspensões Emulsões
São formas farmacêuticas que contêm partículas São dispersões de duas fases líquidas
do PA numa dispersão uniforme, num veículo no constituída por um líquido imiscível num outro
qual o PA apresenta uma solubilidade mínima. líquido sob a forma de gotículas. Sua estabilidade
São preparações líquidas que contem uma ou depende do tipo de agentes emulsionantes
mais substâncias químicas dissolvidas num usados, e da película interfacial capaz de formar-
solvente ou numa mistura de solventes, que, de se rapidamente, impedindo a aproximação e união
acordo com as suas características, usamos as da fase dispersa.
soluções para via oral, ótica, oftálmica ou tópica. A partir dos componentes e da viscosidade
Vantagem: No uso da suspensão em podemos separá-las como líquidos para uso
qualquer forma, para um líquido a maior parte internos ou externos, ou semissólidos para uso
limitada para preparações de um sólido, um externo. As formas de uso externo são chamadas
líquido, e frequentemente um gás solúvel loções quando líquidas, de cremes quando
num liquido. sólida. São classificadas pelo:
São sistemas heterogêneos em que a fase Tamanho das gotículas: microemulsões e
externa é líquida ou semissólida, e a fase interna é emulsões;
constituída por partículas sólidas insolúveis no Número de fases: bifásica, trifásica e múltipla;
meio usado. O fármaco é conhecido como fase Dispersão das fases: emulsões (a/o) ou (o/a).
dispersa, enquanto que o veículo é chamado fase A maioria das emulsões é do tipo o/a: laváveis
dispersante, juntos produzem um sistema e facilmente removidos da pele ou das roupas,
disperso. Usamos as suspensões para três apresentando melhor biodisponibilidade.
finalidades:
Para uso oral;
Para aplicação tópica na pele e mucosas;
Para administração parenteral.
Algumas suspensões orais já vêm prontas para o
uso, estão dispersas num veículo líquido com ou
sem estabilizantes e outros aditivos farmacêuticos. Figura 1: Emulsão. (a) tensoativos (agente emulsificante);
(b) óleo; (c) água; (d) agitação; (e) emulsão.
Outras estão disponíveis para o uso na forma de
pó seco, destinado a serem misturado com veículo Vantagens:
líquido. Este tipo de produto geralmente é uma
Aumento da estabilidade química da solução;
Solubilização do fármaco na fase interna ou
externa;
Mascaramento de sabor e odor desagradável
de certos fármacos pela solubilização;
Biocompatibilidade com a pele humana.
Desvantagens:
Baixa estabilidade física ou físico-química; Figura 3: (1) emulsões o/a: (a) água; (b) óleo. (2) emulsões
Menor uniformidade. a/o: (a) óleo: (b) água. (3) emulsão o/a/o. (a) água; (b) óleo; (c)
água. (4) emulsão o/a/o; (d) óleo.
Pré-requisitos: As emulsões devem
apresentar viscosidade adequada ao uso Uso interno e externo: O interesse da
tópico ou oral. Os tensoativos usados na farmacotécnica nas emulsões vem da
estabilização das emulsões devem apresentar possibilidade da administração, numa mistura
valores de EHL adequados e ser compatíveis substâncias hidro e lipossolúveis, o que,
com uso interno ou externo. conforme ao seu fim, podem ser uma emulsão
Componentes: São constituídos por duas de uso interno ou externo.
fases uma de natureza aquosa e outra oleosa, Uso interno: Uma emulsão para uso interno
e os agentes emulsivos sempre entre elas. pode ser administrada oralmente ou por via
Fase aquosa: A H2O fase obrigatória em endovenosa.
todas as emulsões podem ter em dissolução Via oral: As emulsões administradas por VO
várias substâncias, como produtos pertencem ao tipo o/a, tornando palatáveis
medicamentosos, conservantes, corantes, óleos intragáveis, visto que a dispersão é
edulcorantes e aromatizantes. feita em veículo aquoso edulcorado e
Fase oleosa: A fase oleosa de uma emulsão flavorizado, e a fase interna passa pelas
pode ser constituída por óleos, resinas, papilas gustativas sem entrar em contato
goma-resina, ceras e gorduras, além de com elas, indo direto para o estômago. Os
substâncias lipossolúveis, como o salicilato agentes molhantes devem ser
de fenilo, cânfora, vitaminas óleos solúveis, hidrossolúveis, pois tais substâncias devem
antioxidantes e anticépticos, etc. ficar concentradas na fase externa da
emulsão, uma vez que poderão disfarçar o
gosto da droga que queremos corrigir.
O tamanho reduzido dos glóbulos de óleo pode
torná-lo mais digerível e acelerar sua absorção.
Em alguns casos podemos corrigir o gosto
desagradável de algumas substancias
hidrossolúveis que figuram na mesma emulsão o/a
recorrendo a uma dupla emulsão. Conseguimos
encobrir o gosto amargo de um produto solúvel na
Figura 2: Emulsão. (a) fase oleosa; (b) fase aquosa.
água incorporando-o primeiro na fase interna de
uma emulsão do tipo a/o por adição de um agente
Tipos de emulsão: A fase em que o emulsivo do tipo hidrófilo, resultando que a
tensoativo for mais solúvel determina a fase substância amarga fica situada na parte mais
externa. Sendo assim, as emulsões se dividem interna da fase aquosa da dupla, emulsão a/o/a,
em simples e múltiplas. conseguindo-se, assim, disfarçar o seu paladar
Simples: desagradável.
o/a: fase interna formada por gotículas de Uso externo: Para aplicação externa as
óleo envoltas pela fase aquosa, são emulsões podem ser do tipo o/a ou a/o,
facilmente lavadas; podendo ser preparada uma fórmula de
a/o: fase interna formada por gotículas de consistência variável. As soluções de uso
H2O, envolta por uma fase oleosa contínua. externo, aplicáveis sobre a pele, podem ser
Múltiplas preparadas na forma o/a ou a/o dependendo
a/o/a: Água em óleo, em água: fase mais de fatores, como natureza dos agentes
interna aquosa, circundada por uma fase terapêuticos, necessidade de um emoliente, e
intermediária oleosa, e por fim, envolvida situação da superfície cutânea. Na pele
pela fase aquosa; íntegra, as emulsões de a/o geralmente podem
o/a/o: Óleo em água, em óleo: fase mais ser aplicadas com mais uniformidade, pois a
interna oleosa, circundada por uma fase pele está coberta por uma fina película de
intermediária aquosa, e por fim, envolvida sebo, e essa superfície é mais facilmente
pela fase oleosa. umedecida por óleo do que por água. As
emulsões de a/o também são mais emolientes
para a pele, pois resistem mais à secagem e
são resistentes à retirada pela água. Por Epidérmicas: Pomadas que possui fraco ou
vezes, a emulsificação de um medicamento nenhum poder de penetração cutânea;
numa base provoca a diminuição do ritmo de Endodérmicas: Pomadas que penetram na
absorção dessa substância através da pele e epiderme, atuando nas camadas mais
das membranas mucosas e tal propriedade profundas, mas sem que os fármacos
pode ser aproveitada para obtenção de veiculados cheguem à circulação.
fórmulas de ação retardada. Assim a efedrina, De acordo com o aspecto, consistência ou
na forma de emulsão o/a, é mais lentamente composição do excipiente:
absorvida pela mucosa nasal do que aplicada Pomadas propriamente ditas: São untuosas
em solução oleosa, o que torna possível e preparadas com excipientes gordurosos ou
prolongar seu efeito vasoconstritor local. com PEG;
Cremes: São preparados com excipientes
emulsivos do tipo o/a ou a/o;
Cerelos ou Cerotos: Contém uma % de
ceras;
Unguentos: Quando contém resinas;
Pasta dérmica: Apresentam-se espessas,
com muitos pós-insolúveis;
Glicerídeos: Excipiente constituído de gel de
amido com um poliol, como a glicerina;
Pomadas-geleia: Quando os seus excipientes
são géis minerais ou orgânicos.
Tipos de pomadas
Semi-solidas Pomadas propriamente ditas (PPD): São
São classificados como pomadas, cremes e geis, preparadas com excipientes gordurosos ou
sendo estas destinadas à aplicação tópica. Pode com PEG, apresentam-se moles e untuosas.
ser administrada a pele, na superfície dos olhos, São preparações anidras ou com pouca
via nasal, via vaginal ou retal as preparações quantidade de água incorporada. Em regra,
tópicas podem ser usadas buscando efeitos são congestivas, pois não permitem a
tópicos ou efeitos sistêmicos; com isso,deve-se respiração cutânea. A PPD que contém
considerar para qual paciente será administrado, resinas é designada por unguentos. O termo
pois como pode atingir a corrente sanguínea, o unguento vem do latim Ungere=untos e é hoje
cuidado na administração em gestante deve tomado no sentido, de qualquer tipo de
existirpara que não chegue a corrente sanguínea pomada. Unguentos são preparações de
em gestante deve existir para que não chegue à consistência firme, mais espessa do que a dos
corrente sanguínea do feo e ne do recem-nascido, ceratos, que além de, conterem natureza
através do leite materno. resinosa, podem apresentar ceras.
PPD hidrófobas: formas semi-sólidas,
Pomadas translucidas, pegajosas, e consistentes
Formas farmacêuticas plásticas deformáveis, de que absorvem pouca água;
consistência mole, destinada ao uso externo, para PPD hidrófilas: formas miscíveis na água,
a ação tópica, dotadas de propriedades plásticas composta de polímeros hidrófilos (PEG) de
que permitem, mediante um esforço mecânico, pesos moleculares distintos. São
que a sua forma se modifique, adaptando-se às consistentes, removidas por água e de
superfícies da pele ou às paredes das cavidades aparência translucida.
mucosas que se aplicam.
As pomadas são usadas para ações epidérmicas, Ceras e ceratos
já que a penetrabilidade dos fármacos que Dentro das PPD temos aquelas que contêm
transportam é pouca. Nestas circunstâncias são ceras e podemos designar por ceratos. O termo
especialmente usados como veículos de fármacos cerato ou ceroto provém da designação dada, em
antissépticos e adstringentes. São classificadas latim, as preparações untuosas que apresentam
quanto à sua composição ou em relação ao tipo elevada quantidade de ceras. Consideramos como
de ação terapêutica, em:
ceratos as pomadas com 20% ou mais de ceras, Supositórios
podendo possuir uma pequena quantidade de São preparações farmacêuticas sólidas, com um
água, mas que, não formam emulsões ou vários PA, de forma e peso variado. A sua
verdadeiras, mas pseudoemulsões. forma (cônica ou ovoide), volume, consistências
são adaptadas à administração retal. No reto
Cremes devem fundir-se, dissolver-se, emulsionar ou
Cremes são emulsões com substâncias desagregar-se. Normalmente com peso
medicamentosas dissolvidas ou suspensas nas aproximado de 2,5g, para adultos 1,5g para
suas fases aquosa ou oleosa. A maioria são crianças e 1g para lactantes. Os PA são triturados
emulsões de o/a, também são preparados vários e tamisados, em seguida dispersos ou dissolvidos
cremes de a/o. Por vezes, a fase oleosa pode num excipiente simples ou composto, solúveis ou
apresentar elevado poder de penetração na pele, disperso na água ou que funde à temperatura
em especial molhantes, que permitem atravessar corporal. Assim, os supositórios podem destinar-
a barreira lipídica cutânea que emulsionam. Esta se a um tratamento local (adstringentes,
propriedade favorece o contato com a superfície desinfetantes, anestésicos, anti-inflamatório,
do tecido epitelial e permite a mistura, por laxativos por efeito osmótico, etc.), ou substituírem
emulsificação, com conteúdo dos sacos pilo- as preparações que eram por via oral (fármacos
sebáceos. Esses cremes combinam-se, pelos irritantes, nauseosos, com cheiro e sabor
seus constituintes emulsivos, com as proteínas desagradável; existência de lesões gástricas,
celulares, sendo mais intensa a fixação quando os impossibilidade de deglutição, tratamento em
emulgentes forem catiônicos. pediatria, etc.). Os supositórios também podem
Os cremes de o/a são bem tolerados nas substituir as medicações parenterais,
epidermes, podendo ser irritantes, em especial os hipodérmicas e intramusculares, sempre que os
de aniões ativo, quando a pele apresenta solução fármacos determinem reações locais, como
de continuidade. Nesses casos, tem-se procurado endurecimento, infiltração dolorosa, tumefação,
reduzira a irritação provocada adicionando sais etc. Ou quando as substâncias medicamentosas
tampões ao creme. influenciam o metabolismo, ou seja, inativados
Uma das principais vantagens dos cremes o/a é o pelas enzimas da região.
fato de serem facilmente removido da pele ou das
roupas por simples lavagem.
Pastas
O termo pasta dérmica, designa preparações Óvulos
para aplicação cutânea que tem uma quantidade Conhecidos como supositório vaginal, são
de substâncias pulverulentas. preparações farmacêuticas de forma ovoide, de
A presença de altas concentrações de pós torna consistência sólida, em regra mole, destinado a
as pastas completamente diferentes das pomadas serem introduzidos na vagina. Obtidas por
propriamente ditas, pois apresentam um ligeiro solidificação ou compressão em moldes, são
efeito secante, absorvendo os exsudados obtidos por incorporação de PA num excipiente
cutâneos, o que se deve à adsorção ou à Hidrodispersíveis, como a glicerina-gelatinada. Em
capilaridade, não causando congestão dos geral destinado à ação local, sendo antibióticos,
tecidos, como acontece com as pomadas. antiparasitários, antissépticos, entre outros, os
Podemos usa-lo para superfícies cutâneas úmidas fármacos mais usados em óvulos são:
ou molhadas, estando indicado, neste caso, o uso Mercurocromo (antisséptico), Tanino
de pasta formada por excipientes hidrófilos (adstringente), Ópio (calmante), Penicilina e
miscíveis com as secreções da pele. sulfamidas (bactericida e bacteriostático).
BIODISPONIBILIDADE
A biodisponibilidade mede a quantidade de um
medicamento contido em determinada forma
farmacêutica que, ao ser administrada por
qualquer via num organismo vivo, atinge a
circulação sanguínea de forma inalterada. A
biodisponibilidade é também a quantidade de
medicamento que atinge não só a circulação
sanguínea como também o local de ação. Os
dados de biodisponibilidade são usados para
determinar:
A quantidade de um medicamento absorvido a
partir de uma determinada forma farmacêutica;
A velocidade de absorção do medicamento;
A permanência do medicamento nos líquidos
do organismo e sua correlação com as
respostas farmacológicas ou tóxicas.
Estas informações tem importância para a
determinação da posologia de um medicamento e
da sua forma farmacêutica.
Figura 4: A duração da ação e concentração plasmática de
uma droga pode ser afetada pela sua velocidade de absorção.
Na figura há 3 medicamentos com taxas de absorção Figura 6: Determinação de biodisponibilidade: (1)
diferentes. O medicamento A é absorvido rapidamente, o concentração plasmática do fármaco; (2) tempo; (a) ASC
medicamento C sofre absorção lenta, a velocidade de injetada; (b) ASC oral; (c) fármaco administrado; (d) fármaco
absorção do medicamento B está entre as dos medicamentos injetado; (e) fármaco admini strado por via oral.
A e C. o medicamento A alcança a maior concentração
plasmática máxima. O medicamento C é absorvido
lentamente e nunca alcança uma concentração plasmática Fatores que influenciam a biodisponibilidade
elevada, ficando mais tempo no plasma que os medicamentos Em contraste com a administração IV, que confere
A e B.
100% de biodisponibilidade, a administração oral
de um fármaco envolve metabolismo de primeira
passagem. Está biotransformação, além das
características físicas e químicas dos fármacos,
determina a quantidade de fármaco que alcança a
circulação e a que velocidade. A ÁREA SOB A
CURVA (ASC) do tempo de concentração no
sangue é proporcional à extensão da
biodisponibilidade de um fármaco, se a eliminação
for de primeira ordem para uma dose intravenosa,
presume-se que a biodisponibilidade seja igual à
unidade. No caso de um fármaco administrado por
Figura 5: Curvas e tempo de concentração no sangue, via oral, a biodisponibilidade pode ser menor que
ilustrando como mudanças na velocidade de absorção e 100%, por quatro razões principais:
extensão da biodisponibilidade pode influenciar tanto a
duração da ação como a efetividade da mesma dose total de 1. Extensões incompletas da absorção através
um fármaco, administrado em três formulações diferentes. A da parede intestinal;
linha tracejada indica a CA do fármaco no sangue: ( 1) 2. Eliminação na primeira passagem pelo fígado.
concentração do fármaco no sangue; (2) tempo; (A) fármaco
rápida e completamente disponível; (B) somente metade da 3. Instabilidade química.
disponibilidade de A, mas velocidade igual a A; (C) fármaco 4. Natureza da formação do fármaco.
completamente disponível, mas velocidade somente metade
de A.
Determinação de biodisponibilidade
A biodisponibilidade é determinada pela
comparação dos níveis plasmáticos do fármaco e Extensão da absorção
de uma via particular de administração (ex.: Depois da administração oral, um fármaco pode
administração oral) com os níveis plasmáticos do ser absorvido incompletamente, por exemplo,
fármaco obtidos por injeção IV, na qual o fármaco somente 70% de uma dose de digoxina alcançam
entra na circulação rapidamente. Quando o a circulação sistêmica. Isso se deve à falta de
fármaco é administrado por via oral somente parte absorção do intestino. Outros fármacos são
da dose aparece no plasma. Lançando a demasiadamente hidrofílico (Atenolol) ou lipofílico
concentração plasmática do fármaco contra o (aciclovir) para serem absorvidos com facilidade, e
tempo, podemos mensurar a área sob a curva sua baixa biodisponibilidade também se deve à
(ASC). Essa curva reflete a extensão da absorção absorção incompleta.
do fármaco. A biodisponibilidade de um fármaco Se muito hidrofílico, o fármaco não pode
administrado por via oral é a relação da área atravessar a membrana lipídica celular; se
calculada para a administração oral comparada lipofílico demais, o fármaco não é solúvel o
com à área calculada para a injeção IV quando a bastante para cruzar a camada de água adjacente
dosagens são equivalente. à célula. Fármacos podem não ser absorvidos por
causa de um transportador inverso associado à
glicoproteína-P. esse processo bombeia
ativamente o fármaco fora das células da parede
intestinal e de volta ao lúmen do intestino. A 2. A ÁREA SOB A CURVA (ASC) é o parâmetro
inibição da glicoproteína-P e do metabolismo da farmacocinético usado para avaliar a
parede intestinal, por exemplo, por suco de biodisponibilidade absoluta.
toranja, pode se associar aumento da absorção do 3. Medicamentos de uso oral cujos fármacos não
fármaco. sejam absorvidos no trato gastrintestinal não
necessitam de estudos de biodisponibilidade
Eliminação de primeira passagem relativa.
Após a absorção através da parede intestinal, o 4. A biodisponibilidade traduz a velocidade e a
sangue da veia porta leva o fármaco ao fígado extensão de absorção de um fármaco a partir
antes da entrada na circulação sistêmica. Um de uma forma de administração.
fármaco pode ser metabolizado na parede Assinale:
intestinal (ex.: pelo sistema enzimático CYP3194), a. Se apenas a afirmativa 2 estiver correta.
ou mesmo no sangue da porta, porem, é mais b. Se apenas as afirmativas 2, 3 e 4 estiverem
comum, o fígado metabolizar antes do fármaco corretas.
atingir a circulação sistêmica. Além disso, o fígado c. Se apenas as afirmativas 2 e 3 estiverem
excreta o fármaco na bile. Qualquer desses corretas.
lugares contribui para a redução da d. Se apenas a afirmativa 4 estiver correta.
biodisponibilidade, e o processo geral é conhecido e. Correta: Se todas as afirmativas estiverem
como eliminação de primeira passagem o efeito corretas.
da eliminação hepática na primeira passagem
sobre a biodisponibilidade é expresso como a Ex.: 2: Com relação a biodisponibilidade de um
razão de extração (ER): fármaco é INCORRETO afirmar que:
𝐶𝐿𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜 a. Incorreta: Para uma dose, por via oral, de um
ER
𝑄 fármaco a biodisponibilidade pode ser superior
Onde Q é o fluxo sanguíneo hepático, a unidade ou 100%.
normalmente cerca de 9L/h numa pessoa que b. A biodisponibilidade é a fração do fármaco
pesa 70Kg. inalterado que alcança a circulação sistêmica
A biodisponibilidade sistêmica do fármaco (F) após sua administração por qualquer via.
pode ser prevista a partir da extensão de c. Para uma dose intravenosa de um fármaco, a
absorção (f) e da razão de extração. biodisponibilidade é igual à unidade ou 100%.
F=fx(1-ER) d. Para uma dose, por via oral, de um fármaco a
Um fármaco como a morfina é quase biodisponibilidade pode ser inferior a unidade
completamente absorvida (f=1), de modo que a ou 100%.
perda no intestino é irrisória. Contudo, a razão de
extração hepática para a morfina é a depuração
da morfina (60L/h/70Kg) dividida pelo fluxo
sanguíneo hepático que a biodisponibilidade da
morfina seja cerca de 33%, o que está próximo do
valor observado.
Estocagem
A estocagem de medicamentos deve ocorrer de
forma a garantir a segurança e as características
de qualidades dos medicamentos estocados, para
Figura 9: M odelo de distribuição por dose unitária. realizar o armazenamento, de modo que se
atentam as boas práticas, são necessários
Armazenamento conhecimentos técnicos sobre os produtos a
É a etapa do ciclo da AF que visa garantir a armazenar e sobre gestão de estoques. Para a
qualidade e a guarda segura dos medicamentos correta estocagem dos medicamentos,
nas organizações da área da saúde. Constitui-se acompanha as orientações a seguir:
como um conjunto de procedimentos que Observe os medicamentos que exigem
envolvem o recebimento a estocagem, guarda cuidados especiais de armazenamento, como
segurança contra danos físicos, furtos ou roubos, termolábeis e psicotrópicos;
a conservação, o controle de estoque e a entrega. Estoque os medicamentos por nome genérico,
O armazenamento deve levar e consideração a lote e validade de forma a partir fácil
similaridade dos itens, a rotatividade, o volume e o identificação.
peso dos produtos, bem como a ordem de entrada Não arraste caixas, nem arraste ou coloque
e saída. muito peso sobre elas;
O armazenamento tem como objetivo básico Os medicamentos devem ser conservados nas
garantir a conservação dos medicamentos, embalagens originais. Ao serem retiradas das
germicidas, correlatos e outros materiais caixas, as embalagens devem ser
adquiridos, dentro de padrões e normas técnicas identificadas.
específicas que assegurem a manutenção das
características e qualidade necessárias à correta Inventário físico
utilização. Toda movimentação de estoque deve ser
Todos os produtos são armazenados registrada por documentação adequada, visando à
obedecendo às condições técnicas ideais de luz, prescrição de controle. Periodicamente, a
temperatura e umidade numa central de empresa deve efetuar contagens físicas de seus
abastecimento farmacêutico. itens de estoques para verificar:
Os produtos devem ser dispostos de forma a Discrepância em valor, entre estoque físico e
garantir inviolabilidade, características físico- o estoque contábil;
químicas, observação dos prazos de validade, Discrepância entre os registros e o estoque
com a manutenção da qualidade dos produtos. físico (quantidade real nas prateleiras);
Uma boa armazenagem e fator de suma Apuração do valor total do estoque (contábil),
importância em todo processo da assistência para efeitos de balança; neste caso, o
farmacêutica hospitalar, gerando redução de inventário é realizado próximo ao
custos, a manutenção do tratamento ao paciente e encerramento do ano fiscal.
uma organização nas varias atividades da Fazem parte da preparação e do planejamento
farmácia. para o inventario:
Folhas de convocação e serviços, definido:
Condições de armazenamento convocados, datas, horários e locais de
Estrutura física: o armazenamento de trabalho;
medicamentos, produtos farmacêuticos e Fornecimento de meios de registro de
dispositivos médicos devem ser feito de modo qualidade e quantidade adequada para uma
a garantir as condições necessárias de correta contagem;
espaço, luz, temperatura, umidade e Nova analise da arrumação física;
segurança dos medicamentos, produtos Método de tomada de inventário e
farmacêuticos e dispositivos médicos. treinamento;
Medicamentos sujeitos a controle especial: Atualização e analise dos registros;
Recomenda-se que haja uma sala reservada Cut-off (data de corte) para documentação e
para o armazenamento destes medicamentos movimentação de materiais a serem
e, neste caso, a esma deve atender as inventariados.
especificações sobre a ventilação,
Dispensação A dispensação de medicamentos é uma atividade
Conforme a lei 5991/73, que rege o controle técnica de orientação ao paciente de importância
sanitário do comércio de drogas, medicamentos, para a observância ao tratamento, portanto, eficaz
insumos farmacêuticos e correlatos, no Brasil, quando bem administrado a implantação de um
sistema racional de dispensação de
Dispensação é o ato de fornecimento ao consumidor de medicamentos e de outros produtos para a saúde
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e deve ser priorizada pelo estabelecimento de
correlatos, a título remunerado ou não.
saúde e pelo farmacêutico, de forma a buscar
Esta lei exige a presença do farmacêutico ou processos que garantam a segurança do paciente,
substituto, sem, contudo, garantir a assistência a orientação necessária ao uso racional do
medicamento, sendo recomendado pela portaria
efetiva deste profissional no ato de dispensar e
4283/10, a adoção de um sistema individual ou
nas outras atividades realizadas pelas farmácias e
unitário de dispensação. Dependendo das
drogarias, deixando transparecer apenas o
características e objetivos do estabelecimento de
aspecto comercial do ato, com interesse principal
saúde a dispensação também poderá ser
centrado no lucro.
A PNM regulamenta através da portaria 3926/98, descentralizada, através das farmácias satélites.
definiu a dispensação como o ato do profissional Estas poderão estar localizadas em blocos
farmacêutico de proporcionar um ou mais cirúrgicos, unidades de terapia intensiva, outras
unidades de assistência ao paciente como pronto
medicamentos a um paciente, geralmente como
atendimento e pronto socorro. É a atividade dos
resposta à apresentação de uma receita
farmacêuticos com mais visibilidade e onde mais
elaborada por um profissional autorizado. Neste
se estabelece o contato com os serviços clínicos
ato o farmacêutico informa e orienta o paciente
do hospital. O farmacêutico deve considerar como
sobre o uso adequado do medicamento. São
elementos importantes da orientação, entre característica para um sistema adequado a
outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a racionalidade eficácia, economia e, sobretudo se
oferece segurança ao paciente. A dispensação de
influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos só deverá ser efetuada perante a
medicamentos, o reconhecimento de reações
apresentação de uma prescrição médica que pode
adversas potenciais e as condições de
ser informatizada, manual com copia original,
conservação dos produtos. Nesse conceito, o
fotocópia, carbonada, digitalizada, onde devem
aspecto comercial da atividade é excluído, dando-
lhe um caráter profissional na medida em que constar, no mínimo, os seguintes elementos.
deixa claro que o farmacêutico é responsável não Identificação do paciente;
Registro hospitalar;
só pelo fornecimento do medicamento, como
Leito e unidade de internação;
também pela orientação para o seu uso
Data da prescrição;
adequado. Além disso, insere a atividade num
Designação de medicamentos
grupo multiprofissional de assistência à saúde,
preferencialmente por DCB ou nome de
mais especificamente a assistência farmacêutica.
Com a criação da ANVISA em 1999, surgiu outras registro e indicação de dose, forma
normas sanitárias complementares à legislação farmacêutica, intervala de dose e via de
federal relativas aos estabelecimentos administração;
Identificação do médico prescritor e assinatura.
farmacêuticos para colocar em pratica a PNM. A
resolução 328/99, dispõe sobre requisitos Para minimizar erros e importante evitar a
transcrição médica em casos necessários é
exigidos para a dispensação de produtos de
recomendada a solicitação da prescrição médica
interesse à saúde em farmácias e drogaria entre
original para a conferência do farmacêutico.
outras coisas, institui o regulamento técnico sobre
as boas práticas de dispensação de Aspecto legal: Conforme o art. 2o da
medicamentos em farmácias e drogarias. Como resolução CFF357/01, a presença e atuação
podemos ver as atribuições do farmacêutico, ao do farmacêutico é requisito essencial para a
dispensar medicamentos, tomaram uma dimensão dispensação de medicamentos, sendo esta
muito maior, hoje a dispensação não significa uma atribuição indelegável, não podendo ser
apenas entregar o medicamento prescrito ou exercida por mandado nem representação. De
indicado pelo farmacêutico, mas se trata da acordo com essa resolução, ao dispensar
atuação clínica do farmacêutico, com o objetivo de medicamentos, o farmacêutico deve explicar
proporcionar ao paciente, não só o medicamento, clara e detalhadamente ao paciente o
como também os serviços clínicos que o beneficio do tratamento.
acompanham, promovendo o uso racional de
medicamentos e a proteção do paciente e a
prováveis PROBLEMAS RELACIONADOS AO
USO DE MEDICAMENTOS (PRMs).
Etapas Exame físico do medicamento: O
É classificada em quatro etapas distintas: farmacêutico deve realizar o exame físico do
abordagem do paciente, análise da restrição, medicamento, antes da entrega, do mesmo ao
exame físico dos medicamentos e orientação ao paciente. Nesta questão, ele irá observar
paciente: atentamente se as características físicas do
Abordagem ao paciente: A dispensação tem medicamento estão mantidas e se a validade é
inicio com a acolhida do paciente, ao procurar compatível com o tempo proposto do uso da
atendimento farmacêutico, espera encontrar terapia. Na oportunidade, o paciente deve ser
um profissional com conhecimento técnico e orientado para a importância da correta
postura profissional. A abordagem ideal pode conservação deste produto durante e após seu
contribuir para a adesão ou não ao tratamento uso evitando desta forma o uso ou reutilização
proposto, e o farmacêutico deve aproveitar de um produto impróprio para consumo.
essa oportunidade para estabelecer uma
relação de confiança com o paciente, devendo Dispensação e controle dos medicamentos
ouvi-lo, respeitá-lo e compreende-lo. Nessa psicotrópicos e entorpecentes: A portaria
etapa, são coletadas as informações gerais do 344/98 é a legislação sobre comércio de
paciente, tais como dados pessoais, estado medicamentos sujeito a controle especial. Nelas,
atual de saúde, hábito de vida e as substâncias estão distribuídas em listas que
comportamento adotados quando de uso de determinam a forma como devem ser prescritas.
medicamentos, sendo esta uma grande Estas listas são atualizadas através de RDC da
oportunidade de conquista da confiança do ANVISA e devem ser acessadas por todos os
paciente. Recomenda-se que as farmácias profissionais que trabalham com substancia
tenham uma área reservada para atendimento, sujeita a controle especial.
uma vez que o ambiente propiciará uma maior As substâncias de controle especial e os
ou menor proximidade do paciente com o medicamentos que as contem devem ser
farmacêutico. guardadas sob chave ou outro dispositivo que
Análise da prescrição: Nesta fase serão ofereça segurança, em local exclusivo para este
observados os aspectos farmacodinâmicos, fim e sob a responsabilidade do farmacêutico. Sua
farmacocinéticos e legais da prescrição. O dispensação deve ser feita exclusivamente por
farmacêutico deve iniciar, perguntando ao farmacêuticos, sendo proibida a delegação da
portador da receita se é ele o paciente que responsabilidade sobre o controle dos
fará uso daquela prescrição, pois, caso não medicamentos a outros funcionários.
seja, deve-se atentar para a relação existente
entre o comprador e o usuário, garantindo que
a informação prestada seja repassada com o
maior cuidado ao usuário daquele
medicamento. Antes, de repassar informações
ao usuário do medicamento, deve munir‑se de
alguns dados referentes ao usuário do
medicamento, tais como a idade, peso,
existência de outras doenças ou de
manifestações alérgicas. Estes dados visam a
auxiliar o farmacêutico na analise da
aplicabilidade da medicação e da posologia
prescrita, evitando problemas relacionados ao
medicamento devido, tanto pela efetividade Tabela 1: Denominações das listas de substâncias sujeitas a
quando pelas doses usadas. controle especial .
Ainda nesta fase, o farmacêutico avalia a
legibilidade, a data e os aspectos legais da Receituário: as prescrições de substâncias
prescrição tomando-se por base as normas legais sujeitas a controle especial (SSCE) devem ser
existentes, citando-se o capítulo 6 da lei 5991/73, realizadas em receita de controle especial
das boas práticas de prescrição, das boas práticas (RCE) ou notificação de receita (NR*). A RCE
em farmácia descritas na resolução CFF 357/01 e é usada para a prescrição de substancias da
na portaria 344/98, ainda há RDC 44/09, da lista C1 e C5 e adendos das listas A1, A2 e
ANVISA. B1. Deve ser preenchida em duas vias,
manuscritas ou informatizada e apresentar em
destaque os dizeres.
1ª via: Redenção da farmácia ou drogaria;
2ª via: Orientação do paciente.
A NRE é o documento que, acompanhado da
receita, autoriza a dispensação de medicamentos
contendo substância das listas A, B e C2.
A NRE para dispensação de medicamentos de
uso sistêmico contendo substâncias da lista C2 Para a aquisição de medicamentos contendo
deve ser acompanhada do termo de substâncias das listas A, B1, C1 e C5 em
consentimentos pós-informação. quantidades acima das citadas, o prescritor deve
Conforme determina a lei federal nº 9965/2000, preencher uma justificativa datada e assinada
as receitas de medicamentos contendo contendo o CID ou diagnóstico e posologia.
substâncias anabolizantes devem trazer a Cada NR B2 deve ser usada para no máximo 30
identificação do profissional, o número do registro dias de tratamento, com exceção da sibutramina,
no conselho profissional, o número de CPF, o para a qual pode ser dispensada quantidade
endereço e o telefone profissionais, além do nome suficiente para até 60 dias de tratamento.
e endereço do paciente e o CID. Para os anorexígenos, a legislação determina
A prescrição de medicamentos contendo uma dosagem máxima diária acima da qual não é
substância da lista B2 deve ser realizada em permitida a dispensação. A NR pode conter
notificação de receita B2, conforme modelo apenas uma substância das listas A, B ou C2,
disponível na resolução RDC nº 58/2007 da enquanto as RCE podem conter até três
ANVISA. Para a prescrição da sibutramina, é substâncias das listas C1 e C5.
necessária apresentar o termo de responsabilidade
do prescritor para uso de medicamentos contendo Doses máximas diárias para substâncias
as substâncias anfepramona, femproporex e psicotrópicas anorexígenas.
mazindol. Os modelos estão disponíveis na RDC Sibutramina: 15,0mg;
50/2014 e devem ser, preenchida em três vias, Fempropanona: 50,0mg;
sendo uma arquivada no prontuário do paciente, Anfepranona: 120,0mg;
uma arquivada na farmácia e uma devolvida ao Mazindol: 3,0mg.
paciente.
Para o cálculo da duração de um frasco de
Validade: medicamento em gotas, deve-se levar em
Prazo: excetuando-se as prescrições de consideração a dose a posologia que constam na
medicamentos da lista C3, as demais têm receita e a concentração e o volume da
validade por até 30 dias a partir da data do apresentação farmacêutica.
preenchimento.
Local de aquisição: Prescrições contendo Ex.:
substância das listas B e C2 só podem ser Informação da receita:
atendidas dentro da unidade federativa (UF) Fluoxetina gotas (20mg/ml): usar 20 gotas
em que foram emitidas. Já os medicamentos uma vez ao dia.
sujeitos a NRA podem ser dispensada em Informação do produto:
outra UF desde que seja apresentada receita Frasco contendo 20ml, em que 20 gotas
com justificativa do uso. RCE (para substância correspondem a 1ml.
da lista C1 e C5) são válidas em todo território Calculo:
nacional, não sendo necessário apresentar O paciente usara 20 gotas
justificativa para aquisição em outra UF.
Estabelecimentos de outras UF devem
apresenta-las à autoridade sanitária local em
até 72 horas para averiguação e visto.
Quantidade para dispensação: Como regra,
medicamentos contendo substâncias das listas
A, B2 (exceto sibutramina) e C2 podem ser
dispensados em quantidade de até cinco
ampolas (no caso de formulações injetáveis)
ou quantidade suficientes para até 30 dias de
tratamento (no caso de outras formas
farmacêuticas, incluindo as formas líquidas).
Medicamentos contendo substância da lista
B1, C1 e C5 podem ser dispensados em
quantidade de até cinco ampolas (no caso de
formulações injetáveis) ou quantidade
suficiente para até 60 dias de tratamento (no
caso de outras formas farmacêuticas, incluindo
as forma líquida).
Fontes de fornecimento
Incluem-se entre os fornecedores de um hospital:
laboratórios farmacêuticos, distribuidoras de
medicamentos, fabricantes e distribuidoras de
correlatos (chamados de cirúrgico).
Os fornecedores podem ser selecionados e
avaliados quanto aos seguintes aspectos:
Preço;
Qualidade;
Condições de pagamento;
Condições de embalagem e transporte;
Cumprimento dos prazos de entrega
estabelecidos;
Manutenção dos padrões de qualidade
estabelecida;
Politicas de preços determinados;
Assistência técnica;
Atendimento;
Programa de qualidade.
E importante acentuar que a seleção além de
obedecer a uma mistura desses critérios, deve
seguir os preceitos legais, possíveis de alteração
por lei, portaria ministeriais, resoluções e outros
dispositivos legais que regulamentam o comércio
farmacêutico e correlato.
Facilitar as atividades de planejamento,
aquisição, armazenamento, distribuição e
controle dos medicamentos;
Disciplinar o receituário médico-hospitalar e
uniformizar a terapêutica;
Aumentar a qualidade da farmacoterapia e
facilitar a vigilancia farmacológica;
Disciplinar a inclusão ou exclusão de
medicamentos quando necessário;
Possibilitar o uso de uma mesma linguagem
(nome genérico) por todos os membros da
equipe de saúde;
Propiciar a sistematização de informações
sobre o arsenal terapêutico.
Competência
Cabe à CFT:
Estabelecer critérios para inclusão e exclusão
de medicamentos;
Elaborar a lista de medicamentos
padronizados, divulga-la periodicamente e
determinar seu uso como instrumento básico
para prescrição médica;
Rever e atualizar a lista de medicamentos Para cada reunião realizada, deve ser lavrada
padronizados anualmente; ata subscrita pelos presentes;
Estudar os medicamentos do ponto de vista As resoluções da CFT terão caráter normativo
clínico, biofarmacêutico e químico, emitindo e deverão ser cumprida pela equipe de saúde;
parecer técnico sobre sua eficácia, como Os casos omissos serão resolvidos pela
critério fundamental de escolha; diretória clínica, e reunião convocada para
Registrar dados farmacológicos e clínicas esse fim.
relativas a novos medicamentos ou agentes
terapêuticos propostas para uso no hospital;
Divulgar informações relacionadas a estudos
clínicos relativos a medicamentos incluídos e
excluídos;
Servir como órgão assessor à equipe de saúde
e administração do hospital em assuntos
relacionados a medicamentos.
Atribuições
Do presidente:
Convocar e presidir reuniões da comissão;
Dirigir os trabalhos da comissão;
Indicar seu substituto entre os membros da
comissão;
Representar a comissão perante a diretoria
clínica;
Subscrever os documentos e a resolução da
comissão;
Estabelecer a ordem do dia para as reuniões
ordinárias e extraordinárias;
Distribuir as tarefas para os membros da
comissão.
Do secretário:
Registra e atas as resoluções da comissão;
Receber e expedir a documentação da
comissão;
Manter arquivos de documentação;
Registrar em fichas individuais, para cada
medicamento padronizado, informações
pertinentes às ocorrências relativas a seu
uso.
Instruções gerais
A CFT deve subordinar-se à diretoria clínica;
Os membros serão designados pelo diretores
clínicos;
O presidente é eleito por seus pares na
primeira reunião da comissão;
O diretor clínico designa o farmacêutico, como
membro nato da CFT, o qual desempenhará,
entre outras funções a de secretário executivo;
O mandato dos membros da CFT corresponde
ao período de mandato da diretoria clínica do
hospital;
A CFT deve reunir-se a cada 30 dias, ou
quando necessário, para avaliar solicitações
de inclusão ou exclusão de medicamentos;
MANIPULAÇÃO
Os processos de manipulação devem ser feitos
por mão de obra especializada e acompanhada de
perto pelo farmacêutico responsável. Questões a
serem consideradas antes da manipulação de
uma prescrição:
Racionalidade da prescrição: ingrediente,
intenção de uso, dose e modo de
administração;
Propriedade físico-química, medicinal e uso
farmacêutico das substâncias prescritas;
Absorção e via de administração adequada:
preparação do produto manipulado de acordo
com o proposito da prescrição;
Excipiente adequado: risco de alergia,
irritação, toxicidade ou resposta organoléptica
indesejável do paciente;
pH: ideal para maior estabilidade ou
adequação ao uso;
Ingredientes da formulação: identidade
adequada do manipulador (cálculos
matemáticos, controle de qualidade: peso
médio, pH, observação visual);
Equipamentos e ingredientes disponíveis: e
em quantidade suficiente;
Referencias bibliográfica: uso, preparação,
estabilidade, administração e embalagem do
produto;
Validade: projeção razoável e racional da
validade do produto;
Quantidade dispensada: equivalente ao
prazo de validade do produto;
Correto armazenamento do produto por parte
do paciente.
CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÕES
Densidade
Densidade (d) é massa por unidade de volume
de uma substância. A densidade é normalmente
expressa como por centímetro cúbico (g/cc).
Como o grama é definido como a massa de 1cc
de água a 4ºC, a densidade da água é d 1g/cc.
Para nossos propósitos, é considerado que 1ml
pode ser usado como equivalente. A 1cc,a
densidade da água pode ser expressa como
1g/ml. Por outro lado, um mililitro de mercúrio
pesa 13,6g. Consequentemente, sua densidade
é de 13,6/ml. A densidade pode ser calculada
dividindo-se a massa elo volume.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎
Densidade =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
Assim, se 1ml de ácido sulfúrico pesam 18g,
sua densidade é:
18(𝑔)
Densidade = = 1,8g/ml.
10𝑚𝑙
Expresse 0,02% como uma RC ;
0,02% 1 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒
= = 1:5000
100% 𝑥 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑒𝑠
RC = 1: 5000.
SNC
A maioria dos fármacos que atuam no SNC altera
alguma etapa do processo de neurotransmissão.
Podem atuar pré-sinapticamente influenciando a
produção, o armazenamento, a liberação ou o
Os hipnóticos e os sedativos produzem sedação
e incentivam o sono. Para ser efetivo um fármaco
sedativo deve reduzir a ansiedade e exercerem
efeitos calmantes. Um hipnótico deve causar
sonolência e estimular o início do estado do sono.
Agentes dessa classe, como os
benzoadizepinas, são usados para produzir
sedação e amnésia antes ou no decorrer de
procedimentos diagnósticos ou cirúrgicos, outros
como os barbitúricos, são usados em altas doses
para induzir ou manter a anestesia cirúrgica.
Antipsicoticos típicos
Os antipsicóticos típicos bloqueiam os
FARMACOLOGIA ANTIPSICÓTICA receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas
Os fármacos usados para a esquizofrenia do SNC, seu mecanismo de ação como agente
também são usados para tratar manias e outras antipsicótico envolve o antagonismo dos
alterações do comportamento. O termo receptores D2 mesolímbicos e mesocorticais.
antipsicóticos denota a capacidade desses Os antipsicóticos típicos são divididos em
fármacos de abolir a psicose e aliviar a Fenotiazinas e as Butirofenonas. O
desorganização do processo mental nos pacientes Clorpromazina é o protótipo das Fenotiazinas,
esquizofrênicos. A maioria caracteriza-se como enquanto o Haloperidol é a butirofenona mais
antagonista dos receptores da Dop, muitos deles usada. Apesar de diferenças na estrutura e na sua
atuam sobre alvos, particularmente nos receptores afinidade pelo receptor D 2, todos os antipsicoticos
5HT, contribuindo para eficácia clínica. São típicos possuem eficácia clínica parecida em
também chamados de neurolépticos ou doses padrões. Os antipsicóticos devem seus
antiesquizofrênicos, ou ainda, tranquilizantes. efeitos terapêuticos ao bloqueio dos receptores
Os fármacos antipsicóticos são divididos em dois D2.
grupos: Os efeitos antipsicóticos exigem cercar de 80%
1. Os primeiros a serem desenvolvidos de bloqueio dos receptores D 2. Os compostos de
(Clorpromazina, Haloperidol) chamados de 1ª geração mostram preferência por D 2 em relação
antipsicóticos típicos ou de 1ª geração, ou aos receptores D1, enquanto alguns dos agentes
convencionais; mais modernos (Sulpirida, a Missulprida) são
2. E os agentes mais recentemente altamente seletivos para receptores D 2. Acredita-
desenvolvidos (Clozapina e Risperidona) se que o antagonismo dos receptores D 2 na via
chamados de antipsicóticos atípicos ou de 2ª mesolimbica aliviam os sintomas positivos da
geração. esquizofrenia.
Efeitos adversos:
Alterações motoras extrapiramidais: Antipsicóticos atípicos
produzem dois tipos de alteração motora no Os cinco principais antipsicoticos são a
homem: Distonia aguda e discinesia tardias, clonazina, a olanzapina, a quetiapina, a
coletivamente chamadas efeitos adversos ziprasidona e a risperidona. Esses fármacos são
extrapiramidais. Todos eles resultam direta ou mais efetivos do que os antipsicóticos típicos no
indiretamente de bloqueio do receptor D2 por tratamento dos sintomas negativos da
via nigroestriatal. Esses efeitos adversos esquizofrenia. Os antipsicóticos atípicos produzem
constituem uma das principais desvantagens sintomas extrapiramidais, significativamente, mais
dos antipsicoticos de primeira geração. leve do que os antipsicóticos típicos em geral,
As Distonias agudas: São movimentos esse efeito adverso só aparece quando os
involuntários. Ocorrem nas primeiras fármacos são administrados em altas doses.
semanas e diminuem com o decorrer do Os antipsicoticos atípicos possuem afinidade
tempo, é reversível quando se suspende o seletivamente baixa pelos receptores D 2, ao
tratamento; contrário dos antipsicoticos típicos sua afinidade
As Discenesia tardia: consistem em pelos receptores D2 não se correlaciona com a
movimentos involuntários, muitas vezes da sua dose clinicamente efetiva.
face e da língua, mas também do tronco e da
extremidade, podem ser intensamente
incapacitante.
A sonolência e a sedação, que tendem a
diminuir com o uso contínuo, ocorrem com
muitos antipsicóticos. A atividade anti-histamínica
(H1) é uma propriedade de alguns fenotiazinas e
contribui para suas propriedades sedativas e
elevação dos níveis de catecolaminas nas
fendas sinápticas. Possuem efeitos liberando
estoques intracelulares de catecolaminas. Ela
também inibe a MAO, altos níveis de
catecolaminas são facilmente liberadas para
as fendas sinápticas.
Farmacocinética: É rapidamente absorvida
do TGI, porém para aumentar a intensidade
da ``onda´´ ela pode ser aspirada ou injetada,
a base livre da metafetamina pode ser
queimada e tomada de modo semelhante a
cocaína.
ESTIMULANTES DO SNC Atravessa livremente a BH, o que explica, por que
Estão distribuídos em duas categorias: produz efeitos centrais mais acentuados que
1. As substancias da primeira categoria aqueles fármacos. É eliminada inalterado na urina,
(estimulantes psicomotores) tem acentuado a taxa de eliminação aumenta quando a urina se
efeito sobre a função mental e o torna mais ácida. Sua meia-vida varia de cerca de
comportamento, produzindo excitação e 5h a 20 a 30h, dependendo do fluxo urinário e do
euforia, redução da sensação de cansaço e pH urinário.
aumento da atividade motora. Efeitos adversos: Incluem irritabilidade e
2. As substâncias da segunda categoria inquietação, à medida que as reservas
(Substâncias psicomimética (alucinógenas)) energéticas do corpo vão se esgotando. Em
afetam principalmente os padrões de doses altas, as anfetaminas podem induzir o
pensamentos e a percepção, distorcendo a pânico e paranoia.
cognição de modo complexo.
Várias dessas substâncias não possuem usos Metilfenidato (ritalina): Estimulante do SNC
clínicos, mas são usados para objetivos parecido com a anfetamina e também pode
recreacionais, e como tais, são reconhecidos levar ao abuso. São fármacos mais prescritos
como fármacos de abuso. para crianças. É usado para o tratamento do
distúrbio de hiperatividade e déficit de
Estimulantes psicomotores atenção (DHDA).
As anfetaminas e o dextroisómero ativo, a Mecanismo de ação: Crianças com DHDA
dextroanfetamina, junto com a metafetamina e o produzem sinais fracos de DoP, fazendo com
metilfenidato (ritalina), grupo de fármacos com que atividades geralmente de interesse para
propriedades semelhantes. Atuam nas liberações as crianças não ofereçam gratificação. Ele é
de monoaminas, sobretudo DoP e NoE, nas um inibidor do transporte de DoP e atua no
terminações nervosas cerebrais. São substratos aumento da DoP na fenda sináptica.
para os transportadores da captura de amina Farmacocinética: O metilfenidato e o
neuronal e causam liberação desses mediadores, dextrotilfenidato são absorvidos por VO. O
produzindo os efeitos agudos. O uso prolongado, produto desesterificado, ácido ritalínico, é
são neurotóxicos, causa degeneração das excretado na urina.
terminações nervosas que contem aminas e, Efeitos colaterais: Efeitos no TGI são os
finalmente, morte celular, efeitos causados pelo mais comuns e incluem dor abdominal e
acumulo de metabolitos reativos dos compostos náuseas. Outros efeitos incluem anorexia,
de origem nas terminações nervosas. insônia, nervosismo e febre. E contra
Seus efeitos centrais são: Estimulação indicado em pacientes com glaucoma.
locomotora, Euforia e excitação, Insônia, Aumento
de disposição e Anorexia. Cocaína: Encontrada nas folhas de um
arbusto sul-americano, a coca. Essas folhas
Anfetaminas: Têm ações simpatomiméticas são usadas por sua propriedade estimulante
periféricas, produz elevação da pressão por nativos da América do sul, reduzem o
arterial da motilidade gastrintestinal. Causa cansaço durante o trabalho em grandes
euforia, pela VI, tão intensa, que foi descrita altitudes.
como ``orgasmica´´. Os indivíduos tornam-se Mecanismo de ação: Os efeitos
confiantes. Estudos mostraram melhoras no comportamentais resultam da estimulação do
desempenho mental e físico nos muitos córtex e do tronco cerebral. A cocaína liga-se
fatigados, embora não naqueles após repouso aos transportadores responsáveis pela
adequado. O desempenho mental melhora captura da DoP e da NoE nas terminações
para tarefas simples, tediosas, muito mais do nervosas e os inibe. Potencializando os
que para tarefas difíceis. efeitos periféricos da atividade nervosa
Mecanismo de ação: Seus efeitos no SNC e simpática e produz acentuado efeito
no SNP são indiretos ambos dependem da
estimulante psicomotor. Produz euforia,
loquacidade, aumento da atividade motora e
ampliação do prazer. Seus usuários se
sentem em alerta, energética e fisicamente
fortes e acreditam que possuem capacidades
mentais melhoras.
Farmacocinética: É administrada por VO,
por inalação, fumo ou por injeção IV. A
duração da ação da cocaína, é cerca de 30
minutos, é rapidamente metabolizada pelo
fígado.
Sendo desesterificada e desmetilada à
benzoilectonina, que é excretada na urina, a
detecção dessas substancia na urina nos permite
identificar o usuário. Um metabolito é depositado
no cabelo, com ele podemos monitorar o consumo
da cocaína.
Efeitos colaterais: A resposta tóxica à
ingestão aguda pode provocar reações de
ansiedade que incluem hipertensão,
taquicardia, sudoração e paranoia. Como
todos os fármacos estimulantes, a estimulação
do SNC é seguida por um período de
depressão mental. Pode causar convulsões e
arritmias cardíacas.
Metilxantinas
Varias bebidas como chá, café e cacau, contêm
metilxantinas, que possuem efeitos estimulantes
centrais leves. Os principais compostos são a
cafeína e a teofilina.
Tosse
É um reflexo protetor que retira material
estranho e secreções dos bronquíolos. Os
antitussígenos são todos anestésicos opioides
que atuam no tronco encefálico, deprimindo um
centro da tosse. Eles suprimem a tosse em
doses abaixo da necessária para alivio da dor. A
codeína é o opióide fraco com tendência
consideravelmente menor de causar
dependência do que a dos opioides principais e
é um supressor moderado da tosse. Diminuem
as secreções nos bronquíolos, o que espessa o
escarro, e inibe a atividade ciliar. É comum a
constipação.
consequente alteração na dissolução ou
solubilidade do fármaco.
Inibidores H2
Os antagonistas dos receptores H2 inibem
competitivamente as ações da histamina em todos
FARMACOLOGIA DO TGI os receptores H2, porem sua aplicação clinica
As principais condições patológicas nas quais é consiste na sua atuação como inibidores da
útil reduzir a secreção ácida são a ulceração secreção de ácido gástrico. Esses agentes
péptica, e a esofagite de refluxo. reduzem a secreção ácida basal é estimulada por
alimentos, além de promoverem a cicatrização das
Distúrbios ácido-pépticos úlceras duodenais. São seletivos e não alteram os
O controle da acidez gástrica é fundamental no receptores H1 e H3. Ocorre redução do volume de
tratamento desses distúrbios, embora esta secreção gástrica e da concentração da pepsina.
abordagem não trate o processo fisiológico A redução da secreção de ácido pela histamina,
fundamental. gastrina e pepsina ocorre por dois mecanismos:
Úlcera péptica: A terapia antissecretória da 1º a histamina liberada pelas células ECL
úlcera péptica e da esofagite de refluxo pela gastrina ou por estimulação local tem a
envolve a diminuição da secreção de ácido sua ligação ao receptor H2 da célula parietal
com antagonistas dos receptores H2 ou bloqueada;
inibidores da bomba de prótons ou 2º a estimulação direta da célula parietal pela
neutralização do ácido secretado com gastrina bloqueada Ach exercem um efeito
antiácidos. O tratamento da ulcera péptica diminuindo sobre a secreção de ácido na
deve incluir a erradicação do H. pylori com uso presença de bloqueio dos receptores.
de antimicrobianos, como a amoxicilina e São usados quatro H2-antagonistas:
metronidazol. A bactéria H. pylori produz a Cimetidina, Ranitidina, Femotidina e Nizatidina.
enzima uréase, que converte a ureia em
amônia e CO 2 que posteriormente é convertida Inibidores da bomba de prótons
em bicarbonato. Os fármacos usados no Agem através da inibição irreversível do
tratamento dos distúrbios ácido-péptico podem H+/K+ATPase, que constituí a etapa final na via de
ser divididos em duas classes: secreção ácida. Temos seis inibidores da bomba
1. Fármacos que reduzem a acidez de prótons para uso clínico: Omeprazol,
intragástrica; Esomeprazol, Dexlansoprazol, Rabeprazol e
2. Fármacos que promovem a defesa da Pantoprazol. Todos são benzimidazólicas
mucosa. substituídos, parecidos com receptores H2 na sua
Pacientes com esse problema podem tomar estrutura mas com mecanismo de ação diferente.
antiácidos ou H2-antagonistas. Como é Todos esses fármacos estão disponíveis em
proporcionada uma rápida neutralização do ácido, formulações orais. Eles são administrados na
os antiácidos produzem alivio sintomático mais forma de pró-fármacos inativos. Uma dose diária
rápido do que os antagonistas dos receptores H2. única afeta a secreção ácido durante 2 a 3 dias,
devido ao seu acúmulo nos canalículos.
Antiácidos (omeprazol, lanoprazol e pantoprazol). O
Os antiácidos são bases fracas que reagem com tratamento crônico com omeprazol reduz a
o HCl gástrico, formando sal e água. O absorção de vitamina B12. Para proteger o pró-
bicarbonato de sódio reage rapidamente com o fármaco de sua rápida destruição no TGI. Os
HCl formando dióxido de carbono e cloreto de inibidores da bomba de prótons são bases fracas
sódio. A formação de dióxido de carbono resulta lipofílicas que, após absorção intestinal, sofrem
em distensão em distensão gástrica e eructações. rápida difusão pela membrana lipídica para os
Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando, o componentes acidificados.
H1 gástrico para inibir a atividade péptica, que
cessa com um valor de pH de 5. Os antiácidos
comuns consistem de sais de magnésio e de
alumínio. Os sais de magnésio causam diarreia,
enquanto os sais de alumínio provocam
constipação. Todos os antiácidos podem afetar a
absorção de outras medicações por causa de sua
ligação ao fármaco ou aumento do pH, com
Vomito
Vomitar é um processo complexo e exige
atividade coordenadas dos músculos respiratório
somáticos e abdominais, bem como dos músculos
involuntários do TGI através do esôfago relaxado,
associado a contração sustentadas de diafragma
e músculos abdominais, e o aumento da pressão
intra-abdominal. A náusea é a de urgência de
vomitar, ocorrendo simultaneamente a perda de
tônus e peristalse gástrica, contração de duodeno
e refluxo de conteúdo intestinal para o estomago.
A estrutura anatômica integrada do vomito é o
centro bulbar do vômito, localizado na formação
reticular lateral. São usados diferentes agentes
antieméticos para condições diferentes.
Motilidade gastrointestinal
As drogas que aumenta a motilidade
gastrointestinal são a Domperidona, a
Metoclopramida que exerce um efeito estimulante
local significativo sobre a motilidade gástrica,
causando acentuada aceleração do esvaziamento
gástrico, sem estimulação concomitante da
secreção ácida gástrica. É útil no tratamento do
refluo gastroesofágico e no distúrbio do
esvaziamento gástrico.
FARMACOLOGIA CARDÍACA Ações sobre o coração: Os inibidores da
Insuficiência cardíaca (IC): É uma alteração ECA diminuem a resistência vascular, o tônus
progressiva no qual o coração é incapaz de venoso e a pressão arterial. Diminuem a pré e
bombear sangue suficiente para suprir as pós-carga, resultando aumento do débito
necessidades do organismo. Seus sintomas são cardíaco. O uso de inibidores da ECA no
dispneia, fadiga e retenção de liquido. Ela é tratamento da IC diminui significativamente a
decorrente de uma redução da capacidade do morbidade e a mortalidade.
coração em encher-se de sangue ou ejetá-lo de Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
forma adequada. É frequentemente acompanhada são absorvidos de forma adequada, não
por aumento anormal do volume de sangue e de completamente, após a administração por via
líquido intersticial. Objetivos farmacológicos na oral. A presença de alimentos pode diminuir a
IC: São de aliviar os sintomas tornar lenta a absorção dos fármacos, eles devem ser
progressão da doença e aumentar a sobrevivência tomados com estomago vazio.
temos seis classes de fármacos usados para isso: Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
Inibidores do sistema renina-angiotensina angiodema e tosse seca persistente. A
A IC causa ativação do sistema renina- possibilidade de hipotensão sintomática com o
angiotensina por dois mecanismos: uso de inibidores da ECA requer monitoração
a. Aumento da liberação de renina pelas células cuidadosa. Os inibidores da ECA não devem
justaglomerulares nas arteríolas aferentes ser usados em mulheres gestantes, pois estes
renais em resposta à diminuição da pressão fármacos são tóxicos para o feto.
de perfusão renal, resultante do coração
insuficiente; Bloqueadores de receptores de angiotensina
b. Liberação de renina pelas células (BRAs)
justaglomerulares promovida por estimulação São compostos ativos por via oral que são
simpática e ativação dos receptores β. A antagonistas competitivos potentes do receptor
produção de angiotensina 2, um potente tipo 1 de angiotensina. A Losartana é o fármaco
vasoconstritor, e a subsequente estimulação protótipo. Os BRAs têm a vantagem de bloqueio
da liberação de aldosterona que causa mais completo da ação de angiotensina, pois os
retenção de sal e água levam ao aumento da inibidores da ECA inibem somente uma enzima
pré-carga e da pós-carga, que é característica responsável pela produção de angiotensina 2.
da insuficiência cardíaca. Além disso, níveis Além disso, eles não afetam os níveis de
altos de angiotensina 2 e aldosterona têm bradicinina.
efeitos prejudiciais direto no músculo cardíaco, Ações sobre o coração: Todos os BRAs são
favorecendo o remodelamento, a fibrose e as aprovados para o tratamento da hipertensão
alterações inflamatórias. com base na sua eficácia clinica em reduzir a
Dependendo da gravidade da IC e de fatores pressão arterial e diminui a morbidade e a
individuais do paciente uma ou mais classes de mortalidade associada a hipertensão. Seu uso
fármacos são usados. Os benefícios da na IC é como substituto dos inibidores da ECA
intervenção farmacológica incluem redução da por pacientes com tosse intensa ou
carga do miocárdio, diminuição do volume de angiodema.
líquido extracelular, aumento da contratilidade Farmacocinética: Todos os inibidores da ECA
cardíaca e redução da velocidade remodelamento são absorvidos de forma adequada, mas não
cardíaco. completamente, após a administração via oral.
A presença de alimentos pode diminuir a
Inibidores da enzima conversora de absorção dos fármacos, eles devem ser
angiotensina (ECA) tomados com estomago vazio. Com exceção
São os fármacos de escolha na IC. Eles do captopril, os inibidores da ECA são pró-
bloqueiam a enzima responsável pela fármacos que precisam de ativação por
transformação de angiotensina 1 no potente hidrolise pelas enzimas hepáticas. A
vasoconstritor angiotensina 2. Também diminuem eliminação renal da molécula ativa é
a velocidade de inativação da bradicinina pela importante para a maioria dos inibidores da
redução dos níveis de angiotensina 2 circulante, ECA;
os inibidores da ECA também diminuem a Efeitos adversos: Incluem-se hipotensão
secreção de aldosterona, resultando em menor postural, insuficiência renal, hiperpotassemia,
retenção de sódio e de água. angiodema e tosse seca persistente. Os
inibidores da ECA não devem ser usados em
mulheres gestantes, pois são tóxicos para o
feto.
Bloqueadores β-adrenérgicos Glicosídeos digitálicos: são frequentemente
O benefício dos β-bloqueadores é atribuído, em chamados digitálicos ou digitálicos cardíacos,
parte, à sua propriedade de prevenir as mudanças pois a maioria dos fármacos é proveniente da
que ocorrem em virtude da ativação crônica do planta digitalis (dedadeira). São compostos
SNP, incluindo diminuição da frequência cardíaca quimicamente parecidos que podem aumentar
e inibição da liberação de renina dos β- a contratilidade do músculo cardíaco, vista
bloqueadores são aprovados para uso na IC: o disso, são muito usados no tratamento da IC.
carvedilol e o metoprolol de ação prolongada. O Os glicosídeos no músculo cardíaco, e dessa
carvedilol é um antagonista de β-adrenorreceptor forma, aumenta a contração do miocárdio atrial
não seletivo que também bloqueia β- e ventricular (ação ionotropica positiva). O
adrenorreceptor, o metoprolol e um antagonista β1 digitálico mais usado é a digoxina.
seletivo. O carvedilol e o metoprolol diminuem a Farmacocinética: Todos os glicosídeos
morbilidade e a mortalidade associada à IC. O digitálicos possuem as mesmas ações
tratamento deve iniciar com baixas dosagens e farmacológicas, mas variam em potencia e
gradualmente ser titulada a dosagem eficaz com farmacocinética. A digoxina é muito potente,
base na tolerância do paciente. com índice terapêutico estreito e longa meia
vida de cerca de 36 horas. A digoxina é
Diuréticos eliminada de forma inalterada pelos rins.
Aliviam a congestão pulmonar e o edema Tem amplo volume de distribuição porque
periférico. Esses fármacos são úteis na redução acumula nos músculos. A digoxina tem
dos sintomas da sobrecarga de volume, incluindo tempo de meia-vida muito longo e é
ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os extensamente biotransformado pelo fígado
diuréticos diminuem o volume plasmático, e, antes da excreção nas fezes, e os pacientes
subsequentemente, diminuem o retorno venoso ao com doenças hepáticas podem precisar
coração, diminuindo a carga de trabalho cardíaca reduzir as doses.
e a demanda de oxigênio. Os diuréticos podem Efeitos adversos: A toxidade da digoxina é
diminuir também a pós-carga pela redução de uma das reações adversas a fármaco mais
volume plasmático, reduzindo, assim, a pressão comum encontrada. Os efeitos adversos
arterial. Os diuréticos tiazílicos são relativamente podem ser controlados suspendendo o uso
fracos e perdem eficácia em pacientes com do glicosídeo cardíaco, medindo o nível
depuração de creatina inferior a 50ml/min. Os sérico de potássio, e, se indicado,
diuréticos de alça são usados em pacientes que administrando suplemento de potássio. Os
necessitam diurese intensa e em pacientes com tipos de efeitos adversos são:
insuficiência renal. Os diuréticos de alça são os Efeitos cardíacos: o mais comum é a
diuréticos mais usados na IC. arritmia caracterizada por tonar lenta a
condução átrio ventricular associado com
Vasodilatadores diretos arritmia arterial. Diminuição do potássio
A dilatação de vasos sanguíneos venosos leva a intracelular é o fato predisponente primário
uma diminuição na pré-carca cardíaca pelo nesse efeito.
aumento da capacitância venosa; dilatadores
arteriais reduzem a resistência arteriolar sistêmica Antagonistas da aldosterona
e diminuem a pós-carga. Os nitratos são os Pessoas com doenças cardíacas avançadas
dilatadores venosos mais usados e pacientes com apresentam níveis altos de aldosterona devido à
IC congestiva. Se o paciente é intolerante aos estimulação da angiotensina 2 e à redução da
inibidores da ECA ou aos β-bloqueadores, ou se depuração hepática do hormônio. A
necessária uma resposta vasodilatadora adicional, espironolactona é um antagonista direto da
pode ser usado à associação de hidralazina e aldosterona; desta forma previne a retenção de
dinitrato de isossorbida. Esta associação é muito sal, a hipertrofia miocárdica e a hipotassemia.
eficaz em pacientes negros com IC. A hidralazina Como ela promove retenção de potássio, os
diminui a pós-carga e o nitrato orgânico reduz a pacientes não devem receber suplementação de
pré-carga. potássio. Os efeitos adversos incluem distúrbios
gástricos, como gastrite e ulcera péptica, efeito
Fármacos ionotrópicos sobre o SNC, como letargia e confusão, e
Aumenta a contratilidade do músculo cardíaco e, alterações endócrinas, como ginocomastia,
dessa forma aumenta o débito cardíaco. Embora diminuição do libido e irregularidade menstrual.
esses fármacos atuem por diferentes
mecanismos, em todos os casos a ação inotrópica
é o resultado do aumento da concentração de
cálcio citoplasmático, o qual aumenta a
contratilidade do musculo cardíaco.
AGENTES ANTIARRÍTIMICOS Classes
A meta da terapia arrítmica é reduzir a atividade Os antiarrítmicos podem ser classificados de
do marca-passo ectópico e modificar a condução acordo com seu efeito predominante sobre o
ou refradariedade nos circuitos de reentrada para potencial de ação (PA). Os antiarrítmicos são
desabilitar o movimento em circulo. Os principais organizados em quatro classes de acordo com
mecanismos farmacológicos para isso são: seu mecanismo de ação. Os agentes
1. Bloquear os canais de sódio; antiarrítmicos de:
2. Bloquear os efeitos autônomos simpáticos no 1. Classe 1: São bloqueadores dos canais de
coração; Na+;
3. Prolongar o período refratário efetivo; 2. Classe 2: São bloqueadores dos receptores β-
4. Bloqueadores dos canais de cálcio. adrenérgicos;
Os antiarrítmicos diminuem a automaticidade dos 3. Classe 3: São bloqueadores dos canais de K+;
marca-passos ectópicos mais do que a do nó SA. 4. Classe 4: Bloqueiam os canais de Ca2+.
Também reduzem a condução e a excitabilidade e
aumentam o período refratário em maior extensão Classe 1
no tecido despolarizado do que no tecido normal As drogas de classe 1 exercem bloqueio direto
polarizado. Isso é feito ao bloquear seletivamente nos canais de Na+, com tendência variável, e se
os canais de sódio ou de cálcio das células diferenciam nas subclasses:
despolarizadas. 1A: Depressão moderada da fase 0 e da
O efeito específico de determinado bloqueador velocidade de condução, com bloqueio
dos canais decorre da função da corrente adicional dos canais de K+ e de retardo de
transportadora pelo canal específico no potencial repolarização;
de ação cardíaca. 1B: Depressão discreta a moderada da fase 0
+ 2+
e sem efeito nos canais de K+;
Ex.: Os b loqueadores dos canais de Na e Ca alteram o 1C: Depressão acentuada da fase 0 e da
+
potencial limiar, enquanto os b loqueadores dos canais de K
tendem a prolongar a duração do potencial de ação. condução, com pouco ou nenhum efeito nos
canais de K+.
+
Esses fármacos podem ter acesso ao canal Em consequência do bloqueio de Na , há um
iônico ao atravessar os poros do canal ou ao menor número de canais disponíveis para
difundir-se através da dupla camada lipídica abertura, em resposta à despolarização da
dentro da qual se encontra o canal. Os membrana elevando, assim, o limiar para o
bloqueadores dos canais iônicos dependente do disparo do potencial de ação e lentificando a taxa
estado constitui um importante conceito na ação de despolarização. Ambos os efeitos estendem à
dos fármacos antiarrítmicos. Os canais iônicos são duração da fase 4 e, diminuem a frequência
capazes de assumir vários estados de cardíaca.
conformação, e as mudanças na permeabilidade
da membrana a determinado íon são mediadas
por alterações conformacionais nos canais através
dos quais este íon passa. Com frequência, os
agentes antiarrítmicos exibem afinidades
diferentes por diferentes estados de conformações Figura 16: efeitos dos agentes antiarrítmicos da classe IAM ,
dos canais com maior afinidade do que outras IB e IC sobre o potencial de ação ventricular. (a) bloqueio
conformações do canal com maior afinidade. Esse moderado dos canais de Na +, (1) classe 1A; (b) repolarização
prolongada; (c) bloqueio leve dos canais na +; (2) classe 1B;
tipo de ligação é conhecido como ``dependente (d) repolarização encurtada; (e) acentuado bloqueio dos
do estado´´. Um bom exemplo são os canais de Na +; (3) classe IC; (f) nenhuma alteração na
+
bloqueadores dos canais de Na . repolarização.
O canal de Na + sofre alterações de seu estado (ab erto- Classe 1A: Os antiarrítmicos da classe 1A
fechado-inativo) enquanto dura um potencial de ação. o canal exercem bloqueio moderado sobre os canais
torna-se inativo durante a fase de platô e modifica=se de Na+ e prolongam a repolarização tanto das
novamente para a conformação em repouso (fechado)
quando a memb rana é repolarizada para o seu potencial em células do nó AS* quanto dos miocitos
repouso. ventriculares. Através dos bloqueios dos
canais de Na+, esses agentes diminuem a
Os bloqueadores dos canais de Na+ ligam-se, velocidade de ascensão da fase 0, o que
preferencialmente ao canal de Na+ nos estados diminuem a velocidade de condução através
abertos e inativado, mas não do canal no seu do miocárdio.
estado de repouso (fechado). Dessa forma, os
fármacos tendem a bloquear os canais durante o
potencial de ação e a dissociar-se deles durante a
diástole.
Procainamida: Ao bloquear os canais de O labetalol e o carvediol induzem a
sódio, ela prolonga a elevação do PA e a vasodilatação ao antagonizar a vasoconstrição
condução, e prolonga a duração do QRS do mediada pelos receptores α-adrenérgicos,
ECG. O fármaco também bloqueia a APD enquanto o pindolol é um agonista parcial nos
(uma ação de classe 3) por meio do bloqueio receptores β2-adrenérgicos.
inespecífico dos canais de potássio. A
procainamida possui ações depressoras Classe 3
diretas sobre os nodos SA e AV, as quais são Bloqueiam os canais de K+; Dois tipos de
contrabalanceadas apenas discretamente correntes determinam a duração da fase do platô
pelos bloqueios vagais induzidos por do PA* cardíaco: As correntes de Ca2+
fármacos. despolarizantes para dentro da célula e as
Efeitos extracardíacos: Possui correntes de K+ hiperpolarizantes para fora da
propriedade de bloqueio ganglionar. Tal célula. Durante um PA* normal, as correntes de K+
ação a resistência vascular periférica e hiperpolarizantes diminuem a duração do platô,
pode provocar hipotensão, em particular com retorno mais rápido do PM, a seu valor em
como uso intravenoso. repouso, enquanto as correntes de K +
Toxidade: Os efeitos cardíotóxicos da hiperpolarizantes menores aumentam a duração
procainamida incluem o prolongamento do platô e retardam o retorno do PM para o seu
excessivo do PA, o prolongamento do valor de repouso.
intervalo Q-T e a indução da arritmia A Ibutilida é um agente de classe 3 que prolonga
torsades de pointes e sincope um efeito a repolarização através da inibição da corrente de
colateral preocupante da terapia com K+ retificação tardia. Esse agente também
procainamida á longo prazo é uma intensifica a corrente de Na+ lenta dirigida para
síndrome que se assemelha ao lúpus dentro da célula, que prolonga ainda mais a
eritematoso e que, comumente, consiste repolarização.
em artralgia e artrite. A Dofetilida é um agente de classe 3 apenas
Farmacocinética: Podem ser administrada disponível por VO. Inibe o componente rápido da
por via intravenosa e intramuscular, sendo corrente retificadora de K+ tardia e não exerce
absorvida por VO. Ela é eliminada por nenhum efeito sobre a corrente de Na+ para dentro
metabolismos hepáticos e pelos rins. Tem da célula. A dofetilida aumenta a duração do PA*
meia vida de 4 a 3 horas, exigindo e prolonga o intervalo QT de forma dependente da
dosagem frequente ou uso de forma de dose.
liberação lenta. O Sotalol é um agente antiarrítmico misto das
classes 2 e 3. Esse fármaco antagoniza não
Classe 2 seletivamente os receptores β-adrenérgicos e
São os antagonistas β-adrenérgicos, atuam também aumentam a duração do PA* ao bloquear
através da inibição dos influxos simpáticos para as os canais de K+.
regiões de regulação do ritmo do coração. A A Amiodarona é o principal agente antiarrítmico
estimulação simpática libera NoE, que se liga aos da classe 3 mas também atua como antiarrítmico
receptores β-adrenérgicos nos tecidos nodais. da classe 1, 2 e 4. A capacidade da amiodarona
Essa ativação desencadeiam um aumento na de exercer essa diversidade de efeitos pode ser
corrente marca-passo que aumenta a frequência explicada pelo seu mecanismo de ação: Alteração
de despolarização da fase 4 e, leva a um disparo da membrana lipídica na qual se localizam os
mais frequente do nó. Os antagonistas β- canais iônicos e os receptores. Em todos os
adrenérgicos não seletivos que antagonizam os tecidos cardíacos, a amiodarona aumenta o
receptores tanto β 1-adrenérgicos quanto β2- período refratário efetivo através do bloqueio dos
adrenergicos. São amplamente usados no canais de K+ responsável pela repolarização, esse
tratamento da taquiarritmias causadas por prolongamento da duração do potencial de ação
estimulação das catecolaminas durante o diminuindo a reentrada.
exercicio físico ou o estresse emocional.
Propanolol: Reduz a incidência de arritmias
súbitas fatais depois do infarto do miocárdio.
Reduzem a taxa de mortalidade no primeiro
ano após uma taque cardíaco, em parte devido
a sua capacidade de prevenir arritmias
ventriculares;
Metoprolol: Antagonista β-adrenérgico mais
usado no tratamento de arritmias cardíacas,
ele reduz o risco de broncoespasmo. É
extensamente biotransformado e tem ampla
penetração no SNC.
Classe 4 ANTIAGINOSO
Atuam nos tecidos nodais AS* e AV, pois eles A doença aterosclerótica das artérias coronária,
dependem das correntes de Ca2+ para a fase de é a causa mais comum de mortalidade em todo o
despolarização do Pa*. A principal ação mundo. Os pacientes comumente morrem por
terapêutica dessa classe é lentificar a ascensão insuficiência da bomba devido a um infarto do
do PA* nas células do nó AV, resultando em miocárdio ou devido à arritmia fatal. A doença das
diminuição da velocidade de condução através do artérias coronárias pode e apresentar de
nó AV. (verapamil e diltiazem). diferentes formas, como angina de peito, síndrome
Verapamil: Apresenta maior ação no coração coronária aguda, arritmias respiração curta.
do que no músculo liso vascular, ao passo que Angina pectoris é um quadro repentino e grave
o nifedipino, um bloqueador de canal de cálcio caracterizado por dor comprimindo o peito que se
usado no tratamento de hipertensão, exerce irradia pelo pescoço, pela mandíbula, pelas costas
um efeito mais intenso no musculo liso pelos braços. É causada pelo fluxo sanguíneo
vascular do que no coração. O diltiazem tem coronário é insuficiente para suprir a demanda de
uma ação intermediária. oxigênio do miocárdio, levando à isquemia.
Farmacocinética: O verapamil e o diltiazem São usados três classes de fármacos,
são absorvidos após administração por VO. O isoladamente ou em associações, são usados no
verapamil é extensamente biotransformado tratamento de pacientes com angina estável. Eles
pelo fígado: portanto, deve-se ter cuidado diminuem a demanda de oxigênio pelo coração
quando esse fármaco é administrado em afetando a pressão arterial, o retorno venoso, a
paciente com disfunção hepática. frequência e a contratilidade cardíaca.
Efeitos extracardíacos: Bloqueia os canais Nitratos orgânicos (nitroglicerina): usados
de cálcio do tipo L ativados e inativados. no tratamento da angina pectoris são ésteres
Assim, seu efeito é mais acentuado nos simples ácidos nítricos e nitrosos com glicerol.
tecidos que se despolarizam com frequência, Esses compostos causam rápida redução na
naquelas que estão menos completamente demanda miocárdica de oxigênio, seguido por
polarizados em repouso, e naqueles em que alivio rápido dos sintomas. Os nitratos inibem a
a ativação depende apenas da corrente de vasoconstrição ou espasmo coronariano
cálcio, como os nodos AS e AV. o verapamil aumentando a perfusão do miocárdio e assim
lentifica o nodo SA e AV por meio de sua aliviam a angina vasoespaticas também
ação direta, mas sua ação hipotensora relaxam as veias, diminuindo a pré-carga e o
ocasionalmente resulta num pequeno consumo cardíaco da angina de esforço. A
aumento do reflexo da frequência SA. nitroglicerina diminui o consumo de oxigênio
Efeitos adversos: Tem propriedades pelo miocárdio em virtude da diminuição do
inotrópicas negativas e, podem ser trabalho cardíaco.
contraindicado em pacientes com função Farmacocinética: O tempo de
cardíaca deprimida preexistente. Ambos os estabelecimento da ação varia de um minuto
fármacos também podem diminuir a pressão para a nitroglicerina a mais de uma hora para
arterial devido à vasodilatação periférica um o mononitrato de isossorbida. Ela sofre
efeito que é até benéfico no tratamento da biotransformação de primeira passagem no
hipertensão. fígado. Dessa forma, é comum o seu uso por
via sublingual ou adesiva transdérmico,
evitando, assim, essa via de eliminação.
Efeitos adversos: O efeito adverso mais
comum é a cefaleia, doses altas também
causam hipotensão postural, rubor facial e
taquicardia. Os inibidores da fosfodiesterase-
5 como sildenafila, potencializam a ação dos
nitratos.
ANTI-HIPERTENSÃO Diuréticos
A hipertensão é definida como uma pressão Os fármacos que bloqueiam as funções de
sanguínea sistólica contínua maior do que transporte dos túbulos renais são ferramentas
140mmHg ou uma pressão sanguínea diastólica clinicas valiosas no tratamento desses distúrbios.
contínua maior do que 90mmHg. A hipertensão Um diurético aumenta o volume de urina, em
resulta do aumento do tônus do músculo liso quanto um natriurético provoca aumento na
arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento excreção renal de 11Na, e um aquarético aumenta
da resistência arteriolar e à redução da a excreção de água sem solutos. Reduzem a
capacitância do sistema venoso. pressão arterial, sobretudo ao produzirem
O objetivo do tratamento é reduzir a morbidade depleção das reservas corporais de 11Na.
cardiovascular e renal e a mortalidade. Os Inicialmente, reduzem a pressão arterial ao
fármacos usados no tratamento da hipertensão diminuírem o volume sanguíneo e o débito
são classificados em quatro categorias com o cardíaco, pode ocorrer aumento da resistência
objetivo de orientar o tratamento. vascular periférica. Os diuréticos são efetivos na
Todos os agentes anti-hipertensivos atuam num redução da pressão arterial em 10 a 15mmHg na
ou mais dos quatro locais anatômicos de controle: maioria dos pacientes, e, com frequência, os
como rim, coração, artérias e veias. Produzindo diuréticos usados isoladamente proporcionam um
efeitos ao interferirem nos mecanismos normais tratamento adequado para a hipertensão leve ou
da regulação da pressão arterial. Esses fármacos moderada. Os diuréticos tiazídicos são
são divididos de acordo com o principal local apropriados para maioria dos pacientes com
regulador ou mecanismos comuns de ação. As hipertensão leve ou moderados, e com
categorias incluem: normalidade das funções cardíaca e renal. Os
1. Diuréticos: Reduzem a pressão arterial por diuréticos poupadores de 19K são úteis tanto para
meio da depleção de 11Na corporal, diminuição evitar a depleção excessiva de 19K quanto para
do volume sanguíneo, talvez, outros aumentar os efeitos natriuréticos de outros
mecanismos; diuréticos. O tratamento com doses baixas de
2. Agentes simpaticoplégicos: Baixam a diuréticos e seguro, barato e eficaz na prevenção
pressão arterial por meio da redução da de derrame, infarto do miocárdio e IC congestiva,
resistência vascular periférica, inibição da todos os quais podem causar morte.
função cardíaca e aumento do acúmulo Diuréticos tiazilicos: Todos os diuréticos
venoso nos vasos de capacitância. Esses orais são eficazes no tratamento da
agentes são ainda subdivididos de acordo com hipertensão, mas os tiazilicos tem sido os mais
seus supostos locais de ação no arco-reflexo usados. Os tiazílicos, como a hidroclorotiazida
simpático; e a clortalidona, diminuem a pressão arterial
3. Vasodilatador direto: Reduzem a pressão ao inicialmente por aumentar a excreção de sódio
relaxarem o músculo liso vascular, relaxando, e água. Isso causa uma redução do volume
os vasos da resistência e, aumentando extracelular, resultando em diminuição do
também a capacitância; debito cardíaco e do fluxo sanguíneos renal.
4. Agentes que bloqueiam a produção ou Farmacocinética: Os diuréticos tiazílicos
ação da angiostensina: Reduzem a são ativados por VO. A velocidade de
resistência vascular periférica e o volume absorção e eliminação vária embora
sanguíneo. nenhuma vantagem nítida exista entre eles.
Todos os tiazilicos são substratos ar o
sistema excretor de acido orgânico do
néfron e, como tal, podemos competir com o
ácido úrico pela eliminação.
Efeitos adversos: Os diuréticos tiazilicos
induzem hipotassemia e hiperuricemia em
70% dos pacientes e hiperglicemia em 10%.
Podem causar ataque agudo da gota.
Agentes que diminuem a reabsorção renal Reguladores de volume
de Na+: O rim modifica a composição iônica do Inibidores do sistema renina-angiotensina
filtrado glomerular através da ação combinada Usa 3 estratégias para a interromper o sistema
de transportadores e canais iônicos nas renina-angiotensina-aldosterona (RAA):
membranas. Esse transporte pode ser 1. Os inibidores da ECA reduzem a pressão
modulado farmacologicamente pelas ações de arterial reduzindo a resistência vascular
agentes diuréticos para regular o volume e a periférica sem aumentar reflexamente o débito,
composição da urina. A inibição da reabsorção a frequência ou a contratilidade cardíaca. Eles
de íons leva a uma redução da força bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina1
propulsora osmótica que favorece a para formar a angiotensina2. Também é
reabsorção de H2O nos segmentos do néfron responsável pela degradação da bradicinina
permeáveis à H2O. Os diuréticos atuam sobre que aumenta a produção de óxido nítrico e
a reabsorção de 11Na ao longo dos 4 prostaciclina nos vasos sanguíneos. Diminuem
segmentos dos néfron. O rim concentra e os níveis de angiotensina2 e aumenta os de
secreta esses fármacos na luz tubular, bradicinina ocorre vasodilatação de arteríolas
permitindo que os diuréticos alcancem e veias como resultado de combinação de
concentrações mais altas no túbulo do que no efeitos de vaso constrição diminuída causada
sangue. pela redução dos níveis de angiotensina2 e
Diuréticos de alça: Atuam no ramo vasodilatação devido ao aumento da
ascendente da alça de Henle, causando bradicinina. Reduzindo os níveis de
inibição competitiva do co-transportador de angiotensina2, os inibidores da ECA diminuem
Na+ e -K+, na membrana apical das células do a secreção de aldosterona, resultando em
ramo ascendente da alça. Ocorre também menor retenção de 11Na e H2O. Os inibidores
inibição da reabsorção no túbulo contorcido da ECA diminuem a pré-carga e a pós-carga
distal, podendo resultar em aumento do aporte cardíaca, reduzindo, assim, o trabalho
de 20Ca e 12Mg luminal nos locais distais de cardíaco.
reabsorção no túbulo contorcido distal, 2. Os antagonistas dos receptores de
resultando em excreção aumentada de 20Ca e angiotensina: Como a Losartana e a
de 12Mg. Valsartana, inibem a ação da AT2 em seu
Diuréticos do ducto coletor (poupadores de receptor. Aumenta indiretamente a atividade
potássio): Aumentam a reabsorção de 19K no do relaxamento vascular dos receptores AT2.
néfron. Os agentes pertencentes a essa classe Tanto os inibidores da ECA quanto os
interrompem a reabsorção de Na+ das células antagonistas AT1 aumentam a liberação de
principais do ducto coletor através de 2 renina como mecanismo compensatório, no
mecanismos. Os agentes como a caso do bloqueio AT1, o aumento da AT2
espirolactona inibem a biossíntese de novos resulta em sua interação aumentada com
canais de Na+ nas células principais, enquanto receptores AT2.
os agentes como a amilorida bloqueia a 3. Os antagonistas do receptor de minérios ou
atividade dos canais de Na+ na membrana corticoides bloqueiam a ação da aldosterona
luminal dessas células. A espironolactona inibe no ducto coletor do néfron.
a ação da aldosterona através de sua ligação
ao receptor de mineralocorticoides, impedindo
a sua translocação nuclear e amilorida é um
inibidor competitivo do canal de Na+ epitelial
na membrana apical das células epiteliais.
Diuréticos osmóticos: Como o Manitol, são
pequenas moléculas filtradas no glomérulo,
mas que não sofrem reabsorção subsequente
no néfron. Consequentemente, representam
uma força osmótica intraluminal que limita a
reabsorção de H2O através dos segmentos do
néfron permeáveis à H2O. Os efeitos dos
agentes osmóticos são maiores no túbulo
proximal, onde ocorre a maior parte da
reabsorção isosmótica de H2O.
Diuréticos inibidores da anidrase
carbônica: É encontrada em locais do néfron,
onde catalisam a desidratação do H3CO3 à
CO2 na membrana luminal e a reidratação do
CO2 a H3CO3 no citoplasma. Ao bloqueá-la os
inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO 3 e
causam diurese.
FARMACOLOGIA DA DOR A morfina ou a diamorfina (heroína) administradas
A dor é subjetiva, difícil de definir, embora por via intravenosa, o resultado será um ``ímpeto
saibamos o que significa. É a resposta direta a um súbito´´ que se assemelha a um orgasmo
evento indesejável ligado a lesão tecidual, como abdominal. A euforia produzida depende das
trauma, inflamação ou câncer, as dores intensas circunstâncias. Nos pacientes angustiados, é
podem originar-se de qualquer causa pronunciado, as nos pacientes acostumados a dor
predisponente obvia ou persistir por muito tempo crônica, a morfina causa analgesia com pouca ou
depois que a lesão esteja resolvida. Também nenhuma euforia. Alguns pacientes relatam
pode ocorrer em consequência de lesão cerebral agitação, e não euforia, sob estas circunstâncias.
ou de nervo. As afecções dolorosas do segundo Depressão respiratória: Resultando em
tipo são geralmente descritos como dores aumento da PCO 2 arterial, ocorre com uma
neuropáticas. São causa comuns de incapacidade dose normal analgésica de morfina ou
e angustia e, em geral, respondem menos aos compostos relacionados, embora em pacientes
analgésicos convencionais que as afecções em com dor grave o grau de depressão
que a causa imediata está clara. respiratória produzido possa ser menor do que
E condições normais, a dor associa-se à o antecipado. A depressão respiratória e
atividade de impulsos em fibras aferentes mediada por receptores μ. O efeito depressor
primárias dos nervos periférico. Estes nervos está associado à diminuição da sensibilidade
possuem terminações sensitivas nos tecidos do centro respiratório à PCO 2 arterial e à
periféricos e são ativados por estímulos de vários inibição da geração do rito respiratório.
tipos (mecânicos, térmicos e químicos). A maioria Depressão do reflexo da tosse: A supressão
dos neurônios de fibras não-mielinizadas (C*) é da tosse surpreendentemente, não se
associado as terminações nociceptivas polimodais relaciona com as ações analgésicas e
e transmite dor profunda, difusa e em queimação, depressoras dos opióides, e seu mecanismo
enquanto as fibras mielinizada (Aδ) transmitem ao nível dos receptores não está claro. A
dor aguda bem localizada. As fibras C* e Aδ codeína e a folcodina suprimem a tosse em
transmitem a informação nociceptiva proveniente doses subanalgésica, porém causam
do musculo e das vísceras, assim como as da constipação como efeito adverso.
pele. A lesão tecidual é a causa imediata da dor e Náuseas e vômitos: Ocorrem em até 40%
resulta e liberação local de uma variedade de dos pacientes a quem se administra morfina, e
substâncias químicas que atuam sobre as não parecem ter efeitos separáveis do efeito
terminações nervosas, seja ativando-as analgésico entre uma variedade de analgésico
diretamente, ou potencializando sua sensibilidade opioides. O local de ação é a área postrema,
a outras formas de estimulação. região do bulbo e que muitos tipos de
estímulos químicos podem iniciar os vômitos.
OPIÓIDES Náuseas e vômitos após a injeção de morfina
O ópio é um extrato do suco da papoula, que geralmente são transitórios e persistem e
contém morfina e outros alcaloides relacionados. possam limitar a adesão do paciente. A
São usados para fins medicinais a milhares de administração aguda da morfina-6-glucuronida,
anos, como agente promotor de euforia, analgesia um metabolito ativo da morfina, pode produzir
e para evitar a diarreia. náuseas e vômitos, devido ao fato de ser mais
polar e não penetrar na área postrema, como a
Morfina morfina.
Os efeitos, mas importantes da morfina ocorrem Constrição pupilar (miose): É causada por
no SNC e no TGI, embora tenham sido descritos estimulação do núcleo do nervo oculomotor
vários efeitos de significativos menores sobre mediado pelos receptores μ e k. Pupilas
outros sistemas. puntiformes são características para
Efeitos no SNC: diagnosticar intoxicação por opioides, porque a
Analgesia: Tem efeito na maioria dos tipos maioria das causas de coma e depressão
de dores agudas e crônicas, em geral, menos respiratória produz dilatação pupilar. A
eficaz nas síndromes de dor neuropática do tolerância não se desenvolve à constrição
que nas dores associadas à lesão tecidual, induzida pelos opioides e, portanto, pode ser
inflamação ou crescimento tumoral. Ela observado em usuários de drogas
também reduz o componente afetivo da dor. dependentes de opioides que estejam usando
Euforia: A morfina causa potente sensação opióide por tempo considerável.
de contentamento e bem estar. É um Efeitos no TGI: Os opióides aumentam o
componente importante de seus efeitos tônus e reduz a motilidade em muitas pares do
analgésicos, porque a agitação e a ansiedade sistema do TGI, resultando em constipação, eu
associadas a uma doença dolorosa ou pode ser grave e problemática para o paciente.
trauma, são assim reduzidos. O atraso resultante nos esvaziamento gástrico
pode retardar a absorção de outros fármacos.
A pressão no trato biliar aumenta em razão da
contração da bexiga e constrição do esfíncter PARACETAMOL
biliar. Os opioides devem ser evitados em Os fármacos anti-inflamatórios não esteroidais
pacientes que sofrem de dores biliares devido (AINEs) são usados para tratar afecções
a cálculos, nos quais pode ser aumentada ao inflamatórias dolorosas e para reduzir quadros
invés de aliviadas. febris. Ele difere dos outros AINEs por produzir
Outras ações dos opióides: A morfina efeitos analgésicos e antipiréticos, enquanto lhe
libera histamina dos mastócitos através de faltam os efeitos anti-inflamatórios. Não possui a
ação não relacionada aos receptores opióide. tendência de outros AINEs para causar ulceração
A liberação de histamina pode causar efeitos gástrica e sangramento. O paracetamol é bem
locais, como urticária e prurido no local da absorvido por VO, e sua meia vida plasmática é
injeção, ou efeitos sistêmicos, chamados de cerca de 3 horas. É metabolizado por
broncoconstrição e hipotensão. O efeito hidroxilação, conjugação principalmente como
broncoconstritor pode ter serias glicuronideo e eliminado na urina. A
consequências para os pacientes asmáticos superdosagem de paracetamol causa grave lesão
,aos quais a morfina não deve ser hepática, comumente fatal, e o fármaco costuma
administrada. A hipotensão e a bradicardia ser usado em tentativas de suicídios.
ocorrem com doses elevadas da maioria dos
opioides, devido à ação sobre a medula. Com
a morfina e fármacos similares, a liberação
de histamina pode contribuir para a
hipotensão. Os efeitos no músculo liso são
leves embora possam ocorrer espasmos
uterinos, da bexiga e dos ureteres. Os
opioides exercem efeitos imunossupressores
complexos, e podem ser importantes, como
ligação entre o SN e a função imunológica.
Tolerância e dependência: Os diferentes
mecanismos adaptativos celulares são
responsáveis pela tolerância e dependência.
Estes fenômenos ocorrem, sempre que os
opioides são administrados por mais que
alguns dias.
Tolerância: A tolerância às muitas ações dos
opioides desenvolve-se em alguns dias, como
administração repetitiva. A rotatividade de
fármaco e frequentemente usado na clinica
para superar a perda da eficácia.
Dependência física: Refere-se a
determinado estado em que a retirada do
fármaco causa efeitos fisiológicos adversos,
ou seja, síndrome de abstinência.
Farmacocinética: A absorção da morfina por
VO é variável. A própria morfina é absorvida
sendo comumente administrada por via
intravenosa ou intramuscular para tratar dor
aguda, intensa, a morfina por via oral, costuma
ser usada para aumentar sua duração de
ação. A codeína é bem absorvida e
administrada por via oral. A maioria dos
fármacos parecidos à morfina passa por
considerável metabolismo de primeira
passagem, e, portanto, eles são muito menos
potentes quando usado por VO, e não
injetados. A meia vida plasmática da morfina é
de 3 a 6 horas. O metabolismo hepático é a
principal modalidade de inativação, geralmente
por conjugação com glicuronideo.
Efeitos adversos: A superdosagem aguda
com morfina resulta em coma e depressão
respiratória, caracteristicamente com
constrição pupilar.
ANTIINFLAMATÓRIO As duas enzimas são homologas; no entanto, a
A inflamação é uma resposta normal de conformação para os sítios de ligação ao
proteção às lesões teciduais causadas por trauma substrato e regiões catalíticas é um pouco
físico, agentes químicos ou microbiológicos diferente.
nocivos. A inflamação é a tentativa do organismo
de inativar ou destruir os organismos invasores, Ex.: A COX2 apresenta um canal de sub strato maior e mais
flexível do que a COX1 que apresenta um espaço maior no
remover os irritantes e preparar o cenário para o
sítio de ligação dos inib idores.
reparo tecidual. Quando a recuperação está
completa, normalmente o processo inflamatório 2. Via da lipoxigenase: Alternativamente, muitas
cessa. Entretanto, pode ocorrer ativação impropria lipoxigenases podem agir sobre o ácido
do sistema imune resultando em inflamações e
araquidônico para formar 5HPETE, 12HPETE
causando doenças imunomediadas, como a artrite
e 15HPETE, que são derivados peroxidados
reumatoide (AR*) A reação inflamatória está
instáveis e se convertem nos correspondentes
presente em quase todas as lesões produzidas no derivados hidroxilados (Os HETES) ou em
organismo humano. As manifestações clínicas do
leucotrienos ou lipoxinas, dependendo do
processo inflamatório são dor, hiperalgésia, tecido. Os fármacos antileucotrienos, como o
eritema, edema e limitação funcional. Os fármacos zileutona, o zafirlucaste e o montelucaste, são
AINEs e celecoxibe (inibidor do COX2). uteis no tratamento da asma alérgica
moderada.
Prostaglandinas (PG´s)
Todos os AINEs inibem a síntese das PG´s.
Bimatoprosta e latanoprosta: A latanoprosta
Assim, para entender os AINEs, precisamos
é um análogo da PGF2 indicado para o
compreender a atividade e biossíntese da PG´s.
tratamento do glaucoma de ângulo aberto e
As PG´s e os compostos relacionados são
pressão intraocular alta. O bimatoprosta
produzidos em mínimas quantidades por
mimetiza as prostamidas endógenas
praticamente todos os tecidos. Geralmente atuam
resultando na mesmo redução da pressão
localmente nos tecidos, onde são sintetizados,
intraocular eficaz. Assim, o bimatoprosta
sendo rapidamente metabolizados em produtos
aumenta a proeminência, o comprimento e a
inativos nos seus locais de ação. Eles não
pigmentação dos cílios e também esta
circulam em quantidades significativas no sangue.
aprovado para o tratamento da hiposicose dos
Síntese: O ácido araquidônico é o principal
cílios.
precursor da PG´s e dos compostos Mecanismo de ação: Fixando-se ao receptor
relacionados. Está presente em componentes
FP das PG´s, latanoprosta e travoprosta
dos fosfolipídios das membranas celulares. O
aumenta o efluo uveoescleral diminuindo a
acido araquidônico livre é liberado dos
pressão intraocular. O efeito do bimatoprosta
fosfolipídios teciduais pela ação da fosfolipase
é similar.
A2 e outra acidrolases por um processo Efeitos adversos: As reações oculares
controlado por hormônios e outros estímulos. incluem visão turva, alteração na coloração
Existem duas vias para a síntese de íris (aumenta a pigmentação marrom),
eicosanoides a partir do ácido araquidônico: aumento do número e pigmentação dos
1. Via da ciclo-oxigenase: Todos os
cílios, irritação ocular e sensação de corpo
eicosanoides com estrutura de anéis (PG´s,
estranho,
tromboxanos e prostaciclinas) são
sintetizados pela via da ciclo-oxigenase.
Temos duas isoformas relacionadas das
enzimas ciclo-oxigenase.
a. Ciclo-oxigenase 1 (COX1): Responsável
pela produção fisiológica de prostanóides. A
COX1 é uma enzima constitutiva, regulando
os processos celulares normais, como a
citoproteção gástrica, a homeostase
vascular, a agregação plaquetária e as
funções reprodutiva e renal.
b. Ciclo-oxigenase 2 (COX2): Provoca a
produção elevada de prostanóides que
ocorrem em locais de doença e inflamação
crônica. A COX2 é expressa de forma
constitutiva em tecidos, como cérebro, rins e
ossos. Sua expressão em outros locais
aumenta durante os estados inflamatórios
crônica.
Ação terapêutica: As PG´s tem papel Ibuprofeno: Possui atividade anti-inflamatória,
principal na modulação da dor, inflamação e analgésica e antipirética, além disso, podem
febre. Também controla funções, como alterar a função das plaquetas e prolongar o
secreção ácida e a produção de muco no TGI, tempo de sangramento. São inibidores
a contração uterina e o fluxo de sangue nos irreversíveis da ciclo-oxigenase, inibindo a
rins. As PG´s também estão entre os síntese de PG´s, mas não de leucotrienos. É
mediadores químicos liberados nos processos bem absorvido por VO, ligando-se quase que
alérgicos e inflamatórios. totalmente à albumina plasmática. Sofrem
Ação anti-inflamatória: Os AINEs inibem a biotransformação hepática e são excretados
ciclo-oxigenase e, consequentemente, pelos rins.
provocam a redução das PG´s vasodiladoras Efeitos adversos: Os mais comuns são no
(PGE2 e PGI2) e que está associado a menor TGI, variando desde dispepsia até
vasodilatação e, indiretamente, menos sangramento. Também foram registrados
edema. Não há redução de acumulo de efeitos adversos envolvendo o SNC, como
células inflamatórias, porem os AINEs cefaleia, zumbidos e tonturas.
impedem a saída do exsudato (enzimas, Piroxicam e Meloxicam: Usados no
células de defesa, citocinas, proteínas do tratamento da AR* da espondilite anquilosante
complemento) o paracetamol não possui e da osteoartrite, apresenta meias-vias longas,
ação anti-inflamatória considerável. o que permiti a administração uma vez ao dia.
Ação antipirética: Devido, a diminuição da O fármaco original e os metabólitos são
PGE2 que é responsável pela elevação do excretados pelos rins na urina. o meloxicam
ponto de ajuste hipotalâmico para o controle inibe a COX1 e a COX2, com ligação
de temperatura na febre. Os anti-inflamatórios preferencialmente a COX2 e em doses baixas
ativam o hipotálamo e este induz a expressão a moderadas, provoca menos irritação do TGI
de COX2 que produz as PG´s. do que o piroxicam. A excreção do meloxicam
Ação analgésica: A diminuição de PG´s é realizada principalmente na forma de
significa menos sensibilização das metabolitos e ocorrem igual proporção na urina
terminações nervosas nociceptivas a e nas fezes.
mediadores inflamatórios, como a bradicinina.
O alivio da cefaleia é devido à menor
vasodilatação cerebral mediada pelos PG´s.
as PG´s são responsáveis por diminuir o
limiar de excitabilidade dos nociceptores das
fibras C e Ag responsáveis pela sensação de
dor.
Salicilatos (AAS): O ácido salicílico foi
descoberto devido às suas ações antipiréticas
e analgésicas. A aspirina provoca inativação
irreversível da COX1 e COX2. Também é eficaz
em baixas doses, em distúrbios
cardiovasculares devido a sua ação
antiplaquetária. Os tipos de dores que são
aliviadas pelos salicilados são de pouca
intensidade e originam-se mais de estruturas
tegumentares que das vísceras, especialmente
cefaleia, mialgia e artralgia.
Efeitos adversos: Desconforto epigástrico,
náuseas, vômitos. Não pode ser usados em
pacientes hemofílicos ou que usam heparina
ou anticoagulantes orais, devido ao risco de
hemorragias. A ingestão de salicilados causa
o prolongamento do tempo de sangramento.
Este efeito é devido à acetilação irreversível
da cicloxigenase plaquetária e a consequente
redução da formação de tromboxano A2.
FARMACOLOGIA ANTIFÚNGICA Inibidores da síntese de DNA
Os fungos são células eucarióticas sem Flucitosina (5FC): Agente antifúngico sintético
mobilidade. Diferente das plantas eles não fazem que, administrado por VO, mostra-se ativo
fotossíntese e são de natureza parasitária. Tem contra uma gama limitada de infecções
parede celular rígida composta de quitina, um fúngicas sistêmicas, sendo eficaz em
polímero de N-acetil-glicosamina, em vez de infecções causadas por leveduras.
peptideoglinao. As membranas celulares fungicas Administrado só desenvolve resistência à
contém ergosterol, em vez de colesterol, droga durante o tratamento razão pela qual é
encontrados nas membranas de mamíferos. comum ser associada com anfotericina para
Essas características químicas são úteis no infecções graves, como a meningite. Isto se dá
tratamento das infecções bacterianas, e, ao devido ao fato de ocorrer mutações na citocina
contrário, as bactérias são resistentes aos permease ou citosina desaminase do fungo.
fármacos antifúngicos. Mecanismo de ação: A 5FC é convertida no
As infecções fúngicas são chamadas de antimetabólito 5-fluoracil (5FU) por células
micoses, podem ser dividida em infecções dos fungos, mas não em células humanas. O
superficiais e sistêmicas. 5FU inibe a timidilato sintetase e, portanto a
As infecções fúngicas superficiais: Podem síntese de DNA. Em geral, a flucitosina é
ser classificadas em dermatomicoses e administrada por infusão intravenosa, mas
candidíase. também pode ser usado por VO.
As dermatomicoses são infecções da pele, Farmacocinética: A 5FC é bem absorvida
dos cabelos e das unhas causadas por por VO. Distribui-se por toda a água corporal
dermatófitos. e penetra bem no LCR. A 5FC é detectável
A candidíase superficial, o microrganismo em pacientes e resulta da biotransformação
leveduriforme infecta as mucosas da boca da 5FC pelas bactérias intestinais. A
(afta) ou da vagina ou pele. excreção do fármaco e seus metabolitos é
As infecções sistêmicas (micoses por filtração glomerular, a dosagem precisa
profundas): Podem envolver órgãos internos ser ajustada em pacientes com função renal
ou acometer todo o organismo do hospedeiro, comprometida.
produzindo variado quadro anatomopatológico. Efeitos adversos: A 5FC causa neutropênia,
Os fungos dimórficos estão muito associados a trombocitopenia reversível e depressão dose-
esta condição. dependente da medula óssea. Deve-se ter
Os agentes antifúngicos devem possuir quatro cautela e pacientes submetidos à radiação ou
características: quimioterapia com fármacos que deprimem a
1. Amplo espectro de ação contra uma variedade medula óssea. Pode ocorrer disfunção
de fungos patógenos; hepática reversível com elevação das
2. Baixa toxicidade farmacológica; transaminases êmese e diarreia, são comuns,
3. Múltiplas vias de administração; e pode ocorrer também grave enterocolite.
4. Excelente penetração no líquido
cefalorraquidiano. Inibidores da mitose
Os principais alvos moleculares da terapia Griseofulvina: Agente antifúngico de pequeno
antifúngica consistem em enzimas e outras espectro. Interfere na mitose pela ligação com
moléculas envolvidas na síntese de DNA, na os microtúbulos fúngicos, pode ser usado para
mitose, na síntese de membrana plasmática e na tratar as infecções desmatofiticas da pele ou
síntese das paredes celular dos fungos. das unhas, quando o tratamento local é
ineficaz, tratamento precisa ser prolongado.
Farmacocinética: é administrado oralmente
é pouco hidrossolúvel, e absorção varia com
o tipo de preparação; em partículas, o
tamanho da partícula. Ela é cantada
seletivamente pela pele recém-formada e
concentrada na queratina. A meia vida
plasmática é de 24 horas, porém ela fica
Figura 41: Os fármacos antifúngicos atualmente disponíveis retida na pele por muito mais tempo. Ela
atuam sobre alvos moleculares distintos. (a) núcleo; (b) As induz potencialmente as enzimas P450 causa
alilaminas, as benzilaminas, osimidazólicos e os triazólicos
inibem a via de síntese do ergosterol no retículo varias interações farmacológicas importantes.
endoplasmático. (c) As equinocandinas inibem a síntese da Efeitos adversos: São frequentes, porém o
parede celular dos fungos. (d) Os polienos ligam-se ao
ergosterol na membrana fúngica e, portanto, rompem a
fármaco pode causar alterações gástricas,
integridade da membrana plasmática. A anfotericina é um cefaleia e fotossensibilidade. Reações
polieno representativo. (e) A flucitosina inibe a síntese de alérgicas (erupções cutâneas, febre) também
DNA do fungo. (f) A griseofulvina inibe a mitose dos fungos
através da ruptura do fuso mitótico. podem ocorrer. Não deve ser usado em
gestantes.
Inibidores da membrana Inibidores do ergosterol
Nistatina: É um antibiótico macrolídeo Constituem um grupo de agentes fungistáticos
poliênico de estrutura semelhante à da sintéticos, com amplo espectro de atividade. Eles
anfotericina e com o mesmo mecanismo de inibem as enzimas P450 fúngicas responsáveis
ação, ela também atua mediante ligação ao pela síntese do ergosterol, o principal esterol
ergosterol e formação de poros nas encontrado na membrana das células fúngicas. A
membranas celulares dos fungos. Seu uso depleção de ergosterol altera a fluidez da
limita-se a infecções fúngicas da pele e do TGI membrana, interferindo na ação das enzimas
da pele da vagina. associadas à membrana. O efeito global consiste
Anfotericina: É um antibiótico de estrutura em inibição da replicação.
complexa, caracterizada por um anel de átomo
de carbono com múltiplos membros. Ela liga- Inibidores da esqualeno epoxidase
se às membranas celulares e interfere na Estes fármacos atuam inibindo a esqualeno
permeabilidade e nas funções de transporte. epoxidase, resultando no bloqueio da biossíntese
Forma um poro na membrana, criando com a do ergoesterol, um componente essencial da
parte central hidrofílica da molécula um canal membrana celular dos fungos. Os agentes
iônico transmembranar. A anfotericina é ativa antifúngicos que inibem a esqualeno epoxidase
contra a maioria dos fungos e leveduras. são divididas em alilaminas e benzilaminas, com
Quando administrada por via oral, a bases nas suas estruturas químicas em
anfotericina é pouco absorvida, razão pela Terbinafina e naftifina são alilaminas, enquanto a
qual só é administrada por esta via para butenatina é uma benzilamina. As alilaminas e
infecções fúngicas do trato gastrintestinal. benzilaminas tópicas e mais eficazes que o
Mecanismo de ação: Varias moléculas de azólicos tópicos contra dermatófitos comuns,
anfotericina se ligam ao ergosterol nas particularmente os que causam tinha do pé.
membranas plasmáticas das células dos Terbinafina: É o fármaco de escolha para
fungos sensíveis. Ela formam poros (canais) tratar dermatofitose, especialmente da
que precisam de interações hidrofóbicas onicomicose. É bem mais tolerado, a duração
entre o segmento lipofílico do antibiótico do tratamento é menor e mais eficaz do que
polieno e o esterol. O poro desorganiza a com itraconazol.
função da membrana, permitindo o Mecanismo de ação: Inibe a esqualeno
vazamento de eletrólitos e pequenas epoxidase do fungo, diminuindo, assim, a
moléculas, resultando na morte da células. síntese de ergoesterol, o que acumula
Farmacocinética: É administrado por infusão grandes quantidades tóxicas e esqualeno,
IV lenta. Ela é insolúvel em água, e a determina a morte da célula fúngica.
preparação injetável precisa de adição de Farmacocinética: Está disponível para
desoxicolato de sódio, que produz uma administração oral e tópica, embora sua
dispersão coloidal solúvel. A anfotericina se biodisponibilidade seja só 40%. Devido à
liga extensamente às proteínas plasmáticas e biotransformação de 1ª passagem. A
se distribui por odo o organismo, ligando-se absorção não aumenta com a alimentação.
extensamente aos tecidos. 99% da terbinafina liga-se às proteína
Efeitos adversos: Tem baixo índice plasmáticas, deposita-se na pele, nas unhas
terapêutico. Pequenas doses podem ser e na gordura. Ela se acumula no leite e, por
administrados para avaliar o grau de resposta isso, não deve ser usado em gestantes. Te
negativa do paciente, com o anafilaxia ou longa meia-vida terminal de 200 a 400 horas,
convulsões. o que pode refletir a lenta liberação desses
. tecidos. A terbinafina oral é extensamente
biotransformada, antes da excreção urinária.
Efeitos adversos: Os mais comuns são
distúrbio do TGI (diarreia, dispepsia e
náusea), cefaleia e urticária foi registrados
distúrbios de gosto e visão, e elevação
temporária das concentrações séricas de
enzimas. Todos esses efeitos adversos
cederam com a interrupção do fármaco.
Naftifina: É um inibidor da esqualeno
epoxidase com amplo espectro de atividade
antifúngica. Só está disponível na forma
tópica, em creme ou gel.
Inibidores da 14α-esterol das metilase
Um alvo importante na via da síntese do
ergosterol é a 14α-esterol desmetilase, uma
enzima do citocromo P450 que converte o
lanosterol em ergosterol. A diminuição na síntese
de ergosterol e o acúmulo de 14α, etil esteróis
rompem as cadeias acil agrupadas dos
fosfolipídios nas membranas dos fungos. A
estabilização da membrana fúngica leva à
disfunção das enzimas associadas à membrana,
podendo levar, à morte celular. Os azólicos são
agentes antifúngicos que inibem a enzima 14α-
esterol. Os azois são compostos sintéticos que
podem ser classificados como imidazois ou
triazois de acordo com o número de átomo de
nitrogênio no anel zólico de 5 membros. Os
imidazois consistem no cetoconazol, no miconazol
e no clotrimazol. As duas substâncias são usadas
apenas na terapia tópica. Os triazois incluem o
itraconazol o fluconazol, o voriconazol e o
poaconazol.
Cetoconazol: Foi o primeiro azol a ser
administrado por via oral no tratamento das
infecções fúngicas sistêmicas. É bem
absorvido pelo trato gastrointestinal, seu
principal risco é a sua alta toxicidade.
Fluconazol: É administrado por via oral ou por
intravenosa. Pode tornar o fármaco de primeira
escolha na maioria dos tipos de meningite
fúngica.
Itraconazol: Está disponível em formulações
orais e intravenosas. É administrado por via
oral e, após absorção, sofre extenso
metabolismo hepático. Não penetram no
líquido cefalorraquidiano. A hepatoxicidade
constitui o principal efeito adverso associado à
terapia com itraconazol.
Antimoniais
Não são usados devido às graves manifestações
toxicas que podem produzir.
Estiboglinato: Junto com a anfotericina é
usada no tratamento de acompanhamento.
Mecanismo de ação: não está bem claro.
Questiona-se a possibilidade de estimularem
mecanismos imunitários do individuo
parasitado.
Farmacocinética: Como não é absorvido por
VO, o estiboglinato de sódio deve ser
administrado por VP se distribui no
compartimento extravascular. A
biotransformação é mínima, e o fármaco é
excretado com a urina.
Efeitos colaterais: Incluem no local de
injeção, indisposição gastrointestinal e
arritmias cardíacas. As funções hepáticas e
renais devem ser monitoradas
periodicamente.
Oxicodona Metadona
Referência: Oxycontin (Zodiac); Referência: Mytedom (Cristália);
O que é: analgésico opioide; O que é: analgésico opioide;
Para que serve: dor; Para que serve: dor grave, síndrome de
abstinência a opioide;
Como age: liga-se a receptores no SNC inibindo a respiratória considerável, especialmente quando
transmissão do impulso doloroso. Impede ou equipamentos para monitoramento ou
atenua sintomas de abstinência quando ressuscitação não estão disponíveis.
administrado em substituição a outros opioides no Risco x benefícios: arritmia cardíaca,
tratamento de desintoxicação. comprometimento da capacidade de manter a
Risco na gravidez: C; pressão sanguínea, por diminuição do volume de
Não usar o produto: alergia a opioide; sangue ou uso de determinados medicamentos,
Risco X benefícios: arritmia cardíaca, diminuição hepática, idoso e paciente debilitado,
comprometimento da capacidade de manter a predisposição a hipoventilação.
pressão sanguínea, por diminuição do volume de Reações mais comuns:
sangue ou uso de determinado medicamento, • Dermatológico: coceira e suores;
diminuição da função hepática, idoso e paciente • SGI: dor abdominal, constipação, boca seca,
debilitado, predisposição a hipoventilação etc. diarreia, náusea, má digestão e vômito;
Reações comuns: • Respiratório: dificuldade para respirar;
• SGI: náusea e vômito; • SNC: sedação, sonolência, sentidos confusos,
• SNC: sentidos confusos, tonturas, sensação de euforia, confusão mental, fraqueza, ansiedade,
queda iminente, sedação e sonolência. depressão, tontura, dor de cabeça, insônia e
Atenção com outros produtos: nervosismo.
• Pode aumentar o risco de hábito e de Atenção com outros produtos. a fentanila
depressão do SNC com: álcool, outro depressor transdérmica:
do SNC; • Pode aumentar os efeitos depressores do SNC,
• Pode ter sua ação diminuída por: Buprenorfina; os efeitos depressores respiratórios e os efeitos
• Pode apresentar graves reações com: IMAO; hipotensores com: álcool, outro depressor do
• Pode ter sua ação antagonizada por: Naxolona SNC;
e Nalfrexona; • Pode ter seus efeitos opioides reduzidos com:
• Pode aumentar o risco de constipação grave indutor de CY3A4; (Carbamazepina);
com: anticolinérgico ou outro medicamento com • Pode ter seus efeitos opioides aumentados ou
efeito anticolinérgico; prolongados com: inibidor de CY3A4
• Pode apresentar sintomas de abstinência em (Claritromicina);
pacientes tratados por dependência a opióides • Pode ser ineficaz com: Naltrexona.
com: Rifampicina, Fenitoina; Considerações importantes: cuidado ao dirigir ou
• Considerações importantes: não ingerir bebida executar atividades que exijam atenção. o
alcoólica, cuidado ao dirigir ou executar tarefas aumento de temperatura da pele pode aumentar a
que exijam atenção; este produto não é absorção de fentanila de sistema transdérmicos.
recomentado para analgesia obstétrica.
Por exemplo, o proposito do investigador pode ser o Sendo a dimensão tempo a base do estudo de
estudo de pacientes com asma grave que requeiram coorte, torna-se possível determinar a incidência
hospitalização. A população de origem dos casos, de doenças. O principio lógico do estudo de
portanto, é a população de asmáticos, e desta mesma
população devem originar-se os controles. Os controles coorte é a identificação de pessoas sadias, a
devem representar a população de onde se originara os classificação das mesmas em expostas e não
casos, e não a população geral. expostas ao fator de risco e o acompanhamento
destes dois grupos por um período de tempo
Definição de casos: Necessita de critérios suficiente longo para que haja o aparecimento da
objetivos, se o projeto pretende estudar câncer doença. A analise do estudo será a comparação
de pulmão, é preciso que os casos sejam da incidência da doença em estudo entre os
confirmados através de laudos indivíduos expostos e entre os não-expostos. Esse
anatomopatológicos, e não casos possíveis ou tipo de coorte é o coorte prospectiva.
prováveis. O outro cuidado nesse tipo de A coorte histórica ou retrospectiva é quando a
estudo, refere-se à duração da doença; se os exposição é medida através de informações
casos estudados forem casos prevalentes na colhidas do passado e o desfecho é medido
amostra com casos incidentes, não ocorre esse daquele momento em diante.
problema. O estudo de coorte é excelente para avaliar
Uma alternativa se quiser incluir casos várias exposições e doenças ao mesmo tempo;
prevalentes, é estipular que somente poderão estão indicados para doenças frequentes e
entrar no estudo casos que tenham sido doença que levam à seleção dos mais saudáveis
diagnosticados há, no máximo, por exemplo, por outro lado, sendo estudos caros e demorados,
seis meses, e não casos diagnosticados há as perdas de acompanhamento podem distorcer o
muito tempo. estudo, não servem para doenças raras e as
associações podem ser afetadas por variáveis de
confusão.
casos novos
IC* =
poulação inicial
casos novos
DI* =
pessoas (ano em risco)
Resp.:
PROCESSO EPIDÊMICO Alternativa (a) incorreta: A pandemia é uma
1. Endemia: É a ocorrência de determinada espécie de epidemia. A incidência normal de
doença que acomete sistematicamente certa doença numa determinada área
populações em espaços característicos, e geográfica e num determinado período
determinados no decorrer de um longo período
(endemia) é ultrapassada, porém esse Alternativa (d) incorreta: Também conhecido
argumento se expande para uma grande área coo epidemia de contato ocorre um aumento
geográfica como um continente ou mesmo progressivo de casos, mas a fonte de infecção
todo o planeta. não é a única, sendo representada por
Alternativa (b) correta: A epidemia é a exposições sucessivas e em cadeia.
concentração de determinados casos de uma
doença num local e época, claramente em 4. Pandemia: Caracterizado por uma epidemia
excesso e relação ao que seria teoricamente com larga distribuição. Se o gráfico atingir
esperado; mais de um continente. Um exemplo é a
Alternativa (c) incorreta: O termo infestação epidemia da AIDS que atinge todos os
se originou do latim (infestatio) e se refere à continentes do planeta.
localização de parasitas em alguma superfície
externa por exemplo, carrapatos e piolhos; Ex.: 1: Associe os termos de
Alternativa (d) incorreta: Latência se refere mortalidade/morbidade à sua definição na
a um período de tempo entre o inicio de um alternativa CORRETA:
determinado evento e o momento em que seus 1. É a ocorrência de certo número de casos
efeitos tornam-se perceptíveis; controlado em determinada região;
Alternativa (e) incorreta: A virulência se 2. É o aumento do número de casos de
refere à capacidade infecciosa de um determinada doença muito acima do
microrganismo, medida pela mortalidade que esperado e não delimitado a uma região;
ele produz ou poder de invadir tecidos do 3. Compreende um número de casos de doença
hospedeiro. acima do esperado, sem respeitar limites
entre paises ou continente. Os exemplos
3. Surto epidêmico: É a ocorrência de dois ou mais atuais são a AIDS e a tuberculose.
mais casos epidemiológicos relacionados, a. 1-epidemia; 2-endemia; 3-pandemia;
alguns autores chamam de surto epidêmico, ou b. Correta: 1-endemia; 2-eppidemia; 3-
surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno pandemia;
restrita a um espaço extremamente delimitado: c. 1-pandemia; 2-epidemia; 3-endemia;
colégio. Quartel, creches, grupos reunidos numa d. 1-pandemia; 2-endemia; 3-epidemia.
festa, um quarteirão etc. Resp.:
1-Endemia, 2-Epidemia; 3-Pandemia.
Ex.: 1: É um tipo de dinâmica de disseminação de A partir da identificação dos conceitos, segundo a
doença, a qual atinge uma pequena área ordem do enunciado.
geográfica delimitada ou população
institucionalizada (creches, escolas etc.). essa
dinâmica é caracterizada como:
a. Correta: Surto;
b. Uma endemia;
c. Uma endemia progressiva;
d. Uma epidemia progressiva;
Resp.:
Alternativa (a) correta: Ocorre quando há o
aumento repentino do número de casos de
uma doença numa região especifica passa a
ser considerado surto, o aumento de casos
deve ser maior o que o esperado pela
autoridades;
Alternativa (b) incorreta: A endemia não
está relacionada a uma questão quantitativa
uma doença é classificada como endêmica
(típica) de uma região quando acontece com
muita frequência no local. As doenças
endêmicas podem ser sazonais;
Por exemplo, a taxa de mortalidade em criança com Por exemplo, doenças cardíacas coronárias causaram
menos de 10 anos de idade pode ser computado usando 425.425 ób itos e 2006, sendo a única causa líder de
a seguinte equação. ób itos nos EUA. Com uma população estimada de
299.398. 484 em 1º de julho de 2006, a taxa de
𝑁º 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎 , 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
mortalidade anual resultante para doença cardíaca
𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜 ,𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑑𝑎 coronária foi de 142,1 para 100 mil, em 2006.
TMEI* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 X 1000
𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜. Causas imediatas e subjacentes de falecimento e
outras condições significativas contribuem para os
relatos nos atestados de óbitos, os códigos da
classificação internacional de doença (CID). A
causa subjetiva do óbito refere-se a um único
motivo selecionado de óbito, que é a doença ou
lesão que inicia a série de eventos levando a b. 0,5;
morte. Um evento de morte pode ter múltiplas c. 5,0;
causas, incluindo as subjacentes e não d. 11,1;
subjacentes. A causa subjacente de óbito é usada. e. 5,5.
A má classificação é o erro de codificação podem
afetar a precisão da taxa relatada de mortalidade
específica por causa. De forma similar, é possível Mortalidade proporcional (MP*)
determinar restrições e outras características, É a proporção de óbitos atribuíveis a uma doença
como sexo, raça e áreas geográficas, para especifica.
calculara TME* por características, como TMER*
Por exemplo, de todos os ób itos que ocorreram nos EUA é
Taxa de letalidade (TL*) uma taxa ou razão; ela é uma proporção porque o numerador
é sempre uma parte do denominador. A MP* costuma ser
Mede a propensão de uma doença causar o óbito expressa como uma porcentagem.
de pessoa afetado. Embora quase sempre seja
referida como TL* ela não é uma TL*,mas uma É computada da seguinte forma:
proporção. A TL* costuma ser expressa como uma
porcentagem. Ela é calculada da seguinte forma: 𝑁º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎
𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎, 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑜
MP* = 𝑁º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 x 100
𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑚 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜.
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑓í𝑐𝑜
TL*´= 𝑁º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 x 100
𝑑𝑢𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜
Viés
Numero necessário para causar dano
(NNCD*) Está relacionado aos erros sistemáticos, em
oposição aos erros aleatórios, na realização de
Em medicina, tratamentos, incluindo fármacos e
um estudo um erro sistemático pode ocorrer
outras intervenções terapêuticas, podem causar
quando os grupos do estudo da pesquisa são
danos, de varias formas, aos pacientes. Alguns
danos são brandos e outros severos, resultando selecionados de uma forma ·que trata
em danos ou óbitos. A significância relativa dos consistentemente um dos outros grupos. Nos
danos causados pelos fármacos e outras terapias estudos farmacoepidemiológicos, o interesse está
e estimar a relação entre a exposição a um
depende da condição sendo tratada e da natureza
tratamento ou intervenção medicamentosa e seus
e severidade do dano.
efeitos no estado de saúde ou no desfecho. Nessa
Por exemplo, numa doença menor, como um simples prática, o desafio é chegar a uma estimativa do
resfriado, um evento adverso com potencial de ameaçar efeito que esteja livre de viés, em especial nos
a vida não seria aceitável, mesmo que a chance de estudos de pós-comercialização, quando muitos
vivenciar o evento fosse pequena. Se uma condição, por fatores podem afetar a associação entre o
si só, é fatal, o risco de ób ito ou dano no tratamento é
aceitável.
tratamento e o desfecho.
Conceito de prevenção
O conceito de prevenção é definido como ação
Figura 17: Taxa de m ortalidade por tuberculose padronizada
antecipada, baseada no conhecimento da história por idade na Inglaterra e país de Gales, 1840-1968.
natural a fim de tornar improvável o progresso
posterior da doença. A prevenção apresenta-se Ex.: 1: Em se tratando de prevenção primaria,
em três fases. podemos ciar como medidas de proteção
1. Prevenção primária: Seu objetivo é evitar a especifica.
emergência e estabelecimento de padrões de a. Correta: Imunização/saúde ocupacional
vida, que aumentam o risco de desenvolver /controle dos vetores;
doenças, com ações dirigidas à população ou b. Imunização/controle dos vetores/diagnóstico
grupo selecionado. Suas consequências são precoce;
os efeitos múltiplos em várias doenças: c. Imunização/saúde ocupacional/diagnóstico
A interrupção do fumo na gravidez seria precoce;
uma importante medida de ação primária, já d. Imunização/diagnóstico precoce/inquéritos
que mães fumantes, no estudo de coorte de epidemiológicos;
pelotas de 1993, tiveram duas vezes maior e. Diagnóstico precoce/tratamento/reabilitação.
risco para terem filhos com retardo de
crescimento intrauterino e baixo peso ao
não sendo esse um dos determinantes mais
importantes de mortalidade infantil.
2. Prevenção secundária: Seu objetivo é a
detecção precoce patológico em doentes, seu
procedimento é o rastreio. Sua consequência é
a diminuição da incidência da doença:
O tratamento com RHZ para tuberculose
proporciona cerca de 100% da cura da
doença e impede sequelas importantes
como fibrose pulmonar, ou cronicidade da
doença sem resposta ao tratamento da
primeira linha e a transmissão da doença
para o resto da população.
3. Prevenção terciária: Seu objetivo é limitar a
progressão da doença e evitar sua
reintegração no meio social. Seus
procedimentos são as medicinas curativas e
preventivas estreitamente associadas, suas
consequências é o aumento da capacidade
fundamental do indivíduo:
A bola fungica que, usualmente é um resíduo
da tuberculose e pode provocar hemoptóses
severas, tem na cirurgia seu tratamento
definitivo.
O declínio nas taxas de mortalidade ocorrido no
séc. 19, nos países industrializados deveu-se,
principalmente, à redução nas mortes por doenças
infecciosas. A fig. Abaixo mostra a taxa de
mortalidade por tuberculose na Inglaterra e país
de Gales entre 1840 e 1968, indica o momento de
introdução de medidas especificas de tratamento
e prevenção. A maior parte do declínio na
mortalidade ocorreu antes dessas intervenções e
foi atribuída à melhoria no estado nutricional, nas
condições de habitação e saneamento e em
outras medidas de saúde ambiental.
LOGISTICA HOSPITALAR Os maiores problemas gerados pela imprecisão
A administração de recursos materiais no de dados são:
ambiente do hospital confunde-se com as funções Má localização dos estoques; armazenamento
desempenhadas pela farmácia hospitalar. inadequado; erros de cálculo nos relatórios de
Empresas da área da saúde entendem que a entrada e saída de materiais; erros de
questão logística é responsabilidade única e recebimentos; esquecimento e atraso na
exclusiva de uma gerência de suprimentos ou de emissão de documentos inadequados de
materiais, podendo ser um profissional contagem física.
farmacêutico. Materiais correlatos chegam a
representar até 75% do que se consome num Dimensionamento e controle
hospital geral. Como empresa, a meta principal de um hospital
Para assumir ações de gerência logística, o é atingir o lucro máximo sobre o capital investido
farmacêutico ou administrador deve possuir na instituição e nos equipamentos, em
vivência e cursos de especialização na área, de financiamentos de melhorias, em reserva de caixa
modo que garanto o uso conveniente das técnicas e em estoque. Para atingir o lucro máximo, deve-
de gestão de materiais. A administração de se investir o capital para que não se torne inativo.
materiais não se limita à administração de Espera-se que o dinheiro investido no estoque
estoque. Pois, é somente uma parcela da extensa seja usado para a conveniente prestação de
matéria pertinente à função. Na realidade, a serviços aos clientes, o que aumentará o retorno
administração de materiais engloba suprimento de dos investimentos efetuados.
materiais e medicamentos, movimentação e A administração de estoque dentro do hospital
controle de produtos, aquisição e padronização de deve reduzir ao mínimo o capital investido no
itens, montagem de custos, estabelecimento do setor, pois é um montante alto e crescente.
preço de venda de materiais e medicamentos Paralelamente, deve elevar ao máximo a
usados por pacientes muitas vezes cobrados de qualidade e a segurança da prestação de
convênios médicos e pelos hospitais. serviços, visando ao bem estar dos pacientes. O
A administração de materiais compõe-se de dois objetivo final é tirar o proveito máximo do
subsistemas: investimento em estoques, incrementando o uso
1. Administração de materiais e distribuição eficiente dos meios internos da empresa e
física: Compras; recebimentos; planejamento; minimizando as necessidades de investimentos de
controle de produção (manipulação); capital.
expedição; trafego e estoque.
2. Coordenação demanda/suprimento: Politicas de estoques
Transporte; armazenamento; movimentação As políticas ou diretrizes de estoques são as
física de materiais; embalagem; controle de seguintes:
estoque; seleção de locais para Metas das empresas quanto ao tempo de
armazenagem; processamento de pedidos e entrega dos produtos ao cliente;
atendimento ao cliente. Definição do número de depósitos ou de
almoxarifado e determinação da lista de
Razões de interesse materiais a serem estocados;
O rápido aumento de custo, em particular os de Estabelecimento do nível até onde deverão
serviços de transporte e armazenagem, tem flutuar os estoques, para atender altas ou
obrigado os hospitais a desenvolver técnicas baixas de vendas ou alterações de consumo;
matemáticas e adquirir equipamentos de Determinação do ponto até onde será
informática capazes de tratar eficientemente a permitida a especulação com estoques
massa de dados necessários para análise de fazendo compras antecipadas a preços mais
problemas logísticos. baixos ou comprando-se uma quantidade
A complexidade crescente da administração de maior para obter descontos;
materiais e da distribuição física exige sistemas, Definição da rotatividade de estoque.
mais complexos e disponibilidade de maior gama
de serviços. Princípios
Há atualmente uma forte tendência, em hospitais 1. Determinar o que deve permanecer em
e clínicas, de transferir as responsabilidades de estoque (número de itens);
administração dos estoques, cada uma aplicável 2. Determinar quando se devem reabastecer os
ao estágio em que o hospital se encontra. Uma estoques (periodicidade);
preocupação sempre presente é a precisão das 3. Determinar quanto de estoque será necessário
informações. para um período predeterminado;
4. Acionar o departamento de compras para
executar a aquisição de estoque;
5. Receber, armazenar e atender os materiais
estocados de acordo com as necessidades;
6. Controlar os estoques em termos de 2. Evolução sujeitas à tendência (crescente ou
quantidade e valor, e fornecer informações decrescente): Com o decorrer do tempo, o
sobre posição do estoque; consumo médio aumenta ou diminui. Ele pode
7. Manter inventário periódico para avaliação da ser crescente ou decrescente. Os consumos
quantidade e do estado dos materiais de tendência crescente e decrescente podem
estocados; ser chamados de consumo de tendência
8. Identificar e retirar do estoque os itens ascendente e descendente, respectivamente.
obsoletos ou danificados. a. Tendência crescente: É aquela em que o
consumo aumenta, de forma crescente e
Previsão de estoque ordenada. No gráfico de tendência crescente,
Todo estudo de estoque tem início na previsão de ele não precisa ser uma linha reta. O
consumo do material, cujas características são: importante é que à medida que o tempo
Ponto de partida de todo o planejamento do avança as quantidades consumidas vão
estoque; aumentando.
Depende da eficácia dos métodos usados;
Depende da qualidade das hipóteses
aplicadas para o raciocínio.
A previsão deve sempre ser considerada como a
hipótese mais provável dos resultados. As
técnicas de previsão de consumo podem ser
classificadas em três grupos:
1. Projeção: Admite que o futuro seja repetição
do passado ou que o consumo evoluíra no
futuro;
2. Explicação: Procura explicar o consumo no
passado mediante lei que o relacionem as
variáveis cuja evolução é previsível ou Gráfico 2: (a) consumo (quantidade); (b) consumo médio; (c)
consumo efetivo; (d) tempo (período).
conhecida;
3. Predileção: Funcionários experientes e b. Tendência decrescente: É aquela em que o
conhecedores de fatores influentes em consumo diminui, de forma decrescente e
consumo e no mercado estabelecem a ordenada com o passar do tempo.
evolução do consumo futuro.
Gráfico 4: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período). c. Método da média móvel ponderada: É bem
parecido à anterior, à exceção de que, agora,
O tipo de evoluções estuda são uma espécie de alguns períodos podem ter peso ponderado.
consumo regular, já que apresentam um padrão
seguido ao longo do tempo (constante, Imagine que a sua professora diga que a nota do
ascendente, decrescente ou sazonal). O consumo b imestre será composta por prova e por trab alho. E
regular é identificado quando a variação do mais, a prova terá peso 2 e o trab alho peso 1. Você
consumo entre intervalos de tempo é pequena. tirou 8 na prova e apenas 5 no trab alho qual será a sua
média do b imestre?
Ainda que o consumo não seja exatamente o
mesmo nos intervalos de tempo, a variação entre (8+2+5)
um intervalo e outro e notadamente pequena. O =7
3
regular é aquele tipo de consumo mais simples.
Há ainda o consumo irregular, que se caracteriza Apesar de ter somente duas notas (prova e trab alho) a
por oscilações irregulares, aleatórias, que não soma, no exemplo, deverá ser dividida por 3, já que a
prova possui peso 2.
constituem padrão algum.
É essencial saber, nesse método, que os
Métodos de previsão de consumo
períodos mais próximos recebem peso maior do
a. Método último período: Nada mais é que a
que aqueles mais distantes no tempo. Isso faz
reprodução do valor do consumo do último
muito sentido. Se esta prevendo o consumo para
período. Observe o seguinte exemplo:
dezembro, é bastante lógico que os meses de
novembro e outubro recebam mais peso no seu
cálculo do que os meses de maio ou junho. A
fórmula da média ponderada é a seguinte:
MMP = ∑𝑛𝑖=1 𝑐𝑡−𝑖 𝑥 𝑝𝑡−1
Em que:
Com base na tabela acima, a previsão de MMP = média móvel ponderada;
consumo para o mês de junho (o próximo mês), se 𝑐𝑡−𝑖 = valor efetivo no período t-i.
o método usado for o do último período. Portanto, 𝑝𝑡−1 = eso atribuído ao valor no período t-1.
a previsão do consumo no mês de junho é de 65
unidades, já que, no último período (no período
anterior ao perguntado, o período do mês de
maio), o consumo foi de 65 unidades.
d. Método da média com ponderação
exponencial: Às vezes chamado de método
da média com suavização exponencial. Esse
método, além de dar maior valor aos dados
mais recentes, apresenta menor manuseio de
informações passadas. Apenas três valores
são necessários para gerar a previsão para o
próximo período.
1. A previsão do último período;
2. O consumo ocorrido no último período;
3. Uma constante que determina o valor ou Gráfico 5: (a) consumo (quantidade); (b) tempo (período).
ponderação dada aos valores mais
recentes. O eixo X horizontal representa o tempo
Esse modelo procura prever o consumo apenas decorrido (T), em meses;
com a sua tendência geral, eliminando a reação O eixo Y vertical representa a quantidade de
exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte um produto qualquer em estoque, em
da diferença entre o consumo atual e o previsto unidades.
a uma mudança de tendência e o restante a No instante 0 há 100 peças no estoque. A
causas aleatórias. medida que o tempo passa, a quantidade de peça
vai diminuindo até que, no mês 6, o valor do eixo y
Controle de estoque é 0 e isso significa que já não há mais produto no
A atividade tem o objetivo de manter informação estoque. A reta descendente que vai do instante 0
confiável sobre níveis e movimentação física e ao instante representa, o consumo da peça neste
financeira de estoque ou desabastecimento do intervalo de tempo.
sistema. A informação em rede entre as unidades No instante 6 ocorrem dois momentos:
de saúde e o almoxarifado é essencial para o bom 1. É quando o estoque zera;
controle de estoque. 2. É quando o estoque é imediatamente reposto
O controle de estoque é fundamental para a e volta a ter 100 produtos.
garantia da qualidade do ciclo logístico da AF; A reta vertical no instante 6 representa, a
Subsidiar as atividades da AF na reposição do estoque. A partir do momento 6, os
programação, aquisição e distribuição; produtos voltam a ser consumidos, até que, no
mês 12, o estoque zera novamente. Na vida real,
Assegurar suprimento, garantido a
não existe consumo tão uniforme, falhas
regularidade do abastecimento;
acontecem.
Estabelecer quantidades necessárias e evitar
perdas; Elementos de previsão de estoque
Ter procedimentos operacionais da rotina por Para manter um dimensionamento correto dos
escrito; estoques que atentam as necessidades com
Ter registro de movimentação de estoque; regularidade no abastecimento, recomenda-se o
Fornecer informações preciosas, clara e a uso dos seguintes instrumentos:
contento, com rapidez, quando solicitada; Consumo médio mensal (CMM): É a soma
Manter controle e arquivos das dadas do consumo de medicamentos usados em
organizadas e atualizada. determinado período;
Estoque mínimo (EMin ): É a soma do
consumo, de medicamentos usados em
Níveis de estoque determinado período; Para o calculo do EMin,
Curva dente de serra: O planejamento é podemos recorrer à fórmula simples ou ao
essencial na determinação do nível de estoque método de rotatividade.
de uma empresa. É preciso saber quanto de Emin = CMM x K.
estoque se tem atualmente, quando se terá Em que:
após a aquisição de materiais novos, qual o K = fator de segurança arbitrária para garantia
mínimo de estoque necessário para a contra ruptura (em termos percentuais).
continuação regular das atividades da Ex.:
organização, ainda que algum imprevisto CMM= 60 caixas.
ocorra etc. Essa determinação é feita por meio K = 0,9 (90% de garantia).
de cálculos do uso de um gráfico chamado Média é geralmente indicado em
Curva dente de serra. porcentagem (%) do valor em estoque (
fator de armazenagem).
Estoque máximo (EMax): É a quantidade Para sabermos quais variáveis estão presentes
máxima que deverá ser mantida, que numa fórmula, é bem simples: notemos quais
corresponde ao estoque da reserva, mais a fatores são importantes para a definição daquele
quantidade de reposição; é a soma do estoque conceito.
mínimo com o lote de compra. Por exemplo, é bastante razoável que o conceito
EMx =EMn + Q de tempo de reposição esteja presente na formula
do calculo do PP.
Em que: Outro conceito na fórmula do PP é o consumo
EMx = Estoque máximo; médio mensal (CMM). Aqui, a percepção é
EMn= Estoque mínimo; imediata. Ponto em que o novo pedido será feito
Q= Lote de compras. depende de quanto é o consumo mensal do
produto. Se muito, os estoques terão de ser
Tempo de reposição (TR): Para o calculo do resposta mais rapidamente. Se pouco consumido,
estoque mínimo, é necessário informação os estoques demorarão tempo maior para ser
sobre do TR. É o tempo gasto desde a resposta.
verificação de que o estoque precisa de Ex.:
reposição até a chegada efetiva do produto no CMM = 20 caixas;
estoque. Este tempo pode ser dividido em 3 TR = 2 meses;
partes: Emin = 20 caixas.
1. Emissão do pedido: Desde a emissão do Então:
pedido do comprador até o pedido chegar PP = (20x2) + 20 = 60 caixas.
ao fornecedor;
2. Preparação do pedido: Tempo que o
fornecedor leva desde o recebimento do Pontos de reposição (PR): É a quantidade
pedido até os produtos estarem prontos existente no estoque, que determina a
para serem transportados; emissão de um novo pedido;
3. Transporte: Tempo final, desde a saída do
fornecedor até o recebimento ela empresa Quantidade de reposição (QR): É a
solicitante. quantidade de reposição de medicamentos
O tempo de reposição é também chamado, de que dependente da periodicidade da
tempo de ressuprimento. aquisição.
QR = (CMM X TR + EMI)-EA.
Intervalo de suprimento: Intervalo entre dois EA = estoque atual.
suprimentos (depende da quantidade
comprada, do tempo de entrega dos Ruptura de estoque: Condição caracterizada
fornecedores e do consumo médio). quando o estoque chega a zero e não se pode
atender à necessidade de consumo: Fatores que
Intervalo de ressuprimento: É o tempo entre causam ruptura do estoque:
dois ressuprimentos consecutivos. Em outras Oscilação nas épocas de aquisição (atraso
palavras, o intervalo de tempo entre dois no tempo de reposição);
pontos de pedido. Remessas, por parte do fornecedor,
divergente do solicitado;
Diferenças de inventário.
Antisépsia
São substâncias providas de ação letal ou
inibitória da reprodução microbiana, de baixa
causticidade e hipoalergênicas, destinadas a
aplicação em pele e mucosa. Os microrganismos
encontrados na pele e nas mucosas são
classificados em flora resistente ou transitória.
Estes microrganismos podem ser facilmente
removidos com o uso de água e sabão. No
entanto, adquire particulas importantes em
ambiente hospitalares devido a facilidade de
transmissão de um indíviduo à outro. Os
antisépticos devem atender aos seguintes
requisitos: Amplo espectro de ação
antimicrobiana; ação rápida; efeito residual
cumulativo; não absorção sistêmica; não causar
hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis,
como ressecamento, irritaçaõ e fissuras; odor
agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário;
baixo custo e veiculação funcional em
dispensadores ou embalagens de pronto uso.
Triclosan: apresenta ação contra bacterias
Gpositivas e a maioria da Gnegativas, exceto
para pseudomonas aeruginosa, e apresenta
pouca ação contra fungos.
Clorexidina: sua atividade e principalmente
contra bacterias vegetativas Gpositivas e
negativas. Não age sobre formas esporuladas
exceto a temperatura altas.
Infecção comunitária
È a infecção constatada ou em incubação no ato
da admissão do paciente, desde que não
relacionada com a internação anterior no mesmo
hospital.
A infecção que está associada com
complicações ou extensão da infecção já
presente na admissão;
A infecção em recem-nascidos adquirida via
trans-placentárias;
Infecção em recém-nascido com bolsa rota.
As infecções comunitárias estão relacionadas ao
alto índice de uso de antimicrobianos de forma
aleatória, tratamento empírico incorretos e a
prática da abandono da terapia, o que tem
contribuido para o surgimento de resistência
microbianas mais elaboradas de maior espectro.
Infecção hospitalar
È qualquer infecção adquiridas após a internação
do paciente e que se anifeste durante a
internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
Quando se desconhecem o período de
incubação do microrganismo e nã houver
evidencias clínicas ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica
de infecções que se apresenta a partir de 72 horas
após a admissão.
RESOLUÇÃO Nº 417/2004 Art. 10: O farmacêutico deve cumprir as
Aprova o Código de Ética da Profissão disposições legais que disciplinam a prática
Farmacêutica. O CFF, resolve: profissional no País, sob pena de advertência.
Art. 1º: Aprovar o código de ética farmacêutica,
nos termos do Anexo desta Resolução, da qual CAPÍTULO 2
faz parte. Dos Deveres
Art. 2°: Esta Resolução entra em vigor na data da Art. 11: O farmacêutico, durante o tempo em que
publicação, revogando-se as disposições em permanecer inscrito num CRF,
contrário e, em especial, os termos da independentemente de estar ou não no exercício
Resolução/CFF nº 290/96. efetivo da profissão, deve:
1. Comunicar às autoridades sanitárias e
PREÂMBULO profissionais, fatos que caracterizem
O farmacêutico é um profissional da Saúde, infringência a este Código e às normas que
cumprindo-lhe executar todas as atividades regulam o exercício das atividades
inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, de farmacêuticas;
modo a contribuir para a salvaguarda da saúde 2. Colocar seus serviços profissionais à
pública e, ainda, todas as Ações de educação disposição das autoridades constituídas, se
dirigidas à comunidade na Promoção da saúde. solicitado, em caso de conflito social interno,
catástrofe ou epidemia, independentemente
TÍTULO 1 de haver ou não remuneração ou vantagem
Exercício Profissional pessoal;
3. Exercer a assistência farmacêutica e fornecer
Capítulo 1 informações ao usuário dos serviços;
Princípios Fundamentais 4. Respeitar o direito de decisão do usuário
Art. 1º: O exercício da profissão farmacêutica, sobre sua própria saúde e bem-estar,
como todo exercício profissional, tem uma excetuando-se o usuário que, mediante laudo
dimensão ética que é regulada por este código e médico ou determinação judicial, for
pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão considerado incapaz de discernir sobre
resultará em sanções disciplinares por parte do opções de tratamento ou decidir sobre sua
CRF, após apuração pelas suas Comissões de própria saúde e bem-estar;
Ética, independentemente das penalidades 5. Comunicar ao CRF e às autoridades
estabelecidas pelas leis do País. sanitárias a recusa ou a demissão de cargo,
Art. 2°: O farmacêutico atuará sempre com o função ou emprego, motivada pela
maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e necessidade de preservar os legítimos
à liberdade de consciência nas situações de interesses da profissão, da sociedade ou da
conflito entre a ciência e os direitos fundamentais saúde pública;
do homem. 6. Guardar sigilo de fatos que tenha
Art. 3°: A dimensão ética da profissão conhecimento no exercício da profissão,
farmacêutica é determinada, em todos os seus excetuando-se os de dever legal, amparados
atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade pela legislação vigente, os quais exijam
e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação. comunicação, denúncia ou relato a quem de
Art. 4º: Os farmacêuticos respondem pelos atos direito;
que praticarem ou pelos que autorizarem no 7. Respeitar a vida humana, jamais cooperando
exercício da profissão. com atos que intencionalmente atentem
Art. 5°: Para que possa exercer a profissão contra ela ou que coloquem em risco sua
farmacêutica com honra e dignidade, o integridade física ou psíquica;
farmacêutico deve dispor de boas condições de 8. Assumir, com responsabilidade social,
trabalho e receber justa remuneração por seu sanitária, política e educativa, sua função na
desempenho. determinação de padrões desejáveis do
Art. 6°: Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito ensino e do exercício da Farmácia;
desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e 9. Contribuir para a promoção da saúde
bom conceito da profissão. individual e coletiva, principalmente no campo
Art. 7°: O farmacêutico deve manter atualizados da prevenção, sobretudo quando, nessa
os seus conhecimentos técnicos e científicos para área, desempenhar cargo ou função pública;
aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de 10. O farmacêutico deverá adotar postura
sua atividade profissional. científica, perante as práticas terapêuticas
Art. 8°: A profissão farmacêutica, em qualquer alternativas, de modo que o usuário fique
circunstância ou de qualquer forma, não pode ser bem informado e possa melhor decidir sobre
exercida exclusivamente com objetivo comercial. a sua saúde e bem-estar;
Art. 9°: Em seu trabalho, o farmacêutico não pode 11. Selecionar, nos limites da lei, os auxiliares
se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo para o exercício de sua atividade;
de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
12. Denunciar às autoridades competentes 8. Produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que
quaisquer formas de poluição, deterioração do seja dispensado meio, instrumento, substância
meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula
prejudiciais à saúde e à vida;evitar que o magistral, ou especialidade farmacêutica,
acúmulo de encargos prejudique a qualidade fracionada ou não, que não contenha sua
da atividade farmacêutica prestada. identificação clara e precisa sobre a
Art. 12: O farmacêutico deve comunicar ao CRF, substância ativa contida, bem como suas
por escrito, o afastamento de suas atividades respectivas quantidades, contrariando as
profissionais das quais detém responsabilidade normas legais e técnicas, excetuando-se a
técnica, quando não houver outro farmacêutico dispensação hospitalar interna, em que poderá
que, legalmente, o substitua. haver a codificação do medicamento que for
§ 1º: A comunicação ao CRF deverá ocorrer fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome
no prazo máximo de 5 dias após o ou fórmula;
afastamento, quando este ocorrer por motivo 9. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das
de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou autoridades sanitárias ou profissionais;
outro, a ser avaliado pelo CRF. 10. No exercício da profissão farmacêutica, aceitar
§ 2º: Quando o afastamento for motivado por remuneração abaixo do estabelecido como o
doença, o farmacêutico ou seu procurador piso salarial, mediante acordos ou dissídios da
deverá apresentar à empresa ou instituição categoria;
documento datado e assinado, justificando sua 11. Declarar possuir títulos científicos ou
ausência, a ser comprovada por atestado, no especialização que não possa comprovar;
prazo de 5 dias. permitir que pessoa ou instituição interfira em
§ 3º: Quando o afastamento ocorrer por motivo seus resultados apresentados como perito ou
de férias, congressos, cursos de auditor;
aperfeiçoamento, atividades administrativas ou 12. Aceitar ser perito quando houver envolvimento
outras atividades, a comunicação ao CRF pessoal ou institucional;
deverá ocorrer com antecedência mínima de 1 13. Exercer a profissão farmacêutica quando
dia. estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
14. Expor, dispensar, ou permitir que seja
CAPÍTULO 3 dispensado medicamento em contrariedade à
Das Proibições legislação vigente;
Art. 13: É proibido ao farmacêutico: 15. Exercer a profissão em estabelecimento que
1. Participar de qualquer tipo de experiência em não esteja devidamente registrado nos órgãos
ser humano, com fins bélicos, raciais ou de fiscalização sanitária e do exercício
eugênicos, pesquisa clínica ou em que se profissional;
constate desrespeito a algum direito 16. Aceitar a interferência de leigos em seus
inalienável do ser humano; trabalhos e em suas decisões de natureza
2. Exercer simultaneamente a medicina; profissional;
3. Praticar procedimento que não seja 17. Delegar a outros profissionais atos ou
reconhecido pelo CFF; atribuições exclusivos da profissão
4. Praticar ato profissional que cause dano físico, farmacêutica;
moral ou psicológico ao usuário do serviço, 18. Omitir-se ou acumpliciar-se com os que
que possa ser caracterizado como imperícia, exercem ilegalmente a farmácia, ou com
negligência ou imprudência; profissionais ou instituições farmacêuticas que
5. Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao pratiquem atos ilícitos;
estabelecimento com o qual mantém vínculo 19. Assinar trabalhos realizados por outrem, alheio
profissional, ou permitir o uso do seu nome por à sua execução, orientação, supervisão ou
qualquer estabelecimento ou instituição onde fiscalização, ou ainda assumir
não exerça pessoal e efetivamente sua função; responsabilidade por ato farmacêutico que não
6. Realizar, ou participar de atos fraudulentos praticou ou do qual não participou
relacionados à profissão farmacêutica, em efetivamente;
todas as suas áreas de abrangência; 20. Prevalecer-se do cargo de chefia ou de
7. Fornecer meio, instrumento, substância ou empregador para desrespeitar a dignidade de
conhecimento para induzir a prática de subordinados;
eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de 21. Pleitear, de forma desleal, para si ou para
qualquer outra forma de procedimento outrem, emprego, cargo ou função que esteja
degradante, desumano ou cruel em relação ao sendo exercido por outro farmacêutico, bem
ser humano; como praticar atos de concorrência desleal;
22. Fornecer, ou permitir que forneçam,
medicamento ou fármaco para uso diverso da
sua finalidade;
23. Exercer a Farmácia em interação com outras CAPÍTULO 5
profissões, concedendo vantagem, ou não, Dos Direitos
aos demais profissionais habilitados para Art. 16: São direitos do farmacêutico:
direcionamento de usuário, visando ao 1. Exercer a profissão sem ser discriminado por
interesse econômico e ferindo o direito do questões de religião, raça, sexo,
usuário de livremente escolher o serviço e o nacionalidade, cor, idade, condição social,
profissional; opinião política ou de qualquer outra natureza;
24. Receber remuneração por serviços que não 2. Interagir com o profissional prescritor, quando
tenha efetivamente prestado; necessário, para garantir a segurança e a
25. Exercer a fiscalização profissional e sanitária, eficácia da terapêutica farmacológica, com
quando for sócio ou acionista de qualquer fundamento no uso racional de medicamentos;
categoria, ou interessado por qualquer forma, 3. Exigir dos demais profissionais de saúde o
bem como prestar serviços a empresa ou cumprimento da legislação sanitária vigente,
estabelecimento que explore o comércio de em especial quanto à legibilidade da
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos prescrição;
e correlatos, laboratórios, distribuidoras, 4. Recusar-se a exercer a profissão em
indústrias, com ou sem vínculo empregatício. instituição pública ou privada, onde inexistam
condições dignas de trabalho ou que possam
Art. 14: Quando atuante no serviço público, é prejudicar o usuário, com direito a
vedado ao farmacêutico: representação junto às autoridades sanitárias
1. Utilizar-se do serviço ou cargo público para e profissionais, contra a instituição;
executar trabalhos de empresa privada de sua 5. Recusar-se a exercer a profissão, ou
propriedade ou de outrem, como forma de suspender a sua atividade, individual ou
obter vantagens pessoais; coletivamente, em instituição pública ou
2. Cobrar ou receber remuneração do usuário do privada, onde inexistam remuneração ou
serviço; condições dignas de trabalho ou que possam
3. Reduzir, irregularmente, quando em função de prejudicar o usuário, ressalvadas as situações
chefia, a remuneração devida a outro de urgência ou de emergência, devendo
farmacêutico. comunicá-las imediatamente ao conselho
regional de farmácia e às autoridades
CAPÍTULO 4 sanitárias e profissionais;
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos 6. Recusar-se a realizar atos farmacêuticos que,
Art. 15: É vedado ao farmacêutico: embora autorizados por lei, sejam contrários
1. Divulgar assunto ou descoberta de conteúdo aos ditames da ciência e da técnica,
inverídico; comunicando o fato, quando for o caso, ao
2. Publicar, em seu nome, trabalho científico do usuário, a outros profissionais envolvidos ou
qual não tenha participado ou atribuir-se ao respectivo CRF.
autoria exclusiva quando houver participação
de subordinados ou outros profissionais, TÍTULO 2
farmacêuticos ou não; Relações Profissionais
3. Promover publicidade enganosa ou abusiva da Art. 17: O farmacêutico, perante seus colegas e
boa fé do usuário; demais profissionais da equipe de saúde, deve
4. Anunciar produtos farmacêuticos ou processos comprometer-se a:
por meios capazes de induzir ao uso 1. Obter e conservar alto nível ético em seu
indiscriminado de medicamentos; meioprofissional e manter relações cordiais
5. Usar-se, sem referência ao autor ou sem a sua com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe
autorização expressa, de dados ou apoio,assistência e solidariedade moral e
informações, publicados ou não; profissional;
6. Promover pesquisa na comunidade, sem o seu 2. Adotar critério justo nas suas atividades e nos
consentimento livre e esclarecido, e sem que o pronunciamentos sobre serviços e funções
objetivo seja a proteção ou a promoção da confiados anteriormente a outro farmacêutico;
saúde. 3. Prestar colaboração aos colegas que dela
necessitem, assegurando-lhes consideração,
apoio e solidariedade que reflitam a harmonia
e o prestígio da categoria;
4. Prestigiar iniciativas dos interesses da
categoria;
5. Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio
conceito, procurando manter a confiança dos
membros da equipe de trabalho e do público
em geral;
6. Limitar-se às suas atribuições no trabalho, Art. 24: O farmacêutico portador de doença que o
mantendo relacionamento harmonioso com incapacite para o exercício da farmácia, apurada
outros profissionais, no sentido de garantir pelo CRF em procedimento administrativo com
unidade de ação na realização de atividades a perícia médica, terá suas atividades profissionais
que se propõe em benefício individual e suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
coletivo; Art. 25: O profissional condenado por
7. Denunciar, a quem de direito, atos que sentençacriminal, definitivamente transitada em
contrariem os postulados éticos da profissão. julgado, por crime praticado no uso do exercício
da profissão, ficará suspenso da atividade
TÍTULO 3 enquanto durar a execução da pena.
Relações com os Conselhos Art. 26: Prescreve em 24 meses a constatação
Art. 18: Na relação com os Conselhos, obriga-se fiscal de ausência do farmacêutico no
o farmacêutico a: estabelecimento, através de auto de infração ou
1. Acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções termo de visita, para efeito de instauração de
do CFF e os Acórdãos e Deliberações dos processo ético.
CRF; Art. 27: Aplica-se o Código de Ética a todos os
2. Prestar, com fidelidade, informações que lhe inscritos no CRF.
forem solicitadas a respeito de seu exercício Art. 28: O CFF, ouvidos os CRF e a categoria
profissional; farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização
3. Comunicar ao CRF em que estiver inscrito, deste Código, quando necessário.
toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que Art. 29: As condições omissas neste Código serão
observar na prática profissional; decididas pelo CFF.
4. Atender convocação, intimação, notificação ou
requisição administrativa no prazo
determinado, feita pelos CRF, a não ser por
motivo de força maior, comprovadamente
justificado.
Art. 19: O farmacêutico, no exercício profissional,
fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo
CRF todos os seus vínculos, com dados
completos da empresa (razão social, CNPJ,
endereço, horário de funcionamento e de RT),
mantendo atualizado o seu endereço residencial e
os horários de responsabilidade técnica ou de
substituição.
TÍTULO 4
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Art. 20: As sanções disciplinares consistem em: de
advertência ou censura;
1. De multa de salário-mínimo a 3 salários-
mínimos regionais;
2. De suspensão de 3 meses a um ano;
3. De eliminação.
TÍTULO 5
Das Disposições Gerais
Art. 21: As normas deste Código aplicam-se aos
farmacêuticos, em qualquer cargo ou função,
independentemente do estabelecimento ou
instituição onde estejam prestando serviço.
Art. 22: A verificação do cumprimento das
normas estabelecidas neste Código é atribuição
dos CF e de suas Comissões de Ética, das
autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos
e da sociedade em geral.
Art. 23: A apuração das infrações éticas compete
ao CRF em que o profissional está inscrito ao
tempo do fato punível em que incorreu, por meio
de sua Comissão de Ética.
LEI 5.991 Art. 6: A dispensação de medicamentos é
Dispões sobre o controle sanitário do comércio de privativa de:
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e Farmácias; Drogarias; Posto de saúde; e
correlatos. Dispensário de medicamentos.
§ Único: Para atender exclusivamente seu usuário,
CAPÍTULO 1 os estabelecimentos hoteleiros e similares,
Disposições preliminares poderão dispor de medicamentos anódis, que
Art. 1º: O controle sanitário do comércio de não dependam de receita médica, observada a
drogas, medicamentos, rege-se por esta lei. relação elaborada pelo órgão sanitário federal.
Art. 4º: Para esta lei é tomado os seguintes Art. 8º: Apenas poderão ser entregues à
conceitos: dispensação de drogas, medicamentos, insumos e
1. Droga: Substância ou matéria-prima que tenha correlatos que obedecem aos padrões de
finalidade medicamentosa ou sanitária. qualidade reconhecidos.
2. Drogaria: Estabelecimento de dispensação e
comércio de drogas, medicamentos, insumos CAPÍTULO 3
farmacêuticos e correlatos em suas Farmácia homeopática
embalagens originais; Art. 9º: O comércio de medicamentos
3. Medicamentos: Produtos farmacêuticos homeopáticos à disposição desta lei, atendidos as
tecnicamente obtidos ou elaborados, com suas peculiaridades;
finalidade profilática curativo, paliativa ou para Art. 10: A farmácia homeopática só poderá
fins de diagnóstico; manipular fórmulas oficinais e magistrais,
4. Órgão sanitário competente: Órgão de obedecidas à farmacotécnica homeopática;
fiscalização do MS, dos estados, do DF dos § Único: A manipulação de medicamentos
territórios municipais; homeopáticos não constantes da farmacopeia
5. Análise fiscal: Efetuada em droga, ou dos formulários homeopáticos dependendo
medicamentos, insumos e correlatos, de aprovação do órgão sanitário federal;
destinados a comprovar a sua conformidade Art. 11: O serviço nacional de fiscalização da
com a fórmula que deu origem ao registro; medicina e farmácia, baixa instruções sobre o
6. Estabelecimento: Unidade da empresa receituário, utensílio, equipamento e relação de
destinada ao comércio de drogas, estoque mínimo de produtos homeopáticos;
medicamentos, insumos farmacêuticos e Art. 12: É permitido nas farmácias homeopáticas
correlatos; manter seções de vendas de correlatos e de
7. Farmácia: Estabelecimento de manipulação medicamentos não homeopáticas quando
de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio apresentados em suas embalagens originais;
de drogas, medicamentos, insumos e Art. 13: Dependerá da receita médica a
correlatos, compreendendo o de dispensação dispensação de medicamentos homeopáticos,
de atendimento privativo de unidade hospitalar cuja concentração de substância ativa
ou de qualquer outra equivalente de corresponde às doses máximas
assistência médica; farmacologicamente estabelecidas;
8. Posto de medicamento e unidades volantes: Art. 14: Nas localidades desprovidas de posto de
Estabelecimento destinado apenas à venda de medicamentos homeopáticos ou a dispensação
medicamentos industrializados em suas dos produtos em farmácias alopáticas.
embalagens originais e constantes da relação
elaborada pelo órgão sanitário federal, CAPÍTULO 4
publicado na imprensa oficial, para Assistência e responsabilidade técnica
atendimento a localidades desprovidas de Art. 15: A farmácia e a drogaria terão,
farmácia ou drogaria. obrigatoriamente, a assistência de técnico
responsável, inscrito no CRF;
CAPÍTULO 2 § 1º: A presença do técnico responsável será
Comercio farmacêutico obrigatória durante todo o horário de
Art. 5: O comércio de drogas, medicamentos e de funcionamento;
insumos farmacêutico é privativo das empresas e § 2º: O estabelecimento de que trata este art.
dos estabelecimentos definidos nesta lei. poderá manter técnico responsável, substituto,
§ 1º: O comércio de determinados correlatos, para os casos de impedimentos ou ausência
exercido por estabelecimentos especializados, do titular;
poderá ser extensivo às farmácias e drogarias; § 3º: Em razão do interesse público,
§ 2º: A venda de produtos dietéticos será caracterizada a necessidade da existência de
realizada nos estabelecimentos de farmácia ou drogaria, e na falta do
dispensação e, desde que não contenham farmacêutico, o órgão sanitário de fiscalização
substâncias medicamentosas pelo comércio local licenciada, os estabelecimento sob-
fixo. responsabilidade técnico de prática de
farmácia, oficial de farmácia ou outro, inscrito Assistência de técnico responsável de que
no CRF. trata art. 15, e seus parágrafos, ressalvadas
Art. 16: A responsabilidade técnica do as exceções previstas nesta lei;
estabelecimento será comprovada por declaração
de firma individual, pelos atos praticados durante o § Único: A legislação supletiva dos estados, do
período em que se deu assistência ao DF e dos territórios poderá reduzir as exigências
estabelecimento: sobre as instalações e equipamento. para o
§ Único: O responsável técnico pelo licenciamento de estabelecimentos destinados à
estabelecimento rubricará os rótulos das assistência farmacêutica no perímetro
fórmulas aviadas e a receita correspondente suburbano e zona rural.
para devolução ao cliente ou arquivo, quando Art. 24: A licença, para o funcionamento do
for caso; estabelecimento, será expedida após verificação
Art. 17: Somente será permitido o funcionamento da observância das condições fixadas nesta lei e
da farmácia e drogarias sem assistência do na legislação supletiva;
técnico responsável pelos estatutos ou contrato Art. 25: A licença é validada pelo prazo de um ano
social, ou pelo contrato de trabalho do profissional e será revalidada por períodos iguais e
responsável: sucessivos;
§ 1º: Cessada a assistência pelo termino do § Único: a revalidação da licença deverá ser
contrato social, o profissional responderá pelos requerida nos primeiros 120 dias de todos os
atos praticados durante o período em que deu exercícios;
assistência ao estabelecimento. Art. 26: A revalidação da licença será concedida
Art. 18: Somente será permitido o funcionamento após a verificação do cumprimento das condições
de farmácias e drogarias sem um farmacêutico, ou sanitária exigida para o licenciamento do
seu substituto, pelo prazo de 30 dias, período em estabelecimento, através de inspeção.
que não será aviado fórmulas magistrais ou § Único: A revalidação de licença deverá ser
oficinais nem vendidos medicamentos sujeitos a requerida nos primeiros 120 dias de cada
regime de controle. exercício.
Art. 19: É facultado à farmácia ou drogaria manter Art. 27: A transferência da propriedade e a
serviços de atendimento ao público para aplicação alteração da razão social ou do nome do
de injeções a cargo de técnico habilitado, estabelecimento não interrompe o prazo de
observado a prescrição médica. validade da licença, sendo obrigada a
§ 2º: A farmácia poderá manter laboratórios das comunicação das alterações referidas e
análises clínicas, desde que em dependência apresentação dos atos que comprovem, para
distintas e separadas, e sob a averbação.
responsabilidade técnicas do farmacêutico Art. 28: A mudança do estabelecimento para o
bioquímico. local diverso do previsto no licenciamento
Art. 21: A cada farmacêutico será permitido dependerá de licença prévia do órgão sanitário
exercer a direção técnico de, no máximo, duas competente e do atendimento exigidos.
farmácias, sendo um comercial e uma hospitalar. Art. 29: O posto de medicamentos que trata o item
13, do art. 4º terá as condições de licenciamento
CAPÍTULO 5 estabelecimento na legislação supletiva dos
Licenciamento estados, do DF e dos territórios.
Art. 21: O comércio de drogas, medicamentos e Art. 30: A fim de atender às necessidades e
insumos será feito somente por empresa e peculiaridades das regiões desprovidas de
estabelecimentos licenciados pelo órgão sanitário farmácia, drogarias e postos, os órgãos sanitários
competente dos estados, DF e territórios. competentes poderão licenciar unidades volantes
Art. 22: O pedido da licença será instruído com: para a dispensação de medicamento, constante
Prova de constituição da empresa; de relação elaborada pelo serviço nacional de
Prova de relação contratual entre a fiscalização da medicina e farmácia;
empresa e seu responsável técnico, § 1º: A dispensação será realizada em meios de
quando for o caso; transporte terrestre, marítimos, fluviais ou
Prova de habilitação legal do responsável áreas, que tenham condições adequadas à
técnico, expedido pelo conselho regional guarda dos medicamentos;
de farmácia. § 2º: A licença previa neste art. será concedida a
Art. 23: são condições para a licença: titulo provisório e cancelada tão logo se
Localização conveniente, sob aspecto estabeleça uma farmácia na região.
sanitário; Art. 31: Para controle estatístico o órgão sanitário
Instalações independentes e equipamentos competente dos estados, DF e território enviara ao
que satisfaçam aos requisitos técnicos serviço nacional de fiscalização de medicina e
adequados à manipulação e comercialização farmácia do MS anualmente, até 30 de janeiro das
pretendidas;
revalidações e baixas concedidas às empresas e para devolução ao cliente ou arquivo, quando
estabelecimento do art. 21. for o caso;
Art. 40: A receita em código, para aviamento na
farmácia privativa, somente poderá ser prescrita
por profissional vinculado a unidade hospitalar;
Art. 41: Quando a dosagem do medicamento
Art. 32: As licenças poderão ser suspensas, prescrito ultrapassar o limite farmacológico ou a
cassadas, ou canceladas no interesse da saúde prescrição apresenta incompatibilidade, o
pública, mediante despacho fundamental da responsável técnico pelo estabelecimento
autoridade competente, assegurado o direito de solicitará confirmação expressa ao profissional
defesa em processo administrativo, instaurado que a prescreveu;
pelo órgão sanitário; Art. 42: Na ausência do responsável técnico pela
Art. 33: O estabelecimento de dispensação que farmácia ou de seu substituto, será vedado o
deixar de funcionar por mais de 120 dias terá sua aviamento da formula que dependa de
licença cancelada; manipulação no qual figure substância sob regime
Art. 34: Os estabelecimentos referidos nos itens de controle sanitário especial;
10 e 11 do art. 4º desta lei poderão manter Art. 43: O registro do receituário e dos
recursos e filiais que, para efeito de licenciamento, medicamentos sob regime de controle sanitário
instalação e responsabilidade serão consideradas não poderão ter rasuras, emendas, ou
como autônomos. irregularidades que possam prejudicar a
verificação da sua autenticidade.
CAPÍTULO 6
Receituário
Art. 35: Somente será aviada a receita: CAPÍTULO 7
1. Que estiver escrita a tinta, em vernáculo por Fiscalização
extenso e de modo legível, observado a Art. 44: Cabe aos órgãos de fiscalização
nomenclatura e o sistema de pesos e medidas sanitária dos estados, DF e dos territórios a
oficiais; fiscalização dos estabelecimentos de que trata
2. Que conter o nome e o endereço residencial esta lei, para verificação das condições de
do paciente, o modo de usar a medicação; licenciamento e funcionamento.
3. Que conter a data e a assinatura do Art. 45: A fiscalização sanitária das drogas,
profissional, endereço do consultório ou da medicamentos, insumos farmacêuticos e
residência e o número da inscrição no correlatos será exercida nos estabelecimentos que
respectivo conselho profissional. os comerciem, pelos estados, DF e territórios,
§ Único: O controle de medicamento através de seus órgãos competentes.
entorpecente ou a estes equiparados e os Art. 46: No caso de dúvida quanto aos rótulos,
demais sob regime de controle de acordo bulas e ao acondicionamento de drogas,
com a sua classificação. medicamentos, insumos farmacêuticos e
Art. 36: A receita de medicamentos magistrais e correlatos, a fiscalização apreenderá duas
oficinais, preparados na farmácia, deverão ser unidades de produtos, das quais uma será
registradas em livro de receituário. remetida para exame no órgão sanitário
§ Único: O controle do estoque dos produtos competente, ficando a outra em poder do detentor
será feito mediante registro especial, do produto, lavrando-se o termo de apreensão, em
respeitada a legislação específica para os duas vias, que será assinado pelo agente
entorpecentes e os a estes equiparados, e as fiscalizador e pelo responsável técnico.
normas baixadas pelo serviço nacional de Art. 47: Para análise fiscal, à colheita de amostra
fiscalização regional de farmácia. dos produtos dos materiais, nos estabelecimentos,
Art. 38: devendo a autoridade, como medida preventiva,
§ Único: Alem dos rótulos que refere o art. a caso suspeita ou fraude interditar o estoque
farmácia terá impressos com dizeres uso existente no local, até o prazo máximo de 60 dias,
externo e interno, agite quando usar, uso no fim o estoque estará liberado, salvo se houver
veterinário e veneno. notificação contrária.
Art. 39: Os dizeres da receita serão transcritos no § 1º: Nos casos de interdição de estoque, a
rótulo aposto ao continente ou invólucro do autoridade lavrará o auto de interdição, que
medicamento aviado, com data de sua assinará, com representante legal da
manipulação, número de ordem do registro de empresa, e na sua ausência ou recusa duas
receita, o nome do paciente e do profissional que testemunhas, especificando a natureza e
escreveu. demais características do produto interditado e
§ Único: O responsável técnico pelo o motivo da interdição;
estabelecimento rubricará os rótulos das
fórmulas aviadas e a receita correspondente
§ 2º: A mercadoria interditada não poderá ser § 1º: A perícia de contra será iniciada até 15
dada para consumo sob pena de ser dias após o recebimento da defesa
apreendida; apresentada pelo indiciado, e concluída nos
§ 3º: Para análise será colhido amostra que 15 dias subsequentes, salvo se condições
colocar enquanto involuções, lavrando a técnicas exigirem prazo maior.
autoridade o auto de apreensão, em quatro § 2º: Na data fixada para a perícia de
vias, que será assinada pelo atuante e pelo contraprova, o perito indiciado apresentara o
responsável legal, na sua ausência ou recusa, invólucro de amostra em seu poder;
por duas testemunhas; § 3º: A perícia de contraprova não será
§ 4º: O número de amostras será limitada à realizado se houver indícios de alteração ou
quantidade necessária e suficiente as violação dos invólucros, lavrando-se até
analises e exames; circunstanciada sobre o fato, assinado pelos
§ 5º: Dos quatro invólucros, invioláveis e peritos;
identificados no ato da apreensão, um ficará § 4º: Na hipótese do § anterior, prevalecera, o
em poder do dono do produto, com a primeira laudo de análise fiscal condenatório;
via do auto para recursos, outro será enviado § 5º: Aos peritos serão fornecidos todos os
no prazo de 5 dias, ao laboratório oficial, com informes precisos à realização da pericia de
a terceira via do auto de apreensão para contraprova;
analise fiscal e o quarto ficara em poder da § 6º: Aplicar-se a pericia de contraprova o
autoridade fiscalizadora, que será mesmo método de analise usado na analise
responsável pela integridade e conservação fiscal condenatório, podendo, ser adotado
da amostra; outro método de reconhecida eficácia se
§ 6º: O laboratório terá o prazo de 30 dias, houver concordância dos peritos;
contados da data do recebimento da amostra, § 7º: os peritos lavrarão termo e laudo do
para efetuar análise e os exames; ocorrido na pericia de contraprova, que ficarão
§ 7º: Quando se trata da amostra de produtos arquivadas no laboratório oficial, remetendo
perecíveis em prazo inferior ao do § anterior, sua conclusão de órgão sanitário de
a análise será feita de imediato; fiscalização.
§ 8º: O prazo previsto no § 6º poderá ser Art. 50: Confirmado pela pericia de contraprova o
prorrogado, até 15 dias, por razões técnicas resultado de análise fiscal combinatória, deverá a
justificadas. autoridade ao proferir decisão, determinar a
Art. 48: Concluída a análise, o laboratório inutilização do material, objeto de fraude;
remeterá o laudo à autoridade fiscalizadora Art. 51: Em caso de divergência entre os peritos
competente, que procederá de acordo com a quando ao resultado da analise ou discordância
conclusão do mesmo. entre os resultados dessa ultima com a pericia de
§ 1º: Se o resultado da análise fiscal não contraprova, caberá recurso da parte interessada
comprovar alteração do produto, este será ou do perito responsável pela analise
logo liberado; condenatória à autoridade competente, devendo
§ 2º: Comprovada a alteração, falsificação ou esta determinar a realização de novo exame
fraude, será lavrado, auto de infração e pericial sobre a amostra em poder do laboratório
notificado a empresa para inicio do processo; oficial do controle:
§ 3º: O indiciado terá 10 dias, contados da § 1º: O recurso de que trata este art. deverá ser
notificação para apresentar defesa escrita ou interposto sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
contesta o resultado da análise, na segunda contados da data da conclusão da pericia de
hipótese, pericia da contraprova. contraprova.
§ 4º: A notificação do indiciado será feito por § 2º: A autoridade que recebe o recurso deverá
funcionário lotado no órgão sanitário ou decidir sobre o mesmo no prazo de 10 dias,
mediante registro postal e, no caso de não contados da data do seu recebimento;
ser localizado ou encontrado, por meio de § 3º: Esgotado o prazo de § 2, sem decisão do
edital; recurso, prevalecerá o resultado da pericia de
§ 5º: Decorrido o prazo do § 3º, sem que o contraprova.
notificado apresente defesa ao resultado da Art. 52: Configurada infração por inobservância de
analise, o laudo será considerado definitivo e preceitos ético-profissionais, o órgão fiscalizador
proferido a decisão pela autoridade sanitária. comunicará o fato ao CRF da jurisdição;
Art. 49: A pericia de contraprova será realizada no Art. 53: Não poderá ter exercício nos órgãos de
laboratório oficial que expedir o laudo fiscalização sanitário o servidor público que for
condenatório, com a presença do perito que sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que
efetua ou a análise fiscal, do perito indicado pela prestar serviço à empresa.
empresa e do indicado pelo órgão fiscalizador,
usando-se as amostras do invólucro em poder do
detentor.
LEI 9787/1999 Art. 2º: O órgão federal responsável pela
Altera a lei nº 6360/1976 que dispõe sobre a vigilância sanitária regulamentará, em até 90 dias:
vigilância sanitária, estabelece o medicamento 1. Os critérios e condições para o registro e o
genérico, dispõe sobre o uso de nomes genéricos controle de qualidade dos medicamentos
em produtos farmacêuticos e dá outras genéricos;
providências. 2. Os critérios para provas de biodisponibilidade
Art. 1º: a lei 6360 passa a vigorar com as de produtos farmacêuticos em geral;
seguintes alterações: 3. Os critérios para a aferição de equivalência de
1. Denominação comum brasileira (DCB): medicamentos genéricos, para caracterização
Denominação do fármaco ou principio ativo de sua intercambialidade;
recomentado pela OMS; 4. Os critérios para dispensação de
2. Medicamento similar: O que contém o medicamentos genéricos nos serviços
mesmo ou os mesmos PA´s, apresenta as farmacêuticos governamentais e privados,
mesmas concentrações, forma farmacêutica, respeitados a decisão expressa de não
via de administração ou diagnóstica, do intercambialidade do profissional prescritor.
medicamento de referencia, podendo
diferenciar somente o tamanho e forma do
produto, prazo de validade, embalagem,
rotulagem, excipiente e veículos, devendo
sempre ser identificado por nome comercial
ou marca;
3. Medicamento genérico: Medicamento
similar a um grupo de referência ou inovador,
que pretende ser com este intercambiável,
produzidos após a expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade, designada pelo DCP
ou, na sua ausência, pela DCI;
4. Medicamento de referência: Produtos
inovadores registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no país, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas
junto ao órgão competente, por ocasião do
registro;
5. Produto intercambiável: Equivalente
terapêutico de um medicamento de
referência, comprovados, os mesmos efeitos
de eficácia e segurança;
6. Bioequivalencia: Consiste na demonstração
de equivalência farmacêutica entre produtos
apresentados sob a forma farmacêutica
qualitativa e quantitativa de PA´s e que
tenham comparável biodisponibilidade,
quando estudados sob um mesmo desenho
experimental;
7. Biodisponibilidade: Indica a velocidade e a
extensão de absorção de um PA numa forma
de dosagem, a partir de sua curva de
concentração/tempo na circulação sistêmica
ou sua excreção na urina;
Art. 57:
§ Único: Os medicamentos que ostentam nome
comercial ou marca ostentaram também, com
o mesmo destaque e de forma legível, nas
peças referidas no caput deste art. na sua
falta, o DCI em letras e caracteres cujo
tamanho não será inferior a um meio do
tamanho das letras e caracteres do nome
comercial ou marca;
SUS
É uma nova formulação política e organizacional
para o reordenamentos dos serviços de saúde
estabelecido pela CF de 1988. O SUS é um
sistema único porque segue a mesma doutrina e
os mesmos princípios organizativos em todo o
território nacional, sob-responsabilidade das três
esferas autônomas do governo FEDERAL,
ESTADUAL e MUNICIPAL. O SUS não é um
instituto nem um serviço, mas sim um sistema que
significa um conjunto de unidades, de serviços e
ações que se integram para um fim comum. Esses
elementos referem-se, às atividades de proteção,
promoção e recuperação da saúde.
A expressão SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(SUS) alude em termos conceituais ao formato e
aos processos jurídico-institucionais e
administrativo compatíveis com a universalização
do direito à saúde em termos pragmáticos à rede
de instituição, serviços e ações, responsáveis pela do sistema que se pretende construir e um
garantia do acesso aos cuidados e atenção a caminho para sua construção. Para que o SUS
saúde. Os termos que compõem a expressão SUS venha a ser universal, é preciso desencadear
espelham positivamente criticas a organização um processo de universalização; ou seja, um
pretérita de assistência médica hospitalar processo de extensão de cobertura dos
brasileira. serviços, de modo que venha, paulatinamente,
a. Sistema: Conjunto de ações e instituições, a se tornar acessíveis a toda a população;
que de forma ordenada comum, perspectiva para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas,
de ruptura com os esquemas assistenciais econômicas, culturais e sociais que
direcionadas a segmentos populacionais interponham entre a população e os serviços.
específico, que recortada segundo critérios A primeira delas, a barreira jurídica, foi
socioeconômicos, quer definidos a partir de eliminada com a CF de 1988, na medida em
fundamentos nosológicos; que essa universalizou o direito à saúde e,
b. Único: Referido à unificação de dois sistemas: com isso, eliminou a necessidade do usuário
o previdenciário e o ministério da saúde e do sistema público colocar-se como
secretarias estaduais e municipais de saúde, trabalhador ou como indigentes situações que
consubstancia da incorporação do INSTITUTO condicionavam o acesso aos serviços públicos
NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA antes do SUS.
PROVIDENCIA SOCIAL (INAMPS) pelo 2. EQÜIDADE: É assegurar ações e serviços de
ministério da saúde e na universalização do todos os níveis de acordo com a complexidade
acesso a toda as ações e cuidados da rede que cada caso requeira, more o cidadão onde
assistencial pública e privada contratada e ao morar, sem privilegio e sem barreiras. Todo
comando único em cada esfera de governo; cidadão é igual perante o SUS e será atendido
c. Saúde: Compreendida como resultante e conforme suas necessidades até o limite de
condicionante de condições de vida, trabalho e que o sistema puder oferecer para todos; A
acesso a bens e serviços e, portanto, equidade é mais um dos princípios finalísticos
componentes essenciais da cidadania e do SUS e, atualmente, o tema central em
democracia e não apenas como ausência de todos os debates sobre as reformas dos
doença e objeto de intervenção da medicina. sistemas de saúde no mundo ocidental. A
noção de equidade diz respeito à necessidade
Ex.: 1: Estão incluídos no campo de atuação do de tratar desigualmente os desiguais, de modo
SUS, EXCETO. a alcançar a igualdade entre as pessoas e os
a. Incorreta: a participação na formulação da grupos sociais e o reconhecimento de que
politica reduzindo a execução de ações muitas dessas desigualdades são injustas e
saneamento básico; devem ser separados da saúde, as
b. A formulação e execução da politica de desigualdades sociais apresentam como
sangue e seus derivados; desigualdade diante de adoecer e do morrer,
c. A fiscalização e a inspeção de alimentos, água reconhecendo-se a possibilidade de redução
e bebidas para consumo humano; dessas desigualdades de modo a garantir
condições de vida e saúde mais iguais a todos.
3. INTEGRALIDADE: É o reconhecimento na
d. A formulação da politica de medicamento, prática dos serviços de que:
equipamentos, imunobiológicos e outros Cada pessoa é um todo indivisível e
insumos para a saúde e a participação na sua integrante de uma comunidade;
produção; As ações de promoção, proteção e
e. O incremento, em sua área de atuação, do recuperação da saúde formam também um
desenvolvimento científico e tecnológico. todo indivisível e não podem ser
compartimentalizadas;
DOUTRINAS As unidades protetoras de serviços, com seus
Baseada na constituição, a construção do SUS se vários graus de complexidade, formam um
norteia pelos seguintes princípios doutrinários: todo indivisível configurando um sistema
1. UNIVERSALIDADE: É a garantia da atenção à capaz de prestar assistência integral.
saúde por parte do sistema, a todo e qualquer A integralidade diz respeito ao leque de ações
cidadão. Com a universalidade, o individuo possíveis para promoções da saúde, prevenção
passa a ter direito de acesso a todos os de riscos e agravos, e assistência, a doentes,
serviços públicos de saúde, assim como os implicado a sistematização do conjunto de práticas
contratados pelo poder público. Saúde é direito que vem sendo desenvolvidos para o
de cidadania e dever do governo municipal, enfrentamento dos problemas e o atendimento
estadual e federal; A universalidade é um das necessidades da saúde. A integralidade é um
principio finalístico, ou seja, é um ideal a ser atributo do modelo de atenção entendendo-se que
alcançado, indicando uma das características um modelo de atenção integral à saúde contempla
o conjunto de ações de promoção da saúde, em consideração o ser humano como um
prevenção de risco e agravos, assistência e todo e, portanto, tratar de todos os aspectos
recuperação. físicos e psicológicos do individuo.