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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM

HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA

Prof. Dr. Célio Ribeiro


Fortaleza - 2014
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ÍNDICE

1. Microscopia
Descrição.............................................................................................................. 5
Técnicas de Focalização....................................................................................... 7
Como focar uma lâmina de hematologia no microscópio óptico?...................... 8
Cuidados Especiais............................................................................................... 10
PAP - ELEMENTOS FIGURADOS.............................................................................. 11

2. Contagem das células sanguíneas


Câmara de Neubauer........................................................................................... 13
Cuidados especiais com a câmara....................................................................... 15
Limpeza da câmara.............................................................................................. 15
Preenchimento da câmara de Neubauer............................................................. 15
Tipos de preenchimentos.................................................................................... 16
PAP – CONTAGEM DE HEMÁCIAS.......................................................................... 17
PAP – DETERMINAÇÃO DO MICROHEMATÓCRITO................................................. 21
PAP – DOSAGEM DE HEMOGLOBINA..................................................................... 25
PAP – CONTAGEM DE LEUCÓCITOS....................................................................... 29
PAP - CONTAGEM DE PLAQUETAS......................................................................... 33
PAP - CONTAGEM DE RETICULÓCITOS................................................................... 37
PAP - VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO..................................................... 41
PAP – OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS..................................................... 45
PAP – CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS................................................... 47

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3. Hemostasia e Coagulação
Onde está o problema – na hemostasia primária (plaquetas) ou na secundária 52
(coagulação)?
PAP - TEMPO DE PROTROMBINA........................................................................... 53
PAP - TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA........................................ 57
PAP - TEMPO DE SANGRAMENTO.......................................................................... 61
PAP - TEMPO DE COAGULAÇÃO............................................................................. 65
PAP - RETRAÇÃO DO COÁGULO............................................................................. 67
PAP - PROVA DO LAÇO.......................................................................................... 69
PAP - DOSAGEM DE FIBRINOGÊNIO....................................................................... 71

4. Princípios, técnicas e procedimentos básicos


em imunohematologia
Como ler e interpretar os resultados dos testes imunohematológicos?............. 73
Quais os procedimentos para executar os testes imunohematológicos?........... 75
Como colocar os reagentes e amostras nos testes imunohematológicos?......... 75
Como proceder a incubação nos testes imunohematológicos?.......................... 76
Como proceder a lavagem de reações? .............................................................. 76
Como fazer a leitura da aglutinação nos testes imunohematológicos?.............. 76
Como registrar os resultados dos testes imunohematológicos?......................... 76
PAP - FENOTIPAGEM “ABO-RhD” – PROVA DIRETA................................................ 77
PAP - FENOTIPAGEM “ABO” – PROVA REVERSA.................................................... 81
PAP - DETERMINAÇÃO DO D-FRACO...................................................................... 85
PAP - TESTE DA ANTIGLOBULINA HUMANA........................................................... 89
PAP - PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES.................................................... 93

ANEXO I – Valores de Cálculo RNI e Atividade Protrombínica................................. 97


ÍNDICE REMISSIVO............................................................................................... 98

PAP – Procedimento de Aula Prática

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

Prefácio

Esta obra tem como objetivo a disponibilização de material didático para


estudantes da disciplina Hematologia e Imunohematologia, que sirva como material de
estudo complementar às aulas teóricas e práticas. O conteúdo aqui apresentado é fruto
de esforço, entusiasmo e, principalmente, de um trabalho de pesquisa, onde se buscou
reunir alguns procedimentos, gerais e específicos, realizados rotineiramente em
laboratórios de hematologia e imunohematologia, que contribuísse para o aprendizado
teórico-prático do estudante de hematologia.

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01
Microscopia

Não é objetivo desta obra descrever a teoria óptica do microscópio, amplamente


explicada em outras fontes bibliográficas, mas esclarecer as técnicas de microscopia,
manuseio e cuidados com o aparelho, a fim de obter-se dele mais proveito e condições
ideais para as observações microscópicas.

Descrição

Basicamente, o microscópio é composto por um sistema mecânico e um sistema


óptico, subdivididos conforme a Figura1.

Minúcias sobre o seu funcionamento são verificadas para os diferentes modelos.


Sumariamente, os raios luminosos provenientes da fonte de luz são refletidos pelo
espelho na direção do objeto, das objetivas e oculares, fornecendo a imagem ampliada
do objeto. A retificação é feita pelo diafragma, condensador e filtro. Finalmente, o
prisma de reflexão de luz faz o desvio da luz para as oculares, permitindo a visão para
ambos os olhos.

A platina sustenta a lâmina e o charriot executa sua movimentação,


proporcionando a escolha dos campos a serem examinados. Os parafusos macro e
micrométrico aproximam as objetivas do objetivo para enforcamento preciso, com visão
nítida das imagens. O macrométrico executa grandes deslocamentos e micrométrico o
ajuste preciso do foco.

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Figura 1 – Visão geral de um microscópio óptico.

A ampliação é realizada pelas lentes oculares e objetivas, com capacidade


crescente de ampliação. De modo geral, usa-se a ocular x10 associada às objetivas x4,
x10, x40, x100. A ampliação final é calculada multiplicando-se o valor da ocular pelo
valor da objetiva. Assim, ocular x10 e objetiva x40 fornecem ampliação no tubo,
constituindo outro fator de ampliação. A ocular é colocada na porção superior do tubo e
as objetivas são sustentadas pelo revólver, que facilita a troca de uma para outra.

Os filtros de luz na rotina diária são utilizados para modificar a cor avermelhada
dos filamentos de lâmpadas elétricas incandescentes em luz azulada tipo solar. Câmaras
fotográficas podem ser adaptadas ao tubo do microscópio para a execução de
microfotografias.

O microscópio como um todo é sustentado pela base e pelo braço.

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Técnicas de Focalização

A microscopia usada nas técnicas de rotina utiliza objetivas secas x4, x10 e x40,
nas quais o meio entre o objeto e as lentes é o próprio ar e objetivas de imersão X100.

A partir da objetiva de 40x deve ser utilizada uma interface líquida entre a
objetiva e o material na lâmina. Essa interface líquida deve ter o mesmo índice de
refração da objetiva.

Na objetiva de 100x, que é chamada de objetiva de imersão, deve ser utilizado o


óleo de imersão para que o índice de refração seja igual para a lâmina de vidro e o óleo.

Isto faz com que os raios luminosos não se dispersem ao atravessarem o


conjunto lâmina-óleo, permitindo a entrada de um grande cone de luz na objetiva,
desviando e concentrando o trajeto dos raios para a objetiva. E assim permite uma
melhor resolução (Figura 2)

Figura 2 – Esquematização do uso da objetiva x100 com e sem óleo de imersão.

Atenção: em se tratando de lâminas hematológicas, deve-se sempre usar óleo de


imersão, mesmo nas objetivas de menor aumento: x10 e x40, para se obter melhor
resolução das estruturas a serem visualizadas.

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Como focar uma lâmina de hematologia no microscópio óptico?

1. Espalhar uma gota de óleo sobre a lâmina (fazendo um deslizamento com outra
lâmina), a fim melhorar a visualização das estruturas hematológicas;

2. Posicionar a lâmina, revestida com óleo, sobre a platina, adaptada convenientemente


às garras do charriot e com material voltado para a face superior da lâmina;

3. Ligar a fonte de luz ,na sua intensidade mínima e vá aumentando gradativamente até
a iluminação necessária;

4. Posicionar o revólver na objetiva x10;

5. Olhando pelo lado do aparelho, aproximar a objetiva da lâmina, usando o parafuso


macrométrico;

6. Olhando pela ocular, afastar a lâmina da objetiva x10 até obter foco (mais nitidez será
obtida pelo uso do parafuso micrométrico);

7. Para objetivas de maior ampliação, basta girar o revólver para a objetiva desejada e,
com auxilio do parafuso micrométrico, obtenha novamente o foco;

8. Para imersão, girar o revólver na posição da objetiva x10 (a que se encontra mais
distante da lâmina) e colocar uma gota de óleo sobre o foco luminoso incidente na
preparação;

9. Posicione na objetiva de x100 e obtenha o foco novamente, utilizando apenas o


parafuso micrométrico;

9. Dessa forma pode-se iniciar o exame.

Atenção: em se tratando de lâminas hematológicas, as estruturas são, comumente,


visualizadas nas objetivas de maior aumento (x100), no entanto, observações em lentes
com menor aumento (x40) ficam a critério do observador.

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Cuidados Especiais

 Nunca forçar para vencer resistência a qualquer manipulação. Identificar e corrigir a


causa;
 Fora de uso, o microscópio deve ser coberto com capa de pano, favorecendo a
circulação de ar e evitando a proliferação de fungos e empoeiramento;
 É recomendado remover o óleo de imersão da ponta da lente, com algodão ou com
lenços de papel suaves;
 Nunca utilize gaze para limpeza das objetivas, pois essa é abrasiva e em pouco
tempo as lentes estarão danificadas por ela;
 O ideal para se limpar as objetivas é umedecer o algodão com uma mistura
álcool:éter (1:1) e passar delicadamente sobre a ponta da objetiva, sem tira-la do
revolver. Os movimentos devem ser circulares, delicados, sem fazer pressão sobre a
mesma. Rapidamente, a seguir, com um pedaço de algodão seco ou lenço de papel,
friccione com um certo vigor sobre a ponta da objetiva para remover toda solução
que exista na mesma;
 Deve-se ter cuidado especial com a objetiva seca x40 e imersão x100. Por sua
proximidade com a lâmina, suja-se facilmente. O hábito de observar a objetiva de
lado, ao coloca-la em posição, evita o contato com o material;
 Focalizar também as oculares para ambos os olhos. Para tanto, focaliza-se a
preparação observando pela ocular fixa ou qualquer das duas, se ambas foram
móveis. Em seguida, girar a ocular oposta até obter foto, desta forma, a imagem
nítida e única para os dois olhos;
 Deslocar a preparação mediante o charriot com movimentos estáticos, evitando-se
a passagem das imagens de modo contínuo, o que pode provocar tonteiras;
 Nos modelos com fonte de luz ajustável por transformador e reostato, deve-se ligar
o aparelho com intensidade luminosa mínima, aumentando-a em seguida. Voltar a
intensidade mínima antes de desligar o aparelho. Isso evita modificações bruscas de
corrente no sistema elétrico, aumentando sua durabilidade, principalmente das
lâmpadas;
 Assentar-se diante do aparelho de forma a permanecer na posição anatômica, com
o tronco e o pescoço bem distendidos, sem formar angulações para os lados, para
frente ou para trás, é hábito preventivo para os defeitos de postura;

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ANOTAÇÕES
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UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

ELEMENTOS FIGURADOS

SINONÍMIA
Leucócitos, hemácias, plaquetas

PRINCÍPIO
A técnica consiste na observação de esfregaços sanguíneos, ao microscópio ótico
comum, com a finalidade de distinguir e identificar os elementos figurados do
sangue (leucócitos, hemácias, plaquetas).

FUNDAMENTO TEÓRICO
O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente dentro de um
sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É constituído de duas
porções combinadas: 55% para o plasma e 45% para as células. O plasma contém
cerca de 91,5% de água, que serve de solvente e veículo para uma série de
substâncias orgânicas e minerais, células, outras moléculas e íons. A porção celular
apresenta três tipos de células em suspensão no plasma, que são conhecidas como
elementos figurados: leucócitos hemácias e plaquetas.

OBJETIVO
Observar e identificar os elementos figurados do sangue no microscópio ótico.

MATERIAIS
- 1 esfregaço sanguíneo confeccionado a partir de uma amostra de sangue total
coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 microscópio
- óleo de imersão

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PROCEDIMENTO
1. Observar, distinguir e identificar os elementos figurados no campo visual.

CAUSAS DE ERROS
- Esfregaço sanguíneo mal estendido
- Esfregaço sanguíneo mal corado
- Falta de padronização na leitura
- Falta de conhecimento teórico

ANOTAÇÕES
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02
Contagem das
células sanguíneas

Os métodos para contagem global das células sanguíneas consistem geralmente


em diluir o sangue, em proporção conhecida, com um líquido diluidor, permitindo a
conservação das células em estudo. O material assim preparado é colocado em uma
câmara especial para contagem e após sedimentação as células são visualizadas e
contadas ao microscópio.

As relações matemáticas entre o número de células e o volume de sangue que as


contém são dadas pelas características da câmara de contagem. O número de elementos
celulares é finalmente calculado por microlitro de sangue.

Câmara de Neubauer

A câmara consiste em uma lâmina retangular de vidro espesso, contendo dois


retículos na porção central, separados longitudinalmente por um sulco profundo sobre a
lâmina. Transversalmente, quatro sulcos limitam três plataformas. A central onde estão
os retículos encontra-se deprimida 0,1 mm em relação as laterais, dando a profundidade
da câmara, limitada superiormente por uma lamínula especial adaptada firmemente
sobre as plataformas laterais (Figura 3). A lamínula é opticamente plana e sem defeitos.

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Figura 3 – Visão lateral da câmara de Neubauer

O retículo, na câmara de Neubauer é um quadrado de 3 mm de lado e 9 mm2 de


superfície, dividido em 9 áreas de 1mm2. Cada mm2 está dividido em 16 quadros de 1/16
mm2, exceto 4 laterais e o da área central esta dividida em 25 quadros de 1/25 mm2,
sendo cada um desses subdivididos em 16 quadradinhos de 1/400 mm2, totalizando 400
quadradinhos e 0,1 mm3 na área central (Figura 4).

Figura 4 – Visão detalhada dos retículos da câmara de Neubauer

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Cuidados especiais com a câmara

Pela delicadeza e precisão do material usado na contagem das células


sanguíneas, impõe-se para com ele o manuseio correto e cuidadoso. Do procedimento
inadequado decorrem principalmente duas consequências: a quebra da lamínula e
ranhuras produzidas sobre a câmara e seu retículo pelo contato com panos, papéis,
superfícies das mesas e pias.

Limpeza da câmara

 Evitar que o sangue seque na câmara;


 Logo após o uso, lavar a câmara e a lamínula em água corrente.
 Não usar água quente.
 Lavar com água e sabão
 Secar com tecido macio ou papel absorvente, que deve ser colocado em contato
com as gostas de água sem esfregar;
 Completar a secagem pela evaporação do ar;
 Guardar o material (câmara e lamínula) na caixa própria

Preenchimento da câmara de Neubauer

1. Umedeça as extremidades elevadas dos sulcos da câmara (plataformas);

2. Em seguida cubra a área dos retículos com a lamínula e depois com a ajuda dos dois
polegares comprima a lamínula sobre as plataformas, exercendo um leve atrito;

3. A compressão nunca pode ser feita na parte central dos retículos, devido à depressão
naquela área de 0,1 mm;

4. Homogeneizar bem a suspensão celular e retirar uma alíquota de 15 a 20 μL;

5. Posicionar a câmara sobre a platina, adaptada convenientemente às garras do


charriot;

6. Focalizar a área demarcada da câmara de contagem com a objetiva de menor


aumento (x10);

7. Encostando a ponta da pipeta na borda da lamínula, preencher cuidadosamente os


retículos da câmara de contagem. O líquido não deve chegar aos canais de cada lado da
área de contagem;

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8. Lembrar que a presença de bolhas de ar, a falta ou o excesso de solução prejudica a


preparação e acarretará erros na contagem (Figura 5);

9. Deixar as células sedimentarem pelo tempo preconizado por cada técnica;

10. Dessa forma pode-se iniciar a contagem.

Tipos de preenchimentos

Figura 5 – Preenchimento da câmara de Neubauer. O excesso ou a falta de líquido


prejudicam a preparação.

ANOTAÇÕES
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UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

CONTAGEM DE HEMÁCIAS
SINONÍMIA
Eritrometria, contagem global de eritrócitos, contagem de glóbulos vermelhos, He.

PRINCÍPIO
A técnica consiste na contagem manual do número total de hemácias presentes em
um determinado volume de amostra previamente diluída, através da microscopia
ótica comum.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A contagem de hemácias é parte integrante do eritrograma, um exame de rotina,
que faz parte do hemograma completo, muito solicitado rotineiramente nos
consultórios médicos, principalmente quando há suspeita de anemia (diminuição
do número de hemácias) ou de policitemia (aumento do número de hemácias).

OBJETIVO
Contar os eritrócitos presentes em um determinado volume de sangue total,
coletado com anticoagulante EDTA.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo de ensaio
- solução de Gower
- homogeneizador de sangue
- câmara de Neubauer
- microscópio
- 1 pipeta 5,0 mL
- 1 pipeta 20 μL
- gazes
- algodão umedecido em água
- placa de Petri
- homogeneizador de sangue

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PROCEDIMENTO
1. Identificar o tubo de ensaio
2. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
3. Pipetar 4,0 mL da solução de Gower e transferir para o tubo de ensaio
identificado
4. Pipetar 20 μL de sangue total
5. Limpar a parte externa da ponteira com gaze, de tal forma que não absorva o
sangue aspirado
6. Dispensar o sangue no tubo contendo a solução de Gower (diluição 1:200)
7. Lavar bem a ponteira na solução contendo o sangue diluído com sucessivas
aspirações/dispensações
(3 vezes)
8. Homogeneizar a diluição através de movimentos rotatórios suaves
9. Pipetar 20 μL da solução contendo o sangue diluído e aplicar nos dois retículos da
câmara de Neubauer
10. Colocar a câmara de Neubauer dentro da placa de Petri, com algodão umedecido
(ambiente úmido) e deixar em repouso por 5 minutos
11. Levar a câmara de Neubauer ao microscópio e focalizar a preparação com
pequeno aumento (10 X) no microscópio, para localizar o retículo e observar a
distribuição uniforme dos eritrócitos, em seguida passar para objetiva de 40 X
12. Fazer a contagem de todas as hemácias (elementos em negro) nos 5 quadros
sombreados do quadrante central, conforme ilustrado abaixo
13. Em seguida, aplicar o resultado encontrado na seguinte fórmula:

HEMÁCIAS/mm3 = hemácias x 5 x 10 x 200

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VALORES DE REFERÊNCIA
Recém-nascido: 5.000.000 a 6.000.000/mm3
Crianças até 01 ano: 3.600.000 a 5.000.000/mm3
Mulheres e crianças até 12 anos: 4.100.000 a 5.400.000/mm3
Homem: 4.500.000 a 6.100.000/mm3

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS (eritrocitoses): doenças cardiovasculares, hipóxia crônica,
doença pulmonar obstrutiva crônica, hemoconcentração, Policitemia vera, etc.

VALORES DIMINUÍDOS (eritropenias): anemias, hemorragias, leucemias,


desnutrição, supressão medular, linfomas, hemodiluição, doenças renais, Lúpus
eritematoso sistêmico, etc.

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Pipetagem incorreta dos volumes
- Não limpar a ponteira ou aspirar a amostra com a gaze na hora de limpeza da
ponteira
- Não respeitar o tempo necessário para sedimentação das hemácias
- Ultrapassar os limites dos retículos da câmara de Neubauer, durante a contagem
dos eritrócitos
- Deixar o líquido secar no interior da câmara de Neubauer

OBSERVAÇÕES
 Em casos de normocitemias e policitemias, realizar diluições 1:400 e em
casos de anemias severas 1:100
 O erro tolerado entre duas ou mais contagens é de 200.000 a 300.000
hemácias por mm3
 O número de hemácias deve ser sempre concordante com o hematócrito e a
hemoglobina

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante, hemólise

ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

DETERMINAÇÃO DO MICROHEMATÓCRITO

SINONÍMIA
Hematócrito, Ht

PRINCÍPIO
A técnica consiste em separar um determinado volume de sangue total, coletado
com anticoagulante EDTA, por microcentrifugação, em duas porções e, em seguida,
determinar a porcentagem de volume ocupado pelos elementos figurados do
sangue. O hematócrito (Ht) representa um dos mais importantes exames da série
vermelha. É um exame rápido, de boa reprodutibilidade e preciso, que exige
pequena quantidade de sangue para seu processamento.

FUNDAMENTO TEÓRICO
O hematócrito fornece em percentagem, a relação da quantidade de glóbulos
vermelhos ou hemácias em 100 mL de sangue total. É parte integrante do
eritrograma, que por sua vez, juntamente com o leucograma e plaquetograma
compõe o hemograma completo.

OBJETIVO
Determinar o valor do hematócrito em uma amostra de sangue total, coletado com
anticoagulante EDTA

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo capilar
- massa para modelar
- escala para leitura de microhematócrito
- microcentrífuga
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
2. Preencher um tubo capilar com cerca ¾ de seu volume
3. Vedar uma das extremidades do tubo com a massa de modelar
4. Colocar os tubos na microcentrífuga, em posições simetricamente opostas, com a
extremidade vedada voltada para parte externa do rotor (encostada na borracha)
5. Submeter os tubos a uma centrifugação de 3.500 rpm, durante 5 minutos
6. Efetuar a leitura do microhematócrito com o auxilio de uma escala milimetrada:
6.1 colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das
células com a marca 0%
6.2 deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais, fazendo coincidir o menisco
superior do plasma com a marca 100%
6.3 anotar qual a marca (%) que coincide com o limite superior das células
centrifugadas
7. Registrar o resultado

VALORES DE REFERÊNCIA
Homens: 39 a 54%
Mulheres: 36 a 49%

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: doenças cardiovasculares, hipóxia crônica, doença
pulmonar obstrutiva crônica, hemoconcentração, Policitemia vera, etc.

VALORES DIMINUÍDOS: anemias, hemorragias, leucemias, desnutrição, supressão


medular, linfomas, hemodiluição, doenças renais, Lúpus eritematoso sistêmico, etc.

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Não respeitar o tempo e a velocidade necessária para centrifugação
- Não vedar corretamente o tubo capilar
- Descalibração da microcentrífuga

OBSERVAÇÕES
 Em condições normais 1% de hematócrito pode conter 100.000
hemácias/mm3 de sague
 Há um modo aritmético de correlacionar o hematócrito com o número de
hemácias e a dosagem de hemoglobina: dividindo-se o hematócrito por 3,
pode-se estimar a dosagem aproximada de hemoglobina e dividindo-se o
hematócrito por 9, pode-se estimar o número aproximado de hemácias.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante, hemólise

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

DOSAGEM DE HEMOGLOBINA

SINONÍMIA
Hemoglobinometria, Hb.

PRINCÍPIO
A técnica consiste em dosar a cianometahemoglobina, formada durante a reação
entre a hemoglobina livre, proveniente do interior dos eritrócitos, e o cianeto de
potássio, por espectrofotometria a 540 ηm.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A hemoglobina é a proteína mais abundante do eritrócito e é responsável por
transportar oxigênio dos pulmões para as células. É formada por 4 cadeias
polipeptídicas (cadeias de globina) e um grumo heme ligado a cada uma das cadeias
de globina.

OBJETIVO

Dosar a hemoglobina contida em um determinado volume de amostra de sangue


total, coletado com anticoagulante EDTA, pelo método da cianometahemoglobina.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo de ensaio
- reagente de cor
- pipeta 5,0 mL
- pipetas 5 e 20 μL
- ponteiras amarelas
- espectrofotômetro
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
2. Identificar o tubo de ensaio
3. Pipetar 5,0 mL do reagente de cor e transferi-lo para o tubo de ensaio
4. Pipetar 20 μL de sangue total
5. Limpar a parte externa da ponteira com gaze, de tal forma que não absorva o
sangue aspirado
6. Dispensar o sangue no tubo contendo o reagente de cor
7. Lavar bem a ponteira na solução contendo o sangue diluído com sucessivas
aspirações/dispensações
(3 vezes)
8. Homogeneizar a diluição através de movimentos rotatórios suaves
9. Deixar em repouso por 15 minutos
10. Ligar o espectrofotômetro
11. Ajustar o comprimento de onda para 540 ηm
12. Zerar a leitura com o reagente de cor
13. Efetuar a leitura e anotar o resultado da absorbância
14. Aplicar a fórmula:

Hb (g/dL) = Abs540 ηm x FATOR

Calcula-se o fator determinado a absorbância de 20 μL de um padrão em 5,0 ml do


reagente de cor, através da fórmula:

FATOR: concentração do padrão


Abs540 ηm
15. Registre os resultados

VALORES DE REFERÊNCIA
Recém-nascido: 15,3 a 22,3 g/dL
Crianças até 01 ano: 10,6 a 13,0 g/dL
Mulheres e crianças até 12 anos: 11,6 a 15,6 g/dL
Homem: 13,0 a 17,8 g/dL

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: doenças cardiovasculares, hipóxia crônica, doença
pulmonar obstrutiva crônica, hemoconcentração, Policitemia vera, etc.

VALORES DIMINUÍDOS: anemias, hemorragias, leucemias, desnutrição, supressão


medular, linfomas, hemodiluição, doenças renais, Lúpus eritematoso sistêmico, etc.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Pipetagem incorreta dos volumes
- Não limpar a ponteira ou aspirar a amostra com a gaze na hora de limpeza da
ponteira
- Amostra previamente hemolisada

INTERFERENTES
Lipemia, hiperbilirrubinemia, excesso de anticoagulante, hemólise

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

CONTAGEM DE LEUCÓCITOS

SINONÍMIA
Leucometria, contagem global de leucócitos, contagem de glóbulos brancos.

PRINCÍPIO
A técnica consiste na contagem manual do número total de leucócitos presentes em
um determinado volume de amostra, previamente diluída, através da microscopia
ótica comum.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A designação leucócitos se aplica aos elementos figurados do sangue circulante,
bem como seus precursores nos centros hematopoéticos, que desempenham papel
essencial no mecanismo de defesa do organismo contra as agressões infecciosas ou
de outra natureza. A contagem de leucócitos é parte integrante do leucograma, um
exame de rotina, que faz parte do hemograma completo, muito solicitado
rotineiramente nos consultórios médicos, principalmente quando há suspeita
de infecção.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo de ensaio
- solução de Türk
- câmara de Neubauer
- microscópio
- 1 pipeta 1,0 mL
- 1 pipeta 20 μL
- gazes
- algodão umedecido em água
- placa de Petri
- homogeneizador de sangue

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

OBJETIVO
Contar os leucócitos presentes em um determinado volume de sangue total,
coletado com anticoagulante EDTA, pelo método de Türk.

PROCEDIMENTO
1. Identificar o tubo de ensaio
2. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
3. Pipetar 380 μL da solução de Türk e transferir para o tubo de ensaio identificado
4. Pipetar 20 μL de sangue total
5. Limpar a parte externa da ponteira com gaze, de tal forma que não absorva o
sangue aspirado
6. Dispensar o sangue no tubo contendo a solução de Türk (diluição 1:20)
7. Lavar bem a ponteira na solução contendo o sangue diluído com sucessivas
aspirações/dispensações (3 vezes)
8. Homogeneizar a diluição através de movimentos rotatórios suaves
9. Pipetar 20 μL da solução contendo o sangue diluído e aplicar nos dois retículos da
câmara de Neubauer
10. Colocar a câmara de Neubauer dentro da placa de Petri, com algodão
umedecido (ambiente úmido) e deixar em repouso por 5 minutos
11. Levar a câmara de Neubauer ao microscópio e focalizar a preparação com
pequeno aumento (10 X) no microscópio para localizar o retículo e observar a
distribuição uniforme dos leucócitos, em seguida passar para objetiva de 40 X
12. Realizar a contagem de leucócitos nos quadros marcados “L” (4 quadrantes
externos), conforme mostrado na figura abaixo
13. Em seguida, aplicar o resultado encontrado na seguinte fórmula:

LEUCÓCITOS/mm3 = nº leucócitos contados x 50

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Contagem de Leucócitos 30


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

VALORES DE REFERÊNCIA
Recém-nascidos: 9.000 a 30.000/mm3
Crianças até 12 anos: 5.000 a 13.000/mm3
Adultos: 3.600 a 11.000/mm3

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS (leucocitose): infecções bacterianas, anemias, doenças
inflamatórias, leucemias, estresse físico ou emocional importantes, etc.

VALORES DIMINUÍDOS (leucopenia): algumas infecções virais imunodeficiência,


quimioterapia, patologias da medula óssea, radiação, deficiência de ácido fólico e
vitamina B12, etc.

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Pipetagem incorreta dos volumes
- Não limpar a ponteira ou aspirar a amostra com a gaze na hora de limpeza da
ponteira
- Não respeitar o tempo necessário para sedimentação das hemácias
- Ultrapassar os limites dos retículos da câmara de Newbauer, durante a contagem
dos eritrócitos

OBSERVAÇÕES
 A contagem efetuada em cada quadrante não deve diferir, entre si, de mais
de 10 células
 Em casos de leucocitoses, realizar diluições 1:40
 Em casos de leucopenia, realizar diluições 1:10

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

CONTAGEM DE PLAQUETAS
SINONÍMIA
Plaquetometria, contagem de trombócitos, trombocitometria.

PRINCÍPIO
A técnica consiste na contagem manual do número total de plaquetas presentes em
um determinado volume de amostra, previamente diluída, através da microscopia
óptica comum.

FUNDAMENTO TEÓRICO
As plaquetas são estruturas derivadas do citoplasma do megacariócitos, por isso são
conhecidas como “fragmentos de células”, pois não tem núcleo e são incapazes de
realizar a divisão celular. As plaquetas são os menores elementos figurados do
sangue e sua determinação é rotineiramente solicitada na clínica médica para
avaliação da hemostasia, suspeitas de trombocitoses, plaquetopenias e alterações
morfológicas em patologias congênitas ou adquiridas.

OBJETIVO
Contar as plaquetas presentes em um determinado volume de sangue total,
coletado com anticoagulante EDTA, pelo método de Ress-Ecker.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo de ensaio
- solução Citrato de Sódio 3,8%
- câmara de Neubauer
- microscópio
- 1 pipeta 5,0 mL
- 1 pipeta 20 μL
- gazes
- algodão umedecido em água
- placa de Petri
- homogeneizador de sangue

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar o tubo de ensaio
2. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
3. Pipetar 2,0 mL da solução Citrato de Sódio 3,8% e transferir para o tubo de ensaio
identificado
4. Pipetar 20 μL de sangue total
5. Limpar a parte externa da ponteira com gaze, de tal forma que não absorva o
sangue aspirado
6. Dispensar o sangue no tubo contendo a solução Citrato de Sódio 3,8% (diluição
1:100)
7. Lavar bem a ponteira na solução contendo o sangue diluído com sucessivas
aspirações/dispensações (3 vezes)
8. Homogeneizar a diluição através de movimentos rotatórios suaves
9. Pipetar 20 μL da solução contendo o sangue diluído e aplicar nos dois retículos da
câmara de Neubauer
10. Colocar a câmara de Neubauer dentro da placa de Petri, com algodão
umedecido (ambiente úmido) e deixar em repouso por 5 minutos
11. Levar a câmara de Neubauer ao microscópio e focalizar a preparação com
pequeno aumento (10 X) no microscópio para localizar o retículo e observar a
distribuição uniforme das plaquetas, em seguida passar para objetiva de 40 X
12. Realizar a contagem de plaquetas nos 5 quadros sombreados do quadrante
central, conforme ilustrado abaixo
13. Em seguida, aplicar o resultado encontrado na seguinte fórmula:
PLAQUETAS/mm3 = nº plaquetas contado x 10 x 100 x 5

Caso o número de plaquetas esteja diminuído, contar todos os 25 quadradinhos do


quadrante central e aplicar na seguinte fórmula:
PLAQUETAS/mm3 = nº plaquetas contado x 10 x 100

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

VALORES DE REFERÊNCIA
150.000 a 450.000/mm3

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS (trombocitoses): Policitemia vera, leucemia mielóide
crônica (LMC), deficiência de ferro, pós-esplenectomia, artrite reumatoide, doenças
mieloproliferativas, etc.

VALORES DIMINUÍDOS (trombocitopenias): lúpus eritematoso sistêmico, SIDA,


dengue, leucemias agudas, CIVD, púrpuras, etc.

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Pipetagem incorreta dos volumes
- Não limpar a ponteira ou aspirar a amostra com a gaze na hora de limpeza da
ponteira
- Não respeitar o tempo necessário para sedimentação das plaquetas
- Ultrapassar os limites dos retículos da câmara de Neubauer, durante a contagem
das plaquetas.
- Deixar o líquido secar no interior da câmara de Neubauer
OBSERVAÇÕES
 Devido ao seu pequeno tamanho, sua tendência a aderir a superfícies
estranhas ao endotélio vascular e sua rápida desintegração, a contagem de
plaquetas torna-se problemática por qualquer método.

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante,
garroteamento prolongado.

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

CONTAGEM DE RETICULÓCITOS
SINONÍMIA
Reticulometria, Ret.

PRINCÍPIO
O corante precipita-se sobre as organelas remanescentes formando estruturas
reticuladas no citoplasma, os quais correspondem a eritrócitos que acabaram de
perder o núcleo, ou mais jovens, diferenciando-os dos eritrócitos maduros. A
técnica consiste na contagem manual do número total de reticulócitos presentes
em 1000 hemácias, através da microscopia ótica comum.

FUNDAMENTO TEÓRICO
Durante o processo de eritropoese, o eritroblasto ortocromático perde o núcleo
num processo aparentemente ativo de extrusão; o núcleo perdido é rapidamente
fagocitado por macrófagos da medula óssea. Com a perda do núcleo, o eritroblasto
ortocromático transforma-se em reticulócitos. O reticulócito é, pois, uma “célula
anucleada” que ainda conserva no citoplasma alguns resquícios de organelas:
retículo endoplasmático, ribossomas (com RNAm) e mitocôndrias. O uso de
corantes supravitais, ou seja, que coram as células vivas antes de serem fixadas,
como o azul brilhante de cresil ou azul de toluidina, revela os restos de organelas no
interior dos reticulócitos.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 tubo de ensaio
- corante supravital
- pipetas 50 μL
- ponteiras amarelas
- banho maria
- microscópio
- slides de vidro (lâminas)
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

OBJETIVO
Determinar o número de reticulócitos presentes em uma amostra de sangue total,
coletado com anticoagulante EDTA.

PROCEDIMENTO
1. Homogeneizar o sangue coletado com EDTA (tubo tampa roxa)
2. Identificar o tubo de ensaio
3. Pipetar 50 μL do corante supravital e transferi-lo para o tubo de ensaio
4. Pipetar 50 μL de sangue total e transferi-lo para o tubo de ensaio contendo o
corante
5. Homogeneizar a mistura através de movimentos rotatórios suaves
6. Incubar em banho-maria a 37 °C, durante 20 minutos
7. Homogeneizar novamente a mistura através de movimentos rotatórios suave
8. Distender um esfregaço sanguíneo
9. Aguardar a secagem do esfregaço sanguíneo
10. Focalizar a preparação com pequeno aumento (10 X) no microscópio, observar
a distribuição uniforme das estruturas e, em seguida, passar para objetiva de 40 X e
depois para objetiva de imersão (100 X)
11. Contar quantos reticulócitos são observados entre 1000 hemácias
12. Expressar o resultado em valores relativos e absolutos

CÁLCULOS – exemplo: foram encontrados 20 reticulócitos entre 1000 hemácias


Dados: hemácias 4.500.000/mm3

1) VALORES RELATIVOS (%)


20 ------------1000
x ------------- 100
x = 2,0 %

2) VALORES ABSOLUTOS (mm3)


Hemácias x % reticulócitos = reticulócitos/mm3 de sangue
4.500.000 x 2,0 % = 90.000/mm3

VALORES DE REFERÊNCIA
Valor relativo: 0,5 a 2,0%
Valor absoluto: 25.000 a 85.000/mm³

OBSERVAÇÕES
 Os valores absolutos são mais exatos
 Os valores relativos variam de acordo com o número de hemácias

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Contagem de Reticulócitos 38


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ALTERAÇÕES
A determinação da porcentagem de reticulócitos no sangue periférico constitui um
importante indicador da capacidade funcional da medula óssea diante da anemia:

VALORES AUMENTADOS: indica atividade proliferativa compensatória por parte da


MO (por exemplo, nas anemias hemolíticas e hemorrágicas ou na resposta
terapêutica da anemias carenciais)

VALORES DIMINUÍDOS: indica uma medula hipoproliferativa – hipofunção medular -


anemia por menor produção de hemácias (por exemplo, anemia ferropriva e
megaloblástica).

CAUSAS DE ERROS
- Não homogeneizar corretamente o sangue
- Pipetagem incorreta dos volumes (não respeitar a proporção 1:1)
- Não limpar a ponteira ou aspirar a amostra com a gaze na hora de limpeza da
ponteira
- Ultrapassar o tempo de incubação (20 minutos)
- Temperatura incorreta do banho-maria

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Contagem de Reticulócitos 40


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO

SINONÍMIA
VHS, Velocidade de eritrossedimentação, VES.

PRINCÍPIO
A técnica consiste em medir a coluna de plasma, formada durante a sedimentação
espontânea das hemácias, em um determinado período de tempo, de um volume
padrão de sangue, coletado com anticoagulante.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A membrana eritrocitária tem carga negativa devido à presença de ácido siálico,
que cria um potencial de repulsão entre os eritrócitos, chamado de potencial zeta.
Este potencial de repulsão impede que os eritrócitos se empilhem (roleaux) e
sedimentem rapidamente, fazendo com que os valores de referência da VHS, para
pessoas sadias, sejam baixos na primeira hora de sedimentação. Quando ocorrem
alterações nas concentrações plasmáticas de moléculas, como fibrinogênio e
imunoglobulinas (anticorpos), o potencial zeta é vencido, o empilhamento é
formado e a VHS aumenta fornecendo um valor mais elevado que o da referência,
na primeira hora.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total
- 1 tubo de VHS (tampa preta)
- Estante de VHS
- seringa 3,0 mL
- agulha 25 x 7
- agulha para coleta a vácuo*
- adaptador para coleta a vácuo*
- algodão
- gazes
*necessário somente quando a coleta for realizada a vácuo

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Velocidade de Hemossedimentação 41


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

OBJETIVO
Determinar a velocidade de hemossedimentação em uma amostra de sangue total,
coletado com anticoagulante, através do método de Wintrobe.

PROCEDIMENTO
1. Realizar a coleta de sangue de acordo com as recomendações adotadas pela
SBPC/ML
2. Transferir 1,6 mL de sangue total para o tubo de VHS, contendo 0,4 mL de
anticoagulante oxalato*
3. Homogeneizar o tubo por inversão (8 vezes)
4. Colocar o tubo na estante de VHS
5. Deixar em repouso durante 1 hora
6. Efetuar a leitura da coluna de plasma formada, durante a sedimentação dos
eritrócitos
7. Expressar o resultado em mm
*No caso da coleta de sangue ter sido realizada em sistema a vácuo, não é necessário realizar o passo 2.

VALORES DE REFERÊNCIA
Crianças: 0 – 10 mm
Adultos: 0 – 20 mm

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: processos inflamatórios (aumento de proteínas de fase
aguda como fibrinogênio e imunoglobulinas), anemias, processos infecciosos, infarto
do miocárdio, osteomielite, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, etc.

VALORES DIMINUÍDOS: Policitemia vera, insuficiência cardíaca congestiva,


poiquilocitose, etc.

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo de necessário para realizar a leitura do exame
- Não preencher o tubo de VHS (tampa preta) com o volume correto de sangue total
(1,6 mL)

OBSERVAÇÕES
 O exame deve ser realizado imediatamente após a coleta
 Tecnicamente o VHS é um exame inespecífico e grosseiro

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante, lipemia,
macrocitose, se o ângulo formado entre o tubo e o plano estiver acima de 3° o
resultado da VHS é afetado, temperaturas abaixo de 15 °C ou acima de 30 °C
interferem no resultado, a incidência de luz solar direta, estante colocada na
mesma bancada em que está uma centrífuga e mudanças de local enquanto a VHS
está sendo processada também interferem com o resultado.

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

OBSERVAÇÃO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS


SINONÍMIA
Leucócitos, hemácias, plaquetas

PRINCÍPIO
A técnica consiste na observação de esfregaços sanguíneos, ao microscópio ótico,
com a finalidade detectar as alterações nos esfregaços sanguíneos.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A inspeção microscópica dos esfregaços sanguíneos começa com o uso de objetivas
de x10 e x40 e lente ocular de x10, mas a diferenciação propriamente dita das
células exige a observação em imersão em óleo com objetivas de x100. Para tanto
percorre-se o terço final do esfregaço, numa trajetória em zigue-zague,
desprezando, porém, o final do esfregaço, visto que neles se acumulam
artificialmente elementos da série branca, parcialmente lesados, que prejudicam os
resultados. A observação da morfologia eritrocitária deve levar em consideração
que em locais com camada demasiadamente fina ou grossa do esfregaço os
eritrócitos se encontram com forma artificialmente alterada. O diagnóstico somente
é possível com esfregaços bem confeccionados, exame inicial dos esfregaços com
menor aumento microscópico; exame sistemático de todos os tipos celulares e a
lauda do exame sanguíneo.

OBJETIVO
Observar e identificar no microscópio os elementos figurados do sangue.

MATERIAIS
- 1 esfregaço sanguíneo confeccionado a partir de uma amostra de sangue total
coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 microscópio
- óleo de imersão
- cartão de identificação da lâmina

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Focalizar a lâmina, contendo o esfregaço sanguíneo, de acordo com as instruções
da pag. 6
2. Ler o cartão de identificação da lâmina e ficar atento ao que se pede
3. Percorrer o terço final do esfregaço, numa trajetória em zigue-zague, a fim de observar
de forma detalhada os elementos, presentes na lâmina e/ou possíveis alterações
4. Calcular os índices hematimétricos e correlaciona-los com os achados visuais no
esfregaço sanguíneo
5. Classifique morfologicamente a série vermelha
6. Responder as perguntas 2 e 3 (se houver), com base nos achados visuais da lâmina e
laboratoriais.
7. Classifique morfologicamente a série branca
8. Registre os resultados
VALORES DE REFERÊNCIA

VALORES DE REFERÊNCIA
VCM = Ht x 10 HCM = Hb x 10 CHCM = Hb x 100
He He Ht

VCM: 80 – 98 fL HCM: 27 – 32 pg CHCM: 32 – 36%

CAUSAS DE ERROS
- Esfregaço sanguíneo mal estendido
- Esfregaço sanguíneo mal corado
- Falta de padronização na leitura
- Falta de conhecimento teórico
- Cálculos matemáticos
- Equívocos de interpretação dos resultados (laudo)

ANOTAÇÕES
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UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS

SINONÍMIA
Fórmula leucocitária.

PRINCÍPIO
A técnica consiste na observação de esfregaços sanguíneos ao microscópio ótico
comum, a qual permite identificar e quantificar os neutrófilos, eosinófilos,
linfócitos, monócitos e basófilos, com base na contagem de 100 leucócitos, através
da microscopia ótica comum.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A contagem diferencial de leucócitos avalia a resposta do organismo a muitas
doenças, em especial infecções bacterianas ou virais. Também avalia reações
alérgicas e parasitárias, a resposta a quimioterapia e identifica diversos tipos
de leucemia. O resultado indica a proporção dos diferentes tipos de leucócitos. A
proporção de neutrófilos aumenta com infecções bacterianas e reações
inflamatórias. Em alguns casos, o aumento pode ser devido a distúrbios da medula
óssea, como leucemias. Pode ocorre redução de neutrófilos em infecções graves e
respostas a medicamentos, em especial quimioterapia. O número
de eosinófilos aumenta em resposta a reações alérgicas, inflamação da pele e
infecções por parasitas. A proporção de linfócitos aumenta principalmente em
infecções virais. Números reduzidos são observados em doenças que afetam o
sistema imunológico, como lúpus eritematoso sistêmico e estágios avançados da
infecção por HIV. Monócitos podem estar aumentados em muitas infecções ou
distúrbios inflamatórios.

OBJETIVO
Contar quantos neutrófilos, linfócitos, eosinófilos, monócitos e basófilos estão
presentes em 100 leucócitos de uma determinada amostra de sangue total,
coletado com anticoagulante EDTA, estendido em um esfregaço sanguíneo.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

MATERIAIS
- 1 esfregaço sanguíneo confeccionado a partir de uma amostra de sangue total
coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- 1 microscópio
- 1 contador de células sanguíneas
- óleo de imersão

PROCEDIMENTO
1. Focalizar a lâmina, contendo o esfregaço sanguíneo, de acordo com as instruções
da pag. 6
2. Com o auxilio do contador de células sanguíneas, realizar a contagem diferencial
de 100 leucócitos, diferenciando-os segundo suas variedades morfológicas em:
neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e basófilos, percorrendo o esfregaço
sanguíneo, conforme ilustrado na figura abaixo

3. Para expressar os valores percentuais, basta registrar os resultados encontrados

4. Para expressar os resultados na forma de valores absolutos, basta multiplicar a


percentagem de cada tipo de leucócito pelo número total de glóbulos brancos

CAUSAS DE ERROS
- Esfregaço sanguíneo mal estendido
- Esfregaço sanguíneo mal corado
- Falta de padronização na leitura

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

03
Hemostasia e
Coagulação

Em linhas gerais, o termo coagulação nos remete ao processo encarregado de


parar o sangramento e iniciar o reparo tecidual de um vaso sanguíneo lesado; no
entanto, coagulação, muitas vezes usado de modo abrangente, como se representasse a
hemostasia, ao bem da verdade refere-se aos fatores plasmáticos da coagulação que são
responsáveis pela conversão do sangue, no estado líquido, em um coágulo forme.

Hemostasia seria o termo mais apropriado para nos referirmos a uma série de
eventos, que ocorre na corrente circulatória, que tem por finalidade manter o equilíbrio
entre a hemorragia e a trombose; ou seja, hemostasia é o processo no qual o sangue
permanece líquido no sistema vascular. Ele não pode extravasar, o que caracterizaria
uma hemorragia, e não pode coagular, o que caracterizaria um trombo.

Concorrem para este equilíbrio os fatores plasmáticos da coagulação sanguínea,


os inibidores fisiológicos da coagulação, os vasos sanguíneos, o sistema fibrinolítico, os
mecanismos antifibrinolíticos, a célula endotelial e as plaquetas.

Quando esse conjunto funciona de modo harmônico, ativando-se e desativando-


se quando necessário, a hemostasia está mantida. Quando qualquer um dos
componentes que mantém esse sistema em equilíbrio está alterado, a balança da
hemostasia pende para a trombose ou para a hemorragia.

A hemostasia também pode ser dividida, de modo didático em duas partes:


hemostasia primária e hemostasia secundárias.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

A hemostasia primária ocorre na microcirculação e tem a participação dos vasos


sanguíneos, das plaquetas e das células endoteliais. As alterações na hemostasia
primária caracterizam as púrpuras.

Os fatores que participam da hemostasia secundária são: as plaquetas, células


endoteliais, fatores da coagulação, inibidores fisiológicos da coagulação, sistema
fibrinolítico e mecanismos antifibrinolíticos. As alterações na hemostasia secundárias
caracterizam as coagulopatias.

As provas laboratoriais da hemostasia, chamadas corriqueiramente (e


erradamente) de coagulograma são de extrema importância na avaliação de uma
suposta desordem hemostática. Porém, se solicitadas de forma desnecessária ou
interpretadas de forma errônea, podem levar a conclusões precipitadas e desnortear o
médico na sua tomada de conduta, além de onerar a instituição.

A avaliação do paciente com distúrbio da hemostasia, seja ele hereditário ou


adquirido, pode ser feita com base na historia clínica e exame físico.

Onde está o problema – na hemostasia primária (plaquetas) ou na secundária


(coagulação)?

 Sangramento plaquetário (hemostasia primária): predomina na pele e nas mucosas


– os sinais e sintomas mais frequentes são: gengivorragia, epistaxe, menorragia (se
for mulher), hematúria, petéquias e equimoses múltiplas. Uma característica dos
distúrbios plaquetários é a persistência do sangramento após cortes superficiais.

 Sangramento por coagulopatia (hemostaria secundária): predomina nos órgãos e


tecidos internos – os sinais e sintomas mais frequentes são: hemartrose, hematoma
dissecante profundo, hematomas musculares, retroperitoneais ou em órgãos
internos. Após uma extração dentária ou alguma outra cirurgia, o sangramento
cessa de imediato, entretanto recidiva horas depois, como um sangramento de
grande monta e de difícil controle.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

TEMPO DE PROTROMBINA

SINONÍMIA
TP, Tempo de ativação da Protrombina, TaP, INR, Razão normalizada internacional,
RNI

PRINCÍPIO
O TaP mede o tempo necessário para que um coágulo se forme em uma amostra de
plasma citratado, após da tromboplastina cálcica.

FUNDAMENTO TEÓRICO
O reagente do TaP é a tromboplastina cálcica, que faz o papel do fator tecidual.
Como existe uma grande variação entre as tromboplastinas utilizadas,
mundialmente, entre os diversos kits ou lotes, criou-se um fator de correção
considerado padrão pela OMS. Esta correção é feita elevando-se a relação do TaP ao
ISI (Internation Sensitivity Index) e é denominado INR (International Normalized
Ratio). A tromboplastina ativa o fator VII, que por sua vez ativa o fator X que
transforma a protrombina em trombina e esta última atua sobre o fibrinogênio
formando o coágulo de fibrina, portanto a técnica avalia as vias extrínseca e comum
da coagulação e os fatores avaliados são: VII, X, V, II e I.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em citrato de sódio (tubo da tampa azul)
- reagente do TaP (tromboplastina cálcica)
- 4 tubos de ensaios
- cronômetro digital
- barras magnéticas
- centrífuga
- banho-maria
- 1 pipeta 50 μL
- 1 pipeta 100 μL
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

OBJETIVO
Avaliar a via extrínseca da coagulação em um determinado volume de sangue total,
coletado com anticoagulante citrato de sódio

PROCEDIMENTO
1. Identificar o tubo de ensaio
2. Centrifugar o sangue coletado com citrato de sódio (tubo tampa azul) a 3.500
rpm durante 15 minutos
3. Pipetar 100 μL de plasma (sobrenadante) e transferir para o tubo de ensaio
identificado
4. Adicionar uma barrinha magnética no tubo contendo a amostra
5. Incubar a amostra em banho-maria a 37 °C por 3 minutos
6. Incubar 250 μL do reagente de tromboplastina cálcica em banho-maria a 37 °C
por 3 minutos
7. Ao final das incubações, pipetar 200 μL do reagente de tromboplastina e
transferi-lo para o tubo contendo a amostra (plasma citratado)
8. Nesse exato momento, dispare o cronômetro
9. Fazendo movimentos rotatórios suaves, a cada segundo, observe, atentamente, a
formação do coágulo de fibrina
10. Nesse exato momento, pare o cronômetro
11. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de
Protrombina
12. O resultado é liberado da seguinte forma:

Tempo de Protrombina: _____segundos


Atividade: ____%*
INR: ____*
*para obtenção da atividade de protrombina (%) e do INR, consultar tabela em anexo.

VALORES DE REFERÊNCIA
Tempo de Protrombina: 11,0 a 14,0 segundos*
Atividade de Protrombina: > 70%
INR: < 1,25
*o valor de referência é o controle normal + 2 segundos

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: deficiências dos fatores I, II, V, VII e X, terapia com
anticoagulante oral, hepatites, hepatopatias, leucemias agudas, deficiência de
vitamina K, insuficiência cardíaca congestiva, CIVD, etc.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade de centrifugação e o tempo e a temperatura
de incubação
- Coleta traumática,
- Garroteamento prolongado (estase venosa)
- Pipetagem e cronometragem incorretas
- tubo contaminado (sujo, mal lavado)
- falta de padronização na leitura
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 O sangue deve ser centrifugar logo após a coleta e se o teste não puder ser
realizado logo após a centrifugação, separar o plasma, conserva-lo sob
refrigeração e realizar o teste em no máximo até 4 horas.
 Durante o monitoramento do anticoagulante oral, o horário da coleta é
importante: o pico de inibição da vitamina K e o consequente aumento do
TaP dão-se entre 4 e 8 horas e o pico mais baixo de inibição entre 18 e 245
hs.
 É interessante que durante o monitoramento seja padronizado o horário da
coleta de TaP.
 Pode ocorrer hematoma no local da punção devido ao tempo de
sangramento prolongado e sangramento espontâneo quando TaP > 30
segundos
 Diarreia, vômitos e ingestão de álcool pode aumentar os resultados do TaP
 Dietas muito ricas em gorduras pode diminuir os resultados do TaP

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante,
hemólise, presença de rede de fibrina no plasma

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA

SINONÍMIA
TTPa, Tempo de tromboplastina parcial, TTP.

PRINCÍPIO
O TTPa consiste na determinação do tempo de coagulação do plasma citratado,
após a adição dos reagentes que contém um ativador plasmático (ácido elágico) e
fosfolípides, que irão atuar como substitutos das plaquetas.

FUNDAMENTO TEÓRICO
O reagente do TTPa é a cefalina, um fosfolípide que faz o papel das plaquetas. Todo
procedimento pré-analítico e analítico descrito para o TaP deve ser seguido para o
TTPa, a diferença é que este último não utiliza valores de INR e nem é avaliado pelo
ISI. O TTPa mede a via intrínseca da coagulação sanguínea, porque o fator VII não é
ativado e a formação da rede de fibrina se incia pela fase de contato, portanto os
fatores que avaliados são: XII, XI, IX, VIII, X, V, II e I.

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em citrato de sódio (tubo da tampa azul)
- reagente do TTPa (cefalina)
- cloreto de cálcio
- 4 tubos de ensaios
- cronômetro digital
- barras magnéticas
- centrífuga
- banho-maria
- 1 pipeta 50 μL
- 1 pipeta 100 μL
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

OBJETIVO
Avaliar a via intrínseca da coagulação em um determinado volume de sangue total,
coletado com anticoagulante citrato de sódio.

PROCEDIMENTO
1. Identificar o tubo de ensaio
2. Centrifugar o sangue coletado com citrato de sódio (tubo tampa azul) a 3.500 rpm
durante 15 minutos
3. Pipetar 100 μL de plasma (sobrenadante) e transferir para o tubo de ensaio
identificado
4. Pipetar 150 μL do reagente de cefalina e dispensar no tubo de ensaio identificado,
contendo o plasma citratado
5. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
6. Adicionar uma barrinha magnética no tubo contendo a amostra
7. Incubar a amostra em banho-maria a 37 °C por 3 minutos
8. Incubar 150 μL do coleto de cálcio em banho-maria a 37 °C por 3 minutos
9. Ao final das incubações, pipetar 100 μL do cloreto de cálcio e dispensa-lo no tubo
contendo a amostra (plasma citratado) + cefalina
10. Nesse exato momento, dispare o cronômetro
11. Fazendo movimentos rotatórios suaves, a cada segundo, observe, atentamente,
até a formação do coágulo de fibrina
12. Nesse exato momento, pare o cronômetro
13. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de
Tromboplastina Parcial ativada
14. O resultado é liberado da seguinte forma:

TTPa: _____segundos
Relação: _____*
Controle: _____ segundos
*para obtenção da relação, divide-se o valor do TTPa do plasma do paciente pelo TTPa do plasma controle.

VALORES DE REFERÊNCIA
TTPa: 25,0 a 35,0 segundos*
Relação: > 1,2
*o valor de referência é até 10 segundos acima do plasma controle

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: deficiências dos fatores I, II, V, VIII, IX, X, XI e XII, terapia
com anticoagulante parenteral (heparinoterapia), hemofilias A e B, hepatopatias,
cirrose, deficiência de vitamina K, CIVD, hemodiálise, etc.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade de centrifugação e o tempo e a temperatura
de incubação
- Coleta traumática,
- Garroteamento prolongado (estase venosa)
- Pipetagem e cronometragem incorretas
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 O sangue deve ser centrifugar logo após a coleta e se o teste não puder ser
realizado logo após a centrifugação, separar o plasma, conserva-lo sob
refrigeração e realizar o teste em no máximo até 4 horas.
 Presença de anticoagulante lúpico pode aumentar os resultados do TTPa.
 Hematócrito aumentado ou diminuído pode interferir nos resultados dos
testes, devido ao efeito da concentração do anticoagulante (citrato).
 Se o paciente esta recebendo heparina de forma intermitente, coletar o
TTPa 30 a 60 minutos antes da próxima dose.
 Se receber heparina por infusão contínua, o TTPa pode ser coletado em
qualquer momento
 Se a amostra de sangue for extraída de uma linha arterial com uma bolsa de
heparina, retirar pelo menos 10 mL de sangue antes de coletar a amostra
para o exame
 Pode ocorrer hematoma no local da punção devido ao tempo de
sangramento prolongado
 Sangramento espontâneos pode ocorrer com TTPa > 100 segundos.

INTERFERENTES
Microcoágulos, crioglobulinas (crioaglutininas), excesso de anticoagulante,
hemólise, presença de rede de fibrina no plasma

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

TEMPO DE SANGRAMENTO

SINONÍMIA
TS, Tempo de sangria, Teste de Ivy, Teste de Duke

PRINCÍPIO
A técnica consiste em determinar o tempo que o nosso organismo leva para cessar
um pequeno sangramento

FUNDAMENTO TEÓRICO
O tempo de sangria corresponde à duração de uma pequena hemorragia quando há
incisão de dimensões padronizadas e praticadas artificialmente na pele. O teste
sangria mede a função plaquetária, in vivo, sendo específico para a hemostasia
primária. Uma das limitações do TS é q ele não diferencia as alterações plaquetárias
das vasculares.

OBJETIVO
Avaliar, in vivo, a hemostasia primária da coagulação.

MATERIAIS
- lancetas esterilizadas para punção digital
- cronômetro digital
- papel de filtro
- álcool 70%
- algodão embebido em alcool
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO

Método de Duke
1. Fazer a assepsia do local predeterminado: polpa digital - dedo anular, mão
esquerda ou lóbulo da orelha, com álcool 70%
2. Com a lanceta fazer um incisão de 1 mm de profundidade, permitindo que o
sangue escoe livremente
3. Acionar o cronômetro no momento da picada
4. Usando o papel de filtro, secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se
forma, sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do
papel
5. Quando o sangue deixar de manchar o papel, parar o cronômetro
6. Registrar a duração da hemorragia (Tempo de sangria)
7. Proteger o local puncionado com uma bandagem

Método de Ivy
1. Aplicar uma pressão de 40 mmHg com esfigmomanômetro no antebraço, manter
a pressão durante a realização do teste
2. Escolher uma região logo abaixo da dobra do cotovelo na qual não haja nenhuma
veia visível ou palpável (as incisões devem ser feitas nesta região)
3. Fazer assepsia do local predeterminado
4. Com a lanceta fazer 3 incisões (manter uma distância de aproximadamente um
centímetro entre cada incisão
5. Após a realização das incisões acionar o cronômetro e a cada 30 segundos, com
auxilio de um papel de filtro, absorver delicadamente o sangue que está fluindo
6. Quando o sangramento cessar, em pelo menos 2 incisões, tem-se o valor do TS
7. Proteger o local puncionado com uma bandagem

VALORES DE REFERÊNCIA
Teste de Ivy - crianças: 2 a 7 minutos
- adultos: 3 a 9 minutos
Teste de Duke: 1 a 3 minutos

CAUSAS DE ERROS
 O tempo de sangria pode estar falsamente aumentado pela punção muito
profunda ou em área congesta ou por compressão da região puncionada
 Um tempo falsamente reduzido pode ser devido a uma punção superficial
ou em área anêmicas, por frio e calosidades ou falta de limpeza adequada
do local puncionado

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ALTERAÇÕES
Tempo de sangria prolongado ocorre em situações de alterações vasculares,
alterações plaquetária: i) quantitativas, como plaquetopenias primarias ou
secundarias com número de plaquetas inferior a 50.000/mm3 e ii) qualitativas, como
defeitos qualitativos hereditários e adquiridos das plaquetas e pelo uso de inibidores
da função plaquetária. Tempos aumentados podem ser observados na púrpura
hemorrágica e trombocitopênica, doença de Glanzmann, von Willebrand,
plasmocitoma, anemia aplásica e escorbuto.

OBSERVAÇÕES
 Recomenda-se posição do braço na altura do coração
 O método de Ivy para determinação do TS procura melhor reprodução ao
estabelecer critérios para a qualidade da pele, pressão e fluxo sanguíneo. A
punção é feita na parte interna do antebraço, em sua porção mais saliente e
desprovida de veias, evitando-se diferenças de espessura e temperatura da
pele. A condição circulatória fica estabilizada pela aplicação do
esfigmomanômetro em 40 mmHg, acima do cotovelo.
 O TS quando realizado em polpa digital ou lobo da orelha não tem valor
diagnóstico por serem locais de difícil padronização da técnica

INTERFERENTES
Temperatura da extremidade puncionada, calosidades da pele e posição do braço
para baixo ou para cima

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

TEMPO DE COAGULAÇÃO

SINONÍMIA
TC

PRINCÍPIO
A técnica consiste em determinar o tempo que uma amostra sanguínea leva para
coagular a 37 °C

FUNDAMENTO TEÓRICO
O método descrito originalmente por Lee-White, em 1913, utiliza quatro tubos,
sendo o resultado a média do tempo gasto na coagulação em cada um deles. O uso
de mais de um tubo permite condições de repouso para os últimos a serem
invertidos, uma vez q o número de tubos guarda relação direta com o tempo de
coagulação. O teste avalia a via intrínseca da coagulação sanguínea, a partir da
ativação do fator XII e não avalia a via extrínseca, porque não há presença do fator
tecidual, portanto não há ativação do fator VII.

OBJETIVO
Avaliar a via intrínseca da coagulação em uma amostra de sangue total, coletado
sem anticoagulante, pelo método de Lee-White.

MATERIAIS
- 2 tubos de ensaio
- seringa 5,0 mL
- agulha 25 x 7
- banho-maria
- cronômetro digital
- alcool 70%
- algodão embebido em alcool
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identifique os tubos de ensaio: “1” e “2”
2. Coletar 4,0 mL de sangue total (realizar a coleta de sangue de acordo com as
recomendações adotadas pela SBPC/ML)
3. Colocar 2,0 mL no tubo 1 e igual volume no tubo 2
4. Acionar o cronômetro no momento que colocar a amostra no tubo 1
5. Incubar os dois tubos em banho-maria a 37 °C, tendo certeza de que o nível de
água do banho-maria está acima do nível do sangue nos tubos
6. A cada 30 segundos retirar o tubo “1” do banho-maria e com uma inclinação de
45°, verificar se o sangue coagulou ou não
7. Quando o tubo “1” coagular, iniciar o mesmo procedimento para o tubo “2”
8. Quando o tubo “2” coagular, para o cronômetro e este será o tempo de
coagulação
9. Registrar o resultado

VALORES DE REFERÊNCIA
5 a 12 minutos
*no tratamento com heparina o TC deve permanecer entre 15 e 20 minutos

ALTERAÇÕES
Esta aumentado nas deficiências graves de qualquer um dos fatores da coagulação
(exceto os fatores XIII e VII), nos casos de deficiência de fibrinogênio, no uso de
heparina em doses elevadas e na presença de anticoagulantes naturais.

CAUSAS DE ERROS
 Fatores que aumentam o TC: lavagem do material com solução salina, bolhas
de ar no sangue, mistura com suco tissular, tubos sujos, tubos siliconizados
 Fatores que diminuem o TC: temperatura < 35°C e > 45 °C, tubos de
diâmetro mais estreitos, movimentação excessiva do sangue

OBSERVAÇÕES
 O TC é um teste bastante grosseiro porque está sujeito a muitas
interferências.
 A sensibilidade do TC é baixa e hemofílicos leves e moderados podem
apresentar TC dentro dos valores de referência

INTERFERENTES
O diâmetro e o comprimento do tubo, a temperatura do banho-maria, a inclinação
que é dada ao tubo, coletas traumáticas, garroteamento prolongado

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

RETRAÇÃO DO COÁGULO

SINONÍMIA
RC

PRINCÍPIO
A técnica consiste em determinar a intensidade de retração de um coágulo a 37 °C.

FUNDAMENTO TEÓRICO
Em pacientes normais, apos a coagulação completa do sangue, o coagulo começa a
se retrair, deslocando-se gradualmente da parede do tubo e separando-se
claramente do soro. Depende do numero e da função plaquetária, portanto,
hemostasia primária. Sua principal indicação e como auxilio diagnostico na
Trombastenia de Glanzmann, na qual a retração e praticamente nula. Também
encontra-se reduzida nas plaquetopenias graves, doenca de Von Willebrand e
hiperfibrinogenemia.

OBJETIVO
Avaliar a capacidade de retração das plaquetas em uma amostra de sangue
coagulado

MATERIAIS
- 2 tubos de ensaio
- seringa 5,0 mL
- agulha 25 x 7
- banho-maria
- cronômetro digital
- alcool 70%
- algodão embebido em alcool
- gazes

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Seguir os mesmos procedimentos indicados para o PAP Tempo de Coagulação
2. Após o término do TC deixar os tubos “1” e “2” em banho-maria a a 37 °C, tendo
certeza de que o nível de água do banho-maria está acima do nível do sangue nos
tubos
3. Deixar em banho-maria por 2 horas
4. Verificar se houve ou não a retração do coágulo
5. O resultado por ser expresso como:
- coágulo retrátil
- coágulo parcialmente retrátil
- coágulo irretrátil

VALORES DE REFERÊNCIA
Coágulo retrátil

ALTERAÇÕES
Nas anemias, o hematócrito baixo fornece coágulo proporcionalmente reduzido, com
valores anormais de retração.

CAUSAS DE ERROS
 Temperatura do banho-maria
 Nível da água do banho-maria

OBSERVAÇÕES
 Uma retração pequena corresponde a um número de plaquetas abaixo de
100.000/mm3.
 Nas deficiências funcionais de plaquetas, a prova pode estar alterada na
presença de número normal ou aumentado de plaquetas.

INTERFERENTES
Quantidade de trombina, de fribrinogênio e valores anormais do hematócrito

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

PROVA DO LAÇO

SINONÍMIA
Prova de fragilidade capilar, Prova de resistência capilar, teste do torniquete.

PRINCÍPIO
A técnica consiste em avaliar a fragilidade capilar, através do aparecimento de
petéquias, sob condições de anóxia e pressão aumentada artificialmente pelo
esfigmomanômetro.

FUNDAMENTO TEÓRICO
O sangue é normalmente retido no leito capilar devido a resistência oferecida pela
parede desses finos vasos. A permeabilidade capilar alterada permite a passagem
de células do sangue para os tecidos. Isso e evidenciado pelo aparecimento de
petéquias na pele. O número e o tamanho das petéquias dependem da estrutura
do endotélio capilar e do número de plaquetas na corrente circulatória. O teste de
fragilidade capilar mede a hemostasia primária, mas as vias da coagulação não
pode ser avaliadas por este teste.

OBJETIVO
Avaliar a resistência capilar pelo método de Rumpel-Leed, em um indivíduo
qualquer.

MATERIAIS
- esfigmomanômetro
- cronômetro digital
- régua
- caneta

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Observar o braço do paciente, se existir alguma petéquia ou macha, marca-las
com caneta, antes de iniciar o teste.
2. Posicionar o esfigmomanômetro no braço do paciente (5,0 cm acima da dobra do
cotovelo)
3. Aferir a pressão arterial do paciente
4. Fazer uma média entre a pressão sistólica e diastólica.
5. Manter o esfigmomanômetro inflado, na média obtida do item anterior, por 5
minutos
6. Desinsuflar o manguito, retira-lo do braço do paciente
7. Verificar o aparecimento ou não de petéquias (lesões puntiformes de coloração
vermelho-vivo) em uma área de 5,0 cm2, abaixo da prega do cotovelo
8. Registre o resultado encontrado

VALORES DE REFERÊNCIA
NEGATIVO: nenhuma ou no máximo 5 petéquias puntiformes na área de 5,0 cm2
POSITIVO: 6 ou mais petéquias puntiformes na área de 5,0 cm2

ALTERAÇÕES
Dengue, pacientes com problemas circulatórios, em uso de medicamentos a base de
AAS, trombocitopenias.

CAUSAS DE ERROS
 Aferição incorreta da pressão arterial
 Falta de padronização na leitura

OBSERVAÇÕES
 Antes de iniciar o teste deve-se observar a área abaixo da dobra do cotovelo
para ver se não há alguma mancha, pinta ou pequenas lesões que possam
ser confundidas com petéquias.
 Recomenda-se que sejam aguardados pelo menos 3 minutos, após o
desinsuflar o esfigmomanômetro, para que seja feita a leitura para liberação
do resultado.

INTERFERENTES
Medicamentos que inibem a função plaquetária (AAS, Clopidogrel, Ticlopidina, etc).

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

DOSAGEM DE FIBRINOGÊNIO
SINONÍMIA
FBG

PRINCÍPIO
A técnica consiste em tratar uma amostra de plasma com cloreto de cálcio para
formar um coágulo de fibrina e em seguida desseca-lo e pesa-lo em uma balança.

FUNDAMENTO TEÓRICO
O fibrinogênio é uma proteína de fase aguda que está aumentado em situações
inflamatórias e durante a gestação. A dosagem de fibrinogênio torna-se importante
em situações de consumo de fatores da coagulação, como na CIVD ou situações de
ativação do sistema fibrinolítico. Numerosos métodos são descritos na literatura
para dosagem do fibrinogênio e vários deles compreendem a conversão do
fibrinogênio em fibrina, por meio de trombina ou sais cálcicos e, em seguida, a
concentração é determinada por fotocolorimetria ou gravimetria.

OBJETIVO
Dosar o fibrinogênio em uma amostra de sangue coletada com anticoagulante

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em citrato de sódio (tubo da tampa azul)
- reagente cloreto de cálcio 0,025 M
- acetona
- água destilada
- tubo de ensaio
- bastão de madeira
- banho-maria
- estufa
- cronômetro digital
- dessecador
- balança analítica
- papel de filtro
- gazes
SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Dosagem de Fibrinogênio 71
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Em um tubo de ensaio colocar 5,0 mL de plasma citratado
2. Adicionar igual volume de cloreto de cálcio 0,025 M
3. Homogeneizar a mistura com o bastão de madeira (e deixa-lo dentro do tubo)
4. Incubar em banho-maria a 37 °C por 30 minutos
5. Recolher a fibrina por meio de rotações do bastão
6. Lavar o coágulo aderente ao bastão em um tubo contendo água destilada (repetir
este procedimento 3 vezes)
7. Secar em papel de filtro rolando o bastão sobre o papel
8. Remover o coágulo e desidrata-lo e acetona, durante 15 minutos
9. Completar a desidratação em estufa a 100 °C, durante 3 horas
10. Resfriar em um dessecador e pesar em balança analítica
11. Em seguida, aplique o resultado encontrado na seguinte fórmula:

FIBRINOGÊNIO (mg/dL) = peso seco do coágulo (mg)


volume de plasma (mL)

VALORES DE REFERÊNCIA
Valores normais: 200 a 400 mg/dL

ALTERAÇÕES
VALORES AUMENTADOS: gravidez, exercícios físicos, infecções, pneumonia, infarto
do miocárdio, hepatite, glomerulonefrite, queimaduras, tuberculose, artrite
reumatoide, tabagismo, etc.

VALORES DIMINUÍDOS: aborto, anemia, doenças hepáticas, eclampsia, hemofilias A


e B, leucemias, desnutrição, CIVD, sepse, choque, etc.

CAUSAS DE ERROS
 Separação incompleta do fibrinogênio dissolvido no plasma
 Perda de substância do coágulo durante o procedimento

OBSERVAÇÕES
 Resultados podem ser alterados se o paciente recebeu uma transfusão de
sangue dentro de um mês antes do teste.

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Dosagem de Fibrinogênio 72


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

04
Princípios, técnicas e
procedimentos básicos
em imunohematologia

Os testes imunohematológicos tem como principio a interação antígeno x


anticorpo, evidenciada através de reações de aglutinação ou de hemólise.

Na reação de aglutinação, as hemácias formam grumos a partir da ligação de


anticorpos específicos a antígenos presentes na membrana.

Na reação de hemólise os anticorpos se ligam aos antígenos e ativam o sistema


complemento que rompe a membrana e destrói as hemácias.

Quando os anticorpos ou antígenos específicos não estiverem presentes na


amostra em teste, a reação de aglutinação ou de hemólise não ocorrerá.

Como ler e interpretar os resultados dos testes imunohematológicos?

Para leitura utiliza-se um visor de aglutinação e a interpretação dos resultados é


feita de acordo com critérios que consideram a presença e a intensidade da aglutinação
ou a presença de hemólise.

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro 73


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

A intensidade de aglutinação é expressa em cruzes (+) representativas do grau


com que o anticorpo é capaz de aglutinar, reagir ou se unir ao antígeno (Quadro 1).

Quadro 1 – Critérios para interpretação dos resultados dos testes imunohematológicos

Positivo 4+

Um único grumo (botão), sem hemácias livres no sobrenadante.

Positivo 3+

Grumos grandes, sem hemácias livres no sobrenadante.

Positivo 2+

Grumos grandes e pequenos, com poucas hemácias livres no


sobrenadante que fica levemente rosado.

Positivo 1+

Muitos grumos pequenos com muitas hemácias livres no


sobrenadante.
Fracamente positivo

Poucos grumos pequenos com muitas hemácias livres no


sobrenadante.
Negativo

Hemácias livres no sobrenadante sem grumos.

Hemólise

Sobrenadante homogêneo, translúcido e avermelhado.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

Quais os procedimentos para executar os testes imunohematológicos?

1. Limpe a bancada, seguindo as normas de biossegurança;


2. Providencie todos os materiais e equipamentos necessários para realização do
teste;
3. Organize a bancada;
4. Retire os reagentes da geladeira e verifique se eles estão em condições de uso;
5. Deixe os reagentes atingirem a temperatura ambiente (23 °C + 2 °C)
6. Confira a identificação e prepare a amostra para realização do teste;
7. Identifique os tubos ou as microplacas ou as colunas de aglutinação;
8. Coloque os reagentes, incube, centrifugue, leia e anote os resultados.

Proteja-se dos riscos de contaminação:

 Utilize sempre equipamento de proteção individual (jaleco, luvas, máscaras);


 Manipule as amostras como materiais potencialmente infectantes;
 Jamais descarte material contaminado sem a prévia descontaminação;
 Siga as normas de biossegurança.

Como colocar os reagentes e amostras nos testes imunohematológicos?

Você deve colocar os reagentes (antissoros e hemácias) e a amostra (suspensão e


hemácias, soro e/ou plasma), de acordo com os seguintes passos:

1. Coloque primeiro os antissoros ou a amostra de soro ou plasma;


2. Homogeneíze a suspensão de hemácias (do reagente ou da amostra), com
movimentos circulares suaves, observando:
 Se todas as hemácias se desprendem do fundo do frasco; e
 Se a suspensão está homogênea
3. Adicione a suspensão de hemácias homogeneizada;
4. Faça a homogeneização, por movimentos circulares ou agitação delicada do tubo e
continue de acordo com os procedimentos específicos de cada teste.

Atenção: mantenha o conta-gotas ou a pipeta na posição vertical, para que o volume


dispensado seja exato e não escorra pelas paredes do tubo. Se estiver usando pipetas
de volume variável, ajuste primeiro o volume desejado.

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro 75


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

Como proceder a incubação nos testes imunohematológicos?

A incubação pode ser feita a seco em estufa ou em banho-maria. Nos dois equipamentos
os tubos devem ser colocados em uma estante para tubos. Quando utilizar o banho-
maria, observe se o nível da água é suficiente para cobrir um terço do tubo.

Atenção: seque bem a parte interna da tampa do banho-maria para evitar que a água da
condensação goteje dentro dos tubos. Você pode também manter os tubos tampados
durante a incubação.

Na incubação é fundamental:
 Verificar se a temperatura está de acordo com o recomendado para a reação e
seguir rigorosamente o tempo estabelecido
 Manter o equipamento fechado durante todo o tempo de incubação, para que não
haja variação de temperatura.

Como proceder a lavagem de reações?

a) Agite o tubo para ressuspender o botão de hemácias e adicione solução salina a


0,9% até 1,0 cm da borda;
b) Centrifugue o tubo a 3.400 rpm, entre 1 e 2 minutos
c) Decante completamente o sobrenadante, por inversão do tubo.
d) Repita os procedimentos a, b e c por mais 2 vezes

Como fazer a leitura da aglutinação nos testes imunohematológicos?

1. Segure o tubo de hemólise acima do visor de aglutinação;


2. Agite suavemente o tubo de hemólise para ressupender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem. So analise o resulado
depois de ressuspender todas as hemácias do botão;
3. Analise o resultado de acordo com os critérios para interpretação dos resultados
apresentados no Quadro 1, pág. 74.

Como registrar os resultados dos testes imunohematológicos?

Os resultados positivos devem ser anotados indicando em cruzes (+) os graus de


intensidade da reação.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

FENOTIPAGEM “ABO-RhD” – PROVA DIRETA


SINONÍMIA
Tipagem sanguínea, TPS, ABO-Rh, Grupo sanguíneo, Tipo sanguíneo

PRINCÍPIO
A fenotipagem ABO-RhD pela prova direta se baseia na aglutinação das hemácias da
amostra em teste, na presença de antissoros conhecidos contendo anticorpos anti-
A, anti-B e anti-D.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A classificação dos fenótipos ABO eritrocitários, ou fenotipagem ABO, corresponde
à observação da presença ou ausência dos antígenos A e/ou B e/ou D na membrana
da hemácia. A importância do sistema ABO, na prática transfusional, está
relacionada à gravidade das reações transfusionais hemolíticas devido a presença
regular, no plasma do indivíduo, de anticorpos naturais contras os antígenos A e/ou
B. O sistema Rh representa um dos sistemas de maior interesse clínico, por seu
envolvimento na doença hemolítica perinatal, reações transfusionais hemolíticas e
nas anemias hemolíticas autoimunes.

OBJETIVO
Determinar, através de prova direta, o tipo sanguíneo em uma amostra de sangue
total, coletado com anticoagulante EDTA (técnica em tubo).

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- antissoros eritrocitários (anti-A, anti-B, Anti-D)
- soro controle Rh
- solução salina 0,9%
- 4 tubos de ensaios
- centrífuga
- 1 pipeta Pasteur
- gazes

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO-RhD – Prova Direta 77
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar os tubos de ensaio (S, A, B, D, CRh)
2. Centrifugar o sangue coletado em EDTA (tubo tampa roxa) a 3.400 rpm durante
15 minutos
3. Pipetar 1,0 mL de solução salina 0,9% e dispensar no tubo identificado “S”
4. Adicionar 1 gota do concentrado de hemácias (precipitado) no tubo de ensaio
identificado “S”, contendo solução salina 0,9% (suspensão hemácias a 5%)
5. Homogeneizar suavemente a suspensão através de movimentos rotatórios
suaves
6. Adicionar 1 gota antissoro anti-A no tubo identificado como “A”, 1 gota de anti-B
no tubo “B”, 1 gota de anti-D no tubo “D” e 1 gota de controle de Rh no tubo CRh
7. Adicionar 1 gota da suspensão de hemácias a 3% em cada um dos tubos “A”, “B”,
“D” e “CRh”
8. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
9. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
10. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos, na seguinte ordem: S, A, B, D, CRh
11. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
12. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
13. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se o antígeno “A” estiver presente nas hemácias da amostra, ocorrerá
aglutinação no tubo “A” e a fenotipagem será definida como “A”
 Se o antígeno “B” estiver presente nas hemácias da amostra, ocorrerá
aglutinação no tubo “B” e a fenotipagem será definida como “B”
 Se os antígenos “A” e “B” estiverem presentes nas hemácias da amostra,
ocorrerá aglutinação nos tubos “A” e “B” e a fenotipagem será definida
como “AB”
 Se os antígenos “A” e “B” estiverem ausentes nas hemácias da amostra não
ocorrerá aglutinação em nenhum dos tubos e a fenotipagem será definida
como “O”
 Se houver aglutinação no controle Rh o resultado da fenotipagem estará
invalidado
 Se ocorrer reação com anti-D e o soro controle Rh for negativo a
fenotipagem estará validada e será definida como RhD POSITIVO
 Se não ocorrer reação com anti-D e o controle Rh for negativo a
fenotipagem estará validada e será definida como RhD NEGATIVO. Nesse
caso é preciso determinar a presença do antígeno D-fraco, através do teste
indireto da antiglobulina humana (AGH)
 14. Registre os resultados.
*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO-RhD – Prova Direta 78
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade das centrifugações
- Pipetagem incorreta
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura (agitação vigorosa e excessiva)
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 O soro controle Rh é um soro que contém os mesmos componentes do
antissoro anti-D, mas sem o anticorpo, ou seja, ele é um controle negativo
 É obrigatório incluir o controle Rh para identificar reações falso-positivas,
uma vez que os anticorpos anti-D podem promover a aglutinação
espontânea de hemácias.

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO-RhD – Prova Direta 79
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO-RhD – Prova Direta 80
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

FENOTIPAGEM “ABO” – PROVA REVERSA


SINONÍMIA
Tipagem sanguínea, TPS, ABO, Grupo sanguíneo, Tipo sanguíneo

PRINCÍPIO

A fenotipagem ABO pela prova reversa se baseia na aglutinação de hemácias


conhecidas dos fenótipos A e B, na presença do soro ou plasma da amostra em
teste.

FUNDAMENTO TEÓRICO
A classificação dos fenótipos ABO eritrocitários, ou fenotipagem ABO, corresponde
à observação da presença ou ausência dos antígenos A e/ou B e/ou D na membrana
da hemácia. O sistema ABO foi o primeiro sistema de grupos sanguíneos
descoberto, a partir dos experimentos de Karl Landsteiner, em 1900, que definiu os
grupos A, B e O. A importância do sistema ABO na prática transfusional está
relacionada à gravidade das reações transfusionais hemolíticas devido a presença
regular no plasma do indivíduo de anticorpos naturais contras os antígenos A e B.

OBJETIVO
Determinar, através de prova reversa, o tipo sanguíneo em uma amostra de sangue
total, coletado com anticoagulante EDTA (técnica em tubo).

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa) ou com Gel de
separação (tubo da tampa amarela)
- reagente de hemácias A
- reagente de hemácias B
- 2 tubos de ensaios
- centrífuga
- 1 pipeta Pasteur
- gazes

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO” – Prova Reversa 81
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar os tubos de ensaio (A, B)
2. Centrifugar o sangue coletado em EDTA (tubo tampa roxa) a 3.400 rpm durante
15 minutos
3. Coloque 2 gotas da amostra de soro ou plasma em cada um dos tubos “A” e “B”
4. Adicionar 1 gota do reagente de hemácias A ao tubo identificado “A”
5. Adicionar 1 gota do reagente de hemácias B ao tubo identificado “B”
6. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
7. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
8. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos, na seguinte ordem: A, B
9. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
10. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
11. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se o anticorpo anti-A estiver presente na amostra de soro ou plasma
ocorrerá aglutinação no tubo “A” e a fenotipagem será definida como “B”
 Se o anticorpo anti-B estiver presente na amostra de soro ou plasma
ocorrera aglutinação no tubo “B” e a fenotipagem será definida como “A”
 Se o anticorpo anti-A ou anti-B NÃO estiverem presentes na amostra de soro
ou plasma ocorrerá aglutinação nos tubos “A” e “B” e a fenotipagem será
definida como “AB”
 Se o anticorpo anti-A ou anti-B estiverem presente na amostra de soro ou
plasma ocorrerá aglutinação nos tubos “A” e “B” e a fenotipagem será
definida como “O”
12. Registre os resultados.

*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade das centrifugações
- Pipetagem incorreta
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura (agitação vigorosa e excessiva)
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 Na prova reversa pode ocorrer hemólise parcial ou total. Esse é um resultado
positivo que indica a presença de anticorpos naturais com capacidade de
ativar o complemento in vitro.

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO” – Prova Reversa 82
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO” – Prova Reversa 83
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Fenotipagem “ABO” – Prova Reversa 84
PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

DETERMINAÇÃO DO D-FRACO
SINONÍMIA
DU, Du

PRINCÍPIO
O antígeno D fraco é determinado através do teste indireto da antiglobulina
humana (AGH), o qual se baseia na aglutinação de hemácias sensibilizadas com
anticorpos anti-D, na presença de soro antiglobulina humana (AGH).

FUNDAMENTO TEÓRICO
O sistema Rh, do ponto de vista transfusional, é o segundo mais importante, depois
do ABO, devido à imunogenicidade de seus antígenos, como é o caso do antígeno D.
Os antígenos D fracos, antigamente designados por Du, definiam as hemácias que
reagiam somente com o soro anti-D em fase de AGH, ou seja, que apresentavam
uma reação de aglutinação fraca ou negativa e intensidade de aglutinação
intensificada pelo teste indireto da AGH.

OBJETIVO
Detectar, através do teste indireto da AGH, o antígeno D fraco em amostra de
sangue total, coletado com anticoagulante EDTA (técnica em tubo).

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- antissoros anti-D monoclonal e anti-D policlonal
- soro controle Rh
- soro controle de Coombs
- 4 tubos de ensaios
- centrífuga
- banho-maria
- 1 pipeta Pasteur
- gazes

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Determinação do D-fraco 85


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar os tubos de ensaio (S, DM, DP, CRh)
2. Centrifugar o sangue coletado em EDTA (tubo tampa roxa) a 3.400 rpm durante
15 minutos
3. Pipetar 1,0 mL de solução salina 0,9% e dispensar no tubo identificado “S”
4. Adicionar 1 gota do concentrado de hemácias (precipitado) no tubo de ensaio
identificado “S”, contendo solução salina 0,9% (suspensão hemácias a 5%)
5. Homogeneizar suavemente a suspensão através de movimentos rotatórios suaves
6. Adicionar 1 gota do antissoro anti-D monoclonal no tubo identificado como
“DM”, 1 gota de anti-D policlonal no tubo “DP” e 1 gota de controle de Rh no tubo
CRh
7. Adicionar 1 gota da suspensão de hemácias a 3% em cada um dos tubos “DM”,
“DP” e “CRh”
8. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
9. Incube os tubos à temperatura 37 °C, por 20 minutos
10. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
11. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos, na seguinte ordem: S, DM, DP e CRh
12. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
13. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
14. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se o controle Rh for positivo a reação estará invalidada
 Se houver aglutinação nos tubos DM e DP e se o controle Rh estiver
negativo, a fenotipagem Rh estará definida como RhD POSITIVO e o teste
está encerrado
 Se não houver aglutinação em qualquer um dos tubos anti-D e se o controle
Rh estiver negativo, continue o teste:
15. Lave a reação dos tubos DM, DP e CRh, da seguinte maneira:
 Agite os tubos para ressuspender o botão de hemácias
 Adicione solução salina 0,9% até 1,0 cm das bordas dos tubos
 Centrifugue o tubo a 3.400 rpm, por 1 minuto
 Decante completamente o sobrenadante, por inversão do tubo
 Repita os procedimentos acima por mais 2 vezes
16. Adicione 2 gotas de antissoro AGH nos tubos DM, DP e CRh
17. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
18. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
19. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos, na seguinte ordem: S, DM, DP e CRh
20. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Determinação do D-fraco 86


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO (continuação)
21. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
22. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se o controle Rh for positivo, independentemente do resultado dos tubos
anti-D, a reação estará invalidada.
 Se ocorrer aglutinação nos 2 tubos anti-D e se o controle Rh estiver
negativo, a fenotipagem estará definida como RhD POSITIVO (D fraco)
 Se não ocorrer aglutinação nos tubos DM e DP e se o controle Rh estiver
negativo, é preciso validar esse resultado com o controle de Coombs
23. Adicione 1 gota do reagente controle de Coombs aos tubos DM e DP
24. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
25. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
26. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos, na seguinte ordem: S, DM, DP e CRh
27. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
28. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
29. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Controle de Coombs positivo valida o resultado confirmando a fenotipagem
Rh como RhD NEGATIVO
 Controle de Coombs negativo invalida o teste para determinação do D fraco.
É preciso repetir a fenotipagem RhD.
30. Registre os resultados
*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

OBSERVAÇÕES
 Os indivíduos que expressam o antígeno D fraco são fenotipicamente RhD
POSITIVOS.
 Transfusionalmente, a conduta ainda é controversa, mas geralmente:
- doadores D fraco: devem ser considerados RhD POSITIVOS, pois podem
sensibilizar receptor de hemácias Rh(-) para anti-D, ou mesmo reagir com
anti-D previamente formado.
- receptores D fraco: a sugestão é transfundir sangue Rh D NEGATIVO em
indivíduos D fraco e fazer prevenção de imunização de mãe D fraco com
imunoglobulinas anti-D (RhoGan®)
 A lavagem de reação, que ocorre no passo 14, serve para retirar o excesso
de proteínas que podem neutralizar o soro AGH
 A validação dos resultados com controle de Coombs serve para garantir
que o antissoro AGH está funcionando e o teste foi bem realizado
 O controle de Coombs deve ser sempre positivo para validar o teste

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Determinação do D-fraco 87


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade das centrifugações
- Temperatura do banho-maria incorreta
- Pipetagem incorreta
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura (agitação vigorosa e excessiva)
- Uso de reagentes vencidos

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

TESTE DA ANTIGLOBULINA HUMANA


SINONÍMIA
Teste AGH, Coombs Direto, CD, Teste de antiglobulina, Teste de antiglobulina direto,
TAD

PRINCÍPIO
O teste AGH baseia-se na aglutinação de hemácias, previamente, sensibilizadas in
vivo, com anticorpos humanos ou frações do complemento através do antissoro
AGH.

FUNDAMENTO TEÓRICO
Em 1945 o cientista R. R. A. Coombs produziu o antissoro AGH a partir da injeção,
em coelhos, de soro humano ou de seus componentes purificados. Com essa
experiência ele descobriu que esses anticorpos do soro humano se comportavam
como antígeno para o animal que em resposta produzia uma antiglobulina humana.
Esse antissoro depois de retirado do coelho e purificado passou a ser utilizado nos
testes, também chamados de testes de Coombs.

OBJETIVO
Detectar a presença de hemácias, previamente, sensibilizadas in vivo por anticorpos
ou frações do complemento, em uma determinada amostra de sangue total,
coletada com anticoagulante EDTA (técnica em tubo).

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa)
- soro de Coombs
- soro controle de Coombs
- solução salina 0,9%
- 2 tubos de ensaios
- centrífuga
- 1 pipeta Pasteur
- gazes

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Teste da Antiglobulina Humana 89


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar os tubos de ensaio (S, A)
2. Centrifugar o sangue coletado em EDTA (tubo tampa roxa) a 3.400 rpm durante
15 minutos
3. Pipetar 1,0 mL de solução salina 0,9% e dispensar no tubo identificado “S”
4. Adicionar 1 gota do concentrado de hemácias (precipitado) no tubo de ensaio
identificado “S”, contendo solução salina 0,9% (suspensão hemácias 5%)
5. Homogeneizar suavemente a suspensão através de movimentos rotatórios suaves
6. Lave a suspensão da seguinte maneira:
 Adicione solução salina 0,9% até 1,0 cm das bordas dos tubos
 Centrifugue o tubo a 3.400 rpm, por 1 minuto
 Decante completamente o sobrenadante, por inversão do tubo
 Repita os procedimentos acima por mais 9 vezes, no caso de sangue total
oriundo de cordão umbilical e 3 vezes para outras amostras (sangue venoso
comum)
 Após ultima inversão complete o volume para 1,0 mL
7. Adicionar 2 gotas do soro de Coombs no tubo identificado como “A” (amostra)
8. Adicionar 1 gota da suspensão de hemácias 5% no tubos “A”
9. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
10. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
11. Ao final da centrifugação, retire o tubo da centrifuga e posicione-o em uma
grade para tubos
12. Segure-o acima do visor de aglutinação
13. Agite-o suavemente para ressuspender o botão de hemácias e, ao mesmo
tempo, observe como as hemácias se desprendem*
14. Analise o resultado de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se as hemácias estiverem sensibilizadas, ocorrerá a interação do soro de
Coombs com o anticorpo ligado ao antígeno, visualizada pela aglutinação e o
resultado do teste será POSITIVO
 Se as hemácias não estiverem sensibilizadas não haverá aglutinação e o
resultado do teste será NEGATIVO
15. O resultado NEGATIVO precisa ser validado com o controle de Coombs:
16. Adicione 1 gota do reagente controle de Coombs no tubo, cujo resultado foi
NEGATIVO
17. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
18. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
19. Ao final da centrifugação, retire o tubo da centrifuga e posicione-o em uma
grade para tubos
20. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Teste da Antiglobulina Humana 90


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO (continuação)
21. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
22. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Controle de Coombs positivo valida o teste e indica que os passos da técnica
foram realizados corretamente e o soro de Coombs está funcionando
 Controle de Coombs negativo invalida o teste e indica que a técnica não foi
realizada corretamente ou o soro de Coombs não está funcionando. É
necessário repetir o teste desde o início
23. Registre os resultados

*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade das centrifugações
- Pipetagem incorreta
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura (agitação vigorosa e excessiva)
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 A validação dos resultados com controle de Coombs serve para garantir que
o antissoro AGH está funcionando e o teste foi bem realizado
 O controle de Coombs deve ser sempre positivo para validar o teste

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Teste da Antiglobulina Humana 91


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Teste da Antiglobulina Humana 92


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

UNIDADE FORTALEZA DATA


CURSO DE BIOMEDICINA
____/____/2014.
PROF. DR. CÉLIO RIBEIRO

PROCEDIMENTO DE AULA PRÁTICA

PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES

SINONÍMIA
Teste AGH, Coombs Indireto, CI, PAI, Teste de antiglobulina, TAG

PRINCÍPIO

A PAI baseia-se na aglutinação ou hemólise de hemácias de triagem, em presença


do soro ou plasma da amostra em análise

FUNDAMENTO TEÓRICO
A pesquisa de anticorpos irregulares é importante porque detecta anticorpos contra
antígenos da membrana eritrocitária que estão associados à diminuição da
sobrevida das hemácias, à doença hemolítica perinatal e que, em geral, reagem
após incubação na temperatura de 37 °C e pelo teste indireto da AGH.

OBJETIVO
Detectar a presença de anticorpos hemolisantes no plasma ou soro de um
determinado paciente (técnica em tubo).

MATERIAIS
- 1 amostra de sangue total coletado em EDTA (tubo da tampa roxa) ou em tubo
com gel de separação (tubo da tampa amarela)
- hemácias de triagem I e II
- potencializador (BioPeG®)
- soro de Coombs
- soro controle de Coombs
- solução salina 0,9%
- 2 tubos de ensaios
- centrífuga
- banho-maria
- 1 pipeta Pasteur
- gazes

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Pesquisa de Anticorpos Irregulares 93


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO
1. Identificar os tubos de ensaio (H1, H2)
2. Centrifugar o sangue coletado a 3.400 rpm durante 15 minutos
3. Homogeneizar suavemente a suspensão de hemácias de tiragem I e II, através de
movimentos rotatórios suaves
4. Adicionar em cada tubo 2 gotas da amostra de soro ou plasma, da amostra a ser
testada, em cada um dos tubos
5. Coloque 1 gota de cada suspensão de hemácias de triagem nos tubos
correspondentes
6. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
7. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos
8. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
09. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se for observado a presença de aglutinação e/ou hemólise em qualquer um
dos tubos, o resultado da PAI será POSITIVO, indicando a presença de
anticorpo frio na amostra;
 Se não for observado a presença de aglutinação e/ou hemólise nos 2 tubos,
continuar o teste.
10. Adicione 2 gotas de BioPeg® em cada um dos tubos
11. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
12. Incube os tubos “H1” e “H2”, em banho-maria, a 37 °C, durante 15 minutos
13. Lave a suspensão da seguinte maneira:
 Adicione solução salina 0,9% até 1,0 cm das bordas dos tubos
 Centrifugue o tubo a 3.400 rpm, por 1 minuto
 Decante completamente o sobrenadante, por inversão do tubo
 Repita os procedimentos acima por mais 3 vezes
14. Colocar 2 gotas de soro de Coombs
15. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
16. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos
19. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
20. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
21. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Se for observado a presença de aglutinação e/ou hemólise em qualquer um
dos tubos, o resultado da PAI será POSITIVO
 Se não for observado a presença de aglutinação e/ou hemólise nos 2 tubos, o
resultado da PAI será NEGATIVO, nesse caso é necessário validar esse
resultado com o controle de Coombs.
*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: Pesquisa de Anticorpos Irregulares 94


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

PROCEDIMENTO (continuação)
22. Adicione 1 gota do reagente controle de Coombs aos tubos “H1” e “H2”
23. Homogeneizar suavemente a mistura através de movimentos rotatórios suaves
24. Centrifugar os tubos a 3.400 rpm por 15 segundos
25. Ao final da centrifugação, retire os tubos da centrifuga e posicione-os em uma
grade para tubos
26. Segure cada tubo acima do visor de aglutinação
27. Agite suavemente cada tubo para ressuspender o botão de hemácias e, ao
mesmo tempo, observe como as hemácias se desprendem*
28. Analise os resultados de acordo com as seguintes possibilidades:
 Controle de Coombs positivo valida o resultado confirmando a PAI como
NEGATIVO
 Controle de Coombs negativo invalida o teste para determinação do D fraco.
É preciso repetir a PAI desde o início
29. Registre os resultados

*só analise o resultado depois de ressuspender todas as hemácias do botão

CAUSAS DE ERROS
- Não respeitar o tempo e a velocidade das centrifugações
- Temperatura do banho-maria incorreta
- Pipetagem incorreta
- Tubos contaminados (sujos, mal lavados)
- Falta de padronização na leitura (agitação vigorosa e excessiva)
- Uso de reagentes vencidos

OBSERVAÇÕES
 Reagentes fora do prazo de validade possibilitam a ocorrência de resultados
falso-positivos e falso-negativos
 É recomendável fazer a inspeção visual das suspensões de hemácias,
observando se existe hemólise, grumos e/ou alteração de cor. Qualquer
alteração observada torna o painel impróprio para uso

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ANOTAÇÕES
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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

SER EDUCACIONAL | Prof. Dr. Célio Ribeiro: ANEXO I 97


PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

ÍNDICE REMISSIVO

A H
ABO-Rh, 78 Hb, 24
AGH, teste 90 HCM, 45
Antiblobulina humana, teste da 90 He, 16
Anticorpos irregulares, pesquisa de 94 Hemácias, contagem de 16
Antiglobulina direto, teste de, 90 Hematócrito, 20
Antiglobulina, teste de 90 Hemoglobina, dosagem de 24
C Hemoglobinometria, 24
CD, 90 Hemossedimentação, velocidade de 40
Células sanguíneas, observação de 44 Hemostasia, 51
CHCM, 45 Ht, 20
CI, 94 I
Coagulação, tempo de 64 Imunohematologia, 73
Coagulação,51 INR, 53
Coágulo, retração do 66 Ivy, teste de 61
Coombs direto, 90 L
Coombs indireto, 94 Leucócitos, contagem de
D Leucócitos, contagem diferencial de 47
D-fraco, determinação do 86 Leucócitos, contagem global de 28
DU, 86 Leucometria, 28
Du, 86 M
Duke, teste de 61 Microhematócrito, determinação do 20
E Microscópio, descrição do 4
Elementos figurados 10 N
Eritrócitos, contagem global de 16 Neubauer, câmara de 12
Eritrometria, 16 P
FBG, 71 PAI, 94
Fenotipagem ABO-RhD, 78 Plaquetas, contagem de 32
Fibrinogênio, dosagem de 71 Plaquetometria, 32
Focalização, técnicas de 6 Protrombina, tempo de 53
Fórmula leucocitária, 47 Protrombina, tempo de ativação da 53
Fragilidade capilar, prova de 69 Prova direta, 78
G Prova do laço, 69
Glóbulos brancos, contagem de 28 Prova reversa, 82
Glóbulos vermelhos, contagem de 16
Grupo sanguíneo, 78, 82

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM HEMATOLOGIA E IMUNOHEMATOLOGIA 2014

R
Razão Normalizada Internacional, 53
RC, 66
Resistência capilar, prova de 69
Ret, 36
Reticulócitos, contagem de 36
Reticulometria, 36
RNI, 53
S
Sangramento, tempo de 61
Sangria, tempo de 61
T
TAD, 90
TAG, 94
TaP, 53
TC, 64
Tipagem sanguínea, 78, 82
Tipo sanguíneo, 78, 82
Torniquete, teste do 69
TP, 53
TPS, 78, 82
Trombocitometria, 32
Trombócitos, contagem de 32
Tromboplastina parcial ativada, tempo
de 57
TS, 61
TTP, 57
TTPa, 57
V
VCM, 45
Velocidade de eritrossedimentação, 40
VES 40
VHS, 40

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