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HEMOTERAPIA
BIOMEDICINA – UNIP
Parte 1
O sangue como dom de cura foi utilizado pelo homem já há muitos séculos. Os
Romanos, egípcios e antigos noruegueses acreditavam que se banhar ou beber sangue
seria importante na cura de doenças como elefantíase, epilepsia e escorbuto.
A primeira complicação referente ao uso de transfusões ocorreu em 1492. O
Papa Inocêncio VIII estava em coma, devido a uma doença renal crônica. Foi então
infundido o sangue de três meninos no pontífice agonizante (por via oral) por sugestão
de um médico. Entretanto, o Papa e os meninos morreram.
No século XVI, o médico britânico William Harvey foi o primeiro a descrever
apropriadamente a circulação sanguínea. No século seguinte, pesquisas mais
sofisticadas sobre transfusão de sangue começaram, com experimentos bem sucedidos,
envolvendo animais. As tentativas sucessivas com seres humanos, no entanto,
continuavam tendo resultados fatais. As primeiras transfusões de sangue foram
realizadas em animais no século XVII por Richard Lower, em Oxford, no ano de 1665.
Dois anos mais tarde, Jean Baptiste Denis, médico de Luis XIV, professor de
filosofia e matemática na cidade de Montpellier, através de um tubo de prata, infundiu
um copo de sangue de carneiro em Antoine Mauroy, de 34 anos, doente mental que
perambulava pelas ruas da cidade que faleceu após a terceira transfusão. Na época, as
transfusões eram heterólogas (entre espécies diferentes) e Denis defendia sua prática
argumentando que o sangue de animais estaria menos contaminado de vícios e paixões.
Esta prática considerada criminosa e proibida inicialmente pela Faculdade de Medicina
de Paris, posteriormente em Roma e na Royal Society, da Inglaterra.
A primeira transfusão com sangue humano é atribuída a James Blundell, obstetra
do Guy’s Hospital em Londres, em 1818. Blundell, que transfundiu mulheres com
hemorragias pós-parto, constatou a impossibilidade de transfusões entre diferentes
animais e postulou que somente sangue humano poderia ser utilizado em humanos.
No final do século XIX, problemas com a coagulação do sangue e reações
adversas continuavam a desafiar os cientistas. Em 1869, foram iniciadas tentativas para
se encontrar um anticoagulante atóxico, culminando com a recomendação pelo uso de
fosfato de sódio, por Braxton Hicks. Simultaneamente desenvolviam-se equipamentos
destinados à realização de transfusões indiretas, bem como técnicas cirúrgicas para
transfusões diretas, ficando esses procedimentos conhecidos como transfusões braço a
braço.
Em 1901, o imunologista austríaco Karl Landsteiner descreveu os principais
tipos de células vermelhas: A, B, O e mais tarde a AB. Como consequência dessa
descoberta, tornou-se possível estabelecer quais eram os tipos de células vermelhas
compatíveis e que não causariam reações desastrosas, culminado com a morte do
receptor.
A primeira transfusão precedida da realização de provas de compatibilidade, foi
realizada em 1907, por Reuben Ottenber, porém este procedimento só passou a ser
utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Em 1914, Hustin relatou o emprego de citrato de sódio e glicose como uma
solução diluente e anticoagulante para transfusões, e em 1915 Lewisohn determinou a
quantidade mínima necessária para a anticoagulação. Desta forma, tornavam-se mais
seguras e práticas as transfusões de sangue. Idealizado em Leningrado, em 1932, o
primeiro banco de sangue surgiu em Barcelona em 1936 durante a Guerra Civil
Espanhola.
Após quatro décadas da descoberta do sistema ABO, um outro fato revolucionou
a prática da medicina transfusional, a identificação do fator Rh, realizada por
Landsteiner. No século XX, o progresso das transfusões foi firmado através do
descobrimento dos grupos sanguíneos; do fator Rh; do emprego científico dos
anticoagulantes; do aperfeiçoamento sucessivo da aparelhagem de coleta e de aplicação
de sangue, e, do conhecimento mais rigoroso das indicações e contra indicações do uso
do sangue. Após a Segunda Guerra Mundial, com os progressos científicos e o
crescimento da demanda por transfusões de sangue, surgiram no Brasil os primeiros
Bancos de Sangue.
IgG
Formada por um monômero com duas cadeias pesadas (γ) e duas leves (κ ou λ).
Segundo diferenças do segmento C, dividem-se em: IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4.
Atravessam a placenta e fixam o complemento (exceto IgG4). Formam os principais
anticorpos eritrocitários imunes (Rh, Kell, Duffy, Kidd). Também são responsáveis pela
maioria dos casos de anemias hemolíticas auto-imunes a quente.
IgM
Formada por um pentâmero que pode ser destruído por agentes redutores, como
o 2-mercaptoetanol. Apresenta grande capacidade de fixar complemento, mas não
atravessa a placenta. Forma a maioria dos anticorpos naturais (ABH, Lewis, I, P, MN) e
ocasiona anemias hemolíticas auto-imunes a frio.
IgA
Encontra-se no soro como monômero e nas secreções (saliva, colostro) como
dímero. Apresenta pouca importância imuno-hematológica, sendo descritos alguns
casos de anticorpos reativos a frio ou com especificidade para o sistema Rh. Indivíduos
deficientes em IgA sérica podem ser susceptíveis a reações anafiláticas por transfusões.
IgD
De função pouco conhecida e sem importância imuno-hematológica
IgE
Importante na formação de reações alérgicas, mas sem importância imuno-
hematológica.
A Resposta Imune
O desenvolvimento da resposta imune a antígenos eritrocitários é bem
conhecido. Após o estímulo inicial com um antígeno ausente no receptor, pode-se
observar após algumas semanas (duas a 12 em geral), o aparecimento de baixas
concentrações de IgM (resposta primária). Se não houver mais estímulos antigênicos,
ocorre uma queda gradual da produção do anticorpo; todavia, se houver um novo
estímulo, há uma rápida formação de IgG com altos títulos após dois a cinco dias
(resposta secundária). Este mecanismo apresenta grande importância na etiologia de
reações hemolíticas do tipo tardio.
4. Sistema ABO
4.1 Subgrupos de A
Existem vários subgrupos do antígeno A; os mais importantes são: A1 (80%) e
A2 (19%). Embora o açúcar imunodominante seja o mesmo (N-acetilgalactosamina), é
possível que ocorram diferenças quantitativas a nível de transferases. A diferenciação
do subgrupo A1 pode ser feita mediante reação positiva com o uso de lectina anti-A1
(Dolichos biflorus).
4.2 Subgrupos de B
Embora não haja diferenciação de antígenos B1 e B2, raramente podem ocorrer
subgrupos de B. Não existem lectinas específicas para sua diferenciação.
4.3 Antígeno B adquirido
Pacientes do grupo A1 portadores de infecções por algumas bactérias ou câncer
podem apresentar (por ação enzimática bacteriana) a degradação do antígeno A em
galactosamina, comportando-se como se fosse AB. Bactérias como P. vulgaris ou E.
coli também podem produzir substâncias B-Like que são adsorvidas às hemácias,
originando o mesmo fenômeno.
4.4 Anticorpos
Os anticorpos do sistema ABO costumam ocorrer naturalmente. Embora não
estejam presentes ao nascimento, são detectados no soro após 3 a 6 meses de vida. É
provável que carboidratos presentes em bactérias e sementes possam estimular a
produção desses anticorpos. Indivíduos A ou B costumam produzir apenas IgM, ao
passo que O produzem IgM e IgG naturais. Os títulos de anti-A são maiores que anti-B.
Indivíduos de raça negra produzem mais anticorpos que os de raça branca. Anticorpos
imunes (IgG) ocorrem após transfusão de hemácias ou plasma incompatível, gestações,
vacinações ou infecções bacterianas. A distribuição de antígenos e anticorpos encontra-
se na Tabela 02.
5. Sistema Rh
Trata-se do segundo sistema eritrocitário em maior importância clínica e o
primeiro em complexidade, envolvendo cerca de 50 antígenos. A caracterização dos
antígenos do sistema Rh veio de estudos de Landsteiner e Wiener (1940), envolvendo a
imunização de cobaias e coelhos com eritrócitos de macacos Rhesus. O antissoro
resultante aglutinou 85% dos eritrócitos humanos e o antígeno definido foi denominado
fator Rh. Trata-se de uma proteína com importante papel na integridade da membrana
eritrocitária.
O termo Rh positivo refere-se à presença do antígeno D (Fisher-Race) ou Rho
(Wiener). Estão associados mais quatro outros antígenos (C, c, E, e); esses cinco
antígenos respondem por cerca de 98 a 99% dos casos clínicos ligados ao sistema Rh.
Embora C e c, E e e sejam antígenos contrários, não se conseguiu ainda identificar o
antígeno d (contrário ao D); aceita-se atualmente que as pessoas Rh negativas na
realidade apresentam ausência de D.
O principal antígeno do sistema é o antígeno D, devido ao seu alto grau de
imunogenicidade. Os indivíduos que o possuem são classificados com Rh positivos,
enquanto os Rh negativos não contêm o antígeno.
5.2 Antígeno D
O antígeno D é codificado pelo gene RHD, em indivíduos Rh positivos, sendo
que na ausência do gene, não haverá a produção do respectivo antígeno. Já o gene
RHCE é o responsável pela codificação dos antígenos C ou c, juntamente com E ou e.
Há variações dentro do antígeno D, como o fenótipo Du (D fraco), onde antígeno tem a
sua expressão diminuída ou enfraquecida. Somente técnicas mais complexas, como
tratamento enzimático das hemácias e Teste de Coombs Indireto (descrito adiante) são
capazes de detectar o antígeno D fraco. Na prática transfusional, as hemácias Du devem
ser obrigatoriamente classificadas como Rh positivas.
Outra variação envolvendo o antígeno D é o D parcial. O antígeno D
normalmente se apresenta como um mosaico de nove subunidades ou epítopos (epD1 a
epD9). A maioria das hemácias Rh positivas apresentam todos esses epítopos
antigênicos. No entanto, em alguns dos indivíduos Rh positivos, há a falta de uma ou
outra dessas subunidades, o que leva à produção de anticorpos anti-D específicos contra
as subunidades ausentes. Desse modo, indivíduos com fenótipo D parcial devem
obrigatoriamente receber sangue Rh negativo. Como a identificação desses pacientes
por meio de técnicas sorológicas é difícil, os pacientes com antígeno D parcial são
identificados somente após terem sido aloimunizados, sendo que as técnicas de análise
molecular são mais eficientes na detecção do antígeno. As diferentes categorias de D
parcial são DII, DIII, DIV, DV, DVI, DVII, DFR, DBT e DHAR, que se diferenciam
umas das outras segundo a presença ou ausência de um ou mais epítopos antigênicos.
Existem ainda os raros fenótipos Rh null e Rh mod. No primeiro caso, ocorre a
ausência de expressão dos antígenos Rh na membrana das hemácias, enquanto nos
indivíduos Rh mod os antígenos do sistema são fracamente expressos na membrana dos
eritrócitos. Pessoas com fenótipo Rh null apresentam uma anemia crônica, cujo grau é
variável, juntamente com esferocitose, fragilidade osmótica anormal e elevação da
permeabilidade a cátions.
5.3 Anticorpos Rh
Praticamente todos os anticorpos anti-Rh ocorrem devido à estimulação imune
(aloimunização) por transfusão sanguínea ou por gestação, sendo as transfusões
sanguíneas a forma mais comum de sensibilização. Apesar disso, o anti-E, em alguns
casos, pode ocorrer naturalmente. Em sua maioria, os anticorpos do sistema pertencem à
classe IgG (IgG1 ou IgG3). No entanto, alguns anticorpos da classe IgM podem ocorrer
de modo transitório no início da aloimunização. Em torno de 80% dos indivíduos Rh
negativo que recebem transfusões de aproximadamente 200ml de sangue contendo o
antígeno D produzem anticorpos anti-D.
Aloimunização contra os antígenos E, e, C, c também são encontradas em
indivíduos politransfundidos, porém com menor frequência. Isso ocorre porque o
antígeno D é o que possui maior imunogenicidade (capacidade de desencadear uma
resposta imune). Os anticorpos Rh de maior frequencia, nos indivíduos aloimunizados,
em ordem decrescente, são: anti-D, anti-c, anti-E, anti-C e anti-e, com associações anti-
D + anti-C e anti-c + anti-E sendo frequentes.
A transfusão de sangue compatível para o antígeno D (além dos antígenos ABO)
já é uma prática habitual há muito tempo. Porém, há vários outros antígenos
eritrocitários, pertencentes a diversos sistemas sanguíneos.
5.4 DHRN
A doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) decorre de sensibilização
materna contra antígenos eritrocitários fetais, herdados do pai (que estão ausentes na
mãe) com a produção de anticorpos IgG que atravessam a placenta e se fixam às
hemácias fetais com subsequente destruição. A DHRN costuma decorrer da
incompatibilidade dos antígenos Rh e ABO entre a mãe e o feto. Em raros casos, alguns
outros antígenos eritrocitários podem ser responsáveis por este distúrbio. A gravidade
clínica é variável, podendo causar desde um simples achado laboratorial (teste de
coombs direto positivo) até a morte fetal intra-uterina.
Na DHRN devido à incompatibilidade Rh, a sensibilização prévia é necessária
para iniciar o processo patológico. A sensibilização geralmente ocorre durante a
gestação quando eritrócitos fetais Rh (D) cruzam a placenta e entram na circulação
materna com células Rh-negativo. A sensibilização materna também pode ocorrer por
uma transfusão prévia incompatível. Em qualquer uma dessas circunstancias, anticorpos
maternos IgG são produzidos contra células fetais. Se ocorrer uma nova gestação em
uma mulher sensibilizada, os eritrócitos fetais novamente atingem a circulação materna
e reestimulam a resposta imune, resultando na transferência de anticorpo anti-Rh (D)
através da placenta e redução da sobrevida dos eritrócitos fetais.
Anticorpos contra antígenos Rh são uma das principais causas de DHRN. Todas
as mulheres Rh negativas devem receber imunoglobulina Rh (IgG anti-D)
profilaticamente no meio da gravidez, após um procedimento invasivo e imediatamente
após o parto, para prevenir que ocorro aloimunização.
No sistema ABO, anticorpos anti-A ou anti-B da classe IgG podem surgir
espontaneamente na mãe. Sua presença não exige a existência de uma transfusão ou
gestação prévia. Assim, o primeiro filho pode apresentar DHRN quando existir
incompatibilidade ABO, no entanto a doença é menos grave que a observada quando há
incompatibilidade Rh.
As características clínicas da DHRN, decorrentes da incompatibilidade Rh varia
enormemente. Alguns recém-nascidos apresentam apenas uma icterícia leve. Outros
apresentam inicialmente palidez acentuada e, a seguir, apresentam icterícia. Eles podem
apresentar hepatoesplenomegalia proeminente. A doença pode ser complicada por uma
diátese hemorrágica, desequilíbrios acidobásicos acentuados e kernicterus. Em casos
muito graves o paciente pode apresentar hidropsia fetal.
6.2 Sistema P
O sistema P foi descoberto por Landsteiner e Levine em 1927, que injetaram
hemácias humanas em coelhos e isolaram, posteriormente, um anticorpo classificado
como anti-P. Em 1951, Levine e Cols descreveram o anticorpo atualmente denominado
anti-P P1 Pk, que por sua vez reagia contra um antígeno de alta frequência encontrado
em pessoas P+ e P-. Esses indivíduos passaram a ser denominados P nulo. Desse modo,
os antígenos do sistema foram reclassificados da seguinte forma: o fenótipo P+ tornou-
se P1; o P- tornou-se P2 e o P nulo passou a ser p.
Nesse sistema, cinco fenótipos são definidos por três antígenos (P1, P e Pk), os
quais são reconhecidos por anticorpos naturais (Tabela 4).
6.4 Sistema Ii
Contém 2 antígenos relacionados em termos biossintéticos, o I e o i. Precursor
biosintético do antígeno I, o antígeno i encontra-se nas células do cordão umbilical, por
causa de atrasos do desenvolvimento na enzima responsável pela síntese do antígeno I.
Por volta dos 18 meses de idade, i diminui e I aumenta para os níveis observados nos
eritrócitos adultos. Apenas num raro número de casos não se observa a conversão do
fenótipo i para I. Os antígenos Ii não são específicos das hemácias, podendo ser
encontrados no plasma, saliva, urina, líquido amniótico, leite humano e em cistos
ovarianos ou hidáticos.
Os anticorpos anti-I e anti-i são do tipo IgM e reativos à temperatura ambiente.
Autoanticorpos para o I são relativamente comuns e em geral são aglutininas frias de
baixo título. Algum anti-I pode ter especificidade IH, reagindo mais fortemente com
eritrócitos dos grupos O e A2. Embora geralmente benigna, observa-se hemólise
secundária a altos títulos de anti-I na anemia hemolítica autoimune fria (CAD). A CAD
pode ocorrer no contexto de malignidade e infecção, em particular por Mycoplasma
pneumonie. Esses anticorpos exibem uma grande amplitude térmica, em geral
aglutinando eritrócitos a temperaturas de 30 a 34°C. Em contraste o aloanti-I é
relativamente raro, sendo encontrado como um anticorpo de ocorrência natural em
adultos com fenótipo iadulto. O anti-i também é incomum, mas foi relatado na
mononucleose infecciosa e na cirrose alcoólica.
7.2 Classificação
Os antígenos de classe I (locus A, B, C) estão presentes em todas as células
nucleadas do organismo e apresentam uma expressão limitada em plaquetas (que só
contêm os loci A e B). Não estão presentes nas hemácias normais, porém, ainda são
detectadas nos eritroblastos e reticulócitos, representando atividade antigênica residual
correspondente aos antígenos eritrocitários: Bga (B7), Bgb (B17) e Bgc (A28).
Apresentam importante função na mediação e modulação da resposta imune, o
mecanismo de rejeição de órgãos transplantados e na eliminação de células infectadas
por alguns vírus.
Os antígenos de classe II (locus D, DR, DR e DP) apresentam uma distribuição
tissular limitada e restringem-se apenas a linfócitos B, células T ativadas, células
fagocíticas, algumas células endoteliais e nas células da ilhotas de Langerhans. Também
apresentam participação na elaboração da resposta imune a antígenos estranhos
(tissulares, bacterianos ou virais).
A detecção dos antígenos dos loci A, B , C, DR e DQ é feita mediante testes
sorológicos e moleculares. Os antígenos D e DP (Classe II) são detectados por reações
celulares (cultura mista linfocitária) ou por técnicas mais sofisticadas imunoquímicas ou
por tipagem molecular.
7.3 Bioquímica
Os antígenos da classe I são formados por uma cadeia pesada de polipeptídio
glicosilado transmembrana de 44kDa a 47kDa (cadeia α), contendo três domínios (α1,
α2 e α3) associado de forma covalente com β2-microglobulina (12kDa). Os domínios α1
e α2 apresentam uma sequencia variável de aminoácidos (que justificam o alto
polimorfismo) e compõem os sítios antigênicos, reconhecidos por técnicas sorológicas.
O domínio α3 apresenta uma sequencia constante homóloga à região constante das
imunoglobulinas e assim como a β2-microglobulina não apresentam importância nas
variações antigênicas (figura 4).