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Colégio de Santa Doroteia

Disciplina de Biologia

Determinação dos diferentes tipos sanguíneos


segundo o sistema ABO e o sistema Rhesus

Relatório realizado por


Margarida Nunes Araújo nº18 12ºB

No âmbito da disciplina de Biologia


a pedido da professora Lina Esteves

26/11/2020
Índice

Resumo....................................................................................................3

Introdução................................................................................................4

Fundamentos teóricos..............................................................................5

Sangue...........................................................................................5

Grupos sanguíneos (sistema ABO e Rhesus) ..............................6

Incompatibilidade sanguínea.........................................................8

Hereditariedade.............................................................................5

Soros.............................................................................................6
Frequências mundiais e nacionais...............................................7

Metodologia............................................................................................8

Materiais......................................................................................8

Procedimento..............................................................................8

Observações/Dados................................................................................10

Discussão................................................................................................13

Conclusão...............................................................................................15

Bibliografia.............................................................................................16
Resumo

Para melhor compreender os diferentes grupos sanguíneos e o porquê da sua


diferenciação, realizou-se a tipagem de várias amostras de elementos da turma A do 12.º ano,
bem como da auxiliar de laboratório. Empregando soros anti-A, anti-B e anti-D, foi testada
uma amostra de sangue retirada da polpa do dedo indicador, sendo os resultados anotados e
sujeitos a análise. Foi determinado o tipo de sangue de cada elemento, tendo-se obtido uma
percentagem discrepante à média nacional e mundial. Foram também, estabelecidas relações de
transfusão entre os elementos, sistematizando assim toda uma matéria.
Introdução
Em aula realizou-se uma experiência com o objetivo de determinar os
diferentes tipos sanguíneos de alunos e professores do secundário na área de
Ciências e Tecnologias para mais tarde serem comparadas com as frequências
nacionais e internacionais. Deve-se acrescentar que também se aproveitou para
treinar os conteúdos práticos, incluindo o manuseamento correto dos materiais
de laboratório e o cumprimento, tanto das regras de laboratório, como das
regras de segurança no laboratório.

O problema inicialmente formulado, que serviu de base a esta experiência é


o seguinte: Serão as frequências do Colégio de Santa Doroteia semelhantes às
frequências nacionais e internacionais? Assim, temos duas possíveis hipóteses
de resposta a este problema, sim, existe uma parecença relativamente às
frequências registadas e as nacionais/internacionais, ou não, não existe
qualquer semelhança entre estas.

Deste modo, com este relatório pretende-se, através de uma experiência


laboratorial, responder à questão inicial sobre se são ou não semelhantes às
frequências nacionais e internacionais as frequências que registamos no Colégio
de Santa Doroteia.
Fundamentos teóricos

I. Sangue
O sangue é um fluido corporal produzido na medula óssea, que percorre
o sistema circulatório dos animais vertebrados. O sangue é constituído pelo
plasma sanguíneo e por elementos figurados designados por plaquetas,
glóbulos vermelhos e glóbulos brancos. O plasma sanguíneo, composto
maioritariamente por água, é também constituído por sais minerais e vários
tipos de proteínas. A sua função resume-se ao transporte dos açúcares,
proteínas e gorduras ao resto do corpo. As plaquetas são células de reduzidas
dimensões (aproximadamente 0.003mm), encarregues de sarar as feridas que
possam existir nos vasos sanguíneos. Os glóbulos vermelhos, também
denominados hemácias ou eritrócitos, são as células existentes em maior
quantidade no sangue (cerca de 45% do sangue). Conhecidas também como
células vermelhas, são células simples, sem núcleo e com a forma de um disco
achatado. Têm a função de transportar o oxigénio e retirar dióxido de carbono
das células. No seu interior existe um pigmento denominado hemoglobina, que
é responsável pela coloração do sangue. Por fim, os glóbulos brancos ou
leucócitos são células com núcleo, maiores do que os glóbulos vermelhos e
podem-se distinguir cinco variedades: neutrófilos, eosinófilos, basófilos,
linfócitos e monócitos. Estas células têm a função essencial de defender o
organismo contra elementos desconhecidos, por exemplo vírus, bactérias ou
fungos.
Nos seres humanos, o sangue circula dentro do sistema cardiovascular,
o qual é fechado, ou seja, o sangue encontra-se apenas no interior
do coração e dos  vasos sanguíneos, não circulando livremente pelo corpo.

O sangue apresenta inúmeras funções no que diz respeito à


manutenção da vida do organismo, tais como, transporte de nutrientes, gases
respiratórios e resíduos do metabolismo, defesa e imunidade por meio da ação
dos leucócitos, coagulação sanguínea por meio da ação das plaquetas e outras
substâncias que sejam essenciais aos tecidos e órgãos do organismo.
II. Grupos sanguíneos (sistema ABO e Rhesus)

Os tipos de sangue são diferenciados pela presença de antigénios nos


glóbulos vermelhos e de anticorpos no plasma. São designados tendo em
consideração a classificação ABO (sangue A, B, AB, O) e a presença do fator
Rhesus (Rh+ e Rh-)

O sistema ABO foi descoberto no início do século XX, pelo austríaco


Karl Landsteiner. Landsteiner fez reagir amostras de sangue de diversas
pessoas, tendo depois isolado os glóbulos vermelhos (hemácias) e fez
diferentes combinações entre plasma e hemácias, tendo como resultado a
presença de aglutinação dos glóbulos em alguns casos, e sua ausência em
outros. A aglutinação acontece pois na parede das hemácias estão presentes
proteínas, os aglutinogênios. Hemácias do tipo A, têm proteínas tipo A, hemais
do tipo B, têm proteínas do tipo B, já as hemácias do tipo AB, possuem
proteínas tanto do tipo A quanto do tipo B, por esse motivo, para que a
transfusão de sangue seja feita de maneira correta, o tipo sanguíneo do doador
deve ser compatível ao tipo sanguíneo do receptor. Assim, Landsteiner
classificou os seres humanos em três grupos sanguíneos: A, B e O e explicou
por que algumas pessoas morriam depois de transfusões de sangue e outras
não, (quando não se sabia que pessoas possuíam tipo sanguíneos distintos,
transfusões eram feitas sem teste prévio, dessa forma pessoas recebiam
sangue que não era compatível com o seu). Landsteiner não previu o grupo
AB, mais raro, o qual foi descoberto apenas em 1902.

  A determinação dos tipos sanguíneos é uma condição genética,


constituindo um caso de alelos múltiplos, determinada por três alelos: I A, IB e I.
O gene A (IA) determina a formação do aglutinogênio A, o gene B (I B) determina
a formação do aglutinogênio B, o gene O (I) não forma nenhum aglutinogênio e
os genes A e B determinam a formação dos aglutinogénios A e B (I A e IB). O
plasma também possui anticorpos chamadas aglutininas que causam os
acidentes em transfusões, pois indivíduos do grupo A possuem aglutininas
Anti-B, os do grupo B possuem aglutininas Anti-A e os do grupo O possuem as
duas aglutininas e os indivíduos AB não possuem nenhuma dessas
substâncias.
GENÓTIPO GRUPO  AGLUTINOGÊNIO (nas AGLUTININA (no
S hemácias)  plasma) 

IA A   Aglutinogênio A Anti-B

IB B  Aglutinogênio B Anti-A

IA e IB AB  Aglutinogênios AB Nenhuma 

I O  Sem aglutinogênio  Anti-A e anti-B

Várias pesquisas foram feitas onde se percebeu que, ao colocar sangue


do macaco num coelho, este iniciava uma produção de anticorpos capazes de
aglutinar as hemácias do macaco.

Começou-se então a estudar o sangue humano e percebeu-se que a


maioria dos indivíduos submetidos ao teste tinha o sangue aglutinado na
presença de um soro, que foi chamado de anti-Rh (antirrhesus). Uma minoria,
que ficava em torno de 15%, não apresentava nenhuma aglutinação.

Com base nos resultados obtidos, foi possível concluir que nas
hemácias de algumas pessoas existiam antígenos, que foram chamados de
Rh, e em outras esses antígenos estavam ausentes. No plasma das pessoas
que possuíam antígeno Rh, ou seja, pessoas Rh positivas (Rh+), não existiam
anticorpos no plasma, assim como naquelas que não possuíam o antígeno Rh,
Rh negativas (Rh-). A diferença está no facto de que, nas pessoas Rh -, ocorre a
produção de anticorpos quando expostas às hemácias com antígeno Rh.
Os sangues Rh+ e Rh-  são condicionados por dois alelos que
apresentam dominância completa: R e r. Pessoas que apresentam o genótipo
RR ou Rr apresentam fenótipo Rh +, mas aqueles que apresentam genótipo rr
apresentam fenótipo Rh-.
A descoberta do sistema Rh foi essencial para o desenvolvimento de
pesquisas sobre transfusões de sangue, uma vez que esse processo, quando
se baseava apenas no sistema ABO, apresentava falhas. A partir dessa
descoberta, o sangue passou a ser testado também para o sistema Rh.
III. Incompatibilidade sanguínea

Quando as pessoas que não têm o antígeno A e/ou o antígeno B,


possuem anticorpos de ocorrência natural contra o antígeno ou os antígenos
que não possuem. Pessoas com sangue do tipo A, por exemplo, possuem o
anticorpo anti-B de ocorrência natural e as pessoas com sangue do tipo O (que
não têm nem o antígeno A nem o B) possuem os anticorpos de ocorrência
natural anti-A e anti-B. Além destes dois antígenos A e B, há diversos outros
antígenos de grupos sanguíneos presentes nos glóbulos vermelhos. Contudo,
as pessoas não possuem anticorpos de ocorrência natural contra esses
antígenos. Esses anticorpos se desenvolvem somente se as pessoas forem
expostas a esses antígenos por transfusão.

Uma transfusão de sangue é mais segura quando o tipo sanguíneo do


sangue transfundido combina com o tipo sanguíneo e com o fator Rh do recetor
(quando os tipos sanguíneos são compatíveis). Assim, antes de uma
transfusão, os bancos de sangue fazem um teste chamado prova cruzada no
sangue do doador e no do recetor. Esse teste minimiza a probabilidade de uma
reação perigosa ou possivelmente fatal. Além disso, é verificado se existem
certos anticorpos a glóbulos vermelhos no sangue do recetor. Tais anticorpos
podem causar uma reação ao sangue transfundido.

Contudo, em uma emergência, todas as pessoas podem receber


glóbulos vermelhos do tipo O. Assim, pessoas com sangue do tipo O são
conhecidas como doadores universais. As pessoas com sangue do tipo AB
podem receber glóbulos vermelhos de doadores com qualquer tipo sanguíneo
e são conhecidas como recetores universais.

Recetores cujo sangue é Rh negativo devem receber sangue de


doadores Rh negativo (exceto em emergências com risco à vida), mas os
recetores cujo sangue é Rh positivo poderão receber sangue Rh positivo ou Rh
negativo.

Além da transfusão de sangue, o entendimento do sistema Rh permitiu a


compreensão do mecanismo da doença hemolítica do recém-
nascido (eritroblastose fetal). Esta doença ocorre no período de gestação do
bebé, que apresenta um sangue Rh +, enquanto a mãe tem um Rh -, o que
desencadeia a produção de anticorpos que podem colocar em risco a criança
que for gerada numa próxima gestação.
O nosso sistema imunológico tem o poder de reconhecer proteínas que
não fazem parte do nosso corpo, chamados de antígenos. Quando isso
acontece produzimos anticorpos que se ligam a essas proteínas formando um
complexo antígeno-anticorpo (ou complexo imune). Este complexo é então
destruído pelo nosso sistema imune.

Quando a mãe é Rh negativo isso significa que na superfície da hemácia


dela não existe uma determinada proteína (que atualmente é conhecida como
antígeno D). Quando o bebê é Rh positivo, as hemácias do feto possuem este
antígeno. Enquanto não houver passagem do sangue do bebê para a
circulação materna nenhum problema ocorre, pois, o sistema imunológico da
mãe não é “apresentado” a essa proteína estranha.

Caso ocorra algum sangramento aonde o sangue do bebê entra na


circulação da mãe então sim ocorre a “apresentação” do antígeno D ao sistema
imunológico da mãe. Depois disto acontecer o sistema imunológico da mãe
começa a produzir anticorpos contra o antígeno D pois ele não sabe dizer que
essa proteína é do bebê, então age como se fosse por exemplo uma proteína
de um vírus que estivesse tentando “atacar” a mãe.

Para a mãe, não ocorre nenhum problema pois em poucos dias o


sangue fetal será retirado da sua circulação. Entretanto, uma vez que o sistema
imunológico da mãe foi “apresentado” ao antígeno ele irá produzir anticorpos
para o resto da vida. Essa “apresentação” do antígeno ao sistema imunológico
é chamada de sensibilização. No momento do parto, ocorre um grande contato
com o sangue e, consequentemente, inicia-se uma intensa produção de
anticorpos e células de memória contra o fator Rh.

IV. Hereditariedade
V. Soros
VI. Frequências nacionais e mundiais
A−
O- AB-
AB−
B−
A-B-
8% 1%
AB+ 3% 3% 1%
1%
O−
5%
7% O+
AB+ 29%
3%
B+
15% O+
B+
42%
7%

A+ A+
31% 44%

Fig. 6 - Diagrama daFig.


distribuição dos grupos
7 - Diagrama sanguíneos
da distribuição dos grupos sanguíneos
a nível nacional a nível mundial
Metodologia

I. Material:
- Lâminas de vidro (3 lâminas/pessoa) - Algodão hidrófilo

- Marcador - Luvas

- Lancetas estéreis descartáveis - Soro anti-A

- Varetas de vidro - Soro anti-B

- Álcool etílico (96º) - Soro anti-D

II. Procedimento:
1.Identificou-se, por pessoa, cada lâmina de acordo com o soro a ser
utilizado (3 lâminas/pessoa).

2.Picou-se com uma lanceta estéril a polpa do dedo indicador, previamente


desinfetado com álcool etílico, e aplicou-se pressão até que o sangue
saísse. A lanceta foi posteriormente descartada e não reutilizada.

3.Colocou-se uma gota de sangue em cada uma das lâminas. Voltou-se a


desinfetar o dedo com álcool.

4.Colocou-se uma gota de cada soro (anti-A, anti-B, anti-D), sobre a gota de
sangue depositada na respetiva lâmina.

5.Misturou-se bem o sangue com o soro, formando-se um círculo com cerca


de 2 cm de diâmetro.

6.Observou-se a ocorrência da reação de aglutinação em cada uma das


lâminas e registou-se na tabela.

Observação/Resultados

Procedeu-se inicialmente ao registo da ocorrência ou não do processo de


aglutinação. Na tabela abaixo (Fig.3) pode observar-se este registo, onde denominasse de
reação positiva (+) e o segundo de reação negativa (-) caso haja ou não aglutinação quando o
sangue entra em contacto com os soros. A recolha de dados foi feita para cada um dos
elementos participantes, tendo sido registado na tabela abaixo (Fig.2) as observações feitas.

Nome/Número Anti-A Anti-B Anti-D ABO Rhesus

Lina Esteves − − + O +
Matilde Tavares + − + A +
Duarte Alcobia − − + O +
Inês Pereira − + + B +
Pedro Ferreira + − − A −
Margarida Araújo + − + A +
Matilde Leitão − + + B +
Miguel Vila luz − − − O −
Raquel Lins + − + A +
Ana Margarida − + + B +
Cristina Leal − − + O +
Madalena Gonçalves − − + O +
Constança Fonseca − − + O +
Francisco Fernandes + − + A +
Filipe Cruchinho + − + A +
Leonor Pimentel − − + O +
Carolina Pereira − − + O +
Marta Patrão − − + O +
João Raposo − − − O −
João Henriques + − + A +

Nome/Número Anti-A Anti-B Anti-D ABO Rhesus

Sara − − + O +
Sofia Quiroga − − − O −
Inês − + + B +
Rodrigo − − + O +
Tomás − − + O +
Filipe − − + O +
Gonçalo + − − A −
Teresa − − + O +
Mariana Leal − + + B +
Tiago + − + A +
Sofia Lemos + − + A +
Laurinda + + + AB +
Marta − − + O +
Leonor Sequeira − + + B +
Rita − − + O +
Eva + − + A +
Matilde − − + O +

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