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Índice

1. Introdução..........................................................................................................................4
1.1. Objectivos....................................................................................................................4
1.1.1. Geral:....................................................................................................................4
1.1.2. Específicos:..........................................................................................................4
1.2. Metodologia.................................................................................................................4
2. Turismo e interações sociais..............................................................................................5
2.1. Conceitos básicos........................................................................................................5
2.2. Importância do turismo nas interações socais.............................................................5
2.3. Relação entre turistas e moradores locais....................................................................7
2.4. Os tipos de interações sociais que ocorrem nos destinos turísticos.............................8
2.5. Impactos da interação social no turismo.....................................................................9
3. Conclusão.........................................................................................................................11
4. Bibliografia......................................................................................................................12
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1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre o turismo e interações socais. Sabendo que o turismo tem
sido um dos principais meios para se conseguir uma rentabilidade maior em determinado
espaço. De certa forma esta actividade tem feito os planeadores do turismo alcançar seus
objetivos de forma satisfatória. Sendo que a sociedade juntamente com sua cultura são os
principais responsáveis pelo sucesso da actividade turística.

Sendo o turismo considerado um fenômeno social, o crescimento do mesmo se deve a


necessidade de conhecer e encontrar pessoas de diferentes culturas que propicia e envolve o
contacto turista-comunidade local, e que é imprescindível para a sua boa realização, a
interação de todos os envolvidos minimizando ao máximo os impactos nas sociedades.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral:
 Abordar sobre o turismo e interações sociais.

1.1.2. Específicos:
 Conceitualizar o turismo e interação social;
 Conhecer a importância do Turismo nas interações socais;
 Apresentar a relação entre turistas e moradores locais;
 Descrever os tipos de interações sociais que ocorrem nos destinos turísticos;
 Identificar os impactos da interação social no turismo.

1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, foi adotado o método de pesquisa bibliográfica, que
consistiu nas leituras de artigos científicos e livros que abordam questões sobre o tema do
trabalho.
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2. Turismo e interações sociais


2.1. Conceitos básicos
Turismo é definido pela Organização Mundial do Turismo (OMT, 1998) do seguinte modo:
“O turismo inclui tanto a deslocação e as atividades realizadas pelas pessoas durante as suas
viagens e estadas bem como as relações que surgem entre eles em lugares distintos do seu
ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano e mínimo de 24
horas (pernoita no destino), principalmente com fins de lazer, negócios e outros fins.”

Turismo é um fenómeno de dimensão múltipla que assume, cada vez mais um peso
significativo entre países, região, cidades e vilas. Tornando-se um grande veículo actual de
contacto entre culturas, instrumentos privilegiados das relações interpessoais, o ele
potenciador da ligação com estranhos, hospedes e estrangeiros.

A interação social é um conceito que determina as relações sociais desenvolvidas pelos


indivíduos e grupos sociais.

Segundo Marques (2020), a interação social é algo presente na vida dos indivíduos, pois é
um processo voltado às relações sociais que são desenvolvidas com aqueles que nos cercam.
Para a sociologia, esta é inclusive uma condição necessária para formação da sociedade, já
que é a partir desse meio que as pessoas se transformam em sujeitos sociais.

Portanto, trata-se de uma condição indispensável para o desenvolvimento e constituição das


sociedades. Por meio dos processos interativos, o ser humano se transforma num sujeito
social.

2.2. Importância do turismo nas interações socais


O turismo dentro de uma sociedade exerce um papel socializador, pois ele permite o encontro
entre pessoas de diferentes culturas, diminui as distâncias étnicas ao permitir um maior
conhecimento dos outros e dos seus costumes. e contribui para uma maior compreensão entre
as mais distintas populações.

Um dos aspectos centrais do turismo é o relacionamento que se estabelece quando


comunidades povos ou indivíduos diferentes se encontram. Neste contexto, cada indivíduo,
seja qual for o estrato social a que pertence não pode ser parte de ambas as populações ao
mesmo tempo. Ambas populações contam inicialmente com o indivíduo que se comportam
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de uma forma comprometida ou não com questões comunitárias. Neste sentido, ao longo da
interação em cada região, o comportamento dos indivíduos de cada classe pode alterar em
qualquer sentido. (MARZUKE, 2020)

Segundo Farahani & Musa (2012), os impactos sociais do turismo ou a Interação entre as
comunidades residentes e as visitantes tem sido centro das actividades académicas, motivado,
fundamentalmente pelo facto de a percepção e atitude das comunidades residentes em relação
aos impactos do turismo constituir um elemento fundamental para geração de políticas de
gestão para o correcto planeamento, marketing e operacionalização de projectos de
desenvolvimento do turismo.

Ao visitar determinado destino, o turista entra em contacto com pessoas que trabalham para
melhor atende-lo e proporcionar satisfação para que volte ao local mais vezes. Em muitos
casos estas pessoas trabalham muito, tem baixa remuneração e ainda enfrentam o facto de o
seu ambiente e modo de vida der alterado por pessoas cujas identidade proveniências são
desconhecidas (PIRES, 2004). Embora essas interações podem trazer benefícios comuns aos
dois grupos, existem situações em que o cruzamento de duas comunidades é negativo
originando situação de conflito.

O turismo tem na raiz de sua actividade o movimento, onde as pessoas, ao se locomoverem


fora do eixo habitual, geram rendas vinculadas a esses deslocamentos e até investimentos
prévios em infra-estruturas para acomodar essa possível demanda. Sendo o turismo
considerado um fenómeno social, o crescimento do mesmo se deve a necessidade de
conhecer e encontrar pessoas de diferentes culturas.

Segundo Charon (2001) citado por Marzuke (2020), "Os seres humanos são seres sociais
influenciadas por Interação padrões socas e socialização." E o turismo é a actividade que
proporciona a sociedade essa interação na forma de novas oportunidades de trabalho, formas
diferentes de interpelar os factos devido a “troca de ideias”, curiosidades e trabalho em
equipe.

A inserção da actividade turística é muito importante para uma determinada localidade.


Porém a atenção é extremamente pouca em relação as eventuais repercussões negativas,
sendo quase ou totalmente voltadas apenas em lucros.

Nesta ordem de ideia o turismo, é visto com uma actividade económica e social que propicia
e envolve o contacto turista-comunidade residente, em que pode gerar nas localidades onde o
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mesmo se desenvolve, benefícios como geração de emprego e renda, melhorias em


infraestrutura básica, turística e de apoio.

2.3. Relação entre turistas e moradores locais


Quando se fala de turistas e moradores locais, fala-se de dois grupos importantes para o
desenvolvimento da actividade turística, entretanto essa relação é muitas vezes considerada
uma relação conturbada. pois ao tempo em que uns estão interessados no lazer, em desfrutar
do local, os outros estão preocupados com negócios, com lucros. Estes muitas vezes vêm sua
cidade se transformar em função do fluxo de turistas que ali passam.

Na verdade, o que existe entre esses dois grupos e uma necessidade de relação, já que um
depende do outro, por isso muitas vezes eles se suportam, sendo que a população local acaba
saindo no prejuízo, pois sofre com os impactos.

O turismo de massa contribui para que isto aconteça, pois nesta categoria as viagens são
fechadas, sem espaços para a troca de informação. Para embaraçar essa informação
Krippendorf (2006) colabora mencionando que “a massificação da viagem, a organização
racionalizada e o desenvolvimento padronizado impedem mais uma vez as relações calorosas
e qualquer tipo de troca intelectual”.

A massificação traz grupos com perfis diferentes, vindos de distintos lugares, mas que tem
algo em comum, aproveitar a viagem. Por outro lado, os moradores se deparam com muitos
turistas e sabem que vão ter que atura-los por alguns dias, fazendo todas as suas vontades e
vendo-os, por vezes, destruírem seu ambiente. (KRIPPENDORF, 2006).

As opiniões e divergências sobre o assunto são muitas, porém é importante não banalizar a
relação dos turistas e moradores, sobre isto expõe-se o índice de irritabilidade de Doxey,
(Dias. 2008), em que buscou descrever a evolução gradativa dos sentimentos da população
receptora na sua relação com os turistas. O mesmo é constituído de quatro estágios: euforia,
apatia, irritação e antagonismo.

No primeiro estágio, euforia, os residentes se mostram felizes com o desenvolvimento do


turismo no local, pois sabem que os turistas lhes trarão benefícios. Nesse estágio, os
visitantes e os investidores são bem-vindos, e a comunidade local exerce um mínimo de
planejamento e controle sobre suas atividades.
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O segundo estágio, apatia, é caracterizado pelos residentes que aceitam os visitantes e as


relações entre eles tendendo a formalidade.

Já no terceiro estágio, surge o sentimento de irritação, que ocorre quando o local atingiu o
ponto de saturação. Os residentes passam a questionar a presença dos turistas e a necessidade
da “indústria turística”, as autoridades locais por sua vez passam a preocupar-se com o
aumento do nível de infraestrutura necessária na região.

No último estágio do índice crescente de irritabilidade, denominado antagonismo, as


manifestações dos residentes contrárias aos turistas são expressas abertamente, tanto física
como verbalmente, enquanto as autoridades locais buscam com o planejamento formas de
aumentar o nível de promoção da região para superar qualquer imagem negativa que tenha
sido criada pelo antagonismo. (DIAS, 2008)

Completando esse modelo com o 5º estágio, o arrependimento, em que os moradores se


conscientizam de que a actividade turística proporcionou mudanças e que eles nada fizeram
para minimizá-las, porém não há o que fazer, eles terão que conviver com o seu ambiente
modificado. (RUSCHMANN, 1999)

Portanto, os moradores locais são responsáveis pelo bom acolhimento do turista, afinal eles
terão contato directo com os mesmos e principalmente são eles que irão ter seu espaço posto
para observação e fruição do turista. Por meio deste contato de turistas e residentes é possível
verificar que muitos impactos acontecem.

2.4. Os tipos de interações sociais que ocorrem nos destinos turísticos


A vida humana depende das interações sociais entre os indivíduos. O turismo também o faz e
por se tratar de uma indústria de serviços que depende do contacto e dessas interações para

Avançando nesta linha alguns estudos empíricos desenvolvidos por Torres (2004) apontam
que o turista procura a interação com a comunidade local e os seus costumes e culturas
singulares, não sendo mais aquele actor alienado e alheio as realidades que o cerca. O
interesse da actividade turística deve fundamentalmente imergir das relações e ajuda mútua
dos seus próprios promotores locais em consonância com o mercado, pois eles por si só, são
os grandes promotores dos atractivos turísticos locais.
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Essa interação, olhando a citação acima mencionada trás uma visão directa que a interação é
importante para os dois lados, mais não só, Segundo Dias (2008), "todas as interações que
ocorrem no turismo compõem-se de acções provocadas pelo poder coercitivo de um tipo de
facto social particular, que denomina- se turismo".

De acordo com Torres (2004) os tipos de interação social no turismo pode ser:
 Interação social recíproca: quando há interação entre as partes que irão interagir, que
pode ser. pessoas ou grupos. Nesse caso, ambos se influenciam e determinam os
comportamentos sociais, tal qual numa conversa entre os turistas e a comunidade
receptora.
 Interação social não-recíproca: nesse tipo de Interação, a principal característica é a
unilateralidade, ou seja, quando não ocorre a interação social de ambas as partes.
Quando os turistas praticam as actividades sem olhar para os nativos, isto no sentido
que os nativos não fazerem parte de nenhuma função para ambas parte para a estância
turística e para os próprios turistas.

2.5. Impactos da interação social no turismo


A actividade turística causa alguns tipos de impacto nas comunidades ondem se
desenvolvem, pós o comportamento do dos turistas podem ser consideradas um dos motivos
para a incidência desses impactos.

Segundo Ruschman (1999), os impactos do turismo consistem ao conjunto de modificações


ou sequência de eventos, mais provocados pelo desenvolvimento da actividade nas
localidades receptoras.

Podendo ser impactos positivos ou impactos negativos que são o resultado da interação entre
os turistas, as comunidades locais e os meios.

Impactos sociais positivos


 Melhoria da qualidade de vida da comunidade local;
 Experiência com visitantes;
 Utilização da população local como mão de obra direta ou indireta;
 Aumento dos níveis culturais e profissionais da população;
 Orgulho ético;
 Intercâmbio cultural;
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 Conservação das tradições culturais


 Ajuda a evitar a mobilidade urbana ao criar trabalhos locais;
 Tratamento de monumentos; e
 Construção de espaços de cultura e lazer.

Impactos sociais negativos


 Alienação da comunidade local;
 Aparecimento de fenômenos de problemas sociais na família;
 Marginalidade e prostituição;
 Mudanças na cultura e na identidade local;
 Migração e difusão de imagens;
 Prejuízos na qualidade de vida.
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3. Conclusão
Após a realização do presente trabalho, conclui-se que o turismo tem a capacidade de
contribuir para o bem-estar da sociedade incentivando-a a ter um maior interesse para o
próprio enriquecimento cultural e educacional, como também tem a capacidade de impactar
negativamente, principalmente a população vivente no espaço em que se instala.

Hoje em dia, o turismo tem sido estudado de maneira que se desenvolva preferencialmente a
sustentabilidade, já que é infinito, porém os recursos de que ele se utiliza para “sobreviver” e
se favorecer são finitos.

O turismo pode ser considerado uma das principais causas da deteriorização de muitas
localidades, devido a sua forte presença nos meios sociais, culturais e econômicos e pelo mau
uso da atividade pelos planejadores não qualificados. Mas ao mesmo tempo é a actividade
que mais tem a possibilidade de reverter quadros negativos para positivos, principalmente
quanto às questões econômicas.

Portanto, para os locais que ainda estão iniciando o desenvolvimento da actividade turística, o
planeamento baseado na sustentabilidade dos recursos e não só no lucro, pode ser a única
saída vigente para manter “acesa a chama” desta actividade. Quanto aos locais já afectados
e/ou destruídos pelo mau planeamento, ainda resta à alternativa da reestruturação do turismo,
seguida de um novo planeamento com base na reestruturação de tudo que já foi degradado,
incluindo medidas principalmente de integração e revitalização social.
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4. Bibliografia
DIAS, Reinaldo. Sociologia do Turismo. São Paulo: Atlas. 2008.

FARAHANI, Hamira & MUSA, Ghazali. A relação entre a religiosidade islâmica e as


percepções dos moradores sobre os impactos sociocultural do turismo no Ira. 2012.

KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do Turismo: Para uma nova compreensão do lazer e das
viagens. 3 Ed. São Paulo: Aleph, 2006.

Marques, Mayanna. Interação social. 2020. Disponível em:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/sociologia/interacao-social

MARZUKE, Manuel Diogo Monteiro. Turismo e interações sociais, comportamento da


comunidade locais em relação aos turistas. Quelimane. 2020.

OLIVEIRA, António Pereira. Turismo e Desenvolvimento: planeamento e organização. 5ª


Ed. São Paulo: Atlas, 2005

PIRES, Eliane Cristian. As inter-relações turismo, meio ambiente e cultura, IPB: Bragança.
2004.

RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. São


Paulo: Papirus, 1999.

TORRES, E. Desenvolvimento do turismo. Programa de doutorado em gestão de


desenvolvimento sustentável do turismo. Universidade de Málaga. Málaga. 2004.

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