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Descrição
Propósito
Compreender aspectos importantes da aprendizagem em Ciências Humanas, além de conhecer estratégias
e metodologias que tornem essa aprendizagem mais eficaz e significativa.
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
Introdução
Este conteúdo tem como foco as estratégias de aprendizagem em Ciências Humanas.
Historicamente, existem muitas classificações das ciências, conforme abordaremos adiante.
Quando falamos em Ciências Humanas, também conhecidas como Humanidades, estamos nos
referindo, porém, a conjuntos de conhecimentos que objetivam o estudo do homem como ser social.
Tais conjuntos incluem áreas de conhecimento como Filosofia, História, Sociologia, Direito,
Antropologia, Psicologia, Geografia, Letras e Comunicação Social.
Nos módulos que compõem este texto, depois da caracterização das Ciências Humanas, vamos
analisar as especificidades da aprendizagem dessas ciências e apresentar algumas estratégias e
metodologias facilitadoras da aprendizagem significativa do conteúdo dessas áreas do
conhecimento. Como ilustração, podemos citar o próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Prova de admissão à educação superior realizada pelo Ministério da Educação (MEC) por meio do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Enem tem como
uma de suas áreas as Ciências Humanas e suas tecnologias, contemplando as disciplinas de
História, Geografia, Sociologia e Filosofia.
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A ciência
O conceito de ciência
Neste primeiro módulo, a partir do conceito de ciência, vamos conhecer algumas de suas classificações.
Com isso, constataremos que, há muito séculos, filósofos e outros estudiosos buscam classificar as
ciências, organizando várias taxonomias sobre o tema.
axonomias
O termo “taxonomia” vem da Biologia, isto é, do sistema de organização e classificação dos seres vivos. O uso
desse termo se estendeu para outras ciências, já que todos os objetos podem ser organizados e classificados
por meio de algum esquema taxonômico.
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O mundo que nos cerca apresenta uma série de desafios oriundos daquilo que é
novo, desconhecido para nós. Esses desafios suscitam perplexidades e provocam
perguntas para as quais desejamos encontrar respostas.
É dessa forma que se origina o conhecimento: de uma relação entre o sujeito que deseja saber e o objeto a
ser conhecido. A ciência é uma das formas de que nos utilizamos para responder a essas questões e obter
o conhecimento, ou seja, para transcender o saber oriundo do senso comum.
enso comum
Também chamado de conhecimento vulgar, senso comum é tudo aquilo acumulado por meio da experiência ao
longo da vida e passado às gerações seguintes pelas pessoas em geral. Ele é construído graças a experiências
vivenciadas de forma espontânea, sem a aplicação de métodos e conclusões científicos.
De acordo com Lakatos e Marconi (1991, p. 20), existem algumas características básicas do conhecimento
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científico:
Factual
Contingente
Sistemático
Logicamente ordenado.
Verificável
Falível
Aproximadamente exato
Provisoriamente aceito.
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Vale a pena ler a reflexão sobre ciência do médico e pesquisador francês Henri Laborit:
Tipos de ciências
Classificação das ciências
Neste tópico, veremos que as tentativas de estabelecer uma classificação das várias ciências são muitas e
remontam há séculos. Um dos primeiros a tentar essa classificação foi o filósofo grego Aristóteles (384-322
a.C.) por intermédio do método conhecido como silogismo.
ilogismo
Silogismo é o processo de dedução aristotélico, seu princípio relacionado à educação faz parte do
desenvolvimento lógico do aluno. Outra dimensão do pensamento aristotélico é a de estabelecer
classificações. Entre as muitas construídas, temos a divisão do fazer humano e o que a ela se relaciona: as
artes belas são relacionadas ao espírito; as artes humanas são as técnicas e que precisam da ação física. Essa
ação hierarquiza a arte.
Modernamente, essa classificação ganhou mais abrangência e especificidade. A partir do momento que as
ciências se tornaram independentes, elas passaram a ser agrupadas em:
Ciências Formais
Cujos objetos de estudo não têm existência concreta, como a Lógica e a Matemática.
Ciências da Natureza
Que se dedica ao estudo da natureza em seus aspectos mais gerais e fundamentais.
Ciências Humanas
Que busca desvendar as complexidades da condição humana, de seu comportamento e de suas
sociedades.
Temos como ilustração disso a árvore de áreas do conhecimento utilizada pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na qual as Ciências Humanas, entre outras ciências,
aparecem:
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Humanidades
Ciências Humanas
Também conhecidas como Humanidades, as Ciências Humanas têm como objeto de estudo o ser humano
e sua relação com a sociedade tanto nos aspectos teóricos e práticos quanto nos enfoques subjetivos
(linguagem, cultura, produção de conhecimento).
História.
Geografia.
Pedagogia.
Letras.
Teologia.
Antropologia.
Comunicação Social.
Psicologia.
Linguística.
Artes.
Mas não pense que é fácil para as Ciências Humanas alcançar o mesmo patamar de valorização atribuído,
por exemplo, às Ciências Exatas. Como disse o filósofo italiano Nuccio Ordine:
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No universo do utilitarismo, um martelo vale mais que uma sinfonia, uma faca
mais que um poema, uma chave de fenda mais que um quadro: porque é fácil
compreender a eficácia de um utensílio, enquanto é sempre mais difícil
compreender para que podem servir a música, a literatura ou a arte.
Há algum tempo, os limites rígidos entre as ciências vêm sendo superados na busca de linguagens e
metodologias comuns. Trata-se da interdisciplinaridade, conceituada pelo Dicionário Houaiss da língua
portuguesa (2001) como algo “que estabelece relações entre duas ou mais disciplinas ou ramos de
conhecimento” ou “que é comum a duas ou mais disciplinas”.
Embora esse “diálogo” entre as ciências não seja facilmente realizado, ele é caracterizado pela "intensidade
das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo
projeto de pesquisa", pontua Japiassu (1976, p. 74).
Comentário
Consideramos a aprendizagem humana um processo universal que, segundo Aquino (2007, p. 6), “refere-se
à aquisição cognitiva, física e emocional, e ao processamento de habilidades e conhecimento em diversas
profundidades, ou seja, o quanto uma pessoa é capaz de compreender, manipular, aplicar e /ou comunicar
esse conhecimento e essas habilidades”.
No entanto, como existe uma diversidade de estruturas cognitivas e de estilos de aprendizagem, talvez haja
competências e habilidades mais exigidas no âmbito das Ciências Humanas.
video_library
Ciências Humanas?
Assista agora a um vídeo que discute a ideia de tradição, que leva o homem de um objeto da religião, da
Filosofia, para a sua constituição como um ser social.
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A conhecimento filosófico.
B conhecimento científico.
C conhecimento teológico.
D conhecimento empírico.
E conhecimento popular.
Questão 2
As Ciências Humanas se consolidaram a partir da primeira metade do século XX. Progressivamente, foi
estabelecido um movimento para superar os limites rígidos entre as ciências na busca de linguagens e
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A fusão científica.
B processo dialógico.
C fragmentação.
D interdisciplinaridade.
E cientificismo.
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Inteligência
O primeiro conceito de inteligência
Vamos nos debruçar sobre uma pergunta crucial neste conteúdo: no âmbito da aprendizagem, tema sempre
muito pesquisado, há formas específicas referentes apenas às Ciências Humanas? E, por decorrência,
existem aprendizagens mais complexas e que devem ser mais valorizadas?
Atenção!
Não se trata de um questionário que precisa ser respondido, e sim de perguntas que servirão de roteiro para
o tópico final, no qual, juntos, vamos poder refletir sobre a seguinte questão: há realmente formas
específicas de aprendizagem referentes às Ciências Humanas? Você está disposto a tentar solucionar essa
questão controvertida?
Como é bom ouvir de alguma pessoa: “como você é inteligente!”. Vamos começar este módulo
conceituando a inteligência.
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Em busca do conceito estrito, etimológico, verificamos que o termo “inteligência” vem do latim intelligentia
(“inter” significa entre; “eligere”, escolher). Contudo, vejamos o conceito apresentado por um dicionário.
Continuemos nossa análise, no âmbito da ciência, para deixar de lado equívocos e mitos relativos à
inteligência. Listaremos, para isso, três mitos bastante disseminados e três fatos reconhecidos:
A inteligência pode ser medida, quantificada e classificada por meio do desempenho em testes
padronizados.
Cada vez mais pesquisas indicam uma forte influência dos fatores ambientais no desempenho
intelectual.
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Autores como Thorndike (1997) defendem a ideia de que a inteligência é multifatorial, sendo
constituída por uma multiplicidade de fatores que se combinam, o que permite a cada indivíduo ter
um perfil próprio de inteligência.
Na concepção de Thorndike (1997) a inteligência é constituída por uma variedade de fatores ou elementos,
sendo cada um deles constitutivo das aptidões do indivíduo. Para o autor, há três tipos de inteligência:
A inteligência social descrita por Thorndike, que é a responsável por facilitar a compreensão das pessoas e
dos fatos a elas relacionados, é a utilizada nas Ciências Humanas?
Como vimos anteriormente, a visão da inteligência como multifatorial predomina na atualidade. Entre os
autores mais conhecidos desses estudos está o psicólogo norte-americano Howard Gardner.
Criador da teoria das inteligências múltiplas, Gardner descreve um conjunto de capacidades cognitivas
constitutivas da inteligência humana que ele designa como “inteligências múltiplas”. A seguir são
apresentadas as nove inteligências descritas pelo psicólogo:
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Pergunta 2
Das inteligências descritas por Gardner, há algumas adequadas especialmente para as Ciências Humanas?
Complementando nossa abordagem de autores que compreendem a inteligência do ser humano como
composta por vários fatores, destacamos a teoria triárquica da inteligência (TTI). Formulada por Robert
Sternberg (1988; 2000), a TTI fala de três componentes da inteligência: prático, criativo e analítico. Cada um
deles é predominante nos processos apresentados a seguir.
Pergunta 3
Na TTI formulada por Sternberg, existe um componente facilitador da aprendizagem nas Ciências
Humanas?
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A mente
Modelos mentais
O conceito de modelos mentais tem caráter interdisciplinar, ou seja, é utilizado em várias áreas do
conhecimento. Modelos do tipo são construídos graças à utilização de habilidades e de competências
cognitivas, culturais, linguísticas e sociais aliadas aos conhecimentos que já possuímos para representar a
realidade.
Uma conhecida definição é a oferecida por Rouse e Morris (1986). Segundo os dois autores, "modelos
mentais são os mecanismos por meio dos quais os humanos são capazes de gerar descrições do propósito
e da forma de um sistema, explicar o funcionamento do mesmo e os seus estados observados, e prever os
estados futuros".
Kleer e Brown (1981), por sua vez, conceituam esses modelos como simulações mentais desenvolvidas em
quatro fases:
Para Senge e demais autores (1995), por outro lado, os modelos mentais são definidos como pressupostos
profundamente enraizados, generalizações ou imagens que temos e influenciam o modo como percebemos
o mundo e agimos sobre ele. Segundo Kim (1996), a aprendizagem supõe um ciclo que tem início com a
captação de novos dados e se encerra com o armazenamento desses significados sob a forma de modelos
mentais individuais.
Podemos dizer então que um modelo mental descreve a concepção criada por uma pessoa sobre
determinado assunto, permitindo-lhe entender a organização das informações por ela obtidas. Cada modelo
mental é criado a partir de quatro origens:
Sistema nervoso
Origem referente às capacidades fisiológicas e cognitivas de cada pessoa.
Linguagem
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Origem relacionada à língua e às suas variantes, além da forma de comunicação de cada indivíduo.
Cultura
Origem desenvolvida a partir das experiências compartilhadas nas famílias e nas outras instituições sociais.
História pessoal
Origem inerente ao passado de cada ser humano, às experiências e às informações que acumulamos ao
longo do tempo.
De forma resumida, podemos afirmar que os modelos mentais caracterizam a forma como o ser humano
percebe e interage com o mundo que o cerca, mantendo uma relação estreita com a aprendizagem. Tais
modelos podem ser descritos como uma visão ampla do mundo adquirida por meio de experiências
passadas. São pressupostos, generalizações ou mesmo imagens que influenciam a nossa forma de ver o
mundo e agir.
Pergunta 4
Alguma das quatro origens dos modelos mentais é mais facilitadora da aprendizagem em Ciências
Humanas?
Aprendentes
Estilos de aprendizagem
Não podemos encerrar este módulo sem falar de um tema intensamente pesquisado: estilos de
aprendizagem.
Você já deve ter percebido que certas formas de estudar permitem uma aprendizagem mais rápida e
significativa.Isso pode ocorrer lendo em voz alta, fazendo um resumo do conteúdo, estudando em grupo,
destacando as partes mais importantes do texto estudado, fazendo exercícios... Essas diferenças ocorrem
porque nós temos diferentes estilos de aprendizagem.
Esses estilos, segundo Alonso e Gallego (2000), são características cognitivas, afetivas e fisiológicas que
servem como indicadores de como os indivíduos percebem, interagem e respondem aos seus ambientes de
aprendizagem. Já Silva e Oliveira Neto (2010) afirmam que eles estão associados à forma particular de
adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes por meio da experiência ou dos estudos.
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No decorrer da história das pesquisas sobre a aprendizagem humana, foi criado um certo consenso sobre o
fato de que ela ocorre em três domínios:
Kolb (1984)
Criou o famoso inventário de estilos de aprendizagem, que classificou os seres humanos em quatro estilos
de aprendizagem: adaptadores, assimiladores, divergentes e convergentes.
delineator)
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Gregorc (1985) refere-se a tais estilos como comportamentos que funcionam como indicadores do
funcionamento mental das pessoas, de suas competências e de suas capacidades de se relacionar com o
mundo e de aprender.
Percepção
Recepção
Processamento
Compreensão
A cada dimensão são associados dois estilos de aprendizagem, resumidos a seguir:
Verbal: preferência pela apresentação escrita e pelas explicações comentadas do conteúdo a ser
aprendido.
olismo
Doutrina que concebe o indivíduo como um todo que não se explica pela soma das suas partes, apenas
podendo ser entendido em sua integridade. Trata-se de concepção, nas Ciências Humanas e Sociais, que
defende a importância da compreensão integral dos fenômenos, em detrimento da análise isolada dos seus
constituintes.
Os dois autores abordam estilos de ensinagem correspondentes aos de aprendizagem, garantindo, assim, a
efetividade do processo.
De acordo com o autor, para a adoção de uma estratégia de ensinagem eficaz e coerente com o
planejamento pedagógico, é necessário considerar os objetivos propostos e as habilidades que quem
Pergunta 5
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Pergunta 5
Dos estilos de aprendizagem abordados, algum deles é mais adequado e produtivo para a aquisição dos
conteúdos das Ciências Humanas?
(ALVES, 2004)
No entanto, pelo fato de as Ciências Humanas objetivarem o estudo do homem como ser social, muitas
vezes métodos e estratégias didáticos privilegiam algumas especificidades das inteligências, dos modelos
mentais e dos estilos de aprendizagem que são prioritárias nessas ciências.
A facilidade de comunicação.
Um exemplo das especificidades da aprendizagem em Ciências Humanas pode ser visto na matriz de
referência do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) elaborada pelo MEC. Essa matriz define cinco eixos
cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento):
Antes de iniciar o módulo 3, releia o que estudamos sobre formas de inteligência, modelos mentais e estilos
de aprendizagem e faça uma análise comparativa com as áreas de competências em Ciências Humanas do
Enem. Você verá que alguns aspectos específicos realmente podem tornar mais fáceis tais aprendizagens.
Atenção!
Isso não significa que os demais aspectos gerais estudados não sejam exigidos e necessários para essas
aprendizagens.
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Um historiador em uma sociedade que nega a história
Assista agora a um vídeo que apresenta exemplos de estratégias de aprendizagem de História.
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A sequencial concreto.
B aleatório abstrato.
C experiência concreta.
D aleatório concreto.
E sequencial abstrato.
Questão 2
Elaborado pelo MEC, o Enem tem como uma das áreas Ciências Humanas e suas Tecnologias
(abrangendo os conteúdos de Geografia, História, Filosofia e Sociologia). A matriz de referência do
Enem para essa área define seis áreas de competências, sendo uma delas
metodologias
Ao final deste módulo, você será capaz de apontar estratégias facilitadoras da aprendizagem
e algumas metodologias aplicáveis às Ciências Humanas.
Aprendizagem/ensinagem ativa
Metodologias ativas
O módulo anterior foi orientado por uma ampla questão: “Existe uma forma específica de aprendizagem
aplicada às Ciências Humanas?”. Tal questionamento foi desdobrado em três tópicos:
Focalizar os modelos mentais, isto é, as maneiras como o ser humano percebe e interage
com o mundo que o cerca, assim como seu conceito, suas origens e sua importância para a
aprendizagem.
É isso que vamos focalizar neste módulo. Como você já pode perceber por seu título, não separamos
estratégias de aprendizagem e de ensinagem, atendendo à máxima de João Guimarães Rosa (1986), o qual,
pela voz de Riobaldo, personagem de Grande sertão: veredas, atesta: “Mestre não é quem sempre ensina,
mas quem de repente aprende”.
Vamos então apontar algumas estratégias de aprendizagem e ensino que podem facilitar bastante a
apreensão de conceitos das Ciências Humanas. Imagine a seguinte situação:
Exemplo
Mariana adora as aulas de História! Ela sempre comenta com os colegas que o professor varia bastante as
metodologias que utiliza, empregando jogos, projetos e debates em torno de perguntas ou problemas. Esse
profissional do ensino emprega as metodologias ativas na sua prática docente.
A primeira estratégia que abordaremos, portanto, diz respeito às metodologias ativas. Muito presentes
atualmente no cenário educacional, elas até podem parecer uma novidade, a realidade, contudo, não é bem
assim.
Por isso, existe uma demanda por novas competências e formas inéditas de
aprender. Isso também afeta a ensinagem, isto é, o “fazer” de quem ensina não só
nos aspectos metodológicos, mas também nos políticos e éticos.
Aos poucos, foram surgindo propostas metodológicas de ensino e aprendizagem que privilegiam o
protagonismo de quem aprende, favorecem a motivação e promovem a autonomia, criando um ambiente
Segundo Berbel (1998) as metodologias ativas são processos que objetivam estimular a autoaprendizagem
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Segundo Berbel (1998), as metodologias ativas são processos que objetivam estimular a autoaprendizagem
e a curiosidade do aluno para pesquisar, refletir e analisar possíveis situações para a tomada de decisão,
tendo o professor como facilitador desse processo.
Para ele, os alunos precisam ser preparados para a vida quando estão na escola, vivendo situações
similares às da vida fora dos muros escolares.
A educação torna-se, desse modo, uma “contínua reconstrução de experiência”, explica Dewey (1978, p. 7).
O autor ainda propõe que as atividades educativas sejam realizadas com o apoio de questões e problemas
a serem resolvidos pelos próprios alunos, fomentando a reflexão e a crítica. Dessa maneira, o pesquisador
afirma: “todos esses métodos dão aos alunos alguma coisa para fazer e não alguma coisa para aprender; e
o ato de fazer é de tal natureza que exige a reflexão ou a observação intencional das relações; daí,
naturalmente, resulta aprendizagem” (DEWEY, 1978, p. 169).
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autonomia e a participação.
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Dessa forma, as metodologias ativas podem atender a todas as aprendizagens, incluindo aquelas realizadas
em Ciências Humanas.
Método de projetos
Centros de interesse
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Unidades de experiência
Design thinking
Gamificação
O termo “aprendizagem baseada em problemas” vem do inglês problem-based learning (PBL) e tem como
princípio fundamental utilizar problemas da vida real para promover o desenvolvimento conceitual,
procedimental e atitudinal de quem aprende. Para Bridges (1992, p. 5-6), são características da PBL:
O ponto de partida para a aprendizagem é um problema (isto é, um estímulo para o qual um indivíduo não
tenha uma resposta imediata).
O problema deve permitir que os alunos estejam aptos a enfrentar os desafios futuros.
O conhecimento que os alunos devem adquirir durante a sua formação é organizado em torno de problemas
em vez de disciplinas.
A maior parte do aprendizado ocorre dentro do contexto de pequenos grupos em vez de exposições orais
sobre os conteúdos.
Como se pode aplicar o método da aprendizagem baseada em problemas? Uma boa resposta para essa
pergunta é apresentada por Bufrem e Sakakima (2003), que elencam os sete passos da aprendizagem
baseada em problemas:
Verificar o que o grupo já conhece sobre o assunto, levantar questões e formular hipóteses.
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Registrar, de forma sintética, tudo que o grupo está tentando responder e resolver.
Preparar uma lista do que é necessário aprender e providenciar para resolver o problema dos novos
conceitos que precisam ser aprendidos.
Retornar ao grupo, discutir o que foi aprendido, revisitar e testar as hipóteses iniciais e verificar o que
já foi solucionado.
Método de projetos
Elaborar projetos constitui uma atividade natural do ser humano e que parte normalmente de necessidades,
objetivos e expectativas. A meta é atingir o melhor resultado de forma mais rápida com o menor
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Como estratégia educacional, o método de projetos foi criado por um discípulo de John Dewey, William
Heard Kilpatrick. Esse método tem como princípio a ideia de que o conhecimento precisa ser construído a
partir da experiência e ser organizado tomando por base problemas reais do cotidiano.
Para Moura (2012), a proposta para a aprendizagem baseada em projetos pode ser classificada em três
tipos:
1 – Problematização expand_more
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2 – Desenvolvimento expand_more
3 – Síntese expand_more
Mas como podemos escolher, em meio a tantas possibilidades, uma estratégia de aprendizagem? No vídeo
“Como escolher aprendizagem?”, o professor Rodrigo Rainha conta sua experiência e o que o motiva.
1. Comparação: Nessa operação, podemos usar o método de comparar coisas, suas semelhanças e
diferenças, e o de identificar relações mútuas, pontos de acordo e desacordo, para chegarmos a um
resultado.
2. Resumo: Operação por meio da qual é possível apresentar, de forma condensada, o conteúdo do que foi
apreciado.
3. Observação: Tarefa de examinar minuciosamente, de olhar com atenção, de estudar, de observar fatos
importantes e de perceber ações e processos, anotando cuidadosamente.
4. Classificação: Colocar em grupos conforme princípios estabelecidos. Exige análise e síntese, além de
conclusões próprias.
6. Crítica: Efetivar julgamento, análise e avaliação de algo, realizando exame crítico de qualidades, defeitos e
limitações segundo a referência a um padrão ou critério.
7. Busca por suposições: Aceitar algo sem discussão, sem confirmação, podendo ser verdadeiro ou falso.
8. Imaginação: Elaborar ideias sobre coisas que não estão presentes, indo além da realidade. Pode ser
considerada uma forma de criatividade, libertando dos fatos e da realidade.
9. Obtenção e organização de dados: Trabalho em que resultados precisam ser obtidos e organizados em
um padrão. Exige objetivos claros, análise de pistas, plano de ação, definição de tarefas-chave, definição e
seleção de respostas e de tratamento delas, assim como organização e apresentação do material
coletado.
10. Levantamento de hipóteses: Propor algumas possíveis soluções para se chegar à compreensão e à
solução de problemas.
11. Aplicação de fatos e princípios a novas situações: Solucionar problemas e desafios ao aplicar as
aprendizagens anteriores e usar a capacidade de transferência e de generalização.
12. Decisão: Aprender a decidir sobre quais métodos ou soluções são mais apropriadas para a solução de
problemas.
Nesse quadro, as autoras indicam estratégias de aprendizagem e ensinagem. Selecionamos dele algumas
que se harmonizam com a aprendizagem em Ciências Humanas, tema que agora desenvolvemos:
Estratégias Descrição
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Estratégias Identificação
Descrição e construção de registro, análise, seleção e reflexão das
produções mais significativas ou identificação dos maiores
Portfólio
desafios/dificuldades em relação ao objeto de estudo, assim como das
formas encontradas para superação.
Lista de discussão
Oportunidade de um grupo de pessoas poder debater à distância um tema
ou fórum virtual por
sobre o qual elas sejam especialistas ou tenham realizado um estudo prévio.
meios
Elas também podem querer aprofundá-lo por meio eletrônico.
informatizados
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Questão 2
Nas aulas de Sociologia, a professora de Pedro utiliza a mediação tecnológica, propondo temas atuais
para que os alunos debatam à distância e sugerindo previamente materiais para que eles os estudem e
se aprofundem. A professora emprega uma estratégia de ensino e aprendizagem chamada de
A painel.
B estudo dirigido.
C estudo de texto.
E prova.
Considerações finais
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Considerações finais
17/10/22, 17:40 Estratégias de aprendizagem em Ciências Humanas
Conhecemos neste conteúdo um pouco mais sobre as Ciências Humanas, conceituando a ciência e o
pensamento científico. Além disso, apresentamos algumas classificações das ciências que nos permitem
abordar as Ciências Humanas ou Humanidades com outros vieses, destacando ainda a importância da
interdisciplinaridade.
Encerramos este texto com a reflexão de Pimenta e Anastasiou (2002, p. 214): “ao aprender um conteúdo,
apreende-se também determinada forma de pensá-lo e de elaborá-lo, motivo pelo qual cada área exige
formas de ensinar e de aprender específicas que explicitem as respectivas lógicas”.
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Resumindo
Ouça agora um podcast que resume os pontos principais deste conteúdo.
Referências
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Esperamos que você tenha apreciado este texto, o conteúdo abordado e as referências bibliográficas
utilizadas. Selecionamos algumas sugestões de materiais que podem contribuir para o aprofundamento do
que você aprendeu sobre o assunto:
Uma referência imprescindível é o livro O Tao da Física, de Fritjof Capra. Físico e ambientalista, Capra realiza
uma abordagem arrojada da ciência, a filosofia sistêmica, estabelecendo paralelos entre dois paradigmas
no desenvolvimento da ciência moderna: o paradigma mecanicista, nascido da Física Clássica, e o novo
paradigma, a partir da Física Moderna.
b) Leitura interessante
Em 2006, o Inep, vinculado ao MEC, publicou um livro digital intitulado Ciências humanas e suas tecnologias:
livro do estudante: ensino médio.
Tais assuntos nos remetem à reflexão sobre as chamadas “altas habilidades”. Há pessoas que apresentam
grande facilidade para aprender e desenvolvem, de forma rápida, conceitos, procedimentos e atitudes. Elas
denotam vários aspectos e tipos de inteligência muito desenvolvidos.
O livro é Altas Habilidades – Um olhar psicopedagógico para além da prática, de Iliane Roeder, publicado pela
Editora Appris em 2020.
O filme Mentes que brilham, de 1991, conta a história de Fred Tate, que, aos sete anos, se destaca em áreas,
como, por exemplo, Matemática e Artes. Sua mãe, ao tentar lhe dar uma educação normal, acaba limitando
o seu potencial.
Usamos como referência nesse tópico o livro Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Se você
se interessou pelo assunto, sugerimos esta leitura:
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03222/index.html# 47/47