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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Ciência e Construção do Conhecimento

Felizarda Adelino Anselmo: 81232579

Ribáuè, 24 de Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Ciência e Construção do Conhecimento

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de Geografia da UniISCED

Tutor: Domingos José Uane

Felizarda Adelino Anselmo: 81232579

Ribáuè, 24 de Março de 2023

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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4

I – REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 5

1. Conceitos de Ciência .............................................................................................................. 5

2. Classificação da ciência .......................................................................................................... 5

3. Conhecimento ......................................................................................................................... 6

4. Elementos do conhecimento ................................................................................................... 7

5. Construção de conhecimento .................................................................................................. 7

6. As formas de aquisição do Conhecimento ............................................................................. 8

6.1 A intuição ............................................................................................................................. 8

6.2 Empirismo ............................................................................................................................ 9

6.3 Racionalismo ........................................................................................................................ 9

7. Tipos de conhecimentos ......................................................................................................... 9

7.1 Senso Comum ....................................................................................................................... 9

7.2 Conhecimento religioso ...................................................................................................... 10

7.3 Conhecimentos filosófico ................................................................................................... 11

7.4 Conhecimentos científico ................................................................................................... 11

Conclusão ................................................................................................................................. 12

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 13

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Introdução

Analisa-se as particularidades da ciência enquanto forma de conhecimento, a partir da


distinção em relação a outras formas como o senso comum, a religião, a arte, a filosofia e a
ideologia.

O presente trabalho de campo da disciplina de Metodologia de Investigação Científica, tem


como tema: Ciência e Construção do Conhecimento, que será desenvolvido na definição,
descrição, caracterização, classificação da ciência, tipos e formas de aquisição do
conhecimento.

O trabalho está estruturado em elementos pré – textuais, no caso de capa, contracapa,


elementos textuais: introdução, desenvolvimento /referencial teórico e conclusão e elementos
pós-textuais, no caso de e referências bibliográficas.

O trabalho carrega o seguinte objectivo geral:

 Compreender a ciência e construção do conhecimento.

E, tem os seguintes objectivos específicos:

 Definir a ciência e o conhecimento;


 Descrever a caracterização, elementos, tipos e formas de aquisição do conhecimento;
 Explicar a importância do estuda da ciência e a construção do conhecimento.

Desta forma, para a realização usou-se como metodologias, a leitura, pesquisa bibliográfica e
documentada.

E quanto ao tipo de pesquisa foi usada a pesquisa qualitativa por estar de acordo com o tema
em estudo ou proposto nesse trabalho.

Durante a realização do presente trabalho será desenvolvida na definição, descrição,


caracterização, classificação da ciência, tipos e formas de aquisição do conhecimento.

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I – REFERENCIAL TEÓRICO

1. Conceitos de Ciência

A palavra ciência deriva do latim scire quge significa «saber», oferecendo o mesmo conteúdo
etimológico que conhecimento, do latim cognosci, que significa «conhecer» (Freixo, 2011).

O autor define ciência como um conhecimento racional, sistemático e verificável. Ele


reconhece que o conceito de ciência foi se reconstruindo ao longo dos tempos e sistematiza as
principais definições dadas por diferentes autores.

Ciência conceitua-se como a acumulação de conhecimentos sistemáticos;

Ciência é a actividade que propõe demostrar a verdade dos factos experimentais e as suas
aplicações práticas;

Ciência caracteriza-se pelo conhecimento racional, sistemático exacto, verificável e, por


conseguinte, fiável;

Ciência como conhecimento certo do real pelas suas causas;

Ciência é conhecimento sistemático dos fenómenos da natureza e das leis que o regem, obtido
pela investigação, pelo raciocínio e pela experiência intensiva; Ciência como o conjunto de
enunciados lógicos e dedutivamente justificada por outros enunciados;

A esta síntese de conceitos e formulações, conclui-se que ciência constitui um com junto de
conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e
verificáveis que fazem referência a objectos de uma mesma natureza.

2. Classificação da ciência

Freixo (2011) classifica as ciências em quatro grupos, a saber:

 Ciências Matemáticas (ou lógico-matemáticas) incluem a aritmética, geometria,


álgebra, trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc.
 Ciências Naturais que incluem a física, química, biologia, astronomia, geografia física e
paleontologia, etc.
 Ciências Humanas ou Sociais – inclui a psicologia, sociologia, antropologia, geografia
humana, economia, linguística, psicanálise.

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 Ciências Aplicadas – são todas as ciências que conduzem a invenção de tecnologias para
intervir na natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito,
engenharia, medicina, arquitectura, informática etc.

3. Conhecimento

Conhecimento pode ser entendido como o processo pelo qual se determina a relação entre o
sujeito e o objecto.

O conhecimento é um processo que prevê a condição de elaborar e reelaborar o que vem


como um "dado", possibilitando que não sejamos meros reprodutores; inclui a capacidade de
elaborações novas, permitindo conhecer, trazer à consciência o que ainda é desconhecido e/ou
não compreendido, o que, na sociedade, está ainda mal desenhado, com contornos desfocados.

Para tanto, o conhecimento prevê a construção de uma visão que totalize os factos, inter-
relacionando todas as esferas da sociedade, percebendo o que está acontecendo em cada uma
delas é resultado dada dinâmica que faz com que todas interajam, interajam, dentro das
possibilidades daquele contexto social, naquele momento histórico; permite perceber, enfim,
que os diversos fenómenos da vida natural e social estabelecem suas relações tendo como
referência a sociedade como um todo (Bacegga, 2009).

Morin (2003) afirma que o conhecimento opera por selecção de dados significativos: separa
(distingue ou desune) e une (associa, identifica); hierarquiza (o principal, o secundário) e
centraliza (em função de um núcleo de noções mestras). Estas operações, que utilizam a
lógica, são de facto comandadas por princípios de organização do pensamento ou paradigmas,
princípios ocultos que governam a nossa visão das coisas e do mundo sem que disso
tenhamos consciência. Para Serrano e Fialho (2005), o conhecimento é um recurso intangível,
que possui a característica de dinamismo e que mediante a formação contínua das pessoas e a
aprendizagem se renova e adapta a novas situações. O conhecimento como uma crença
justificadamente verdadeira.

O conhecimento representa um recurso valioso para as pessoas, para as organizações e para a


economia em geral, na medida em que é praticamente ilimitado o potencial para emergirem
novas e novo conhecimento a partir daquele que já existe. O conhecimento cresce quando
partilhado e não se deprecia com o uso. Enquanto os recursos materiais decrescem à medida
que são utilizados, os recursos do conhecimento aumentam com o seu uso: ideias geram

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novas ideias e o conhecimento partilhado permanece com o transmissor, ao mesmo tempo que
enriquece o receptor.

4. Elementos do conhecimento

Os elementos do conhecimento são:

 O sujeito que conhece e;


 O objecto que é conhecido pelo sujeito, a partir da realidade, ou simplesmente a imagem.

Para França (1994), conhecer é actividade especificamente humana. Ultrapassa o mero dar-se
conta de, e significa a apreensão, a interpretação. Conhecer supõe a presença de sujeitos; um
objecto que suscita sua atenção compreensiva; o uso de instrumentos de apreensão; um
trabalho de debruçar sobre. Como fruto desse trabalho, ao conhecer, cria-se uma
representação do conhecido – que já não é mais o objecto, mas uma construção do sujeito. O
conhecimento produz, assim, modelos de apreensão – que por sua vez vão instruir
conhecimentos futuros.

A autora destaca, assim, os principais elementos envolvidos no processo de conhecer: o


sujeito que conhece, a coisa conhecida (que, uma vez conhecida, torna-se objecto, isto é, a
coisa, elemento da realidade, da perspectiva de quem a conhece, para quem se torna objecto),
o movimento do sujeito em direcção ao objecto (que é o próprio processo de conhecer) e os
instrumentos utilizados neste processo. Um último elemento é apresentado pela autora, o facto
de que todo processo de conhecimento se dá no cruzamento de duas dinâmicas opostas, duas
atitudes básicas.

5. Construção de conhecimento

Percebe-se hoje um ensino de ciências resumido a poucos trágicos conceitos: o desinteresse e


consequente baixo rendimento colectivo, a desmotivação generalizada dos educadores e o seu
despreparo para o enfrentamento do actual momento social, altos índices de reprovação ou
aprovações pontuais isentas de critérios bem definidos, a inexistência de metodologias
adoptadas pelas escolas... Percebe-se, ainda, que este é um problema de natureza que
transcende às limitações físicas das instituições de ensino, estendendo-se à formação
científica dos professores em um carácter que não os torna pesquisadores e os condiciona à
aceitação de uma exactidão e um formalismo já há muito tempo superado pelas ciências
naturais.
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Esta realidade, de transmissão de informações pontuais e não susceptíveis a questionamentos,
alterações e construções, não vai ao encontro do conhecimento do actual aspecto social
humano. De acordo com Kuhn (1962), epistemólogo que abordou como conceitos
fundamentais a evolução científica a partir da superação e mudança de paradigmas, uma
mudança de paradigma nas ciências consolida-se como o ponto de partida para um ensino
com utilidade, que forme sujeitos pensantes e questionadores, capazes de positivamente
interagir em uma sociedade cada vez mais complexa e exigente.

Ainda de acordo com Thomas Kuhn, o conhecimento científico somente evolui quando rompe
com as tradições dominantes e abre-se ao novo, sendo esta capacidade de regeneração a
demarcação de um conhecimento realmente de natureza científica.

Ao desconsiderarmos a plasticidade científica, estamos mascarando a mais sublime das


características do pensamento científico: sua capacidade em evoluir e tomar rumos muitas
vezes inesperados, o que somente é possível quando busca-se pela verdade, de modo alheio ao
que gostaríamos ou acreditamos. E tais caminhos trouxeram a humanidade até aqui, nos
elevaram de presas fáceis e incapazes à raça dominante do planeta, e a mais perigosa para nós
mesmos; em um primeiro aspecto, porque a ciência está repleta de descobertas fortuitas, em
um segundo, porque hoje somos em teoria a única raça a ser temida.

A não exactidão do conhecimento científico não pode ser utilizada como ponto de partida
para a almejada formação do aluno pesquisador. Não poderá o professor buscar a construção
junto a seu aluno em conhecimento pessoal, em individualidade, de modo que contemple-se
sua actual realidade contextual, fazendo-o integrante de um processo em construção, indo
muito além de receptadores de informações abstractivas. E estou certo de que essas são
apenas algumas das questões a serem consideradas a respeito desse tema conflituante e
emergente.

6. As formas de aquisição do Conhecimento

O tipo de conhecimento produzido é dependente das formas de aquisição que a pessoa utiliza
e pode ser influenciado pelo contexto em que ela se desenvolveu.

6.1 A intuição

A intuição é uma função especial da mente humana, que age pelo pensamento, independente
da pessoa ter formação científica ou técnica.
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É um modo onde é considerado o fenómeno psíquico natural: Que todos os seres humanos
possuem, alguns em maior ou Que todos os seres humanos possuem, alguns em maior ou
menor grau de obter conhecimentos sem a utilização da experiência ou da razão.

6.2 Empirismo

O Empirismo significa “experimentação” (Galileu e Bacon séc. XVII)

É uma doutrina que afirma que a única fonte do conhecimento é a experiência, ou seja, todo
conhecimento somente é obtido por experimentação por experimentação

Experimentar = Montar, Construir, Testar, Medir, etc.

6.3 Racionalismo

A Razão ou Racionalismo (Descartes séc. XVII)

Doutrina que afirma que a razão humana, o pensamento racionalista, é a única fonte do
conhecimento.

Ao contrário dos empiristas, os racionalistas afirmam que os nossos sentidos nos enganam e
nunca podem conduzir a um conhecimento verdadeiro.

Para os racionalistas um conhecimento é verdadeiro somente quando é logicamente necessário


e universalmente aceito.

7. Tipos de conhecimentos

As principais formas de conhecimento humano, destacam-se os seguintes:

 O senso comum,
 O conhecimento religioso,
 O conhecimento filosófico,
 O conhecimento empírico e
 O conhecimento científico.

7.1 Senso Comum

O senso comum é o nome dado ao tipo de conhecimento humano que descreve crenças e
proposições que uma pessoa acha correta, sem, no entanto obtê-la de um conhecimento
esotérico, investigação ou estudo.
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O senso comum é uma forma de conhecimento informal, espontâneo, adquirido do contacto
directo com o mundo, geralmente obtido por tentativa ou erro. No senso comum são
realizadas acções que achamos que produzem um resultado eficiente, mas não temos como
descrever a cadeia de eventos que levam a este resultado. Esta forma de conhecimento é a
primeira do ser humano, e acaba sendo utilizada pela grande maioria das pessoas nas
actividades mais corriqueiras da vida quotidiana. Porém pelo fato de ser simples e superficial,
o senso comum acaba sendo insuficiente, pois é um conhecimento que depende dos sentidos
humanos, que são limitados e não podem contemplar a realidade verdadeira das coisas.

Mattar (2008) afirma que o senso comum é também denominado conhecimento popular ou
empírico e define-o como todo aquele que todo ser humano desenvolve no contacto directo e
diário com a realidade e é utilizado, em geral, para objectivos práticos.

7.2 Conhecimento religioso

A religião pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a
humanidade considera como metafísico, sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem
como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças.

O conhecimento religioso implica na crença de verdades obtidas de forma divina ou


sobrenatural, e desta forma são geralmente infalíveis e cujas evidências não podem ser
comprovadas, sendo geralmente relegadas à fé ou crença pessoal. Desta forma, o
conhecimento religioso se baseia em dogmas que não podem ser refutadas nem submetidas à
análise científica.

O conhecimento religioso ou teológico apoia-se na fé e tem sua origem nas revelações do


sobrenatural. Na compreensão humana essas manifestações são divinas e trazem a mensagem
de um ser superior. Quantas autoridades divinas e invisíveis já são nomeadas por nós,
exemplos: Buda, Maomé, Jeová e Jesus Cristo. O conhecimento Teológico parte do princípio
de que as manifestações, verdades e evidências sobrenaturais não são verificáveis e, por serem
obra do criador divino e conterem uma atitude implícita de fé, são infalíveis e indiscutíveis.
Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre mesmo que as evidências apontem no sentido
contrário. As verdades religiosas são registadas em livros sagrados ou são reveladas por seres
espirituais, por meio de alguns iluminados, santos ou profetas.

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Portanto o conhecimento religioso é um conhecimento mítico, dogmático ou ainda espiritual,
apoia-se em doutrinas que contem proposição sagradas. Não pode por sua origem, ser
confirmado ou negado. Depende da formação moral das crenças de cada indivíduo.

7.3 Conhecimentos filosófico

Filosofia modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que a investigação, análise,
discussão, formação e reflexão de ideias (ou visões de mundo) em uma situação geral,
abstracta ou fundamental.

O conhecimento filosófico é aquele que é obtido pelo ato de filosofar, isto é, através de uma
análise mental em busca de respostas para certas interrogações. O conhecimento filosófico
diferencia-se do conhecimento científico pelo facto de abarcar ideias, relações conceituais e
raciocínios lógicos que por vezes não podem ser observados, nem mensurados e nem
reproduzidos.

7.4 Conhecimentos científico

O conhecimento científico envolve uma descrição, interpretação, explicação, ou uma


verificação mais precisa de um conhecimento já existente, a partir de um fluxo circular
contínuo entre realidade empírica e a teoria.

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Conclusão

Com este trabalho concluiu-se que hoje em dia, o ensino de ciências resume-se a poucos
trágicos em conceitos como o desinteresse e consequente baixo rendimento colectivo, a
desmotivação generalizada dos educadores e o seu despreparo para o enfrentamento do actual
momento social, altos índices de reprovação ou aprovações pontuais isentas de critérios bem
definidos, a inexistência de metodologias adoptadas pelas escolas e ainda é perceptível que
este é um problema de natureza que transcende às limitações físicas das instituições de ensino,
estendendo-se à formação científica dos professores em um carácter que não os torna
pesquisadores e os condiciona à aceitação de uma exactidão e um formalismo já há muito
tempo superado pelas ciências naturais.

Esta realidade, de transmissão de informações pontuais e não susceptíveis a questionamentos,


alterações e construções, não vai ao encontro do conhecimento do actual aspecto social
humano.

Desde modo, o conhecimento pode ser construído a partir da relação entre o sujeito-objecto-
imagem, por meio de estudo, percepção, atenção, interesse e motivação.

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Referências bibliográficas

Bacegga, J. (2009). Metodologia do Trabalho Científico: Saber- Fazer da investigação para


dissertações e teses. Editora Escolar.

Edgar, M. (2003). Introdução ao Pensamento Complexo. (4ª ed). Instituto Piaget: Lisboa,
Portugal.

França, V. R. V. (1994). O Objecto da comunicação, a comunicação como como um objecto.


Belo Horizonte, Brasil. v. 23, no 2. pp. 138 – 152.

Freixo, M. J. V. (2011). Metodologia Científica: Fundamentos, Métodos e Técnicas. (3ª Ed).


Institup Piaget: Lisboa, Portugal.

Kuhn, T. S. (1962). The Structure of Scientific Revolutions. University of Chicago Press.


Chicago, EUA.

Mattar, J. (2008). Metodologia de Científica, na era da Informática. (9ª Ed). Saraiva: São
Paulo, Brasil.

Serrano, A. & Fialho, C. (2005). Gestão do Conhecimento: O novo paradigma das


organizações. (3ª ed). FCA: Lisboa, Portugal.

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