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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de ciências de educação

Curso de licenciatura em ensino de Geografia

A ciência e a construção do conhecimento

Bendita António, código: 91230325

Cabo Delgado, Março de 2023

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de ciências de educação

Curso de licenciatura em ensino de Geografia

A ciência e a construção do conhecimento

Trabalho do campo a ser submetido


na cadeira de MIC na coordenação
do curso de licenciatura em ensino
de Geografia da UNISCED

Tutor:

Bendita António, código: 91230325

Cabo Delgado, Março de 2023

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Índice
1. Introdução..................................................................................................................3

a) Objectivo Geral......................................................................................................3

b) Objectivos específicos................................................................................................3

Metodologia de pesquisa...................................................................................................3

2. Conceituação da ciência.............................................................................................4

2.1. A construção da ciência na era moderna................................................................5

2.2. A ciência e o fazer científico..................................................................................6

2.3. A ciência na pós-modernidade...............................................................................7

3. O Conhecimento.....................................................................................................7

3.1. Tipos de conhecimento.......................................................................................8

3.2. Conhecimento Empírico...................................................................................10

3.3. Conhecimento Científico..................................................................................10

3.4. Conhecimento Filosófico..................................................................................10

3.5. Conhecimento Teológico..................................................................................11

4. Conclusão.................................................................................................................12

5. Referências Bibliográficas.......................................................................................13

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1. Introdução

Dentro deste trabalho vou falar sobre a ciência e a construção do conhecimento. Ora a
ciência está tão fortemente entrelaçada com o mundo moderno que é difícil pontuar a
sua importância. A ciência contribui para o aumento da expectativa de vida, fornece
equipamentos, medicamentos e dispositivos para a manutenção da saúde. Permite o
aumento da produção de alimentos e amplia a oferta de comida. Devido à ciência, hoje
há várias formas de se obter energia, por meio de combustíveis, do Sol, da água ou dos
ventos. A ciência oferece soluções para um quotidiano mais prático, seguro e
confortável."

a) Objectivo Geral.

 Analisar sobre as ciências e a construção do conhecimento;

b) Objectivos específicos

 Relacionar a ciência e a construção do conhecimento;


 Identificar os tipos de conhecimento;
 Identificar a relação das ciências e a construção do conhecimento;

1.1. Metodologia de pesquisa.


Uma pesquisa está classificada de acordo com objectivos, finalidade prática,
metodologia e tipos de perguntas.

Cabe ainda, consoante Moreira e Caleffe (2006, p. 74), informar que este trabalho
do campo é de cunho principalmente bibliográfico, onde “é desenvolvida a partir de
material já elaborado”. Documentos digitais, contidos em sites, também serviram
para ilustrar o trabalho, a fim de fazer a temática mais entendível. Assim, foram
determinados os objectivos do trabalho, a escolha dos documentos e sua
acessibilidade, a análise dos tais, seguida da apresentação dos resultados.

Com relação ao corpus, este foi constituído dos textos obtidos dos livros e das
informações dos sítios da internet, para a possível análise acerca da ciência e a
construção do conhecimento.

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2. Conceituação da ciência

Francis Bacon (1561-1626) tem no "Novum organum" uma obra fundamental em que
compreende a ciência como um novo órgão, um novo sentido do pensamento. Com ele
tem início o carácter "prometéico" da ciência: não um saber contemplativo e
desinteressado, mas um saber instrumental, que possibilite a dominação da natureza:

"Bacon acreditava que o avanço dos conhecimentos e das técnicas, as mudanças


sociais e políticas e o desenvolvimento das ciências e da Filosofia propiciariam
uma grande reforma do conhecimento humano, que seria também uma grande
reforma na vida humana. Tanto assim que, ao lado de suas obras filosóficas,
escreveu uma obra filosófico-política, a Nova Atlântida, na qual descreve e
narra uma sociedade ideal e perfeita, nascida do conhecimento verdadeiro e do
desenvolvimento das técnicas." (Chauí, 1996: 116).

Bacon propôs uma separação entre a ciência e as humanidades (estas preocupadas com
a justiça, com as pessoas, com a natureza, com o sagrado) e foi forte propulsor do
empiricismo, difundindo a crença de que o ponto de partida de todo conhecimento
deveria ser a observação, a descrição fiel da realidade, isenta de julgamentos e
interpretações.

Por fim, Galileu Galilei (1564-1642) é reconhecido por muitos como o pai do método
científico. Seu trabalho é menos filosófico do que o dos dois pensadores citados
anteriormente, mas foi sobretudo ele quem enfatizou a atitude empírica na pesquisa
científica e, rompendo com as indicações de Aristóteles que eram tomadas sem
questionamentos por outros pesquisadores, buscou medir os fenómenos e fazer
observações quantitativas. Dentre suas diversas contribuições (como a lei da inércia)
destaca-se a teoria heliocêntrica, por meio da qual pôde comprovar as ideias de
Copérnico, e pela qual foi submetido a julgamento durante a Inquisição em Roma, em
1633. Foi obrigado a se retratar publicamente do conceito de rotação da Terra em torno
do Sol.

A ciência, pois, é uma forma de conhecimento que, compreendida num sentido mais
específico, surge historicamente no século XVI, dentro do processo da Modernidade de
ruptura com o mundo feudal e eclesiástico, embasada filosoficamente pelo Iluminismo e
originada com o Renascimento. "O discurso científico tem a intenção confessada de
produzir conhecimento, numa busca sem fim da verdade" (Alves, 1987: 170). Para

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conseguir alcançar esse conhecimento mais adequado, mais fiel à realidade, a ciência
busca o desejado equilíbrio entre as duas dinâmicas do conhecimento, isto é, a constante
renovação e a consolidação dos conhecimentos já construídos.

Lakatos e Marconi (1986: 20) identificam como características do conhecimento


científico: ser factual (lidar com ocorrências e fatos reais), contingente (a veracidade ou
falsidade do conhecimento produzido pode ser conhecida através da experiência),
sistemático (ordenado logicamente num sistema de ideias), verificável (o que não pode
ser comprovado não é do âmbito da ciência), falível (não é definitivo, absoluto) e
aproximadamente exacto (novas descobertas podem reformular o acervo de ideias
existentes).

Essas características são também levantadas por Alves. Para o autor, contudo, não se
deve falar em ruptura do conhecimento científico com o senso comum. Embora eles
sejam "muito diferentes" um do outro (Alves, 1987: 37), "existe uma continuidade entre
o pensamento científico e o senso comum" (Ibidem: 17). Com isso, o autor argumenta
que a ciência não deve ser vista como uma forma de conhecimento completamente
distante do fazer humano, dotada de autoridade inquestionável. Entre as características
da ciência, ainda conforme o autor, destacam-se a busca de ordem, a formulação de
modelos e leis que explicam o funcionamento dos fenómenos e da natureza, o abandono
dos valores e a busca de um saber objectivo, o uso de hipóteses e de experimentação
que permite medir os eventos com precisão e o rigor do pensamento com a utilização do
raciocínio lógico.

Entre os objectivos da ciência estão a busca do controle prático da natureza, a descrição


e compreensão do mundo e a possibilidade de predição (Gressler, 2003: 37).

2.1. A construção da ciência na era moderna

Torna-se mais fácil compreender a ciência após a delimitação das outras formas de
conhecimento. Afinal, o conhecimento científico nasce da proposta de um
conhecimento diferente dos demais, porque busca compensar as limitações do
conhecimento religioso, artístico e do senso comum. A busca de um conhecimento mais
confiável da realidade está presente desde a pré-história:

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"Mas, o que é ciência? Quando o homem do paleolítico encontrou um mamute,
percebeu imediatamente que não podia enfrentá-lo. Fugiu correndo e, na
incoerência aterrorizada da corrida, caiu e feriu o joelho num sílex.
Compreendeu que o sílex era mais duro que o joelho. Ora, o homem é o único
animal que reuniu essas diversas experiências para formular uma hipótese de
trabalho (...) [após construir uma arma para enfrentar o mamute, o homem]
concebera uma hipótese de trabalho e verificara experimentalmente o seu valor.
Era sem dúvida uma actividade científica." (Laborit, 1988: 23).

De acordo com outro autor, "a ciência tem as suas origens nas necessidades de conhecer
e compreender (ou explicar), isto é, nas necessidades cognitivas" (Maslow, 1979: 206).
De um conhecimento difuso, espalhado, assistemático e desorganizado, passa-se a um
trabalho de arranjo segundo certas relações, de disposição metódica. Esse processo é
fundamental para a composição de campos específicos do conhecimento.

Michel Serres (1989), no tratado que organiza sobre a história da ciência, apresenta as
principais eras científicas ou do conhecimento, isto é, eras marcadas por uma grande
sistematização dos conhecimentos: a Matemática no Egipto Antigo e Mesopotâmia, a
Grécia Clássica, a Intermediação Árabe, a Teologia da Idade Média e a Ciência
Moderna (que, em sentido estrito, é a única forma de conhecimento que realmente pode
ser classificada como "científica").

2.2. A ciência e o fazer científico

Nela se encontram tradições tão diversas como a história da ciência, a sociologia da


ciência, a teoria do conhecimento e as preocupações epistemológicas e filosóficas
dentro de cada área específica, entre outras.

Afinal, entre o início da pesquisa e sua publicação (normalmente em artigo de


periódico) há várias instâncias de comunicação e divulgação, em diferentes níveis de
abrangência e formalidade. O objectivo dos estudos nessa área é conhecer essas
actividades de comunicação e divulgação que precedem a publicação do artigo - para
estudar os periódicos deve-se conhecer a intensa actividade de comunicação que o
precede.

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2.3. A ciência na pós-modernidade

De acordo com Santos (1996), o "paradigma dominante", que é o modelo de ciência


surgido no século XVI, caracterizado pela luta apaixonada contra todas as formas de
dogmatismo e autoridade, pela busca de leis e da objectividade e pelo uso da
matemática como instrumento privilegiado de análise (apenas o que é quantificável é
cientificamente relevante) passa a sofrer um processo de perda de confiança. Para o
autor, isso acontece a partir de dois tipos de condições.

De toda forma, percebendo-se um momento de crise ou apenas um processo de


continuidade, o que se pode verificar é que a ideia, nascida com a Modernidade, de
ciência como um conhecimento completamente objectivo (capaz de conhecer um
objecto sem qualquer perturbação por parte do sujeito que o conhece), em busca de leis
definitivas e absolutas, deu lugar a uma compreensão da actividade científica como um
"produto social" (Gressler, 2003: 32), dotado de uma "matriz colectiva" (Alves, 1987:
206), que lida com "objectos construídos" (Demo, 1985: 45). Essa evolução da forma de
se encarar a ciência foi possível sobretudo a partir do momento em que a ciência tornou-
se, também ela, objecto de estudo, a partir da intervenção de diferentes disciplinas.

3. O Conhecimento
O dicionário Houaiss Electrónico (2009) dá diversos significados para o termo
conhecimento, dentre os quais, destacaremos as três primeiras definições:

a) Ato ou efeito de conhecer;

b) Ato de perceber ou compreender por meio da razão e/ou experiência;

c) Faculdade de conhecer. No entanto, não devemos nos deter ao conceito de


conhecimento que temos apenas no senso comum, presente entre as pessoas de maneira
geral. Do que vamos falar aqui, é do que contribui para a ciência.

Por isso, faz-se necessário separá-lo em quatro tipos de conhecimento, a saber:

 Popular – o que é passado de geração para geração por meio de observação


imprecisa;
 Científico – passível de rigorosa observação para sua veracidade;
 Filosófico – partido da razão humana;

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 Religioso – advém da revelação divina e sobrenatural. (MARCONI e
LAKATOS, 2010).

Após esta divisão e breve explicitação acerca do conhecimento, nos atemos em


trabalhar na relação que é estabelecida entre conhecimento popular e conhecimento
científico, e também a contribuição do primeiro para a formação do segundo. Veremos
que os dois têm conceitos diferentes, bem como possuem aplicações distintas, mas foi
investigado sobre como estes, mesmo sendo divergentes entre si, podem ser capazes de
se unirem a ponto de gerar resultados para a ciência.

3.1. Tipos de conhecimento

Segundo Bardine (n.d), a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela,
teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.

Para Laville (1999), o Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na
medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A acção dos animais na
natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por
exemplo, a casa do joão-de-barro ou a organização de uma colmeia, isso leva em conta
apenas a sobrevivência da espécie.

O homem actua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência,


(ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela
incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a
geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao
ponto de partida da que a precedeu. Ao actuar o homem imprime sua marca na natureza,
torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou
desenvolve suas próprias necessidades. Uns dos melhores exemplos desta actuação são
as cidades.

Enquanto para Cervo (2007), afirma que:

O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em


que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A acção dos animais na
natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser,
por exemplo, a casa do joão-de-barro ou a organização de uma colmeia, isso
leva em conta apenas a sobrevivência da espécie (CERVO, 2007).

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O homem actua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência,
(ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela
incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a
geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao
ponto de partida da que a precedeu. Ao actuar o homem imprime sua marca na natureza,
torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou
desenvolve suas próprias necessidades. Uns dos melhores exemplos desta atuação são as
cidades.

O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito


cognoscente (que conhece) o objecto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá
deter o conhecimento o objecto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a
interpretação do objecto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo
modo do objecto. “O conhecimento apresenta-se como uma transferência das
propriedades do objecto para o sujeito”. (Ruiz, João. Metodologia científica).

O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a


penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a
acção consciente. A ignorância tolhe as possibilidades de avanço para melhor, mantém-
nos prisioneiros das circunstâncias. O conhecimento tem o poder de transformar a
opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com
certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos.

Mas a realidade não se deixa revelar facilmente. Ela é constituída de numerosos níveis e
estruturas, de um mesmo objecto podemos obter conhecimento da realidade em diversos
níveis distintos.

Em outras palavras, a realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela,
teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento.

Tem-se, então, os diferentes tipos de conhecimento:

 Conhecimento Empírico.

 Conhecimento Científico.

 Conhecimento Filosófico.

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 Conhecimento Teológico.

3.2. Conhecimento Empírico

Popular ou vulgar é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire


no trato directo com as coisas e os seres humanos, as informações são assimiladas por
tradição, experiências causais, ingénuas, é caracterizado pela aceitação passiva, sendo
mais sujeito ao erro nas deduções e prognósticos. “é o saber que preenche nossa vida
diária e que se possui sem o haver procurado, sem aplicação de método e sem se haver
reflectido sobre algo”(Babini, 1957:21).

3.3. Conhecimento Científico

Laville (1999), o conhecimento científico vai além da visão empírica, preocupa-se não
só com os efeitos, mas principalmente com as causas e leis que o motivaram, esta nova
percepção do conhecimento se deu de forma lenta e gradual, evoluindo de um conceito
que era entendido como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas e
imutáveis, para um processo contínuo de construção, onde não existe o pronto e o
definitivo, “é uma busca constante de explicações e soluções e a reavaliação de seus
resultados”. Este conceito ganhou força a partir do século XVI com Copérnico, Bacon,
Galileu, Descartes e outros.

No seu conceito teórico, é tratado como um saber ordenado e lógico que possibilita a
formação de ideias, num processo complexo de pesquisa, análise e síntese, de maneira
que as afirmações que não podem ser comprovadas são descartadas do âmbito da
ciência. Este conhecimento é privilégio de especialistas das diversas áreas das ciências.

3.4. Conhecimento Filosófico

De acordo com Cervo (2007), é o conhecimento que se baseia no filosofar, na


interrogação como instrumento para decifrar elementos imperceptíveis aos sentidos, é
uma busca partindo do material para o universal, exige um método racional, diferente
do método experimental (científico), levando em conta os diferentes objectos de estudo.

Emergente da experiência, “suas hipóteses assim como seus postulados, não poderão ser
submetidos ao decisivo teste da observação”. O objecto de análise da filosofia são

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ideias, relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades
materiais e, por essa razão, não são passíveis de observação sensorial directa ou
indirecta (por instrumentos), como a que é exigida pelo conhecimento científico.

Hoje, os filósofos, além das questões metafísicas tradicionais, formulam novas


questões:

 A máquina substituirá quase totalmente o homem?


 A clonagem humana será uma prática aceita universalmente?
 O conhecimento tecnológico é um benefício para o homem? Quando chegará a
vez do combate à fome e à miséria? etc.

3.5. Conhecimento Teológico

Para Bardine (n.d), Conhecimento adquirido a partir da aceitação de axiomas da fé


teológica, é fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados que
apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana, “pode ser dados da
vida futura, da natureza e da existência do absoluto”.

É importante conciliarmos o conhecimento com outras virtudes essenciais para o saber


humano, como a sensibilidade popular, bom senso, sabedoria, experiência de vida, ética
etc. Conhecer é comunicar-se, interagir com diferentes perspectivas e modos de
compreensão, inovando e modificando a realidade.

De forma geral podemos dizer que o conhecimento é o distintivo principal do ser


humano, são virtude e método central de análise e intervenção da realidade. Também é
ideologia com base científica a serviço da elite e/ ou da corporação dos cientistas,
quando isenta de valores. E finalmente pode ser a perversidade do ser humano, quando é
feito e usado para fins de destruição.

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4. Conclusão  

A ciência pode ser vista como produto do desenvolvimento histórico e social dos
processos de produção de conhecimento, sendo mais um elemento da realidade a ser
estudado e descrito do que uma categoria "científica". Ao colocar em suspensão a
categoria de cientificidade, o autor passa a compreender a ciência dentro de um espectro
teórico mais amplo e mais crítico.

Outros estudos relevantes são aqueles que se debruçam sobre a comunicação científica,
isto é, sobre as formas como os cientistas se comunicam entre si, trocam informações e
referenciam uns aos outros na produção do conhecimento científico.
O conhecimento do censo comum e o conhecimento científico divergem em significado
e na operacionalidade, porém convergem no ato de informar - no tocante que cada um
possui sua maneira de estabelecer comunicação. O autor deste trabalho observou que
muitos imaginam que estes sistemas de conhecimento jamais teriam condições de se
auto completarem, e foi verificado o conhecimento empírico possibilita o auxílio à
formação do científico, quando o primeiro serve de estímulo ao segundo. Estas
discussões aqui realizadas não abarcam toda carga de relações entre os dois níveis de
conhecimento comparados, no entanto, as informações extraídas e manipuladas em
diálogo serviram para elucidar sobre a estreita ligação entre estes tipos de saber.
Partindo da idealização de que o conhecimento do censo comum pode auxiliar na
composição do conhecimento científico, é aguardado que novos trabalhos sejam
produzidos e que apresentem, em complementaridade, processos do saber popular para
o científico.

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5. Referências Bibliográficas

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Loyola     

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