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Uma vez identificada uma questão ou problema, constituem-se hipóteses científicas para o comprovarem,
infirmarem ou solucionarem, pelo que as hipóteses são tentativas para obter uma explicação ou apresentarem uma
previsão dos fenómenos que se sucedem no mundo.
O indutivismo tem sido o método, por excelência, da produção do conhecimento científico, constituindo as suas
teorias e leis a partir da verificabilidade e confirmação das hipóteses, depois de submetidas a testes.
O método indutivo parte da observação/perceção de factos empíricos, aplicando métodos e sistemas que registam e
catalogam os passos da investigação, desde a identificação do problema, até à obtenção de uma conclusão, obtida a
partir da verificação ou confirmação, alcançando-se, assim, uma generalização.
Karl Popper
1- A indução não tem valor científico- é difícil a partir da análise indutiva conseguir obter resultados universais,
uma vez que a análise científica jamais poderá abarcar a totalidade dos elementos analisados, empiricamente é
impossível percecionar/observar a totalidades dos factos empíricos a que a lei/teoria/conhecimento científico se
aplica.
2- A observação não pode ser meio de prova- a verdade não pode ser extraída a partir da observação, uma vez
que a observação está limitada a uma parte dos elementos que compõem o universo (total), pelo que não pode ser
controlado empiricamente, acrescendo ainda que os factos experimentados (experiências efetuadas), são muitas
vezes efetuadas em ambientes controlados, distintos de muitos outros que se encontram no mundo. Por exemplo, o
facto de vermos que o ácido cítico corrói rochas calcárias, por muitas experiências que façamos, em rochas sem
conta, jamais poderemos testá-las todas, pelo que jamais poderemos ter a certeza de que essa lei se aplica a todas
as rochas calcárias. Assim, não se pode provar que a proposição “O ácido cítico corrói rochas calcárias”, seja
universal.
3- As hipóteses não são extraídas dos factos- as hipóteses são, sempre, conjeturas que misturam factos,
observação/perceção, conhecimentos anteriores e imaginação, aspetos absolutamente mentais, por isso dedutivos,
projetando-se o pensamento para o futuro, para tentar dar resposta a um problema encontrado/identificado.
4- O que deve ser testado não é a possibilidade de verificação, mas sim a refutação de uma hipótese- Popper
propõe que a investigação do conhecimento científico vise em primeiro lugar encontrar as possíveis refutações das
hipóteses, ou seja a sua negação, tornando-as mais fortes e resistentes, em vez de se procurar, em primeiro lugar,
confirmar e verificar as hipóteses colocadas, através da experimentação empírica. Se os testes para refutar as
hipóteses forem fortes, se as hipóteses resistirem a esses testes, então estaremos perante a construção de um
conhecimento/teoria/lei científico forte e resistente.
5- O facto de uma hipótese ser bem sucedida num teste empírico não a verifica ou torna verdadeira- Popper
defende que provar a veracidade das hipóteses colocadas de forma empírica, não torna uma teoria verdadeira,
limitando-se apenas a demonstrar que ela ainda não é falsa, ou seja que ainda não foi substituída ou negada por
uma nova prova, ou nova hipótese, portanto não é AINDA falsa.
Falsificacionismo de Popper
O Falsificacionismo de Popper pretende criar uma perspetiva sobre o método científico e a ciência que permita
construir um critério de demarcação/distinção entre o que é ciência, daquilo que não o é.
Faz depender o que é ciência (cientificidade), do que não é, a partir do critério de falsificacionismo, ou seja a partir
da demonstração que “provar a veracidade das hipóteses colocadas de forma empírica, não torna uma teoria
verdadeira, apenas a demonstrando que ela ainda não é falsa”.
Nega a importância da indução na investigação científica, uma vez que este tipo de investigação não tem como
ponto de partida uma observação pura, (conhecer de forma universal os fenómenos observados, mas apenas uma
parte), não se podendo assim garantir a verdade dos enunciados (teses/teorias/leis) elaborados a partir das
experiências efetuadas.
Nega/rejeita o verificacionismo, dado considerar que não se pode provar a verdade de um enunciado
(teoria/lei/tese) universal a partir de um número de casos (parcialidade de casos), cuja universalidade (totalidade
dos casos) não pode ser provada e controlada empiricamente, pois é impossível verificar a totalidade das situações,
no mundo, que se refiram aos mesmos factos.