Você está na página 1de 11

O racionalismo de René Descartes e o empirismo

de David Hume

5. Compreender a natureza e as regras do método de René Descartes


(racionalista)Natureza
A priori → Razão → idealismo (ideias)
A posteriori → empírico → realismo (realidade/exterior)
Descartes pretendia construir um edifício do conhecimento sólido
(estrutura sólida), para isso desmontou todos os edifícios do
conhecimento. Começou por duvidar dos sentidos, porque estes são
duvidosos e podem, então, levar-nos a uma realidade aparente, pois não
apresentam um critério evidente (inquestionável). Continua a duvidar e
chega à conclusão que há homens que sonham e quando acordam não
distinguem os sonhos da realidade e, para Descartes, essa não distinção
apresenta um critério duvidoso. Há homens que se enganam a fazer
raciocínios matemáticos, logo estes também são duvidosos. E põe a
hipótese do génio maligno. Não podem ser critérios que ele procura
porque nos dão acesso a uma realidade duvidosa. Descartes ao duvidar
está necessariamente a pensar e daí resulta o primeiro critério de
evidencia.
“Penso, logo existo” Com a certeza que está a duvidar e,
consequentemente, a pensar e, por isso, ele sabe que existe.
Racionalismo de Descartes:
Condições prévias:- Porque os sentidos já nos enganaram no passado, não
devemos fundar o conhecimento na existência.- A única origem segura
para todo o conhecimento possível só pode estar na razão.- Porque já
descobrimos inúmeras vezes que o conhecimento que temos está errado,
não podemos guiar-nos por ele.- Devemos duvidar de tudo pelo menos
uma vez na vida, inclusivamente do mundo físico .
Partindo da dúvida devemos seguir um método que assegure o
conhecimento verdadeiro
As quatro regras do método cartesiano :
-Evidência → Só devemos aceitar como verdadeiro o que se apresenta à
razão como absolutamente evidente.
-Análise → Na análise dos problemas devemos dividi-los em elementos
simples para os compreendermos melhor.
-Síntese → Depois de divididos os problemas, devemos ordená-los do mais
simples para o mais complexo.
-Enumeração → Por fim, devemos proceder a uma enumeração completa
do problema para nos certificarmos de que não houve qualquer omissão.
Estes 4 permitiram guiar o bom senso, orientando devidamente as
operações fundamentais do espirito.
Tais são a intuição e dedução.
6. Distinguir intuição de dedução:
A res cogita chega-nos a partir da intuição, a rés divina e a rés extensa são
obtidas a partir da dedução. Por intuição não pelos sentidos, mas o
conceito da mente pura e atenta tão fácil e distinto que nenhuma dúvida
nos fica acerca do que compreendemos pela razão;
Dedução, por ela entendemos o que se conclui necessariamente de
outras coisas conhecidas com certeza. Foi errado proceder assim, porque
a maior parte das coisas são conhecidas com certeza, embora não sejam
em si evidentes, contanto que sejam deduzidas de princípios verdadeiros,
e já conhecidos (…).Uma dedução é um encadeamento de intuições
Por exemplo intuímos que um quadrado é delimitado por 4 linhas e que
um triangulo por apenas 3. A partir dessa evidencia podemos deduzir
consequências que serão necessárias.
A existência de uma ordem entre os vários pensamentos esta no facto de
a sabedoria humana permanecer una e idêntica .A ela se reduzem todas
as ciências cujos fundamentos são estabelecido .Assim a filosofia é
comparada a uma arvore:
-raizes são a metafisica
-tronco é a física
-Ramos são outras ciências: medicina mecânica e a moral
A partir do texto , percebemos a importância da metafisica .Ela constitui a
raiz da filosofia ,e é por ela que se deve começar .Deste modo
obedecendo as regras do método descartes procede a uma investigação
de caracter metafisico, a fim de encontrar os princípios fundamentais do
conhecimento humano. A principal utilidade da filosofia depende
daquelas partes que só se podem apreender em ultimo lugar.

7. a dúvida Cartesiana
A dúvida traduz um momento importante do método. Por meio dela
recusamos todas as crenças em que notamos a mínima suspeita de
incerteza, embora as verdades da Revelação não sejam sujeitas a duvida.
NA dúvida cartesiana, O primeiro passo na procura da verdade consiste
em partir de um ceticismo provisório para assegurar a inexistência de
erros. Se alguma crença resistir a duvida ,então ela poderá ser a base para
as restantes.

Mas porque razoes se justifica a dúvida?


1.Por causa dos preconceitos e dos juízos precipitados que formulamos na
infância .
Todo o homem já foi criança, e por isso julgava de forma insconsciente as
coisas que se apresentavam , quando ainda a criança não possuía a total
quota da sua racionalidade e assim vários juízos assim precipitados
impedem-nos de atingir o conhecimento de verdade. E assim não la
chegaremos enquanto não duvidarmos ,pelo menos uma vez, de algo em
que apresente a maior suspeita de incerteza.
2.porque os sentidos muitas vezes nos enganam e seria imprudência
depositar confiança excessiva naqueles que já nos enganaram e assim ele
duvida :-dos sentidos → porque já nos iludiram no passado;
-do conhecimento anterior → porque inúmeras vezes se mostrou errado
-do mundo físico → pois, tal como os sonhos, pode ser uma ilusão
NOTA: É errado chamar cético a Descartes, ele usa a dúvida, até chegar à
verdade. → ceticismo provisório Descartes é dogmático - ele acredita que
é possível atingir o conhecimento., usa a teoria funcionalista para
construir com o fundamento indubitável e assim utiliza a époche ,a duvida
metódica ,pois o fim da duvida vai ser acabar com a propiá duvida, não se
permanece sempre na époche pirrónica, pois esta ia seguir a ataraxia .
Duvida hiperbólica :duvida de toda a forma do saber ,porque cada
sociedade tem normas diferentes
3- Porque não há um critério que nos permita diferenciar o sonho da
vigilia . Podemos estar a sonhar e não sabemos, pois não há justificação
para acreditar que estamos despertos ,e por corolário , faz com que tudo
oq sabemos seja um saber ilusório.
Quando sonhamos, misturamos diversas experiências do mundo físico,
que, mesmo que sejam enganosas, se baseiam na existência de um
mundo exterior. Desta forma, as realidades físicas deveriam existir.
4.Porque alguns seres se enganaram nas demonstrações matemáticas, e
por conseguinte ate duvida do que é indubitável .
5.A hipótese do gênio maligno- Nada nos garante que todas as ideias que
temos do mundo exterior não sejam obra de um ser mal-intencionado que
nos ilude com perceções inexistentes. - Não temos forma de saber se as
realidades sensíveis existem de facto.- Não podemos sequer ter a certeza
da existência do nosso corpo,dai o caracter metafisico da duvida.
A dúvida de Descartes vai até às últimas consequências. Procura eliminar
toda a possibilidade de erro. Este é o ponto de partida para o primeiro
conhecimento seguro.
DÚVIDA
↓Recusar todas as crenças em que se note a mínima suspeita de
incerteza;
↓É o instrumento da luz natural ou razão, posto ao serviço da verdade;
↓Razões que justificam a dúvida
- Por causa do preconceito dos juízos precipitados que formulamos na
infância;
- Porque os sentidos são muitas vezes enganadores: convém fazer de
conta que nos enganam sempre;
- Porque não dispomos de um critério que nos permita discernir o sonho
da vigília
- Porque alguns seres humanos se enganam nas demonstrações
matemáticas;
- Porque pode existir um Deus enganador, ou um génio maligno, que
sempre nos engana
↓Esta hipótese equivale a admitir que o entendimento humano é de tal
natureza que se engana sempre, mesmo quando pensa em captar a
verdade

8. Efetuar uma caracterização da dúvida cartesiana


-Universal e radical → A dúvida não põe só em causa a duvida de forma
universal, poe em tudo o que possa gerar a mínima incerteza, como os
seus fundamentos e raízes.
-Hiperbólica → Assume tudo o que seja duvidoso. Nenhuma realidade é
imune à dúvida, nem o próprio sujeito.
-Metódica e Provisoria→ É um método utilizado para atingir a verdade e a
certeza, depois de cumprido o papel da dúvida, ela vista ultrapassar o
ceticismo e chegar à primeira certeza, não constitui tem fim em si mesma.

9. cogito
 1-Cógito cartesiano é a primeira verdade inabalável, atinge-se por
intuição e a partir dela se vão deduzir outras
 Cógito - «Penso,logo existo»(verdade a priori)1º verdade - Evidência
É a partir da res cógita (pensamento) que ele vai provar a existência
de Deus e do mundo exterior.
A dúvida acabara por conduzir a uma verdade incontestável :a da minha
existência, enquanto ser pensa e duvida .Ainda que o génio maligno me
engane ele nao conseguira com que nunca seja nada, pois enquanto
pensar sou um ser (pensante).
Daqui decorre - «Penso,logo existo», uma afirmação vdd e
indubitável ,obtida 2-por intuição e á priori que servira de paradgmia as
afirmações vdds. Se precisamos de existir para pensar ,3-adota se a ideia
de que é vdd tudo oq concebemos clara e distintamente ,4-e assim é
evidente e alicerca todo o sistema do saber. Além disso apresenta a
condição da duvida hiperbólica 5 ,uma vez que é a condição para se
poder duvidar e ao mesmo tempo 5, impõe uma exceção á
universalidade dessa duvida ,há pelos menos uma realidade que não
posso duvidar, da minha existência !

Como chegamos a res divina?


Surge no pensamento a ideia de perfeição com clareza, evidência. Eu
como ser que está a pensar não posso ser o autor dessa ideia porque sou
um ser imperfeito, nunca poderei criar coisas perfeitas, pois a imperfeição
nunca gera perfeição. Deus como sumamente bom, omnipotente,
omnipresente nunca nos pode enganar (perfeição gera perfeição). Por
dedução ele chega à conclusão da existência de Deus (res divina) e da
existência de um mundo exterior (res extensa).

A importância do cogito
O cogito é a axiológico na teorética filosófica cartesiana pelos ulteriores
motivos:
-A consciência da existência do cogito como verdade inabalável que
transcende o império da duvida vai permitir instituir um fundamento
onto- gnosiológico para a ciência pois a partir desta crença á existência do
cogito ,pode -se construir as outras crenças constituintes das ciências
-A verdade relativa a autoconsciência existencial do cogito (“cogito,ergo
sum”) vai permitir a Descartes instituir um critério de verdade para a
ciência, que é o da evidencia, o da clareza e distinção ,subsequentemente
todas as outras ideias que possuam a clareza e distinção são
verdadeiras ,dado que tais características estão presentes na ideia relativa
a existência do cogito.
-A certificação da existência do cogito vai igualmente permitir definir a
existência dos homens ,este é uma res cogitans ,um ser racional ,uma vez
que é possível pensar-se que se existe-se em corpo, mas é impossível
pensar-se que não existe enquanto pensamento ,porque já se esta a
pensar.
11. Caracterizar o cogito
(esquema do texto acima)
Caraterísticas do cogito- É um princípio evidente e indubitável, uma
certeza inabalável;
- Obtém-se por intuição, de modo inteiramente racional e a priori;
- Serve de modelo do conhecimento: fornece o critério de verdade;
- É uma crença fundacional relativamente a todo o sistema de saber;
- Apresenta a condição de dúvida e impõe uma exceção à sua
universalidade
- Revela a natureza ou a essência do sujeito: o pensamento ou alma
↓- Refere-se a toda a atividade consciente, distinguindo-se do corpo. A
alma é conhecida antes do corpo e de tudo o resto, de forma bastante
mais fácil

11. Distinguir os vários tipos de ideias e a existência de deus


O cogito, ergo sum é uma certeza subjetiva, deve se ver oq esta na base
do pensamento e na origem da existência do ser pensante. Este descobre
se um ser imperfeito. Possuir o saber é uma maior perfeição q duvidar.
Estas são as ideias presentes no sujeito:
SUJEITO PENSANTE → SER IMPERFEITO: possuir o saber é uma perfeição
maior do que duvidar.
↓ Dispõe de ideias
Tipos de ideias Ex.
Adventícias-tem origem na experiencia sensível Ideias de cao ,copo
Factícias -são fabricadas pela imaginação Unicórnio ,dragão
Inatas-são ideias constitutivas da própria razão Ideias matemáticas
As ideias Inatas são claras e distintas ,são as “sementes da ciência”
essências independentes da contribuição da perceção sensível ,noções
que ascese a rigorosa duvida metódica. Estas ideias inatas encontramos a
noção de ser perfeito, que servira de ponto de partida para a investigação
á existência do ser divino. Onde se dão 3 provas:
13. Analisar as provas da existência de Deus em Descartes
IDEIA DE SER PERFEITO: noção de um ser omnisciente, omnipotente e
sumamentebom.↓PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
1º prova → Argumento ontológico: na ideia de ser perfeito estão
compreendidas todas as perfeições; a existência é uma dessas perfeições;
logo, Deus existe necessariamente. O facto de existir é inerente à essência
de Deus, de tal modo que este não pode ser pensado como não existente.
A sua existência tem um caracter necessário e eterno.
(teoria a priori ,sem recurso a causalidade)
2º prova → Argumento da marca impressa: a causa que faz com que a
ideia de ser perfeito, que representa uma substância infinita, se encontre
em nós não pode ser outro ser senão Deus, que possui todas as perfeições
representadas nessa ideia. Ele é o próprio ser perfeito e a causa originaria
da ideia de perfeição.
3º prova → A causa da existência de ser pensante e imperfeito não é ele
próprio. De contrário, daria a si próprio as perfeições de que tem ideia.
Partindo do principio da criação continua ,nada garante que o ser exista
no momento asseguir ,o sujeito finito não possui o poder de se conservar
no seu próprio ser,tal so aconteceria se fosse causa de si e, por isso ,o seu
criador e conservador é Deus ,que não necessita de ser criado por outro
ser ,(causa sui).

12. Avaliar a importância de Deus no sistema cartesiano


Deste modoÉ um ser perfeito e não é enganador; estamos libertos da
duvida hiperboica .Ele é a a garantia da verdade objetiva das ideias
claras e distintas, ele constitui a garantia que não nos enganamos.
É criador de verdades eternas, a origem do ser e o fundamento da
certeza,pois deus é o principio do ser e conhecimento ,Garantindo a
adequação entre o pensamento evidente e a realidade; e legitima o valor
da ciência e confere objetividade ao conhecimento; É infinito, a fonte da
verdade; É omnipotente, eterno e omnisciente, embora criador do
universo não é autor do mal ,nem responsável pelos nossos erros. Uma
vez provada a existência de deus,vai provar a existência de
outrem,apoiado em q deus não o engana. Poderá superar os argumentos
dos céticos radicais e provar a existência do mundo exterior.

17.Os três tipos de substancias.


As 3 substâncias que são clãs e distintas (evidentes) á razão intuitiva são
precisamente a Res Divina , Res Cogitans e a Res Extensa. Quais são os
seus predicados?
A Res divina é uma substância omnipresente ,omnipotente ,eterna,
perfeita ,causa sui e origionista? Das Res cogitans e da Res extensa. A Res
Cogitans é essência do ser humano, é espiritual e dependente
existencialmente ontognosiologicamente de Deus .A res extensa, por seu
turno, é criada por Deus ,finita, é essência dos corpos.

A teoria do erro
A Res Divina é o garante da veracidade do critério da evidencia ,Deus
como é perfeito não é enganador /imposteiro ,assim quais as causas do
erro? Porque o homem erra?
Na ótica cartesiana ,o erro resulta de duas fontes ,a precipitação e a
prevenção . A prevenção regista-se quando o homem apresenta juízos
herdados na educação/endoculturacao que não foram alvo no exame por
parte da razão quanto ao seu conteúdo objetivo.
A precipitação ocorre quando há um conflito entre o livre arbítrio da
vontade e o juízo da razão ,isto é antes da razão examinar o conteúdo de
uma ideia ,já a vontade ,adianta-se ao trabalho da razão,de si não aceita
que tal ideia é verdadeira,quando a posteriori se revela falsa.

6. Explicar o círculo cartesiano


Fundacionalismo de Descartes:Ideias inatas - Conhecimento claro e
distinto
Principais verdades:
- A existência de Deus, ser perfeito, com os atributos respetivos;
-A existência de pensamento (alma), traduzido no cogito;
- A existência de corpos extensos em comprimento, largura e altura. O
fundamento do conhecimento é o cogito, enquanto crença básica ou
fundacional e primeira verdade e outras ideias claras e distintas da razão.
Todavia, este fundamento do conhecimento depende daquele que é o
princípio de toda a realidade: Deus. CÍRCULO CARTESIANO: o facto de a
ideia que temos de Deus ser clara é distinta garante-nos que Deus existe;
mas é Deus quem garante a verdade e a objetividade das ideias claras e
distintas

O circulo cartesiano:
A filosofia cartesiana é fundacionalista, por intermedio da duvida
metódica pretendia alcançar um fundamento onto gnosiológico para ser e
conhecer um fundamento absolutista justificável para a gnosiologia.
Neste sentido o seu fundacionalismo é racionalista ,uma vez que tal
crença básica ultima justificativa da ciência e realidade é obtida por meio
da razão intuitiva .É também uma teoria funcionalista dogmática porque
tal fundamento /pedra angular do conhecimento do ser existe e é
alcançado por meio da razão.
O fundacionalismo cartesiano também é metafisico ,uma vez que, Deus é
o fundamenti inconcussi do saber e do ser ,dai que a arvore da ciência
tenha como raiz a metafisica (deus/theos).

A importância de deus no circulo cartesiano:


A valencia da res divina no sistema cartesiano é primordial ,é o conceito
angular ,a pedra de toque/foque? De toda a teoria filosófica ,dado que se
apresenta como fundamento onto gnosiológico,ou seja, Deus é o garante
do ser ,da realidade (teoria da criação continua, da res extensa ,da res
cogitans) .Simultanemante Deus é o fundamenti inconcussi de toda a
ciência, garantindo a veracidade do critério da evidencia (claras e
distintas) das ideias inatas ,as quais são apreendidas por intuição racional
e por meio da razão dedutiva extraem se as suas outras verdades
consequentes (teoria da veracidade divina)
---------------------------------------------------------------------------------------------------

David hume ☹

Você também pode gostar