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1. Compreender em que consiste o projeto cartesiano.

Descartes combateu o ceticismo e reabilitou a razão como meio para


alcançar a verdade. O seu objetivo era encontrar um fundamento
seguro e indubitável para o conhecimento.Descartes criou um método
universal para conduzir a razão na procura da verdade que inclui a
dúvida (dúvida metódica).
2. Fundamentar a dúvida cartesiana.
A dúvida funda-se nas seguintes razões:
1) Ilusão dos sentidos: os sentidos nos enganam e «seria imprudência
confiar demasiado naqueles que nos enganaram, mesmo quando
tivesse sido só uma vez».
Argumento:
1. Os nossos sentidos enganam-nos algumas vezes.
2. Se os nossos sentidos nos enganam, então não podemos saber se nos
estão a enganar neste momento ou não.
3. Se não podemos saber se os nossos sentidos estão nos a enganar,
então não podemos confiar neles.
4. Logo, não podemos confiar nos sentidos.

2) Indistinção vigília-sono: não temos um critério ou processo seguro que nos


permita distinguir as experiências que temos durante o sonho daquelas que
temos quando estamos de vigília. Quando sonhamos, misturamos diversas
experiências do mundo físico, que, mesmo que sejam enganadoras, se
baseiam na existência de um mundo exterior. Desta forma, as realidades
físicas parecem-nos muito reais, como se estivéssemos acordados.
Argumento:
1. Não podemos distinguir por nenhum sinal seguro as experiências que
temos durante os sonhos daquelas que temos durante o estado de
vigília.
2. Se não podemos distinguir por nenhum sinal seguro as experiências
que temos durante os sonhos daquelas que temos durante o estado de
vigília, então as crenças que formamos a partir da experiência sensível
não estão devidamente justificadas.
3. Se as crenças que formamos a partir da experiência sensível não estão
devidamente justificadas, então não podem constituir conhecimento.
4. Logo, as crenças que formamos a partir da experiência sensível não
podem constituir conhecimento.
3) Erros de raciocínio: se há homens que se enganam ao raciocinar os temas
mais simples, não se pode confiar na razão.
Argumento:
1. Podemos cometer erros mesmo nos raciocínios mais simples.
2. Se podemos cometer erros mesmo nos raciocínios mais simples, então
não podemos justificadamente acreditar em crenças que tenham
origem no nosso raciocínio.
3. Logo, não podemos justificadamente acreditar em crenças que tenham
origem no nosso raciocínio.

4) Génio maligno: é uma experiência mental que consiste na suposição de que


existe um ser tão poderoso quanto perverso, ser mal intencionado, uma
espécie de génio maligno, que se diverte a usar os seus poderes para nos
induzir em erro relativamente a tudo.
Argumento:
1. Não podemos saber se existe um Génio Maligno.
2. Se não podemos saber se existe um tal Génio Maligno, então não
temos justificação para acreditar que as nossas crenças não têm
origem nas suas maquinações.
3. Se não temos justificação para acreditar que as nossas crenças não
têm origem nas maquinações de um tal Génio Maligno, então não
temos conhecimento.
4. Logo, não temos conhecimento.
3. Caracterizar a dúvida cartesiana.
➔ Dúvida é metódica: instrumento de trabalho, meio para descobrir o
absolutamente certo, exercido sistematicamente a fim de nunca aceitar
como verdadeiro aquilo que não for claro e distinto e, portanto,
evidente.
➔ Dúvida é provisória: persiste até Descartes encontrar a primeira certeza
ou conhecimento indubitável e evidente, e, depois, outros. Não é um fim
em si mesma. Descartes não é um cético, pelo contrário, combate o
ceticismo no seu terreno. Com a dúvida visa ultrapassar o ceticismo e
chegar à primeira certeza.
➔ Dúvida é universal: incide sobre tudo; nada lhe escapa. Incide não só
sobre o conhecimento em geral, como também sobre os seus
fundamentos. Excetuam-se as Verdades da Revelação.
➔ Dúvida é hiperbólica: exagerada. Não só põe tudo em dúvida como
rejeita como falso tudo aquilo em que se manifeste a menor dúvida.
➔ Dúvida é voluntária: decisão consciente que permite que nos libertemos
de preconceitos e opiniões erróneas, a fim de ser possível reconstruir,
com fundamentos sólidos, o edifício do saber.
➔ Dúvida é metafísica: porque supõe ou coloca a hipótese de um deus
enganador ou génio maligno que constante e deliberadamente nos
engana, tomando nós por verdadeiro o que é falso, acreditando no que
não existe ou que é apenas uma ilusão.
4. Caracterizar o método cartesiano.
➔ 1ª regra - EVIDÊNCIA: Nunca aceitar coisa alguma por verdadeira sem
que a conhecesse evidentemente como tal, ou seja, evitar
cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e não incluir nada mais
nos meus juízos senão o que se apresentasse tão claramente e tão
distintamente ao meu espírito, que não tivesse nenhuma ocasião de o
pôr em dúvida.
◆ Claro: conhecimento presente ao espírito.
◆ Distinto: conhecimento separado de outros em que a ele não
estão associados elementos que não lhe pertencem.
➔ 2ª regra - ANÁLISE: dividir cada uma das dificuldades que examinava
em tantas parcelas quantas fosse possível e fosse necessário, para
melhor as resolver.
➔ 3ª regra - SÍNTESE: Conduzir por ordem os meus pensamentos,
começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para
subir, pouco a pouco, gradualmente, até ao conhecimento dos mais
complexos, não deixando de supor certa ordem entre aqueles que não
se sucedem naturalmente uns aos outros.
➔ 4ª regra - ENUMERAÇÃO: Fazer sempre enumerações tão completas e
revisões tão gerais, que tivesse a certeza de nada omitir.
5. Entender a relação entre a dúvida cartesiana e a procura de uma verdade indubitável.
Caracterização do conhecimento verdadeiro: é verdadeiro o conhecimento
evidente, isto é, claro e distinto, e como tal indubitável.
Explicação da natureza da dúvida: é metódica, porque a sua aplicação está
associada à regra da evidência, é o meio para descobrir o absolutamente
certo; é deliberadamente hiperbólica, porque se considera falso tudo aquilo
que se possa duvidar; é radical, porque põe em causa os princípios ou
fundamentos em que se baseiam as proposições do conhecimento
tradicional; é voluntária e consciente; é provisória, porque tem em vista uma
nova fundamentação.
Justificação da utilidade da dúvida: permite que o espírito descubra uma
verdade indubitável, modelo e critério de verdade - o cogito, liberta a razão
da dependência em relação a autoridades externas e em relação aos
sentidos.
6. Identificar o critério de verdade.
Para Descartes conhecimento verdadeiro é aquele que é evidente, isto é, claro e
distinto, e como tal indubitável. Assim, a dúvida de Descartes vai até às últimas
consequências. Considerar errado e/ou falso tudo aquilo sobre o qual recaia a
menor dúvida. Procura eliminar toda a possibilidade de erro. Este é o ponto de
partida para se obter o primeiro conhecimento seguro.
7. Caracterizar o cogito.
O COGITO é:
➔ Uma verdade absolutamente primeira, a primeira certeza de Descartes;
➔ Uma verdade estritamente racional;
➔ Uma verdade exclusivamente a priori;
➔ Uma verdade indubitável;
➔ Uma verdade evidente, uma ideia clara e distinta.
Argumento:
1. Se fosse verdade que nada se pode saber, então nem sequer poderíamos
saber que existimos.
2. Mas sabemos que existimos (essa ideia não pode ser seriamente posta em
causa).
3. Logo, é falso que nada se pode saber.
8.Identificar a importância do cogito.
➔ O cogito é uma crença básica, autoevidente, primeira evidência que não
precisa de ser justificada com base noutras crenças.
➔ O cogito pode estabelecer-se como o fundamento seguro para o
conhecimento que Descartes procurava.
➔ Assim, o cogito representa um triunfo sobre o ceticismo: trava a regressão
infinita na cadeia de justificações.
➔ O cogito pode ser conhecido a priori, pois basta-me pensar para saber que
esta proposição é verdadeira e fornece-nos informação acerca do mundo, a
saber, diz-nos que existe pelo menos um ser pensante.
➔ O cogito é também um modelo daquilo que deve ser considerado verdadeiro,
ou seja, oferece um critério de verdade: a evidência (clareza e distinção).
9. Caracterizar o dualismo cartesiano.
O dualismo cartesiano está na afirmação de que mente/alma – natureza imaterial -
e corpo – natureza material ou física - são coisas distintas. Também se designa por
dualismo mente-corpo.
Argumento:
1. Posso conceber que existo sem ter um corpo.
2. Não posso conceber que existo sem ter uma mente/alma.
3. Se posso conceber que existo sem ter um corpo, mas não posso conceber que
existo sem ter uma mente/alma, então a mente/alma não é igual ao corpo
4. Logo, a mente/alma não é igual ao corpo.
10. Distinguir os tipos de ideias cartesianas.
➔ Adventícias: Não dependem da vontade e parecem ser causadas por objetos
físicos exteriores à mente (exemplos: ideias de mesa, de cadeira, de calor). Têm
origem na experiência sensível.
➔ Fictícias: Inventadas pela vontade e imaginação, a partir de outras ideias
(exemplos: ideias de sereias, de unicórnios, de centauros).
➔ Inatas: Parecem ter nascido connosco, pois não parecem ter sido causadas
por objetos físicos exteriores à mente nem dependem da vontade (isto é, não
são criadas pela nossa imaginação); dependem apenas da nossa capacidade
de pensar, ou seja, correspondem a conceitos matemáticos – como os
conceitos de número, triângulo, círculo, etc. – e a conceitos metafísicos – como
os conceitos de substância, verdade e Deus. São ideias a priori.
11. Explicitar as provas da existência de Deus.
➔ 1ª PROVA: O ARGUMENTO DA MARCA: Baseia-se no princípio da causalidade.
Da causa da ideia de ser perfeito em nós. O nada não pode ser causa nem o
sujeito pensante que é finito e imperfeito (porque se engana frequentemente,
tem dúvidas!) nem qualquer outro ser imperfeito. A causa da ideia inata de
Deus, ideia de ser perfeito, não é outra senão Deus que nos colocou essa ideia
no momento da criação, como uma espécie de assinatura ou marca do
criador e que corresponde à ideia que tenho dele. O simples facto de termos
a ideia de Deus é suficiente para podermos concluir que Deus existe.
Argumento:
1. Tenho a ideia de “ser perfeito”.
2. Se eu tenho a ideia de “ser perfeito”, é porque existe um ser perfeito que
é a origem desta ideia.
3. Ou eu mesmo sou o ser perfeito ou há outra coisa (além de mim) que é o
ser perfeito e que deu origem à minha ideia de perfeição.
4. Eu não sou perfeito.
5. Logo, existe outra coisa (além de mim) que é o ser perfeito e que deu
origem à minha ideia de perfeição.
➔ 2ª PROVA: O ARGUMENTO ONTOLÓGICO: Na ideia de Deus estão todas as
perfeições. A existência é uma dessas perfeições. Portanto, Deus existe. Se não
existisse já não seria perfeito. É o chamado argumento ontológico: da
essência de Deus para a existência de Deus.
➔ 3ª PROVA: O ARGUMENTO DA CAUSA DA EXISTÊNCIA DO COGITO: A causa da
existência do ser pensante (finito, contingente e imperfeito), não pode ser o
próprio ser pensante. Se o fosse, com certeza ele daria a si mesmo as
perfeições das quais possui a ideia. Logo, a causa é Deus e, então, Deus
existe. Por outro lado, o sujeito pensante, sendo contingente porque existe
agora, mas pode não existir no momento seguinte e nada garante que
continue a existir até porque não é causa de si mesmo, necessita de algo que
o conserve na existência e esse algo é Deus. Logo, Deus existe. Deus é,
portanto, criador e conservador do ser finito e pensante. Deus, sendo perfeito,
é causa de si mesmo.
12. Justificar a importância de Deus no sistema cartesiano.
Deus, que existe, é perfeito, não é enganador, não é gênio maligno, e é a garantia
de que o que aprendermos com clareza e distinção (evidência), seja através dos
sentidos, seja pelo pensamento, é verdadeiro. Deus, que é a origem do ser (de todas
as coisas), é também o fundamento do conhecimento, conferindo valor à ciência e
validade ao conhecimento.
A existência de Deus é condição necessária e suficiente para podermos confiar no
que aprendemos com clareza e distinção. Então, se Deus não existisse não
podíamos confiar no conhecimento.
Argumento:
1. Posso confiar naquilo que concebo de forma clara e distinta se, e só se, Deus
existe e não é enganador.
2. Deus existe e não é enganador.
3. Logo, posso confiar naquilo que concebo de forma clara e distinta.
A existência de Deus garante que:
➔ Podemos confiar nas nossas ideias claras e distintas atuais e passadas;
➔ Podemos confiar nos nossos raciocínios apoiados em premissas claras e
distintas;
➔ O mundo material existe;
➔ Podemos, geralmente, saber quando estamos apenas a sonhar, ou seja,
podemos distinguir a vigília do sono.
13. Reconhecer Descartes como dogmático metafísico.
Ao depositar grande confiança na razão e ao considerar ser possível alcançar a
certeza e a verdade, a filosofia e Descartes acaba por se enquadrar no âmbito do
dogmatismo.
Descartes é um dogmático metafísico pois é Deus quem coloca a sua ideia (de
Deus) na razão humana. Ou seja, ele faz uma justificativa metafísica para o seu
método racional.
14. Criticar o racionalismo cartesiano.
➔ EXCLUSIVISTA (A razão como a única fonte de conhecimento. Mas uma mente
vazia de conteúdos da experiência pode ser um ponto de partida para
conhecimento significativo? Descartes acha que sim.).
➔ DOGMÁTICO (confiança absoluta na razão para obter o conhecimento claro e
distinto).
➔ CIRCULAR ou CÍRCULO CARTESIANO (a petição de princípio está em afirmar
que o conhecimento verdadeiro é aquele que é claro e distinto (cogito e Deus)
e depois afirmar Deus como a garantia do conhecimento verdadeiro).
➔ AFIRMAR A EXISTÊNCIA COMO PREDICADO (Descartes infere que sendo Deus
perfeito, existe. Mas a existência não é uma propriedade, antes uma condição
para que Deus tenha propriedades. Passagem ilegítima da ordem do pensar
para a ordem do ser).
➔ Crítica ao argumento da marca: Segundo a premissa 1 «Tenho a ideia de “ser
perfeito”». Mas objeta-se que com as nossas capacidades limitadas não
conseguimos ter essa ideia de um ser perfeito. Podemos ter conceção vaga e
difusa de perfeição. Por outro lado, considerar que o menos perfeito não pode
originar o mais perfeito e, portanto, a ideia de Deus foi colocada pelo próprio
Deus, isso contraria, por exemplo, a evolução por seleção natural em que
organismos muito simples deram origem, ao longo de milhões de anos, a
variados organismos cada vez mais complexos. Consequentemente, se o
menos complexo origina o mais complexo na natureza, então a ideia de Deus
pode ser factícia.
➔ Crítica ao dualismo cartesiano: Descartes existe segundo pensamento e não
segundo corpo. Do corpo continuo a duvidar e afirmar que nada existe.Dizem
que esse dualismo, existir como pensamento e não como corpo, pode
representar uma falácia: a falácia do mascarado.
1) Eu sei quem é X.
2) Não sei quem é Y.
3) X não é Y.
➔ Crítica ao dualismo cartesiano: Acerca do cogito, alguns filósofos questionam
sobre o que é mais fácil de captar: os pensamentos, ou o Eu que pensa
(substância pensante) e no qual assentam os pensamentos? A hipótese do
gênio maligno foi abandonada? Descartes julga que sim ao provar a
existência de Deus verdadeiro. Mas, será que provar a existência de Deus
verdadeiro significa que se esfuma a hipótese do gênio maligno? Serão
incompatíveis? E se, por hipótese, o gênio maligno continuar a influenciar e a
manipular os meus pensamentos pondo em mim ideias inatas como a ideia de
Deus? A hipótese do gênio maligno parece muito exagerada e até absurda.
Radicaliza a dúvida, mas é contraintuitiva: como posso afirmar que não tenho
duas mãos?
15. Reconhecer David Hume como filósofo empirista.
Ao contrário de Descartes, que encarava a experiência sensível com enorme
suspeita e defendia que o estatuto de crença básica deveria ser atribuído ao cogito,
ou seja, a uma crença cuja verdade pode ser estabelecida apenas pelo pensamento,
Hume acreditava que as crenças básicas autoevidentes (sem necessidade de serem
justificadas e a justificação e base para os conhecimentos não básicos seguintes)
tinham origem na nossa experiência sensível imediata.
16. Caracterizar os conteúdos da mente: impressões e ideias.
➔ Impressões (ou sensações) : Aquilo que estamos a sentir num dado momento.
Dados da nossa experiência imediata. Elevado grau de intensidade e
vivacidade. Por ex. sensações externas (auditivas, visuais, táteis, olfativas e
gustativas) como é a sensação de ver a cor azul. Sentimentos Internos
(emoções e desejos) como é o sentimento de raiva, amor,sentir calor, ter uma
dor de dentes.
➔ Ideias (ou pensamentos): Cópias enfraquecidas das impressões. Menor grau
de intensidade e vivacidade. Por ex. recordar que se teve uma dor de dentes,
que se teve calor, que se viu uma cor azul, e imaginação de um objeto possível.
17. Distinguir ideias simples de ideias complexas.
➔ Ideias simples: Não se podem decompor. Ex.: Esfera, azul, ...
➔ Ideias complexas: Podem ser decompostas em impressões ou ideias mais
simples. Ex.: Esfera azul, cavalo branco, maçã vermelha...
18. O princípio da cópia.
➔ Definição: Todas as ideias são cópias enfraquecidas de impressões.
Não só cada ideia ou pensamento deriva de determinada impressão ou sensação,
como não podem existir ideias das quais não tenha havido uma impressão prévia.
As impressões sensíveis constituem o material primitivo do nosso conhecimento e a
inexistência de impressão origina a inexistência da ideia.
➔ O ARGUMENTO DA PRIORIDADE:
1. Cada impressão simples tem uma ideia simples que lhe
corresponde.
2. Se cada impressão simples tem uma ideia simples que lhe
corresponde, então ou as impressões simples são cópias de
ideias simples, ou as ideias simples são cópias de impressões
simples.
3. As impressões simples não são cópias de ideias simples.
4. Logo, as ideias simples são cópias de impressões simples.
➔ O ARGUMENTO DO CEGO DE NASCENÇA:
1. Se as ideias simples não são cópias de impressões simples, então
é possível que um cego de nascença tenha a ideia da cor azul,
apesar de não ter qualquer impressão que lhe corresponda.
2. Um cego de nascença não pode ter a ideia da cor azul.
3. Logo, as ideias simples são cópias de impressões simples.
As ideias complexas (por ex. esfera azul, sereia, cidade de ouro, cavalo branco, etc)
são combinações de ideias mais simples que podem ter duas origens distintas: a
memória e a imaginação.
➔ Memória: Configuração idêntica à da experiência. Ex.: esfera azul, cavalo
branco,
➔ Imaginação: Pode ser composta de uma forma relativamente livre, podendo
aparecer juntas duas ideias simples que na experiência e enquanto
impressões estavam separadas. Ex.: Sereia, centauro…

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