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1.

Epistemologia
É o estudo que se relaciona aos problemas do conhecimento, a teoria do
conhecimento. Trata de qual seria a natureza do conhecimento, sua origem, de
quais seriam suas limitações, por exemplo.
Nesse material será explicitado as principais correntes epistemológicas.

2.Ceticismo
O ceticismo tem diversos ramos. O ramo mais radical acredita que o
conhecimento é impossível, colocando a dúvida e a incerteza em tudo a sua
volta. No mais moderado, o cético admite apenas uma forma relativa de
conhecimento, reconhecendo os limites para se chegar a verdade. Alguns,
mesmo vendo a dificuldade que é para alcançar o verdadeiro conhecimento,
acreditam que não se deve abandonar a busca pela verdade.
3.O racionalismo
O racionalismo é uma corrente epistemológica que enfatiza a razão no
que tange a chegada ao verdadeiro conhecimento. Alguns exemplos de
racionalistas são: Spinoza, Leibniz e o principal representante que terá sua teoria
melhor explicitada adiante é Descartes. Esse pensamento surge na
modernidade, em meio a uma “crise europeia” (não material ou econômica, sim
no sentido do conhecimento).
3.3 René Descartes (1596-1650)
A nova ciência de Galileu e Copérnico levou o pensamento posterior a
uma situação limite. As antigas teses da física aristotélica caiam por terra,
contudo o novo modelo científico passava por um momento complicado,
tentando se afirmar, mas ao mesmo tempo enfrentando a clara rejeição de
grande parte da intelectualidade não aceitando abandonar as velhas certezas.
Descartes precisa então mostrar que o método da nova ciência não levará mais
ao erro da anterior, gerando então uma realidade favorável para que a razão se
se torna frutífera.
Antes de propriamente explorar as meditações e sua estrutura em
particular vale darmos alguma atenção ao método cartesiano propriamente dito.
Este método, considerando o que citamos acima busca evitar qualquer erro ou
engano. Descartes busca então princípios e regras gerais que permitam chegar
a um conhecimento seguro e indubitável. Como garantirá essa indubitabilidade
falaremos logo a seguir.
Neste trecho buscamos entender como Descartes compreende a construção
mesma do método, ou seja, qual sua base. Dado que dentre todas as ciências a
única que parecia ter demonstrações seguras e que não foi superada na
modernidade era a geometria, Descartes optou por emular o pensamento dos
geômetras, e buscar um método que a o contrário da lógica aristotélica fosse
marcado pela busca incessante de simplificação. Simplificar não é aqui deixar
algo de lado, é na verdade criar uma base de fácil desenvolvimento, para que
mesmo na complexificação se possa refazer o processo e compreendê-lo.
A simplificação cartesiana é composta de 4 procedimentos fundamentais:
Não aceitar uma coisa como verdadeira se esta não for evidente enquanto tal,
ou seja, não restar qualquer dúvida de sua certeza; para simplificar a análise dos
problemas dividir os mesmo em partes, o quanto for necessário, para evitar erro;
promover a síntese galgando certezas dos elementos mais simples aos mais
complexos; e por fim enumerar e revisar cada um dos processos, com intuito de
facilitar verificações futuras e garantir a si mesmo que o erro não ocorreu
- A dúvida hiperbólica
Como reconstruir a ciência em um momento onde tudo é dúvida?
Segundo Descartes, invertendo o papel da dúvida. Radicalizar a dúvida. Já que
se vivia em uma crise de confiança, para evitar futuros riscos é necessário
colocar tudo em dúvida, ao menos em um primeiro momento.
Vale ressaltar que colocar tudo em dúvida não é dizer que tudo é falso, é
apenas ressaltar que não se pode iniciar uma nova direção na ciência
presumindo que algo é verdadeiro, ou assumindo algo sem qualquer
comprovação. Por isso o autor suspende todas as certezas. Ele denomina essa
suspensão como a aplicação da dúvida hiperbólica (ou dúvida cartesiana),
esse termo aqui faz referência a noção mesma de exagero, por ressaltar que a
dúvida se estendeu a absolutamente todas as coisas. Deve ser feito então uma
checagem das fontes de nossas certezas, para não ficar preso a necessidade
de examinar as certezas uma a uma, e buscar encontrar dentre todas uma fonte
segura, que sobreviva a esta dúvida. Qualquer possibilidade de dúvida
invalidará, por sua vez, a fonte como um todo.

- Os sentidos, o argumento do sonho e o gênio maligno


Pondo em dúvida os sentidos, Descartes coloca em dúvida a nossa
capacidade mesma de conhecer. Os sentidos são desde Metafísica de
Aristóteles a base do conhecimento. Toda a ciência aristotélica parte da certeza
sensível para construir seu prédio. Descartes ataca então toda a ciência clássica
ao pôr em dúvida os sentidos, ele coloca os sentidos como enganadores.
Mais provar que os sentidos são duvidosos não é tão simples. A princípio
é bem fácil encontrar erros na percepção sensível, como aqueles provocados
por alguma obstrução dos mesmos ou limites dos sentidos (sujeira e neblina para
as vistas, ruídos para a audição, ou as famosas ilusões de ótica de ver algo como
pequeno quando a longos distância se percebe ser gigante), isto garante que
nem sempre podemos confiar nos sentidos. Contudo, a questão não pode parar
neste ponto, afinal pôr em dúvida erros como este é simples, mas daí a entender
que isto provaria que todo sentido é falso é um exagero.
Os sentidos nos fornecem praticamente todos os dados que conhecemos,
e se reconhecer o limite dos sentidos para coisas distantes é fácil, por outro lado
negar todas as certezas que obtemos pelos sentidos, como por exemplo o fato
de que você está agora lendo este texto, parece impossível. Como duvidar da
percepção imediata, daquilo que parece óbvio e inegável, como tornar possível
tal dúvida?
Para alcançar uma dúvida tão ampla Descartes se utiliza da possibilidade
da ilusão, ele utiliza o argumento do sonho. Todos em algum momento já
experienciaram um sonho que parecia muito real, e só se revelou como falso no
momento em que se acordou. O que garante então que isto não ocorre neste
momento. Pode parecer um exagero, mas lembremos que Descartes não pode
deixar qualquer possibilidade de dúvida escapar, e essa é inegavelmente uma
dúvida possível. Em outras palavras, ele duvida apenas por uma questão de
método. Agora, mesmo na ilusão algo se mantém.
Qualquer ilusão precisa no mínimo de uma base real. Quanto mais abstrato
for o elemento de certeza, ou seja, quanto menos ele carecer de comparação
com uma concretude sensível, maior a certeza sobre ele. Estando dormindo ou
acordado. Grandezas, cores, e quantidades, sejam geométricas ou
algebricamente, não mudam. Como duvidar de uma soma simples, ou de fatos
como os três lados de um triângulo? Para colocar isto em dúvida Descartes
utiliza dois argumentos.
O primeiro, chamado de argumento do Deus enganador, aponta para o
fato de que, considerando Deus como onipotente, nada impediria que o mesmo
nos engana-se, mesmo nos elementos mais improváveis de engano. Contudo,
como não somente a onipotência é apontada como atributo divino, mas também
a suma-bondade, Deus não faria tal ação. Contudo, se já consideramos esta
possibilidade como real, abrimos espaço para o argumento do gênio maligno.
Neste Descartes nos lembra que Deus, assim como o argumento do sonho, é
aqui ainda uma hipótese conceitual, e nada impede que também se assuma a
possível existência de um ser de tamanho poder, mas sem sua bondade, um
gênio maligno, um elemento externo a nós, que nos engane. Chegamos então
ao limite da dúvida, nada do que tomávamos por certo pode ser confirmado. Mas
curiosamente Descartes retira disso a primeira certeza.
- Cogito ergo sum ( “Penso, logo existo”)
A certeza começa a superar a dúvida na segunda meditação. A transição
é aqui simples, mas não menos brilhante. Se não existe nada que se possa tomar
como certo, e sempre posso estar sendo enganado, é inegável que ou eu duvido
de algo ou estou enganado sobre este algo. Para que ambas as operações
sejam possíveis eu necessariamente devo estar pensando, ou para duvidar, ou
pensando estar certo sobre o que me engana. Portanto, eu penso. Contudo, no
momento em que penso, esteja eu sendo enganado ou não sobre aquilo que
penso, eu preciso existir. Em outras palavras, no momento em que o
pensamento é o pressuposto de toda e qualquer dúvida, ele não pode ser
atingido por ela, e se esta não se pode aplicar ao pensamento, também não pode
se estender para a minha própria existência. Em outras palavras, toda vez que
eu afirmar como evidente minha própria existência, eu torno impossível negá-la.
A primeira evidência necessária do Cogito, ou seja, alcançada por um ser
pensante, é a evidência de sua existência enquanto tal.
- O inatismo das ideias
Descartes percebe que só pode chegar a realidade a partir da garantia de
seu próprio pensamento. Ao perceber tal fato, localiza que pode duvidar da
correspondência do que pensa com a realidade, mas não do fato que pensa
naquilo que pensa, pois quem pensa, pensa sobre algo. Precisa encontrar então,
dentre suas ideias, uma que seja evidente e impossível de ser posta em dúvida.
Em outras palavras, mesmo na ilusão, as ideias ilusórias não deixam de existir,
elas apenas não correspondem ao real. Como é impossível garantir o que é real,
só se pode garantir a evidência de uma ideia a partir do momento que tal
evidência não necessitar de qualquer correlação.
Assim, as ideias que independem de qualquer experiência e nos
acompanham desde o nosso nascimento, não se dobrando perante a dúvida
sensível, as ideias inatas são aquelas que são de fato verdadeiras.
Descartes, além das ideias inatas que são as principais em sua teoria
também apresenta o conceito de ideias adventícias (fruto da experiência) e as
ideias factícias ou imaginativas (inventadas pelo ser através de elementos da
experiência).

4.Empirismo
O empirismo é uma outra corrente epistemológica que valoriza os sentidos
e o papel da experiência no processo que leva ao conhecimento. Isso mostra
que os empiristas criticam diretamente a ideia de inatismo de Descartes. Alguns
pensadores desse ramo são Hume, Bacon, Berkeley e Locke, que será melhor
comentado posteriormente.

4.2 John Locke (1632-1704)


Em seu Ensaio sobre o entendimento humano, o filósofo inglês propõe
logo em suas primeiras palavras que antes de iniciar as investigações que a
ciência de seu tempo pretendia, era de fundamental e central importância
verificar quais objetos o nosso intelecto ‘’estava ou não em condições de tratar’’.
Em suma sua obra pretende desenvolver uma verificação sobre os limites,
possibilidades e condições, que se apresentam perante nossos atos de
conhecer. Seguindo os passos de alguns antecessores, o pensador inglês busca
fugir da metafísica clássica em suas teses, e propõe a adoção da noção de ideia
destituída do caráter clássico de conceito abstrato anterior a experiência,
expondo as mesmas como representações derivadas das percepções sensíveis.
Para Locke as ideias vêm somente da experiência, e a tese cartesiana é
absurda no que tange ao inatismo. Deste modo, o autor dedica o início de sua
obra a criticar estas teses. Suas críticas não são somente ao filósofo francês,
mas a todas as teses inatistas.
O autor concluiu que a mente humana é como uma folha em branco, uma
tabula rasa, sem qualquer marca ou impressão inicial, na qual apenas a
experiência atua nesta direção. Todas as ideias são, portanto, derivadas da
percepção das qualidades sensíveis.
Assim, conclui-se que para Locke o ser humano não nasce predisposto ao
bem ou ao mal, o ser se constrói a partir de suas experiências ao longo do tempo.

5.A síntese kantiana

Como verificamos anteriormente, a ciência na modernidade acaba por


gerar uma crise filosófica. A exigência de um novo método era um fato inegável.
Com isto diversas propostas começavam a aparecer como soluções para a
criação de uma ciência segura e mais estável. O racionalismo cartesiano
tornou clara a falência da escolástica, e ao mesmo tempo engendrou a
construção de um método matemático pleno, contudo, este novo modelo
proposto pelo filósofo francês parecia exigir a aceitação de um inatismo, ou seja,
que haveria um conhecimento prévio a toda e qualquer experiência sensível,
indo na contramão do modelo experimental que agora vigorava nas ciências.
Do outro lado deste tema se encontravam aqueles que inspiraram seu
método no próprio desenvolvimento da experiência, o empirismo moderno, que
graças as mudanças que operou poderia ser considerado bastante diverso do
empirismo aristotélico.
Kant em sua teoria sintetiza os dois lados então opostos da metafísica em
sua teoria, para ele o conhecimento é constituído de algo que recebemos da
experiência ( a posteriori ) e algo que existe em nós (a priori).

- Revolução Copernicana da epistemologia


Kant utiliza uma metáfora bastante completa, e que ao mesmo tempo
parece cair como uma luva por remeter a um dos problemas originais que deram
base a filosofia moderna, as teses de Copérnico. Kant afirma que pretende
inverter o modelo tradicional, e enxergar as condições de possibilidade de
conhecimento por uma nova ótica. Se Copérnico, ao retirar a terra do centro do
sistema, inserindo o Sol como o mesmo, permitiu a astronomia se livrar de um
equívoco milenar e repensar o modo como se orientava, Kant pretende retirar do
centro do seu universo de conhecimento o objeto e colocar o sujeito, em outras
palavras, em seu sistema não é o sujeito que se orienta pelo objeto, mas sim o
objeto que é determinado pelo sujeito.
Lendo tal formulação, pode parecer que Kant, assim como Descartes,
quer apenas dar destaque ao sujeito. Isto seria um grande equívoco, sujeito e
objeto só fazem sentido de serem pensados enquanto um horizonte relacional.
Em outras palavras, só podemos conhecer o objeto na experiência do sujeito em
relação ao mesmo, e por outro lado o sujeito só é ‘’em-relação- a’’. A resposta
Kantiana ao problema de Hume começa a se desenhar aí quando ele interpreta
o sujeito enquanto um sujeito transcendental. O sujeito Kantiano não é mais um
mero espectador do desenvolvimento do objeto, mas sim um sujeito que sempre
se lança ao objeto, em busca de sua própria constituição, e neste movimento
acaba por determinar o próprio objeto.
DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS

1 (Uff 2012). O filósofo francês René Descartes escreveu o seguinte em seu


Discurso do Método:

Adquiri algumas noções gerais relativas à Física, julguei que não podia mantê-
las ocultas, sem pecar grandemente contra a lei que nos obriga a procurar o bem
geral de todos os homens. Pois elas me fizeram ver que é possível chegar “Logo
que a conhecimentos que sejam úteis à vida e assim nos tornar como que
senhores e possuidores da natureza. O que é de desejar, não só para a invenção
de uma infinidade de utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo, os
frutos da terra e de todas as comodidades que nela se acham, mas
principalmente também para a conservação da saúde, que é sem dúvida o
primeiro bem e o fundamento de todos os outros bens desta vida.”

Assinale a alternativa que resume o pensamento de Descartes.

a) O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar que seja empregado para
dominar a natureza.
b) O conhecimento da natureza satisfaz apenas ao intelecto e não é capaz de
alterar as condições da vida humana.
c) Nosso intelecto é incapaz de conhecer a natureza.
d) Devemos buscar o conhecimento exclusivamente pelo prazer de conhecer.
e) O conhecimento e o domínio da natureza devem ser empregados para
satisfazer as necessidades humanas e aperfeiçoar nossa existência.

2. (Unesp 2018) Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos


estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram
pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única
ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que
alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou
tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer
isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções
reais dos diversos sons.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se

a) da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.


b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
c) de categorias a priori existentes na mente humana.
d) da experiência com os objetos reais e empíricos.
e) de uma relação dialética do espírito humano com o mundo.

3 (Uel 2010). Observe a tira e leia o texto a seguir:

Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente


astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de
que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca
poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo. De
sorte que, depois de ponderar e examinar cuidadosamente todas as coisas é
preciso estabelecer, finalmente, que este enunciado eu, eu sou, eu, eu existo é
necessariamente verdadeiro, todas as vezes que é por mim proferido ou
concebido na mente.
(DESCARTES, R. Meditações sobre Filosofia Primeira. Tradução, nota prévia e revisão de
Fausto Castilho. Campinas: Unicamp, 2008, p. 25.)

Com base na tira e no texto, sobre o cogito cartesiano, é correto afirmar:


a) A existência decorre do ato de aparecer e se apresenta independente da
essência constitutiva do ser.
b) A existência é manifesta pelo ato de pensar que, ao trazer à mente a imagem
da coisa pensada, assegura a sua realidade.
c) A existência é concebida pelo ato originário e imaginativo do pensamento, o
qual impede que a realidade seja mera ficção.
d) a existência é a plenitude do ato de exteriorização dos objetos, cuja
integridade é dada pela manifestação da sua aparência.
e) A existência é a evidência revelada ao ser humano pelo ato próprio de pensar.

4 (Uncisal 2011). No período moderno, emergiu uma escola filosófica que pôs
em questão as concepções inatistas e metafísicas de conhecimento. Para os
filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é sempre decorrente da
experiência, jamais podendo existir ideias inatas. O nome dessa corrente
filosófica, bem como o nome de um de seus filósofos representativos são,
respectivamente:

a) inatismo; Descartes.
b) idealismo; Kant.
c) escolástica; Santo Agostinho.
d) empirismo; Locke.
e) metafísica; Platão.

5 (Uel 2007). Leia o texto a seguir:

“Não há dúvida de que todo o nosso conhecimento começa com a experiência;


[...] Mas embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem
por isso todo ele se origina justamente da experiência”.
Fonte: KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur
Moosburguer. São Paulo, Abril Cultural, 1980, p. 22.

Com base no texto e em seus conhecimentos sobre Kant, é correto afirmar:

a) Para Kant, só há conhecimento empírico.


b) A sensibilidade tem também uma função ativa na produção de conceitos.
c) O conhecimento de Deus é possível.
d) Conhecimento depende também de princípios a priori.
e) A razão pura é a fonte de nossos conhecimentos empíricos.

6. (Ufu 2001) O comentário abaixo foi feito por Kant (1724-1804) para justificar
o início do novo estágio da filosofia moderna, almejado com a sua obra Crítica
da Razão Pura.

"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos
objetos; porém, todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a
priori sobre os mesmos, através do que o nosso conhecimento seria ampliado,
fracassaram sob esta pressuposição."
(Kant. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p.14. Coleção "Os Pensadores")

A partir desta citação, explique em que consiste a Revolução Copernicana


realizada por Kant na filosofia.

7. (Enem 2014) É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização


do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida,
qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela
própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram
anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia


cartesiana tem caráter positivo por contribuir para o(a)

a) dissolução do saber científico.


b) recuperação dos antigos juízos.
c) exaltação do pensamento clássico.
d) surgimento do conhecimento inabalável.
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos.
8. (Enem 2013)

TEXTO I

Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos,


recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois
eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso
e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-
me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente
a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973
(adaptado).

TEXTO II

É de caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio


processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza
que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida,
e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas
por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a


reconstrução radical do conhecimento, deve-se

a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.


b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados.
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

9. (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular
pelos objetos; porém todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos,
algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão
melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular
pelo nosso conhecimento.
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução


copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que

a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento.


b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o
ceticismo.
c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a
reflexão filosófica.
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em
relação aos objetos.
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são
ambas recusadas por Kant.

10. (Ufsj 2012) Ao analisar o cogito ergo sum – penso, logo existo, de René
Descartes, conclui-se que

a) o pensamento é algo mais certo que a própria matéria corporal.


b) a subjetividade científica só pode ser pensada a partir da aceitação de uma
relação empírica fundada em valores concretos.
c) o eu cartesiano é uma ideia emblemática e representativa da ética que
insurgia já no século XVI.
d) Descartes consegue infirmar todos os sistemas científicos e filosóficos ao
lançar a dúvida sistemático-indutiva respaldada pelas ideias iluministas e
métodos incipientes da revolução científica.

11. (Enem 2012) - TEXTO I

Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência


nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
TEXTO II

Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo
empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que
impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer
impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do


conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que
Descartes e Hume

a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um


conhecimento legítimo.
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na
reflexão filosófica e crítica.
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do
conhecimento.
d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e
aos sentidos.
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção
do conhecimento.

12. (Unimontes 2012) Como podemos conhecer? Eis uma questão central da
investigação filosófica. Uma das respostas mais radicais foi formulada pelo
filósofo francês René Descartes, que escreveu um texto que colaborou de
maneira significativa para a ciência moderna. Marque a alternativa que indica a
obra de René Descartes.
a) Manifesto do Partido Comunista.
b) Contrato Social.
c) Discurso do Método.
d) Paideia.
13. (Uel 2011) O principal problema de Descartes pode ser formulado do
seguinte modo: “Como poderemos garantir que o nosso conhecimento é
absolutamente seguro?” Como o cético, ele parte da dúvida; mas, ao contrário
do cético, não permanece nela. Na Meditação Terceira, Descartes afirma: “[...]
engane-me quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja
enquanto eu pensar que sou algo; ou que algum dia seja verdade eu não tenha
jamais existido, sendo verdade agora que eu existo [...]”

(DESCARTES. René. “Meditações Metafísicas”. Meditação Terceira, São Paulo: Nova Cultural,
1991. p. 182. Coleção Os Pensadores.)

Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes


para fundamentar o conhecimento, é correto afirmar:

a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos


nem pela razão, já que ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento
seguro detém-se nas opiniões que se apresentam certas e indubitáveis.

b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo,


tanto ao sujeito como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as
circunstâncias em que ocorrem os fenômenos observados.

c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma


vez que somente as coisas percebidas por meio da experiência sensível
possuem existência real.

d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no


debate perpétuo e universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a
existência de Deus a única certeza que se pode alcançar.

e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em


submetê-lo sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele
resista à dúvida mais obstinada.
14. (Uncisal 2011) No período moderno, emergiu uma escola filosófica que pôs
em questão as concepções inatistas e metafísicas de conhecimento. Para os
filósofos partidários dessa escola, o conhecimento é sempre decorrente da
experiência, jamais podendo existir ideias inatas. O nome dessa corrente
filosófica, bem como o nome de um de seus filósofos representativos são,
respectivamente:

a) inatismo; Descartes.
b) idealismo; Kant.
c) escolástica; Santo Agostinho.
d) empirismo; Locke.
e) metafísica; Platão.

15. (Unioeste 2010) “Se os que nos querem persuadir que há princípios inatos
não os tivessem compreendido em conjunto, mas considerado separadamente
os elementos a partir dos quais estas proposições são formuladas, não estariam,
talvez, tão dispostos a acreditar que elas eram inatas. Visto que, se as ideias das
quais são formadas essas verdades não fossem inatas, seria impossível que as
proposições formadas delas pudessem ser inatas, ou nosso conhecimento delas
ter nascido conosco. Se, pois, as ideias não são inatas, houve um tempo quando
a mente estava sem esses princípios e, desse modo, não seriam inatos, mas
derivados de alguma outra origem. Pois, se as próprias ideias não o são, não
pode haver conhecimento, assentimento, nem proposições mentais ou verbais a
respeito delas. […] De onde apreende a mente todos os materiais da razão e do
conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso
conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio
conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas
operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e
refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os
materiais do pensamento.” (Locke)
Tendo presente o texto acima, é correto afirmar, segundo Locke, que

a) há duas fontes de nossas ideias, a sensação e a reflexão, de modo que tudo


o que é objeto de nossa mente, por ser ela como que um papel em branco, é
adquirido por meio de uma ou de outra dessas duas fontes.

b) contrariamente ao que afirma o texto, o autor admite excepcionalmente


como inatos alguns princípios fundamentais e algumas ideias simples.

c) chama-se experiência a forma de conhecimento que, produzido por meio das


diferentes sensações, nos permite saber o que as coisas são em sua essência
e na medida em que são independentes de nós.

d) a ideia de substância é uma ideia simples formada diretamente a partir de


nossa experiência das coisas e da capacidade que elas têm de subsistirem.

e) todas as nossas percepções ou ideias provém das sensações externas e de


nosso contato com o que existe fora de nós.
GABARITO

Resposta da questão 1

No texto da questão, René Descartes faz um elogio do conhecimento como


dominador da natureza e útil à vida humana. Isso permitiria ao homem gozar
melhor o mundo e conservar sua saúde. A única alternativa que está de acordo
com essa perspectiva sobre a ciência é a [E], a única correta. Esta visão
cientificista do mundo é própria da modernidade ocidental.
Gabarito: e

Resposta da questão 2

John Locke é um dos principais representantes do empirismo. Segundo ele, as


ideias são resultado da experiência humana, exatamente como apresenta a
alternativa [D].

Gabarito: d

Resposta da questão 3

A existência do ser humano é revelada a ele mesmo através do ato de


pensar e este é o princípio fundamental de toda a certeza racionalista. Para
chegar ao 'penso, logo existo', Descartes utilizou-se da dúvida radical ou
hiperbólica. Ele duvidou inicialmente de suas sensações como forma de
conhecer o mundo, pois as sensações enganam sempre, duvidou
posteriormente da realidade externa e da realidade do seu corpo como forma de
comprovar que o conhecimento certo, através do argumento do sonho, duvidou
da certeza advinda das entidades matemáticas, através do argumento do gênio
maligno, mas não teve como duvidar que estava duvidando. Eis aí a primeira
certeza: duvido, logo existo, mas duvidar é um modo de pensar, então: 'Penso,
logo existo', que significa: penso, logo tenho consciência de mim mesmo, ou
penso, logo sei, ou penso, logo tenho consciência, ou penso, logo sei algo certo.

Gabarito: e
Resposta da questão 4

O primeiro filósofo moderno de renome que teorizou sobre o


conhecimento que decorre da experiência foi John Locke. A partir dele se
desenvolveu uma corrente epistemológica chamada de empirismo, que se
opunha veementemente àqueles que consideravam a existência de ideias
inatas.

Gabarito: d

Resposta da Questão 5
Para resolver o impasse entre empiristas e racionalistas, Kant
desenvolveu sua teoria do conhecimento procurando compreender a própria
razão humana. Desta forma, Kant identificou três estruturas a priori da razão: a
estrutura da sensibilidade, a do entendimento e a da razão propriamente dita. É
através dessas estruturas que o sujeito pode conhecer alguma coisa.
Gabarito: d

Resposta da Questão 6:
A revolução copernicana realizada por Kant na filosofia diz respeito à forma
como ele soluciona a oposição entre inatismo e empirismo. Segundo Kant,
ambas as correntes consideravam que o conhecimento deveria ser regulado
pelos objetos. Kant desloca o olhar, passando a considerar a razão como centro
do conhecimento. É somente assim que ele pode considerar o que a razão pode
ou não pode conhecer, e de que forma ela conhece

Resposta da questão 7:

A dúvida radical conduz o pensador à conclusão de que pensa, o cogito. Esta é,


para Descartes, o conhecimento inabalável, princípio de todas as certezas.
Sendo assim, somente a alternativa [D] está correta.
Gabarito: d
Resposta da questão 8:

Como exemplo da radicalidade indicada pelo prof. Franklin Leopoldo e Silva, vale
mencionar que Descartes inicia a segunda meditação com a metáfora de um
homem submerso, ele diz: “a meditação que fiz ontem encheu-me de tantas
dúvidas, que doravante não está mais em meu alcance esquecê-las. E, no
entanto, não vejo de que maneira poderia resolvê-las; e, como se de súbito
tivesse caído em águas muito profundas, estou de tal modo surpreso que não
posso nem firmar meus pés no fundo, nem nadar para me manter à tona”. Essa
metáfora expõe um homem de mãos atadas; voltar para a situação anterior é
impossível, porém manter-se no meio do caminho também. A única opção é
manter-se trilhando o caminho da dúvida sistemática e generalizada, esperando
desse modo alcançar algum ponto firme o suficiente para ser possível apoiar os
pés, e nadar de volta para a superfície. Mantendo-se nesse caminho, o filósofo
busca o ponto que irá inaugurar uma cadeia de razões da qual ele não poderá
duvidar. O chão desse mar no qual o filósofo está submerso é esta única coisa
da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio maligno estiver operando. Tal
certeza radical é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno perverte meus
pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar
pensando para que ele me engane. Penso, existo é a nova raiz que nutre a
modernidade.
Gabarito: b

Resposta da questão 9:

Primeiro, é necessário distinguir entre os tipos de juízos que Kant considera


sermos capazes de fazer. Eles são três: 1) juízos analíticos (ou aqueles juízos
nos quais já no sujeito encontramos o predicado, ou seja, juízos tautológicos e,
por conseguinte, dos quais não se obtém nenhum tipo de conhecimento); 2)
juízos sintéticos a posteriori (ou aqueles juízos nos quais a experiência sensível
está presente e se faz parte decisiva do julgamento, ou seja, juízos particulares
e contingentes); e 3) juízos sintéticos a priori (ou aqueles juízos nos quais o
predicado não está contido no sujeito e a experiência não constitui alguma parte
decisiva do conteúdo, ou seja, juízos nos quais se obtém conhecimento sobre
algo, porém sem que a experiência seja relevante para a conclusão obtida, o que
faz desse tipo de juízo universal e necessário).
Segundo, lembremos que Kant afirmava que a matemática e a física realizam
justamente o último tipo de juízo mencionado. Ele, então, se perguntava se a
metafísica também não era capaz de realizar esse tipo de juízo. Para solucionar
esta questão: “é possível uma metafísica baseada em juízos sintéticos a priori?”,
o filósofo irá modificar o ponto de vista da investigação se inspirando em
Copérnico, isto é, considerando o objeto não através daquilo que a experiência
sensível expõe, porém a partir da possibilidade de a faculdade mesma de
conhecer constituir a priori o objeto – o astrônomo fez algo similar quando, em
vez de calcular o movimento dos corpos celestes através dos dados da
experiência sensível, calculou esses movimentos através da suposição de que
o próprio observador (o homem sobre a Terra) se movia. Esse a priori que Kant
formula se encontra nas formas da sensibilidade, nas categorias do
entendimento e no esquematismo, isto é, na sua filosofia transcendental, ou na
sua filosofia sobre as condições de possibilidade do próprio conhecimento.
Gabarito: a

Resposta da questão 10:

Uma vez que as sensações são fonte de engano, Descartes deduz a sua
existência, enquanto ser, a partir do ato de pensar, e não da matéria corporal.
Sendo assim, somente a alternativa [A] é correta.
Gabarito: a

Resposta da questão 11:

Da dúvida sistemática e generalizada das experiências sensíveis, Descartes


espera começar a busca por algum ponto firme o suficiente para ser possível se
apoiar e não duvidar. O chão deste mar de dúvidas no qual o filósofo está
submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio
maligno estiver operando. Esta certeza é a certeza sobre o fato de que se o gênio
maligno perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato
de que eu devo estar pensando para que ele me engane. Então, se penso,
existo.
David Hume (1711-1776), influenciado pela filosofia de John Locke (1632-1704),
parte de uma noção da mente humana segundo a qual o homem não possui
ideias inatas, porém todas elas provêm da experiência sensível para compor o
conhecimento. Sendo assim, o homem conhece a partir das impressões e das
ideias que concebe a partir da experiência. De experiências habituais ele constrói
conhecimentos baseados em matérias de fato e relações entre ideias. Os
conhecimentos sobre matérias de fato são empíricos, portanto, apenas mais ou
menos prováveis, já os conhecimentos sobre relações de ideias são puros,
portanto, sempre certos sem, todavia, se referir a qualquer realidade sensível.
Gabarito: e

Resposta da questão 12:

A principal obra de René Descartes é Discurso do Método, onde ele apresenta


a forma como deve ser conduzida a investigação filosófica e científica para se
chegar ao conhecimento das coisas que existem.
Gabarito: c

Resposta da questão 13:

Descartes tem como ponto de partida a busca de uma verdade que não pode
ser colocada em dúvida, por isso, começa duvidando de tudo, começando pelas
afirmações do senso comum, passando pelas autoridades, do testemunho dos
sentidos, até do mundo exterior, inclusive da realidade do seu corpo, no entanto,
só interrompe essa cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser, do seu próprio
intelecto que duvida, pois não pode duvidar de que está duvidando, daí, a célebre
máxima cartesiana: “penso, logo, existo”.
Gabarito: e

Resposta da questão 14:

O primeiro filósofo moderno de renome que teorizou sobre o conhecimento que


decorre da experiência foi John Locke. A partir dele se desenvolveu uma corrente
epistemológica chamada de empirismo, que se opunha veementemente àqueles
que consideravam a existência de ideias inatas.
Gabarito: d

Resposta da questão 15:

A alternativa [A] é a única correta. Locke considera que as ideias provém ou da


sensação ou da reflexão. Ainda que o conhecimento advenha da experiência,
esta não está relacionada somente às sensações externas, mas é “empregada
tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas
mentes”.
Gabarito: a

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