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8
A INVENÇÃO DA SOCIEDADE
M E M Ó R I A e SOCIEDADE
DIFEL
Difusão Editorial. Lda
Liiboa
A co lecção M E M Ó R IA E
SOCIEDADE dirige-se a um
público diversificado, composto
por professores dos diversos
graus de ensino, estudantes dos
anos terminais do ensino secun
dário e do ensino universitáric,
quadros e empregados de servi
ços, novas profissões urbanas,
profissões liberais, agentes
culturais de diferentes sectores,
etc. Cobrirá um campo muito
vasto, procurando apresentar es
tudos de reconhecida qualidade
sobre problemas pertinentes do
presente e do passado.
Os autores previstos para a pri
meira fase da colecção consti
tuem uma garantia da diversida
de de temas e de pontos de vista.
As suas obras têm vindo a insta
lar rupturas e a pôr em causa as
divisões tradicionais do saber.
Ao mesmo tempo, está em pre
paração um conjunto de obras
sobre a realidade portuguesa
que, elaboradas no silêncio do
gabinete ou no colorido trabalho
de campo, interessam vastos
círculos de opinião. Contra uma
falsa ideia que faz da obra de
difusão sinônimo de simplifica
ção forçada, serão dados a conhe
cer os resultados de cuidadas
investigações, porque só estas
estimulam reflexões aprofunda
das.
Finalmente, haverá que revalori
zar textos clássicos, tanto no seu
estatuto, como na força da sua
actualidade. Critério que impli
ca recuperação do olvidado ou
reco lo cação do dem asiado
conhecido, na linha da concilia
ção das obras pertencentes ao
patrimônio internacional com as
obras portuguesas.
JACQ UES REVEL
A INVENÇÃO DA SOCIEDADE
Tradução
de
Vanda Anastácio
Memória e Sociedade
DIFEL
Difusão Editorial. Lda.
Llibta
©Jacques Revel, 1989; Editions du Seuil, 1989; Annales, 1989; Editora
Nova Fronteira, 1989; Pergamon Press, 1989.
Todos os direitos para publicação desta obra em língua portuguesa reser
vados por:
DIFEL
Difusão Editorial. Lda
Memória e Sociedade
Colecção coordenada por Francisco Bethencourt e Diogo Ramada Curto
Os Annales em perspectiva
Há sessenta anos que os Annales se impuseram como um
ponto de referência do trabalho histórico, quer em França,
quer no resto do mundo. Esta permanência é suficientemente
notável para merecer um apontamento. Se iniciamos esta
antologia com uma tentativa de fazer o balanço da experiên
cia historiográflca dos Annales, não é, como seria de esperar,
para nos tentarmos colocar sob um patrocínio prestigioso,
nem mesmo para lembrar o que foi, para a minha geração,
para outras duas que a precederam, e ainda para uma quarta
que veio depois, a herança cultural recebida. É principal
mente para tentar dissipar um certo número de mal-enten
didos que se exprimem habitualmente acerca desta matéria
e para colocar, em termos que espero sejam um pouco dife
rentes, os problemas de continuidade e descontinuidade, no
interior de um movimento de pesquisa e de reflexão, que o
apresentamos aqui.
Falei de movimento, não de escola — como se faz, in
felizmente, com exagerada frequência, quando se trata dos
Annales. Uma escola, rigidamente organizada em torno de
uma instituição, depositária dos seus livros sagrados, espar
tilhada pelas suas convicções e pela sua hierarquia: não há
nada mais alheio à forma como se constituiu à volta de um
pequeno grupo de homens e da revista que fundaram em
1929, aquilo a que poderiamos chamar, retomando o voca
bulário do capitalismo nascente, uma sociedade de investiga
ções. E certo que, depois, se perderam de vista, por vezes, a
dimensão da iniciativa, os seus meios e a agressividade bem-
-humorada dos fundadores; também não duvidamos que o
próprio êxito da revista e das maneiras de fazer a história
que ela propôs, que propõe ainda hoje, tenham pesado no
próprio estilo dos Annales. Os Annales mudaram várias vezes
12 OS ANNALES EM PERSPECTIVA
12
Texto retomado em Combats pour 1'histoire, Paris, 1953, p. 20.
24 HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS
com
MICHEL DE CERTEAU E DOM INIQUE JU LIA
Charles Nisard
No começo há um morto
Nascimento de um exotismo
mas há, e deve sempre haver para além disso uma virilidade
clarividente e dominante [..,]22.» Elogio da violação dialéc-
tica? Em todo o caso confissão mal disfarçada de uma vio
lência antiga que oscila agora entre o voyeurismo e- a peda
gogia. Nesta área tudo é possível. O liberalismo um pouco
depreciativo de alguns grupos assinala precisamente que «o
espírito novo não despreza ninguém; na natureza, nada lhe é
indiferente23». O povo é, em suma, o bom selvagem; ao fe
chamento cultural pode suceder-se a reserva ou o museu.
O olhar dos letrados pode querer-se neutro e, porque não,
simpático. A violência mais secreta do primeiro folclorismo
foi ter camuflado a sua violência. Ela conduz-nos de novo ao
presente.
26 Cf. por ex. G. Bollème, «Littérature populaire...», op. cit., pp. 66-67.
27 R. Chartier, in Rerue bistorique, 495 (1970), pp. 193-197.
28 Cf. por exemplo Jean-Paul Sartre, «Points de vue: culture de po-
che et culture de masse», in Temps modemes, 208 (Maio de 1965).
CAPÍTULO II 61
Ciência e política
53 Ibid., p. 636.
CAPÍTULO II 75
6 Ibid., p. X X X IX .
CAPÍTULO III 83
sua pessoa, quer no seu gado, nas suas plantas, ou nos frutos
que reuniu da terra. Só os teólogos têm capacidade para li
dar com um assunto tão delicado.» Trata-se, sem dúvida, de
um exemplo da cautela dos encyclopédistes, mas sugere a exis
tência de uma solidariedade entre os detentores do uso cor
recto da razão quando se defrontam com aqueles que racio
cinam de forma deficiente ou nula. O que me conduz a um
segundo sistema de oposições, identificável muito antes da
época da Encyclopédie. Na primeira metade do século XVII,
aparece um outro tipo de divisão entre cultura de elite e
cultura popular. O século XVI assistiu a uma grande diver
sidade de interesse pelos produtos da subcultura (particular
mente no caso de regionalismos, linguagem e provérbios que
foram cuidadosamente coleccionados e compilados). O clas-
sicismo francês definiu claramente a distância entre os dois
níveis culturais101.
Publicavam-se abertamente colecções de provérbios, em
bora em pequena escala, e houve colecções de contos popu
lares que entraram na literatura culta com os Contes de ma
mère l’Oye de Charles Perrault (1697). Estes marcos históricos
não reflectem de forma exacta a atitude mais generalizada.
N a senda de René Pintard, J. M. Goulemot insistiu acerta-
damente no papel decisivo desempenhado nesta evolução pelo
círculo dos libertins érudits' ‘. Apesar de ser constituído por
uma minoria e de ser praticamente marginal, este grupo advo
gava um tipo de controle social e cultural muito diferente
daquele que sustentavam os guardiães do bon usage acima
descrito. A pretensão de um magistério sociocultural já não
se fundava aqui num estatuto profissional. Este grupo en
volvia alianças muito mais amplas e diversas do que aquelas
que aproximavam, por exemplo, os teólogos, do abade Thiers.
Estes «livres-pensadores» não se definiam nem se identifica
vam na base de uma competência normativa: nem se consi-
Configurações espaciais
Como se sabe, em França, a história e a geografia são
disciplinas tradicionalmente associadas. È preciso ver neste
facto a herança longínqua do ensino dos Jesuítas que, como
se sabe, ainda pesa nas nossas concepções educativas. Mas
este par foi muitas vezes reformulado: a história e a geogra
fia deixaram muito precocemente o domínio do sagrado para
se laicizar; nos finais do século X IX , a sua associação conhe
ceu uma nova fecundidade com o aparecimento, contempo
râneo, da escola geográfica francesa, de Paul Vidal de La
Blache e seus sucessores, e de um grande debate acerca da
conceptualização geográfica iniciado pelos sociólogos durkhei-
mianos. Trata-se apenas de algumas etapas numa história
muito longa, muito complicada e que está em grande parte
ainda por escrever. Podem ser úteis, de imediato a um leitor
estrangeiro que se interrogue acerca da evidente obsessão do
espaço na historiografia francesa e na dos Annales em parti
cular: de La Terre et 1’évolution humaine de Lucien Febvre (1921)
aos Caracteres originaux de 1’histoire rurale française de Marc
Bloch (1931), de La Méditerrannée de Fernand Braudel (1949)
às Structures du Latium médiéval de Pierre Toubert (1973)
passando pelo exército das grandes teses francesas deste sé
culo, a interrogação geográfica está presente um pouco por
toda a parte.
Abordamo-la nas páginas que se seguem, sob um ângulo
talvez pouco habitual apesar de o fazermos a propósito de
um tema clássico: a formação do espaço francês. Trata-se
de uma iniciativa paradoxal: nada é mais sacralizado que o
território da nação. No caso francês, a antiguidade da nação
França e a referência gaulesa que a antecedeu impõem há
muito que se considere esse território como uma realidade
intocável. Não é verdade que César na Guerra das G álias, e
102 CONFIGURAÇÕES ESPACIAIS
Y)^ C 3 o / f v A pov^/jj .
/) poíGiUíiJ&lc ‘s.iirvltac,- Jj
CAPÍTULO IV
Ar viagens do soberano
0 regresso ao território
nho feito desde há quase três anos, foi possível verificar que
a unidade nacional se afirmou com brilho e sem nenhum in
cidente, em torno da França e da República [...]•» No ano
anterior, após três dias extenuantes passados na Alsácia, Robert
Schumann confortara-o acerca do seu propósito: «Está cansa
do, fez um grande esforço, mas é uma boa aposta.» O desti
no da nação, mas também a fadiga, o dom de si mesmo à
multidão, mas também o sentido burguês do investimento:
estes elementos não são contraditórios, e se as viagens de
Auriol não os impõem, não se conclua que não têm impor
tância e grandeza. Num momento em que a autoridade do
Estado, que ele encarna, está debilitada, a peregrinação pre
sidencial reencontra, como que por instinto, o velho recurso
real do espaço. Este socialista, filho do povo republicano,
terá ficado, sem dúvida, feliz com este comentário de um
operário ao seu filho, durante a passagem do cortejo oficial
em Calais: «Queres saber o que é um presidente? Leste na
história que houve os reis de França? Ora bem o presidente,
é o rei de uma República13.» A função da viagem perpetua-
-se assim até aos nossos dias. Transformou-se, adaptou-se,
empobreceu-se talvez. Os presidentes da Quinta República,
aliás superinvestidos de poderes constitucionais, conservaram
no entanto o hábito de percorrer em todos os sentidos um
país que a partir de certa altura passou a estar reduzido à
metrópole. Acentuaram-no, e é dos confins da província que
gostam de divulgar, dramatizando-as, as suas opções e os
seus grandes projectos. Destas visitas conduzidas a passo rápido,
espartilhadas pelo protocolo, não retiram, claro está, nenhum
conhecimento novo. Limitada ao essencial, a viagem do po
der enuncia-se hoje sob o signo de uma constatação recíproca.
Ao soberano republicano compete verificar se tudo está em
ordem em toda a parte; De Gaulle, combinando humor e
retórica, teve o gênio destes truísmos esplêndidos — «Saúdo
Fécamp, porto de mar que pretende continuar a sê-lo», ou
ainda: «Lyon nunca foi tão lionês14.» Espera-se ainda do povo
Os inventários medievais
Descrever ou contar?
A França em números
0 mapa da França
Ao serviço do poder
0 amor ao mapa
0 mapa unificado
Os corpos e comunidades
tro. Não para negar que estes dois aspectos tenham estado
muitas vezes estreitamente imbricados, mas para compreen
der melhor as suas relações efectivas17. Tudo parece advogar
também contra a existência de um modelo corporativo unifi
cado regendo, para além da diversidade dos seus estatutos,
das suas funções e da sua importância, o conjunto das artes
e dos ofícios. Mas se aceitamos pôr em causa estes aspectos,
a pergunta coloca-se de forma ainda mais insistente: porque
será que os corpos de ofícios passaram nos anos 1770, a sim
bolizar toda a realidade corporativa?
Enquanto problema propriamente político, a organização
corporativa está no centro do debate durante um período
relativamente breve, aproximadamente de Janeiro a Setem
bro de 1776. No espaço destes nove meses, assistimos su
cessivamente e num ritmo extremamente rápido, ao pôr em
causa das comunidades profissionais, à sua abolição legisla
tiva, e em seguida, depois do despedimento de Turgot, à
sua restauração segundo modalidades transformadas. Curio
samente, este ciclo de uma particular intensidade parece ter
minar aí. Continuar-se-ão a disputar corporações até à sua
supressão definitiva em 1791, mas o assunto deixou de ser
fulcral. Tudo se passa como se o tema tivesse perdido o seu
valor exemplar e já não fosse capaz, por isso, de focalizar o
debate político. Podemos por isso arriscar a hipótese de que
tenha sido a própria forma que assumiu, em 1776, o choque
das posições confrontadas, o que lhe deu a sua importância
excepcional.
Contudo, como se sabe, o assunto está muito longe de
ser novo. A denúncia dos abusos das comunidades é indisso
ciável da sua própria existência, quer venha do âmbito dos
poderes públicos, do «público» ou de outras comunidades
rivais. Tem os seus temas obrigatórios: tradicionalmente põe
em causa o «egoísmo» dos ofícios, as suas iniciativas contínuas
de expansão ou de defesa, as práticas nefastas que cobrem1
18 Cf. Sewell, Gens de métier et révolutions, op. cit., cap. III, do qual
retiro as citações que se seguem, todas tiradas da Encyclopédie.
196 CORPOS E COMUNIDADES
20 Cf. Coornaert, Les corporations en France, op. cit.\ sobre Terray ver
E. Faure, La disgrâce de Turgot, Paris 1961, pp. 426-429-
198 CORPOS E COMUNIDADES
31 Mémoim secrets, tomo 9 (1776), pp. 41, 45, 46, 47, 50, 54, 56, 69-70.
32 Fr. Olivier-Martin, Uorganisation corporative, op. cit., p. 541.
CAPÍTULO VI 209
Práticas do motim
0 Mercado Saint-Honoré
0 Mercado Saint-Honoré
A ordem policial
M aria Antonieta
ÍNDICE DE AUTORES
ÍNDICE TEMÁTICO
ACONTECIMENTO, 75, 217, 221, 223; ASTRONOMIA, 86, 142; astrônomos, 79,
construção do -, 219, 224. 85, 88; cometas, 86.
ALTERIDADE, 6 7 ,6 9 ,9 1,92; diferença, 41,
46,73,77,91,93, 179, 180; exclusão BIOGRAFIA DE MARIA ANTONIETA, 1,
do outro, 67; «exotismo», 52,70,95, 183, 184, 237-254; amantes, 245,
169; o outro da cultura erudita, 64; 248; casamento, 238, 239, 241, 242;
selvagem, 52, 92, 95. confidentes, 240, 247; educação,
ANNALES, 4,6,11-12, 13-41. 101; bibliogra 239; filiação, 238; filhos, 241-242,
fia sobre, 13,16; - e Ciências Sociais, 253; fontes para a -, 240; influência
7, 13,15, 16, 21, 22-23, 27,29; cola política, 246, 249, 250, 251; inquéri
boradores, 23, 28; colóquios/debates to sobre a -, 237; intimidade(esfera
sobre os -, 13, 14, 18; conjunturas da), 241,242, 247, 248, 253; «lenda
(estudo das), 34; continuidade/des- negra», 241, 243, 245, 254; mãe
continuidade dos/nos -, 14, 15, 16, (relação com a), 240, 243, 244, 245;
17, 41; e economia, 26; empirismo morte, 254; nascimento, 238; proces
nos -, 27; escola/movimento dos so da rainha, 237,253,254; retrato de
11,13,14,15,16, 18,25;estruturalis- Maria Antonieta, 244,246,249,253,
mo, 35; funcionalismo, 35; fundado 254; Revolução Francesa (como ini
res, 3-4, 11, 13, 14, 15, 28; e geogra miga da), 249, 250, 251, 252, 253;
fia vidaliana, 25, 26; gerações, 1, 2, rumores/comentários, 241,245, 249.
11; história dos, 14, 16, 17 história
global, 38-39,41; história-problema, CAMPO INTELECTUAL, 17, 19, 32, 85,
21; identidade dos -, 15, 18; inquéri 150; academias, 97, 167; - hodiemo,
tos, 21, 23; institucionalização dos -, 2; círculo, 98; critérios de gosto, 87;
29; interdisciplinaridade, 23; «lenda eruditos, 49, 56, 61, 165, 177, 179;
dos -», 14; métodos, 11, 13, 27; estudantes, 150; intelectuais, 77, 79,
mudança social (estudo da), 35; 94; letrados, 50, 59, 60, 61, 72, 77;
«nouvelles Annales» (1969), 15; ori «livres-pensadores», 84; movimento
gem dos -, 14, 15, 22, 26; intelectual, 92; partilhas das práticas
«paradigma(s)dos-», 12,13-41; pro especializadas, 98; salões, 201, so
grama, 17,23,33; retroprojecção, 23; ciabilidade intelectual, 98; sociétés
sistemas (estudo dos), 34, 35; socia de pensée revolucionárias, 97.
bilidade intelectual dos -, 26; sociolo Centros de investigação, 30; Académie Cri
gia dos, 16; teoria, 16,26,35; Univer tique, 93, 94, 98, 179; Académie
sidade (relação com a), 27-28. Française, 87; Académie Royale des
ANTROPOLOGIA, 31,46,75,79,91,93,95, Sciences, 148, 152, 157; Centre In
98, 157, 170, 172, 179, 180, 187; ternationa! de Synthèse, 27; Collège
- estrutural, 32; - histórica, 35; - do de France, 23,28,143; Conseil Supé-
local, 131, 168; estatuto institucio rieur de Ia Recherche Scientifique et
nal, 31; método, 79; objecto, 79; pa du Progrès Technique, 30; Ecole des
rentesco, 31. Hautes Etudes en Sciences Sociales,
ARQUEÓLOGO, 55. 2, 16, 28, 29, 31, 174; INSEE, 136,
ARQUIVOS, 60, 175, 179, 218; - policiais, 137; Maison des Sciences de
217; memória, 92, 95, 119, 134; mo 1'Homme, 31; Museu do Homem, 28;
numentos, 94, 112, 167, 169. organização dos -, 34; sociedades
ARTE/ESTÉTICA, 58, 62, 94; - popular, 57, eruditas, 135; Société des Amis de Ia
61,65. Constitution, 97; Société des Obser-
260 A INV ENÃ O DA SO C IE D A D E
lei natural, 195; ordem natural, 195, 90; estratégias científicas, 38; hierar
196, 227; privilégios, 121, 145, 162, quia das disciplinas, 17, 98; interdis-
164, 172, 173, 175, 188, 195, 201, ciplinaridade, 30, 33, 36; modelos
202, 209; realidade jurídica, 117, explicativos, 160, 164; objectivismo,
188, 190, 197; uniformização 4; objecto científico, 4,40; perspecti
jurídica, 173, 174, 177. va genética, 93; relação conheci-
DISCURSO, 51, 57, 63, 75, 78, 89, 90, 106, mento/política, 85; relação objecto
163, 184, 187, 191, 204; argumenta científico/métodos/sociedade,51;sis-
ção, 211; monólogo, 53; - político, temas de percepção, 138, 141, 161;
207; produção de -, 78; retórica, 138, teóricos, 91; «trabalhos práticos», 2;
212 . tradição/conhecimento, 139,140,142,
DISPOSITIVO, 37, 119; silêncio, 67, 128; 143,159,170; validação científica, 4,
moda, 87, 88. 22.
DOCUMENTAÇÃO, 46. 55, 73, 89, 90, 91, ESPAÇO, 96, 101, 109, 114, 116, 117, 118,
92,120,136,138,141,143,185,201, 125, 133, 136, 143, 224; apropriação
212; almanaques, 56, 59, 60, 61, 62, do -, 106, 107, 108, 109, 112, 113,
64, 67; bibliófilo (ofício de), 56; co- 138, 139, 146, 152, 157, 179; atlas,
leccionador (ofício de), 56; colec- 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152,
ções, 84,87,91,252; compilação, 90, 156, 157; capital, 104, 105,107, 110,
150; corpus, 1, 66, 80, 87, 118; dos 167, 189, 212, 218, 227; citadinos,
sier documental, 217, 218; encader 54; concepção «celular» do espaço,
nação, 56; livros eruditos, 67; relatos 155, 156; concepções de região, 166;
de viagens, 91; revistas folclóricas, configurações espaciais, 160; conhe
57; vestígio, 91,94. cimento do território, 103-158, 170;
DOMINAÇÃO, 75, 226; «cortar a palavra», consciência regional, 161, 167, 168,
53; «doces leis», 53; domesticar, 53; 169, 172, 176, 179, 180; construção
excomunhões, 51; instrução, 54; ob- do - francês, 101, 102, 103-158, 173,
jecto «abolido», 72; ordem, 51; 175; controlo do -, 111; delimitação
polícia, 49, 50; processo de elimina do território, 109, 117, 120; diversi
ção, 51; resistência à -, 54; submis dade, 41, 128, 131, 136, 145, 155,
são, 233. 156, 161, 163, 164, 168, 172, 173,
179, 180; domínio do -, 103, 104,
ECOLOGIA, 166, 177. 105, 118, 119, 120, 133, 144, 226; -
ECONOMIA, 26, 105, 112, 125, 126, 132, restrito, 126, 127, 156; Estado/re-
133, 136, 137, 146, 152, 156, 157, giões, 160-163, 167-168, 171-173,
165, 189, 190, 193, 197, 198, 203, 175-176, 179; estradas, 140, 146,
204, 205, 210, 211, 233; agentes 147, 154, 155-156, 157; fronteiras,
econômicos, 200; concorrência, 197, 104, 107, 110, 112, 120, 138, 139,
199, 211; conjuntura econômica, 34; 147, 151, 162, 165; identidade regio
contabilidade, 137; controlo econô nal, 159-180; inquérito, 104, 105,
mico, 193; crise(s), 122, 128, 154; 112,117-138,139,166, 170,178; iti-
- moral, 219; economista, 95, 127, nerância do rei, 105, 109, 121; iti
170, 197, 199, 201, 204, 205, 208; nerário, 107,108,109, 140,142,146;
estatuto institucional, 28; finanças, local de informação e de encontro,
124, 146, 154, 157, 207; fisco, 117, 220, 222-223; mapa, 104, 117, 124,
118, 120, 122, 123, 125, 139, 146, 138-158; mercado, 222-224; metró
164, 174, 193, 217; fisiocrata, 95, pole, 116, 138; nação, 94, 96, 101,
133, 165, 170; interesse individual, 103, 116, 118, 128, 131, 137, 159,
197; leis do mercado, 196; lucro, 163, 170, 175; particularismos, 107,
198; mercantilismo, 124; mo 126, 130, 131, 132, 133, 146, 162,
nopólio, 188, 195. 196, 199, 211; 164,168, 173, 175, 178,179; política
produção, 190, 199, 202; proprie do -, 105, 114, 138, 152-158, 172-
dade, 199; recursos, 124, 125, 128, 176; prédio, 224-226; província(s),
134, 156, 157, 164, 176, 179; unifor 94,107,108,109,114,116,118,120,
mização econômica, 159. 123, 124, 126, 130, 131, 143, 145,
EMPIR1SMO/EMPÍRICO, 27, 88, 140, 173, 146, 147, 151, 152, 154, 156, 162,
195. 163, 164, 166, 167, 168, 169, 170,
ENSINO (ver pedagogia). 171, 173, 174, 175, 176, 177, 178,
EPISTEMOLOGIA, 5, 19, 25, 38, 85, 137; 209; regional, 87, 96, 114, 127, 129,
aporia, 62; disciplina-mãe, 40; espe- 136, 143, 152, 162, 163, 164, 165,
cialidades/especialização, 30,32,39. 167, 168, 170, 172, 173, 174, 175:
262 A IN V EN ÇÃ O D A SO C IE D A D E
reorganização do 129, 132, 155, 183, 185, 186, 187, 188, 191, 192,
156,163,174, 175,176; rural/cidade, 193, 208, 211, 214, 217, 239, 249,
56,57,87,94,96,113,164,165,176, 252; Arcádia, 53; campo da discipli
177; «sentido do espaço»[ou percep na, 14, 17,28-29, 38,40; ciclos, 34; e
ção do -], 138,141, 168; taberna, 223, Ciências Sociais, 7,12,17,18,19,22,
235; território da nação, 101, 103, 24-5, 27, 28-9, 32-33, 35, 36, 37;
111, 114, 117, 121, 128, 130, 131, classicismo francês, 86-87, «condi
138, 148, 152, 155, 157, 166; uni ções gerais», 183; condições de tra
dade nacional/unificar, 54, 102, 103, balho, 12, 17; conjuntura, 34; cons
108, 112, 115, 116, 124, 131-132, trução do objecto, 6, 7, 36; discurso
137, 152,178,180; uniformizar, 104, histórico, 14; empírica, 20; especiali
133, 136, 137, 143, 156, 159, 163, zações, 40; estatuto da -, 32-33; estru-
174-176; utilizações do -, 139, 154; turalista, 35; estruturas, 34, 183; «o
viagem régia[e outras], 104-117, excepcional», 3, 6; factos históricos,
140, 145; viajantes, 94, 95, 98, 108, 20; fragmentação da -, 38, 40, 41;
109, 126, 127, 140, 144, 165, 166, global, 40, 41; - evolucionista, 41; -
169, 170. «experimental», 4,6, 12,22,24,37; -
ESTATÍSTICA, 91, 117, 121-138, 149, 156, narrativa, 5, 41; - finalista, 41; - fun-
157, 164, 178, 179; «- moral», 98, cionalista, 35; Idade Média, 3,55,58,
133, 135, 157; série temporal, 125, 78,102,105,117,138,139, 140,141,
126, 136; variáveis, 126. 142, 144, 162, 187, 192; Idade Mo
ESTRUTURALISMO, 2,32,35; anti-histori- derna, 3,77,121; Iluminismo, 83,91,
cismo, 32. 92-93, 95, 96, 97, 127, 170; longa
ETNOLOGIA/ETNOGRAFIA, 30, 55, 59, duração, 1, 32, 34, 104, 160, 187; e
69, 70, 8 9,91,94,96, 160, 170, 171, mass media, 29; messianismos, 51;
179; «Belle époque do folclore», 56- métodos, 18, 20, 36, 39, 40; micro-
59; - colonial, 57; costumes cristãos, -história, 6; modelos, 34; orgulho
52; costumes rústicos, 54; estatuto da -, 167; «permanências», 34; posi
institucional da -, 28; etnólogo tivismo, 7, 19; pré-modema, 77; pro
(ofício do), 55, 72, 73; folclorismo, postas teóricas, 1; revoluções, 34,
55,58,59, 98; folclorista, 49,56, 64, 187, 195, 203, 215; rupturas, 34; se
71,75,78. rial, 20; sistema, 34; temática, 39;
tempo/temporalidades, 20, 22, 32,
FEUDALISMO, 54; relações feudo-vassá- 33,41.92, 95, 102.
licas, 188, 189. História da(s) cultura(s), 3, 66, 159, 160; -
FILOSOFIA. 60, 83, 86, 98; estatuto institu popular, 46, 52-59, 64.
cional, 28. História demográfica, Antigo Regime de
mográfico, 34; crise, 34; flutuações,
GEOGRAFIA, 25, 26, 101, 112, 115, 126, 34.
138, 141, 145, 148, 151, 165, 166, História econômica, 4,23,26,40; Antigo Re
171; conceptualização -, 101; ensino gime econômico, 34; conjuntura
da -, 150; «- do esquecido/elimina- econômica, 34; crescimento eco
do», 67,68-71; estatuto institucional, nômico, 34-5; crise, 35; história dos
28; geógrafos, 126, 127, 144, 146, preços, 4, 35; modelo socioeconó-
149, 151, 165, 166, 170. mico, 34; «revolução» econômica,
GNOSEOLOGIA, 82; autoridade do conhe 34; ritmos, 34; sistema, 35.
cimento, 79, 81; convenções, 79, 80, História política, 3, 4, 5, 71, 208.
184; produção de conhecimento, 78, História social, 2-6, 13, 14,23,51,65; colec-
148; «reconhecer», 49, 66, 69; rela tivo, 3, 183; construção da -, 5; fon
ção sujeito/objecto, 91, 97; senso tes, 3; - da cultura, 4-5,65; e historia
comum, 79. dores franceses, anos 60,2; indicado
res, 3; informática, 4; longa duração,
HISTÓRIA, 4, 15, 20, 22, 31,41, 50, 52,59, 3; métodos, 3; modelos, 3 ,4 , 34; ob
62, 66, 71, 75, 81, 91, 93, 94, 101, jecto (relação do historiador com), 2,
105, 110, 115, 138, 143, 145, 159, 4; objectos, 3; periodização, 3; pro
160, 161, 165, 169, 179, 180, 205; blemática, 1, 5; série, 3; temas, 65,
anacrônico, 77, 161; anti-historicis- 66; território(s), 3, 5.
mo, 32; Antigo Regime, 34, 59, 60, Historiador(es), 2 ,5,6,12, 18,20,24,27,36,
63, 66, 77, 97, 104, 111, 122, 125, 46,54,62,66,72,73,74,81,98, 149,
126, 134, 148, 153, 154, 156, 159, 160, 163, 187, 191, 213; cronista,
161, 162, 163, 166, 167, 168, 172, 183, 217, 226, 234-235; estatuto dos
ÍN D IC E TEM Á TICO 263
28-9, 31, 38; hábitos dos -, 3, 4, 6, sicos, 50, 61; colporteur, 55; contos,
14, 17, 39, 40; - da organização cor 59, 61, 65, 66, 68, 69,71,73, 84, 90;
porativa, 186; - do social, 183; me- descrição, 95, 127, 129, 130, 136,
morialista, 217,235; papel social, 14; 138, 139, 140, 144-145, 164, 166,
relação com os sociólogos, 21, 25. 170; estilo, 61; função da -, 60, 71;
Historiografia, 1-2,5, 11, 13, 23, 25, 26, 34, gêneros, 95, 97, 118, 138-139, 149,
73, 101, 139, 160, 162, 186, 217; 151; gosto do público, 60, 150, 151;
concepções, 28; gêneros histo- história literária, 61; história dos li
riográficos, 39,41,183; heróis, 3,45, vros populares, 50; inconsciente da
184; - regionalista, 175; modas, 45; -, 71; jornalismo político, 252; len
reis, 3, 45; tradição historiográfica, das, 68; - bem pensante, 52; - de
159 . bolso, 60; - científica, 63, 72; - de
colportage, 46,49,50,55-56,59,63,
IDEOLOGIA/IDEOLÓGICO, 26,51,65,92, 64, 71, 72, 88, 252; - de cordel, 49; -
95, 96, 98, 148. 154, 169, 172, 198, culta, 71, 84; - de elite, 60, 61, 87; -
202, 211; celtismo, 93; esquerda, escrita, 60; - excêntrica, 56; - infantil,
159; história - 16; ideal, 58; idéias re 68,69; - oral, 49; - popular, 50,59,60,
volucionárias, 95; - corporativa, 193, 61, 68, 71; método textual, 61; ori
213; interesses, 88, 130, 156, 172, gem da -, 61-63; panfletos, 80, 244,
176, 191, 203, 205, 206, 211, 244; 252,253; poemas burlescos, 50; por
«jacobino», 159, 160, 178, 179; pa nografia, 252; temas da literatu
triotismo, 72, 167-168; progresso ra popular, 65; tradição oral, 61;
social, 58, 96, 171; reconhecimento, vulgarização/generalização, 61, 149,
77, 80, 91, 94, 109, 114, 167, 192, 151.
224; sentimento (ou identidade) na LÓGICA, 107,134; aporias lógicas, 59; orga
cional, 102, 103, 105, 138; utopia, nização -, 58.
51, 74; visão do mundo, 64, 77.
IGREJA, concílios, 80; hierarquia católica, MARGINALIDADE, 47, 67, 78, 84, 87, 88,
80,124; - da reforma católica, 54,87; 89, 129, 138, 160, 204; prostituta,
e instrução, 54 sínodos, 80. 223, 225, 252; vagabundos, 218,
IMPRENSA, 113, 114. 233, 234, 236.
INCONSCIENTE, 58. MARXISMO,2, 5, 26, 51.
INSTITUIÇÕES, 87,97, 111, 114, 121, 134, MÉDICOS, 77,79,85,88,95,96,97,98,127,
135-136, 154, 157, 162, 179, 187, 135, 165-166, 170.
192,208, 212; chancelaria, 103; cos MENTAL(IDADE), 95,171; desordem men
tumes, 95, 126, 162, 164, 174, 176, tal, 65; hábitos mentais, 144; - france
177; dispositivos institucionais, 33; sa, 57; - dos letrados, 60; revolução
dote, 53; - sociais, 184; prisão, 218, -, 34.
222, 227, 254. MILITAR(ES), 123, 124, 128, 129, 132, 147,
INTERPRETAÇÃO, 64, 65, 68, 73, 75, 78, 148, 150, 151, 152, 154, 157; serviço
160, 161, 176, 178, 218, 222, 232, militar, 56, 103, 146.
235; comentários, 217,220,235; glo MITO(LOGIA), 52, 66, 140, 246, 254; bom
sa, 66; regras de -, 90; tese, 68. selvagem, 59; idade do ouro, 58; - das
origens, 59; Primeira Idade, 53; re
LEITURA, 63, 68, 156, 252; grelha de -, 66, gresso às origens, 58, 95, 169.
123; leitor, 60. MOTIM PARISIENSE DE 1750,1,183,184,
LINGUAGEM, 75, 81, 84, 87, 93, 157, 176, 217-236; acaso, 219, 220, 230; auto
200, 214, 253; código, 88, 222; com nomia do -, 224; causas do -, 217 -
piladores de dicionários, 87; escrita, 218, 236; complot, 235; condutor da
93; gíria, 87; gramáticos, 87; história revolta, 226; depoimentos sobre -,
da -, 93; - administrativa, 163; - reli 223-224; episódio, 218, 219, 227,
giosa, 67; - da repressão, 62; provér 230; espaço do motim, 219,222-230;
bios, 84. familiaridade com o motim, 223; fon
LÍNGUAS, 93, 96, 97, 162, 163, 167, 171, tes, 217, 218, 222; função do -,219;
172, 177-178; dialectos, 55, 160; gestos do motim, 223,225,227,228;
idiomas, 55, 178; Língua francesa, incidentes/distúrbios, 219, 220, 221,
54, 171, 177-178; patois, 53-54, 72, 222, 228; inquietação, 219, 220,227;
97, 160, 171, 177, 178; política da -, intensidade do motim, 219; leituras
97; regionalismos, 84, 160. do acontecimento, 217, 219, 222;
LITERATURA, 62, 71, 95, 160, 170, 237, lógica do -, 219, 222, 227, 234;
253; autores profissionais, 60; clás momentos do -, 222, 226, 228, 229;
264 A IN V EN Ç Ã O DA SO C IE D A D E
motivações do 220-222; multidão, súbditos, 51, 52, 119, 120, 123, 145,
217, 219, 220, 221, 222, 225, 226, 146, 200, 205, 233.
227, 228, 229,230, 231; narrativa do POLÍTICA, 72, 74, 96, 97, 105, 110, 111,
acontecimento, 217; negociações, 115, 119, 123, 124, 125, 126, 128,
227, 228, 229; organização, 222, 129, 130, 131, 133. 135, 137, 143,
225; palavras, 227; personagem do 144, 145, 146, 147, 152, 154, 159,
momento, 226; práticas dos motins, 162, 165, 167, 168, 171, 172, 176,
219-222; prédio como actor social, 177, 178, 180, 192, 194, 196, 197,
224-226; profissionais da revolta, 200, 201, 202, 204, 205, 206, 207,
236; raptor, 218, 219, 233; regras do 208, 209, 211, 212, 213, 214, 215,
motim, 217-236; revoltosos, 219, 219, 232, 238, 240, 241, 242, 252;
220, 222, 228, 229, 230, 231; rumor/ acção, 52, 63, 184, 219; acto -, 75;
boato, 217, 218, 222, 223, 232; sus administração, 104, 105, 106, 110,
peito, 219, 220, 222, 227, 228, 231, 118, 119, 120, 121, 122, 123-124,
235; vingança, 228; violência do -, 125, 128, 129, 130, 133, 135, 139,
219, 220, 226, 229, 230. 140, 144, 145, 146, 151, 156, 157,
MUSEU, 57, 59, 157. 159, 164, 165, 170, 171, 172, 176;
agentes políticos, 212; alianças e di
PARTICIPAÇÃO, opinião pública, 214, visões, 193, 203, 238, 241, 242; apa
221; grito público, 223; - alegórica, relhos -, 114, 149; «bem comum»,
67; - política, 75, 176, 213; público, 188, 202, 206, 251; centralização,
214. 105, 111, 121, 123, 131, 133, 134,
PEDAGOGIA, 59, 69,96, 98, 124, 148, 150, 154, 159, 160, 163, 172, 173, 174,
171; concepções educativas, 101; 176, 178; círculos -, 242, 243; classe
educar(educação), 68; ensino dos Je -.111; comícios, 114; comportamen
suítas, 101, 151; escolaridade, 133, to-, 160; conjuntura-, 112, 193,250,
234. 252; consciência das condições -, 71;
PENSAMENTO, 96; arqueologia dos siste Constituição, 115, 173, 174, 205,
mas de 35; espírito crítico, 85; 214; contestação, 214; controlo -,
- político, 205; - teleológico, 102, 193; crise -, 204, 207, 246; educação
208; racionalismo, 78, 80, 82, 83; do príncipe, 164; «espírito público»,
razão, 67,83,84,85,86; razão/fé, 83; 129, 170; facções, 242; igualdade,
relativizar, 92; sistema de oposições, 202, 213; imaginário político, 215;
84, 90. intervenção. 95, 170, 176; inven
PODER(ES), 51,69, 72, 108, 111, 114, 116, ção -, 75; militante, 177; opinião -,
118, 119, 120, 122, 123, 144, 146, 201, 210, 244, 248; ordem pública,
163, 221; autoridade, 78, 104, 107, 232, 233, 234, 235, 236; organiza
109, 111, 113, 114, 115, 116, 122, ção -, 51; partido, 237,242,243,248;
167, 176, 177, 178, 188, 192, 200, - matrimonial, 238-239; - liberal,
205, 213, 219, 221, 225, 226, 227, 198; prática -, 72; privatização da
228, 229, 231, 232, 234, 235, 250; pessoa real, 247; profecia -, 74; pro
comissário da polícia, 220, 221,222, grama -,115,124,193; projecto -, 95,
226,227, 228,229; divisão de -,115, 129, 170, 172,243; propaganda, 114,
173; Estado, 85, 87, 104, 106, 107, 123, 146, 147; questionamento, 75;
114, 116, 118, 119, 120, 122, 123, recurso(s) -, 114, 121; reformas so
127, 132, 134, 135, 136, 138, 149, ciais e políticas, 198; regionalismos,
152, 154, 159, 160, 161, 162, 179, 72, 161, 163, 167, 172; reivindica
192, 193, 199, 200, 203, 204, 207, ções regionalistas, 71, 172; relação
232,233,241; imagem do -, 145; ins contratual, 162, 188; relação -, 51,
trumentos de -, 105; intolerância, 58; 173, 227; repressão -, 49; unidade
legitimação, 88, 106, 108, 111, 112, política, 94, 131-132, 172, 176; uni
114, 118, 143, 167, 168, 187, 205, formização -, 163, 173, 193; violên
231; oligarquias, 107,214; - público, cia -, 72.
104, 194; polícia, 218,219,220,221, POPULAR, 4 3 ,4 5 ,46,47,53,59,62,65,66,
222, 223, 224, 225, 227, 228, 230, 87, 95, 226, 228; «ameaça popular»,
231, 232, 233, 235, 236, 252; popu- 63; configuração do -, 47; conota
lismo do -, 58; preito e homenagem, ções do termo, 57; conteúdos popula
110; proibição, 91; protecção, 221; res, 55; definição do -, 59-63, 79-80,
razão de Estado, 85, 251; séquito, 88; domínio -, 57, 88; «entusiasmo
104; soberania, 102, 103, 104, 106, pelo-», 52; erro -, 86; figuras do po
107, 109, 110, 113, 114, 117, 121; pular, 47; formas -, 87; fronteiras
ÍN D IC E TEM Á TICO 265
247; práticas de classificação, 21,24, SOCIOLOGIA, 12, 19, 27, 28, 30, 46. 126,
27; relações sociais, 26, 173, 187, 166, 183; durkheimianismo, 19, 21,
200, 202; ricos/pobres, 55, 67; siste 28, 29, 30, 32; estatuto institucional
ma, 7, 21, 96; sociabilidade, 87, 94, da - , 21; imperialismo sociológico,
96, 98, 171, 191, 234; socialização, 22; - da cultura, 46, 73,74; - das dis
191; sociedade, 67, 84, 89, 92, 95, ciplinas, 12; - do mercado, 222-223;
135, 157, 162, 169, 170, 186, 187, - do prédio, 224-226.
196. 198, 209, 211; sociedade de
corte, 247; sociedade industrial, 78; TÉCNICA(S), 87, 88, 114, 146, 154, 190,
sociedades ocidentais, 45; socieda 193, 195; caminho-de-ferro, 56, 112,
des pré-industriais, 46; sociedades 114; engenheiro, 130, 144, 147, 154,
tradicionais, 79. 185; solidariedade, 155; revoluções tecnológicas, 34.
34, 84, 129, 175, 187, 205, 212, 225, TRABALHO. 187, 189, 193, 195, 196, 199,
230, 231; tensões -, 65; teoria do so 202, 203, 215, 223, 224, 234. 236;
cial, 25; transformações do -, 3, 23; assalariados, 165, 224, 233; associa
unidade do -, 18, 36,175; utilidade -, ções operárias, 200; competência
135, 196; vocabulário -, 186. profissional, 79, 84, 85, 88, 90, 130;
SOCIEDADE CORPORATIVA, 186, 187, especialistas profissionais, 87, 88,
188, 189; abolição dos corpos de 150; especialização profissional, 77,
ofícios, 184, 198, 200-213; acade 79, 88. 90, 98; estatuto profissional,
mias, 185, 186; colectividades orgâ 84; grupo profissional, 141; ministe-
nicas, 185, 188; companhias, 185, rium, 188; ofícios, 123, 190, 191,
186; comunidades, 183. 185-215; 192, 193, 194, 195, 197, 199, 200,
confraria, 191, 207; corporações, 201, 202, 205, 207, 209, 211, 212,
184, 189, 192, 193, 194, 197, 203, 213, 214; operário, 52, 56, 58, 116,
207, 210, 213; corpos, 183, 185-215; 199, 202, 223; sans-culottes, 213,
corpos profissionais, 189; críticas à -, 215; trabalho infantil, 233.
194-200; estados ou ordens, 185,
186; estatutos/regulamentos, 189, VALORES, 55, 87. 93, 192, 195, 212, 215,
190, 191, 194, 195, 214; estruturas 227; «imoral», 49, 254; «más leitu
orgânicas, 187; jurídico-política ras», 56; moral, 52, 65, 69, 80, 87,
(abordagem) da -, 187; modelo cor 137, 234, 240, 253; transferências
porativo, 194,195, 197,208; oficiais, de -, 45; - monárquicos, 249; «- revo
185, 186, 189; e providência divina, lucionários», 56, 170.
185,195; teoria dos corpos e comuni VIOLÊNCIA, 59,67,68,70, 71,72,74, 226,
dades, 196; Terceiro Estado, 210; tri 234, 244, 250; repressão, 56, 72, 74,
bunais, 185; universidades, 185, 186, 75, 111; - do pai, 69.
189.
267
Capítulo VII — (Com Arlette Farge) «Les règles de lemeute: 1’affaire des enlè-
vements d’enfants (Paris, mai 1750)», in Mouvements populaires et conscience sociale.
Colloque de 1’Université Paris VII — C.N.R.S., Paris, 24-26 mai 1984, Paris,
1985, pp. 635-646.
ÍNDICE
Introdução 1
índice 269
A colecção MEMÓRIA E SOCIEDADE procura dar resposta a uma tripla
mutação que tem ocorrido nas últimas décadas na área das ciências sociais
e humanas. Em primeiro lugar, a pesquisa procede cada vez mais através da
formulação de problemas, desenvolvendo os métodos necessários à sua
elucidação. Paralelamente, põe em causa as condições da sua própria
produção e as possibilidades dos discursos com que lida. Este itinerário
im plica uma ruptura com as barreiras existentes entre disciplinas, emergin
do formas interdisciplinares de pensar os problemas que contrariam os
sim plism os das «escolas». Nesta perspectiva, tendem a ser superadas as
fronteiras entre sociologia, história, geografia, antropologia, psicologia
social ou ciências do texto, surgindo reflexões cruzadas sobre velhos objectos
e transferências metodológicas na construção de novos objectos de estudo.
Em segundo lugar, o número de investigadores deste campo aumentou
extraordinariamente nos últimos vinte anos, verificando-se uma actividade
de pesquisa mais intensa e inovadora, uma maior troca de experiências e
uma comunicação activa com a pesquisa internacional. Enquanto se esboça a
organização informal de uma comunidade científica, complicam-se as rela
ções entre os investigadores e os diversos agentes culturais que trabalham no
sistem a de ensino, nos meios de comunicação social e noutras áreas. Por um
lado, a afirmação de um duplo estatuto por parte de numerosos agentes
permite ao sector da criação aproximar-se do sector da difusão. Por outro
lado, as necessidades da especialização e os condicionamentos da reprodução
im plicam bloqueios no intercâmbio entre os dois sectores.
Por últim o, a reestruturação da oferta cultural, tanto ao nível dos agen
tes como dos suportes de difusão utilizados (livro, jornal, disco, filme, video,
diskette), tem caminhado a par de uma maior complexidade da procura
cultural. Com efeito, o aumento do nível de instrução registado nos últimos
vinte anos e a diversificação profissional ocorrida no sector de serviços
(particularmente na indústria cultural e na indústria do lazer), tornaram
o público mais exigente e mais especializado. Este fenômeno comporta em si
um a procura de leituras diversificadas, incluindo nestas a leitura de quali
dade — que permita compreender as tendências mais profundas da socieda
de, a posição de cada um e a posição dos outros — , pois a especialização cria
a necessidade de olhar em volta e de aceder a visões descentradas dos
pequenos universos em que nos movemos.
Colecção
MEM ÓRIA E SOCIEDADE
Bourdieu, Pierre
0 Poder Simbólico
Chartier, Roger
A História Cultural:
entre Práticas e Representações
Revel, Jacques
A Invenção da Sociedade
A publicar:
Burke, Peter
Antropologia Histórica
Crespo, Jorge
A História do Corpo
Dunning, Eric
Elias, Norbert
A Busca da Excitação
Elias, Norbert
A Condição Humana
Geertz, Clifford
0 Teatro do Estado no Século XIX
Ginzburg, Cario
A Micro-História e Outros Ensaios
Luhmann, Niklas
0 Amor como Paixão
Oliveira, Antônio de
Poder e Oposição (1580-1640)
Shils, Edward
Centro e Periferia