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1. Para Popper, o critério de falsificabilidade é preferível ao critério de verificabilidade porque


através do critério de verificabilidade podem admitir-se como científicas teorias que
sabemos serem irrefutáveis ou pseudocientíficas, pois este encara qualquer
observação concebível como uma verificação ou confirmação da sua veracidade
(veja-se o exemplo de Adler referido anteriormente). Ora, o critério de
falsificabilidade, que sustenta que uma teoria é científica se por possível conceber um
teste experimental que seja capaz de mostrar que a teoria é falsa, permite distinguir
mais adequadamente as teorias efetivamente científicas de teorias pseudocientíficas.
2. O critério da falsificabilidade mostra-nos que uma teoria é científica se, e apenas se, for
empiricamente falsificável. Isto significa que é possível conceber um teste experimental que
seja capaz de mostrar que a teoria é falsa. Por exemplo, a teoria de Adler uma vez que não
permite conceber uma qualquer observação que a refute, não pode ser considerada uma
teoria científica. Por outro lado, se tivermos uma proposição como “todos os metais dilatam
ao serem aquecidos”, já podemos conceber um teste que refute essa proposição,
nomeadamente, pensar num pedaço de metal que não dilate quando aquecido. Logo, esta
proposição já poderia fazer parte de uma teoria científica.
3. Uma teoria é falsificável quando é possível conceber um teste experimental que a refute ou
falsifique, ou seja, quando esta é passível de ser falsificada, mas ainda não o foi. Por exemplo,
o enunciado: “Quando suspensas no ar, todas as pedras caem” é falsificável na medida em
que eu posso conceber um estado de coisas que o refute, ou seja, a circunstância de
encontrar uma pedra que, quando no ar, não caia mostra que a teoria é falsa. Contudo, como
até ao momento ainda não se observou uma pedra que, quando suspensa no ar, não tenha
caído, então o enunciado permanece por falsificar. Por outro lado, uma teoria falsificada é
uma teoria que já foi falsificável, mas já não o é. Por exemplo, o enunciado: “Todos os corpos
metálicos flutuam na água” é falsificável na medida em que consigo conceber um estado de
coisas que o refute, a circunstância de encontrar um corpo metálico que, na água, não flutue.
Acontece que como já observamos essa situação, então o enunciado é falso, já está
falsificado, ou seja, já foi refutado pela experiência.
Segundo Popper, uma teoria ser falsificável não é uma condição suficiente para se ter uma boa
teoria, pois para o filósofo é necessário que as teorias além de serem falsificáveis sejam claras,
precisas, audazes e informativas, ou seja, que tenham um elevado conteúdo empírico e, por
consequência, um alto grau de falsificabilidade.
4. Esta afirmação está relacionada com os graus de falsificabilidade, pois quanto maior
informação empírica tiver uma teoria, isto é, quanto mais interessante e falsificável for uma
teoria, maior será a probabilidade de esta ser refutada pela experiência e, consequentemente,
mais contribuirá para o progresso da ciência, porque contém informação rica e vasta sobre o
mundo.

DISCUSSÃO
5. Não. Não concordo que uma proposição falsificável seja falsa, pois falsificabilidade e falsidade
não são uma e a mesma coisa. A falsificabilidade não implica falsidade. Uma proposição é falsa
se observarmos um estado de coisas que a refute. Uma proposição é falsificável se pudermos
conceber um estado de coisas que a refute.

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REVISÃO
1. C.
2. D.
3. B.
4. A presente afirmação pode constituir uma objeção ao falsificacionismo, uma vez que esta
significa que as teorias científicas são, de facto, verdadeiras e não apenas conjeturas por
refutar. Deste modo, o processo de falsificabilidade subestima a importância das confirmações
para o progresso científico.
6. Não. Não concordo que uma proposição falsificável seja falsa, pois falsificabilidade e falsidade não
são uma e a mesma coisa. A falsificabilidade não implica falsidade. Uma proposição é falsa se
observarmos um estado de coisas que a refute. Uma proposição é falsificável se pudermos
conceber um estado de coisas que a refute.

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