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Karl Popper propôs a falsificabilidade como critério de demarcação. Segundo ele, uma teoria
ou hipótese é científica se puder ser formulada de tal maneira que existam testes empíricos
específicos capazes de refutá-la. Ou seja, uma teoria deve ser passível de ser falsificada por
meio de experimentos ou observações. Se uma teoria não puder ser refutada dessa maneira,
ela não seria considerada científica, mas sim pseudocientífica ou metafísica.
Falsificabilidade de Popper:
Ideia principal: Uma teoria é considerada científica se for formulada de maneira a ser
falsificável, ou seja, se existirem condições sob as quais ela poderia ser refutada por meio de
evidências empíricas.
Ênfase: Popper argumenta que o teste crucial para a validade científica de uma teoria é a
possibilidade de rejeitá-la com base em dados observacionais. Se uma teoria não puder ser
falsificada, ela é considerada não científica.
Verificabilidade:
Ideia principal: A verificabilidade, proposta por filósofos como o Círculo de Viena e positivistas
lógicos, sugere que uma afirmação ou teoria é científica se puder ser verificada empiricamente
por meio da observação ou experimentação.
Ênfase: A ênfase aqui está na capacidade de verificar as afirmações por meio de evidências
positivas. No entanto, o positivismo lógico enfrentou desafios, principalmente devido ao
problema da indução e à constatação de que nem todas as afirmações científicas podem ser
empiricamente verificadas de maneira direta.
Comparação:
Flexibilidade da Falsificabilidade: Popper reconheceu que uma teoria pode ser modificada para
enfrentar novas evidências, mas o critério da falsificabilidade permanece como um guia para a
demarcação.
Esta critica prende-se com o facto de o método científico se basear na indução e não na
dedução, o que nos conduz ao problema da indução, defendido por Hume. Confiar na
uniformidade da natureza e raciocinar indutivamente em ciência é correr permanentemente o
risco de sermos surpreendidos pela nossa credulidade. Popper considera que Hume tinha
razão, o problema da indução não tem solução, mas é inútil preocuparmo-nos com isso porque
a ciência e o método científico passam bem sem a indução.
3. A experimentação não tem como papel confirmar ou verificar hipóteses
Segundo Popper as hipóteses ou teorias (enunciados empíricos universais) não podem ser
verificadas ou confirmadas por enunciados particulares, mas, no entanto, podem ser refutadas
ou falsificadas caso se verifique que a lei ou teoria está em desacordo com as observações
bastando apenas um contraexemplo. Argumentar indutivamente dos factos para as teorias,
está condenado porque seria necessário observar todos os casos possíveis, não há qualquer
número de observações que nos permita estarmos 100% seguros da verdade de uma hipótese
porem basta um único contraexemplo para refutar ou falsificar uma teoria.
Teorias Falsificáveis:
Definição: Uma teoria é considerada falsificável se existirem condições sob as quais ela poderia
ser contradita ou refutada por meio de observações empíricas ou experimentos.
Exemplo: Se uma teoria afirma que todos os cisnes são brancos, ela é falsificável porque a
observação de um único cisne negro seria suficiente para contradizê-la. A capacidade de
sujeitar uma teoria à possibilidade de falsificação é crucial para a demarcação entre o que é
considerado científico e não científico, segundo Popper.
Teorias Falsificadas:
Exemplo: Se uma teoria afirma que uma bola de chumbo cai mais rápido do que uma bola de
algodão no vácuo, e um experimento mostra que ambas caem à mesma taxa, então a teoria foi
falsificada pelos dados observacionais.
Distinção:
Quanto mais precisa e mais audaciosa for uma teoria, mais arrisca e mais interessante é.
Menor probabilidade.
Quanto menos precisa e menos audaciosa for uma teoria, menos arrisca e menos interessante
é.
Maior probabilidade.
O método de Pooper, método critico das conjeturas e refutações defende que o ponto de
partida são os problemas e não a observação.
Quando a teoria apresenta erros, ou seja, quando a conjetura colide com as observações e é
refutada a hipótese é eliminada ou corrigida.
Quando apesar dos rigorosos testes a que é submetida, a teoria resiste, para Popper as teorias
permanecem para todo o sempre hipóteses/suposições/conjeturas. Uma teoria que resiste aos
testes a que foi submetida diz-se corroborada pela experiência, o que é muito diferente de
dizer que é verdadeira/verdade estabelecida.
A corroboração é temporal, e atesta apenas a sobrevivência da teoria aos testes a que foi
submetida no presente, mas tudo se pode alterar nos testes a que for submetida no futuro,
poderá ser falsificada ou substituída por outra teoria.
Para Popper, o mais importante não é provar a verdade de uma teoria (verificacionismo), mas
tentar mostrar que é falsa: neste método não se procura verificar a verdade de uma teoria,
mas falsificá-la.
Por mais provas que tenhamos, nunca podemos afirmar que uma teoria é absolutamente
verdadeira, mas podemos provar que é falsa: os testes têm essa função.
Apenas um único teste (face a milhares deles) pode desmentir uma teoria e mostrar que é
falsa. Basta um contraexemplo para mostrar que uma teoria é falsa.
O erro é motor do avanço da ciência: se uma teoria não resiste à falsificação, é abandonada e
substituída por outra ou retificada (caráter revisível da ciência). Segundo Popper de deteção de
erro em deteção de erro avançamos em direção à verdade.
Uma teoria que passou nos testes e não foi falsificada não é uma teoria verdadeira, segundo
Popper, mas sim corroborada.
Corroboração: corroborar uma teoria não é o mesmo que afirmar que ela é verdadeira. A
corroboração não atribui nenhum valor de verdade à teoria que passa nos testes a que foi
sujeita, isto é, não diz que ela é verdadeira. A corroboração consiste em aceitar uma teoria no
momento em que ela ultrapassou com sucesso os testes de falsificação. Mas, na próxima
bateria de testes a que for sujeita pode não passar, sendo falsificada. A corroboração é um
indicador temporal apenas, coisa que a verdade e a falsidade não são.
Críticas Gerais
Por exemplo: não interessa que a teoria química subjacente à produção da aspirina não seja
falsificada, o que interessa é que a aspirina seja eficaz.
Considerando a História da Ciência, não parece que ela possa evoluir por um processo
assente nas falsificações.
Por exemplo, Copérnico, Galileu ou Newton não abandonaram as suas teorias perante factos
que as poderiam falsificar. Pelo contrário, tentaram verificá-las e confirmá-las. Por exemplo: os
astrónomos procuram sinais de água e de vida em Marte e não a refutação dessas conjeturas.
Popper defendeu que a ciência progride em direção à verdade. E também que a ciência é um
conhecimento objetivo.
Paradigma
Modelo científico que constitui uma visão do mundo. Inclui uma teoria científica dominante,
princípios filosóficos, conceções metodológicas, leis e procedimentos técnicos padronizados
para resolver problemas. Estabelece a base da investigação científica em cada época histórica.
Ciência normal
Enigma ou puzzle
Problema especializado que surge num paradigma. Factos e resultados que não se integram no
modelo de problemas e soluções reconhecido pela comunidade científica.
Anomalias
Surgem quando fracassam as tentativas de resolver enigmas. São casos problemáticos que a
comunidade científica não resolve tendo por base o paradigma estabelecido.
São falhanços na prática científica que quando em grande grau ou número põem em causa o
paradigma.
Surge com a acumulação de anomalias sem resolução. Descobrem-se cada vez mais factos que
contrariam as regras do paradigma estabelecido.
Nota: quando o novo paradigma substitui o antigo, retorna-se a um período de ciência normal
(evolução cíclica da ciência).
Revolução científica
Ciência normal é a ciência que a maioria dos cientistas pratica no seu dia a dia. É a ciência em
que o paradigma é encarado como um dado adquirido, que não deve ser desafiado. A ciência
normal articula e desenvolve o paradigma. Kuhn descreve a ciência normal como a atividade de
resolver enigmas, dirigida pelas regras do paradigma. Durante a atividade científica normal, a
comunidade científica procede a reajustamentos e ao aumento da abrangência e precisão do
paradigma. Trata-se, por esta razão, de uma atividade essencialmente cumulativa,
conservadora e, por conseguinte, pouca dada à inovação.
- A ciência normal acaba por ser capaz de lidar com o problema que gerou a crise.
Os paradigmas são incomensuráveis entre si, Kuhn pretende dizer que eles não são
comparáveis, nem tão-pouco podem servir de medida um para o outro, pois o novo paradigma
não é melhor do que o anterior, é apenas diferente. Os proponentes de paradigmas rivais
praticam a sua atividade em mundos completamente distintos, discordam sobre a lista de
problemas a resolver e sobre os critérios a adotar e comunicam de forma forçosamente parcial:
termos idênticos ganham novos significados e novos termos são adotados. A nova
representação do real que o novo paradigma traz consigo não se acrescenta à precedente, pelo
contrário, substitui-a. O que antes se via como um coelho passa a ser visto como um pato.
13- Explicar a resposta de Kuhn ao problema da objetividade científica.
Os critérios que Kuhn considera para avaliar uma teoria são de dois tipos: objetivos e
subjetivos. Os critérios objetivos são partilhados por toda a comunidade científica e são os
seguintes: exatidão, consistência, alcance, simplicidade e fecundidade. Os critérios subjetivos,
dada a natureza humana dos cientistas, também existem e devem ser considerados, pois,
perante uma mesma realidade, a interpretação e as convicções podem fazer dois cientistas
trabalharem de maneira diversa e adotarem paradigmas diferentes. Pelo facto de a escolha
entre paradigmas estar sujeita a critérios subjetivos relevantes, não é possível falar em
objetividade em ciência. Esta posição foi alvo de duras críticas, tendo sido frequentemente
classificada como sendo, além do mais, contraditória.
A melhoria das teorias dá-se por A melhoria das teorias dá-se por
eliminação de erros; eliminação de erros;
Uma teoria é tanto melhor quanto mais Uma teoria é tanto melhor quanto mais
suscetível for de falsificação; suscetível for de falsificação;
Uma teoria, mesmo quando Uma mesma realidade pode fazer cientistas
corroborada, deve ser sempre posta à trabalharem de maneira diferente e adotar
prova pela comunidade científica. paradigmas diferentes;
O que separa Popper de Kuhn, Popper e Kuhn respondem de forma divergente ao problema do
progresso em ciência.
Popper crê que a eliminação de erros conduz, por aproximação, à verdade. O autor estabelece,
neste ponto, uma analogia com o evolucionismo e a ideia de seleção natural: as teorias que
melhor resistirem ao erro são as que se mantêm. Já para Kuhn, não existe progresso em
ciência, nem por acumulação, nem por eliminação de erros. A transição sucessiva de um
paradigma para outro ocorre por meio de revoluções científicas, nada garantindo que o novo
paradigma seja mais verdadeiro que o anterior. Popper e Kuhn respondem também de forma
relativamente distinta ao problema da objetividade em ciência. Popper crê que a ciência é
objetiva, na medida em que se afasta progressivamente do erro e dado que existe um método
que nos permite comparar teorias e afirmar que a teoria X está mais próxima da verdade do
que a teoria Y. Para Kuhn, embora existam critérios objetivos na escolha de teorias, a ciência
não é imune à subjetividade, já que esta desempenha um papel decisivo na escolha de um
determinado modelo em detrimento de outro.