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Critérios de demarcação

Critérios baseados no progresso


científico
Paul Thagard, 1978
uma teoria ou uma disciplina é pseudocientífica se

- a teoria não progride.


- “a comunidade de praticantes não se esforce por
desenvolver a teoria rumo à solução dos problemas, que
não mostre qualquer preocupação com tentativas de
avaliar a teoria relativamente a outras e ser seletiva ao
considerar as confirmações e as desconfirmações”
Lakatos
- classifica uma disciplina não-progressiva como
pseudocientífica ainda que os seus praticantes
trabalhassem duramente para melhorá-la e para
transformá-la numa disciplina progressiva.
George Reisch
defende a exigência de que uma disciplina científica seja
adequadamente integrada nas outras ciências. As várias disciplinas
científicas têm interconexões fortes que são baseadas na
metodologia, na teoria, na semelhança entre modelos etc.
O criacionismo, por exemplo, não é científico porque os seus
princípios básicos são incompatíveis com os que conectam e
unificam as ciências.
Lista de critérios usados conjuntamente para identificar
uma pseudociência ou uma prática pseudocientífica.
Lista de critérios que podem ser usados conjuntamente para identificar
uma pseudociência ou uma prática pseudocientífica.

1. Crença na autoridade: Sustenta-se que uma pessoa ou algumas


pessoas têm uma habilidade especial para determinar o que é
verdadeiro e o que é falso. Os outros devem aceitar os seus juízos.

2. Experimentos irrepetíveis: Dá-se crédito a experimentos que não


podem ser repetidos por outros com o mesmo resultado.

3. Exemplos escolhidos a dedo: usa-se exemplos escolhidos a dedo


embora não sejam representativos da categoria geral a que a
investigação se refere.
4. Resistência ao teste: uma teoria não é testada embora seja possível testá-la.

5. Desconsideração de informação refutadora : Observações ou experimentos


que entram em conflito com uma teoria são ignorados.

6. Subterfúgios inerentes: o teste de uma teoria é organizado de modo a que


a teoria só possa ser confirmada, mas nunca desconfirmada, pelo resultado.

7. Abandona-se explicações sem que sejam substituídas : desiste-se de


explicações defensáveis, de modo que a teoria nova deixa muito mais por
explicar do que a anterior (Hansson 1983).
O critério da verificabilidade
Filósofos Neopositivistas
Verificação da hipótese

Passo necessário para assegurar os resultados da investigação.

Mas será que isto é suficiente para garantir que determinada


hipótese é de facto de uma (boa) hipótese ou teoria científica?

Problema da Qual o critério que permite demarcar o conhecimento


demarcação científico de outros tipos de conhecimento?

Filósofos Uma teoria é científica apenas se consistir em


neopositivistas afirmações que sejam empiricamente verificáveis, ou
seja, apenas se for possível verificar empiricamente
(através da experiência) aquilo que ela propõe.

Critério da
verificabilidade
Proposição empiricamente
verificável

Proposição cujo valor de verdade pode ser estabelecido


através da observação e da experiência.

“Neptuno possui 14 satélites “Há um anjo negro à entrada


naturais.” da sétima dimensão.”

O que aqui se afirma pode ser Não se pode verificar


verificado pela observação empiricamente o que aqui se
empírica. afirma.
Mas será que as teorias e as leis propostas pelos
cientistas podem ser realmente verificadas?

“Há corvos negros.” “Todos os corvos são negros.”

Aquilo que nesta proposição se


Esta proposição é verificável: afirma não pode ser estritamente
podemos verificar aquilo que ela verificado de forma universal, pois
afirma de cada vez que se vê um é impossível saber a cor de todos
corvo. Se o corvo for negro, a os corvos que existiram no
proposição é verdadeira.. passado, que existem e que
existirão no futuro.

Problema da indução
Alguns filósofos neopositivistas afirmam,
porém, que basta que os enunciados sejam
empiricamente confirmáveis

Critério da
confirmabilidade

Não exige uma verificação conclusiva, ajustando-se assim às


generalizações próprias das leis científicas e permitindo, mediante
uma verificação empírica parcial, estabelecer "graus de
confirmação" numa base probabilística.

confirmação da teoria

Este processo é também inconclusivo: pode sempre aparecer uma


observação que ponha em causa a hipótese geral.
O critério da falsificabilidade
Karl Popper
POPPER

rejeita o critério da verificabilidade

Segundo Popper, as teorias científicas não são


empiricamente verificáveis.

Para que uma hipótese venha a ser considerada credível,


é preciso procurar refutá-la ou falsificá-la.

Critério da
falsificabilidade

Uma hipótese ou teoria será científica apenas se


for empiricamente falsificável.

Uma teoria é empiricamente falsificável se, e apenas se, for incompatível


com algumas observações possíveis.
Enunciados

“Surgirá no Céu uma bola de “O cometa Halley aparecerá


fogo.” no ano de 1986.”

Enunciado não falsificável. Enunciado falsificável.

Quanto mais uma teoria é


falsificável, mais
Uma teoria que não é
possibilidades o cientista tem
falsificável nada diz de
de descobrir falhas na sua
significativo sobre os factos.
investigação e de propor
uma nova explicação.

Mais possibilidades de a ciência


progredir.
Critério da falsificabilidade

Permite a Popper responder ao problema da


demarcação.

As teorias científicas são diferentes das não-


científicas (ou das pseudocientíficas), na
medida em que são falsificáveis.

“Deus existe.” “Todos os cisnes são brancos.”

Não pode ser falsificado. Pode ser falsificado.

Não constitui um enunciado Constitui um enunciado de


de carácter científico. carácter científico.

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