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3.

º esquema-síntese – O problema da demarcação


- O que distingue uma teoria científica de uma teoria não científica?
- Que critério permite demarcar o conhecimento científico das outras atividades?

Indutivismo Popper
Verificabilidade Falsificacionismo

- Uma teoria é científica, se e só se, for constituída - Uma teoria é científica somente se é falsificável,
por proposições empiricamente verificáveis; ou seja, se for possível mostrar que é falsa.
- Comprovação/confirmação pela experiência.
- Exemplo:
Como trabalha a ciência? "Todos os cisnes são brancos."
- 4 momentos: Devemos tentar encontrar um contraexemplo.

1.º momento: - O cientista é aquele que propõe hipóteses e as


- OBSERVAÇÃO testa para saber se são falsas.
(de um fenómeno de forma imparcial, rigorosa e
isenta de hipóteses ou teorias) - Popper vai, ainda, criticar o uso da indução na
ciência.
- Exemplo:
"Esta barra de metal dilatou com o calor."

2.º momento:
- COLOCAÇÃO DA HIPÓTESE
(relação causa-efeito; "Será que todas as barras de
metal dilatam com o calor?")

3.º momento:
- VERIFICAÇÃO
(Experimentação, através de um conjunto de
testes através da indução, ou seja, verificar se tal
fenómeno acontece muitas vezes, para se poder
estender essa explicação a todos os casos do
mesmo género.)

4.º momento:
- CRIAÇÃO DA LEI
(Generalização)

Exemplo:
“Todos os metais dilatam com o calor.”

EM SUMA: é um raciocínio indutivo que nos leva, a


partir de uma lista de enunciados singulares, a
concluir enunciados gerais (leis e teorias
científicas).
Objeções à conceção indutivista da ciência

a) A observação não é o ponto de partida


- O cientista, quando parte para a observação, já dispõe de um conjunto de teorias e de expectativas; para
além disso, o trabalho científico não é imparcial, uma vez que as tais teorias e expectativas condicionam a
sua interpretação dos factos.

b) Algumas teorias científicas referem-se a objetos que não podem ser observados
- Eletrões, moléculas de ADN, genes, campos eletromagnéticos, etc. que não podem ser diretamente
observados.

c) As inferências indutivas são injustificáveis – Problema da indução


- Problema levantado por Hume: não há maneira de justificar racionalmente a nossa confiança das
inferências indutivas;
- Assim sendo, por maior que seja o número de casos em que observamos certas regularidades, nunca
teremos justificação racional para acreditar que essas regularidades se irão manter no futuro.

d) A lógica subjacente à verificação experimental é falaciosa


- Não podemos observar diretamente todos os casos de um enunciado geral (por exemplo, o enunciado
“Todos os cisnes são brancos.”).
 Resposta dos indutivistas:
P1: Se todos os cisnes são brancos, então o próximo cisne a ser observado será branco.
P2: Foi observado um cisne branco.
C: Logo, todos os cisnes são brancos.

 Para Popper, esta estrutura argumentativa é falaciosa (Falácia da afirmação da consequente).


 Popper vai propor uma alternativa a este raciocínio:
P1: Se todos os cisnes são brancos, então não haverá um cisne de outra cor.
P2: Foi encontrado um cisne de outra cor.
C: Logo, é falso que todos os cisnes são brancos.

e) A atitude de verificabilidade é autodefensiva, uma ameaça à racionalidade e é uma atitude dogmática


- Para Popper, esta conceção verificacionista pode conduzir a atitudes inaceitáveis para a metodologia
científica, levando a aceitar como científicas teorias que não o são; atitude acrítica e dogmática pois
procura apenas observações confirmadoras.

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