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A conceção de ciência de
Popper – o método conjetural
Karl Popper
Rejeita o critério da
Considera que a especificidade verificabilidade e da confirmação
metodológica da ciência não pode das hipóteses e teorias científicas
assentar na indução. tal como proposto pelo
positivismo lógico.
Hipótese Testes
Problema
(conjetura)) (refutação)
Etapas do método hipotético-dedutivo (ou conjetural)
1 – Formulação da Hipótese
hipótese ou conjetura
Critério da
falsificabilidade
Uma hipótese é
científica se, e só se, for
falsificável.
Confrontação da hipótese com a experiência
Considerando a história da
O processo de refutação ou
ciência, não parece que ela
falsificação não é o
possa evoluir por um
procedimento mais comum
processo assente nas
entre os cientistas.
refutações.
Geralmente, os cientistas
procuram confirmar aquilo que Copérnico, Galileu ou Newton,
as teorias científicas propõem e, por exemplo, não abandonaram
mesmo que dada observação as suas teorias na presença de
implique a rejeição de uma factos que aparentemente as
previsão, isso não os demove de poderiam falsificar.
investigar no mesmo sentido.
2.3. A racionalidade científica e a
questão da objetividade
2. A Filosofia na cidade
História da ciência
•O facto de quase todas as teorias da história da ciência terem sido substituídas constituirá um indício
de que as que atualmente vigoram serão também um dia dadas como falsas ou inadequadas?
•Como podemos estar certos de que a ciência nos oferece um conjunto de conhecimentos verdadeiros?
•Para onde nos leva o conhecimento científico?
•Como podemos ter a certeza de que a ciência evolui no sentido da verdade?
O critério da
falsificabilidade pressupõe Nenhuma teoria, mesmo
que a todo o momento as aquela que é corroborada,
teorias possam ser é completamente definitiva
refutadas.. e verdadeira.
A ciência avança por meio de tentativas e erros:
Parte de problemas. P1
A construção de teorias
Ao contrário da tradição A produção científicas está sempre
positivista, Kuhn não vê o científica dependente de um
cientista como um sujeito depende de conjunto de factos, de
neutro ou isolado, mas um crenças e conhecimentos,
sim condicionado e paradigma regras, técnicas e valores
contextualizado. científico. compartilhados e aceites
pela maioria dos cientistas.
Ciência
Fase de questionamento dos pressupostos e fundamentos do paradigma vigente. Gera-se o
extraordinári
debate sobre a manutenção do paradigma (velho) ou a escolha de um novo paradigma.
a
Revolução
Fase de mudança e aceitação de um novo paradigma pela comunidade científica.
científica
Paradigma: conjunto de crenças, regras, técnicas e valores compartilhados e aceites por uma
Novo
comunidade científica e que orientam a sua atividade. Corresponde a um modo de fazer
paradigma
ciência, de perceber, abordar e resolver problemas, que se institui no seio dessa comunidade.
Dois momentos fundamentais de
progresso no interior da ciência
Kuhn exemplifica com as imagens da psicologia da forma (Gestalt): estas imagens ilustram a
inesperada e total mutação de formas que ocorre de um paradigma para outro.
Três conceções de espaço que suportam três geometrias diferentes: todas podem ser
verdadeiras, pois funcionam em paradigmas distintos (a de Euclides é a que está subjacente
à física newtoniana; a de Riemann está subjacente à física einsteiniana).
Interpretação diferente do
progresso da ciência
O progresso científico não pode ser entendido como um processo contínuo e cumulativo de
teorias ou paradigmas cada vez melhores em direção a uma meta ou fim.
Se não podemos afirmar que um paradigma é melhor que o antecessor, também não podemos
afirmar que, ao ocorrer uma mudança de paradigma, há uma evolução da ciência para
melhor: não podemos dizer que o novo paradigma descreve melhor a realidade que o
antecessor.
Na obra A Tensão Essencial, Kuhn define os critérios a partir dos quais, regra
geral, os cientistas escolhem determinadas teorias e abandonam outras.
A escolha entre teorias rivais obedece a critérios objetivos e subjetivos.
CRITÉRIOS
Objetivos Subjetivos
São individuais,
São partilhados por toda a dependentes de fatores
comunidade científica, subjetivos, relativos ao que
sendo dependentes de individualmente cada
fatores objetivos, isto é, cientista sente e pensa – de
princípios, regras e até acordo com a sua história de
valores comummente vida e a sua personalidade –
adotados. em relação à teoria que
elege.
Princípios ou critérios objetivos de
escolha das teorias
Característica
segundo a qual Sobriedade e
uma teoria é Ausência de elegância na
capaz de fazer contradições Abrangência da forma como a Capacidade da
previsões internas e teoria teoria explica os teoria para
corretas. Quanto compatibilidade relativamente à fenómenos; uma impulsionar a
mais exata for da teoria com diversidade de teoria é simples investigação
uma teoria, mais outras teorias fenómenos que é se não depende científica em
perto ela está do aceites dentro capaz de de muitas leis direção a novas
que é possível do paradigma explicar. para explicar os descobertas.
observar ou dos vigente. fenómenos
resultados da
observados.
experimentação.
Critérios objetivos
Critérios subjetivos
Críticas à conceção
Incomensurabilidade kuhniana de ciência Adoção de um novo
dos paradigmas paradigma
A investigação científica
O interesse que o A escolha dos modelos e
está dependente de
cientista demonstra por teorias científicas pode
financiamento:
determinados factos, em ser orientada por
determinadas
vez de outros, pode ser o critérios estéticos
investigações podem ser
resultado da sua enraizados na respetiva
patrocinadas porque
ideologia. tradição cultural.
interessam e outras não.
Tanto Popper como Kuhn compreendem que a ciência não é o tipo de conhecimento absolutamente certo e
indubitável. Segundo Popper, a ciência evolui progressivamente em direção à verdade, através da
eliminação de erros ou da refutação de teorias; para Kuhn, ela evolui dentro de cada paradigma e também
nas mudanças de paradigma. No entanto, não podemos dizer que se aproxima da verdade.
RACIONALIDADE CIENTÍFICA
Verdade certa,
Objetividade Neutralidade necessária e Demonstração
universal
A matéria do trabalho científico – os factos – é suscetível de uma descrição exata e de uma explicação rigorosa.
perfeitamente objetivo e
puramente racional isolado do mundo imparcial nas suas
conclusões
A objetividade passa a ser O cientista não apresenta Não existe uma verdade
entendida como uma racionalidade pura e absolutamente certa,
intersubjetividade. neutral. universal e necessária.
Conhecimento
É uma interpretação e
Não é o reflexo do real.
leitura do real.