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Filosofia:

2.1-Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico

Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico:

 O 1ªnível de conhecimento é comum a todos os seres humanos,


designa-se por senso comum ou conhecimento Científico.

Texto 2 (Pág. 188)


 “Toda a ciência e toda a filosofia são senso comum esclarecido.”
 Neste texto Popper defende a continuidade do senso comum na
ciência.

Texto 3 (Pág.188)

 “A ciência, na sua necessidade de realização como no seu princípio,


opõe-se absolutamente à opinião.”
 Neste texto Bachelard, defende que deve haver uma rutura no senso
comum e na ciência.
Pseudociência
 Qualquer informação ou atividade que se diz baseado em factos
científicos, mas que não resulta na aplicação válida de método
científicos, bem como o reconhecimento pela parte científica.
Popper e Bachelard reconhecem a superficialidade do conhecimento
vulgar.
Mas, Popper entende como ponto de partida para qualquer
conhecimento do real, no entanto deve ser criticado e melhorado.
Bachelard, defende que não pode ser modificado e que é preciso
romper com ele.
Pois, segundo Bachelard o conhecimento vulgar funciona como
obstáculo, ou seja, impede que esse conhecimento surja.
Bachelard propõe uma rutura do conhecimento vulgar ou senso
comum.

Conhecimento Vulgar Conhecimento Científico


Confia nos sentidos Desconfia dos sentidos
É sensitivo É problematizado e racional
Atitude dogmática Atitude crítica
É prático É explicado
Imetódico e assistemático Metódico e Sistemático

Conhecimento Superficial Conhecimento Aprofundado

Características da Ciência
 Objetividade;
 Verificabilidade;
 Racionalidade;
 Revisibilidade;
 Autonomia.

Classificação das Ciências


Formais: Estudam conceitos, estruturas e processos Logica
puramente lógicos, abstratos e simbólicos. Matemática

Naturais: Estudam factos e Biologia


acontecimentos característicos da Química
natureza. Física
Astronomia

Empíricas

Sociais e Humanas: Estudam factos e Sociologia


acontecimentos característicos da vida Psicologia
social e humana. História
Economia

2.2-Ciência e Construção – Validade e Verificabilidade e


hipóteses

Observação Hipótese Explicativa Experimentação Lei

Põe-se em Prática o que temos de Generalização


justificar.
Por isso verifica a verificabilidade.

Em esquema:

Observação

Contexto de Descoberta
Formulação de Hipótese

Experimentação

Contexto de Justificação

Generalização

Valor do Indutivíssimo

 Valorização do momento de observação e experimentação no processo


científico;
 Poder explicativo e Preditivo da Ciência (as relações de causalidade servem nos
para a vida).

Porque permite-nos prever e adaptar-me para o futuro.

 Confiança no poder da razão para conhecer a Natureza (as regras do nosso


pensamento estão de acordo com as regras da estrutura do mundo).

“O Sol não a de se levantar amanhã não é menos inteligível do que a preposição O Sol
vai se levantar amanhã”

David Hume

Comentário:
 Apesar de até agora o Sol ter se levantado sempre de manhã, não quer dizer
que possa haver um dia em que ele não se levante.
 Nestas preposições, nos fazemos um raciocínio do que observamos até agora, e
fazemos uma generalização.
 Aqui cometemos uma Falácia da Generalização Precipitada.
Ou seja, eu tiver verificado em vários casos, não me permite de
forma lógica e necessária passar para uma Universal Afirmativa

Teorias Científicas Enunciados Matemáticas

Até que ponto estes 2 exemplos


expressam o mesmo valor!

Exemplo de Popper:

 Um dia Popper disse aos seus alunos para observarem


 E os alunos disseram: “O que?”
 Ou seja, quando observo eu já levo uma ideia prévia na cabeça ou uma
hipótese.
 Observar implica já saber o que se observar.

Texto 5 (Crítica ao Indutivismo)

 Por exemplo: Para conhecer uma molécula, não poem aprender através dos
sentidos comuns, e algo que só podemos aprender com um instrumento
(Microscópio).
 A observação nas ciências mais elaborados ou mais avançadas, como a Física
Quântica, Biologia Molecular, que quando estamos a observar isto já é
resultado, por exemplo, de uma teoria que levou a possibilidade de haver um
instrumento que possibilite a observação disso que se está a fazer nesta ciência.
 Partícula Subatómica, só pode ter acesso a elas a partir de um instrumento que
foi o resultado de uma conceção teórica (Ex: Acelerador de Partículas).
 E isto levou aos filósofos, acharem que a observação não pode vir em 1ª do
objeto científico.
 A Teoria vem primeiro que a observação (1ª Crítica).
 “ O que vemos depende do que sabemos e as palavras que escolhemos para
descrever o que pressupõem sempre uma teoria obre a natureza do que teóricos
e até por fatores académicos de cada um.
 Objetivo da ciência é o senso comum entre todos os cientistas.
 Para Popper a ciência parte de problemas, e é o problema que leva o
observador a olhar para a realidade e não o contrário.
Texto da Pág. 199

 Popper como Raciocínio Indutivo o seu método científico é o Método Experimental.


 Popper vai contestar é o Processo Experimental em que emprega que é um Processo
Indutivo.
 Popper aqui caracteriza a inferência Indutiva, e diz o que é que se passa na
inferência Indutiva, que é passa-se de casos particulares para o enunciado geral.

A prata dilata, o estanho dilata, o ouro dilata, entre outros… a uma determinada
temperatura.

Então podemos fazer um enunciado geral que todos os metais a uma determinada
temperatura dilatam.

Do Particular para o Geral

 Popper vai dizer que isto não tem legitimidade logica, mesmo que a amostra
seja a maior e tenha essas características, ela não é de facto suficiente,
porque a mostra é sempre finita (limitada no espaço e no tempo), é difícil
que haja uma fundamentação lógica, esta passagem de um enunciado
Particular par um enunciado Geral.

Falácia da Generalização acelerada ou precipitada.

No Indutivismo cometemos esta falacia pq?

-Porque a partir de alguns casos eu concluo um Principio Geral, e


isso é ilegítimo, porque pode haver um contraexemplo e que põem
em causa essa generalização.

Falácia da Previsão Inadequada

Porque no indutivismo , realmente nós através da ciência, nos


consideramos que o que observamos até agora que no futuro casos
semelhantes.

E isso não é logico, porque apesar de aquilo de eu verificar até agora


não nós permite afirmar que no futuro aquilo possa acontecer.
Porque que a posição do Investigador é completamente diferente da hipótese científica
nos dois métodos?

 Enquanto no método clássico o objetivo do investigador é confirmar a


hipótese (confrontá-la com os factos do modo a recolher o maior nº de casos
que comprove a hipótese), por isso Popper propõem o processo da
Falsicabilidade.

Página 201 (Tabela)

Etapas do método hipotético-dedutivo:

“Facto Problema”

É a partir daqui o investigador vai colocar uma hipótese.

1-Formulação da hipótese ou conjetura:

-O investigador adianta uma solução explicativa para o problema (a origem do


problema).

2-Dedução das Consequências:

-Aqui o Investigador procura as consequências desse problema (hipóteses ou


conjetura).

3-Experimentação:
-Aqui o investigador irá validar ou não a hipótese.
-Se for validada estamos presentes a uma Teoria Corroborada.
-Se não for validada, temos de abandonar ou de a reformular, e assim estamos presentes a
uma Teoria Refutada.

Teoria Corroborada

- É uma Teoria que é aceite provisoriamente pela comunidade científica, pois não há
nenhum dado diferente, mas não quer dizer que haja no futuro.

Método das Conjeturas e Refutações


O método proposto por Karl Popper ficou conhecido por Método das Conjeturas e
Refutações, que pode ser resumido em 3 etapas principais:

– Problema:
– O ponto de partida para a ciência, ao contrário do que pensavam os indutivistas não
pode ser a observação pura e imparcial dos factos, mas sim um problema levantado por
uma observação que entra em confronto com as teorias e expetativas de que já
dispomos.
– Conjetura:
– Depois da formulação do problema compete ao cientista encontrar uma hipótese que
seja uma possível resposta a esse problema.
– Essa hipótese pode ser uma suposição arrojada, imaginativa, mas
devidamente fundamentada, concebida para tentar explicar os factos.
– Popper chama conjeturas a este tipo de hipóteses.
– Refutação:
– Esta etapa corresponde à fase em que o cientista testa a hipótese.
– Testar a hipótese consiste em confrontá-la coma experiência.
– Basta encontrar na experiência um elemento que contrarie a hipótese para
que esta seja afastada (refutada pela experiência).
– Este teste refutador deve ser conclusivo.

-O conhecimento científico, não pode acentuar na verificabilidade das respostas, pois a


nossa verificação é sempre incompleta (Síntese).

Quando é que uma hipótese pode ser falsificável?

-Quando é possível a partir do texto de testes empíricos a partir de factos comprovar o qu é


o contrário.

Ex:

1-Amanhã a Terra tremerá ou não temerá? (Verdadeira, pois pode tremer ou não e não é
um enunciado cientifico).

2-Os nativos de escorpião iram prosporar a quinta-feira (Não é científico)


3-As revoluções Proletárias serram bem-sucedidas quando os regimes capitalistas
estiverem extremamente enfraquecidos com as suas contradições internas.

4- Deus existe! (Não falsificável, e é uma proposição metafisica, pois não podemos
confirmar que Deus existe ou não existe).

5-No cimo da montanha é mais fácil cozer um ovo do que ao nível do mar (Enunciado
cientifico).

6-Todas as panteras são negras! (Pode ser falsificável e é um enunciado cientifico) (Não
exclui a exceção que no futuro possa existir de outras cores).

Popper fala de graus de falsificabilidade

1-Chovera na próxima semana em Lisboa.

2-Chovera no próximo ano.

Qual é o mais falsificável?


 2, Porque é mais difícil, pois um ano tem 365 dias e poderá chover em
qualquer lugar.
 1, é mais exato.

Quanto maior for o risco de um enunciado ser refutado maior informação ele terá.
Inversamente quanto menor for o risco de um enunciado ser refutado, menor conteúdo
empírico, ele evidenciará.

Ex: Todos os cisnes são brancos, ou se eu disser alguns cisnes são brancos.

Qual corre mais risco de ser refutada?

-A 1ª (“Todos os cisnes são brancos”), Porque basta haver um cisne de outra cor para ser
refutada.
- Isso quer dizer que os enunciados com mais informação ou conteúdo empírico, correm
mais riscos de ser refutado e inversamente quanto menos risco de ser refutado menos é o
conteúdo empírico, ou seja se eu disser que alguns cisnes são brancos, têm menor conteúdo
empírico mas tem menos hipótese de ser refutada.

Como é o progresso da ciência em Popper se as teorias não são verdadeiras?


(Problema da demarcação)
 Através do Critério de Falsificabilidade, pois se uma teoria resistir aos testes de
falsificabilidade ela é melhor do que outra, nesse sentido ela é mais resistente ou
melhor do que a outra ou que ela esta mais próxima da verdade.
 A Teoria de Popper não abandona o conceito de verdade, mas o conceito de
verdade surge como um horizonte então é algo para que a ciência se tenha de se
encaminhar embora saiba que não chega lá.
 Popper como considera que nenhuma teoria científica é verdadeira, mas apenas
corroborada, então a verdade surge como um horizonte e não como algo
conquistado definitivamente.

Popper e Darwin:

Podemos dizer que o crescimento do nosso conhecimento é o


resultado de um processo muito parecido com aquilo a que
Darwin chamou «selecção natural», ou seja, da seleção natural
de hipóteses: o nosso conhecimento consiste, em cada
momento, naquelas hipóteses que mostraram a sua aptidão
(comparativa) ao sobreviver até agora na sua luta pela
existência, uma luta competitiva que elimina as hipóteses
inaptas.
Podemos aplicar esta interpretação ao conhecimento dos
animais e ao conhecimento pré-científico. O que é peculiar no
conhecimento científico é o seguinte: nele torna-se mais dura
a luta pela existência através da crítica consciente e
sistemática das nossas teorias. Deste modo, enquanto o
conhecimento dos animais e o conhecimento pré científico
crescem sobretudo através da eliminação daqueles que
mantêm as hipóteses inaptas, a crítica científica faz
frequentemente as nossas teorias perecerem em vez de nós,
eliminando as nossas crenças antes que essas crenças
conduzam à nossa eliminação.
Karl Popper

 As teorias mais aptas resistem mais teorias falsificáveis.

Verosimilhança

 Este conceito dá conta do modo como Popper entende a evolução científica, a


ciência não evolui de modos cumulativo mas antes de modo irregular, por
afastamento sucessivo do erro.
Uma conjetura ou uma teoria científica é mais verosímil do que outra quando
implica um menor número de falsidades que permite explicar um maior número de
fenómenos do que a sua teoria concorrente.

“Eliminadas as nossas crenças que nos conduzem a nossa eliminação”


 A crítica científica, embora não tenhamos ilusões no sentido em que a ciência nos
posiciona na verdade absoluta, porque Popper rejeita essa ideia, mas ela permite-
nos afastar dos nossos erros.

Texto 12 (Página 208) - 5ªParágrafo

Alínea A: A nova hipótese têm de dizer o mesmo que a outra.

Alínea B:Deve resistir mais a falibilidade do que a anterior.

Alínea C:Deve explicar aspetos que a hipótese anterior não conseguia.

Kunh

Considera que a ciência a semelhança de outras instituições sociais é também uma


instituição social, assim sendo uma instituição social ela tende não a ser critica mas
a perpetuar os seus valores, não a ser contestatária, não a procurar a refutação mas
sim pelo contrário a procurar a confirmação daquilo que já se sabe.
Apresenta uma visão completamente distinta de Popper.

Os dois aspetos que distinguem Popper de Kuhn:

 A questão de Popper incidir sobre uma análise do método, tenta


compreender o que é a ciência a partir do método das conjeturas e
refutações e Kunh diz que a ciência não deve ser compreendida a partir do
método mas sim da sua história, portanto é a partir da história que nós
percebemos o modo como a ciência é praticada pelos cientistas.

“A história da ciência é o ponto de partida do filósofo da ciência na sua


tentativa de perceber a ciência tal como é praticada pelos cientistas”.

Kunh

Em suma um incide no seu método (Popper) outro incide sobre a história da ciência
(Kunh).

 A segunda diferença é modo que cada um encarra o cientista e o trabalho do


cientista:
-Popper considera o cientista como um individuo ou uma personalidade
individual até dotada de alguma genialidade com capacidade de crítica
permanente das hipóteses e das teorias (é alguém da forma individual que
consegue refutar/ criticar as hipóteses das teorias).

-Para Kunh o que Popper afirma não é realista, pois considera um pouco
infantil, por segundo Kunh a ciência é uma instituição social, logo o
cientista dilui-se nessa instituição social e que a ciência faz-se em uma
comunidade científica.

A comunidade científica é um conjunto de indivíduos que


praticam/orientam determinados princípios que partilham
determinados métodos que fazem investigação científica de
uma determinada forma.

Paradigma=Padrão ou modelo

“Considero Paradigmas as realizações cientificas universalmente reconhecidas que,


durante algum tempo fornecem problemas soluções modelares para uma
comunidade praticante da ciência”

Kunh

Paradigma Cientifico:

Assim, um Paradigma é um conjunto de teorias, conceitos, leis, descobertas


científicas, instrumentos, em suma é todo o equipamento teórico e prático que, num
determinado momento histórico condiciona a prática cientifica.

O Paradigma idêntica o que investigar e como investigar, pelo que a sua aceitação
consensual fundamenta a prática cientifica como uma experiencia comunitária.
O Paradigma une os cientistas, em torno dos mesmos objetivos valores e
metodologias.

Por exemplo, o paradigma newtoniano inclui as leis do


movimento de Newton, mas também métodos para aplicar
estas leis ao movimento dos planetas, dos pêndulos, das
bolas de bilhar, etc., assim como vários tipos de telescópios e
de técnicas para o seu uso e para a correção dos dados
obtidos por seu intermédio, em conjunto com pressupostos
metafísicos, como o de que o mundo é um mecanismo em
que várias forças operam de acordo com as leis do
movimento de Newton.

Ciência normal:
A Ciência normal corresponde aquilo que por norma o cientista faz, ou seja,
investiga dentro do Paradigma vigente, procura selecionar os problemas ou
dificuldades em que este insere recorrendo aos instrumentos conceptuais técnicos
por ele disponibilizados e aceitos conceitualmente por toda a comunidade
científica.
Ao contrário do que Popper defendia que a prática habitual da ciência, não é de
questionamento mas sim de confirmação do Paradigma vigente, mostrando cada
vez mais o seu poder

Anomalia:
É um problema que não encontra solução a luz do Paradigma vigente.
Quando o investigador não consegue encontrar a solução ou quando os resultados a
que chega são diferentes do que estavam previstas pelo Paradigma.
Mas a atitude do cientista não é considerar que o Paradigma esta errado, até porque
um Paradigma é dominante a vários anos ou até vários séculos.
O que o cientista/ investigador faz é questionar-se a si próprio, assim põem em
causa a sua própria capacidade.
Deve ter havido algum erro experimental ou não seguimos os passos todos.
Esta é a 1ª atitude pois em Popper se uma teoria fosse refutada ou não passa-se nos
testes de falsicabilidade, era uma razão para a gente a abandonar.
Na Cosmologia Aristotélica /Física de Aristóteles tinham uma visão de que aquilo
que era observado, aquilo que existe para além da Lua dividia-se em 2 tipos de
corpos, os corpos supralunares e corpos infra lunares.
Aqueles que eram os supralunares estavam além da lua, eram imutáveis, não eram
regidos pelas mesmas leis do movimento do que os infra lunares.

Então, o que pode ser uma anomalia?


-Poderia-se verificar que aquilo que se pensava no mundo supralunar não era
bem assim e então os homens do renascimento mostraram através da observação
que não havia 2 tipos de corpos.
Que só havia 2 tipos de corpos e estavam sujeitos as mesmas leis do movimento.
Newton tem leis universais.
O que uma anomalia pode por?
- Pões em causa ou componentes ligeiras do Paradigma ou componentes
fundamentais do Paradigma.
Ex: Se ela por causa componentes ligeiras do Paradigma, até pode acontecer, que
mais tarde com outros estudos científicos, o investigador consiga resolver aquela
anomalia, então ela passa a ser desprezável, pois já não é uma anomalia pois já esta
resolvida por outros estudos científicos.
Há anomalias graves, que é quando a Anomalia têm grau suficiente para fazer
abalar o Paradigma ou por em causa o Paradigma.
Três razões que podem considerar-se uma Anomalia Grave:

 Ou põem em causa as componentes fundamentais do Paradigma vigente, ou


seja, afeta aspetos teóricos ou práticos;
 Ou também é persistente, mesmo apesar de haver muitos estudos a tentar
resolver aquela anomalia ela persiste;
 Haver uma acumulação de Anomalias, manifesta-se em várias áreas.
A anomalia grave da origem a uma crise científica.
Deixamos de estar na ciência normal para a Ciência Extraordinária.

Uma coisa não é normal, acontece pontualmente.

-Nos período de ciência extraordinária, a comunidade


científica não chega a uma acordo e leva a discussões.

-Vão por caminhos diferentes e não há concessão e passa a


haver um insucesso.

 Essa discussão leva a uma fragmentação da ciência.


 Dividem-se em dois grupos normalmente, porque cientistas mais jovens
encontram novas alterações do Paradigma dominante.

Porque que isto não é compatível com a ciência de Kunh?

- Porque esta divisão surge de conceitos sociais, com a necessidade de dar


respostas rápidas.
-E também porque a ciência não pode permanecer assim porque a ciência é uma
coisa comunitária e a concessão têm de ser o mais rápido possível.

Ex: Covid-19 (vacinas)

-A vacina da Astrazeneca, não tem muito a validação da comunidade científica.


 A ciência tem de trabalhar numa “ base sólida “ e têm de haver divulgação
entre a comunidade científica.
 Revolução científica, substituir um Paradigma por outro.

Ideia de Conversão:

-Quando passam de um Paradigma para outro Paradigma, conversão da


comunidade científica.

-“Todas têm de rumar para todo o lado”

-Os que não convertem-se, não vão ser bem-sucedidos e fica excluído da
comunidade científica.

Conceito de comensulariade:

-Vêm da Matemática, os gregos utilizavam esta expressão “Comensulariade” com o


significado sem medida comum

- Isto quer dizer em dois Paradigmas, a gente não consegue


encontrar nada em comum entre eles porque nós queria um
problema, para a objetividade científica.

Então como a gente pode dizer que um Paradigma é melhor que o outro?
 Pois utilizam Linguagem/Teorias diferentes um do outro, modos de ver os mundos
diferentes/visões como compará-las?

-Kuhn aqui apresenta uma parte “crua” da ciência, porque nós ficamos quase sem
critérios objetivos para julgar se estamos mais próximos ou não da verdade,
enquanto Popper é ao contrário.

Ex: Paradigma de Newton é diferente do Paradigma de Aristóteles.


Os critérios que nos permitem identificar se um Paradigma é melhor ou pior são:

 Elementos de expressões políticas/culturais.

Porque que a ciência depende de fatores económicos:

 Porque para haver um projeto científico, têm de haver um financiamento ou


ajudadas por países ou organizações.

Documento
da professora
Paradigma e ciência normal:

Uma ciência madura é dominada apenas por um paradigma,  que estabelece o que
é ou não legítimo investigar dentro de  uma ciência e coordena e dirige a
investigação nessa ciência. 

São exemplos de paradigmas a física de Aristóteles, a  mecânica de Newton, o


eletromagnetismo de Maxwell e a  seleção natural de Darwin.

Aquilo que, segundo Kuhn,  distingue ciências de não-ciências não é, como pensam
os  indutivistas, o facto de as teorias científicas poderem ser  verificadas, ou, como
pensa Popper, o facto de poderem ser  falsificadas, mas o de existir ou não num
determinado campo  de investigação um paradigma aceite pela generalidade dos 
seus praticantes. Diferentes áreas de investigação atingiram  a maturidade, isto é,
tornaram-se ciências, em diferentes  ocasiões. A Matemática e a Astronomia na
Antiguidade, a  Óptica no século XVII, a Química no século XVIII e a Biologia  no
século XIX, por exemplo. Por outro lado, muitas das  ciências humanas atuais,
porque não têm um paradigma  dominante, não constituem ciências.  

A atividade da ciência normal como resolução de puzzles  

A ciência normal não visa descobrir novos tipos de  fenómenos ou novas teorias,
mas apenas aumentar o sucesso  do paradigma aceite, articulando-o de modo a
melhorar a  sua correspondência com a natureza. Por isso, a investigação  feita na
ciência normal tem em vista a resolução de puzzles  ou enigmas. Os puzzles são
problemas sugeridos aos  cientistas pelo paradigma aceite. Para resolver estes
puzzles,  os cientistas usam as regras do paradigma, esperando, desse  modo, que
as soluções dos problemas novos sejam 
semelhantes às dos problemas previamente examinados na  sua disciplina. Eram
puzzles para o paradigma newtoniano,  por exemplo, conceber técnicas
matemáticas para aplicar as  leis de Newton ao movimento dos fluidos ou a
melhoria da  exatidão das observações astronómicas. Ao fazerem ciência 
normal, os cientistas assumem que o paradigma fornece os  
meios necessários para a solução dos puzzles que coloca.  Uma solução de um
puzzle que viole uma regra do  paradigma, por exemplo, uma lei da natureza, não
é, em  princípio, aceitável. Por outro lado, o fracasso na solução de  um puzzle é
visto como um fracasso do cientista e não como  uma deficiência do paradigma.  

O papel da anomalia  

Kuhn dá como exemplos de anomalias os cometas para a  cosmologia


aristotélica, que via o mundo para além da Lua  como não estando sujeito à
mudança, e a necessidade de  reforma do calendário, ocorrida no tempo de
Copérnico,  para a astronomia ptolomaica.  
Algumas anomalias podem, pelo menos inicialmente, ser  negligenciadas. Foi o
caso da previsão da lei da gravidade de  Newton do movimento de Mercúrio, que
diferia dos dados  observacionais, sem que isso levasse alguém a pôr em causa  a
teoria de Newton. Outras podem encontrar uma solução de  acordo com as
expetativas. Por exemplo, a lei da gravidade  de Newton também fazia previsões
para o movimento da Lua  que diferiam dos dados experimentais. Contudo, ao fim
de  algum tempo de investigação foi possível obter, a partir da  teoria, um valor de
acordo com as experiências e a anomalia  deixou de existir. 

Ciência extraordinária e crise  

Quando numa dada ciência surge uma anomalia grave, essa  ciência entra em
crise e passa da ciência normal para aquilo  a que Kuhn chama ciência
extraordinária. Uma anomalia é  considerada grave se:  
• Põe em causa componentes fundamentais do paradigma  vigente;  
• Persistentemente resiste a uma solução por intermédio dos  recursos que esse
paradigma põe à disposição dos cientistas.  

Outro fator importante para o despoletar da crise é o  acumular de


anomalias dentro de um paradigma.  

O que acontece na comunidade científica?  

. Os cientistas começam a entrar em discussões filosóficas e  metafísicas e


tentam defender as suas soluções para a  anomalia com argumentos filosóficos.  

. O consenso até aí existente relativamente às características  fundamentais da


atividade científica começa a ser  substituído por cada vez mais e maiores
divergências e os  cientistas começam a expressar abertamente a sua  insatisfação
com o paradigma vigente.  

. Finalmente, alguns cientistas, em particular os mais jovens  ou os mais recentes


naquele campo da ciência e, portanto,  menos presos à tradição do que os seus
colegas, começam a  sugerir alternativas ao paradigma vigente. 
Revolução científica  

Segundo Kuhn, as divergências entre os cientistas causadas  pela crise podem


terminar da seguinte maneira:  

A anomalia é resolvida por uma nova teoria que é cada vez  mais aceite até se
formar um consenso entre os membros da  comunidade científica em torno desta
teoria.  
Esta possibilidade é aquilo a que Kuhn chama revolução  científica e, no
essencial, consiste na substituição de um  paradigma por um outro
paradigma.  

A incomensurabilidade de paradigmas  

A palavra incomensurabilidade significa “sem medida  comum” e tem origem na


matemática, em que era usada  pelos gregos antigos para expressar a ideia de que
não existe  uma medida comum entre o cateto e a hipotenusa de um  triângulo
retângulo isósceles.  

Para Kuhn o antigo e novo paradigma não são comparáveis e  nada possuem em
comum. Correspondem mesmo a  diferentes visões e concepções do mundo.  

Exemplo:  

o paradigma aristotélico via o mundo como estando dividido  em duas regiões


distintas, uma supra-lunar, imutável e  composta de esferas em que os planetas
eram arrastados em  movimentos circulares, e outra, sub-lunar, sujeita a toda a 
espécie de movimento e alterações, ao passo que os  paradigmas que o
substituíram — o galilaico, o cartesiano e  o newtoniano — eliminaram esta
distinção e viam o mundo  como sendo constituído pelo mesmo tipo de
substâncias. Do  mesmo modo, ao rejeitarem o antigo paradigma, os  cientistas
rejeitam também as previsões que fazia que não  estão de acordo com as
previsões do novo paradigma.  

É óbvio que o mundo não muda quando um cientista  muda de


paradigma. O que muda é a forma como esse  cientista observa e
compreende o mundo.  

Não existe neutralidade em ciência 

As observações nunca são objetivas porque são sempre  influenciadas pelo


paradigma adotado pelo cientista, ao  ponto de com a mudança de paradigma as
próprias  observações mudarem também. Um cientista ptolomaico e  um cientista
copernicano veem coisas diferentes quando  olham para o céu. Em termos práticos,
é como se vivessem  efetivamente em mundos diferentes. A esta ausência de 
observações puras junta-se a inexistência de uma linguagem  neutra e imparcial,
que o cientista possa usar para descrever  as suas observações. Mesmo que
existissem observações  estáveis e objetivas, a ausência de uma linguagem neutra 
para descrever essas observações torna impossível uma  avaliação e uma escolha
objetiva dos paradigmas.  

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